Edição 11 - Revista Winner ABC
Matéria Especial com André Sá. Não perca! Revista Winner ABC é a revista de tênis da sua região. Aqui você encontra dicas sobre saúde, prevenção de lesões, torneio, técnicas e muito mais.
Matéria Especial com André Sá. Não perca!
Revista Winner ABC é a revista de tênis da sua região. Aqui você encontra dicas sobre saúde, prevenção de lesões, torneio, técnicas e muito mais.
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A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />
Distribuição gratuita<br />
ANO 3 • EDIÇÃO <strong>11</strong> • OUT. / NOV. / DEZ. 2018<br />
O cara das<br />
DUPLAS<br />
André Sá lembra como abriu<br />
as portas para compatriotas<br />
e revela segredos de uma<br />
dupla de sucesso no tênis<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 1
salsanova<br />
DESDE<br />
1962<br />
Raquete com DNA<br />
da A Esportiva<br />
nunca paga o<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 2<br />
SANTO ANDRÉ • SÃO SANTO BERNARDO ANDRÉ DO • CAMPO SÃO BERNARDO • SÃO JOSÉ DO DOS CAMPO CAMPOS • TAUBATÉ • TAUBATÉ • SANTOS • SANTOS • SÃO • SÃO VICENTE VICENTE • CAMPINAS • CAMPINAS • BRASÍLIA • RIBEIRÃO PRETO • BRASÍLIA
Expediente<br />
A <strong>Revista</strong> WINNER é o veículo de<br />
divulgação do esporte para o Grande<br />
<strong>ABC</strong>, direcionada aos esportistas<br />
e empresários da região, com sua<br />
distribuição gratuita.<br />
Editor responsável<br />
Antonio Kurazumi<br />
antonio@revistawinner.com.br<br />
Supervisão editorial<br />
Guilherme Menezes<br />
guilherme@revistawinner.com.br<br />
Supervisão comercial<br />
Rodrigo Rocha<br />
comercial@revistawinner.com.br<br />
Jornalista responsável<br />
Antonio Kurazumi (MTB: 54.632)<br />
Direção de arte e diagramação<br />
Rodrigo Rocha<br />
Fotos<br />
Capa:<br />
Rodrigo Rocha e Divulgação<br />
Colaboradores<br />
Ricardo Coelho, André Lima, Edson<br />
Santos e Ricardo Diaz Savoldelli<br />
Editoração e comercialização<br />
Imagem Brasil Produções<br />
Impressão<br />
FortPress Gráfica e Editora Eireli EPP<br />
Rua Xavantes , 434 - Vila Pires<br />
Santo André - SP - Tel: (<strong>11</strong>) 4810-6830<br />
Tiragem desta edição<br />
3.000 exemplares<br />
Os artigos publicados nesta revista<br />
expressam exclusivamente a opinião<br />
de seus autores e são de sua inteira<br />
responsabilidade.<br />
Rua Yolanda Suppi Bosqueiro, 40<br />
Jd. Belita - São Bernardo do Campo - SP<br />
CEP: 09851-350<br />
Tel.: (<strong>11</strong>) 4392-7184<br />
facebook.com/revistawinnerabc<br />
www.revistawinner.com.br<br />
Mais duplas<br />
Não havia personagem melhor para a capa da <strong>11</strong>ª edição da <strong>Winner</strong>. É difícil encontrar<br />
um homem que tenha jogado tênis em alto nível por 20 anos, tal qual André Sá. Ou<br />
então com um histórico de parcerias em quadra com nomes que se tornariam número<br />
1 do mundo, evidenciando a capacidade do mineiro em potencializar talentos.<br />
Hoje no papel de consultor da ITF (Federação Internacional de Tênis), o ex-tenista tem<br />
trânsito livre com Federer, Nadal, Djokovic e companhia e conta um pouco dessa relação<br />
em entrevista exclusiva. Também dá sugestões de como difundir o tênis no país, mas<br />
é claro que o papo é mais aprofundado quando se trata do jogo de duplas. Ele tenta<br />
explicar os motivos para o Brasil ter três homens capazes de vencer qualquer um no<br />
circuito mundial e nenhum entre os 100 do mundo em simples.<br />
A despeito do profissionalismo, acompanhando o tênis amador e a movimentação pelas<br />
quadras do <strong>ABC</strong> e São Paulo, notamos como as duplas têm feito sucesso, outro motivo<br />
importante para escutar o grande Sá - que esteve recentemente em São Bernardo para<br />
clínica que movimentou a região. O espaço aqui também serve para pedirmos valorização<br />
ainda maior desse mundo, que proporciona partidas eletrizantes e com capacidade de<br />
atrair mais público para o tênis, algo que estamos precisando.<br />
Partindo para o nosso 4º ano na estrada, reservamos duas páginas para quem toma as<br />
decisões na modalidade atualmente: o presidente da CBT (Confederação Brasileira de<br />
Tênis), Rafael Westrupp. Fizemos questionamentos e buscamos tirar dúvidas presentes<br />
em rodas de especialistas e amantes da modalidade, que não representam segredo para<br />
ninguém - e que carecem de resposta. Cabe a você tirar suas próprias conclusões, a<br />
entrevista ficou na íntegra.<br />
Como já tem sido corriqueiro, apresentamos um destaque do <strong>ABC</strong>. O nome da vez<br />
é Vinicius Rodrigues, com apenas 15 anos, mas que tem como um dos diferenciais<br />
justamente o jogo na rede - olha as duplas aí de novo.<br />
Aqui nessa espaço também damos voz para as crianças que participaram da 1ª Copa<br />
<strong>Winner</strong> Infantil, um dos grandes momentos da modalidade na região em 2018. Mostramos<br />
como ações desse tipo podem transformar a vida de uma pessoa ou família, independente<br />
da sequência em alto nível no tênis.<br />
E ainda tem muito mais, com as colunas recheadas de conhecimento e os quadros lesões<br />
e saúde. Fique à vontade.<br />
Boa leitura.<br />
EQUIPE WINNER<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 3
SUMÁRIO<br />
05<br />
PROJETO SOCIAL SANTO ANDRÉ<br />
06<br />
1ª COPA WINNER:<br />
LEGADO PARA O TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />
08<br />
Vinicius RODRIGUES:<br />
SOFRER NÃO É PROBLEMA<br />
10<br />
empreendedorismo:<br />
O QUE PENSA A CBT<br />
12<br />
especial: ANDRÉ SÁ<br />
PRECURSOR DAS DUPLAS<br />
16<br />
coluna: andré LIMA<br />
FLEXIBILIDADE DA RAQUETE O<br />
QUE MUDA NO JOGO?<br />
17<br />
fala leitor: MINHA<br />
EXPERIÊNCIA NO ATP FINALS<br />
18<br />
SAÚDE: NUTRIÇÃO<br />
EFICIENTE PARA TENISTAS<br />
VEGETARIANOS ESTRITOS<br />
20<br />
LESÃO: TÊNIS ATUAL “COBRA”<br />
MAIS do ABDOME<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 4<br />
COLUNA: RICARDO COELHO<br />
CONFERÊNCIA DE TREINADORES<br />
leia estas e outras matérias em:<br />
www.revistawinner.com.br
PROJETO SOCIAL<br />
Tênis nas regiões<br />
mais afastadas<br />
Alunos da rede municipal de Santo André<br />
aprendem a modalidade em bairros<br />
carentes da cidade<br />
Fotos: Júlio Bastos<br />
Redação<br />
Estudantes da rede municipal de ensino de<br />
Santo André estão aprendendo a jogar<br />
tênis por meio de aulas gratuitas. Ainda<br />
há vagas e as inscrições estão abertas. Podem<br />
se matricular alunos do ensino fundamental,<br />
com idade entre 6 e <strong>11</strong> anos. Para participar<br />
é só procurar o CESA (Centro Educacional de<br />
Santo André) mais próximo.<br />
O tênis é uma das novas modalidades que em<br />
2018 passou a integrar o leque de atividades<br />
oferecidas pelas Ações Complementares da<br />
Secretaria de Educação. O programa oferece<br />
aulas de esporte e artes no contraturno escolar<br />
nos CESAs.<br />
As aulas de tênis acontecem em 12 CESAs<br />
da cidade. “A iniciativa está proporcionando a<br />
oportunidade de aprender a jogar tênis para<br />
os alunos das regiões mais afastadas e com<br />
população mais carente, como o bairro da Cata<br />
Preta, o Parque Andreense e o Jardim Santo<br />
André”, destacou o gerente dos CESAs, Márcio<br />
“Tubarão” Ribeiro.<br />
Cerca de 100 crianças já estão inscritas nas<br />
aulas de tênis dos CESAs. “Temos capacidade<br />
para formar turmas com até 15 crianças cada, o<br />
que significa uma capacidade de atendimento<br />
de 180 crianças”, acrescentou.<br />
Ainda de acordo com Ribeiro, há vagas<br />
disponíveis, porque é um esporte novo na rede<br />
de ensino. “Muitas pessoas consideram o tênis<br />
como um esporte elitista. Nosso objetivo é<br />
mudar esse conceito, popularizando o esporte<br />
e oferecendo ao aluno a possibilidade de<br />
vivenciar essa atividade. Essa vivência traz<br />
benefícios também no aspecto motor, social e<br />
cognitivo, contribuindo para o desenvolvimento<br />
global da criança”, acrescentou.<br />
