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Foz do Iguaçu, segunda-feira, 22 de abril de 2019<br />
Cidade<br />
05<br />
MANIFESTAÇÃO<br />
Evento em Foz pediu o fim da violência<br />
contra agentes da segurança pública<br />
Ação foi realizada na tarde de sábado (20), na Praça do Mitre, e contou<br />
com a participação de policiais militares, civis e federais<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Representantes das polícias<br />
Militar, Civil, Federal,<br />
Rodoviária Federal, Guarda<br />
Municipal e outras equipes<br />
de segurança de Foz do<br />
Iguaçu se reuniram, na tarde<br />
desse sábado (20), em<br />
manifestação pelo fim da<br />
violência contra policiais<br />
em todo o país. Acompanhados<br />
de familiares e amigos,<br />
eles ocuparam a Praça<br />
do Mitre, na região central<br />
da cidade, onde estenderam<br />
faixas, fizeram orações e<br />
acenderam velas em homenagem<br />
aos colegas de farda<br />
que morreram no exercício<br />
da profissão.<br />
Este é o segundo ano em<br />
que o protesto pacífico é realizado<br />
em Foz. A iniciativa faz<br />
parte da campanha nacional<br />
"Apoie quem te protege, mesmo<br />
com o risco da própria vida", criada<br />
em fevereiro de 2017.<br />
A programação deste ano<br />
reuniu mais de 150 pessoas,<br />
entre policiais, servidores<br />
públicos, alunos da rede pública<br />
de ensino e simpatizantes<br />
da causa. Vestindo camisetas<br />
pretas com o logo da<br />
campanha, os manifestantes<br />
leram cartas e cantaram junto<br />
com os amigos.<br />
Em um dos depoimentos,<br />
a esposa do militar Fábio<br />
Pacífico, morto por criminosos<br />
em um confronto policial<br />
em Guaíra, emocionou o<br />
público ao relembrar a convivência<br />
com o marido e os<br />
Alunos de projeto desenvolvido pela PM<br />
participaram da manifestação<br />
desafios da perda. "Há um<br />
ano e um mês atrás enquanto<br />
eu dormia, o meu chão<br />
desabava e mal sabia eu que<br />
ao acordar minha vida mudaria<br />
drasticamente. Grávida<br />
de seis meses, passei pelo<br />
pior momento da minha<br />
vida ao ouvir o médico dizer<br />
que meu marido havia falecido.<br />
Quem conheceu meu<br />
marido sempre soube que<br />
dava a própria vida para defender<br />
a sociedade, mas nunca<br />
imaginamos que o pior<br />
pode acontecer com nós ou<br />
quem mais amamos", contou<br />
Camila Abegg Blasi.<br />
Agradecimentos<br />
Em meio à comoção dos presentes,<br />
Camila terminou o relato fazendo um<br />
agradecimento a todos os agentes de<br />
segurança pública. "Nossos policiais todos<br />
os dias veem situações críticas e não<br />
podem se abalar, precisam se manter<br />
fortes para atender situações onde pais<br />
matam filhos, filhos matam pais... Não<br />
uso o que aconteceu para me fazer de<br />
vítima, tenho hoje aqui a oportunidade de<br />
transformar pensamentos e vidas. Deus<br />
me deu forças para lutar com vocês em<br />
uma causa que é nossa. O meu guerreiro<br />
se foi, assim como vocês já devem ter<br />
perdido vários colegas, mas peço que a<br />
morte dele não tenha sido algo que seja<br />
esquecido, mas que ele tenha feito a<br />
diferença na vida de cada um", finalizou.<br />
Além dos depoimentos, o encontro contou<br />
com palestras, atrações culturais e shows<br />
gratuitos. O cantor Guto Rezende abriu o<br />
evento com voz e violão. Em seguida se<br />
apresentaram a banda Cowboys do<br />
Asfalto, Grupo de Dança Arrasta Pé, roda<br />
de capoeira e Banda da Guarda Mirim.<br />
Ao final, a organizadora da manifestação,<br />
soldado da Polícia Militar Scheila Melo,<br />
agradeceu a participação popular e falou<br />
sobre a importância da ação. "Essa<br />
situação na qual agentes de segurança<br />
pública morrem em razão da sua função<br />
não pode ser vista como normal, por isso<br />
chamamos a sociedade para nos ajudar a<br />
demonstrar uma comoção, um carinho<br />
com quem ajuda a proteger e,<br />
principalmente, demonstrar que não<br />
queremos que mais profissionais morram<br />
da forma como está ocorrendo", destacou.