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O Poder, portanto, é um ato relacional, pois precisa de duas partes<br />
para que exista. Joseph Nye, cientista político norte-americano, desenvolveu<br />
a teoria de Hard Power e Soft Power onde o primeiro consiste na<br />
coerção por meio de forças econômicas ou militares, e o segundo, ideia de cooperação<br />
ou cooptação por meio de Política Externa, cultura ou valores políticos.<br />
Nye, em sua obra, “Soft Power: The Means To Success In World Politics”<br />
apresenta o conceito de uma habilidade utilizada por um Estado<br />
de influenciar o comportamento ou interesses de outros atores internacionais<br />
através de sua cultura, educação, língua, diplomacia, estabilidade<br />
econômica e governo. Esse significado de poder é definido pelo termo soft power:<br />
É a capacidade de obter o que você quer através da<br />
atração, em vez da coerção ou dos pagamentos. Surgem<br />
da atratividade da cultura, ideais políticos e políticas<br />
de um país. Quando nossas políticas são vistas como<br />
legítimas aos olhos dos outros, nosso soft power (poder<br />
brando) é reforçado.” (NYE, 2004, p. 10).<br />
A partir dessa concepção de poder de sedução, que o governo da Coreia<br />
do Sul passou a investir, na década de 90, em políticas de exportação cultural, levando<br />
aos outros países não apenas a sua indústria musical ou cosmética, por exemplo, mas<br />
toda a visão de um estilo de vida sul coreano, com o objetivo, é claro, de poderio econômico.<br />
Hallyu: a onda coreana.<br />
A onda Hallyu é um termo usado para se referir ao crescimento impressionante<br />
da popularização da cultura da Coreia do Sul ao redor do mundo englobando<br />
tudo da música, filmes, séries e jogos online. Esse conceito foi desenvolvido ao fim dos<br />
anos 90, por jornalistas chineses surpresos com o sucesso da cultura e do entretenimento<br />
coreano em seu país. Suas três principais bases são: a música pop (conhecida<br />
como k-pop – Korean pop); as novelas/minisséries televisivas (chamadas na Ásia de<br />
dramas – as coreanas são os k-dramas); e o cinema (a Hallyuwood ou os k-movies).<br />
Pode-se dizer que a Hallyu surgiu no fim dos anos ’90. Nesse tempo, a<br />
cultura pop da Coreia do Sul começou a se espalhar pelos outros países da<br />
Ásia, como Coreia do Norte, China, Japão, Taiwan e Hong Kong. A febre sul-<br />
-coreana chamou a atenção da mídia, e a Hallyu tornou-se cada vez mais popular.<br />
Com a expansão da internet, expandiu-se também o alcance dessa<br />
onda, abarcando territórios como a Europa, Américas e até mesmo a África.<br />
. Na Coreia do Sul, a Hallyu tem grande impacto na economia do país, de forma<br />
direta – com o lucro da exportação de músicas, filmes e dramas – e indireta – como<br />
o aumento do turismo. Além disso, também tem colaborado para a força política e<br />
o reconhecimento internacional do país. É possível perceber, nesse sentido, como o<br />
Estado tem utilizado esta ferramenta para se promover e construir o seu soft power.