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Edição 11 - Revista Winner ABC

Matéria Especial com André Sá. Não perca! Revista Winner ABC é a revista de tênis da sua região. Aqui você encontra dicas sobre saúde, prevenção de lesões, torneio, técnicas e muito mais.

Matéria Especial com André Sá. Não perca!
Revista Winner ABC é a revista de tênis da sua região. Aqui você encontra dicas sobre saúde, prevenção de lesões, torneio, técnicas e muito mais.

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A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />

Distribuição gratuita<br />

ANO 3 • EDIÇÃO <strong>11</strong> • OUT. / NOV. / DEZ. 2018<br />

O cara das<br />

DUPLAS<br />

André Sá lembra como abriu<br />

as portas para compatriotas<br />

e revela segredos de uma<br />

dupla de sucesso no tênis<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 1


salsanova<br />

DESDE<br />

1962<br />

Raquete com DNA<br />

da A Esportiva<br />

nunca paga o<br />

encordoamento.<br />

DNA<br />

Ao adquirir uma raquete performance na<br />

A Esportiva do Shopping <strong>ABC</strong>, você ganha<br />

encordoamento vitalício gratuito (custo da<br />

mão de obra).<br />

As raquetes performance que fazem parte<br />

do programa são identificadas com selo<br />

holográfico de originalidade em seus aros, o<br />

DNA da A Esportiva.<br />

Fique por dentro:<br />

Se a raquete tiver o DNA da A Esportiva, não<br />

haverá custo da mão de obra. Você pagará<br />

apenas a corda*.<br />

*Adquirindo a corda na A Esportiva.<br />

Oferta válida somente nas filiais onde temos máquina de<br />

encordoamento.<br />

shopping.abc@aesportiva.com.br<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 4992-44<strong>11</strong> - WhatsApp (<strong>11</strong>) 9 4709-3723<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 2<br />

SANTO ANDRÉ • SÃO SANTO BERNARDO ANDRÉ DO • CAMPO SÃO BERNARDO • SÃO JOSÉ DO DOS CAMPO CAMPOS • TAUBATÉ • TAUBATÉ • SANTOS • SANTOS • SÃO • SÃO VICENTE VICENTE • CAMPINAS • CAMPINAS • BRASÍLIA • RIBEIRÃO PRETO • BRASÍLIA


Expediente<br />

A <strong>Revista</strong> WINNER é o veículo de<br />

divulgação do esporte para o Grande<br />

<strong>ABC</strong>, direcionada aos esportistas<br />

e empresários da região, com sua<br />

distribuição gratuita.<br />

Editor responsável<br />

Antonio Kurazumi<br />

antonio@revistawinner.com.br<br />

Supervisão editorial<br />

Guilherme Menezes<br />

guilherme@revistawinner.com.br<br />

Supervisão comercial<br />

Rodrigo Rocha<br />

comercial@revistawinner.com.br<br />

Jornalista responsável<br />

Antonio Kurazumi (MTB: 54.632)<br />

Direção de arte e diagramação<br />

Rodrigo Rocha<br />

Fotos<br />

Capa:<br />

Rodrigo Rocha e Divulgação<br />

Colaboradores<br />

Ricardo Coelho, André Lima, Edson<br />

Santos e Ricardo Diaz Savoldelli<br />

Editoração e comercialização<br />

Imagem Brasil Produções<br />

Impressão<br />

FortPress Gráfica e Editora Eireli EPP<br />

Rua Xavantes , 434 - Vila Pires<br />

Santo André - SP - Tel: (<strong>11</strong>) 4810-6830<br />

Tiragem desta edição<br />

3.000 exemplares<br />

Os artigos publicados nesta revista<br />

expressam exclusivamente a opinião<br />

de seus autores e são de sua inteira<br />

responsabilidade.<br />

Rua Yolanda Suppi Bosqueiro, 40<br />

Jd. Belita - São Bernardo do Campo - SP<br />

CEP: 09851-350<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 4392-7184<br />

facebook.com/revistawinnerabc<br />

www.revistawinner.com.br<br />

Mais duplas<br />

Não havia personagem melhor para a capa da <strong>11</strong>ª edição da <strong>Winner</strong>. É difícil encontrar<br />

um homem que tenha jogado tênis em alto nível por 20 anos, tal qual André Sá. Ou<br />

então com um histórico de parcerias em quadra com nomes que se tornariam número<br />

1 do mundo, evidenciando a capacidade do mineiro em potencializar talentos.<br />

Hoje no papel de consultor da ITF (Federação Internacional de Tênis), o ex-tenista tem<br />

trânsito livre com Federer, Nadal, Djokovic e companhia e conta um pouco dessa relação<br />

em entrevista exclusiva. Também dá sugestões de como difundir o tênis no país, mas<br />

é claro que o papo é mais aprofundado quando se trata do jogo de duplas. Ele tenta<br />

explicar os motivos para o Brasil ter três homens capazes de vencer qualquer um no<br />

circuito mundial e nenhum entre os 100 do mundo em simples.<br />

A despeito do profissionalismo, acompanhando o tênis amador e a movimentação pelas<br />

quadras do <strong>ABC</strong> e São Paulo, notamos como as duplas têm feito sucesso, outro motivo<br />

importante para escutar o grande Sá - que esteve recentemente em São Bernardo para<br />

clínica que movimentou a região. O espaço aqui também serve para pedirmos valorização<br />

ainda maior desse mundo, que proporciona partidas eletrizantes e com capacidade de<br />

atrair mais público para o tênis, algo que estamos precisando.<br />

Partindo para o nosso 4º ano na estrada, reservamos duas páginas para quem toma as<br />

decisões na modalidade atualmente: o presidente da CBT (Confederação Brasileira de<br />

Tênis), Rafael Westrupp. Fizemos questionamentos e buscamos tirar dúvidas presentes<br />

em rodas de especialistas e amantes da modalidade, que não representam segredo para<br />

ninguém - e que carecem de resposta. Cabe a você tirar suas próprias conclusões, a<br />

entrevista ficou na íntegra.<br />

Como já tem sido corriqueiro, apresentamos um destaque do <strong>ABC</strong>. O nome da vez<br />

é Vinicius Rodrigues, com apenas 15 anos, mas que tem como um dos diferenciais<br />

justamente o jogo na rede - olha as duplas aí de novo.<br />

Aqui nessa espaço também damos voz para as crianças que participaram da 1ª Copa<br />

<strong>Winner</strong> Infantil, um dos grandes momentos da modalidade na região em 2018. Mostramos<br />

como ações desse tipo podem transformar a vida de uma pessoa ou família, independente<br />

da sequência em alto nível no tênis.<br />

E ainda tem muito mais, com as colunas recheadas de conhecimento e os quadros lesões<br />

