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corona

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TRIBUNADEMINAS

ANOS

DOMINGO | 22 | MAR | 2020

CORONAVÍRUS

ESPECIAL

Tire suas

DÚVIDAS

DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2020 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 17


DiA A DiA

FIQUE ATENTO

O que funciona em Juiz de Fora?

Confira o que

fica aberto

e fechado

durante a

quarentena

Renan Ribeiro Repórter

Ainda não há solução mais eficaz contra o coronavírus

do que o isolamento domiciliar, quando

possível. Nenhum medicamento e vacina foram

desenvolvidos para combater o Covid-19, então,

o #ficaemcasa ainda é o movimento mais eficaz

para impedir o crescimento do número de casos.

Em função deste quadro, o município de Juiz de Fora

e o país decretaram medidas destinadas à restrição de

circulação de pessoas, para conter a evolução do contágio.

A Tribuna reuniu as principais informações sobre

os serviços e as atividades que estão suspensas e as

que seguem funcionando. Em alguns casos, como no

de restaurantes ou livrarias, boa parte dos estabelecimentos

está optando por atender apenas com serviços

de entrega. No caso específico dos restaurantes, podem

continuar operando os que conseguirem manter

até dois metros de distância entre uma mesa e outra.

No entanto, é fundamental reforçar as orientações do

Ministério da Saúde e dos decretos de que as lojas e os

serviços que ainda podem ser oferecidos devem intensificar

ações de limpeza e disponibilizar o álcool em gel

70% aos trabalhadores e promover as informações oficiais

sobre prevenção.

FERNANDO PRIAMO

DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2020 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 18


DiA A DiA

SAÚDE

Como se manter saudável

durante a pandemia

Tudo o que

você precisa

saber para

minimizar

os riscos de

contágio da

doença

Bárbara Riolino Repórter

Desde que os primeiros casos da Covid-19 começaram

a ser confirmados na cidade, o juiz-forano

sofreu mudanças bruscas em sua rotina. Escolas,

comércios e shoppings, por exemplo, estão fechados,

eventos foram cancelados e empresas autorizaram

seus funcionários a trabalharem de suas casas,

quando for possível. Mesmo sabendo de todo esse

alerta, parte da população não conseguirá cumprir a

quarentena recomendada pelo Ministério da Saúde

e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Logo,

a Tribuna traz um compilado de informações necessárias

para que os seus leitores possam se precaver

e minimizar os riscos de transmissão da doença enquanto

a situação de alerta persistir.

FERNANDO PRIAMO

UMA BOA

LEITURA

pode ajudar

a passar o

tempo durante

o período de

isolamento

• Por que o isolamento

social é a medida

mais eficaz?

A transmissão do coronavírus pode acontecer independente

da pessoa infectada apresentar sintomas como

tosse, febre e dificuldade para respirar. Conforme

a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segundo dados

apresentados até momento, o período de incubação do

vírus pode variar de dois a 14 dias e, durante esse tempo,

o vírus tem capacidade de transmissão.

A fundação se baseia na transmissibilidade dos pacientes

infectados por SARSCoV, o tipo de coronavírus

relacionado à síndrome respiratória aguda grave, que

é, em média, de sete dias após o início dos sintomas.

Mas, dados preliminares sobre o novo coronavírus

(SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer

mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.

Para o médico infectologista chefe do setor de Gestão

da Qualidade e Vigilância em Saúde do Hospital

Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora

(HU/UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, a população

precisa lembrar que o contágio do novo coronavírus

em Juiz de Fora já se encontra em transmissão local,

e, em Minas Gerais, em transmissão comunitária.

“Neste cenário não basta apenas evitar o contato

com pessoas que vieram de zonas de risco. Por isso,

o isolamento social é o passo mais importante, pois

o distanciamento físico entre as pessoas irá reduzir o

número de casos e evitar, assim, um pico de registros,

que é o maior problema do coronavírus. Quando há

muitos casos acontecendo ao mesmo tempo, isto sobrecarrega

o sistema de saúde, que, por sua vez, não

consegue absorver todas as demandas, inclusive, as

mais graves”, explica.

• Como me protejo se

precisar sair de casa?

