Memória Sindical
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RESISTÊNCIA
DIANTE DO CLAMOR POPULAR, ACM SE RENDE E JOGA A TOALHA
Diante do CLAMOR POPULAR,
ACM se rende e joga a toalha
Apesar das resistências dos governos
locais e nacional, o fato é que
a campanha contra a privatização
cresceu em todo o país, inclusive
porque as pessoas começaram a notar que as
privatizações até então realizadas estavam gerando
prejuízos. Primo acredita que o apagão no
sistema elétrico do Brasil teria dado ajuda enorme
para a luta contra a privatização da Embasa.
“A gente dizia: privatização é aumento
de tarifa, queda na qualidade do serviço e
demissão. E foi o que de fato aconteceu. A
sociedade percebeu que as coisas não melhoravam
com a privatização. E as pessoas
se incorporaram à defesa da água como
bem público”, comenta Antônio Emilson.
O IBGE fez pesquisa em 60 municípios
da Bahia e descobriu que 63% dos baianos
reprovavam a venda da Embasa.
Diante do fato de que a luta
contra a privatização havia realmente
ganhado corpo no estado
inteiro, durante a campanha pela
reeleição de Paulo Souto (2002)
ACM resolveu recuar: num comício
no pequeno município de
Retirolândia negou a intenção de
privatizar a empresa. Sem qualquer
cerimônia, afirmou: “Eu não
sei que estória é essa, espalham
e eu não sei. Eu sou o maior amigo
do governador (César Borges)
e não sei de privatização nenhuma
da Embasa. É só politicagem.
A água é do povo e do povo será
hoje e sempre”.
Em seguida, o prefeito de
Salvador Imbassahy recuou e revogou
a lei da privatização, assim
como outros prefeitos em todo o
estado. Os trabalhadores e a sociedade
venceram a batalha.
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HISTÓRIA E LUTA DOS TRABALHADORES DO SANEAMENTO NA BAHIA