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TRABALHADORES<br />
10 18-8-2016<br />
Portway<br />
Caso avance o<br />
despedimento de algum<br />
trabalhador na Portway<br />
(Grupo ANA, da<br />
multinacional francesa<br />
Vinci), o Sindicato dos<br />
Trabalhadores da Aviação<br />
e Aeroportos recorrerá de<br />
imediato aos tribunais.<br />
Num comunicado de dia<br />
11, o Sitava reafirma a<br />
crítica ao processo de<br />
despedimento colectivo e<br />
informa que está em<br />
«contacto permanente» com<br />
o Ministério do Trabalho.<br />
O sindicato da<br />
Fectrans/CGTP-IN insiste<br />
na ilegalidade do processo<br />
e na acusação de que a<br />
empresa o mantém como<br />
forma de chantagem, para<br />
que os trabalhadores<br />
adiram de forma individual<br />
ao «acordo de empresa»<br />
que foi subscrito por três<br />
outras organizações<br />
sindicais e que contém<br />
normas muito gravosas. Em<br />
«esclarecimentos»<br />
publicados a 1 e a 21 de<br />
Julho, a Portway<br />
desmentiu-se e confirmou<br />
que pretende a «adesão»<br />
ao congelamento salarial<br />
por dois anos, a uma<br />
actualização salarial<br />
suspensa por dois anos, ao<br />
aumento da carga horária<br />
semanal, a um «banco» de<br />
horas – medidas que<br />
promete serem «alternativas<br />
ao processo de<br />
despedimento colectivo».<br />
No dia 11 teve lugar a<br />
primeira reunião na<br />
DGERT entre a Portway e<br />
o Sitava, para iniciar a<br />
negociação de um AE que<br />
assegure «estabilidade,<br />
dignidade e perspectivas<br />
de futuro», como desde<br />
início o sindicato tem<br />
defendido e traduziu nas<br />
propostas que apresentou.<br />
Nova sessão ficou<br />
agendada para 23 de<br />
Setembro.<br />
Aveiro<br />
«A redução do<br />
desemprego oficial é<br />
mais administrativa do que<br />
real», acusou a União dos<br />
Sindicatos de Aveiro, ao<br />
divulgar a sua análise<br />
mensal dos dados do IEFP.<br />
Para a estrutura distrital da<br />
CGTP-IN, esta é «a razão<br />
por que o IEFP tem<br />
dificuldade em explicar o<br />
mistério do recuo do<br />
número de desempregados<br />
registados, num quadro em<br />
que o número de inscritos<br />
se mantém elevado». Em<br />
Junho, inscreveram-se<br />
2837 novos<br />
desempregados, mas o<br />
IEFP contabiliza uma<br />
diminuição de 1454, em<br />
relação ao mês anterior.<br />
De Janeiro a Junho, fica<br />
por explicar uma diferença<br />
de 23 669, entre a soma<br />
dos novos inscritos e os<br />
desempregados registados<br />
pelo instituto.<br />
CGTP-IN comenta últimos dados do INE<br />
Repor salários cria emprego<br />
A taxa oficial de desemprego no segundo trimestre<br />
mostra como a melhoria da situação do<br />
mercado de trabalho é indissociável do aumento<br />
dos rendimentos dos trabalhadores e do<br />
povo, observou a CGTP-IN.<br />
«Por uma política de mais<br />
e melhor emprego, urge lutar<br />
contra a precariedade»<br />
foi a ideia que a Intersindical<br />
Nacional destacou, no<br />
comunicado de imprensa<br />
em que reagiu, dia 11, à<br />
publicação pelo Instituto<br />
Nacional de Estatística dos<br />
dados do Inquérito ao Emprego,<br />
relativos ao segundo<br />
trimestre de 2016.<br />
Na visão da confederação,<br />
os números do INE<br />
«mostram uma recuperação<br />
do emprego e redução<br />
do desemprego»: há mais<br />
21,7 mil postos de trabalho<br />
(população empregada)<br />
e o desemprego oficial situa-se<br />
em 10,8 por cento.<br />
«Este valor é inferior em<br />
1,6 pontos percentuais<br />
(p.p.) ao do trimestre anterior<br />
e em 1,1 p.p. ao do trimestre<br />
