GAZETA DIARIO 866

Foz do Iguaçu, quinta-feira, 9 de maio de 2019
BRASÍLIA
Legalização de jogos pode gerar 650
Política
05
mil empregos diretos, diz Vermelho
Deputado participou ontem do lançamento da Frente Parlamentar
Mista pela aprovação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil
Adelino de Souza
Freelancer
Formada por 196 deputados
e sete senadores, foi lançada
ontem na Câmara Federal
a Frente Parlamentar
Mista pela Legalização dos
Jogos no Brasil. O projeto
tramita na Câmara e no Senado
e deverá, em breve, ser
submetido ao plenário.
Ao participar do lançamento
da frente, o deputado
Vermelho disse ontem (8)
que o projeto poderá gerar
cerca de 650 mil empregos
no Brasil. "Quem é o pai de
família que não quer um emprego
nesse país com quase
14 milhões de desempregados?
Vejo na minha cidade
e no meu estado a necessidade
de se criar novos postos
de trabalho, e isso depende
de nós, parlamentares,
que precisamos levar
adiante esse projeto."
Vermelho, que também é
presidente da Subcomissão
de Turismo para a regularização
dos jogos, citou pesquisa
de entidades que estudam
o jogo. "Segundo estatísticas,
o Brasil deixa de
arrecadar entre R$ 16 a R$
18 bilhões por ano pela falta
de regulamentação dos
jogos", disse o deputado.
Vermelho defende a legalização dos jogos no lançamento da frente em Brasília
Para ele, a cadeia produtiva
também seria beneficiada,
gerando empregos para taxistas,
motoristas de vans,
garçons e trabalhadores em
hotéis.
O mercado dos jogos nos
Estados Unidos, só para citar
um exemplo, gera 1,7
milhão de empregos/ano e
movimenta US$ 74 bilhões/
ano. Dos países signatários
da ONU, 75,5% autorizam
bingos e/ou cassinos.
Todos os dados são do Instituto
Jogo Legal.
"O brasileiro não está
impedido de jogar, pelo contrário,
o brasileiro joga, e
joga muito, joga nas loterias
oficiais bancadas pelo governo,
20 milhões de brasileiros
apostam diariamente no jogo
do bicho, milhões estão aí
nos jogos on-lines, outro número
muito grande está no
bingo, enfim, os brasileiros
não estão impedidos de jogar,
o governo brasileiro é que
está impedido de arrecadar",
enfatizou o deputado Eduardo
Bacelar, presidente da
frente.
Representante do Instituto
Brasileiro Jogo Legal,
Magno José de Souza declarou
que "o mundo trata o
jogo como uma indústria, e
aqui no Brasil é tratado
como se fosse droga ou
aborto. Essa frente que estamos
lançando hoje tem o
dever de desmistificar essa
questão, porque temos uma
legislação atrasada e antiquada.
É preciso remover
esse ranço ideológico". Para
ele, é preciso fazer uma campanha,
porque em todos esses
anos de ilegalidade se
criou uma aura negativa.
O Brasil está exportando jogadores
para o mundo
Mais de 200 mil
brasileiros saem do
país para jogar
O deputado Vermelho afirmou que os
dados apresentados pelo Instituto Jogo
Legal revelam que todos os meses 200
mil brasileiros saem do país para jogar
em cassinos de todo o mundo. "Só para
Las Vegas, vão cerca de 150 mil por ano,
e 70% dos apostadores nos cassinos
uruguaios são brasileiros." Ou seja, o
Brasil está exportando jogadores,
consumo, dividendos e divisas, que
poderiam permanecer aqui caso os
cassinos fossem legalizados.
"A falta de um marco regulatório na
área de jogos leva os brasileiros a
apostarem nos cassinos da América do
Sul, principalmente no Uruguai,
Argentina e Paraguai. Agentes
credenciados por cassinos do Mercosul
levam jogadores brasileiros para se
hospedarem nos hotéis-cassinos destes
países", aponta estudo do instituto.
Jogos ilegais movimentam
R$ 18,9 bilhões
A legislação proibitiva não alterou o
cenário de ilegalidade do jogo no Brasil,
que movimenta anualmente em apostas
clandestinas mais de R$ 18,9 bilhões.
"Isso significa que o jogo ilegal
movimenta quase o dobro que os
R$ 12,1 bilhões dos jogos oficiais, se
somados os R$ 11,4 bilhões das loterias
da Caixa Econômica Federal, R$ 400
milhões das loterias estaduais e R$ 300
milhões do turfe, sem nenhuma
contrapartida destes recursos para o
Estado e para a sociedade", explicou
Magno José de Sousa.