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K-pop e a indústria cultural Sul Coreana: uma análise aplicada ao conceito de Soft Power. K-pop and the South Korean cultural industry: an analysis applied to the concept of Soft Power. Adriana Sarzi* Universidade Federal de Santa Maria Gustavo Ouriques** Universidade Federal de Santa Maria O presente artigo busca analisar e compreender como a indústria cultural Sul-Coreana, em especial, a música pop (K-pop) tem conquistado um papel importante no cenário internacional, construindo seu Soft Power a partir da disseminação do ativismo de fã e da propagação de ideias e conteúdos. Para tanto utilizamos do método de pesquisa bibliográfica para analisar conceitos e dados a respeito da questão. Como resultado, concluímos com a pesquisa que de fato a Coreia do Sul tem adotado medidas de exportação de sua cultura para construir desta forma seu soft power e conseguir poderio econômico; além disso, concordamos que o tema supracitado é deveras interessante como objeto de pesquisa no mundo atual, globalizado e de forte conexão entre os consumidores das diversas formas de culturas, mas que no entanto, não há uma gama de análises que disserte a respeito, nesse sentido, vemos que as pesquisas nesse ramo careceriam de segmento teórico. Palavras-chave: Soft Power; ativismo de fã; indústria cultural; Coreia do Sul. Resumo Abstract This article seeks to analyze and understand how the South Korean cultural industry, especially pop music (K-pop), has gained an important role in the international scene, building its Soft Power from the dissemination of fan activism and the propagation of ideas and contents. For this we use the method of bibliographic research to analyze concepts and data about the issue. As a result, we conclude from the research that South Korea has in fact taken steps to export its culture to build its soft power and achieve economic power; furthermore, we agree that the aforementioned topic is indeed interesting as an object of research in today's globalized world, with a strong connection between the consumers of the various forms of culture, but there is not a range of analyzes that discuss on the subject, In this sense, we observed that research in this field would lack theoretical segment. Keywords: Soft Power; fan activism; cultural industry; South Korea.
Introdução A linha tênue entre a apropriação cultural e o consumo de culturas estrangeiras pode ser observado no âmbito econômico-financeiro da apropriação e do lado não monetário do consumo por fãs. O consumo de culturas orientais por moradores do ocidente, mais especificamente o K-POP, é tema de discussões sobre as formas de inserção, consumo e promoção do que vem a ser a música popular coreana pelos grupos de fãs e o impacto político-econômico resultante desse massivo consumo na Coreia do Sul. A criação de políticas externas Sul-Coreana no final dos anos 90 deu início a uma série de interposições culturais no âmbito continental e de forma gradativa e eficiente no mundial. Essa gradativa inserção é caracterizada pela estratégia política que chamamos de Soft Power (NYE, 2004), o qual pode ser explicado por pequenos passos adotados pelos países para a difusão de sua cultura, educação e língua a fim de influenciar o interesse e/ou comportamento de outrem. Essas estratégias políticas tiveram sucesso ao grandes empresas de entretenimento investirem na produção e promoção de música popular (K-POP), novelas e filmes coreanos, que vieram a se popularizar globalmente após uma década. A popularização da cultura Sul-Coreana e seu consumo (AMARAL, 2016), é caracterizado pelo termo Hallyu, ou onda coreana, que pode ser percebida em grupos de fãs (fandoms) e o massivo consumo, divulgação e remixagem do K-POP nas redes sociais digitais, onde está inserido seu maior público, os chamados fandoms transculturais, que são responsáveis por sua promoção e propagação. Soft Power e a atração cultural A busca pelo poder, e a sua manutenção, foi sempre um fato recorrente na história da humanidade: seja por conflitos armados como nas duas Grandes Guerras; pela posse de territórios como nas expansões marítimas e a Colonização das Américas e da África; ou até pela disseminação de ideias como ocorreu durante a Guerra Fria, entre Estados Unidos e União Soviética. Nesse sentido, pode-se observar que “poder” não é algo dotado de um único significado conceitual, pode-se haver dominação de um para outro de diferentes formas. Bobbio define poder como sendo a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos, podendo ser tanto referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (BOBBIO, 1976). Essa concepção define o que podemos chamar de “poder social” do qual diz respeito à vida dos seres humanos em sociedade, tratando das relações sociais estabelecidas entre eles. A soberania dos Estados consiste na ausência de um poder supranacional que possa comandar e exercer poder sobre estes. Para tanto, a legitimação e o reconhecimento deste poderio Estatal vem do que o Rousseau teorizou como o “Contrato Social”, onde os indivíduos renunciam da sua soberania individual para institucionalizar o poder e garantir os direitos e a segurança de todos (ROUSSE- AU,1762). Nesse sentido, o Estado é detentor legítimo do uso da força coercitiva.
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