e saúde. Fique à vontade.<br />

Boa leitura.<br />

EQUIPE WINNER<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 3


SUMÁRIO<br />

05<br />

PROJETO SOCIAL SANTO ANDRÉ<br />

06<br />

1ª COPA WINNER:<br />

LEGADO PARA O TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />

08<br />

Vinicius RODRIGUES:<br />

SOFRER NÃO É PROBLEMA<br />

10<br />

empreendedorismo:<br />

O QUE PENSA A CBT<br />

12<br />

especial: ANDRÉ SÁ<br />

PRECURSOR DAS DUPLAS<br />

16<br />

coluna: andré LIMA<br />

FLEXIBILIDADE DA RAQUETE O<br />

QUE MUDA NO JOGO?<br />

17<br />

fala leitor: MINHA<br />

EXPERIÊNCIA NO ATP FINALS<br />

18<br />

SAÚDE: NUTRIÇÃO<br />

EFICIENTE PARA TENISTAS<br />

VEGETARIANOS ESTRITOS<br />

20<br />

LESÃO: TÊNIS ATUAL “COBRA”<br />

MAIS do ABDOME<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 4<br />

COLUNA: RICARDO COELHO<br />

CONFERÊNCIA DE TREINADORES<br />

leia estas e outras matérias em:<br />

www.revistawinner.com.br


PROJETO SOCIAL<br />

Tênis nas regiões<br />

mais afastadas<br />

Alunos da rede municipal de Santo André<br />

aprendem a modalidade em bairros<br />

carentes da cidade<br />

Fotos: Júlio Bastos<br />

Redação<br />

Estudantes da rede municipal de ensino de<br />

Santo André estão aprendendo a jogar<br />

tênis por meio de aulas gratuitas. Ainda<br />

há vagas e as inscrições estão abertas. Podem<br />

se matricular alunos do ensino fundamental,<br />

com idade entre 6 e <strong>11</strong> anos. Para participar<br />

é só procurar o CESA (Centro Educacional de<br />

Santo André) mais próximo.<br />

O tênis é uma das novas modalidades que em<br />

2018 passou a integrar o leque de atividades<br />

oferecidas pelas Ações Complementares da<br />

Secretaria de Educação. O programa oferece<br />

aulas de esporte e artes no contraturno escolar<br />

nos CESAs.<br />

As aulas de tênis acontecem em 12 CESAs<br />

da cidade. “A iniciativa está proporcionando a<br />

oportunidade de aprender a jogar tênis para<br />

os alunos das regiões mais afastadas e com<br />

população mais carente, como o bairro da Cata<br />

Preta, o Parque Andreense e o Jardim Santo<br />

André”, destacou o gerente dos CESAs, Márcio<br />

“Tubarão” Ribeiro.<br />

Cerca de 100 crianças já estão inscritas nas<br />

aulas de tênis dos CESAs. “Temos capacidade<br />

para formar turmas com até 15 crianças cada, o<br />

que significa uma capacidade de atendimento<br />

de 180 crianças”, acrescentou.<br />

Ainda de acordo com Ribeiro, há vagas<br />

disponíveis, porque é um esporte novo na rede<br />

de ensino. “Muitas pessoas consideram o tênis<br />

como um esporte elitista. Nosso objetivo é<br />

mudar esse conceito, popularizando o esporte<br />

e oferecendo ao aluno a possibilidade de<br />

vivenciar essa atividade. Essa vivência traz<br />

benefícios também no aspecto motor, social e<br />

cognitivo, contribuindo para o desenvolvimento<br />

global da criança”, acrescentou.<br />

Método Play and Stay<br />

Para manter as crianças estimuladas a<br />

continuar a praticar o esporte que requer<br />

muito treino, coordenação e concentração,<br />

as aulas de tênis de Santo André seguem<br />

o método Play and Stay, que transforma o<br />

aprendizado do esporte em um processo fácil<br />

e divertido. Criado em 2007 pela Federação<br />

Internacional do Tênis, com o objetivo de<br />

atrair pessoas para o esporte, o sistema<br />

se baseia no uso de bolas mais lentas em<br />

espaços reduzidos, aumentando a chance<br />

das pessoas sem experiência aprenderem a<br />

jogar. Há quatro velocidades de bolas e três<br />

tamanhos de quadras. À medida que a criança<br />

vai evoluindo, ela passa para o próximo estágio<br />

com uma bola de maior velocidade e outro<br />

tamanho de quadra.<br />

Eliana Aparecida Banhara, mãe dos irmãos<br />

Bryan, de 10 anos e Rian, de 8 anos, que<br />

aprendem tênis juntos no CESA Vila Linda,<br />

acredita que o esporte tem contribuído para<br />

o desenvolvimento dos filhos. “A prática de<br />

um esporte é muito benéfica para a saúde da<br />

criança e para o crescimento, e, além disso,<br />

contribui para o desenvolvimento no aspecto<br />

social, já que eles passam a interagir com<br />

outras crianças. Além disso, o aprendizado<br />

acaba sendo mais completo”, afirmou.<br />

Por isso, encontrar talentos não é o foco<br />

principal do programa, mas se acontecer, o<br />

estudante será direcionado para continuar<br />

se aperfeiçoando. “Vamos realizar partidas<br />

entre as unidades e inscrever nosso alunos<br />

em festivais da região”, afirmou o gerente dos<br />

CESAs, Márcio “Tubarão” Ribeiro.<br />

QUER SER O ROSTO DA<br />

2ª COPA WINNER?<br />

Participe da nossa campanha<br />

e marque este ponto<br />

A 2ª Copa <strong>Winner</strong><br />

Infantil será realizada<br />

no mês de Abril na<br />

academia Tênis e Cia.<br />

Organização:<br />

Saiba como participar em nossas redes sociais<br />

/revistawinnerabc<br />

A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 5<br />

/revistawinnerabc


novidade<br />

LEGADO PARA O<br />

TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />

Com participação de técnicos, jogadores de nível<br />

internacional e apoios importantes, 1ª Copa <strong>Winner</strong><br />

Infantil mostrou potencial do tênis no <strong>ABC</strong><br />

Antonio Kurazumi<br />

Há vida no tênis do <strong>ABC</strong> e ela começa<br />

pelas crianças, que só precisam de<br />

oportunidades. Foi o que mostrou a<br />

1ª Copa <strong>Winner</strong> Infantil, realizada na academia<br />

Tênis & Cia, em Santo André, lembrada como<br />

um dos grandes momentos da modalidade em<br />

2018 na região. Foram mais de 120 inscritos e<br />

com um detalhe importante: o limite de idade<br />

para participar foi apenas 12 anos.<br />

As seis quadras foram utilizadas simultaneamente<br />

no evento, que começou na manhã de um<br />

sábado e só acabou na tarde do dia seguinte.<br />

A proposta, de fazer um campeonato para<br />

incentivar a prática entre as crianças, pensando<br />

desde o aspecto social até o desenvolvimento,<br />

foi entendida por todos. Professores e técnicos<br />

enviaram crianças, mas também estiveram<br />

presentes de forma efetiva, inclusive ajudando<br />

na arbitragem e nas atividades com os pequenos<br />

da categoria bola vermelha.<br />

“FOI MUITO LEGAL ESSA UNIÃO DO<br />

PESSOAL PARA TUDO OCORRER BEM.<br />

Todos abraçaram e entenderam<br />

a mensagem, que é colocar AS<br />

CRIANÇAS PARA JOGAR”, DISSE EDSON<br />

SANTOS, UM DOS ORGANIZADORES<br />

E TAMBÉM COORDENADOR DA<br />

MODALIDADE NA TÊNIS & CIA.<br />

Foi difícil achar um lugar nas arquibancadas<br />

na manhã do segundo dia, período em que<br />

aconteceu a brincadeira com as crianças da<br />

bola vermelha junto de Thaisa Pedretti e Nicolas<br />

Zanellato, um dos melhores juvenis do país.<br />

“Muitos falam que o tênis não dá futuro, mas<br />

aparecemos para mostrar que é diferente, muitos<br />

têm um sonho e com nossa presença provamos<br />

que é possível alcançar”, declarou Thaisa, ao<br />

revelar que, nos primeiros contatos com o tênis,<br />

também participava de clínicas. “Achei legal<br />

porque senti que sirvo de motivação para eles,<br />

queriam jogar comigo”, completou Zanellato.<br />

Todos as crianças receberam brindes da<br />

organização – squeeze e uma bolinha para<br />

os pequenos da bola vermelha – cedidos pela<br />

Decathlon e a Artengo de São Bernardo, que<br />

também forneceram bolas e demais materiais<br />

para o torneio, além de uma cobiçada mini rede<br />

que aumentou a diversão.<br />

No mais, aplausos, alegria e choro, que também<br />

faz parte do processo de aprendizagem de<br />

como é o tênis. Aliás, pelo formato definido, os<br />

derrotados na estreia disputaram outras partidas,<br />

já que há valores mais importantes do que a<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 6