A recomendação dos órgãos de saúde

é evitar, ao máximo, sair de casa, a não

ser que a necessidade seja ir ao supermercado

ou às farmácias, locais cujo funcionamento

não foi alterado. Logo, é importante

organização para comprar tudo

o que precisa em saídas mínimas, mas

sempre evitando exageros e mantendo

o bom-senso. Outra dica é designar um

único membro da família à realização

• Tenho que trabalhar e me

deslocar utilizando o transporte

público, como me resguardar?

Ao se deslocar para o trabalho utilizando

o transporte público, a orientação do

infectologista é utilizar lenços de papel

descartáveis para tocar nas barras dos coletivos,

caso seja impossível higienizar as

mãos naquele momento.

No ambiente de trabalho, ele recomenda

manter o distanciamento entre 1,5m

e 2m dos colegas, lavar bem as mãos ou

utilizar o álcool em gel. Além disso, devese

evitar tocar em superfícies.

Segundo a Fiocruz, não se sabe ao

certo quanto tempo o novo coronavírus

sobrevive em superfícies, mas parece se

comportar como os outros coronavírus.

desta tarefa, de preferência, aquele que

esteja fora do grupo de risco, formado

por idosos e doentes crônicos. Rodrigo

ressalta que, ao chegar aos estabelecimentos,

deve-se evitar aglomerações e,

na fila, manter uma distância segura entre

as pessoas. “Caso o responsável por

esta função estiver com sintomas, ele deve

se deslocar utilizando máscara para

evitar a transmissão.”

Uma série de estudos aponta que a família

de coronavírus, incluindo informações

preliminares sobre o causador da

Covid-19, podem persistir nas superfícies

por algumas horas ou até vários dias e

isso pode variar de acordo com as condições,

como tipo de superfície, temperatura

ou umidade do ambiente. Logo,

o órgão recomenda limpá-las com desinfetante

simples para matar o vírus e

proteger a si e aos outros. Depois, limpe

as mãos com um higienizador à base de

álcool ou lave-as com água e sabão.

SEGUE P20 >>>>

DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2020 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 19


DiA A DiA

Continuação da página 19

• Dicas de

higienização e

assepsia pessoal

e da casa

PIXABAY

O uso do álcool em gel deve ser designado à higienização

das mãos, enquanto que o álcool líquido deve ser aplicado

para a higienização de superfícies, segundo Rodrigo.

Para a limpeza da casa, ele explica que os produtos desinfetantes

comumente usados são recomendados, sobretudo

aqueles feitos à base de cloro, substância que tem ação sobre

os vírus, assim com soluções com água sanitária. Outra

recomendação é manter o ambiente sempre arejado,

evitando usar ar-condicionado.

• Como se proteger

quando há alguém

gripado dentro de casa?

Quando um familiar apresenta sintomas suspeitos, segundo

o infectologista, ele deve ser mantido separado de

outras pessoas e receber todos os cuidados necessários,

além de ser estimulado a usar máscara e, também, higienizar

as mãos com mais frequência.

• Uma vez infectada, a

pessoa pode pegar

o coronavírus causador

da Covid-19 outra vez?

Segundo Rodrigo, quando a pessoa é infectada pelo novo coronavírus

e desenvolve a doença (Covid-19), uma vez curada, ela não apresenta

mais chances de contrair a doença novamente.

• Relações sexuais podem

transmitir o coronavírus?

Ainda não há evidências científicas que confirmem o contágio da Covid-19 pelas relações sexuais, contudo, o infectologista

lembra que muitas outras doenças são transmitidas por este meio. “Deve-se, então, fazer uso do preservativo”, recomenda.

Cuidados para pacientes com câncer

PIXABAY

Pacientes em tratamento contra o

câncer precisam redobrar os cuidados

para não contrair a Covid-19. Conforme

a médica oncologista clínica Tatyene

Nehrer, diretora técnica da Solus

Oncologia, essas pessoas pertencem

ao grupo de risco para maior gravidade

da infecção pelo coronavírus.

“Estes pacientes possuem, frequentemente,

uma diminuição da imunidade

por conta da própria doença,

do estado debilitado, do efeito imunossupressor

de alguns tratamentos,

como a radioterapia, a quimioterapia,

o uso de corticoide e a transfusão

de sangue, ou ainda, devido ao

pós operatório”, afirma a médica.

Segundo ela, para melhorar a

imunidade, a dica é uma alimentação

saudável. “A SBOC (Sociedade

Brasileira de Oncologia Clínica)

não recomenda uso indiscriminado

de vitaminas C e D, e outras

modalidades não comprovadas.”

