Tribuna Pacense 25 de Outubro de 2019 | Edição 1196
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14 OPINIÃO
TRIBUNA PACENSE 25 de Outubro de 2019
O meu passatempo
favorito, é escrever. Escrever:
é, nem mais nem
menos, conversar sem ser
interrompido.Mas escrever,
ser articulista, ter opinião,
não é fácil, mormente
em épocas de liberdade…
Em ditadura, os censores,
cortam; em democracia,
muitas vezes, desancam
nas redes sociais…
Em 1994, era colaborador
do: “O Correio do
Ribatejo”. Numa das crónicas
desabafei, a indignação
e tristeza, porque,
determinado leitor, não
gostando do que escrevera,
resolvera enviar-
-me carta, polvilhada de
insultos. Carta anónima…
Claro. Poucas semanas
depois, tive a boa e agradável
surpresa, ao abrir:
“O Correio do Ribatejo”,
de 27/Julho/1994 deparar,
em destaque, Carta
Aberta, dirigida a minha
pessoa, assinada pela leitora:
Natalina Milhano
Pintão:
1. A redução dos passes,
no Porto e Liisboa
(pena não ser a nível
nacional), com o PCP a
fazer tudo para serem mais
abrangentes.
E, como temos um Serviço
Nacional de Saúde, de
facto universal, moderno
e activo, não é saudável,
nem justo e nem compreensível
a guerra que o
sector privado de saúde fez
, para confundir, emperrar
e até boicotar , com algumas
acções e argumentos;
é lógico que os privados
têm direito de exercer a
sua actividade e complementar
uma melhor saúde,
TRIBUNA LIVRE
ROSA DOS VENTOS, VENTOS DA ROSA
4. No entanto, a crise
dos Estados Unidos, que
tinham vindo a ter um
crescimento artificial,
dando aos cidadãos dos
EUA um nível de vida
superioràquele de que
podiam usufruir pela sua
produtividade, arrastou
todo o mundo numa grave
crise.
Com milhões de norte-
-americanos a beneficiarem
de de um nível de
vida elevado, baseado no
crédito fácil sobre hipotecas
de imóveis, foi crescendo
uma bolha financeira
sobre o valor de bens
imobiliários em desvalorização.
Quando a bolha rebentou,
os bancos americanos
encontraram-se
proprietários de bens que
não cobriam os valores
emprestados e as falências
aconteceram em catadupa,
contaminando as
O PERIGO DE ESCREVER
“Li com emoção e misto
de tristeza e admiração, a sua
crónica, sobre:” O Perigo de
Escrever”.
“ Creio não conhecer
o homem, que, semanalmente,
nos contempla com
um pouco do seu “ pensar”,
expresso em ideias profundas,
simples e generosas,
porque são humanas. Sou
dos que gostam de ler, nas
páginas de um jornal, além
de notícias dos acontecimentos
do dia-a-dia, da terra
(mais ou menos engalanadas,
consoante quem escreve ou
manda escrever), artigos de
opinião. Essa opinião, leva-
-me a refletir e comparar a
minha opinião, com essa
outra opinião.
“ A opinião é igual à
minha? É diferente da minha?
Não é isso que me ocupa, e
muito menos me preocupa.
O que eu quero, é pensar…
usar a minha cabeça, porque
“ cada cabeça sua sentença”,
(eu acho que é democrático,
e até se ensina nas Escolas:
ter opinião responsável).
mas “cada macaco no seu
galho”.
Não é, de todo, salutar a
guerra que se trava para confundir,
destruir e estragar;
não venham com as PPP’s,
pois é um cancro, uma sanguessuga,
nos orçamentos da
Nação, que se mostre o seu
valor na complementariedade,
porém outros negócios
e lobys de medicamentos,
boicotes e atimanhas, mesmo
causando mortes, sofrimentos
e traumas, mas não é
só na saúde, mas em tantos
outros sectores.
Dá vontade de rir e revolta
quando se ouvem alguns dirigentes
a culpar outros, nos
DEFENDER O PROJECTO EUROPEU
bolsas de valores em todo o
mundo.