homólogo de 2015»,<br />
assinalou o INE, notando<br />
ainda que «é o valor mais<br />
baixo desde o primeiro trimestre<br />
de 2011».<br />
A Inter recorda que a melhoria<br />
dos dois indicadores<br />
(emprego e desemprego)<br />
«no segundo trimestre, em<br />
relação ao trimestre anterior,<br />
é comum verificar-se,<br />
por impulso da sazonalidade<br />
ao nível das actividades<br />
agrícola e turística». Mas<br />
agora «regista-se também<br />
uma evolução positiva em<br />
relação ao mesmo período<br />
de 2015».<br />
Esta redução da taxa oficial<br />
de desemprego «sinaliza»,<br />
para a CGTP-IN, «a<br />
Nas estações dos Correios e na<br />
distribuição, os postos de trabalho<br />
por preencher e a sobrecarga de<br />
trabalho reflectem-se na saúde dos<br />
trabalhadores e na insatisfação dos<br />
utentes, alertou o sindicato da Fectrans/CGTP-IN.<br />
Num comunicado<br />
de dia 11, divulgado na empresa e<br />
à comunicação social, o Sindicato<br />
Nacional dos Correios e Telecomunicações<br />
exige da comissão executiva<br />
da administração dos CTT que<br />
tome medidas urgentes.<br />
Quer no atendimento, quer na<br />
distribuição, «os trabalhadores já<br />
não aguentam esta situação e aumentam<br />
as situações de doença provocadas<br />
pelo stress, pelos elevados<br />
ritmos de trabalho e pelas cargas de<br />
trabalho».<br />
O SNTCT afirma que «as lojas<br />
têm postos de trabalho vagos», os<br />
Em cada cinco<br />
desempregados,<br />
três não recebem<br />
subsídio<br />
importância da reposição<br />
de rendimentos na dinamização<br />
do mercado interno,<br />
potenciando o crescimento<br />
do emprego e a redução do<br />
desemprego». Ou seja, «a<br />
melhoria da situação do<br />
mercado de trabalho é indissociável<br />
do aumento dos<br />
rendimentos dos trabalhadores<br />
e do povo».<br />
Urgente mudar<br />
A reposição de salários e pensões tem reflexos na dinamização do mercado interno e potencia<br />
o crescimento do emprego e a redução do desemprego (foto de arquivo)<br />
Falta pessoal nos CTT<br />
quais «ou não são ocupados ou são<br />
ocupados por trabalhadores deslocados<br />
de outras lojas que, por consequência,<br />
ficam na mesma situação».<br />
Sendo «comum a todo o País»,<br />
esta falta nota-se ainda mais nas lojas<br />
com balcões do Banco CTT,<br />
«pois os trabalhadores são desviados<br />
dos restantes balcões e não são<br />
substituídos». «É frequente», protesta<br />
o sindicato, ficar apenas um trabalhador<br />
ao balcão nas horas de almoço,<br />
e terem de fazer «uma hora<br />
ou hora e meia de trabalho a mais»,<br />
no final do dia, porque na altura de<br />
encerrar as estações, ficam ainda<br />
dezenas de utentes por atender.<br />
Foram «manifestamente insuficientes»<br />
as contratações para substituição<br />
de trabalhadores em férias.<br />
Semelhante é o panorama nos<br />
Centros de Distribuição, que o<br />
Sem protecção<br />
A Inter insiste que «é fundamental<br />
responder aos mais de 326 mil<br />
trabalhadores desempregados (sem<br />
contabilizar aqueles que se encontram<br />
“desencorajados”, em acções de<br />
formação ou em situação de subemprego)<br />
que não auferem qualquer prestação de<br />
desemprego».<br />
No trimestre fechado em Junho, a<br />
Segurança Social registava quase 221<br />
mil beneficiários de prestações de<br />
desemprego, ou seja, apenas dois em<br />
cada cinco desempregados (559,3 mil,<br />
na população desempregada estimada<br />
pelo INE, e 511 642 desempregados<br />
SNTCT volta a descrever como «sobrecarga<br />
de trabalho e ritmos de<br />
trabalho muito elevados, os quais os<br />