Tatyene reforça a orientação da SBOC

de que os tratamentos oncológicos

não devem ser interrompidos, incluindo

as sessões de quimioterapia. Em

caso de sintomas de gripe ou outras

alterações, o médico deverá ser consultado

para orientação específica.

“Os pacientes com coronavírus devem

comunicar ao oncologista e ao

radioterapeuta, seguir as orientações

gerais para controle dos sintomas,

manter o isolamento por período de

14 dias e estar atento aos sinais de

alarme como febre alta persistente

e falta de ar que indicam a provável

necessidade de internação hospitalar.

O tratamento oncológico é suspenso

temporariamente nessa situação.”

A médica oncologista orienta ainda

que, nesse momento, o afastamento

social constitui a principal medida

preventiva. “Sair de casa apenas

quando for indispensável, e só utilizar

transporte público em último caso.

Deve-se manter um maior rigor

com a higiene pessoal e afastar-se de

pessoas com sinais de gripe, além de

cuidar da saúde mental para que o

momento atual não cause depressão

ou ansiedade.”

>>>>

DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2020 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 20


DiA A DiA

ENTREVISTA PAULO HENRIQUE MENDES BARRA VETERINÁRIO

‘Cães e gatos têm seu

próprio coronavírus’

Fabiane Almeida*

Com o coronavírus, muitas pessoas se perguntam

como agir com os animais de estimação

que vivem junto aos humanos. A resposta

dos veterinários é que dentro ou fora da quarentena,

os bichos precisam receber cuidados

especiais para que não transportem o vírus

entre pessoas através do toque. Transportar,

porém, não quer dizer transmitir, já que, segundo

especialistas, esse vírus não é contraído

por cães ou gatos. Esses animais possuem seu

próprio coronavírus, o alphacoronavírus, que

teve incidência no Brasil na década de 1980,

quando passaram a ser produzidas vacinas de

prevenção para cães.

Entre as recomendações de cuidados com

os bichos durante a pandemia, estão as restrições

de passeio e interação. Em Juiz de Fora,

as clínicas veterinárias continuam autorizadas

a funcionar, sendo uma das exceções do

decreto municipal publicado na última sexta-feira

(18). Mas as idas ao veterinário devem

ser feitas com precaução pelos tutores e planejamento

pela equipe médica. Os pet shops,

porém, assim como outros setores comerciais

que não são citados na lista de exceções, devem

ficar fechados.

Para entender melhor sobre os cuidados

que devem ser tomados pelos tutores, a Tribuna

conversou com o médico veterinário Paulo

Henrique Mendes Barra.

*Estagiária sob supervisão da editora

Regina Campos

Tribuna - Os animais podem

contrair ou transmitir

a Covid-19?

Paulo Barra - Não. Os cães

e gatos têm seu próprio coronavírus,

o alphacoronavírus,

que causa sintomas gastroentéricos,

como diarreia e

vômito em cães. Já nos gatos,

o vírus transmite a kryptonite

infecciosa felina. Inclusive

os cães são prevenidos com

as vacinas V8 ou V10. Esse

vírus nada tem a ver com a

Covid-19 (betacoronavírus),

que ataca as vias respiratórias

de seres humanos. Humanos

não passam o betacoronavírus

para animais, e animais

não passam o alphacoronavírus

para humanos.

- O vírus pode ficar nos

pelos dos animais após o

toque de uma pessoa com

diagnóstico positivo e, assim,

transmitir a outra pessoa

saudável que toque o

bicho depois?

- Sim, assim como em

qualquer superfície de contato

(objeto), como celular e

cadeira, isso também acontece

com o animal. Por isso, o

Conselho Federal de Medicina

Veterinária recomenda

que tutores que estão infectados

pelo Covid-19 façam uma

quarentena de convivência

com seus pets por prevenção,

apesar de não haver transmissão.

- Se um animal lamber

uma pessoa infectada e depois

lamber alguém saudável,

é possível transmitir a

Covid-19?

- Não há nenhuma pesquisa

que comprove isto, até porque

a saliva tem um componente

ácido.

- Como deve ser o cuidado

com os animais durante a

quarentena?