vitória nessa faixa etária. “Houve boa aceitação<br />

por parte dos pais, é preciso compreender que<br />

um evento assim é educativo, especialmente a<br />

arbitragem. Todos estão aprendendo, a criança<br />

está tendo o primeiro contato com o joguinho<br />

e precisa sair feliz de quadra”, explicou Edson,<br />

antes de apontar outro papel importante de um<br />

torneio desse tipo. “As crianças são as fontes. Se<br />

não investir, não fizer esse tipo de festival, o tênis<br />

morre, vai parando. As entidades que comandam<br />

a modalidade focam no circuito juvenil, mas<br />

esquecem das crianças e o esporte perde com<br />

isso”, completou.<br />

Pai de Davi Simão Ribeiro, que<br />

jogou na categoria bola laranja,<br />

Rodrigo enfatizou o aspecto<br />

lúdico do evento. “Foi a chance<br />

de ele ver como está, o nível<br />

atual, mas acima de tudo se<br />

divertir, tratar como se fosse<br />

uma brincadeira”, comentou.<br />

“É importante para a formação, aprender a<br />

vencer e a perder também. Eu incentivo,<br />

não gosto de colocar pressão nele”, destacou<br />

Claudinei José de Oliveira, que inscreveu o filho<br />

Gustavo na bola verde.<br />

O andreense Nicholas Gameiro, que disputou<br />

a bola amarela, comemorou o fato de não<br />

precisar fazer grande deslocamento para jogar<br />

um campeonato. “Eu tinha que ir para São Paulo,<br />

agora tem esse torneio aqui que vejo com o nível<br />

de uma Copa Guga”, elogiou. “Havia uma carência<br />

desse tipo de evento no <strong>ABC</strong>, já tivemos que nos<br />

deslocar para Campinas. Só peço obediência e<br />

disciplina a ele, que vá lá e se divirta. O professor<br />

gosta que todos estejam presentes. Não cobro<br />

ele sobre resultados e é notória a evolução do<br />

rendimento na escola”, acrescentou João Roberto<br />

Tavares, pai de João Victor.<br />

A <strong>Winner</strong> registrou uma bela história envolvendo<br />

a família Padovesi, tendo como personagem o<br />

pequeno Mateus. Conforme revelou o pai, o<br />

tênis ajudou a vencer trauma com o futebol<br />

do menino, que se assustava com a gritaria e<br />

xingamentos. A inclusão esportiva por meio do<br />

tênis foi fundamental no desenvolvimento de<br />

Mateus, que não sai do youtube em busca de<br />

informações sobre a modalidade. A história se<br />

transformou em inspiração para o irmão mais<br />

novo, Rafael, que também participou da Copa<br />

<strong>Winner</strong>.<br />

PRIMEIRA VEZ<br />

A Copa <strong>Winner</strong> jamais será esquecida pelas<br />

crianças do projeto social Raquete na Mão<br />

é a Solução, desenvolvido pela CR Tennis no<br />

Esporte Clube São Caetano. Pela primeira vez,<br />

os jovens do projeto saíram de São Caetano<br />

para uma competição, segundo conta a<br />

coordenadora Cassia Lorenzini.<br />

“Foi uma experiência e vivência diferente para<br />

eles e os pais. O que mais nos deixou contentes<br />

foi a postura de todas as crianças e os próprios<br />

pais tanto na vitória ou na derrota, pois acima<br />

de tudo trabalhamos para formar melhores<br />

seres humanos. Eles voltaram com uma postura<br />

diferente, a motivação foi notória”, destacou.<br />

Feliz com o título da Copa<br />

<strong>Winner</strong>, Nauhany Silva<br />

retratou o momento em<br />

desenho no colégio<br />

Organização:<br />

A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />

Patrocínios e Apoios<br />

enova<br />

Farmácia de Manipulação<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 7


DESTAQUE do abc<br />

Divulgação<br />

Sofrer não é<br />

PROBLEMA<br />

Antonio Kurazumi<br />

Com muita determinação,<br />

Vinicius Rodrigues deixou<br />

de ser um dos “piores” do<br />

início da carreira e se<br />

tornou esperança do tênis<br />

brasileiro; andreense tem<br />

voleio como um dos pontos<br />

fortes<br />

Entre falar e pagar o preço no tênis<br />

brasileiro, há uma distância que abrevia<br />

carreiras, mas esse não é o caso de<br />

Vinicius Rodrigues. Quando iniciou os treinos<br />

na equipe Juninho Tennis, o andreense sequer<br />

acompanhava o ritmo dos companheiros.<br />

Apresentava nível inferior, porém, com a<br />

dedicação e as aptidões estimuladas pelos<br />

profissionais próximos, passou a ganhar de<br />

todos em pouco tempo. Chegou ao topo do<br />

ranking nacional de 12 e 14 anos. Nascido<br />

em 2003, é olhado atualmente com carinho<br />

por técnicos e especialistas que militam no<br />

tênis brasileiro. Em dezembro, inclusive,<br />

recebeu elogios de André Sá, confirmando<br />

característica incomum em se tratando de um<br />

jovem tenista do país: a eficiência na rede.<br />

“Ele não é o cara mais talentoso que já treinei<br />

na vida, mas é muito determinado. Se precisar<br />

treinar domingo, às seis da manhã, ele vai,<br />

vai nos feriados, fica em hotel e não reclama.<br />

Quando veio trabalhar conosco, tínhamos<br />

grupo de 4 a 5 garotos, ele nem arranhava,<br />

mas em dois anos não perdia de mais ninguém.<br />

Continuou treinando forte, há dias que fica 10<br />

horas em quadra”, revela o treinador Juninho<br />

Nascimento.<br />

Com finais e título de sul-americano e presença<br />

em pré-quali de torneios profissionais, tem<br />

nível forte para a idade. Experiência também.<br />

Foi um dos primeiros a disputar uma partida<br />

na arena olímpica, ao jogar o Evento Teste da<br />

Rio-2016. Nesse ano, viajou a Roland Garros<br />

para elevar os treinos da colega Ana Paula<br />

Melilo, que participou do Grand Slam. Voltou<br />

com outra mentalidade e viu que é possível,<br />

conforme disse em entrevista à <strong>Winner</strong>.<br />

“Foi sensacional a oportunidade de estar lá,<br />

em meu torneio preferido, e ver os melhores<br />

juvenis e profissionais do mundo. Isso abriu o<br />

caminho, ficou mais claro que é onde quero<br />

chegar, virou um objetivo e sei que terei uma<br />

oportunidade se continuar me dedicando”,<br />

acredita o jovem. “Ele viu como os treinos<br />

dos caras não são diferentes do que fazemos<br />

e está com outra postura, ainda mais focado.<br />

O Vinicius é disciplinado na parte tática, sabe<br />

alterar o ritmo das partidas, tem esse diferencial<br />

de enxergar bem o jogo. É um grande talento”,<br />

enumera Juninho. Depois de Roland Garros, o<br />

tenista entendeu que precisava treinar ainda<br />

mais e as 10 horas em quadra, num só dia, têm<br />

se tornado frequentes.<br />

O campeonato dos sonhos de Vinicius Rodrigues<br />

é no saibro, piso em que costuma treinar, mas o<br />

andreense não hesita em subir na rede. “Não é<br />

típico do nosso tênis ter um cara que vai bem<br />

na rede. Geralmente, os tenistas são sólidos<br />

apenas de fundo, até porque jogamos muito em<br />

saibro”, enfatiza Juninho.<br />

Em um dos últimos grandes resultados que<br />

obteve, o vice-campeonato do Cosat no<br />

Paraguai, Vini lembrou que venceu o jogo das<br />

quartas de final indo para a rede na maioria dos<br />

pontos. “Sempre gostei de matar os pontos<br />

nos voleios e smashs. Logo descobri que tinha<br />

uma facilidade para esse tipo de jogo, por isso<br />

tenho bons resultados nos torneios de duplas”,<br />

explicou o jovem, que tem 1,82 m. Em clínica<br />

realizada em dezembro no São Bernardo Tênis<br />

Clube, André Sá ficou impressionado com a<br />

qualidade do menino - como um todo, não só<br />

na rede.<br />

“Consegui fazer jogos com<br />

intensidade alta e bem<br />

mentalmente. Não baixei<br />

a cabeça nos momentos<br />

adversos. Foram duas ótimas<br />

semanas para fechar o ano<br />

com chave de ouro”<br />

Grato pelo apoio das empresas Just Line e MDS,<br />

o tenista da equipe Juninho Tennis pretende<br />

pontuar em curto prazo no ranking mundial da<br />

ITF Júnior. Para o futuro, se vê no top 10 da<br />

ATP. “Mas tenho de treinar muito e viajar para<br />

jogar grandes torneios”. Concluiu.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 8


PARA QUEM<br />

LEVA O<br />

TÊNIS<br />

MUITO A<br />

SÉRIO<br />

Ana Paula Melilo, atleta da Juninho Tennis<br />

joga em Roland Garros em 2018.<br />

Vinicius Rodrigues conquista o título de<br />

vice-campeão de simples da categoria 16 anos.<br />

REFERÊNCIA EM TREINAMENTO<br />

INFANTIL E JUVENIL<br />

Acompanhamento em Torneios no exterior como<br />

no ATP Junior Open no Paraguai.<br />

TREINAMENTO PROFISSIONAL<br />

PREPARAÇÃO FÍSICA E MENTAL<br />

INICIAÇÃO INFANTIL<br />

AULAS PARA ADULTOS<br />

INDIVIDUAIS E EM GRUPOS<br />

Treinamento especializado para atletas juvenis e<br />

acompanhamento em torneios no Brasil<br />

VENHA FAZER PARTE DA NOSSA EQUIPE!<br />

Fones: (<strong>11</strong>) 4427.3097 | (<strong>11</strong>) 9.4727.2<strong>11</strong>0<br />

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Apoio:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 9<br />