Método Play and Stay<br />
Para manter as crianças estimuladas a<br />
continuar a praticar o esporte que requer<br />
muito treino, coordenação e concentração,<br />
as aulas de tênis de Santo André seguem<br />
o método Play and Stay, que transforma o<br />
aprendizado do esporte em um processo fácil<br />
e divertido. Criado em 2007 pela Federação<br />
Internacional do Tênis, com o objetivo de<br />
atrair pessoas para o esporte, o sistema<br />
se baseia no uso de bolas mais lentas em<br />
espaços reduzidos, aumentando a chance<br />
das pessoas sem experiência aprenderem a<br />
jogar. Há quatro velocidades de bolas e três<br />
tamanhos de quadras. À medida que a criança<br />
vai evoluindo, ela passa para o próximo estágio<br />
com uma bola de maior velocidade e outro<br />
tamanho de quadra.<br />
Eliana Aparecida Banhara, mãe dos irmãos<br />
Bryan, de 10 anos e Rian, de 8 anos, que<br />
aprendem tênis juntos no CESA Vila Linda,<br />
acredita que o esporte tem contribuído para<br />
o desenvolvimento dos filhos. “A prática de<br />
um esporte é muito benéfica para a saúde da<br />
criança e para o crescimento, e, além disso,<br />
contribui para o desenvolvimento no aspecto<br />
social, já que eles passam a interagir com<br />
outras crianças. Além disso, o aprendizado<br />
acaba sendo mais completo”, afirmou.<br />
Por isso, encontrar talentos não é o foco<br />
principal do programa, mas se acontecer, o<br />
estudante será direcionado para continuar<br />
se aperfeiçoando. “Vamos realizar partidas<br />
entre as unidades e inscrever nosso alunos<br />
em festivais da região”, afirmou o gerente dos<br />
CESAs, Márcio “Tubarão” Ribeiro.<br />
QUER SER O ROSTO DA<br />
2ª COPA WINNER?<br />
Participe da nossa campanha<br />
e marque este ponto<br />
A 2ª Copa <strong>Winner</strong><br />
Infantil será realizada<br />
no mês de Abril na<br />
academia Tênis e Cia.<br />
Organização:<br />
Saiba como participar em nossas redes sociais<br />
/revistawinnerabc<br />
A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 5<br />
/revistawinnerabc
novidade<br />
LEGADO PARA O<br />
TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />
Com participação de técnicos, jogadores de nível<br />
internacional e apoios importantes, 1ª Copa <strong>Winner</strong><br />
Infantil mostrou potencial do tênis no <strong>ABC</strong><br />
Antonio Kurazumi<br />
Há vida no tênis do <strong>ABC</strong> e ela começa<br />
pelas crianças, que só precisam de<br />
oportunidades. Foi o que mostrou a<br />
1ª Copa <strong>Winner</strong> Infantil, realizada na academia<br />
Tênis & Cia, em Santo André, lembrada como<br />
um dos grandes momentos da modalidade em<br />
2018 na região. Foram mais de 120 inscritos e<br />
com um detalhe importante: o limite de idade<br />
para participar foi apenas 12 anos.<br />
As seis quadras foram utilizadas simultaneamente<br />
no evento, que começou na manhã de um<br />
sábado e só acabou na tarde do dia seguinte.<br />
A proposta, de fazer um campeonato para<br />
incentivar a prática entre as crianças, pensando<br />
desde o aspecto social até o desenvolvimento,<br />
foi entendida por todos. Professores e técnicos<br />
enviaram crianças, mas também estiveram<br />
presentes de forma efetiva, inclusive ajudando<br />
na arbitragem e nas atividades com os pequenos<br />
da categoria bola vermelha.<br />
“FOI MUITO LEGAL ESSA UNIÃO DO<br />
PESSOAL PARA TUDO OCORRER BEM.<br />
Todos abraçaram e entenderam<br />
a mensagem, que é colocar AS<br />
CRIANÇAS PARA JOGAR”, DISSE EDSON<br />
SANTOS, UM DOS ORGANIZADORES<br />
E TAMBÉM COORDENADOR DA<br />
MODALIDADE NA TÊNIS & CIA.<br />
Foi difícil achar um lugar nas arquibancadas<br />
na manhã do segundo dia, período em que<br />
aconteceu a brincadeira com as crianças da<br />
bola vermelha junto de Thaisa Pedretti e Nicolas<br />
Zanellato, um dos melhores juvenis do país.<br />
“Muitos falam que o tênis não dá futuro, mas<br />
aparecemos para mostrar que é diferente, muitos<br />
têm um sonho e com nossa presença provamos<br />
que é possível alcançar”, declarou Thaisa, ao<br />
revelar que, nos primeiros contatos com o tênis,<br />
também participava de clínicas. “Achei legal<br />
porque senti que sirvo de motivação para eles,<br />
queriam jogar comigo”, completou Zanellato.<br />
Todos as crianças receberam brindes da<br />
organização – squeeze e uma bolinha para<br />
os pequenos da bola vermelha – cedidos pela<br />
Decathlon e a Artengo de São Bernardo, que<br />
também forneceram bolas e demais materiais<br />
para o torneio, além de uma cobiçada mini rede<br />
que aumentou a diversão.<br />
No mais, aplausos, alegria e choro, que também<br />
faz parte do processo de aprendizagem de<br />
como é o tênis. Aliás, pelo formato definido, os<br />
derrotados na estreia disputaram outras partidas,<br />
já que há valores mais importantes do que a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 6
vitória nessa faixa etária. “Houve boa aceitação<br />
por parte dos pais, é preciso compreender que<br />
um evento assim é educativo, especialmente a<br />
arbitragem. Todos estão aprendendo, a criança<br />
está tendo o primeiro contato com o joguinho<br />
e precisa sair feliz de quadra”, explicou Edson,<br />
antes de apontar outro papel importante de um<br />
torneio desse tipo. “As crianças são as fontes. Se<br />
não investir, não fizer esse tipo de festival, o tênis<br />
morre, vai parando. As entidades que comandam<br />
a modalidade focam no circuito juvenil, mas<br />
esquecem das crianças e o esporte perde com<br />
isso”, completou.<br />
Pai de Davi Simão Ribeiro, que<br />
jogou na categoria bola laranja,<br />
Rodrigo enfatizou o aspecto<br />
lúdico do evento. “Foi a chance<br />
de ele ver como está, o nível<br />
atual, mas acima de tudo se<br />
divertir, tratar como se fosse<br />
uma brincadeira”, comentou.<br />
“É importante para a formação, aprender a<br />
vencer e a perder também. Eu incentivo,<br />
não gosto de colocar pressão nele”, destacou<br />
Claudinei José de Oliveira, que inscreveu o filho<br />
Gustavo na bola verde.<br />
O andreense Nicholas Gameiro, que disputou<br />
a bola amarela, comemorou o fato de não<br />
precisar fazer grande deslocamento para jogar<br />
um campeonato. “Eu tinha que ir para São Paulo,<br />
agora tem esse torneio aqui que vejo com o nível<br />
de uma Copa Guga”, elogiou. “Havia uma carência<br />
desse tipo de evento no <strong>ABC</strong>, já tivemos que nos<br />
deslocar para Campinas. Só peço obediência e<br />
disciplina a ele, que vá lá e se divirta. O professor<br />
gosta que todos estejam presentes. Não cobro<br />
ele sobre resultados e é notória a evolução do<br />
rendimento na escola”, acrescentou João Roberto<br />
Tavares, pai de João Victor.<br />
A <strong>Winner</strong> registrou uma bela história envolvendo<br />
a família Padovesi, tendo como personagem o<br />
pequeno Mateus. Conforme revelou o pai, o<br />
tênis ajudou a vencer trauma com o futebol<br />
do menino, que se assustava com a gritaria e<br />
xingamentos. A inclusão esportiva por meio do<br />
tênis foi fundamental no desenvolvimento de<br />
Mateus, que não sai do youtube em busca de<br />
informações sobre a modalidade. A história se<br />
transformou em inspiração para o irmão mais<br />
novo, Rafael, que também participou da Copa<br />
<strong>Winner</strong>.<br />
PRIMEIRA VEZ<br />
A Copa <strong>Winner</strong> jamais será esquecida pelas<br />
crianças do projeto social Raquete na Mão<br />
é a Solução, desenvolvido pela CR Tennis no<br />
Esporte Clube São Caetano. Pela primeira vez,<br />
os jovens do projeto saíram de São Caetano<br />
para uma competição, segundo conta a<br />
coordenadora Cassia Lorenzini.<br />
“Foi uma experiência e vivência diferente para<br />
eles e os pais. O que mais nos deixou contentes<br />
foi a postura de todas as crianças e os próprios<br />
pais tanto na vitória ou na derrota, pois acima<br />
de tudo trabalhamos para formar melhores<br />
seres humanos. Eles voltaram com uma postura<br />
diferente, a motivação foi notória”, destacou.<br />
