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Turismo & Negócios 172

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ano XXVII 2020 nº 172

turismo&negócios

CORONAVÍRUS

O Paradigma

das Novas

Relações

Mundiais




CONTEÚDO

ano XXVII 2020 nº 172

COLAPSO DAS ECONOMIAS

GIRO DA NOTÍCIA

Natura confirma abertura de

Centro de Distribuição em AL

Página 6

Página 14

12

ARRECADAÇÃO PÚBLICA

Prefeitura prorroga prazos e

amplia descontos em tributos

COVID-19

Viagens de avião: é um dos

serviços a serem retomados

20

Página 8

RETOMADA

Especialistas apostam no

turismo regional pós-pandemia

PARCERIA

Sebrae cedeu à Ufal quatro

impressoras 3D profissionais

Página 10

24

MUDANÇA DE HÁBITOS

Dicas para nova abordagem

no setor de Turismo e Eventos

EXPEDIENTE

turismo&negócios

Conselho Editorial

Dêvis de Melo

(In Memoriam)

Valter Oliveira

Colaboradores

Claudio Bulgarelli

Douglas Apratto

Diretor/Editor

Antonio Noya

EM ON-LINE E

VIRTUAL PAPER

Ênio Lins

Eudes Cavalcante

Marcio Vital

Impressão

Grafmarques

Fone

82 2121.6161

TURISMO & NEGÓCIOS é uma revista bimestral editada

Noyatour Publicações e Promoções Ltda CNPJ

35.567.924/0001-59 Endereço Rua Clístenes de Miranda

Pinto, 6/202 - Ed. Acre - Cj. Bradesco - Centro Fone 82

99660.2882 CEP 57.020-555 Maceió - Alagoas - Brasil

Site www.revistaturismoenegocios.com

E-mail noyamcz@uol.com.br

A revista TURISMO & NEGÓCIOS circula em todo o País

e no Mercosul, por meio de mala direta para órgãos

oficiais de turismo, companhias aéreas, operadoras turísticas,

agências de viagens, agências marítimas, hotéis,

restaurantes, locadoras, bancos, autoridades em

geral e jornalistas da imprensa especializada e, ainda,

está presente em grandes eventos.

Artigos assinados e conceitos emitidos por entrevistados

não representam necessariamente a opinião da

revista.

4 Revista Turismo & Negócios


COMEÇO DE CONVERSA

Elias Fragoso

Economista

Particularmente, tendo

a acreditar que o impacto

negativo será maior que o

mercado está precificando:

estamos caminhando para

uma recessão. Com números

iguais ou até piores que

o fatídico 2008

Caminhamos para

tempos nebulosos

ano de 2020 já está perdido

O para os negócios. As projeções

do PIB já foram fortemente ajustadas

dos otimistas 2,5% de dezembro

de 2019 para 0% agora em março.

Podem ser ainda maiores, a depender

da gestão governamental do impacto

das medidas restritivas às atividades

econômicas tomadas para o combate

ao coronavírus.

Particularmente, tendo a acreditar

que o impacto negativo será maior

que o mercado está precificando: estamos

caminhando para uma recessão.

Com números iguais ou até piores

que o fatídico 2008. É que o impacto

do coronavírus na economia

está se desenhando em projeção

geométrica e não linear (como o

mercado vem avaliando).

Some-se, a isso, limitada capacidade

de resposta dos governos

que, ainda assim, precisarão por o

“pé no acelerador” para atender às

demandas da saúde pública e dos

demais entes econômicos durante

a epidemia, mas que, após a passagem

do vírus, irão enfrentar sérios

problemas de ordem política e na

gestão das finanças para reorganizar

o país. É cedo, mas estimo pelo

menos dois anos (sendo otimista)

para a economia estabilizar-se.

Outro ponto relevante para a

recessão: as pessoas estão evitando

sair ou sendo obrigadas a permanecer

em casa, o que impactará fortemente

o comércio, a atividade industrial já

deprimida e com forte capacidade

ociosa e os serviços que, pela primeira

vez, após 2015 sofreram queda no seu

desempenho (em 2019) e seguirá na

mesma toada em 2020.

Importantes empregadoras,

médias, pequenas e micro empresas

passarão por vultosos perrengues.

A paralisação de suas atividades

levará número significativo a fechar

as portas em definitivo; o mesmo

acontecerá com os negócios informais

que dá renda a 38 milhões de pessoas.

Só que, neste caso, os problemas serão

de muito mais agudeza.

Todas – médias, pequenas, micros

e informais - dependem de fluxo regular

de caixa para sobreviver já que não

possuem capital de giro suficiente para

suportar o tranco de 3 ou 4 meses

parados ou com baixíssima atividade.

E não terão apoio adequado e suficiente

do governo. A desorganização

nessa base produtiva do país vai criar

enorme problema social.

E ainda há de se considerar os

impactos altamente negativos da

queda do preço do barril de petróleo

(cujo valor atual de 22 dólares levará

a Petrobras a forte perda de receitas

este ano, já que projetava o barril a 56

dólares), bem como a não aprovação

das reformas econômicas faltantes

pelo Congresso (que dificilmente

ocorrerá neste 2020).

Pronto! Depois de tanto remar, de

tantos percalços e sofrimento para

sair do eterno voo de galinha do crescimento

do PIB nos últimos 40 anos

cuja média foi de infames 1% a.a.,

lá vai o Brasil, de novo, “descendo a

ladeira”.

Estamos no fim das “águas de

março” e o coronavírus mal começa

a alcançar os negócios. As projeções

atuais podem se agudizar. Torço para

que não. Mas não há dúvida: caminhamos

para tempos nebulosos. A ver.

Revista Turismo & Negócios

5


GIRO DA NOTÍCIA

Fotos: Divulgação

Novas maneiras de

ajudar no isolamento

isolamento social tem forçado

O as pessoas a buscar formas de

se conectar e ajudar uns aos outros

nesse momento difícil. Um relatório

de uma agência internacional apontou

como estamos nos relacionando

durante a pandemia. Encontros virtuais

e compartilhamento de notícias

positivas são destaques.

Entre os encontros virtuais, atividades

como jogos, filmes, exercícios

físicos, aulas e shows são as preferidas.

Entre os países há diferenças

da preferência. Na China, é onde

os jantares virtuais são em maior

número. Já em países europeus como

Espanha, Itália e França, as pessoas

preferem assistir filmes virtualmente

juntos. Os eventos têm sido formas

de manter a vida social ativa.

