GAZETA DIARIO 774
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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 16 de janeiro de 2019<br />
MORTES VIOLENTAS<br />
Aumenta em 20,54 % o número<br />
de homicídios em Foz do Iguaçu<br />
Cidade<br />
07<br />
Balanço divulgado pela Delegacia de Homicídios mostra que em 2018<br />
foram registrados 88 assassinatos na cidade; em 2017 foram 73 mortes<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Foz do Iguaçu encerrou<br />
o ano de 2018 com<br />
aumento de 20,54% no<br />
número de homicídios<br />
dolosos (quando há intenção<br />
de matar) em relação<br />
a 2017. Segundo o<br />
balanço divulgado na<br />
manhã de ontem (15)<br />
pela Delegacia de Homicídios<br />
(DH), no ano passado<br />
foram registrados<br />
88 crimes consumados,<br />
15 a mais que no ano<br />
anterior, quando foram<br />
contabilizadas 73 mortes<br />
violentas.<br />
O delegado da especializada,<br />
Walcely de Almeida,<br />
explicou que apesar<br />
do aumento significativo,<br />
o número está dentro<br />
da média e vem apresentando<br />
uma gradativa<br />
queda em comparação<br />
aos últimos seis anos.<br />
"Nós tivemos um ano<br />
mais violento em 2018,<br />
mas a tendência é de queda<br />
no número de homicídios<br />
em Foz. Fizemos um<br />
gráfico com o número de<br />
mortes registradas na cidade<br />
desde 2012, e ele<br />
mostra uma linha de redução,<br />
porém sempre há<br />
variações. Em alguns<br />
meses temos várias mortes,<br />
já em outros acontece<br />
de ter apenas um crime.<br />
A polícia faz o que<br />
pode, mas infelizmente<br />
não é possível zerar o índice",<br />
explicou Almeida.<br />
De acordo com o delegado,<br />
70% dos crimes<br />
já foram elucidados. As<br />
denúncias da população<br />
são de extrema importância<br />
para que esse índice<br />
cresça, pois é por<br />
meio delas que a polícia<br />
consegue chegar ao autor<br />
do homicídio. "Com<br />
o passar do tempo algumas<br />
perícias e diligências<br />
mais complexas vão<br />
chegando, e a gente consegue<br />
desvendar outros<br />
crimes mais antigos.<br />
Tem casos de 2012 que<br />
conseguimos relatar<br />
agora e indicar o possível<br />
autor do crime graças<br />
a essas informações<br />
novas", contou.<br />
Boa parte dos assassinatos<br />
em Foz está ligada<br />
a outros crimes, especialmente<br />
o tráfico de drogas<br />
e roubos. "A grande<br />
maioria dos homicídios<br />
em Foz tem um vínculo<br />
direto com a criminalidade.<br />
Vemos muitos casos<br />
ligados ao tráfico, principalmente<br />
envolvendo pessoas<br />
que são usuárias.<br />
Percebemos que é preciso<br />
combater esses outros crimes<br />
de maneira geral para<br />
que o número de homicídios<br />
também possa ser<br />
reduzido", disse o delegado<br />
Walcely de Almeida.<br />
A idade das vítimas<br />
varia bastante, mas em<br />
geral não foge muito à<br />
faixa etária dos 17 aos 35<br />
anos. "A vinculação maior<br />
que temos são de adultos.<br />
Aqui em Foz, o número<br />
de assassinatos<br />
com vítimas adolescentes<br />
não é tão alto. Também<br />
não há regiões específicas<br />
onde a criminalidade<br />
é maior, as ocorrências<br />
estão bastante<br />
espalhadas pela cidade.<br />
Algumas vezes percebemos<br />
casos mais recorrentes<br />
em uma determinada<br />
região, mas são ocorrências<br />
isoladas e não significam<br />
que o local é<br />
mais ou menos violento",<br />
explicou o delegado.<br />
Armas de fogo<br />
O presidente Jair Bolsonaro<br />
assinou, na tarde<br />
de ontem (15), um decreto<br />
que facilita a posse de<br />
armas de fogo no Brasil.<br />
Questionado, o titular<br />
da Delegacia de Homicídios<br />
em Foz disse<br />
que, mesmo em uma região<br />
de fronteira com o<br />
Paraguai, onde é mais<br />
fácil a compra de uma<br />
arma, a decisão não representa<br />
um risco ao<br />
aumento no número de<br />
assassinatos.<br />
"A maioria dos homicídios<br />
registrados em<br />
Foz ocorre por arma de<br />
fogo, porém nenhuma<br />
delas é legalizada, então<br />
acredito que não vá<br />
mudar nada. Se pegarmos<br />
uma estatística<br />
mundial, vemos que há<br />
lugares onde há uma<br />
grande quantidade de<br />
armas e poucas mortes<br />
e outros locais onde o<br />
número de armas é bem<br />
menor e o número de<br />
assassinatos é superior,<br />
então é bem controverso",<br />
disse o delegado<br />
Walcely de Almeida.<br />
Média Nacional<br />
O número de assassinatos<br />
em Foz do Iguaçu<br />
está na média nacional,<br />
com cerca de 30 crimes<br />
para cada cem mil<br />
habitantes. De acordo<br />
A maioria dos assassinatos registrados em Foz é<br />
cometida com o uso de arma de fogo<br />
com o Atlas da Violência<br />
de 2018, produzido pelo Instituto<br />
de Pesquisa Econômica<br />
Aplicada (IPEA) e o<br />
Fórum Brasileiro de Segurança<br />
Pública (FBSP), em<br />
2016 foram cometidos<br />
62.517 assassinatos no<br />
Brasil. O número coloca<br />
o país em um patamar 30<br />
vezes maior que o da Europa.<br />
Só na última década,<br />
553 mil brasileiros<br />
perderam a vida por morte<br />
violenta, um total de<br />
153 mortes por dia.<br />
Foto: Tribuna Popular