Feliz com o título da Copa<br />
<strong>Winner</strong>, Nauhany Silva<br />
retratou o momento em<br />
desenho no colégio<br />
Organização:<br />
A REVISTA DE TÊNIS DO <strong>ABC</strong><br />
Patrocínios e Apoios<br />
enova<br />
Farmácia de Manipulação<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 7
DESTAQUE do abc<br />
Divulgação<br />
Sofrer não é<br />
PROBLEMA<br />
Antonio Kurazumi<br />
Com muita determinação,<br />
Vinicius Rodrigues deixou<br />
de ser um dos “piores” do<br />
início da carreira e se<br />
tornou esperança do tênis<br />
brasileiro; andreense tem<br />
voleio como um dos pontos<br />
fortes<br />
Entre falar e pagar o preço no tênis<br />
brasileiro, há uma distância que abrevia<br />
carreiras, mas esse não é o caso de<br />
Vinicius Rodrigues. Quando iniciou os treinos<br />
na equipe Juninho Tennis, o andreense sequer<br />
acompanhava o ritmo dos companheiros.<br />
Apresentava nível inferior, porém, com a<br />
dedicação e as aptidões estimuladas pelos<br />
profissionais próximos, passou a ganhar de<br />
todos em pouco tempo. Chegou ao topo do<br />
ranking nacional de 12 e 14 anos. Nascido<br />
em 2003, é olhado atualmente com carinho<br />
por técnicos e especialistas que militam no<br />
tênis brasileiro. Em dezembro, inclusive,<br />
recebeu elogios de André Sá, confirmando<br />
característica incomum em se tratando de um<br />
jovem tenista do país: a eficiência na rede.<br />
“Ele não é o cara mais talentoso que já treinei<br />
na vida, mas é muito determinado. Se precisar<br />
treinar domingo, às seis da manhã, ele vai,<br />
vai nos feriados, fica em hotel e não reclama.<br />
Quando veio trabalhar conosco, tínhamos<br />
grupo de 4 a 5 garotos, ele nem arranhava,<br />
mas em dois anos não perdia de mais ninguém.<br />
Continuou treinando forte, há dias que fica 10<br />
horas em quadra”, revela o treinador Juninho<br />
Nascimento.<br />
Com finais e título de sul-americano e presença<br />
em pré-quali de torneios profissionais, tem<br />
nível forte para a idade. Experiência também.<br />
Foi um dos primeiros a disputar uma partida<br />
na arena olímpica, ao jogar o Evento Teste da<br />
Rio-2016. Nesse ano, viajou a Roland Garros<br />
para elevar os treinos da colega Ana Paula<br />
Melilo, que participou do Grand Slam. Voltou<br />
com outra mentalidade e viu que é possível,<br />
conforme disse em entrevista à <strong>Winner</strong>.<br />
“Foi sensacional a oportunidade de estar lá,<br />
em meu torneio preferido, e ver os melhores<br />
juvenis e profissionais do mundo. Isso abriu o<br />
caminho, ficou mais claro que é onde quero<br />
chegar, virou um objetivo e sei que terei uma<br />
oportunidade se continuar me dedicando”,<br />
acredita o jovem. “Ele viu como os treinos<br />
dos caras não são diferentes do que fazemos<br />
e está com outra postura, ainda mais focado.<br />
O Vinicius é disciplinado na parte tática, sabe<br />
alterar o ritmo das partidas, tem esse diferencial<br />
de enxergar bem o jogo. É um grande talento”,<br />
enumera Juninho. Depois de Roland Garros, o<br />
tenista entendeu que precisava treinar ainda<br />
mais e as 10 horas em quadra, num só dia, têm<br />
se tornado frequentes.<br />
O campeonato dos sonhos de Vinicius Rodrigues<br />
é no saibro, piso em que costuma treinar, mas o<br />
andreense não hesita em subir na rede. “Não é<br />
típico do nosso tênis ter um cara que vai bem<br />
na rede. Geralmente, os tenistas são sólidos<br />
apenas de fundo, até porque jogamos muito em<br />
saibro”, enfatiza Juninho.<br />
Em um dos últimos grandes resultados que<br />
obteve, o vice-campeonato do Cosat no<br />
Paraguai, Vini lembrou que venceu o jogo das<br />
quartas de final indo para a rede na maioria dos<br />
pontos. “Sempre gostei de matar os pontos<br />
nos voleios e smashs. Logo descobri que tinha<br />
uma facilidade para esse tipo de jogo, por isso<br />
tenho bons resultados nos torneios de duplas”,<br />
explicou o jovem, que tem 1,82 m. Em clínica<br />
realizada em dezembro no São Bernardo Tênis<br />
Clube, André Sá ficou impressionado com a<br />
qualidade do menino - como um todo, não só<br />
na rede.<br />
“Consegui fazer jogos com<br />
intensidade alta e bem<br />
mentalmente. Não baixei<br />
a cabeça nos momentos<br />
adversos. Foram duas ótimas<br />
semanas para fechar o ano<br />
com chave de ouro”<br />
Grato pelo apoio das empresas Just Line e MDS,<br />
o tenista da equipe Juninho Tennis pretende<br />
pontuar em curto prazo no ranking mundial da<br />
ITF Júnior. Para o futuro, se vê no top 10 da<br />
ATP. “Mas tenho de treinar muito e viajar para<br />
jogar grandes torneios”. Concluiu.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 8
PARA QUEM<br />
LEVA O<br />
TÊNIS<br />
MUITO A<br />
SÉRIO<br />
Ana Paula Melilo, atleta da Juninho Tennis<br />
joga em Roland Garros em 2018.<br />
Vinicius Rodrigues conquista o título de<br />
vice-campeão de simples da categoria 16 anos.<br />
REFERÊNCIA EM TREINAMENTO<br />
INFANTIL E JUVENIL<br />
Acompanhamento em Torneios no exterior como<br />
no ATP Junior Open no Paraguai.<br />
TREINAMENTO PROFISSIONAL<br />
PREPARAÇÃO FÍSICA E MENTAL<br />
INICIAÇÃO INFANTIL<br />
AULAS PARA ADULTOS<br />
INDIVIDUAIS E EM GRUPOS<br />
Treinamento especializado para atletas juvenis e<br />
acompanhamento em torneios no Brasil<br />
VENHA FAZER PARTE DA NOSSA EQUIPE!<br />
Fones: (<strong>11</strong>) 4427.3097 | (<strong>11</strong>) 9.4727.2<strong>11</strong>0<br />
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Apoio:<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 9<br />
R. David Campista, 64 - Vl. Lea - Sto. André - SP - contato@juninhotennis.com.br - www.juninhotennis.com.br
NACIONAL<br />
Divulgação<br />
O que pensa a CBT<br />
Antonio Kurazumi<br />
Em entrevista exclusiva<br />
à <strong>Winner</strong>, presidente da<br />
Confederação Brasileira<br />
de Tênis, Rafael Westrupp,<br />
responde pontos críticos<br />
sobre a modalidade no país<br />
Desde o seu início, a <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong><br />
propõe temas críticos inerentes ao<br />
tênis brasileiro e apresenta o que é<br />
bem feito. Nessa edição, abrimos espaço para<br />
o presidente da CBT (Confederação Brasileira<br />
de Tênis), Rafael Westrupp, homem com o<br />
poder de tomar decisões que alteram o rumo<br />
da modalidade no país.<br />
Em entrevista exclusiva – feita por email -,<br />
deixamos o principal responsável pela entidade<br />
à vontade para responder questões-chaves<br />
a respeito do tênis, tais como a massificação,<br />
projetos para desenvolvimento de jogadores e<br />
do Centro Olímpico de Tênis. Por mais de uma<br />
vez, o dirigente citou a falta de recursos. Leia<br />
a entrevista na íntegra e tire suas conclusões:<br />
Quais são suas principais bandeiras à frente<br />
da gestão da CBT e em que pé elas estão no<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 10<br />
momento? O que tem feito de diferente em<br />
relação à gestão anterior?<br />
Austeridade financeira, buscando realizar as<br />
atividades administrativas e de alto rendimento<br />
com menos recursos. Hoje participamos<br />
de dois programas de Governança: O GET<br />
(Gestão, Ética e Transparência) do COB (Comitê<br />
Olímpico Brasileiro), e o Rating, do Instituto<br />
Ethos. Este último tendo como signatários o<br />
Itaú, a Gol, entre outras empresas de expressão.<br />
As boas práticas são um mote da minha gestão.<br />
Qual o plano que a CBT desenvolve<br />
atualmente para tentar massificar o tênis<br />
no Brasil? Por que a modalidade ainda é<br />
elitizada?<br />
Existem muitos projetos sociais, que oferecem<br />
o contato e a prática com a modalidade, e<br />
patrocinamos alguns, inclusive. A CBT oferece<br />
isenção nas taxas de anuidades e inscrições<br />
para 10 crianças de cada projeto, em todos os<br />
torneios infanto-juvenis realizados pela CBT.<br />
Isto é inclusão e oportuniza as crianças de<br />
baixa renda a participarem do tênis social e de<br />