Já quanto às notícias, as pessoas

vêm buscando motivos para permanecerem

felizes e otimistas em um

momento tão difícil em que o vírus

é o principal tema de discussão. As

notícias mais citadas foram a recuperação

de coalas na Austrália e o novo

programa do ator John Krasinksi,

Some Good News, literalmente algumas

notícias boas.

Disney dá licença não

remunerada a 43 mil

Natura confirma

abertura de Centro de

Distribuição em Alagoas

No início deste mês, antes do

coronavírus dominar as manchetes,

AGENDA A antecipou que a gigante

de cosméticos Natura abriria um

Centro de Distribuição em Alagoas.

A empresa confirmou, na véspera da

quarentena, sua intenção de abrir um

Centro de Distribuição no estado “em

busca da ampliação da capacidade da

rede de distribuição da Natura na região

Nordeste e da otimização do tempo de

entrega dos pedidos feitos pela força de

venda”.

O novo Centro de Distribuição da

Empresa, oitavo da Natura no país, será

aberto na cidade de Murici e a empresa

espera que a unidade gere em torno de

300 empregos diretos e indiretos em

Alagoas.

“O estado de Alagoas foi escolhido

por atender à estratégia logística da

empresa”, disse a Natura em nota

enviada ao governo.

Por sua vez, o Conselho Estadual do

Desenvolvimento Econômico (CONE-

DES) já aprovou em reunião os incentivos

para o desembarque da empresa em

Alagoas.

Segundo informações da imprensa

americana, como do jornal USA

Today, Walt Disney World, em

Orlando, na Flórida, chegou a um

acordo com os sindicatos de trabalhadores

e irá colocar em licença não

remunerada 43 mil cast members

do complexo. Eles continuarão a ter

seus seguros de saúde, dental e de

vida pagos integralmente pela Disney

durante a licença ou até por um ano,

incluindo o prêmio que caberia ao

colaborador no caso de um atendimento

(o que inclui teste de covid-19).

6 Revista Turismo & Negócios


Revista Turismo & Negócios

7


ARRECADAÇÃO PÚBLICA

Prefeitura prorroga prazos e

amplia descontos em tributos

Medidas adotadas na capital visam ao ajuste da saúde financeira da população

Prefeitura de Maceió, por meio da

A Secretaria Municipal de Economia

(Semec), adotou medidas tributárias para

ajudar a saúde financeira da população,

de profissionais liberais, empreendedores

e empresários da capital alagoana

durante a pandemia de covid-19.

Entre as estratégias adotadas pela

Prefeitura de Maceió, estão a ampliação

de descontos para até 30% aos

contribuintes que anteciparem o pagamento

do Imposto Predial e Territorial

Urbano (IPTU) 2020 e a prorrogação nas

datas de vencimentos de tributos, suspensão

de taxas, de processos e de cobranças

administrativas, prorrogação da certidão

de regularidade fiscal e da validade de

alvarás sanitários e de publicidade.

Foi estabelecido o desconto de

30% no pagamento da cota única

para quem quitou até o dia 20 de abril;

20% de desconto na cota única para o

pagamento até 20 de maio e de 10%

para a quitação até 30 de junho. “A

gente já tinha prorrogado por 90 dias

o pagamento de vários tributos, entre

eles o IPTU. A nova medida deu um

desconto de 30% no IPTU e Taxa de

Lixo no pagamento até dia 20 de abril.

É com esse recurso que a Prefeitura

está mantendo os serviços de limpeza e

de saúde, que são fundamentais, principalmente

neste momento, além da

distribuição dos kits de merenda aos

alunos da Rede Municipal de Ensino”,

destacou o prefeito Rui Palmeira.

Secom Maceió

Rui Palmeira,

prefeito de

Maceió

Minimizar impactos

O desconto de 10% se mantém

para quem pagar no vencimento de

30 de junho, de acordo com a prorrogação

publicada no Decreto nº

8.857, de 24 de março de 2020, com as

medidas tributárias que visam minimizar

os impactos socioeconômicos

durante o cenário de combate ao novo

coronavírus.

“Quem já efetuou o pagamento

integral do IPTU 2020 fica com o

percentual de 20% de crédito do valor

para ser compensado, automaticamente,

no exercício de 2021. Caso

já tenha optado pelo parcelamento

e efetuado o pagamento de alguma

parcela poderá emitir a nova guia com

o valor integral, com os respectivos

descontos que se aplicarem, garantindo

a compensação das parcelas pagas no

exercício de 2021. Ou seja, ninguém

será prejudicado. Todo o valor pago

pelo contribuinte antes do decreto será

compensado no pagamento do IPTU

de 2021”, explica o secretário municipal

de Economia, Fellipe Mamede.

Equilíbrio

Com estas medidas tributárias,

publicadas nos Decretos nº 8.857 e nº

8866, a gestão municipal conseguiu

encontrar o equilíbrio entre as necessidades

de garantir recurso para o pleno

funcionamento da cidade, beneficiando

os maceioenses.

8 Revista Turismo & Negócios


Medidas

* Prorrogação do prazo para

pagamento do IPTU em 90 dias.

* Prorrogação do prazo para

pagamento da Taxa de Lixo em 90

dias.

* Prorrogação do prazo para

pagamento da COSIP sobre

terrenos em 90 dias.

* Prorrogação do prazo para

pagamento do ISSQN do MEI em

90 dias.

* Prorrogação do prazo para

pagamento do ISSQN no âmbito

do Simples Nacional em 90 dias.

* Deslocamento da data de

pagamento da 1ª Parcela da Taxa

de Funcionamento para 30 de

junho de 2020 e a segunda para 30

de novembro.

* Deslocamento da data de

pagamento da Taxa de Vigilância

Sanitária para 30 de junho de

2020.

* Deslocamento da data de

pagamento da 1ª Parcela do

ISSQN Autônomo para 30 de

junho de 2020 e a segunda para 30

de novembro.

* Suspensão dos parcelamentos

de débitos vigentes por 90 dias.

* Suspensão dos processos

administrativos tributários por 90

dias.

* Suspensão das cobranças

administrativas tributárias por 90

dias.

* Suspensão de novos protestos

de título por 90 dias.

* Suspensão das sessões de

julgamento do Conselho de

Contribuintes por 90 dias.

* Prorrogação da validade das

certidões de regularidade fiscal

pelo prazo de 90 dias.

*Suspensão por 90 dias do

vencimento das parcelas referentes

às licenças dos meses de março,

abril e maio, das Taxas de Licença

para Ocupação do Solo nas Vias e

Logradouros Públicos e de Taxas

de Licença para o Comércio

Ambulante.

* O ISSQN das empresas do

Simples Nacional fica prorrogado

por 90 dias.