As economias europeias
vacilaram e deixaam de
ter margem para financiar
Serviços Sociais que encaixavam
sem problemas as
flutuações entre emprego e
desempregon e permitiam
que as populações mgrantes
pudessem viver de sbsídios
quando na situação de
desemprego.
A este problema juntou-
-se a erradamente chamada
“Primavera Àrabe”, que
embora não tivesse desestabilizado
demasido o
Magrebe (Argélia, Tunísia e
Marrocos), deitou por terra o
regime líbio e a Líbia deixou
de filtrar os migrantes
subsarianos. Mais tarde, a
Guerra Civil na Síria, onde
erradamente os europeus e
norte -americanos quiseram
impor um regime do tipo
ocidental, criando o caos e
originando milhões de refu-
“ O que me interessa,
isso interessa a
valer, é saber que o que
foi escrito, é verdade,
ou pelo menos, a verdade
do “ escritor”, sem
intenções encapotadas,
que expõe “, na praça
pública” (como dizia
sua avó), a sua opinião
transparente.”Seguem
depois palavras amáveis,
que não interessa
transcrever. Voltaire,
perguntava, certa vez, a
mademoiselle Quinout: “
Que ganhei eu em vinte
anos de trabalho? Nada,
a não ser inimigos. Tal é
o preço que, quase sempre,
deve esperar-se da
cultura das letras: muito
desprezo quando não
se triunfa, muito ódio
quando se triunfa”.
Sempre que o escritor
publica livro de sucesso,
logo se levantam vozes
de inveja…até de amigos…
E a critica? Como
atua?
“ A crítica, entre nós, é
transportes rodoviários,
ferroviários, marítios,
etc, quando se desleixaram
(se calhar, propositadamente)
na na manutenção,
na modernização;
aliás, chegou-se ao ponto
do desmantelamento,
destruição e venda.
Quais os interesses que
estavam, ou estão, por
detrás? Quem diz nos
transportes, saúde, arrendamento
e no seguidismo
da UE, sabendo que, se
não tomarem medidas
de respeito pelos povos
pelas culturas e diversidades,
pelos direitos
e regalias sociais, pela
a impressão escrita sobre
o joelho, com a pressa de
quem vai salvar o pai, da
forca; escrita por amizade,
ou por antipatia; as
nem sim nem sopas; a de
ajuste de contas (agora é
que ele vai saber de que
força é o filho de meu
pai!); a dos ciúmes recalcados…
Cruz Malpique,
“ Notícias de Guimarães”,
de 4/10/91.
“ Em Portugal, há
uma larga tradição de
murmúrio. De inveja. De
cobiça. E de Preguiça,
também. Os valores,
raramente são reconhecidos,
e os mais inteligentes,
constituem o repasto
ideal para a calúnia”
– Disse, e disse bem,
Helena Sacadura Cabral,
in: “ Diário de Notícias”,
citado no: “O Dia” de
9/9/02. Em Portugal, e
em toda a parte…Salvo
raras exceções, o homem
são sempre o mesmo. O
homem… e a mulher…
HUMBERTO P. SILVA
repartição justa das
riquezas, salários e direitos...
novo rumo; Europa
não terá saída, nem afirmação
global.
Ser europeísta, não é
consentir que os grandes
domínem, oimponham,
esmaguem e legislem!
Os verdadeiros democratas
querem uma
Europa justa e solidária;
não importa que os
ricos ganhem dinheiro,
importa, isso sim, que
dividam mais e melhor
e quem tem um, dois ou
mais os repartam...
(Continua)
J. PAULO GONÇALVES
giados em fuga.
Desde então, a Europa
tem-se visto a braços
com uma onda de refugiados,
gente que foge
a ambientes de Guerra,
como a Síria e a Eritreia
ou o Sudão do Sul.
No entanto, essa
onda de refugiados tem
sido acompanhaa por
centenas de milhar de
migrantes económicos
que no provêm de zonas
de guerra: paquistaneses,
nepaleses, iranianos, afegãos,
senegaleses, nigerianos,
à procura de uma
vida menos difícil no El
D Dorado europeu.