trabalhadores já não aguentam».<br />
Para o sindicato, é preciso responder<br />
a dois problemas:<br />
– a falta de pessoal que se veio<br />
agravando nas lojas<br />
– e a internalização do correio expresso<br />
e da publicidade (estes serviços<br />
passaram a ser realizado pelos<br />
CTT e pela Mailtec e a CTT Contacto,<br />
empresas do grupo, em vez de<br />
empresas externas), orientação que<br />
foi posta em prática sem o aumento<br />
dos meios humanos e materiais.<br />
O sindicato refere ainda que, «como<br />
consequência de toda esta situação,<br />
os clientes estão cada vez mais<br />
insatisfeitos e quem paga a fava são<br />
os trabalhadores, pois são eles que<br />
dão a cara».<br />
inscritos nos centros do IEFP).<br />
Neste contexto, «o apoio extraordinário<br />
para os desempregados de longa<br />
duração, aprovado pela Assembleia da<br />
República e a atribuir àqueles que, tendo<br />
perdido o subsídio de desemprego há<br />
mais de um ano, não têm qualquer<br />
rendimento de trabalho ou pensão, foi<br />
extremamente importante». «Porém, a<br />
previsão do Governo é de que esta<br />
medida alcance 40 mil pessoas, sendo,<br />
portanto, insuficiente para colmatar a<br />
pobreza que grassa entre os<br />
trabalhadores sem emprego», alerta a<br />
CGTP-IN.<br />
Numa análise global, a<br />
Inter vê nos números do<br />
INE a demonstração da urgência<br />
de «adoptar uma política<br />
que, rompendo com<br />
o modelo de precariedade,<br />
baixos salários e destruição<br />
de direitos, promova a criação<br />
de emprego de qualidade<br />
e erradique todas as<br />
formas de precarização e<br />
desvalorização dos vínculos<br />
de emprego».<br />
Para alcançar estes objectivos,<br />
é ainda «importante»<br />
concretizar «a profunda<br />
alteração das políticas<br />
activas de emprego, nomeadamente<br />
deixando de<br />
“despejar” fundos nas empresas<br />
que promovem a instabilidade<br />
laboral».<br />
Na estimativa do INE, sobressai<br />
que «os contratos<br />
precários continuam a ser<br />
a marca do emprego em<br />
Portugal». A CGTP-IN realça<br />
que, «neste segundo<br />
trimestre, somaram-se mais<br />
40 mil vínculos precários<br />
aos 855 mil já existentes<br />
no início do ano (considerando<br />
contratos de trabalho<br />
com termo e outras formas<br />
de vínculos não<br />
permanentes)».<br />
A precariedade «acentuou-se<br />
com a política de<br />
direita do Governo PSD/<br />
/CDS-PP, em conluio com<br />
a troika, e nunca atingiu níveis<br />
tão elevados: quase um<br />
quarto dos trabalhadores<br />
por conta de outrem tem<br />
um vínculo precário e, desde<br />
o final de 2013, oito em<br />
cada dez novos contratos<br />
de trabalho são precários».<br />
Pelo anterior governo foram<br />
criadas medidas «de<br />
apoio ao emprego» – como<br />
os estágios-emprego, os<br />
contratos Emprego-Inserção<br />
ou os Apoios ao Emprego,<br />
entre outras – que<br />
«têm fomentado a precariedade,<br />
a redução dos custos<br />
de trabalho e a transferência<br />
de enormes fundos<br />
públicos para as empresas<br />
(3,1 mil milhões de euros,<br />
entre 2011 e 2015)». Com<br />
isto, «os trabalhadores<br />
vêem-se sujeitos a uma<br />
crescente instabilidade e<br />
rotatividade, entre empresas<br />
e desemprego, ao mesmo<br />
tempo que as empresas<br />
lucram com o financiamento<br />
da precariedade».<br />
Mesmo com o desemprego<br />
«lentamente a diminuir»,<br />
a CGTP-IN avisa que os novos<br />
postos de trabalho criados<br />
«não são suficientes<br />
para reduzir substancialmente<br />
o número de trabalhadores<br />
desempregados».