* O ISSQN para o MEI

(PGMEI), com período de

apuração março de 2020 fica com

vencimento original em 20 de abril

de 2020, fica com vencimento

para 20 de outubro de 2020; de

apuração em abril, com vencimento

em maio, prorroga-se para

novembro e com apuração em

maio e vencimento em junho fica

prorrogado para 21 de dezembro

de 2020.

*Foi prorrogada por 90 dias

a validade dos alvarás de autorização

de publicidade que tenham

renovação prevista para os meses

de março, abril e maio do exercício

corrente, com os respectivos boletos

de pagamentos expedidos com

vencimento também para 90 dias.

*As parcelas devidas a título

de contraprestação mensal pelos

permissionários em decorrência

da instalação de equipamentos em

áreas públicas da orla marítima

e pelos ocupantes de espaços

públicos e feiras livres de Maceió

ficam prorrogadas de março para

outubro de 2020; de vencimento

em abril de 2020, fica prorrogado

para novembro; e de maio, fica

prorrogado para dezembro de

2020.

Revista Turismo & Negócios

9


RÁPIDAS

LATAM mantém redução de 95% em

suas operações durante o mês de maio

Devido às restrições de viagens e a histórica

queda na demanda devido à COVID-19,

o Grupo LATAM Airlines e suas subsidiárias

anunciam que irão manter a redução de suas

operações de passageiros em 95% durante

maio de 2020. "Um mês e meio desde que

diversos atores da indústria nos alertaram para

a maior crise que o setor sofreu, hoje podemos

observar que os impactos são mais profundos

e que serão mais duradouros do que o

inicialmente previsto", disse o CEO do Grupo

LATAM Airlines, Roberto Alvo.

Com relação às rotas domésticas, a

LATAM informa que no Brasil e no Chile as

operações continuarão reduzidas durante

maio, com o objetivo de manter uma conectividade

mínima nesses países.

Pandemia: 45% dos viajantes ainda estão

indefinidos dos pacotes já adquiridos

Dados divulgados pela consultoria Mapie

com o Portal Panrotas demonstram que cerca

de 45% dos consumidores ainda não tomaram

decisão sobre suas férias ou acerca dos seus

pacotes de viagem já adquiridos. Os dados

apontam que a maioria dos consumidores está

aguardando os desdobramentos da pandemia

provocada pelo novo coronavírus (Covid-19)

para tomar uma decisão.

Com o objetivo de orientar os turistas

sobre a importância de não cancelar, mas

apenas adiar as viagens e pacotes turísticos

nesse momento de pandemia, o Ministério do

Turismo (MTur) lançou a campanha “Não

cancele, remarque!”.

Fotos: Divulgação

PARCERIA

Sebrae cedeu à Ufal quatro

impressoras 3D profissionais

Universidade entrega lote de protetores faciais

feitos para trabalhadores de saúde

Universidade Federal de Alagoas

A (Ufal) entregou mais um lote

de máscaras do tipo face shield, que

cobrem todo o rosto, para profissionais

de saúde, produzidas com o uso

de impressoras cedidas pelo Sebrae

em Alagoas à instituição de ensino

superior com o propósito de contribuir

com as ações de combate à pandemia

da Covid-19. O Sebrae cedeu à Ufal

quatro impressoras 3D profissionais

por um período de 90 dias. Já foram

beneficiados com a ação o Hospital

Universitário Prof. Alberto Antunes

(HUPPA), Hospital Geral do Estado

(HGE), Hospital do Coração, UPA

Trapiche, UPA Benedito Bentes e Santa

Casa de Misericórdia de Maceió.

Os protetores faciais estão sendo

produzidos na instituição de ensino

por meio de uma parceria entre o

Laboratório de Computação Científica

e Visualização (LCCV) e o Laboratório

de Fabricação Digital (Fab Lab), e

pelo coletivo 3D Saves. A ação conta

com o apoio do Sebrae, da Petrobras,

da Fapeal (Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de Alagoas), da

ALOO Telecom, da Algás (Gás de

Alagoas S.A.) e da Imprensa Oficial

Graciliano Ramos.

A produção na sede do LCCV foi

iniciada no último dia 22 de março e

a expectativa é de que sejam produzidos

1,5 mil protetores faciais até o dia

8 de maio. Segundo o coordenador

da equipe do LCCV, Adeildo Soares

Ramos Júnior, até agora já foram

entregues 201 protetores faciais.

“Nós começamos as atividades sem

uma perspectiva de quantas máscaras

a gente ia produzir, mas, com o andamento

das atividades, nós já temos

uma noção de quando iremos parar e

quantas máscaras serão produzidas.

Em relação ao LCCV/Ufal, onde estão

as máquinas do Sebrae, nós temos a

perspectiva de mais 25 dias de produção

voluntária, onde tentaremos totalizar

cerca de 1.500 protetores faciais”,

diz o professor.

De acordo com Adeildo Ramos,

o LCCV já dispõe dos insumos para

a produção dos equipamentos, que

consistem em filamento para impressão

3D, laminado PET, elástico, doados

por apoiadores da ação.

Fotos: Divulgação

10 Revista Turismo & Negócios


Voluntariado

Além do LCCV, a 3D Saves também

segue com a produção de protetores

faciais para os profissionais da área de

saúde que estão na linha de frente no

combate à pandemia. Liderada pelo

professor da Ufal Eduardo Setton, a

rede colaborativa de voluntários surgiu

no final de março, incentivada pelo

LCCV, e o primeiro lote de equipamentos

produzidos pelo movimento foi

entregue no dia 14 de abril.

Conforme Eduardo Setton, a 3D

Saves é composta por proprietários

de impressoras 3D, por profissionais

liberais, pequenos empreendedores e

empresas que se juntaram para apoiar

os profissionais da área de saúde no

combate à Covid-19. “É uma ação que

começou atrelada à Ufal, mas ela hoje

é independente. A gente tem de fato

esse apoio técnico que nunca vai faltar

por parte da Ufal e do LCCV”, diz o

professor.

De acordo com ele, a rede conta

atualmente com mais de 60 voluntários

e 46 impressoras 3D. As máscaras

faciais são produzidas pelos voluntários

em suas casas em suas impressoras

e seguem as normas de uso no Brasil

estabelecidas pela Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (Anvisa).“O

material chega na casa de cada um ou

eles vêm pegar aqui na minha casa.

Enfim, é uma coisa bem rudimentar, no

sentido de ajudar, mas feita de forma

muito profissional com os cuidados

que a gente precisa ter”, diz Eduardo

Setton.

