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Jornal Mãos Unidas - Março/Abril 2019

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Temos que ir sempre à fonte, ao princípio e fundamento da vida, da fé, da esperança,<br />

da caridade. E essa fonte é o Amor. Deus, como escreveu S. João na sua Primeira Carta<br />

(4, 8), é Amor, fonte divina de toda a graça, de toda a comunhão e unidade, de toda a<br />

paz e alegria. Deus, que é Amor, só quer e sabe amar. Jesus veio revelar em palavras e<br />

gestos o amor trinitário. Toda a sua vida como Verbo encarnado, Jesus de Nazaré, foi o<br />

Amor a amar com coração humano. Cada página do Evangelho, desde a Encarnação<br />

até à Ascensão, nos revela o amor de Jesus. Amor que se revela na sua oração, nos seus<br />

discursos, nos seus milagres, no seu perdão, na ternura com as crianças, nas lágrimas<br />

que chorou, na pobreza que viveu, nos insultos que sofreu, na fome e sede que passou,<br />

etc. Mas sobretudo no tríduo pascal revela-se a mais eloquente prova do seu amor, o<br />

triunfo sobre o mal, a vitória sobre o pecado, a fonte inesgotável do amor, simbolizado<br />

no seu Coração aberto.<br />

Desde a Quinta-feira Santa, com o lava-pés, em gesto humilde do Mestre e Senhor que<br />

Se ajoelha e lava os pés, a instituição da Eucaristia e da Ordem e a oração sacerdotal,<br />

passando pela Sexta-feira Santa, com a Paixão que termina na Crucifixão e Morte, com<br />

o grito da misericórdia, com o perdão ao bom ladrão, com a sede que revela, com o<br />

abandono com que morre entregando-Se ao Pai, com a vida entregue e o sangue<br />

derramado, com o seu Coração aberto pela lança do soldado, até à Ressurreição em<br />

Domingo de Páscoa, sendo fonte de paz e alegria, de vida nova, de amor renovado, de<br />

contínua presença de muitos modos, pois está Vivo... o tríduo pascal faz-nos contemplar<br />

toda a riqueza deste amor, o tríduo revela-nos o triunfo do amor da Trindade.<br />

O tempo pascal coloca diante de nós as diversas aparições do Ressuscitado, a<br />

Ascensão, a descida do Espírito em línguas de fogo, no dia de Pentecostes, como<br />

também os primeiros discursos, os primeiros milagres feitos pelos apóstolos, as primeiras<br />

conversões, o início da expansão da Igreja. Faz-nos conhecer melhor e contemplar a<br />

vida das comunidades primitivas, a conversão e o apostolado de S. Paulo, o martírio<br />

dos primeiros cristãos, o primeiro Concílio em Jerusalém. As testemunhas da vida,<br />

morte e ressurreição de Jesus começam a sua entrega a Ele e ao apostolado, vivem<br />

a paixão pela Igreja, desejam dar a conhecer o seu Senhor e Redentor, vivo e glorioso.<br />

Tempo pascal com vivências maravilhosas de alegria, de paz, de anúncio audacioso e<br />

apaixonado. Aqui se deve centrar a Igreja de hoje para viver a esperança de um mundo<br />

novo, mais pacífico, mais alegre, mais fraterno e mais justo. O amor pascal transformará<br />

o mundo e converterá a vida das pessoas, das famílias, das comunidades, da Igreja e da<br />

Humanidade. No amor e no tempo pascal, até ao Pentecostes, prolongado na vivência<br />

da Igreja até hoje, continua em nós e nas nossas comunidades o amor louco vivido por<br />

Jesus no tríduo pascal.<br />

Somos cristãos e cristãs que, individualmente, em família e comunidades, vivemos hoje,<br />

de muitos modos, o mistério pascal, na nossa vida eucarística e sacerdotal, no lavapés<br />

quotidiano e no pão repartido, na ceia celebrada, na caridade vivida; vivemo-lo<br />

na dor e na cruz levadas com amor e oferecidas pela salvação do mundo sempre em<br />

mistério de Sexta-feira Santa, alegrando-nos em nos identificarmos com o Mestre; e em<br />

alegria de Páscoa, tornando presente o Ressuscitado na fé que vivemos, na esperança<br />

que semeamos, na paz, na alegria e na caridade que acalentamos no coração e<br />

distribuímos pelos outros. Nascemos na manhã de Páscoa e queremos viver em atitude<br />

pascal cada momento da vida quotidiana. Somos seres pascais, homens e mulheres<br />

pascais, alimentando-nos do Cordeiro pascal e querendo dar-nos à sua semelhança, o<br />

Cordeiro imolado na Cruz, para que o mundo tenha a vida nova do Senhor Ressuscitado,<br />

para continuarmos a proclamar: «honra, louvor e glória ao Cordeiro». A Eucaristia é<br />

atualização contínua da Ceia, da Cruz, da vitória pascal.<br />

<strong>Jornal</strong> MÃOS UNIDAS março/abril ’19<br />

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