Tribuna Pacense 25 de Outubro de 2019 | Edição 1196
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2 OPINIÃO
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ASSOCIAÇÃO
PORTUGUESA
DE IMPRENSA
unir
UNIÃO PORTUGUESA DA IMPRENSA REGIONAL
SÓCIO FUNDADOR
CHEGARÁ QUEM
NÃO SE ESPERA
Passamos parte da
vida à espera que a
solução para os nossos
problemas e angústias
aconteça com a chegada
de algo ou alguém que
nos venha iluminar as
escuridões e preencher
os vazios da existência.
Depois, como isso
nunca acontece, deixamo-nos
abater pela
desesperança e, sem
paciência, passamos a
julgar que nem a primavera,
que sempre chega,
é para nós.
Fartos de ilusões e
desilusões, começamos
a ver a vida e a sentir
o mundo de uma forma
mais pura. Não à procura
de algo, mas admirando
tudo.
Como se tivéssemos
nascido outra vez,
compreendemos que
os nossos dias sempre
se sucederam com uma
sequência lógica, que
embora possamos não
compreender, sabemos
que existe.
A vida tem sentido.
Não será o que muitos
desejam, porque não
sabem desejar. Não será
o que muitos pensam,
porque não sabem que
o sentido também é para
sentir.
É preciso abrirmo-nos
ao outro e ao mundo.
Deixarmos de julgar que
somos o centro do mundo
e os outros meros figurantes
ou, quanto muito,
atores secundários.
A vida são as nossas
escolhas face às opções
de que dispomos e a
nossa resposta ao que
nos acontece. Nascemos
diferentes e em contextos
diferentes, temos talentos
e fraquezas distintos.
Mas todos somos livres e
a liberdade implica agir.
A minha vida é feita pelo
que eu for capaz de criar
à minha volta e em mim.
É estranho que tantas
pessoas afirmem querer
ser felizes, mas depois
não querem percorrer o
caminho que as leva à
mais verdadeira das alegrias.
Como se quisessem
ser felizes, mas não da
única forma possível!
A felicidade chama
Editorial
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS
De nada vale ignorar
o problema e continuar
a “assobiar para o
lado”.
A questão inerente
às mudanças climáticas
constitui, hoje em dia,
um desafio acrescido
para a Humanidade,
tendo em linha de conta
que a sustentabilidade
do Planeta Terra está,
reconhecidamente em
perigo, a continuar-se
com todas estas políticas
virtuais de suicídio.
Na verdade, as mutações
climatéricas em
curso, há anos a fio,
afiguram-se como um
problema demasiado
sério e altamente preocupante,
para ser encarado
ânimo leve e com
a sobranceria do costume,
atroz e irresponsável,
só entendível num
Mundo em que a consciência
e a condição
humanas se desrespeitam
constantemente e
as questões individuais
acabam sempre por se
sobrepor ao interesse
colectivo.
Ao longo de décadas,
tem vindo a ser
TRIBUNA PACENSE 25 de Outubro de 2019
por ti todos os dias. Se
não a queres, todos os
dias tens de lhe repetir
o teu ‘não’. Não se trata
de uma oportunidade
que se pode perder por
alguma razão, mas de
algo que está sempre ao
teu alcance.
Pode acontecer que
um dia destes eu decida
nascer de novo, e que, ao
contrário de tantas vezes,
faça o que é preciso para
que isso aconteça em
mim.
Chegará então alguém
que não espero: um novo
eu para ser, um amor
que me levará e dará aos
outros e ao mundo e,
por fim, apesar de todo
o sofrimento que exige,
uma vida feliz.
E a mudança começa
com um silêncio em que
percebo que aquilo que
tenho e sou não é para
mim.
Sou uma obra-prima
para oferecer! Não a
quem um dia chegará,
mas aos que estão próximos
de mim.
JOSÉ LUÍS NUNES
MARTINS
assim, mas tal assume
muito mais acuidade,
nos tempos mais recentes,
com povos e
populações a usarem
e abusarem dos meios
nocivos mais díspares,
que põem em risco a
sobrevivência das espécies,
entre animais
racionais e irracionais,
com incidências, directas
e totalmente irreparáveis,
na fauna e flora
a nível global.
Daí, como moda e
não com o realismo e
a consciência que se
exige, as Mudanças
Climáticas revelarem-
-se, hoje em dia, como
um chavão recorrente
e apetecível, que todos
apregoam, mas poucos
respeitam e agem, em
conformidade.