Segundo o professor, a rede tem

capacidade para produzir 1,5 mil equipamentos

de proteção individual por

mês, podendo chegar a 2 mil, dependendo

da disponibilidade de material.

“Como essa rede é uma rede de colaboradores

que estão produzindo em casa,

então tem uma série de variáveis que

podem afetar nesse número. Ele pode

ficar em torno de 1.500/mês, mas pode

de repente aumentar um pouquinho, se

aumentar o número de impressoras na

rede. Acho que pouca gente sabe que

isso está sendo feito. Se a gente tivesse

mais algumas impressoras produzindo,

a gente poderia aumentar essa capacidade”,

diz Eduardo Setton.

De acordo com ele, a estimativa é

que cada impressora imprima de três

a cinco protetores faciais por dia, que

é a média. “A impressora não é para

produção em escala, para produção em

escala você tem que fazer esses protetores

injetados. Então, a impressora é

uma forma, um paliativo que a gente

está encontrando de ajudar as pessoas,

garantido uma produção diária nas

casas com alguma coisa de três a cinco

por dia, o que daria entre 1.500 e no

máximo 2 mil no estágio atual, se a

gente tiver o material”.

Revista Turismo & Negócios

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COVID-19

Viagens de avião estão entre os

primeiros serviços a serem retomados

Segurança e conforto são fatores importantes para que os usuários voltem a voar

Medidas regulatórias impostas

pelos governos de todo o mundo

têm afetado o mercado da aviação civil

nacional e internacionais pela crise do

novo coronavírus. O fechamento de

fronteiras e a queda brusca da demanda

de passageiros estão levando as companhias

aéreas a repensarem seus negócios

e ajustarem suas operações.

“A aviação no Brasil registra um

faturamento pré-crise de R$ 40 bilhões,

com cerca de 60 mil pessoas diretamente

empregadas nas três aéreas regulares

(Latam, Gol e Azul). É importante

entender que as companhias brasileiras

entraram muito sólidas nessa crise,

somos uma das poucas aviações locais

voando ainda”, disse o presidente da

Abear, Eduardo Sanovicz.

Segundo ele, quando a pandemia se

instalou, o país possuía aproximadamente

2,8 mil voos diários. Com a diminuição

da demanda doméstica de 90%

e praticamente 100% da internacional,

quem está voando hoje são pessoas com

razões inadiáveis e níveis de emergência

muito alto, colaboradores que passaram

a trabalhar em home office e estão

indo de volta para sua cidade natal e os

profissionais de saúde.

Diante deste cenário, uma das

primeiras medidas tomadas foi obter

junto à Anac a redução da malha

normal para a malha essencial, com

cerca de 170 operações diárias, correspondendo

a 8,4% da malha normal

e atendendo 27 capitais e 19 cidades

consideradas essenciais no ponto de

vista de transporte de mercadorias.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

Reposta

“Estamos voando muito mais

pela parte de baixo do avião do que

pela de cima. Os porões estão fortemente

ocupados. A aviação continua

mantida por conta disso. Do ponto

de vista de caixa, saímos de uma

queima que chegava a R$ 42 milhões

por dia para uma de R$ 5 milhões

diariamente. Continuamos debatendo

com as estruturas do executivo

as próximas medidas de combate à

crise.”

Sanovicz acredita também que a

capacidade de resposta das aéreas

será muito rápida, assim que os

passageiros começarem a se sentir

seguros e confortáveis a voar novamente.

A principal mudança que o

presidente da Abear enxerga, relacionada

à retomada – que ele afirma que

haverá, só não se sabe quando –, será

o exercício dos agentes de viagens e

profissionais da cadeia de se adaptarem

à nova realidade da recuperação

primeiramente da aviação doméstica.

“Se pensarmos em daqui seis

meses, eu apostaria em um reforço

das ações de promoção, vendas e

marketing no mercado doméstico, em

distâncias mais curtas. E só em um

segundo momento no internacional,

que vai demorar mais tempo para

retomar sua estrutura anterior.”

Divulgação

12 Revista Turismo & Negócios


Revista Turismo & Negócios

13


14 Revista Turismo & Negócios


COLAPSO DAS ECONOMIAS

O Paradigma das

Novas Relações

Mundiais

Viver em comunidade, ajudar seus semelhantes,

trabalhar a empatia, entre outros pontos, serão

primordiais para fortalecer uma nova ordem

que se estabelece pelo planeta

Uma sociedade mais inteligente, um sistema nunca antes experimentado: é isso

que talvez vivamos para ver. A partir do colapso das economias causado pelo

coronavirus, uma nova ordem pode surgir, otimizando a forma do mundo capitalista

desempenhar seu papel como motriz de riquezas e de bem-estar social.

Para entendermos isso melhor, precisamos fazer uma rápida digressão. Vamos

identificar o poder transformador de algumas variáveis que historicamente foram

determinísticas à maneira de como hoje nos encontramos organizados. Vamos

também analisar alguns outros fatores que moldaram a evolução da nossa atual

estrutura socioeconômica. Faremos uma breve viagem no passado para observar

movimentos que se desenvolveram a partir da necessidade de sobrevivência dos

humanos em torno das suas expectativas, possibilidades e vocações naturais.

Se nos perguntarmos e pesquisarmos por que existem regiões do nosso planeta

onde algumas civilizações historicamente evoluíram mais que outras, encontraremos

teses antropológicas que apontam o fator climático como indutor/obstrutor

dessa evolução. É nessas teses que sustento minhas considerações e conclusões

iniciais.

Esses estudos científicos explicam que aquele ser humano primitivo que habitava

as regiões mais frias, para não morrer de fome no inverno, acumulava e conservava

a caça, a pesca e os grãos disponíveis. Esse indivíduo também precisava se cobrir e

se calçar para estar protegido do frio intenso. Diante dessas dificuldades naturais,

ele criava instrumentos para a obtenção de proteína animal, desenvolvia ferramentas

de plantio e colheita agrícola, assim como inventava técnicas de confecção de

roupas e calçados. Esses primitivos aprenderam que precisavam acumular durante

os tempos bons para poderem sobreviver nos tempos difíceis; contavam com a

criatividade, filha da necessidade, para produzir tecnologia.

Revista Turismo & Negócios

15


Primitivos

Por outro lado, essas mesmas teses

climáticas explicam que outros humanos

primitivos, os que eram habitantes

das áreas tropicais do planeta, durante

todo o ano tinham de forma abundante

a caça, a pesca, grãos, hortaliças e frutas,

independentemente das estações. Esses

indivíduos não precisavam acumular e

não tinham necessidade de desenvolver

instrumentos ou técnicas de conservação,

tampouco precisavam se proteger

do frio: podiam, inclusive, andar nus,

sem qualquer proteção.