competição.<br />
Pensando ainda na massificação do tênis,<br />
não seria interessante para a CBT liderar<br />
movimento para ampliar a presença do tênis<br />
nas escolas e organizar mais festivais para<br />
as crianças, a fim de estimular a prática do<br />
tênis? Há trabalho forte nesse sentido?<br />
Temos o Programa Jogue Tênis nas Escolas,<br />
liderado pela Suzana Silva e Aírton Santos.<br />
Estamos no mercado buscando recursos para<br />
ampliar este programa. Se tivermos êxito na<br />
captação de recursos, sem dúvida este pilar<br />
será ainda mais desenvolvido.<br />
Em entrevista anterior à <strong>Winner</strong>, o senhor<br />
citou projetos pensando no desenvolvimento<br />
dos jovens jogadores brasileiros,<br />
especialmente os que estão na fase de<br />
transição ou acabaram de sair do juvenil.<br />
Porém, faltou detalhar esses projetos e falar<br />
dos resultados efetivos que eles já trouxeram.<br />
O espaço está aberto.<br />
O resultado tem sido o melhor de todos os<br />
tempos. Neste ano de 2018 chegamos a ter<br />
oito jogadores entre os 100 melhores do<br />
mundo no juvenil, atrás somente dos EUA. Para
um país com o nosso investimento, isso é um<br />
resultado muito expressivo. Temos investido<br />
no cuidado da transição para o profissional.<br />
Temos um projeto em execução há dois anos,<br />
“transição juniors Pro”, e o resultado mais<br />
expressivo deste projeto é o Thiago Wild. Ele<br />
tem acompanhado os profissionais em grandes<br />
competições e nas últimas quatro Copa Davis,<br />
acompanhando as rotinas e amadurecendo no<br />
convívio com os profissionais.<br />
O senhor já declarou que não é viável criar<br />
um centro de treinamento próprio da CBT no<br />
momento, mas disse que apoia academias,<br />
casos da Tennis Route e do Itamirim. Como<br />
funcionam esses apoios?<br />
Apoiamos os técnicos e os atletas dentro<br />
dos programas de ajuda da CBT, viagens com<br />
passagens aéreas, hospedagem e alimentação<br />
em competições. Hoje apoiamos três centros<br />
de treinamentos: Tennis Route, Itamirim e<br />
Time Guga. O critério base para o apoio aos<br />
centros é eles estarem em conformidade com<br />
os programas de desenvolvimento da CBT.<br />
A AGLO (Autoridade de Governança do<br />
Legado Olímpico) administrará o Centro<br />
Olímpico de Tênis, no Rio de Janeiro, até<br />
junho de 2019. Não há a possibilidade de, ao<br />
menos, a CBT propor parceria com o governo<br />
federal para utilizar o espaço no próximo<br />
ano? Não seria possível fechar acordos para a<br />
realização de campeonatos, clínicas ou outras<br />
atividades para massificar a modalidade?<br />
O Ministério do Esporte apresentou uma<br />
proposta de levar o COB para dentro do<br />
Parque Olímpico, sendo que o mesmo seria<br />
responsável pelo custeio das despesas do<br />
local. Se isto se concretizar, acredito que há<br />
chances da CBT fazer parte, e administrar<br />
especificamente o Centro Olímpico de Tênis.<br />
Do contrário, não há como a CBT assumir os<br />
custos de manutenção do Centro, visto que<br />
nossas limitações financeiras não comportam<br />
tais investimentos.<br />
A parceria da CBT com a BTT Tennis Academy<br />
termina ao fim do ano, mas o senhor<br />
comentou sobre a possibilidade de renovação.<br />
Já é possível afirmar se o acordo vai seguir ou<br />
não? Mais: essa parceria será ampliada com a<br />
ida de mais tenistas para Barcelona?<br />
Esta resposta complementa o tema da<br />
transição. A base de Barcelona, onde a CBT<br />
está pagando integralmente os custos de<br />
treinamento, moradia e alimentação do<br />
Orlando Luz e do Felipe Meligeni, já vem dando<br />
resultados expressivos. Ambos subiram quase<br />
400 posições no ranking. O investimento é<br />
alto, e estou buscando recursos para manter<br />
este programa lá.<br />
O que o senhor pensa a respeito dos<br />
ex-jogadores no sentido de ajuda no<br />
desenvolvimento da modalidade? Junto<br />
da CBT, trabalhando na entidade, eles não<br />
poderiam exercer papel importante?<br />
Imagino que você tenha acompanhado as<br />
notícias recentes relacionadas ao Encontro<br />
Internacional de Treinamento. Esta é uma ação<br />
que criei no ano passado e que se expandiu.<br />
Tivemos a ativa participação do Thomaz Koch,<br />
Paulo Cleto, Marcos Hocevar, Marcos Daniel,<br />
entre tantos outros. Dou muito valor aos que<br />
fizeram parte da construção do nosso tênis, e<br />
que estão dispostos a contribuir sem interesses<br />
pessoais. Criei ainda um Conselho Consultivo,<br />
com nomes importantes e totalmente<br />
engajados: Rafael Kuerten, Marcelo Melo,<br />
Christian Burgos e Rogério Melzi.<br />
Você não acha que um dos problemas do tênis<br />
brasileiro é a falta de uma “escola de tênis”,<br />
um jeito de jogar, padrão de treinamento a<br />
ser seguido desde as categorias de base? Há<br />
um trabalho nesse sentido?<br />
Nosso Departamento de Capacitação liderado<br />
pelo Cesar Kist há 12 anos, tem o selo Ouro<br />
da ITF. Somos referência neste tema. São mais<br />
de 6.000 professores capacitados ao longo da<br />
última década, e que agora estamos trazendo<br />
para a realidade na prática, seja através do<br />
programa juniors/transição/Pro, bem como<br />
no Encontro de Treinamento. Isto está, sem<br />
dúvida, criando um padrão de ensino, onde<br />
todos começam a falar a mesma língua.<br />
Como pegou o tênis brasileiro em 2017 e<br />
como vai deixar ao fim do mandato? Detalhe.<br />
Assumi a CBT em uma situação digna: com uma<br />
sede com quadras, e sem qualquer dívida. Sofri<br />
com a redução orçamentária, com um corte de<br />
quase 80% no patrocínio dos Correios. Tive de<br />
demitir e rescindir alguns contratos. Entendo<br />
eu que a adaptação está compreendida no<br />
guarda-chuva da gestão, e nos adaptamos à<br />
uma nova realidade, mantendo os níveis de<br />
produtividade.<br />
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especial<br />
Precursor<br />
das duplas<br />
Antonio Kurazumi<br />
André Sá lembra<br />
como abriu as<br />
portas para<br />
compatriotas e<br />
revela um pouco<br />
do segredo de uma<br />
dupla de sucesso<br />
em entrevista<br />
exclusiva<br />
Faz quase um ano que André Sá se<br />
aposentou da carreira profissional, mas<br />
ainda é tarefa fácil relacionar a palavra<br />
desenvolvimento ao mineiro - inclusive com as<br />
atividades atuais. O ex-tenista elevou o nível<br />
de jogo de parceiros de duplas. Para os mais<br />
novos, como esquecer da Olimpíada do Rio de<br />
Janeiro, da vitória memorável ao lado de Thomaz<br />
Bellucci diante dos irmãos Murray? E o título do<br />
Brasil Open de 2017 junto de Rogério Dutra<br />
Silva? Mais importante do que esse passado<br />
não distante, o brasileiro abriu o caminho nas<br />
duplas para os compatriotas e ainda tem esses<br />
legados “vivos”: os respeitados Marcelo Melo,<br />
ex-líder do ranking mundial de duplas, Bruno<br />
Soares e Marcelo Demoliner, três homens que<br />
encaram qualquer desafio quando se trata de<br />
dois jogadores em cada lado da quadra.<br />
Não vamos ignorar a história, claro. O Brasil<br />
foi representado por outros duplistas de peso,<br />
mas a geração atual recebeu ajuda primordial de<br />
Sá, conforme ele próprio explica em entrevista<br />
exclusiva à <strong>Winner</strong> <strong>ABC</strong>. “No desenvolvimento<br />
dos duplistas (falando dos três citados acima),<br />
fui mais uma referência de que, sim, é possível<br />
encontrar um segmento que não seja só a simples<br />
e você conseguir ter uma carreira de tenista<br />
profissional nas duplas. Essa referência para eles<br />
sinto que foi importante. Quando apareceram<br />
no circuito, eu já estava há alguns anos, essa<br />
entrada para eles foi mais fácil e tranquila”, opina<br />
o campeão, que esteve recentemente em São<br />
Bernardo para uma clínica de tênis. “Consegui<br />
apresentá-los para tudo mundo, se sentiram mais<br />
confortáveis no vestiário e dentro do circuito.<br />
