GAZETA DIARIO 856
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08 Geral Foz do Iguaçu, sexta-feira, 26 de abril de 2019<br />
Fábio Campana<br />
Jogo bruto na caserna<br />
Um jogo marcado por acusações mútuas,<br />
perseguições, traições e ranger de dentes. A<br />
eleição realizada ontem na AMAI (Associação dos<br />
militares ativos, inativos e pensionistas da Polícia<br />
Militar do Paraná) está rendendo mais do que<br />
especulações decorrentes do pleito eleitoral.<br />
A abertura de um Inquérito Policial Militar, pelo<br />
atual Comandante-Geral, coronel Péricles de<br />
Matos, contra o ex-Comandante Coronel<br />
Mauricio Tortato, abriu um conflito entre o alto<br />
comando e as demais associações e oficiais da<br />
Reserva Remunerada. Na tropa, a ação também<br />
soou muito mal, pois Tortato guarda muitos<br />
admiradores na ativa.<br />
O inquérito seria para apurar irregularidades<br />
denunciadas pelo presidente da AMAI, Cel<br />
Furquim. Ocorre que todas as denúncias são<br />
"requentadas". Todas as queixas do Presidente<br />
da associação já haviam sido objetos de<br />
apuração pelos Promotores de Justiça do<br />
Patrimônio Público e pela Justiça Militar Estadual,<br />
sendo arquivadas há mais de um ano, por<br />
improcedência.<br />
Negócios da China<br />
O governador Carlos Massa Ratinho Junior<br />
apresentou na quarta-feira (24), em Xangai, os<br />
projetos de infraestrutura do Paraná a<br />
executivos da China Communication<br />
Construction Company (CCCC), grupo<br />
empresarial que opera diversos ativos de<br />
infraestrutura, incluindo rodovias, ferrovias,<br />
metrôs, portos e aeroportos. O governador<br />
lidera uma missão internacional ao país asiático<br />
que segue até esta sexta-feira (26).<br />
Bolsonaro versus Mourão<br />
O fogo amigo continua alto no Palácio do<br />
Planalto. Embora o presidente Jair Bolsonaro<br />
peça mais sintonia e menos ruído na equipe, nos<br />
bastidores ele também critica o vice Hamilton<br />
Mourão. Pouco antes de a nova ofensiva contra<br />
Mourão vir à tona, o próprio presidente fez<br />
reparos à atuação do general, durante um voo<br />
de Brasília para o Rio, em conversa com<br />
senadores e um deputado. A impressão de<br />
passageiros daquela comitiva foi a de que, para<br />
Bolsonaro, Mourão se movimenta como uma<br />
espécie de presidente paralelo, mais interessado<br />
em holofotes.<br />
Multa para Loures<br />
O Tribunal de Contas da União condenou<br />
Rodrigo Rocha Loures, pai do ex-deputado<br />
aliado de Michel Temer que apareceu em<br />
filmagem da polícia correndo com uma mala de<br />
dinheiro da JBS, a multa de R$ 4,6 milhões por má<br />
gestão do Sesi do Paraná no ano de 2004.<br />
Marajás vetados<br />
Acionistas da Sanepar negaram o aumento de<br />
12,2% na remuneração dos diretores, membros<br />
de conselhos e de comitês em assembleia geral<br />
realizada nesta quarta-feira (24), em Curitiba. De<br />
acordo com a proposta da administração, que foi<br />
vetada, a remuneração anual total destes<br />
executivos aumentaria dos atuais<br />
R$13.918.443,49 para R$ 15.622.434,79.<br />
Esperando o Supremo<br />
Após oito anos e três meses, o Supremo Tribunal<br />
Federal (STF) colocou na pauta desta quarta-feira<br />
(24), em votação extraordinária, a Ação Direta de<br />
Inconstitucionalidade, proposta pelo Conselho<br />
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil<br />
(OAB), contra a aposentadoria vitalícia de exgovernadores<br />
no estado do Paraná. O tema<br />
também está sendo tratado na Assembleia<br />
Legislativa Paraná (ALEP) através da Proposta de<br />
Emenda à Constituição (PEC) 01/2019,<br />
apresentada pelo Poder Executivo.<br />
PROTESTO<br />
Paraguai vive dia agitado contra<br />
sistema de votação e corrupção<br />
Manifestantes quebraram grades do Congresso e seguiram ao Palácio<br />
do Governo, sendo recebidos com balas de borracha e bombas de gás<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
O Paraguai viveu um<br />
dia de grande agitação<br />
com protestos populares<br />
e reação policial nas principais<br />