R. David Campista, 64 - Vl. Lea - Sto. André - SP - contato@juninhotennis.com.br - www.juninhotennis.com.br


NACIONAL<br />

Divulgação<br />

O que pensa a CBT<br />

Antonio Kurazumi<br />

Em entrevista exclusiva<br />

à <strong>Winner</strong>, presidente da<br />

Confederação Brasileira<br />

de Tênis, Rafael Westrupp,<br />

responde pontos críticos<br />

sobre a modalidade no país<br />

Desde o seu início, a <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong><br />

propõe temas críticos inerentes ao<br />

tênis brasileiro e apresenta o que é<br />

bem feito. Nessa edição, abrimos espaço para<br />

o presidente da CBT (Confederação Brasileira<br />

de Tênis), Rafael Westrupp, homem com o<br />

poder de tomar decisões que alteram o rumo<br />

da modalidade no país.<br />

Em entrevista exclusiva – feita por email -,<br />

deixamos o principal responsável pela entidade<br />

à vontade para responder questões-chaves<br />

a respeito do tênis, tais como a massificação,<br />

projetos para desenvolvimento de jogadores e<br />

do Centro Olímpico de Tênis. Por mais de uma<br />

vez, o dirigente citou a falta de recursos. Leia<br />

a entrevista na íntegra e tire suas conclusões:<br />

Quais são suas principais bandeiras à frente<br />

da gestão da CBT e em que pé elas estão no<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 10<br />