Isso foi importante. Daí em diante tocaram ficha,<br />
se desenvolveram, tiveram resultados incríveis<br />
(ele sempre se refere ao crescimento mental do<br />
trio) e mérito total.”<br />
Quando enfatizamos a questão do<br />
desenvolvimento ligada a esse personagem, vale<br />
lembrar de quando Marcelo Melo passou a se<br />
dedicar de forma exclusiva as duplas. O parceiro<br />
escolhido foi André Sá, consolidado no circuito<br />
de simples. Com 32 anos à época, Sá entrou<br />
no ritmo do compatriota, decidindo priorizar as<br />
duplas. Não demorou para os dois chegarem às<br />
semifinais de Wimbledon. A parceria durou três<br />
temporadas. Tempos depois, Melo se tornaria o<br />
número 1 do mundo, repetindo Gustavo Kuerten<br />
nas simples - outro craque que já atuou ao lado<br />
de André Sá.<br />
“O parceiro ideal é o que completa o outro. Um<br />
não saca bem, mas o outro sim, um não devolve<br />
bem, só que tem o parceiro que corresponde.<br />
Os dois são parecidos no jogo da rede, porém<br />
tem um que se destaca mais. O ideal é jogar<br />
com alguém que complete seus pontos fracos”,<br />
ensina ele, homenageado até por Rafael Nadal<br />
quando definiu pelo término da carreira. Sá<br />
ainda discorre sobre um fator preponderante<br />
para uma dupla. “É importante a química dentro<br />
e fora da quadra, tanto que há bons jogadores<br />
no individual e ruins nas duplas e vice-versa”,<br />
ressalta.<br />
Aproveitamos a experiência e conhecimento<br />
de André Sá - com mais de duas décadas de<br />
serviços prestados ao tênis nacional - para<br />
perguntar os motivos para o Brasil ter três<br />
tenistas que podem ganhar qualquer título<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 12
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 13<br />
DGW Comunicação
nas duplas, mas representantes de simples<br />
com poucas vitórias em chaves principais de<br />
ATP em 2018. “Difícil explicar, acho que tudo<br />
é cíclico. Agora a gente está em um ciclo onde<br />
as duplas estão melhores. Mas, se você voltar<br />
um tempo atrás, na época do Guga, Meligeni,<br />
eu, Saretta, Ricardo Melo e Simoni...recordamos<br />
de um momento com seis caras entre os 100<br />
do mundo. Isso são fases, ciclos do esporte, o<br />
tênis é mais a longo prazo”, analisa.<br />
Consultor de jogadores da ITF (Federação<br />
Internacional de Tênis), o brasileiro está em<br />
contato frequente com as estrelas do circuito.<br />
A despeito de não termos ninguém sobressaindo<br />
em simples, batendo de frente com os grandes,<br />
Sá assegura que a imagem do nosso tênis é bem<br />
vista pelo profissionalismo dos tenistas do país.<br />
Entrando de novo no desenvolvimento, o<br />
voleador nato (não poderíamos falar dele sem<br />
citar essa característica) diz por que o Brasil<br />
vê a Europa de longe. “Continuamos atrás<br />
por questão de tempo, o velho continente<br />
se desenvolveu antes de nós e isso também<br />
conta no esporte. Eles têm maior banco de<br />
dados, que se transforma em informação e<br />
experiência por ter passado por várias gerações<br />
de tenistas. Precisamos ter paciência. Estamos<br />
atrás, mas no caminho certo. Hoje em dia, com<br />
tanta informação que se tem pelo mundo, a<br />
globalização, a CBT (Confederação Brasileira<br />
de Tênis) está investindo para trazer mais<br />
conhecimento”, comentou o mineiro, que no<br />
fim do ano palestrou para cerca de 400 técnicos<br />
da América do Sul em capacitação organizada<br />
pela entidade.<br />
“Muito se discute qual é o papel da CBT e das<br />
federações, mas na minha visão é fomentar e<br />
popularizar o esporte. O alto rendimento é um<br />
braço, não o principal, que é eles conseguirem<br />
dar mais acesso ao esporte a outras crianças.<br />
Seria fundamental hoje ter mais quadras públicas<br />
e treinadores capacitados. Há grande restrição<br />
sobre o público que tem acesso”, lamenta.<br />
“Não acho que os jovens<br />
deixam a desejar e acho<br />
que na nossa cultura<br />
precisamos ter mais<br />
paciência com a transição.<br />
É uma idade que necessita<br />
de maturidade precoce e<br />
isso demora um pouco mais<br />
para nós. Não vejo como um<br />
problema”<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 14<br />
Fotos: DGW Comunicação
Ex-tenista tem<br />
trânsito livre<br />
com estrelas<br />
do circuito<br />
André Sá sempre exerceu influência<br />
entre os jogadores durante a carreira.<br />
Após ter se aposentado, com direito<br />
à homenagem da ATP com declaração<br />
de Rafael Nadal, assumiu cargo na ITF. O<br />
mineiro é o elo de ligação dos jogadores com<br />
a entidade, a fim de solucionar as polêmicas<br />
envolvendo a nova Copa Davis. A partir de<br />
2019, a competição será disputada em lugar<br />
neutro durante uma semana.<br />
“O trabalho com a ITF tem sido excelente.<br />
É muito serviço porque se tomou a decisão<br />
de alterar o formato da Davis, deixando<br />
em estilo Copa do Mundo, com 18 países<br />
jogando em uma semana. O meu trabalho<br />
está sendo pegar o feedback, informação<br />
dos tenistas e passar para a entidade, assim<br />
como o inverso. Estou dentro do vestiário,<br />
na sala dos jogadores procurando conversar<br />
com todos e passar informação, em especial<br />
sobre datas e premiação em dinheiro, que é<br />
o que mais interessa a eles”, explica Sá.<br />
De forma exclusiva à <strong>Winner</strong> <strong>ABC</strong>, o extenista<br />
revelou como tem sido o papo<br />
com três ícones dessa geração: Roger<br />
Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.<br />
“As conversas têm sido boas com eles.<br />
O Nadal está apoiando bastante a Davis,<br />
sempre gostou de defender o país, então é<br />
o nosso carro-chefe. Já o Federer não joga<br />
desde 2014 (quando foi campeão), tem<br />
uma posição mais em cima do muro. Disse<br />
que mudanças são positivas, mas tem que<br />
ver o que vai acontecer para chegar a uma<br />
conclusão”, revelou, acrescentando que<br />
Djoko é contra a data prevista para o evento<br />
- final de novembro.<br />
Por alguns meses, ele conciliou a função<br />
de consultou da ITF com a de técnico de<br />
Bellucci, outro jogador importante do tênis<br />
brasileiro que aprendeu bastante com Sá - em<br />
especial no jogo de duplas. Porém, a parceria<br />
não se estendeu como esperado pelas partes.<br />
“O trabalho foi positivo, mas muito<br />
conturbado por conta dos cinco meses que<br />
ele ficou sem jogar, depois decidiu se mudar<br />
para os Estados Unidos. O Bellucci gostaria<br />
que eu passasse mais tempo perto dele, mas<br />
não conseguiria por motivos familiares, ia<br />
além do nosso acerto”, contou.<br />
clínica em<br />
são bernardo<br />
O ex-tenista tem contribuído pelo tênis, como<br />
sempre. Em dezembro, Sá compartilhou de seu<br />
conhecimento em clínica preparada pela Juninho<br />
Tennis, no São Bernardo Tênis Clube. A ideia<br />
é estender esse tipo de agenda por mais vezes<br />
durante a temporada.<br />
“A clínica serviu para eu passar um pouco da<br />
minha experiência, conhecimento dentro da<br />
quadra e também deixar formas novas de<br />
treinamento para os participantes, assim como<br />
professores e treinadores da região. Trabalhei<br />
pontos específicos sobre a dupla, que de repente<br />
o tenista amador não conhece muito, passando<br />
o que o profissional pensa e faz durante o<br />
treinamento”. O evento também trabalhou o<br />
aspecto social e de incentivo as crianças, já que o<br />
craque das duplas bateu bola com os pequenos<br />
durante a programação.<br />
Quanto ao futuro, ele só pensa em ficar<br />
envolvido com o tênis. A frase sobre o tema não<br />
poderia ser outra. “TENTAR DESENVOLVER<br />
A MODALIDADE CADA VEZ MAIS”. Que<br />
assim seja.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 15
André Lima - Colunista<br />
Amigos do tênis, como estão?<br />
Bem, nessa edição é a vez de aprender um<br />
pouquinho mais sobre raquetes e assim farei<br />
uma nova pergunta: “FLEXIBILIDADE DAS<br />