Nesse meio tempo, tão logo os

habitantes primitivos das terras mais

frias conseguiram desenvolver meios

terrestres e aquáticos de transporte,

começaram também a penetrar e a se

aventurar por territórios menos frios,

descobrindo que ali havia muito mais

facilidade e maior disponibilidade de

alimentos; eram bens que poderiam ser

coletados, trazidos até às terras frias

onde eles habitavam e lá acumulados.

Nesse ponto da história, percebemos

que foi muito provavelmente aqui que

se iniciaram os conflitos entre os povos

do frio e os povos dos trópicos: colonizações,

invasões, explorações predatórias

de diversas riquezas e a famigerada

prática da escravidão de humanos.

Não obstante, o objetivo desta breve

análise histórica é entendermos como a

acumulação de bens deu poder, riqueza

e fartura àqueles humanos primitivos

das terras frias, da mesma forma que

também os impeliram a desenvolver

novas técnicas que dotaram-nos de

ainda mais autonomia e mais poder

acumulativo, ou seja, de capital produtivo.

Eis então uma possível explicação

antropológica das origens do que

chamamos de “Capitalismo”.

Isso posto, vem a pergunta: se esse

comportamento humano é instintivo

e natural, onde está o nó górdio da

questão?

A resposta está na coletividade.

Como animal, o humano é dotado do

instinto de sobrevivência, mas também

é dotado de outros instintos que o

caracterizam como único ser racional

vivente neste planeta. O segundo mais

importante e basilar desses seus instintos

é a “Gregariedade”, comportamento

caracterizado pela necessidade de

viver em comunidade, de buscar ajuda

em seus semelhantes, de ajudar seus

semelhantes, de compartilhar meios e

opiniões, de demonstrar afeto, empatia,

amor, compaixão, proteção e solidariedade

como seu próximo.

Vida em comunidade

Em outras palavras, o humano

precisa estar em comunidade para

sobreviver - tanto material, quanto

emocionalmente - e para isso não pode

prescindir de cumprir regras de conduta

socialmente aceitáveis. Por exemplo,

se um humano impõe sofrimento a um

outro submetendo-o a condições de

miséria subserviente, explora-o impiedosamente

ou mesmo lhe ceifa a vida,

outros humanos sentirão compaixão,

indignação e revolta; a comunidade

buscará impedir aquele ato e protegerá o

indivíduo que esteja sendo acometido de

agressão e injustiça.

Será que vivemos numa comunidade

assim, onde muitas pessoas vivem em

condições de absoluta penúria, em estado

de miséria material, sendo exploradas

impiedosamente, sem segurança, sem

condições de tratar da saúde, sem direito

a ter uma educação que lhes permita

estarem inseridos competitivamente no

mercado de trabalho, sendo diariamente

achincalhadas sarcasticamente por

autoridades debochadas que se ocupam

apenas em saquear impunemente os

cofres públicos e desfrutar privilégios

absurdos que concedem a si próprios?

O autor do texto é Jorge Barros, Ph.D e CEO da SCBA

Propósitos espúrios

Alguém acredita que seja possível

manter um sistema desse funcionando

por muito tempo, mesmo tendo boa

parte da mídia como aliados, funcionando

para servir aos propósitos

espúrios dos interesses de grupos que

se instalaram criminosamente nos

poderes constituídos?

O comunismo é filho do capitalismo,

filho de uma gravidez indesejada.

Há uma relação causal direta

entre a prática abusiva do capitalismo,

aquilo que chamamos de “capitalismo

selvagem” e o surgimento de

movimentos sociais revoltosos de viés

ideológico comunista, nos quais se

propõe que a sociedade se reorganize

em torno de uma ideia socializante.

Os principais pilares dessa ideia são a

abolição da propriedade privada e a

criação de uma sociedade sem classes.

Essa relação de causalidade é real e

pode ser constatada cientificamente em

bibliografia farta. Sobre essa relação

causal entre capitalismo selvagem e

comunismo, eu gosto de recorrer à Lei

de Newton, lei que diz que “A toda

ação corresponde uma reação, de igual

intensidade e em sentido contrário”.

16 Revista Turismo & Negócios


Revista Turismo & Negócios

17


Conceitos

Karl Marx, considerado pelos historiadores

como sendo o “pai da filosofia

comunista”, definiu sua ideologia a

partir desses dois conceitos que mencionei

anteriormente: a inexistência de

bens privados e de classes sociais. Marx

cita a era do humano caçador-coletor

como sendo o primeiro registro histórico

onde o comunismo foi praticado,

cerca de vinte mil anos atrás, logo anterior

ao Período Neolítico. Há evidências

arqueológicas que quando o humano

criou suas primeiras comunidades

tribais, todos os bens de subsistência

eram divididos e os meios de produção

eram compartilhados. Quanto à

segunda premissa comunista, a existência

de uma sociedade sem classes, há

evidencias disso em alguns períodos na

Grécia antiga. Platão, na famosa obra

“República”, narra um Estado onde

as pessoas compartilhavam seus bens e

onde não havia classes sociais.

Avançando no tempo, encontramos

outras citações de ideias comunistas

colocadas em prática. A “Revolta dos

Escravos Romanos” em 109 a.C foi

motivada e planejada segundo ideias

socializantes. No século V a.C, Ahura

Mazdak liderou uma reforma socialista

na antiga Pérsia (hoje, Irã), instituindo

um sistema de propriedade coletiva,

assim como vários projetos de assistência

social patrocinados pelo Estado,

desafiando os privilégios da burguesia e

do clero.

Um pouco mais tarde, os Diggers,

puritanos religiosos ingleses do século

XVII, defendiam um pensamento

comunista e lutaram pela abolição da

propriedade privada.

Já o “Comunismo Científico” é um

termo relativamente bem mais recente.

Esse termo foi cunhado por um sujeito

chamado Vladimir Ilyich Ulianov,

mais conhecido pelo pseudônimo de

“Lenin”. Lenin era um revolucionário

comunista, político e teórico russo

que foi Chefe de Governo da Rússia

Soviética entre 1917 e 1924 e depois

da União Soviética, a partir de 1922

até sua morte. Ele cunhou esse termo à

época da Revolução Industrial ocorrida

na Europa no século XIX, quando o

sistema capitalista foi acusado de ser

o causador da miséria do proletariado

e das condições deteriorantes em que

homens e mulheres trabalhavam nas

fábricas.