momento? O que tem feito de diferente em<br />

relação à gestão anterior?<br />

Austeridade financeira, buscando realizar as<br />

atividades administrativas e de alto rendimento<br />

com menos recursos. Hoje participamos<br />

de dois programas de Governança: O GET<br />

(Gestão, Ética e Transparência) do COB (Comitê<br />

Olímpico Brasileiro), e o Rating, do Instituto<br />

Ethos. Este último tendo como signatários o<br />

Itaú, a Gol, entre outras empresas de expressão.<br />

As boas práticas são um mote da minha gestão.<br />

Qual o plano que a CBT desenvolve<br />

atualmente para tentar massificar o tênis<br />

no Brasil? Por que a modalidade ainda é<br />

elitizada?<br />

Existem muitos projetos sociais, que oferecem<br />

o contato e a prática com a modalidade, e<br />

patrocinamos alguns, inclusive. A CBT oferece<br />

isenção nas taxas de anuidades e inscrições<br />

para 10 crianças de cada projeto, em todos os<br />

torneios infanto-juvenis realizados pela CBT.<br />

Isto é inclusão e oportuniza as crianças de<br />

baixa renda a participarem do tênis social e de<br />

competição.<br />

Pensando ainda na massificação do tênis,<br />

não seria interessante para a CBT liderar<br />

movimento para ampliar a presença do tênis<br />

nas escolas e organizar mais festivais para<br />

as crianças, a fim de estimular a prática do<br />

tênis? Há trabalho forte nesse sentido?<br />

Temos o Programa Jogue Tênis nas Escolas,<br />

liderado pela Suzana Silva e Aírton Santos.<br />

Estamos no mercado buscando recursos para<br />

ampliar este programa. Se tivermos êxito na<br />

captação de recursos, sem dúvida este pilar<br />

será ainda mais desenvolvido.<br />

Em entrevista anterior à <strong>Winner</strong>, o senhor<br />

citou projetos pensando no desenvolvimento<br />

dos jovens jogadores brasileiros,<br />

especialmente os que estão na fase de<br />

transição ou acabaram de sair do juvenil.<br />

Porém, faltou detalhar esses projetos e falar<br />

dos resultados efetivos que eles já trouxeram.<br />

O espaço está aberto.<br />

O resultado tem sido o melhor de todos os<br />

tempos. Neste ano de 2018 chegamos a ter<br />

oito jogadores entre os 100 melhores do<br />

mundo no juvenil, atrás somente dos EUA. Para


um país com o nosso investimento, isso é um<br />

resultado muito expressivo. Temos investido<br />

no cuidado da transição para o profissional.<br />

Temos um projeto em execução há dois anos,<br />

“transição juniors Pro”, e o resultado mais<br />

expressivo deste projeto é o Thiago Wild. Ele<br />

tem acompanhado os profissionais em grandes<br />

competições e nas últimas quatro Copa Davis,<br />

acompanhando as rotinas e amadurecendo no<br />

convívio com os profissionais.<br />

O senhor já declarou que não é viável criar<br />

um centro de treinamento próprio da CBT no<br />

momento, mas disse que apoia academias,<br />

casos da Tennis Route e do Itamirim. Como<br />

funcionam esses apoios?<br />

Apoiamos os técnicos e os atletas dentro<br />

dos programas de ajuda da CBT, viagens com<br />

passagens aéreas, hospedagem e alimentação<br />

em competições. Hoje apoiamos três centros<br />

de treinamentos: Tennis Route, Itamirim e<br />

Time Guga. O critério base para o apoio aos<br />

centros é eles estarem em conformidade com<br />

os programas de desenvolvimento da CBT.<br />

A AGLO (Autoridade de Governança do<br />

Legado Olímpico) administrará o Centro<br />

Olímpico de Tênis, no Rio de Janeiro, até<br />

junho de 2019. Não há a possibilidade de, ao<br />

menos, a CBT propor parceria com o governo<br />

federal para utilizar o espaço no próximo<br />

ano? Não seria possível fechar acordos para a<br />

realização de campeonatos, clínicas ou outras<br />

atividades para massificar a modalidade?<br />

O Ministério do Esporte apresentou uma<br />

proposta de levar o COB para dentro do<br />

Parque Olímpico, sendo que o mesmo seria<br />

responsável pelo custeio das despesas do<br />

local. Se isto se concretizar, acredito que há<br />

chances da CBT fazer parte, e administrar<br />

especificamente o Centro Olímpico de Tênis.<br />

Do contrário, não há como a CBT assumir os<br />

custos de manutenção do Centro, visto que<br />

nossas limitações financeiras não comportam<br />

tais investimentos.<br />

A parceria da CBT com a BTT Tennis Academy<br />

termina ao fim do ano, mas o senhor<br />

comentou sobre a possibilidade de renovação.<br />

Já é possível afirmar se o acordo vai seguir ou<br />

não? Mais: essa parceria será ampliada com a<br />

ida de mais tenistas para Barcelona?<br />

Esta resposta complementa o tema da<br />

transição. A base de Barcelona, onde a CBT<br />

está pagando integralmente os custos de<br />

treinamento, moradia e alimentação do<br />

Orlando Luz e do Felipe Meligeni, já vem dando<br />

resultados expressivos. Ambos subiram quase<br />

400 posições no ranking. O investimento é<br />

alto, e estou buscando recursos para manter<br />

este programa lá.<br />

O que o senhor pensa a respeito dos<br />

ex-jogadores no sentido de ajuda no<br />

desenvolvimento da modalidade? Junto<br />

da CBT, trabalhando na entidade, eles não<br />

poderiam exercer papel importante?<br />

Imagino que você tenha acompanhado as<br />

notícias recentes relacionadas ao Encontro<br />

Internacional de Treinamento. Esta é uma ação<br />

que criei no ano passado e que se expandiu.<br />

Tivemos a ativa participação do Thomaz Koch,<br />

Paulo Cleto, Marcos Hocevar, Marcos Daniel,<br />

entre tantos outros. Dou muito valor aos que<br />

fizeram parte da construção do nosso tênis, e<br />

que estão dispostos a contribuir sem interesses<br />

pessoais. Criei ainda um Conselho Consultivo,<br />

com nomes importantes e totalmente<br />

engajados: Rafael Kuerten, Marcelo Melo,<br />

Christian Burgos e Rogério Melzi.<br />

Você não acha que um dos problemas do tênis<br />

brasileiro é a falta de uma “escola de tênis”,<br />

um jeito de jogar, padrão de treinamento a<br />

ser seguido desde as categorias de base? Há<br />

um trabalho nesse sentido?<br />

Nosso Departamento de Capacitação liderado<br />

pelo Cesar Kist há 12 anos, tem o selo Ouro<br />

da ITF. Somos referência neste tema. São mais<br />

de 6.000 professores capacitados ao longo da<br />

última década, e que agora estamos trazendo<br />

para a realidade na prática, seja através do<br />

programa juniors/transição/Pro, bem como<br />

no Encontro de Treinamento. Isto está, sem<br />

dúvida, criando um padrão de ensino, onde<br />

todos começam a falar a mesma língua.<br />

Como pegou o tênis brasileiro em 2017 e<br />

como vai deixar ao fim do mandato? Detalhe.<br />

Assumi a CBT em uma situação digna: com uma<br />

sede com quadras, e sem qualquer dívida. Sofri<br />

com a redução orçamentária, com um corte de<br />

quase 80% no patrocínio dos Correios. Tive de<br />

demitir e rescindir alguns contratos. Entendo<br />

eu que a adaptação está compreendida no<br />

guarda-chuva da gestão, e nos adaptamos à<br />

uma nova realidade, mantendo os níveis de<br />

produtividade.<br />

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especial<br />

Precursor<br />

das duplas<br />

Antonio Kurazumi<br />

André Sá lembra<br />

como abriu as<br />

portas para<br />

compatriotas e<br />

revela um pouco<br />

do segredo de uma<br />

dupla de sucesso<br />

em entrevista<br />

exclusiva<br />

Faz quase um ano que André Sá se<br />

aposentou da carreira profissional, mas<br />

ainda é tarefa fácil relacionar a palavra<br />

desenvolvimento ao mineiro - inclusive com as<br />

atividades atuais. O ex-tenista elevou o nível<br />

de jogo de parceiros de duplas. Para os mais<br />

novos, como esquecer da Olimpíada do Rio de<br />

Janeiro, da vitória memorável ao lado de Thomaz<br />

Bellucci diante dos irmãos Murray? E o título do<br />

Brasil Open de 2017 junto de Rogério Dutra<br />

Silva? Mais importante do que esse passado<br />

não distante, o brasileiro abriu o caminho nas<br />

duplas para os compatriotas e ainda tem esses<br />

legados “vivos”: os respeitados Marcelo Melo,<br />

ex-líder do ranking mundial de duplas, Bruno<br />

Soares e Marcelo Demoliner, três homens que<br />

encaram qualquer desafio quando se trata de<br />

dois jogadores em cada lado da quadra.<br />

Não vamos ignorar a história, claro. O Brasil<br />

foi representado por outros duplistas de peso,<br />

mas a geração atual recebeu ajuda primordial de<br />

Sá, conforme ele próprio explica em entrevista<br />

exclusiva à <strong>Winner</strong> <strong>ABC</strong>. “No desenvolvimento<br />

dos duplistas (falando dos três citados acima),<br />

fui mais uma referência de que, sim, é possível<br />

encontrar um segmento que não seja só a simples<br />

e você conseguir ter uma carreira de tenista<br />

profissional nas duplas. Essa referência para eles<br />

sinto que foi importante. Quando apareceram<br />

no circuito, eu já estava há alguns anos, essa<br />

entrada para eles foi mais fácil e tranquila”, opina<br />

o campeão, que esteve recentemente em São<br />

Bernardo para uma clínica de tênis. “Consegui<br />

apresentá-los para tudo mundo, se sentiram mais<br />

confortáveis no vestiário e dentro do circuito.<br />

Isso foi importante. Daí em diante tocaram ficha,<br />

se desenvolveram, tiveram resultados incríveis<br />

(ele sempre se refere ao crescimento mental do<br />

trio) e mérito total.”<br />

Quando enfatizamos a questão do<br />

desenvolvimento ligada a esse personagem, vale<br />

lembrar de quando Marcelo Melo passou a se<br />

dedicar de forma exclusiva as duplas. O parceiro<br />

escolhido foi André Sá, consolidado no circuito<br />

de simples. Com 32 anos à época, Sá entrou<br />

no ritmo do compatriota, decidindo priorizar as<br />

duplas. Não demorou para os dois chegarem às<br />

semifinais de Wimbledon. A parceria durou três<br />

temporadas. Tempos depois, Melo se tornaria o<br />

número 1 do mundo, repetindo Gustavo Kuerten<br />

nas simples - outro craque que já atuou ao lado<br />

de André Sá.<br />

“O parceiro ideal é o que completa o outro. Um<br />

não saca bem, mas o outro sim, um não devolve<br />

bem, só que tem o parceiro que corresponde.<br />

Os dois são parecidos no jogo da rede, porém<br />

tem um que se destaca mais. O ideal é jogar<br />

com alguém que complete seus pontos fracos”,<br />

ensina ele, homenageado até por Rafael Nadal<br />

quando definiu pelo término da carreira. Sá<br />

ainda discorre sobre um fator preponderante<br />

para uma dupla. “É importante a química dentro<br />

e fora da quadra, tanto que há bons jogadores<br />

no individual e ruins nas duplas e vice-versa”,<br />

ressalta.<br />

Aproveitamos a experiência e conhecimento<br />

de André Sá - com mais de duas décadas de<br />

serviços prestados ao tênis nacional - para<br />

perguntar os motivos para o Brasil ter três<br />

tenistas que podem ganhar qualquer título<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 12


<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 13<br />

DGW Comunicação


nas duplas, mas representantes de simples<br />

com poucas vitórias em chaves principais de<br />

ATP em 2018. “Difícil explicar, acho que tudo<br />

é cíclico. Agora a gente está em um ciclo onde<br />

as duplas estão melhores. Mas, se você voltar<br />

um tempo atrás, na época do Guga, Meligeni,<br />

eu, Saretta, Ricardo Melo e Simoni...recordamos<br />

de um momento com seis caras entre os 100<br />

do mundo. Isso são fases, ciclos do esporte, o<br />

tênis é mais a longo prazo”, analisa.<br />

Consultor de jogadores da ITF (Federação<br />

Internacional de Tênis), o brasileiro está em<br />

contato frequente com as estrelas do circuito.<br />

A despeito de não termos ninguém sobressaindo<br />

em simples, batendo de frente com os grandes,<br />

Sá assegura que a imagem do nosso tênis é bem<br />

vista pelo profissionalismo dos tenistas do país.<br />

Entrando de novo no desenvolvimento, o<br />

voleador nato (não poderíamos falar dele sem<br />

citar essa característica) diz por que o Brasil<br />

vê a Europa de longe. “Continuamos atrás<br />

por questão de tempo, o velho continente<br />

se desenvolveu antes de nós e isso também<br />

conta no esporte. Eles têm maior banco de<br />

dados, que se transforma em informação e<br />

experiência por ter passado por várias gerações<br />

de tenistas. Precisamos ter paciência. Estamos<br />

atrás, mas no caminho certo. Hoje em dia, com<br />

tanta informação que se tem pelo mundo, a<br />

globalização, a CBT (Confederação Brasileira<br />

de Tênis) está investindo para trazer mais<br />

conhecimento”, comentou o mineiro, que no<br />

fim do ano palestrou para cerca de 400 técnicos<br />

da América do Sul em capacitação organizada<br />

pela entidade.<br />

“Muito se discute qual é o papel da CBT e das<br />

federações, mas na minha visão é fomentar e<br />

popularizar o esporte. O alto rendimento é um<br />

braço, não o principal, que é eles conseguirem<br />

dar mais acesso ao esporte a outras crianças.<br />

Seria fundamental hoje ter mais quadras públicas<br />

e treinadores capacitados. Há grande restrição<br />

sobre o público que tem acesso”, lamenta.<br />

“Não acho que os jovens<br />

deixam a desejar e acho<br />

que na nossa cultura<br />

precisamos ter mais<br />

paciência com a transição.<br />

É uma idade que necessita<br />

de maturidade precoce e<br />

isso demora um pouco mais<br />

para nós. Não vejo como um<br />

problema”<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 14<br />

Fotos: DGW Comunicação


Ex-tenista tem<br />

trânsito livre<br />

com estrelas<br />

do circuito<br />

André Sá sempre exerceu influência<br />

entre os jogadores durante a carreira.<br />

Após ter se aposentado, com direito<br />

à homenagem da ATP com declaração<br />

de Rafael Nadal, assumiu cargo na ITF. O<br />

mineiro é o elo de ligação dos jogadores com<br />

a entidade, a fim de solucionar as polêmicas<br />

envolvendo a nova Copa Davis. A partir de<br />

2019, a competição será disputada em lugar<br />

neutro durante uma semana.<br />

“O trabalho com a ITF tem sido excelente.<br />

É muito serviço porque se tomou a decisão<br />

de alterar o formato da Davis, deixando<br />

em estilo Copa do Mundo, com 18 países<br />

jogando em uma semana. O meu trabalho<br />

está sendo pegar o feedback, informação<br />

dos tenistas e passar para a entidade, assim<br />

como o inverso. Estou dentro do vestiário,<br />

na sala dos jogadores procurando conversar<br />

com todos e passar informação, em especial<br />

sobre datas e premiação em dinheiro, que é<br />

o que mais interessa a eles”, explica Sá.<br />

De forma exclusiva à <strong>Winner</strong> <strong>ABC</strong>, o extenista<br />