RAQUETES - O QUE MUDA NO SEU JOGO?”<br />
Sobre flexibilidade dos aros gostaria de<br />
esclarecer o maior equívoco espalhado no<br />
nosso tênis, não por negligência, mas por<br />
conta da especificidade da informação,<br />
combinada com a sensação, o feeling, ao<br />
golpear a bola e a vontade de “traduzir” este<br />
impacto para as pessoas que querem entender<br />
o que acontece nessa hora, mas que ainda não<br />
tem tal sensibilidade.<br />
Você já conseguiu perceber uma raquete mais<br />
“dura” ou mais “macia” do que outra? Não estou<br />
falando das cordas e suas tensões, mas do aro.<br />
Imagine pegar duas raquetes bem diferentes com<br />
a mesma corda, tensão e peso iguais e conseguir<br />
perceber diferenças importantes entre elas.<br />
Resolvida a forma como compreende e capta<br />
essa sensação, pense da seguinte forma:<br />
a raquete que te traz sensação de maciez,<br />
conforto, absorção de choque, expulsão fácil<br />
da bola, facilidade no manuseio e outros<br />
fatores seria a raquete mais macia, certo?<br />
Logo, a raquete que dá sensação de peso,<br />
de impacto forte, de necessidade de fazer<br />
força pra acelerar a bola, de que precisa<br />
de mais precisão pra obter regularidade,<br />
desconforto, seria então a raquete dura, não<br />
é? E seu te dissesse que é EXATAMENTE O<br />
CONTRÁRIO?!<br />
A raquete mais macia tem aro MENOS FLEXÍVEL,<br />
portanto, de fibras mais rígidas. E as raquetes<br />
mais duras, na verdade, são as de material MAIS<br />
FLEXÍVEL, assim então, menos rígidas.<br />
Não ficou claro? Isso acontece por conta da<br />
associação, muito equivocada, que fazemos<br />
do aro com a tensão das cordas, onde tensões<br />
mais baixas deixam as raquetes mais macias e<br />
o contrário, onde tensões mais altas deixam<br />
as raquetes mais duras, exemplos práticos<br />
facilmente perceptíveis.<br />
No caso do aro, as regras são opostas. Um aro<br />
mais flexível faz com que a bola passe mais<br />
tempo em contato com a cabeça da raquete,<br />
transferindo muito mais impacto para seus<br />
membros superiores. Com isso, é necessário<br />
fazer muito mais força pra bater na bolinha<br />
com um modelo muito flexível.<br />
Já com uma raquete mais rígida, estes<br />
“problemas” não ocorrem com a mesma<br />
intensidade. Ao contrário, raquetes mais<br />
rígidas promovem expulsão mais rápida e<br />
intensa depois do impacto, diminuindo muito a<br />
transferência de choque para o corpo, fazendo<br />
a bolinha “andar” mais, fazendo menos força.<br />
Se acha que sua raquete não “solta” a bola,<br />
pode ser que ela seja flexível demais. Se<br />
acontece o contrário, expulsa muito, pode ser<br />
que tenha em mãos um aro muito mais rígido<br />
do que deveria.<br />
RESUMO MAIS QUE OBJETIVO: Raquete que<br />
parece macia e confortável quase sempre terá<br />
aro mais rígido. Raquete que parece dura e<br />
difícil de manusear será a de aro mais flexível.<br />
Entendeu agora?<br />
A flexibilidade/rigidez do aro interfere demais<br />
em muitos outros aspectos que vou falar lá<br />
no YouTube e também no portal da revista. Te<br />
espero lá.<br />
Um abraço e que o spin esteja com você!<br />
André Lima<br />
André Lima atua como professor de tênis desde 1995. Assessorou a parte técnica de eventos como o Challenger de Belo Horizonte por quase 10 anos e foi Árbitro<br />
da CBT /Juiz de Cadeira certificado como White Badge da ITF. Além disso atuou por 5 anos na HEAD Brasil, à frente da Coordenação de Patrocínios e como especialista<br />
em equipamento. É atualmente Diretor de Conteúdo do CONATÊNIS – Congresso Nacional Online de Tênis e Criador do Canal Speak On TENNIS do YouTube<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 16
fala leitor<br />
MINHA<br />
EXPERIÊNCIA NO<br />
ATP FINALS<br />
Luiz Revite – Especial para a <strong>Winner</strong><br />
© Wonderhatch<br />
Um sonho que se tornou realidade. Em<br />
maio, ao lado de minha esposa, decidi ir<br />
a Londres ver os maiores jogadores de<br />
tênis da temporada de 2018 no ATP Finals -<br />
que fecha a temporada.<br />
Reservamos o hotel Crowne Plaza, que fica<br />
perto da estação de metrô Glossner, uma ótima<br />
região com vários restaurantes e shoppings ao<br />
redor, na rua do Museu da História Natural.<br />
Para se locomover até os jogos, o transporte<br />
de Londres é excelente, você para em uma<br />
estação com escada rolante que dá na Arena<br />
O2. Os jogos têm início às 12h, sendo que a<br />
sessão noturna começa às 18h.<br />
Com os oito melhores do ano divididos em<br />
duas chaves, compramos ingressos para os<br />
dois primeiros dias com a intenção de ver todos<br />
os tenistas que jogam na 1ª rodada. Ficamos<br />
nas cadeiras centrais, mas a visão é boa de<br />
qualquer lugar pelo modelo de construção,<br />
típico de arena.<br />
A Arena é enorme, com vários restaurantes,<br />
lojas de shoppings e de várias marcas de<br />
alto nível - outlet. Além disso, o complexo<br />
tem atividades como escalada, boliche e até<br />
cinema.<br />
Campeão do torneio em 2000, após final<br />
sensacional com André Agassi, Gustavo<br />
Kuerten é bem conhecido e tem até uma das<br />
chaves de simples levando o seu nome, além<br />
disso as televisões do estádio apresentam,<br />
volta e meia, a relação de todos os campeões<br />
do torneio.<br />
Chama a atenção o espetáculo de luzes, assim<br />
como detalhes dos telões mostrando a torcida<br />
quando os tenistas ganham um ponto direto,<br />
com ace. Há músicas lindas motivando o<br />
ambiente.<br />
Despesas<br />
Para servir de referência, compartilho média de<br />
preços dos hotéis. Já adianto que a experiência<br />
vale a pena.<br />
Hotel: Por casal, a diária sai R$ 900<br />
Avião: R$ 6.300 o casal, ida e volta<br />
Refeição: Por casal, R$ 1 mil o dia<br />
Transporte: R$ 100 por casal, de metrô<br />
Ingressos: Para o casal, R$ 3.500 por dois dias<br />
inteiros<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 17
SAÚDE<br />
Fotos: USTA/Garrett Ellwood - AELTC/Florian Eisele<br />
Nutrição eficiente para tenistas<br />
vegetarianos estritos<br />
Patrícia Ghattas - Especial para a <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong><br />
Está desinformado quem<br />
pensa que tenistas devem<br />
ter alimentação carnívora<br />
para obter os nutrientes e<br />
proteínas necessários para<br />
a plena realização dos<br />
exercícios<br />
A<br />
opção por uma alimentação vegetariana<br />
estrita (também feita por veganos, que<br />
recusam produtos testados em animais)<br />
promove crescimento e desenvolvimento<br />
adequado e não há problema na adoção em<br />
todos os ciclos de vida, inclusive por atletas -<br />
desde que bem planejada. Várias organizações<br />
internacionais de renome têm parecer<br />
favorável.<br />
Qualquer modalidade esportiva que exige alto<br />
desempenho pode ser realizada por pessoas<br />
que são vegetarianas estritas, incluindo o<br />
tênis. Está desinformado quem acredita que<br />
tenistas devem ter alimentação carnívora para<br />
obter os nutrientes e proteínas necessários<br />
para a plena realização dos exercícios, treinos<br />
intensos e partidas longas e extenuantes.<br />
No tênis, há exemplos de jogadores bem<br />
sucedidos que provam a eficiência. As irmãs<br />
Venus e Serena são veganas, seguindo o<br />
caminho das históricas Billie Jean King e<br />
Martina Navratilova. Entre os homens, Novak<br />
Djokovic já declarou que o vegetarianismo<br />
melhorou sua qualidade de vida e até a forma<br />
de jogar.<br />
É possível atender os nutrientes essenciais<br />
ao organismo por meio de um planejamento<br />
alimentar adequado. Nesse caso, é<br />
indispensável o consumo de cereais (arroz,<br />
sorgo, aveia, milho, trigo, centeio, entre outros),<br />
leguminosas (ervilha, lentilha, grão de bico,<br />
feijão, soja e fava), oleaginosas (castanhas,<br />
nozes, amêndoas, pistache), sementes (de<br />
gergelim, abóbora, chia, linhaça, girassol),<br />
amiláceos (mandioquinha, inhame, cará, batata<br />