Na Revolução Russa de 1917, pela

primeira vez um partido se intitulou

“comunista”, tomando o poder do

Estado. Um pouco mais tarde, em

1946, os russos, através do Movimento

Comunista Internacional criado em

1919 na cidade de Petrogrado, ajudaram

os chineses a fazer Revolução

Comunista deles, liderados por Mao

Tse-Tung.

O que todos esses eventos que

descrevi acima têm em comum?

1) Sem exceção, imediatamente

antes do surgimento de todos esses

eventos históricos, havia abuso, havia

fome, miséria e condições socialmente

insustentáveis.

2) Todos essas experiências históricas

que um dia deram vida ao

comunismo como regime de governo,

falharam, faliram, desapareceram.

A exceção é o regime comunista

da China, que por enquanto ainda

existe, mas que para sobreviver até

agora mascarou o direito à propriedade

privada, manipulou a estratificação das

classes sociais e impôs um preço que

possivelmente ninguém em sã consciência

queira pagar: viver sem democracia

sob um regime de ditadura, sem direitos

humanos, sem direitos trabalhistas, sem

liberdade de pensamento, sem liberdade

de expressão, sem governança e sem

institucionalidade participativa.

Em 1976 com a morte de Mao

Tse-Tung, líder da Revolução Comunista

Chinesa e fundador da República

Popular da China, o seu sucessor - Deng

Xiao Ping - orientou o planejamento

de seu governo para salvar o país da

falência, focando em quatro áreas

principais: Ciência e Tecnologia, Agricultura,

Indústria Bélica e Indústria de

Base, além da criação das ZEE´s - Zonas

Econômicas Especiais - que foram

organizadas para receber empresas

nacionais e multinacionais de capital

misto. A China criou então uma autodenominação

esdrúxula para caracterizar

seu novo regime de governo, já que vive

uma perturbadora crise de identidade:

18 Revista Turismo & Negócios


continua sendo um governo ditatorial

comunista, mas ávido e ansioso pelos

encantos do capitalismo. Eles se autodenominam

“Capitalistas de Estado”.

Nesse regime chinês de faz-de-conta, o

partido comunista comanda ditatorialmente

a sociedade e o funcionamento

da economia, mas os líderes e apaniguados

do partido degustam o saboroso

lucro auferido por algumas empresas

privadas que operam industrial e

comercialmente.

A China hoje é um refúgio que

tem seduzido boa parte da esquerda

mundial, já que desde a pá de cal da

Perestoika soviética de 1986 e da

Wiedervereinigung alemã de 1990, não

apareceu nenhuma outra alternativa no

mundo que se proponha a hospedar a

ideologia comunista.

O capitalismo não é perfeito, mas é

a única filosofia que se coaduna com a

natureza humana e que remunera justa

e meritocraticamente aqueles que mais

trabalham, que mais se arriscam e que

demonstram maior competência em

realizar empreendimentos produtivos.

Vagabundos, indolentes, incompetentes

e baderneiros não costumam apreciar o

regime capitalista.

O comunismo é apenas um efeito

colateral nascido dos eventuais abusos

e excessos do capitalismo selvagem e,

ao longo da história, o comunismo se

provou absolutamente inviável, pois é

socialmente utópico, ideologicamente

totalitário, economicamente inviável,

dialeticamente obtuso, cerceador das

liberdades civis e castrador da livre

iniciativa.

Mas o termo “Capitalismo Selvagem”

ou “Capitalismo Burro” que

descreve a eventual prática abusiva do

capitalismo, também não foi cunhado

à toa. Ele representa alguns dos piores

sentimentos que existem no ser humano

e reflete os excessos de poder dos quem

detêm os meios de produção sobre seus

semelhantes: a falta de senso de civilidade,

o desprezo pela coletividade, a

ambição sem limites, o egoísmo superlativo

e a desconsideração pelo bem-estar

do próximo.

Comunistas e Capitalistas Selvagens

têm alguns aspectos em comum.

Um deles é a estratégia de produzir um

contingente de miseráveis subservientes,

com baixíssimo grau de escolaridade,

sem formação profissional, vivendo

para servirem de massa de manobra

política partidária e serem explorados

laboralmente; essa estratégia funciona

por algum tempo, mas nunca deu certo

a longo prazo. Esse contingente de miseráveis

termina por um dia virar a mesa

de um jeito ou de outro e se insurge

contra os abusos, contra a degradação,

contra a tirania e maus tratos recebidos.

A história mostra que não é tocando

fogo no circo, batendo panelas e nem

destilando ódio recalcado que se

procede uma transformação social; não

é açodadamente que uma sociedade

evolui em termos de melhores condições,

de oportunidades equânimes e de

uma repartição de ganhos menos desigual.

É com inteligência e disciplina que

se faz isso, com inteligência calcada em

princípios éticos, sob a égide da educação,

do patriotismo e da preservação

dos valores humanísticos.

Verdadeiros transformadores não

pegam em armas; pegam em canetas e

papel, ou em teclados e megabytes, para

ser mais moderno.

A missão dos governantes responsáveis

e patriotas, dos educadores,

pesquisadores, analistas e pensadores

não é criar estados de desesperança,

baderna, nem histeria coletiva; é grande

a responsabilidade de quem dispõe de

conhecimento fundamentado e útil; é

ainda maior o compromisso de quem

é formador de opinião e utiliza-se dos

meios de comunicação de massa. A

verdadeira missão desses é jogar luz

sobre caminhos seguros, abrir janelas de

oportunidades prolíferas e ensinar lições

de civismo consequente.

A ideia de uma nova relação

mundial não é um sonho imagético

johnlenoniano, não é romantismo

intelectual, ingenuidade ou sentimentalismo

néscio; ao contrário, é puro

pragmatismo. Acredito que esse novo

paradigma seja uma adaptação inteligente

do nosso atual sistema de relações

socioeconômicas que viabilize a construção

de uma nova ordem capitalista

ainda mais próspera, mas blindada aos

abusos do capital.

Revista Turismo & Negócios

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RETOMADA

Especialistas apostam no

turismo regional pós-pandemia

Previsão é de retomada lenta e gradual; transporte terrestre é a aposta do setor

para o deslocamento de passageiros em decorrência da diminuição da malha viária

Apostar no turismo regional. Esse

foi o caminho apresentado por

especialistas do setor durante a transmissão

ao vivo (live)“Desafios do Setor

Pós-Covid”, promovida pelo Costa dos

Corais Convention & Visitors Bureau

(CCC&VB). Guilherme Paulus, fundador

do Grupo GJP Hotels & Resorts e

CVC Viagens; e Toni Sando, presidente

da Unidestinos (União Nacional de

CVBs e Entidades de Destinos) apresentaram

suas percepções com relação

à retomada e à recuperação do setor

turístico-hoteleiro, duramente afetado

pela pandemia do novo coronavírus

(Covid-19).