revelou como tem sido o papo<br />

com três ícones dessa geração: Roger<br />

Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.<br />

“As conversas têm sido boas com eles.<br />

O Nadal está apoiando bastante a Davis,<br />

sempre gostou de defender o país, então é<br />

o nosso carro-chefe. Já o Federer não joga<br />

desde 2014 (quando foi campeão), tem<br />

uma posição mais em cima do muro. Disse<br />

que mudanças são positivas, mas tem que<br />

ver o que vai acontecer para chegar a uma<br />

conclusão”, revelou, acrescentando que<br />

Djoko é contra a data prevista para o evento<br />

- final de novembro.<br />

Por alguns meses, ele conciliou a função<br />

de consultou da ITF com a de técnico de<br />

Bellucci, outro jogador importante do tênis<br />

brasileiro que aprendeu bastante com Sá - em<br />

especial no jogo de duplas. Porém, a parceria<br />

não se estendeu como esperado pelas partes.<br />

“O trabalho foi positivo, mas muito<br />

conturbado por conta dos cinco meses que<br />

ele ficou sem jogar, depois decidiu se mudar<br />

para os Estados Unidos. O Bellucci gostaria<br />

que eu passasse mais tempo perto dele, mas<br />

não conseguiria por motivos familiares, ia<br />

além do nosso acerto”, contou.<br />

clínica em<br />

são bernardo<br />

O ex-tenista tem contribuído pelo tênis, como<br />

sempre. Em dezembro, Sá compartilhou de seu<br />

conhecimento em clínica preparada pela Juninho<br />

Tennis, no São Bernardo Tênis Clube. A ideia<br />

é estender esse tipo de agenda por mais vezes<br />

durante a temporada.<br />

“A clínica serviu para eu passar um pouco da<br />

minha experiência, conhecimento dentro da<br />

quadra e também deixar formas novas de<br />

treinamento para os participantes, assim como<br />

professores e treinadores da região. Trabalhei<br />

pontos específicos sobre a dupla, que de repente<br />

o tenista amador não conhece muito, passando<br />

o que o profissional pensa e faz durante o<br />

treinamento”. O evento também trabalhou o<br />

aspecto social e de incentivo as crianças, já que o<br />

craque das duplas bateu bola com os pequenos<br />

durante a programação.<br />

Quanto ao futuro, ele só pensa em ficar<br />

envolvido com o tênis. A frase sobre o tema não<br />

poderia ser outra. “TENTAR DESENVOLVER<br />

A MODALIDADE CADA VEZ MAIS”. Que<br />

assim seja.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 15


André Lima - Colunista<br />

Amigos do tênis, como estão?<br />

Bem, nessa edição é a vez de aprender um<br />

pouquinho mais sobre raquetes e assim farei<br />

uma nova pergunta: “FLEXIBILIDADE DAS<br />

RAQUETES - O QUE MUDA NO SEU JOGO?”<br />

Sobre flexibilidade dos aros gostaria de<br />

esclarecer o maior equívoco espalhado no<br />

nosso tênis, não por negligência, mas por<br />

conta da especificidade da informação,<br />

combinada com a sensação, o feeling, ao<br />

golpear a bola e a vontade de “traduzir” este<br />

impacto para as pessoas que querem entender<br />

o que acontece nessa hora, mas que ainda não<br />

tem tal sensibilidade.<br />

Você já conseguiu perceber uma raquete mais<br />

“dura” ou mais “macia” do que outra? Não estou<br />

falando das cordas e suas tensões, mas do aro.<br />

Imagine pegar duas raquetes bem diferentes com<br />

a mesma corda, tensão e peso iguais e conseguir<br />

perceber diferenças importantes entre elas.<br />

Resolvida a forma como compreende e capta<br />

essa sensação, pense da seguinte forma:<br />

a raquete que te traz sensação de maciez,<br />

conforto, absorção de choque, expulsão fácil<br />

da bola, facilidade no manuseio e outros<br />

fatores seria a raquete mais macia, certo?<br />

Logo, a raquete que dá sensação de peso,<br />

de impacto forte, de necessidade de fazer<br />

força pra acelerar a bola, de que precisa<br />

de mais precisão pra obter regularidade,<br />

desconforto, seria então a raquete dura, não<br />

é? E seu te dissesse que é EXATAMENTE O<br />

CONTRÁRIO?!<br />

A raquete mais macia tem aro MENOS FLEXÍVEL,<br />

portanto, de fibras mais rígidas. E as raquetes<br />

mais duras, na verdade, são as de material MAIS<br />

FLEXÍVEL, assim então, menos rígidas.<br />

Não ficou claro? Isso acontece por conta da<br />

associação, muito equivocada, que fazemos<br />

do aro com a tensão das cordas, onde tensões<br />

mais baixas deixam as raquetes mais macias e<br />

o contrário, onde tensões mais altas deixam<br />

as raquetes mais duras, exemplos práticos<br />

facilmente perceptíveis.<br />

No caso do aro, as regras são opostas. Um aro<br />

mais flexível faz com que a bola passe mais<br />

tempo em contato com a cabeça da raquete,<br />

transferindo muito mais impacto para seus<br />

membros superiores. Com isso, é necessário<br />

fazer muito mais força pra bater na bolinha<br />

com um modelo muito flexível.<br />

Já com uma raquete mais rígida, estes<br />

“problemas” não ocorrem com a mesma<br />

intensidade. Ao contrário, raquetes mais<br />

rígidas promovem expulsão mais rápida e<br />

intensa depois do impacto, diminuindo muito a<br />

transferência de choque para o corpo, fazendo<br />

a bolinha “andar” mais, fazendo menos força.<br />

Se acha que sua raquete não “solta” a bola,<br />

pode ser que ela seja flexível demais. Se<br />

acontece o contrário, expulsa muito, pode ser<br />

que tenha em mãos um aro muito mais rígido<br />

do que deveria.<br />

RESUMO MAIS QUE OBJETIVO: Raquete que<br />

parece macia e confortável quase sempre terá<br />

aro mais rígido. Raquete que parece dura e<br />

difícil de manusear será a de aro mais flexível.<br />

Entendeu agora?<br />

A flexibilidade/rigidez do aro interfere demais<br />

em muitos outros aspectos que vou falar lá<br />

no YouTube e também no portal da revista. Te<br />

espero lá.<br />

Um abraço e que o spin esteja com você!<br />

André Lima<br />

André Lima atua como professor de tênis desde 1995. Assessorou a parte técnica de eventos como o Challenger de Belo Horizonte por quase 10 anos e foi Árbitro<br />

da CBT /Juiz de Cadeira certificado como White Badge da ITF. Além disso atuou por 5 anos na HEAD Brasil, à frente da Coordenação de Patrocínios e como especialista<br />

em equipamento. É atualmente Diretor de Conteúdo do CONATÊNIS – Congresso Nacional Online de Tênis e Criador do Canal Speak On TENNIS do YouTube<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 16


fala leitor<br />

MINHA<br />

EXPERIÊNCIA NO<br />

ATP FINALS<br />

Luiz Revite – Especial para a <strong>Winner</strong><br />

© Wonderhatch<br />

Um sonho que se tornou realidade. Em<br />

maio, ao lado de minha esposa, decidi ir<br />

a Londres ver os maiores jogadores de<br />

tênis da temporada de 2018 no ATP Finals -<br />

que fecha a temporada.<br />

Reservamos o hotel Crowne Plaza, que fica<br />

perto da estação de metrô Glossner, uma ótima<br />

região com vários restaurantes e shoppings ao<br />

redor, na rua do Museu da História Natural.<br />

Para se locomover até os jogos, o transporte<br />

de Londres é excelente, você para em uma<br />

estação com escada rolante que dá na Arena<br />

O2. Os jogos têm início às 12h, sendo que a<br />

sessão noturna começa às 18h.<br />

Com os oito melhores do ano divididos em<br />

duas chaves, compramos ingressos para os<br />

dois primeiros dias com a intenção de ver todos<br />

os tenistas que jogam na 1ª rodada. Ficamos<br />

nas cadeiras centrais, mas a visão é boa de<br />

qualquer lugar pelo modelo de construção,<br />

típico de arena.<br />

A Arena é enorme, com vários restaurantes,<br />

lojas de shoppings e de várias marcas de<br />

alto nível - outlet. Além disso, o complexo<br />

tem atividades como escalada, boliche e até<br />

cinema.<br />

Campeão do torneio em 2000, após final<br />

sensacional com André Agassi, Gustavo<br />

Kuerten é bem conhecido e tem até uma das<br />

chaves de simples levando o seu nome, além<br />

disso as televisões do estádio apresentam,<br />

volta e meia, a relação de todos os campeões<br />

do torneio.<br />

Chama a atenção o espetáculo de luzes, assim<br />

como detalhes dos telões mostrando a torcida<br />

quando os tenistas ganham um ponto direto,<br />

com ace. Há músicas lindas motivando o<br />

ambiente.<br />

Despesas<br />

Para servir de referência, compartilho média de<br />

preços dos hotéis. Já adianto que a experiência<br />

vale a pena.<br />

Hotel: Por casal, a diária sai R$ 900<br />

Avião: R$ 6.300 o casal, ida e volta<br />

Refeição: Por casal, R$ 1 mil o dia<br />

Transporte: R$ 100 por casal, de metrô<br />

Ingressos: Para o casal, R$ 3.500 por dois dias<br />

inteiros<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 17


SAÚDE<br />

Fotos: USTA/Garrett Ellwood - AELTC/Florian Eisele<br />

Nutrição eficiente para tenistas<br />

vegetarianos estritos<br />

Patrícia Ghattas - Especial para a <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong><br />