doce, mandioca, cúrcuma, gengibre), verduras,<br />
legumes (rúcula, escarola, banana, abobrinha,<br />
abóbora), frutas (coco, abacate) e óleos<br />
(manteiga ghee vegana, óleo de coco, azeite<br />
de oliva extra virgem, entre vários outros óleos<br />
extra virgem não industrializados).<br />
Os nutrientes que requerem atenção na<br />
prescrição alimentar de um tenista vegetariano<br />
estrito são ferro, zinco, cálcio, vitamina B12 e<br />
ômega 3.<br />
Para o tenista garantir um aporte de ferro<br />
diário adequado é essencial que nas refeições<br />
principais, ricas em ferro, sejam associados<br />
o consumo de alimentos ricos em vitamina<br />
C, ácidos orgânicos e betacaroteno - para<br />
aprimorar a biodisponibilidade do ferro.<br />
Convém evitar, nessas refeições, os alimentos<br />
com alto teor de cálcio e polifenóis.<br />
Os atletas que se encaixam nesse perfil<br />
precisam priorizar as fontes de cálcio, com<br />
pelo menos três refeições contendo esses<br />
alimentos. As bebidas vegetais fortificadas<br />
com cálcio são opções para substituir o leite<br />
de vaca. Há outras opções vegetarianas ricas<br />
em cálcio: folhas verdes escuras, como couve,<br />
agrião, rúcula, brócolis, mostarda, salsão,<br />
almeirão e catalonha, nos temperos frescos,<br />
como tomilho, alecrim, hortelã, manjericão,<br />
salsinha, e alho, nas leguminosas como soja, no<br />
tofu fortificado com cálcio, no feijão branco,<br />
creme de leite vegetal, iogurtes vegetais e<br />
alguns cereais matinais. É importante também<br />
não abusar de alimentos ricos em ácido oxálico,<br />
como espinafre, beterraba (principalmente<br />
a folha), acelga e cacau em pó na mesma<br />
refeição que priorizar as fontes de cálcio - eles<br />
dificultam a absorção do cálcio.<br />
Outro nutriente que precisa de uma atenção<br />
Foto: Nitrub<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 18
edobrada na alimentação vegana é a vitamina<br />
B12. É o único nutriente ausente na alimentação<br />
vegetariana estrita. As fontes principais<br />
teoricamente dessa vitamina são carnes, ovos,<br />
queijo, leite. Dessa forma, a deficiência de<br />
vitamina B12 é comum em atletas veganos e,<br />
portanto, também nos tenistas veganos. Os<br />
alimentos de origem vegetal, algas e produtos<br />
fermentados, não são fontes confiáveis. Sendo<br />
assim, é essencial os tenistas incluírem a<br />
suplementação dessa vitamina.<br />
Uma alimentação vegana, mal planejada<br />
e desorientada pode levar ao baixo<br />
consumo de ômega 3, especificamente<br />
o ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido<br />
docosahexaenoico (DHA). O fornecimento<br />
de ômega 3 em uma alimentação vegetariana<br />
estrita é através de algumas sementes (exemplo:<br />
linhaça e chia), oleaginosas (nozes) e algas.<br />
A proteína não é um fator de preocupação<br />
na alimentação vegetariana. Uma prescrição<br />
alimentar bem planejada fornece todas<br />
as proteínas necessárias. Uma vez que os<br />
alimentos de origem vegetal têm um perfil<br />
incompleto de aminoácidos, o segredo está<br />
em variar razoavelmente as fontes de proteína<br />
vegetal, o que garante a ingestão de todos os<br />
aminoácidos essenciais. Uma boa estratégia<br />
para o tenista atingir sua necessidade de<br />
proteínas ideal é ingerir quantidades em torno<br />
de 20 gramas de proteína a cada 3 ou 4 horas.<br />
Como atletas tenistas viajam bastante<br />
durante o ano todo, para garantir praticidade<br />
e conforto a eles existem boas opções de<br />
suplementos proteicos veganos no mercado,<br />
tais como spirulina, proteína de cânhamo,<br />
proteína de ervilha ou até mesmo uma mistura<br />
de fontes proteicas vegetais. Existem algumas<br />
variedades nacionais e importadas, mas é<br />
importante que cada dose de 25g de proteína<br />
tenha quantidade total de l-leucina próximo ou<br />
igual a 3-3,5 gramas.<br />
Quando se trata de atletas tenistas, uma<br />
grande preocupação é como ter um excelente<br />
desempenho físico e mental sem causar danos<br />
à saúde. E quando o tenista é vegetariano<br />
estrito, existem algumas especulações e<br />
dúvidas quanto a manter o alto desempenho.<br />
Porém, uma alimentação vegetariana estrita<br />
pode garantir uma digestão e recuperação<br />
muito mais rápida, afetando positivamente<br />
sua performance, assegurando um maior<br />
rendimento. A disposição, a energia, o<br />
rendimento, o sono e a recuperação muscular<br />
são mais efetivos.<br />
Obs: o artigo completo está no portal da<br />
<strong>Winner</strong> (www.revistawinner.com.br)<br />
*Patrícia Ghattas é<br />
nutricionista com<br />
especialização em<br />
adolescentes e fisiologia do<br />
exercício. Atuou junto de tenistas de 2010<br />
a 2018 e tem experiência acumulada com<br />
atletas de alto rendimento. Trabalha como<br />
nutricionista esportiva e clínica no Instituto<br />
do Atleta (INA), atendendo esportistas de<br />
modalidades variadas, praticantes de atividade<br />
física e pessoas com queixas clínicas variadas<br />
Fotos: USTA/Garrett Ellwood - AELTC/Florian Eisele<br />
apoio:<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 19
lesões<br />
Foto: USTA/Garrett Ellwood<br />
Tênis atual<br />
‘cobra’ mais<br />
do abdome<br />
Antonio Kurazumi<br />
Lesões abdominais ocorrem<br />
com frequência em músculos<br />
sobrecarregados pelos<br />
movimentos de saque e<br />
forehand (em open stance), a<br />
cada dia mais potentes<br />
As lesões abdominais atrapalham a<br />
carreira dos tenistas há tempos,<br />
mas atualmente apresentam novos<br />
desafios devido à evolução da modalidade. A<br />
preocupação de se acompanhar a velocidade<br />
do jogo, por meio de técnicas - apoiadas pela<br />
ciência - para executar golpes com potência<br />
superior a do adversário, deve ser integrada<br />
ao trabalho de prevenção de lesões e à<br />
preparação física. Os dois últimos aspectos são<br />
essenciais para que a musculatura aguente a<br />
sobrecarga que é exposta, além de ajudar no<br />
desempenho em quadra.<br />
Foi um problema no abdome que tirou Rafael<br />
Nadal do Masters 1000 de Paris e do ATP<br />
Finals de Londres, impedindo que o espanhol<br />
terminasse a temporada no 1º lugar do ranking<br />
mundial.<br />
Conforme explica o fisiatra e médico do Brasil<br />
na Copa Davis, Ricardo Diaz Savoldelli, os<br />
músculos abdominais da parte da frente e<br />
lateral estão mais sujeitos a lesões nesse local<br />
(principalmente o reto abdominal e os oblíquos).<br />
Eles realizam a flexão e rotação, podendo<br />
acarretar em contraturas, distensões ou até<br />
rotura de fibras. São justamente os gestos de<br />
saque e forehand em open stance que forçam<br />
esses grupos musculares. “Durante o saque, o<br />
maior esforço é feito pelo lado contralateral (se<br />
a pessoa é destra, o reto abdominal esquerdo<br />
será mais exigido e vice-versa) e por repetir<br />
esses movimentos inúmeras vezes, o músculo<br />
acaba ficando mais forte e com o diâmetro<br />
aumentado em relação ao músculo do lado<br />
dominante (que o tenista empunha a raquete)”,<br />
detalha Savoldelli, explicando o motivo para o<br />
músculo do abdome do tenista ser mais fraco<br />
do lado que ele saca.<br />
O fisiatra enfatiza sobre o papel da prevenção<br />
de lesões e a preparação física, que, além<br />
de fazer toda a diferença por fortalecer a<br />
musculatura do abdome, pode elevar o nível<br />
de jogo dos tenistas. “Trabalhando esses<br />
dois aspectos, a velocidade do saque e do<br />
forehand é desenvolvida. A bola vai andar<br />
mais”, garante.<br />
“Tenistas profissionais<br />
passam horas diárias<br />
fazendo trabalho de<br />
prevenção de lesões e<br />
ainda assim se machucam.<br />
Imagine se não fizessem? O<br />
quanto iam se machucar?<br />
Pegando o exemplo do<br />
Nadal, com certeza ele não<br />
estaria mais jogando”<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 20
Para prevenir ou reduzir as lesões nessa parte<br />
do corpo, toda a região abdominal deve ser<br />