É, é preciso mais,
muito mais: passar das
palavras à acção!
Vamos, vamos salvar
o Planeta, de verdade;
todos, mas todos;
isto, antes que seja tarde
e se torne, de todo,
irreversível!
O ambiente está
doente e não é de agora!.
“As mudanças climáticas
não respeitam
fronteiras, não respeitam
quem somos - ricos
ou pobres, pequenos ou
grandes. São um desafio
global e por isso é
necessária a solidariedade
global”.
Esta frase não é nossa,
colhemo-la algures,
mas bem pode transmitir
o nosso pensamento,
o que nos vai na alma.
Demasiado sério e
objecto de uma preocupação
desmedida,
mais agora que se sabe
que quatro em cada
cinco mortes, doenças
ou lesões, atribuíveis
às mudanças climáticas,
vitimam crianças,
conforme advertência
da organização não-
-governamental “Save
the Children”.
Logo, a emergência
climática impõe-se, a
começar pelo combate
à desertificação, reforçando
os cuidados
de Alojamento, Saúde,
Alimentação
Já e sem tréguas!
O DIRECTOR
Recorte
O NOVO GOVERNO
E OS SEUS
DESAFIOS
Conhecido o elenco governativo, a primeira
conclusão que se retira é a de que António Costa
se rodeou de um núcleo duro forte, com ministros
com autoridade e experiência política.
Mas as escolhas para secretários de Estado
revelam, por outro lado, a aposta em especialistas
de diferentes áreas, o que indicia alguma
vontade reformista. Sendo certo que, olhando
para as designações das pastas e para a hierarquia
do novo executivo, as áreas que parecem
ganhar maior protagonismo são, e bem, a economia,
as infraestruturas, o desenvolvimento
regional, a transição digital, a modernização do
Estado e o ambiente.
Do ponto de vista económico, era fundamental
a manutenção de Mário Centeno na pasta das
Finanças.
O também presidente do Eurogrupo dá garantias
de controlo das contas públicas, condição
essencial para uma economia sã. De resto,
parece-me crucial prosseguir o esforço de consolidação
orçamental, considerando o elevado
peso da dívida sobre o PIB e a necessidade de
conter a despesa pública.
A permanência de Siza Vieira é também um
sinal positivo, uma vez que o ministro demonstrou
solidez e ponderação à frente da pasta da
Economia.
Acresce que a subida a ministro de Estado
e a número dois do Governo, ainda que motivada
pela presidência portuguesa do Conselho
da UE, pode potencialmente conferir maior peso
às questões económicas na agenda governativa
(assim esperamos).
E o facto de Siza Vieira ser, agora, também
ministro da Transição Digital revela preocupação
com esta questão vital para a nossa competitividade.
Era importante que o Governo desse mais
atenção à vida das empresas, sobretudo numa
altura em que os sectores exportadores, que têm
sido o motor do crescimento, veem os seus principais
mercados em desaceleração.
Portugal precisa de estímulos à economia
(designadamente através de financiamento
comunitário ao investimento), bem como de
reforçar a sua competitividade e melhorar o
ambiente de negócios. Importa por isso atuar ao
nível da fiscalidade sobre as empresas (simplificando
e desonerando), da lentidão da justiça, da
burocracia processual, dos entraves ao investimento,
do custo da energia e das dificuldades de
acesso a financiamento.
Outra questão crucial para o futuro do nosso
tecido empresarial é o capital humano. Faltam
recursos humanos qualificados e adequados às
necessidades das empresas, sendo esta dificuldade
particularmente aguda em sectores muito
especializados. Perante isto, há que investir mais
no ensino tecnológico, na formação e reconversão
profissional, na qualificação dentro das
empresas e no ensino superior, ciência e tecnologia.
Outro dos grandes desafios estratégicos do
país é aumentar a eficiência da máquina estatal e
melhorar a relação dos cidadãos e das empresas
com os organismos públicos. Da mesma forma
que as áreas do Estado social, como a saúde, a
educação, a segurança social ou a justiça, carecem
de reformas e investimentos que garantam
melhores serviços mas também maior sustentabilidade
financeira.
Creio que a folga orçamental conseguida na
anterior legislatura deveria servir, sobretudo,
para qualificar os serviços públicos e para investir
em infraestruturas com retorno económico,
como os portos e a ferrovia.,
JOSÉ PEDRO FREITAS | JORNAL ECONÓMICO