Está desinformado quem<br />

pensa que tenistas devem<br />

ter alimentação carnívora<br />

para obter os nutrientes e<br />

proteínas necessários para<br />

a plena realização dos<br />

exercícios<br />

A<br />

opção por uma alimentação vegetariana<br />

estrita (também feita por veganos, que<br />

recusam produtos testados em animais)<br />

promove crescimento e desenvolvimento<br />

adequado e não há problema na adoção em<br />

todos os ciclos de vida, inclusive por atletas -<br />

desde que bem planejada. Várias organizações<br />

internacionais de renome têm parecer<br />

favorável.<br />

Qualquer modalidade esportiva que exige alto<br />

desempenho pode ser realizada por pessoas<br />

que são vegetarianas estritas, incluindo o<br />

tênis. Está desinformado quem acredita que<br />

tenistas devem ter alimentação carnívora para<br />

obter os nutrientes e proteínas necessários<br />

para a plena realização dos exercícios, treinos<br />

intensos e partidas longas e extenuantes.<br />

No tênis, há exemplos de jogadores bem<br />

sucedidos que provam a eficiência. As irmãs<br />

Venus e Serena são veganas, seguindo o<br />

caminho das históricas Billie Jean King e<br />

Martina Navratilova. Entre os homens, Novak<br />

Djokovic já declarou que o vegetarianismo<br />

melhorou sua qualidade de vida e até a forma<br />

de jogar.<br />

É possível atender os nutrientes essenciais<br />

ao organismo por meio de um planejamento<br />

alimentar adequado. Nesse caso, é<br />

indispensável o consumo de cereais (arroz,<br />

sorgo, aveia, milho, trigo, centeio, entre outros),<br />

leguminosas (ervilha, lentilha, grão de bico,<br />

feijão, soja e fava), oleaginosas (castanhas,<br />

nozes, amêndoas, pistache), sementes (de<br />

gergelim, abóbora, chia, linhaça, girassol),<br />

amiláceos (mandioquinha, inhame, cará, batata<br />

doce, mandioca, cúrcuma, gengibre), verduras,<br />

legumes (rúcula, escarola, banana, abobrinha,<br />

abóbora), frutas (coco, abacate) e óleos<br />

(manteiga ghee vegana, óleo de coco, azeite<br />

de oliva extra virgem, entre vários outros óleos<br />

extra virgem não industrializados).<br />

Os nutrientes que requerem atenção na<br />

prescrição alimentar de um tenista vegetariano<br />

estrito são ferro, zinco, cálcio, vitamina B12 e<br />

ômega 3.<br />

Para o tenista garantir um aporte de ferro<br />

diário adequado é essencial que nas refeições<br />

principais, ricas em ferro, sejam associados<br />

o consumo de alimentos ricos em vitamina<br />

C, ácidos orgânicos e betacaroteno - para<br />

aprimorar a biodisponibilidade do ferro.<br />

Convém evitar, nessas refeições, os alimentos<br />

com alto teor de cálcio e polifenóis.<br />

Os atletas que se encaixam nesse perfil<br />

precisam priorizar as fontes de cálcio, com<br />

pelo menos três refeições contendo esses<br />

alimentos. As bebidas vegetais fortificadas<br />

com cálcio são opções para substituir o leite<br />

de vaca. Há outras opções vegetarianas ricas<br />

em cálcio: folhas verdes escuras, como couve,<br />

agrião, rúcula, brócolis, mostarda, salsão,<br />

almeirão e catalonha, nos temperos frescos,<br />

como tomilho, alecrim, hortelã, manjericão,<br />

salsinha, e alho, nas leguminosas como soja, no<br />

tofu fortificado com cálcio, no feijão branco,<br />

creme de leite vegetal, iogurtes vegetais e<br />

alguns cereais matinais. É importante também<br />

não abusar de alimentos ricos em ácido oxálico,<br />

como espinafre, beterraba (principalmente<br />

a folha), acelga e cacau em pó na mesma<br />

refeição que priorizar as fontes de cálcio - eles<br />

dificultam a absorção do cálcio.<br />

Outro nutriente que precisa de uma atenção<br />

Foto: Nitrub<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 18


edobrada na alimentação vegana é a vitamina<br />

B12. É o único nutriente ausente na alimentação<br />

vegetariana estrita. As fontes principais<br />

teoricamente dessa vitamina são carnes, ovos,<br />

queijo, leite. Dessa forma, a deficiência de<br />

vitamina B12 é comum em atletas veganos e,<br />

portanto, também nos tenistas veganos. Os<br />

alimentos de origem vegetal, algas e produtos<br />

fermentados, não são fontes confiáveis. Sendo<br />

assim, é essencial os tenistas incluírem a<br />

suplementação dessa vitamina.<br />

Uma alimentação vegana, mal planejada<br />

e desorientada pode levar ao baixo<br />

consumo de ômega 3, especificamente<br />

o ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido<br />

docosahexaenoico (DHA). O fornecimento<br />

de ômega 3 em uma alimentação vegetariana<br />

estrita é através de algumas sementes (exemplo:<br />

linhaça e chia), oleaginosas (nozes) e algas.<br />

A proteína não é um fator de preocupação<br />

na alimentação vegetariana. Uma prescrição<br />

alimentar bem planejada fornece todas<br />

as proteínas necessárias. Uma vez que os<br />

alimentos de origem vegetal têm um perfil<br />

incompleto de aminoácidos, o segredo está<br />

em variar razoavelmente as fontes de proteína<br />

vegetal, o que garante a ingestão de todos os<br />

aminoácidos essenciais. Uma boa estratégia<br />

para o tenista atingir sua necessidade de<br />

proteínas ideal é ingerir quantidades em torno<br />

de 20 gramas de proteína a cada 3 ou 4 horas.<br />

Como atletas tenistas viajam bastante<br />

durante o ano todo, para garantir praticidade<br />

e conforto a eles existem boas opções de<br />

suplementos proteicos veganos no mercado,<br />

tais como spirulina, proteína de cânhamo,<br />

proteína de ervilha ou até mesmo uma mistura<br />

de fontes proteicas vegetais. Existem algumas<br />

variedades nacionais e importadas, mas é<br />

importante que cada dose de 25g de proteína<br />

tenha quantidade total de l-leucina próximo ou<br />

igual a 3-3,5 gramas.<br />

Quando se trata de atletas tenistas, uma<br />

grande preocupação é como ter um excelente<br />

desempenho físico e mental sem causar danos<br />

à saúde. E quando o tenista é vegetariano<br />

estrito, existem algumas especulações e<br />

dúvidas quanto a manter o alto desempenho.<br />

Porém, uma alimentação vegetariana estrita<br />

pode garantir uma digestão e recuperação<br />

muito mais rápida, afetando positivamente<br />

sua performance, assegurando um maior<br />

rendimento. A disposição, a energia, o<br />

rendimento, o sono e a recuperação muscular<br />

são mais efetivos.<br />

Obs: o artigo completo está no portal da<br />

<strong>Winner</strong> (www.revistawinner.com.br)<br />

*Patrícia Ghattas é<br />

nutricionista com<br />

especialização em<br />

adolescentes e fisiologia do<br />

exercício. Atuou junto de tenistas de 2010<br />

a 2018 e tem experiência acumulada com<br />

atletas de alto rendimento. Trabalha como<br />

nutricionista esportiva e clínica no Instituto<br />

do Atleta (INA), atendendo esportistas de<br />

modalidades variadas, praticantes de atividade<br />

física e pessoas com queixas clínicas variadas<br />

Fotos: USTA/Garrett Ellwood - AELTC/Florian Eisele<br />

apoio:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 19


lesões<br />

Foto: USTA/Garrett Ellwood<br />

Tênis atual<br />

‘cobra’ mais<br />

do abdome<br />

Antonio Kurazumi<br />

Lesões abdominais ocorrem<br />

com frequência em músculos<br />

sobrecarregados pelos<br />

movimentos de saque e<br />

forehand (em open stance), a<br />

cada dia mais potentes<br />

As lesões abdominais atrapalham a<br />

carreira dos tenistas há tempos,<br />

mas atualmente apresentam novos<br />

desafios devido à evolução da modalidade. A<br />

preocupação de se acompanhar a velocidade<br />

do jogo, por meio de técnicas - apoiadas pela<br />

ciência - para executar golpes com potência<br />

superior a do adversário, deve ser integrada<br />

ao trabalho de prevenção de lesões e à<br />

preparação física. Os dois últimos aspectos são<br />

essenciais para que a musculatura aguente a<br />

sobrecarga que é exposta, além de ajudar no<br />

desempenho em quadra.<br />

Foi um problema no abdome que tirou Rafael<br />

