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Memória Sindical

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GRANDE FORÇA NO INTERIOR DA BAHIA

SAAE’S

Através dos Saae’s, o

sindicato enraizou-se em

todas as regiões da Bahia

A estratégia principal era

buscar transferir para trabalhadores

(as) dos SAAE’s as conquistas

obtidas na Embasa. “Era difícil,

mas levávamos a mesma pauta

de reivindicações. Em alguns locais

conquistamos. Alagoinhas

mesmo tivemos conquistas extraordinárias”.

A situação lá era

muito defasada, recorda.

De fato, trabalhadores (as)

dos Saae’s são uma grande força

do Sindae no interior. Atualmente

temos a representação

em 28 autarquias, sendo as mais

recentes as de Barra e Santa Rita

de Cássia, além da Empresa Municipal

de Saneameto (Emsae),

de Sobradinho.

Grandes lutas têm sido realizadas

em torno dos Saae’s. Uma

delas foi em 1994, quando o

prefeito de Jussari, buscando a

reeleição, extinguiu a autarquia

e passou a oferecer água de graça.

De imediato a cobertura de

abastecimento de água da cidade

caiu para 20% e ele não conseguiu

se reeleger. O eleito recriou

o Saae. Outra grande batalha foi

em 1996, quando o presidente da

Câmara de Vereadores de Valença

apresentou um misterioso projeto de privatização

do Saae. A pressão popular o fez mudar de ideia.

Dois anos mais tarde as Câmaras de Vereadores

de Alagoinhas e Santa Maria da Vitória também

aprovaram o projeto de privatização do saneamento,

mas nada foi adiante devido à garra e luta

dos (as) trabalhadores (as) do setor. Já no final de

2012, visando privatizar o saneamento, foi aprovado

projeto estabelecendo a parceria público-

-privada (PPP) em Juazeiro, motivo de protestos

que tem mobilizado o Sindae e outras entidades. É

uma luta que segue em frente.

Momento importante da luta dos (as) trabalhadores

(as) dos Saae’s foi em 2001, quando, com

apoio do Sindae, a Prefeitura de Alagoinhas local

realizou uma conferência municipal de saneamento,

e no dia 3 de dezembro do mesmo ano o prefeito

Joseildo Ramos (PT) aprovou a Política Municipal

de Saneamento, a primeira do Brasil discutida

diretamente com a sociedade. Ela integra ações de

saúde, meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento

urbano, mas o melhor é que estabelece

uma regra: para privatizar os serviços de água e esgotamento

sanitário só através de plebiscito.

Através de sucessivos acordos coletivos,

houve a recuperação de perdas salariais históricas,

a exemplo de Catu, onde a defasagem chegou

a 60%, e Sento Sé, onde alcançou 54%. Ainda

em campanha salarial, chegamos a registrar uma

greve que durou 42 dias em Alagoinhas, mostrando

o lado guerreiro da categoria. No curso das

muitas lutas, a partir de 2003 os acordos coletivos

asseguraram a realização de concursos públicos

nos Saae’s de Sento Sé, Remanso, Casa Nova, Pilão

Arcado, Curaçá, Valença, Itajuípe e Santa Rita de

Cássia. Vários outros Saae’s também fizeram.

Já para termos concurso em Juazeiro o Sindicato

teve que denunciar o grave processo de

contratação por tempo determinado, obtendo o

HISTÓRIA E LUTA DOS TRABALHADORES DO SANEAMENTO NA BAHIA 77

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