A transmissão foi mediada pela

presidente-executiva do CCC&VB,

Ana Carvalho, e teve a participação do

presidente da entidade, Luiz Cláudio

Gonçalves, o “Lula”. A live, realizada na

manhã de quarta-feira (15), teve mais

de uma hora de duração e todo o seu

conteúdo pode ser assistido no Facebook,

na página da instituição, clicando

AQUI. Para Guilherme Paulus, o pós-

-Covid será “o começo de uma nova

era”. Segundo ele, a retomada se dará

lenta e gradualmente. Com a malha

aérea reduzida, Paulus aponta que o

transporte terrestre deverá ser retomado

com força.

“Nós temos que trabalhar fortemente

o turismo regional. Acho que essa

é uma dica para os agentes de viagem.

No início, vamos voltar com as viagens

terrestres, não tem outro jeito. Ninguém

Live contou com a participação de Lula, Ana Carvalho, Toni Sando e Guilherme Paulus

vai dá mais férias para o automóvel, até

por questões de segurança; então cabe

a nós, os agentes de viagens, começar a

fazer um trabalho no turismo regional”,

propõe. No tocante ao turismo internacional,

Paulus acredita que a atividade

só será retomada a partir de 2021 ou

de 2022. O segredo, segundo ele, será

investir na promoção do destino em

países vizinhos como Argentina, Paraguai,

Uruguai e Peru. “O mundo todo

mudou, virou de ponta-cabeça. Então é

uma retomada”, observou.

Toni Sando comparou a retomada

da atividade turística no Brasil ao exercício

de tomar uma sopa quente. “Tem

que começar tomando pelas beiradas; se

entrar com a colher no meio, você vai se

queimar”, alertou.

Zona primária

Para ele, a zona primária será o principal

alvo do turismo no pós-pandemia.

“Não adianta gastar dinheiro com

promoção para tentar convencer o

Brasil a ir para Maragogi ou a convencer

o Brasil a vir para São Paulo; é

besteira, dinheiro jogado fora. Será

a zona primária que fará a retomada

acontecer, gradativamente, e a gerar um

pouco de resultado”, acredita.

Toni Sando recomenda que as redes

sociais sejam utilizadas para despertar

nas pessoas o encanto e o desejo de visitar

o destino turístico, após a pandemia.

“Nós estamos em cativeiro. Se as

pessoas começarem a imaginar que

elas podem ir para Maragogi, que

podem aproveitar o mar, podem fazer

um passeio e isso ficar em seu subconsciente,

2021 poderá ser a grande virada

e o retorno das atividades de todo o

empresariado. Nesse momento, o que

vale é paciência e criatividade”, ensina.

Reprodução

20 Revista Turismo & Negócios


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22 Revista Turismo & Negócios


TRANSPORTE PÚBLICO

Licitações melhoram a

mobilidade urbana no país

Aeroportos, metrôs, VLTs, mobiliários de vias públicas e portos estão entre os ativos

cada dia o tema mobilidade

A urbana tem sido discutido amplamente

pela sociedade tanto no setor

público quanto no privado. Falar de

mobilidade urbana é entender o quanto

é importante garantir ao cidadão facilidade

e qualidade no deslocamento em

uma cidade, seja de carro, a pé ou no

transporte público, direito estabelecido

por lei na Constituição Federal.

Foi também no sentido de melhorar

a qualidade da mobilidade urbana

nas cidades, principalmente quando o

assunto é transporte público, que foi

realizada pelo governo, nos últimos

anos, uma série de licitações de ativos

como aeroportos, metrôs, VLTs, mobiliário

de vias públicas e portos marítimos.

Dentre estas licitações realizadas no

ano passado, a empresa Kallas Mídia

OOH ganhou a concessão dos ativos da

CBU por 15 anos para a comercialização

de publicidade e ações promocionais

nos metrôs e VLTs das cidades de Recife,

Maceió, João Pessoa e Natal. A empresa

é especialista há 41 anos em mídia out of

home com ativos em todo o Brasil.

Com a concessão master da CBTU,

a Kallas Mídia OOH passou a administrar

mais de três mil novas oportunidades

de mídia, como painéis (estáticos ou

digitais), exposições, eventos, degustações

e vending machine (máquinas

auto serviço). Passam pelo Metrô e

VLT pernambucano em torno de 112

milhões de passageiros por ano. Só em

Maceió este número chega a 3 milhões

de passageiros (2018).

Rodrigo Kallas, da Kallas Mídia

Qualidade

“Queremos contribuir e agregar

mais qualidade ao transporte em

trilhos do Nordeste com a instalação

de cancelas, quiosques de serviços,

monitores informativos, instalação de

carregadores de celular e outras ações

que trará mais conformo para o passageiro.

Além disso, conseguimos atingir

um perfil de público e de empresas

diferenciadas na publicidade dentro das

estações, trens e VLTs onde há muito

interesse em anúncios institucionais,

campanhas para universitários, além de

estabelecimentos locais, como restaurantes

e padarias. Realizar uma ação

promocional com degustação ou com a

possibilidade de ofertar descontos, nas

principais estações da cidade, resulta em

alto impacto e exposição de marca dos

nossos clientes para um grande número

de consumidores. Já realizamos esta

experiência e o resultado é incrível”,

conta o Rodrigo Kallas.

Em 2016, a mídia OOH possuía

um share de mercado dentro do bolo

publicitário de 1,9%. Hoje, de acordo

com pesquisa de 2019 do Cenp-Meios,

o setor atingiu o patamar de 10,7%.

Segundo a pesquisa os meios que mais

crescem hoje são o out of home e as

mídias sociais/digitais.

Além de trilhos a empresa está

presente em 25 estados onde possui

a concessão máster de publicidade a

ações promocionais em 28 aeroportos

brasileiros, mídia em mobiliário

urbano em 11 cidades, com destaque

para as placas de rua do Rio de Janeiro.

Empenas e FrontLight em mais de 10

estados, além da concessão máster

do porto marítimo de Manaus, um

dos principais meios de transporte da

região.

A Kallas Mídia OOH tem como

diferencial ser 100% brasileira, ser

especialista em compreender os brasileiros

e ter um portfólio de mais de 75

mil oportunidades de mídia em todo o

Brasil, diz Kallas.