Nadal do Masters 1000 de Paris e do ATP<br />

Finals de Londres, impedindo que o espanhol<br />

terminasse a temporada no 1º lugar do ranking<br />

mundial.<br />

Conforme explica o fisiatra e médico do Brasil<br />

na Copa Davis, Ricardo Diaz Savoldelli, os<br />

músculos abdominais da parte da frente e<br />

lateral estão mais sujeitos a lesões nesse local<br />

(principalmente o reto abdominal e os oblíquos).<br />

Eles realizam a flexão e rotação, podendo<br />

acarretar em contraturas, distensões ou até<br />

rotura de fibras. São justamente os gestos de<br />

saque e forehand em open stance que forçam<br />

esses grupos musculares. “Durante o saque, o<br />

maior esforço é feito pelo lado contralateral (se<br />

a pessoa é destra, o reto abdominal esquerdo<br />

será mais exigido e vice-versa) e por repetir<br />

esses movimentos inúmeras vezes, o músculo<br />

acaba ficando mais forte e com o diâmetro<br />

aumentado em relação ao músculo do lado<br />

dominante (que o tenista empunha a raquete)”,<br />

detalha Savoldelli, explicando o motivo para o<br />

músculo do abdome do tenista ser mais fraco<br />

do lado que ele saca.<br />

O fisiatra enfatiza sobre o papel da prevenção<br />

de lesões e a preparação física, que, além<br />

de fazer toda a diferença por fortalecer a<br />

musculatura do abdome, pode elevar o nível<br />

de jogo dos tenistas. “Trabalhando esses<br />

dois aspectos, a velocidade do saque e do<br />

forehand é desenvolvida. A bola vai andar<br />

mais”, garante.<br />

“Tenistas profissionais<br />

passam horas diárias<br />

fazendo trabalho de<br />

prevenção de lesões e<br />

ainda assim se machucam.<br />

Imagine se não fizessem? O<br />

quanto iam se machucar?<br />

Pegando o exemplo do<br />

Nadal, com certeza ele não<br />

estaria mais jogando”<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 20


Para prevenir ou reduzir as lesões nessa parte<br />

do corpo, toda a região abdominal deve ser<br />

preparada para a sobrecarga que a prática<br />

do tênis exige. Com base em exercícios de<br />

alongamento, fortalecimento, resistência,<br />

potência e consciência corporal, a busca é pelo<br />

equilíbrio pélvico, proteção articular e maior<br />

eficiência dos músculos.<br />

“Lembrando que é essencial o trabalho de<br />

contração excêntrica dessa musculatura e<br />

outro de pliometria, que em outras palavras<br />

são exercícios que realizam certa sequência<br />

de contrações musculares, com movimentos<br />

rápidos de explosão. O principal exemplo<br />

de exercício pliométrico é o de sequência<br />

de saltos de um step para o chão e para<br />

outro step. E existem exercícios pliométricos<br />

específicos para se fazer com os músculos<br />

abdominais”, enumera Savoldelli.<br />

Um teve que parar de jogar e treinar por dois<br />

meses, enquanto o outro só parou de sacar,<br />

mas pôde seguir a rotina de treinamentos -<br />

esse último foi liberado para fazer todos os<br />

movimentos após 20 dias, inclusive o saque.<br />

“No nível atual do tênis, as lesões se dão mais<br />

por essa sobrecarga de querer levar o corpo<br />

ao limite, a intensidade do treino e dos golpes.<br />

Mas no amador, juvenil e, quiçá, na fase de<br />

transição, existe mistura de desconhecimento<br />

dos atletas e profissionais ou falta de dar<br />

o devido valor. Fazem muito trabalho em<br />

quadra e se esquecem da preparação física e<br />

prevenção de lesões”, lamenta.<br />

Sobre o risco de jogar com uma lesão no<br />

abdome, o médico do Brasil na Davis alerta<br />

sobre a possibilidade de o problema se agravar<br />

ou “espalhar”. “Muitas vezes o tenista começa<br />

a tentar modificar o gesto do saque e do<br />

forehand procurando ficar mais confortável<br />

e sentir menos dor. Com isso, sobrecarrega<br />

outras estruturas, como lombar, ombro e<br />

punho e podem aparecer dores em outros<br />

locais. Tampouco podemos esquecer que vai<br />

diminuir a velocidade e potência desses golpes<br />

alterados.”<br />

Músculo reto<br />

abdominal<br />

Com o problema constatado, vem a reabilitação<br />

que depende de inúmeros fatores: desde a<br />

gravidade da lesão, localização (mais próxima<br />

ou distante da origem do músculo), idade do<br />

atleta, se é profissional ou amador e momento<br />

da temporada. Savoldelli lembra que já tratou<br />

de jogadores com lesões em músculo idêntico<br />

do abdome, mas de gravidades diferentes.<br />

Foto: Ben Solomon/Tennis Australia<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 21


COLUNA<br />

Conferência de treinadores<br />

Ricardo Coelho<br />

Como tem sido desde a 1ª coluna na<br />

revista, nessa edição volto a abordar<br />

tema que envolve conhecimento.<br />

Estive na Conferência Regional de Treinadores<br />

de Tênis da ITF (Federação Internacional de<br />

Tênis) em Curitiba/PR, onde acumulei mais<br />

informações e troca de experiências para<br />

a carreira. É fundamental nós, técnicos e<br />

professores, buscarmos novas tendências.<br />

A Conferência se baseou na formação e no<br />

desenvolvimento de jogadores. Nesse espaço<br />

vou falar de alguns palestrantes que gostei,<br />

além de temas importantes.<br />

Começo pelo americano Paul Lubbers. Ele<br />

tratou de treinos de devolução, progressão<br />

do saque e padrões de ‘footwork’, necessário<br />

para o sucesso. A formação e crescimento dos<br />

tenistas passam por esses aspectos.<br />

Outro estrangeiro que transmitiu seu<br />

conhecimento foi Rafael Martinez, da Espanha,<br />

que falou sobre metodologia e tendência para<br />

o ensino. Seu compatriota Miguel Crespo,<br />

responsável pelo programa de formação de<br />

treinadores da ITF, palestrou sobre treinamento<br />

psicológico para jogadores em formação, em<br />

como se treinar aspectos mentais.<br />

Coordenador de capacitação da CBT<br />

(Confederação Brasileira de Tênis), César Kist<br />

abordou os princípios básicos do jogo de<br />

duplas.<br />

Voltando à formação, o paraguaio Alfredo de<br />

Brix discursou sobre o uso de bolas de baixa<br />

pressão no desenvolvimento de padrões gerais<br />

de jogadoras nessa etapa inicial da carreira.<br />

Exemplo para os tenistas atuais, André Sá deu<br />

detalhes da carreira de um jogador profissional,<br />

enfatizando a disciplina como elemento que<br />

leva a superar barreiras e à longevidade na<br />

carreira. Capitão da Davis, João Zwetsch<br />

entrou no mérito da competência do treinador<br />

no alto rendimento. Ainda teve o argentino<br />

Mariano Nunez, com o tema “antecipação com<br />

processo progressivo motor”.<br />

De todos os palestrantes, quem mais me<br />

impressionou foi Bruce Elliott por falar de<br />

um tema que gosto muito: a biomecânica.<br />

O australiano falou sobre a biomecânica<br />

do saque, desenvolvimento muscular que<br />

devemos trabalhar nossos alunos para não se<br />

lesionarem e terem uma melhor performance.<br />

Destaco também a palestra do argentino<br />

Fernando Virches, especialista em<br />

desenvolvimento motor e que mostrou a<br />

importância de fazer exercícios trabalhando<br />

os braços e perna juntos, com o objetivo de<br />

termos jovens mais coordenados. Já Suzana<br />

Silva, que faz parte da equipe de capacitação<br />

de professores da CBT, ressaltou como se<br />

trabalha pouco com as nossas crianças a<br />

paixão pelo tênis, quesito fundamental para se<br />

estimular a garra, vontade de vencer.<br />

Pegando como gancho a Conferência, entendo<br />

que o estudo da parte científica está cada vez<br />

mais em nosso esporte e temos que estar<br />

adaptados a essas mudanças.<br />

Até a próxima.<br />

Ricardo Coelho é coordenador técnico da Hebraica. Na função de técnico, viajou para três torneios Grand Slam com Júlio Silva,<br />

Rogério Dutra Silva e a argentina Maria Argeri. Formou-se em biomecânica aplicada ao tênis, em curso internacional da ATP e<br />

nos cursos de níveis 1, 2, 3 e 4 da CBT e ITF<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 22


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