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Turismo & Negócios 172

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Primitivos

Por outro lado, essas mesmas teses

climáticas explicam que outros humanos

primitivos, os que eram habitantes

das áreas tropicais do planeta, durante

todo o ano tinham de forma abundante

a caça, a pesca, grãos, hortaliças e frutas,

independentemente das estações. Esses

indivíduos não precisavam acumular e

não tinham necessidade de desenvolver

instrumentos ou técnicas de conservação,

tampouco precisavam se proteger

do frio: podiam, inclusive, andar nus,

sem qualquer proteção.

Nesse meio tempo, tão logo os

habitantes primitivos das terras mais

frias conseguiram desenvolver meios

terrestres e aquáticos de transporte,

começaram também a penetrar e a se

aventurar por territórios menos frios,

descobrindo que ali havia muito mais

facilidade e maior disponibilidade de

alimentos; eram bens que poderiam ser

coletados, trazidos até às terras frias

onde eles habitavam e lá acumulados.

Nesse ponto da história, percebemos

que foi muito provavelmente aqui que

se iniciaram os conflitos entre os povos

do frio e os povos dos trópicos: colonizações,

invasões, explorações predatórias

de diversas riquezas e a famigerada

prática da escravidão de humanos.

Não obstante, o objetivo desta breve

análise histórica é entendermos como a

acumulação de bens deu poder, riqueza

e fartura àqueles humanos primitivos

das terras frias, da mesma forma que

também os impeliram a desenvolver

novas técnicas que dotaram-nos de

ainda mais autonomia e mais poder

acumulativo, ou seja, de capital produtivo.

Eis então uma possível explicação

antropológica das origens do que

chamamos de “Capitalismo”.

Isso posto, vem a pergunta: se esse

comportamento humano é instintivo

e natural, onde está o nó górdio da

questão?

A resposta está na coletividade.

Como animal, o humano é dotado do

instinto de sobrevivência, mas também

é dotado de outros instintos que o

caracterizam como único ser racional

vivente neste planeta. O segundo mais

importante e basilar desses seus instintos

é a “Gregariedade”, comportamento

caracterizado pela necessidade de

viver em comunidade, de buscar ajuda

em seus semelhantes, de ajudar seus

semelhantes, de compartilhar meios e

opiniões, de demonstrar afeto, empatia,

amor, compaixão, proteção e solidariedade

como seu próximo.

Vida em comunidade

Em outras palavras, o humano

precisa estar em comunidade para

sobreviver - tanto material, quanto

emocionalmente - e para isso não pode

prescindir de cumprir regras de conduta

socialmente aceitáveis. Por exemplo,

se um humano impõe sofrimento a um

outro submetendo-o a condições de

miséria subserviente, explora-o impiedosamente

ou mesmo lhe ceifa a vida,

outros humanos sentirão compaixão,

indignação e revolta; a comunidade

buscará impedir aquele ato e protegerá o

indivíduo que esteja sendo acometido de

agressão e injustiça.

Será que vivemos numa comunidade

assim, onde muitas pessoas vivem em

condições de absoluta penúria, em estado

de miséria material, sendo exploradas

impiedosamente, sem segurança, sem

condições de tratar da saúde, sem direito

a ter uma educação que lhes permita

estarem inseridos competitivamente no

mercado de trabalho, sendo diariamente

achincalhadas sarcasticamente por

autoridades debochadas que se ocupam

apenas em saquear impunemente os

cofres públicos e desfrutar privilégios

absurdos que concedem a si próprios?

O autor do texto é Jorge Barros, Ph.D e CEO da SCBA

Propósitos espúrios

Alguém acredita que seja possível

manter um sistema desse funcionando

por muito tempo, mesmo tendo boa

parte da mídia como aliados, funcionando

para servir aos propósitos

espúrios dos interesses de grupos que

se instalaram criminosamente nos

poderes constituídos?

O comunismo é filho do capitalismo,

filho de uma gravidez indesejada.

Há uma relação causal direta

entre a prática abusiva do capitalismo,

aquilo que chamamos de “capitalismo

selvagem” e o surgimento de

movimentos sociais revoltosos de viés

ideológico comunista, nos quais se

propõe que a sociedade se reorganize

em torno de uma ideia socializante.

Os principais pilares dessa ideia são a

abolição da propriedade privada e a

criação de uma sociedade sem classes.

Essa relação de causalidade é real e

pode ser constatada cientificamente em

bibliografia farta. Sobre essa relação

causal entre capitalismo selvagem e

comunismo, eu gosto de recorrer à Lei

de Newton, lei que diz que “A toda

ação corresponde uma reação, de igual

intensidade e em sentido contrário”.

16 Revista Turismo & Negócios

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