ANDRE GREGORI | CEO DO GRUPO THINKSEG COLUNISTA QUAL A RELAÇÃO ENTRE ANÁLISE DE COMPORTAMENTO E OFERTA DO SEGURO IDEAL AO CLIENTE? 50 As seguradoras tradicio<strong>na</strong>is, ao realizarem análises <strong>da</strong>s carteiras de seguro auto, possuem uma série de informações que colaboram para a criação de <strong>produtos</strong> que aten<strong>da</strong>m melhor a necessi<strong>da</strong>de de determi<strong>na</strong>do nicho. Além <strong>da</strong> análise de <strong>da</strong>dos básicos para composição dos perfis, como i<strong>da</strong>de do condutor, gênero, CEP (de casa e do trabalho), também <strong>são</strong> observados o local em que o carro fica estacio<strong>na</strong>do, índices de sinistros <strong>da</strong> região, entre outros critérios. To<strong>da</strong>s as informações que citei no início do texto <strong>são</strong> condizentes com parte <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s seguradoras, mas com a evolução do mercado e <strong>da</strong> tecnologia, e a mu<strong>da</strong>nça de comportamento e consumo, tais análises não conseguem atender ao público-alvo de forma justa e transparente. Porque não observar o mercado a partir <strong>da</strong> criação de <strong>produtos</strong> individuais? Afi<strong>na</strong>l, estamos falando de pessoas diferentes, com padrões de comportamentos distintos. No fi<strong>na</strong>l, essas análises têm intuito muito semelhante: entender como ca<strong>da</strong> cliente se comporta e qual é o produto que melhor atende a necessi<strong>da</strong>de dele. Um ponto é certo, nenhuma pessoa é igual a outra - nem mesmo gêmeos. Por que então a forma que o mercado oferece seguro deve ser igual para pessoas diferentes? Vou <strong>da</strong>r um exemplo, partindo do ponto em que a “Julia<strong>na</strong>” não dirige <strong>da</strong> mesma maneira que a “Paula”, não faz sentido oferecer o mesmo serviço para ambas. E é a partir <strong>da</strong>í, que a análise individual impacta positivamente <strong>na</strong> oferta e contratação de seguros. Essa customização inverte a cadeia e coloca o cliente em primeiro plano. Nesse formato, ao conceber um produto de seguro estu<strong>da</strong>-se o comportamento individual e não ape<strong>na</strong>s o perfil do segurado. Pode parecer estranho, porque não dizer assustador? Contudo, esse pode ser o caminho do sucesso. Algo que vai nos tirar <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de conforto e nos fazer quebrar paradigmas. É o momento de ampliar essa capaci<strong>da</strong>de que temos de inovar e viabilizar a segurança ao consumidor de uma maneira muito granular e escalável ao mesmo tempo. Identificar as características de ca<strong>da</strong> motorista, por meio <strong>da</strong> análise de <strong>da</strong>dos, basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> conduta à frente do volante, tornou-se um método utilizado ca<strong>da</strong> vez mais pelas insurtechs, que além de enxergar o que o cliente busca, entende como ele [consumidor] se comporta. Afi<strong>na</strong>l, o cliente busca ca<strong>da</strong> vez mais agili<strong>da</strong>de, conveniência e perso<strong>na</strong>lização. Por que não criar <strong>produtos</strong> que aten<strong>da</strong>m a essas exigências? Os resultados dessa análise podem gerar informações eficazes, que vão nortear a estruturação de serviços perso<strong>na</strong>lizados – condizentes com a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quele cliente – isso significa que é necessário desconstruir o modelo tradicio<strong>na</strong>l de oferta de serviços de seguro que estão disponíveis no mercado atual. O que quero explicar é que o conceito de <strong>da</strong>ta driven tem nos aju<strong>da</strong>do a compreender como é o comportamento do cliente, entendendo suas características não ape<strong>na</strong>s enquanto age à frente de um volante. Sempre digo que para inovar, <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de, não basta só ter a informação, mas sim, saber o que fazer com ela. Chega do bom motorista pagar pelo mal.
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