Se por um lado a
Europa tinha capacidade
para receber os verdadeiros
refugiados , embora
com alguma dificuldade,
o engrossamento
deste contingente com
os migrantes econónicos
fez com que a capacidade
de receber fosse
ultrapassada.
Primeiro, a Grécia,
depois a Itália e, por fim,
os países do “Corredor
Balcânico”ficaram saturados
com a incapacidade
de absorver , sem
choques, tanta gente,
o que começou a gerar
ondas de descontentamento
nos países de acolhimento.
Mais de um milhão
de entradas num ano,
levaram ao extremar de
posições: aqueles que de
uma forma emocional
mas irracional queriam
abrir as portas da Europa
e aqueles que, por medo,
por sentirem que o seu
modo de vida, conseguido
ao longo de décadas,
estava ameaçado.
(Continua)
CARLOS BRANCO
(Est.Pris.Paços de Ferreira)
ERIL NO DEGREDO 18
(Continuação)
Situação 3: era do aço
(fim)
Bombeiro (aflito) – Ó
minha senhora, deixe-me
senão eu zango-me…
Companheira (fêmea)
(com o chapéu de aço do
bombeiro) – Este é para
mim, é à minha medida!
Eril (sentado na pedra
polida) – E aí temos a
terceira guerra mundial
(aponta) vejam como o
soldado e o macaco lutam
com ferocidade…
Viajante (macaco) –
Não me faças cócegas…
Chefe da polícia militar
– Eu já te digo, macaco
de uma figa… faço-te em
bocados!
Eril (ombros encolhidos)
– Bom, não me resta
outra solução, senão chamar
reforços, senão estes
selvagens ainda dão cabo
de nós (recebe por tabela
uma mocada na cabeça)
(reentra no guichet) …
senhor gerente, polícia,
tropa, é malta, toca a andar
comigo… ao ataque (entra
tudo pelo buraco da caixa
e a batalha campal não se
faz esperar).
Companheira (fêmea)
– Ele é isso? Ena tantos…
(sopra num búzio enorme
e surgem logo dezenas
de homens macacos com
ossos no ar, ameaçadores!)
Eril (heia, agora é o fim
do mundo) – Toca a voltar
ao banco… bombeiros, as
trombas de água cá para
dentro, vamos dar banho a
essa gentalha de tanga.
Mulher (cliente do
banco) – O meu dinheiro,
voltaram a tirar-mo… são
trezentos milhões (penetra
no guichet, seguida da
mangueira da água que
dois bombeiros transportam,
e vai cair ao lado da
poça.)
Outros clientes
do banco – Trezentos
milhões? (entra tudo no
guichet)
Eril – Oh, não, mais
gente civilizada…
Gerente – V. Exª de
novo, não, minha senhora,
isto não…
Eril (ao lado dos bombeiros,
com um osso na
mão) – Ao ataque, são
duzentos e cinquenta
milhões em jogo…
Viajante (macaco) –
(dirigindo os seus macacos)
– contra a água!
Companheira (fêmea)
– (vestindo a pele ao bombeiro
semi-nu) – É para ti,
gosto de ti, pequenote! (E
puxa-o pelos cabelos).
Bombeiro (resignado)
– Comunista!
Eril – Viva o socialismo
do século um
(desanca uma trancada
no macaco que lhe sai ao
caminho.)
Mulher (cliente do
banco) (perseguindo Eril)
– É aquele que tem o meu
dinheiro! (faz os restantes
clientes do banco seguirem-na.)
Eril (espantado com
tal multidão atrás) – Isto
é alguma corrida da maratona?
Mas que vejo eu?
É a cliente dos duzentos
e cinquenta milhões…
ai não! (corre à frente do
grupo).
(Continua)
NUNO DE NORONHA
PROTESTO!
Com razão ou não, o certo é que este renitente cidadão
continua, ali prostrado, há semanas a fio, num banco
da Rotunda, a reclamar aquilo que, diz, ser-lhe devido!