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Todo registro se dirige ao futuro: foi a nós que os profetas legaram
as palavras de Deus, que lhas foram confiadas. É Ele a medida
verdadeira das coisas – a Sua lei nos está comunicada sem ruído.
Celebrada a Nova Aliança, as palavras do Deus Filho
têm-nos sido transmitidas na Doutrina. Eis aqui a razão da
sua importância: leal à missão da Boa Notícia, ao longo dos
séculos, toda a assembleia dos batizados está em legítima sucessão
apostólica. É por isso que o Magistério é o sentinela da
Palavra e dos Sacramentos, instituídos com a voz humana do
Salvador. O rigor dos ensinamentos é o memorial da mensagem
cristiana – a guarda da confiança do Seu povo em Sua promessa.
E as lições que nunca hão de passar, reveladas progressivamente
na história, foram por Ele entregues à Sua Igreja – da
qual nós somos parte. Desde o envio dos apóstolos em expedição
missionária, o Santo Espírito de Deus vem para insuflar
os corações, as mentes e os músculos a trabalhar em prol da luz.
A Fé católica – que quer dizer “universal’ – é mãe, por
fato e por direito, de uma civilização. Demovendo superstições
sangrentas que engoliram tantos povos, protegeu pequenos e socorreu
miseráveis; corrigiu tiranos; forjou heróis, sábios e santos
– fundou nações completas. E agora vêm alguns incendiar
seus berços – bradando não se sabe que liberdade. Questionam
se ainda pode haver lugar em suas vidas para a mãe das suas
pátrias. Vão desmurando o refúgio o que os defende, decretando
que nada é absoluto; jurando que a verdade é questão de opinião,
e que não pode haver certeza nesta vida a não ser a nossa morte.
Mas temperança não é condescendência.
Não importa o quanto voe a mente humana; ela só
descobrirá o que já foi criado: o ciclo das estrelas e das águas,
as leis do germinar dos campos, o milagre da concepção, o milagre
singular do amor. O pensar do homem é mero reflexo
de pensar divino. A nossa mente pensa apenas sobre o
que já foi pensado – antes de tudo, pelo Autor de todos.
A Quaresma assina o tempo em que o Altíssimo, isolado
e investido em carne humana, experimenta, exprime e expulsa o
estorvo das tentações. Portanto, a substância do deserto é a provação.
É a desventura que experimenta os corações fiéis, que os
desafia a proclamar desde o cimo dos penedos a verdade: dizê-la
à luz do dia, sem melindre nem temor. Pois aquele que empunha
contra o falso a vera sapiência não age por si mesmo: mas é ela –
na sua própria autoridade – que rasga os labirintos mentirosos.
E os seus olhos se alteiam; é-lhe autorizado erguer a fronte a
qualquer um, porque é do Alto que promana tudo o que é veraz.
SUMÁRIO
Perseguições contra a Igreja de Cristo
Santo Agostinho de Hipona
p. 06
O projeto de poder global e a reengenharia
social
Monsenhor Juan Claudio Sanahuja
p. 09
O que é a Tradição?
Roberto de Mattei
p.11
Para entender as partes da Missa
Scott Hahn
p. 13
A Bíblia e seu significado
Giovanni Reale & Dario Antiseri
p.16
Vida interior e vida aparente
Louis Lavelle
p.20
A oração como escola da esperança
Bento XVI
p.22
Mensagem de São João Paulo II para a Quaresma
de 2005
São João Paulo II
p.24
Nós somos a Igreja – o Povo da Nova Aliança.
Que diante do deserto, não sejamos desertores da mensagem
do Evangelho. Que tomemos por atitude inicial conhecer
as entranhas do nosso espírito, o átrio da nossa Igreja
e que se passa mundo. Que desse estorvo façamos ir mais alto
o incenso da oblação e os sinos do anúncio: porque o Filho do
Homem vive e é o Rei. Somente a Sua palavra não passará.
Louvado seja Deus em toda circunstância. Toda honra e
toda glória Àquele que é, que era e que vem.
Rio de Janeiro, Quaresma de 2020
O Editor