- As pessoas que têm animais

devem evitar sair para

passear com eles na rua, pois

o vírus pode alojar na pele

do animal. Se o cachorro só

faz a higiene na rua, sai, vai

até o poste próximo, volta e

passa álcool em gel nas patas

do cão. Pode ser feita essa

prevenção com o animal

até umas duas vezes por dia,

e não pode passar nos pelos,

pois resseca. É preciso segurar

o animal e distraí-lo enquanto

o álcool seca, pois se

lamber ou só de sentir o cheiro,

incomoda. Além disso, antes

de colocar água e comida

para o animal, o tutor deve

higienizar as mãos para não

contaminar as tigelas.

- Ao suspender os passeios,

o que podemos fazer

para não afetar o bem-estar

do animal?

- Devemos interagir com

os animais da mesma forma

que fazemos com a família.

As pessoas que não estão

infectadas podem conviver

normalmente. Podem utilizar

brinquedos inteligentes, que

têm orifícios onde coloca-se

rações e biscoitos, e o animal

corre, brinca e interage. Se a

pessoa estiver infectada, mas o

animal não sair na rua (e não

tiver contato com outras pessoas),

pode brincar com ele.

- O que fazer quando os

animais são acostumados a

compartilhar camas e sofás?

- Se isso é um hábito e esse

animal fica dentro de casa

e não tem acesso à rua, é

vermifugado e vacinado, eu

não vejo problema em ficar

em cima das camas. Mas se

tem contato com a rua e com

os outros animais e pessoas,

pode transportar o vírus para

casa. Se uma pessoa que está

com Covid-19 tosse e espirra

em cima desse animal, ele

vai levar o vírus para casa. E,

na casa, quanto mais o animal

for para um lado e outro,

mais distribui o vírus.

- É possível tirar o vírus da

pelagem do animal com um

banho?

- Sim, porque esse vírus é

sensível a produtos químicos.

O shampoo usado vai matar

o vírus. Mas não pode dar

banho no animal todos os

dias, porque a pelagem deles

é sensível. Se o animal está

dentro de casa e todos estão

de quarentena, vamos dar

banho uma vez por semana

com o shampoo que é próprio

para ele.

- Como proceder com gatos,

que costumam sair de

casa sozinhos e não gostam

de banho?

- Os gatos são andarilhos

mais escondidos, andam em

muros, telhados e terrenos

vazios, não têm muito contato

com as pessoas na rua.

DIVULGAÇÃO

Isso diminui a possibilidade

de alguém espirrar ou tossir

sobre eles. Um procedimento

que pode ser feito é utilizar

banho a seco, com spray

veterinário, que pode ser

usado umas duas vezes por

semana. Além do álcool em

gel nas patas quando voltar

para casa, se for possível. E

em ambientes expostos ao

sol, o vírus não resiste muito

tempo a ponto de passar para

as patas dos gatos e transmitir

para alguém. Já o cão

tem contato mais próximo,

anda em coleira e guia, tem

um convívio social mais intenso

nas ruas.

- Pessoas que tenham pássaros

em casa também precisam

tomar algum cuidado?

- Não há muita preocupação

com os pássaros, a menos

que a pessoa que esteja com o

vírus tussa ou espirre no pássaro

ou na gaiola e alguém

toque ao tratar desse pássaro.

Mas isso aconteceria da mesma

forma que se tocar em

uma maçaneta, por exemplo.

- Como proceder quando

precisar levar o animal ao

veterinário?

- Chegue para ser atendido

no horário marcado para não

ficar na sala de espera junto

com outros animais ou pessoas.

O veterinário deve limpar

o ambiente onde os animais

são atendidos, passando álcool

em gel, hipoclorito ou

composto quaternário de

amônia, que são produtos (de

limpeza) indicados para combater

vírus. Até o momento,

em Juiz de Fora, não há uma

medida para que as clínicas e

hospitais veterinários fechem.

- Como os animais podem

ajudar as pessoas que têm

que ficar em casa?

- Ter um animal em casa

é uma maneira de interagir

e tirar um pouco a pessoa

desse estado de morbidade,

negatividade, medo e

pânico. Pode fazer um carinho,

propor um convívio

social, que é a função primordial

do animal de estimação.

Principalmente para

idosos que estão dentro

de casa, sem passear com o

cachorro.

BICHOS NÃO

TRANSMITEM

a Covid-19, mas

evitar passeios

e manter higiene

é importante

para a saúde

humana,

conforme

orienta o

veterinário

Paulo Henrique

Barra

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