preparada para a sobrecarga que a prática<br />
do tênis exige. Com base em exercícios de<br />
alongamento, fortalecimento, resistência,<br />
potência e consciência corporal, a busca é pelo<br />
equilíbrio pélvico, proteção articular e maior<br />
eficiência dos músculos.<br />
“Lembrando que é essencial o trabalho de<br />
contração excêntrica dessa musculatura e<br />
outro de pliometria, que em outras palavras<br />
são exercícios que realizam certa sequência<br />
de contrações musculares, com movimentos<br />
rápidos de explosão. O principal exemplo<br />
de exercício pliométrico é o de sequência<br />
de saltos de um step para o chão e para<br />
outro step. E existem exercícios pliométricos<br />
específicos para se fazer com os músculos<br />
abdominais”, enumera Savoldelli.<br />
Um teve que parar de jogar e treinar por dois<br />
meses, enquanto o outro só parou de sacar,<br />
mas pôde seguir a rotina de treinamentos -<br />
esse último foi liberado para fazer todos os<br />
movimentos após 20 dias, inclusive o saque.<br />
“No nível atual do tênis, as lesões se dão mais<br />
por essa sobrecarga de querer levar o corpo<br />
ao limite, a intensidade do treino e dos golpes.<br />
Mas no amador, juvenil e, quiçá, na fase de<br />
transição, existe mistura de desconhecimento<br />
dos atletas e profissionais ou falta de dar<br />
o devido valor. Fazem muito trabalho em<br />
quadra e se esquecem da preparação física e<br />
prevenção de lesões”, lamenta.<br />
Sobre o risco de jogar com uma lesão no<br />
abdome, o médico do Brasil na Davis alerta<br />
sobre a possibilidade de o problema se agravar<br />
ou “espalhar”. “Muitas vezes o tenista começa<br />
a tentar modificar o gesto do saque e do<br />
forehand procurando ficar mais confortável<br />
e sentir menos dor. Com isso, sobrecarrega<br />
outras estruturas, como lombar, ombro e<br />
punho e podem aparecer dores em outros<br />
locais. Tampouco podemos esquecer que vai<br />
diminuir a velocidade e potência desses golpes<br />
alterados.”<br />
Músculo reto<br />
abdominal<br />
Com o problema constatado, vem a reabilitação<br />
que depende de inúmeros fatores: desde a<br />
gravidade da lesão, localização (mais próxima<br />
ou distante da origem do músculo), idade do<br />
atleta, se é profissional ou amador e momento<br />
da temporada. Savoldelli lembra que já tratou<br />
de jogadores com lesões em músculo idêntico<br />
do abdome, mas de gravidades diferentes.<br />
Foto: Ben Solomon/Tennis Australia<br />
GAME, SET AND MATCH<br />
GAME,<br />
SET AND<br />
MATCH<br />
Medicina do Tênis<br />
DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO<br />
DE LESÕES RELACIONADAS AO TÊNIS.<br />
DR. RICARDO DIAZ SAVOLDELLI<br />
MÉDICO FISIATRA - CRM-SP: 109.770<br />
Rua Benedito Luiz Rodrigues, 499 - B. Nova Petrópolis - SBC - SP - Fone: 4330-0659<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 21
COLUNA<br />
Conferência de treinadores<br />
Ricardo Coelho<br />
Como tem sido desde a 1ª coluna na<br />
revista, nessa edição volto a abordar<br />
tema que envolve conhecimento.<br />
Estive na Conferência Regional de Treinadores<br />
de Tênis da ITF (Federação Internacional de<br />
Tênis) em Curitiba/PR, onde acumulei mais<br />
informações e troca de experiências para<br />
a carreira. É fundamental nós, técnicos e<br />
professores, buscarmos novas tendências.<br />
A Conferência se baseou na formação e no<br />
desenvolvimento de jogadores. Nesse espaço<br />
vou falar de alguns palestrantes que gostei,<br />
além de temas importantes.<br />
Começo pelo americano Paul Lubbers. Ele<br />
tratou de treinos de devolução, progressão<br />
do saque e padrões de ‘footwork’, necessário<br />
para o sucesso. A formação e crescimento dos<br />
tenistas passam por esses aspectos.<br />
Outro estrangeiro que transmitiu seu<br />
conhecimento foi Rafael Martinez, da Espanha,<br />
que falou sobre metodologia e tendência para<br />
o ensino. Seu compatriota Miguel Crespo,<br />
responsável pelo programa de formação de<br />
treinadores da ITF, palestrou sobre treinamento<br />
psicológico para jogadores em formação, em<br />
como se treinar aspectos mentais.<br />
Coordenador de capacitação da CBT<br />
(Confederação Brasileira de Tênis), César Kist<br />
abordou os princípios básicos do jogo de<br />
duplas.<br />
Voltando à formação, o paraguaio Alfredo de<br />
Brix discursou sobre o uso de bolas de baixa<br />
pressão no desenvolvimento de padrões gerais<br />
de jogadoras nessa etapa inicial da carreira.<br />
Exemplo para os tenistas atuais, André Sá deu<br />
detalhes da carreira de um jogador profissional,<br />
enfatizando a disciplina como elemento que<br />
leva a superar barreiras e à longevidade na<br />
carreira. Capitão da Davis, João Zwetsch<br />
entrou no mérito da competência do treinador<br />
no alto rendimento. Ainda teve o argentino<br />
Mariano Nunez, com o tema “antecipação com<br />
processo progressivo motor”.<br />
De todos os palestrantes, quem mais me<br />
impressionou foi Bruce Elliott por falar de<br />
um tema que gosto muito: a biomecânica.<br />
O australiano falou sobre a biomecânica<br />
do saque, desenvolvimento muscular que<br />
devemos trabalhar nossos alunos para não se<br />
lesionarem e terem uma melhor performance.<br />
Destaco também a palestra do argentino<br />
Fernando Virches, especialista em<br />
desenvolvimento motor e que mostrou a<br />
importância de fazer exercícios trabalhando<br />
os braços e perna juntos, com o objetivo de<br />
termos jovens mais coordenados. Já Suzana<br />
Silva, que faz parte da equipe de capacitação<br />
de professores da CBT, ressaltou como se<br />
trabalha pouco com as nossas crianças a<br />
paixão pelo tênis, quesito fundamental para se<br />
estimular a garra, vontade de vencer.<br />
Pegando como gancho a Conferência, entendo<br />
que o estudo da parte científica está cada vez<br />
mais em nosso esporte e temos que estar<br />
adaptados a essas mudanças.<br />
Até a próxima.<br />
Ricardo Coelho é coordenador técnico da Hebraica. Na função de técnico, viajou para três torneios Grand Slam com Júlio Silva,<br />
Rogério Dutra Silva e a argentina Maria Argeri. Formou-se em biomecânica aplicada ao tênis, em curso internacional da ATP e<br />
nos cursos de níveis 1, 2, 3 e 4 da CBT e ITF<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 22
ESPAÇOS ESPORTIVOS<br />
LOCAÇÕES<br />
A MELHOR ESTRUTURA DO <strong>ABC</strong><br />
Tênis • Beach Tennis • Squash<br />
Aulas • Locação • Treinamento Competitivo<br />
Krav Maga • Fitness • Pilates • Artes Marciais<br />
Música • Estética • Loja de Esportes / Encordoamento<br />
*Todos os serviços são terceirizados.<br />
Rua São Francisco, 55 Valparaíso Santo André SP www.teniscia.com.br (<strong>11</strong>) <strong>Revista</strong> 4319-0855<br />
<strong>Winner</strong> | 23
enova<br />
Farmácia de Manipulação<br />
16 anos de inovação,<br />
transparência,<br />
respeito, qualidade<br />
e bons princípios.<br />
A tranquilidade de nossos clientes<br />
é o resultado de nossos esforços.<br />
Sistema de Gestão<br />
da QualidadeISO 9001<br />
Vantagens e Garantias de uma Farmácia de<br />
Manipulação com CERTIFICAÇÃO ISO 9001:<br />
• Rastreabilidade total em todos os processos;<br />
• Qualificação dos fornecedores de matéria-prima;<br />
• Melhoria contínua e treinamentos aos colaboradores;<br />
• Atendimento a legislação;<br />
• Garantia, resultados e transparência na receita aviada.<br />
Medicina e Nutrição Esportiva • Ortomolecular • Nutrologia • Emagrecimento • Fitoterapia<br />
Renova<br />
Farmácia de<br />
Manipulação<br />
Bons Princípios Sempre!<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 24<br />
Redes sociais: /renovafarma<br />
www.renovafarma.com.br<br />
Av. Lino Jardim, 724 • Vl Bastos • Sto André<br />
Atendimento: <strong>11</strong> 4433-3210 <strong>11</strong> 94008-4663<br />
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO<br />
Segunda à Sexta das 8h às 19h<br />
ENTREGAS EM DOMICÍLIO<br />
ENVIO DE RECEITAS:<br />
receitas@renovafarma.com.br