Fotos: Divulgação

Revista Turismo & Negócios

23


MUDANÇA DE HÁBITOS

Dicas para nova abordagem

no setor de Turismo e Eventos

Ações de empatia, descontos e mestre de cerimônias virtual estão entre as opções

O novo coronavírus mudou hábitos

e fotinhas. O distanciamento social tem

se mostrado a melhor vacina contra

a doença, mas tem gerado impactos

na economia, forçando o mercado a

pensar em recriar a forma de abordagem

no mercado de Turismo e Eventos.

O cenário em todo o mundo é de eventos

adiados e encontros presenciais se

tornando soluções on-line, além da

impossibilidade de viagens e contatos

comerciais.

Pensando neste contexto, dez

sugestões podem ser adotadas para

uma nova abordagem no setor. Confira

a seguir:

Propor para clientes e prospecções

uma experiência de desenvolvimento

pessoal, por meio de webinars e eventos

sociais on-line. Propor um encontro

final da tarde com conteúdo voltado ao

desenvolvimento profissional;

Criar um mestre de cerimônias

virtual com o perfil da agência para

fazer visitas semanais via e-mail

marketing;

Estabelecer novo modelo de

precificação para eventos presenciais e

eventos híbridos;

Buscar novas parcerias com criadores

de conteúdo para eventos, designers

de apresentações na web, curadores

de conteúdo, profissionais/coachings

ensinando como falar pela webcam,

pessoas com experiência em marketing

digital;

Promover reuniões de negócios

com fornecedores buscando troca de

experiências em eventos, com foco em

ouvir cases de inovação já presenciados

por eles (que recebem eventos de vários

segmentos do mercado). Essa é uma

grande fonte de inspiração para receber

insights de mercado e recriar novas

propostas;

Pensar em pacotes de eventos com

desconto para pagamento em maio/

junho, com realização no período de

até um ano – um “vale evento”;

Promover uma ação solidária com

os clientes para estabelecer conexão

e empatia. Por exemplo: Adote um

Freelancer / Vaquinha solidária / Hotel

Tarifa Solidária;

Promover café virtual com os times

para proporcionar interação e gestão

remota;

Investir em criar uma rotina de

trabalho, incentivar as pausas, não

marcar reuniões on-line na hora do

almoço e pós-horário comercial;

Enviar boletins semanais para os

colaboradores, com dicas de entretenimento,

webinars, orientações de

relaxamento e incentivo aos exercícios

físicos.

DEPOIS DO GPS

Assentos infantis em carro

alugado são o diferencial

Quem quiser viajar com filhos

pequenos pode recorrer sem medo

às locadoras de veículos. Elas estão

preparadas para disponibilizar, a

partir da reserva, as cadeirinhas para

maior segurança das crianças no

banco traseiro.

Os opcionais oferecidos aos

usuários variam de locadora para

locadora, sendo os mais comuns

exatamente a cadeirinha e o GPS. “Em

relação a itens opcionais é importante

que o cliente consulte previamente a

locadora no momento da reserva”,

orienta Paulo Miguel Junior, presidente

do Conselho Nacional da Associação

Brasileira das Locadoras de

Automóveis (ABLA). “O ideal é que a

cadeirinha seja solicitada no momento

da reserva, inclusive para agilizar a

retirada do veículo”.

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Revista Turismo & Negócios

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OPINIÃO

Marta Rossi e

Eduardo Zorzanello

CEO’s da Rossi &

Zorzanello Feiras e

Empreendimentos

Procuramos reduzir

ao mínimo os impactos

da não realização dos

eventos, reforçando o

compromisso que temos com

a sociedade, fornecedores,

clientes, parceiros e

patrocinadores

Impacto do novo coronavírus

no setor de eventos

Enquanto empresa gramadense

que teve papel decisivo no incremento

e desenvolvimento turístico

de nosso município, nos solidarizamos

com o momento atual e agimos

com responsabilidade social. As

medidas de prevenção para combater

a pandemia do novo coronavírus

(Covid-19) são fundamentais para

garantir nosso principal ativo, a

vida. A saúde de nossa população e

visitantes é prioridade. Porém, sabemos

que tudo isso trará um impacto

inestimável para a economia global

e, consequentemente, para o setor

de eventos. Estamos há mais de três

décadas atuando neste mercado,

onde nos tornamos referência e

seguimos lutando pela reinvenção

da cadeia.

Por esse motivo, cancelamos

um de nossos eventos e transferimos

outros três para o segundo

semestre, acreditando que o cenário

esteja normalizado até lá. O

Chocofest na Magia da Páscoa,

que ocorreria em Nova Petrópolis/RS,

teve de ser cancelado

atendendo a recomendações de

saúde. Já o Fórum Gramado de

Estudos Turísticos, o Aluno Nota

10 e o Aniversário da Sociedade

Recreio Gramadense, realizados

em Gramado/RS, estão confirmados

para o segundo semestre

- assim como o FESTURIS, que

ocorrerá em novembro.

Procuramos reduzir ao mínimo

os impactos da não realização dos

eventos, reforçando o compromisso

que temos com a sociedade,

fornecedores, clientes, parceiros e

patrocinadores. O cancelamento

dos eventos do primeiro semestre é

tão difícil e trabalhoso quanto a sua

organização. Além disso, são dolorosos

e modificam todo um planejamento.

Mas, por outro lado, estamos

preservando vidas que, ali na frente,

serão essenciais para a retomada do

crescimento.

Temos certeza que faremos grandes

eventos neste ano. Viemos fortes

e preparados, pois são nas grandes

crises que surgem as grandes ideias

e soluções. A Feira Internacional de

Turismo de Gramado, nosso querido

FESTURIS, continuará contribuindo

decisivamente para o desenvolvimento

da atividade turística - tão

essencial para a recuperação da

economia brasileira. A guerra

travada contra o coronavírus fará

com que toda a cadeia do turismo se

reinvente, exigindo que todo mundo

ceda um pouco. Não devemos olhar

apenas para os nossos negócios, a

longevidade de todos depende do

esforço coletivo. Será um momento

de muita doação para conseguirmos

resolver o caos criado pela doença.

Com esta interrupção, o mundo

nos pede para parar, pensar e refletir.

Será um tempo de reconstrução,

mas, com o esforço e união de todos,

vamos vencer essa batalha. Estamos

convictos que o isolamento de hoje

nos aproximará amanhã. Gramado

sairá deste momento mais forte,

encantadora e certamente com

muitas novidades. Trabalho e capacidade

de se reinventar são duas das

características de nosso povo. Logo

queremos recebê-los novamente em

nossa linda cidade, com a ternura e o

calor humano de sempre.

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