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Revista Contatto Cascavel 01

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O vínculo com o voluntariado veio

desde cedo. Na rotina de dentista, em

meio aos atendimentos no consultório

em Cascavel, ela organizava eventos

para arrecadar fundos para uma creche.

Mas o envolvimento com o trabalho

voluntário se fortaleceu depois de uma

doença que levou Simone a transformar

dor em amor: o câncer de mama poderia

ter roubado a alegria e a disposição

dela, mas impulsionou a vontade de ajudar

as pessoas. Foram duas batalhas:

em 1998 e em 2009. “Foi um período

muito difícil. Eu ia e voltava para o meu

consultório, até que chegou uma época

que não pude mais voltar. Fiquei sete

meses afastada. Depois que terminou

essa fase, voltei a trabalhar e segui por

11 anos normalmente. Até que quando

decidi fazer a plástica, identificaram

câncer na outra mama. Aí foi o caos: tive

inflamação, rejeição das próteses, fiz radioterapia

e quimioterapia, passei pela

remoção das mamas e fiquei dois anos

até poder fazer a reconstrução”, conta

Simone.

Foi assim que ela sentiu que precisava

fazer algo para evitar que outras mulheres

passassem pelo mesmo processo.

Em 2012, com ajuda de parceiros, nasceu

o Cascavel Rosa: uma ideia simples

que ganhou proporções gigantescas.

“Na época só existia a campanha Outubro

Rosa nas capitais do Brasil. Eu via

aquela estátua do Cristo iluminada de

cor-de-rosa e achava que poderíamos

fazer algo parecido em Cascavel. Eu

pensava em coisas modestas, só que

a imprensa nos ajudou tanto que isso

tomou uma dimensão muito grande.

Nossa camiseta rosa virou uniforme

nas escolas, nas empresas, no fórum...”,

relembra Simone, contando que as

palestras gratuitas sobre a prevenção

da doença levaram muitas mulheres a

diagnosticarem o câncer precocemente,

ampliando as chances de cura e,

mais tarde, também fizeram o mesmo

pelos homens, por meio do Cascavel

Azul.

Uma nova fase, um novo projeto,

o mesmo amor!

Mãe de duas jovens, Simone costuma

dizer que o Cascavel Rosa foi seu “terceiro

filho” até 2016. Agora, o projeto

segue nas mãos de outras voluntárias.

Mas essa ligação com o tema e a vontade

de deixar o tratamento do câncer

mais leve para os pacientes, fez um novo

projeto surgir em 2017: “Amor em Fios”,

que arrecada lenços, cabelos e tecidos

para confecção de perucas e toucas que

promovem um resgate da autoestima

de quem acaba perdendo o cabelo por

conta da quimioterapia. “Conseguimos

parcerias e nos reunimos a cada 15 dias.

Hoje são cerca de 47 voluntárias que

ajudam a confeccionar. Para adultos

fornecemos perucas, lenços, turbantes

e acessórios em geral. E no ‘Kids’, temos

mais de 130 modelos de toquinhas e

chapéus”, descreve.

Hoje, Simone é solicitada para palestras

no Brasil todo e seus projetos já

viraram tema de trabalhos acadêmicos.

Todos os dias o telefone toca com algum

paciente agradecido do outro lado da linha.

“Já enviamos para mais de 18 cidades.

Muitos pais relatam que as toucas

de princesas e heróis contribuem para

tirar as crianças da rotina pesada do

hospital. Eu não saberia mais viver sem

isso. Não tem preço que pague uma

mãe de paciente chegar e dizer: muito

obrigada”.

Muitos pais

relatam que

as toucas

de princesas

e heróis

contribuem

para tirar as

crianças da

rotina pesada

do hospital. Eu

não saberia

mais viver

sem isso. Não

tem preço

que pague

uma mãe de

paciente chegar

e dizer: muito

obrigada!”.

• Para saber como contribuir, acesse: www.facebook.com/projetoamoremfios

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