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22 Nossos Passos - 2020
A ORAÇÃO COMO
ESCOLA DA
ESPERANÇA
Bento XVI 1
Primeiro e essencial lugar de aprendizagem da
esperança é a oração. Quando ninguém mais me escuta,
Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar
com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus
sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me
possa ajudar – por tratar-se de uma necessidade ou de
uma expectativa que supera a capacidade humana de
esperar –, Ele pode ajudar-me 2 . Se me encontro confinado
numa extrema solidão..., o orante jamais está
totalmente só. De seus treze anos na prisão, nove dos
quais em isolamento, o inesquecível Cardeal Nguyen
Van Thuan 3 deixou-nos um livrinho precioso: Orações
de Esperança. Durante treze anos de prisão,
numa situação de desespero aparentemente
total, a escuta de Deus, o que, após sua libertação,
lhe permitiu ser para os homens em todo o
mundo uma testemunha da esperança, da grande esperança
que não declina, mesmo nas noites de solidão.
De forma muito bela, Agostinho ilustrou a relação
entre oração e esperança em uma homilia sobre a
Primeira Carta de São João. Ele define a oração como
um exercício do desejo. O homem foi criado para uma
realidade grande, ou seja, para o próprio Deus, para
ser preenchido por Ele. Mas seu coração é demasiado
estreito para a grande realidade que lhe será destinada.
Tem de ser dilatado. “Assim procede Deus: diferindo
sua promessa, faz aumentar o desejo; e com o desejo,
dilata a alma, tornando-a mais apta a receber os seus
dons”. Aqui Agostinho pensa em São Paulo que, de si