cidades, especialmente<br />
em Assunção e<br />
Ciudad del Este. Os manifestantes<br />
queriam o fim<br />
do sistema de votação por<br />
listas fechadas e aproveitaram<br />
para protestar contra<br />
a corrupção.<br />
Por volta das 8 horas,<br />
os manifestantes já se<br />
concentravam em frente<br />
ao Senado da República<br />
em favor de um projeto<br />
do polêmico senador Paraguayo<br />
Cubas. O projeto<br />
pede o fim das listas<br />
fechadas para votação<br />
nas eleições internas e<br />
gerais. As chamadas<br />
"listas sábanas" permitem<br />
que os candidatos fiquem<br />
acobertados nos<br />
partidos políticos e o eleitor<br />
acaba votando em<br />
uma lista, e não em pessoas.<br />
Faixas e cartazes tomaram<br />
conta da rua em<br />
frente ao Senado. Diversos<br />
manifestantes contrários<br />
ao governo aproveitaram<br />
para protestar<br />
contra a "corrupção generalizada"<br />
no país.<br />
A votação no Senado<br />
começou por volta das 9<br />
horas. Os manifestantes<br />
a favor do desbloqueio e<br />
Fotos: ABC<br />
contrários à lista fechada<br />
chegaram a quebrar as<br />
grades que impediam o<br />
acesso ao Senado. O tumulto<br />
foi generalizado.<br />
De nada adiantou o<br />
protesto das centenas de<br />
pessoas. Por 32 votos<br />
contra oito, o projeto de<br />
Paraguayo Cubas foi rejeitado<br />
e deverá ser analisado<br />
pela Câmara dos<br />
Deputados, que não tem<br />
nenhum interesse em sua<br />
aprovação.<br />
Manifestantes incendiaram pneus na Rua 7,<br />
prejudicando o trânsito<br />
Uma estudante foi ferida com bala de borracha<br />
no Palácio do Governo<br />
Enfrentamento<br />
Terminada a votação<br />
no Senado, os manifestantes<br />
dirigiram-se ao<br />
Panteão dos Heróis, onde<br />
promoveram muita algazarra<br />
contra autoridades.<br />
Não satisfeitos, seguiram<br />
as indicações do senador<br />
Paraguayo Cubas e marcharam<br />
em direção ao<br />
Palácio do Governo para<br />
protestar contra o presidente<br />
Mário Abdo Benítez,<br />
o Marito.<br />
Ao chegar às proximidades<br />
do palácio, o grupo<br />
foi rechaçado por policiais<br />
e militares. A<br />
confusão foi muito grande.<br />
Os manifestantes tiveram<br />
de recuar, mas logo<br />
em seguida se reagruparam<br />
e avançaram em direção<br />
ao palácio. Foi então<br />
que teve início a pancadaria.<br />
As forças policiais dispararam<br />
muitos tiros<br />
com balas de borracha e<br />
bombas de gás lacrimogêneo.<br />
Algumas pessoas ficaram<br />
feridas, outras desmaiaram<br />
e foram socorridas<br />
por colegas e profissionais<br />
da saúde que estavam<br />
de plantão.<br />
O policiamento foi reforçado<br />
com a chegada do<br />
Esquadrão Antidistúrbios<br />
e da Polícia Montada.<br />
Os tumultos prosseguiram<br />
e até mesmo alguns<br />
jornalistas foram atingidos<br />
por garrafas de água.<br />
A calmaria somente voltou<br />
depois de quatro horas<br />
de enfrentamento.<br />
Votação eletrônica<br />
O sistema eletrônico<br />
de votação também foi<br />
objeto de discussão entre<br />
os senadores. Ao final da<br />
sessão ficou acertado que<br />
a decisão caberá à Justiça<br />
Eleitoral.<br />
Participantes derrubaram as grades em frente ao<br />
Congresso Nacional<br />
Protesto em Ciudad del Este<br />
O protesto em torno do polêmico projeto reuniu cerca<br />
de 200 pessoas em Ciudad del Este. Elas fecharam a<br />
Rota 7, no quilômetro 10, e protestaram contra<br />
senadores e deputados que insistem em manter a lista<br />
fechada nas eleições primárias e gerais.<br />
O fechamento ocorreu por volta das 13 horas e<br />
prejudicou ainda mais o trânsito caótico da capital de<br />
Alto Paraná, formando longas filas de carros e<br />
caminhões. Motoristas a favor do projeto promoveram<br />
um buzinaço. Quem precisava trabalhar xingava os<br />
manifestantes.<br />
O protesto durou poucas horas e atingiu também<br />
políticos corruptos que fazem uso do dinheiro público<br />
para fins particulares. Os principais alvos foram o<br />
senador Javier Zacarías Irún e sua esposa, a<br />
ex-prefeita Sandra Zacarías.