Revista Mistérios de Órunmilá - 04
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MARÇO.2017
EDIÇÃO N° 4
Mabeji
A Mametu mais querida
do Rio de Janeiro
Gloria Arieira
Explica o que é Vedanta
8 de Março, dia
internacional das
mulheres
Tuntankhamon
Com professor Fábio Frizzo
Afoxé Ómó Ifá
Desfile na praça 7
Sarau do samba
Lavagem da sapucaí
Desfile mirim na Sapucaí
MISTÉRIOS DO EGITO
TUDO QUE VOCÊ NÃO SABE SOBRE ESSE LUGAR CHEIO DE MISTÉRIOS
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. PROIBIDA A VENDA
E mais: Ciganos; Entrevista com Padre Ivo; Fim do racismo; Saúde; Gente que abraça a gente
Mar .
2017
SUMÁRIO
02 Saúde
Endometriose precisamos falar sobre isso!
03 Espaço Verde
Alimentação Saudável e endometriose
08 Entrevista
Gloria Arieira
11 Militância
Dia internacional da eliminação da
discriminação racial
12 Eventos
Afoxé marca presença na sapucaí
14 Eventos
Ala mirim do Afoxé Ómó Ifá
16 Eventos
Sarau Afoxé Ómó Ifá
18 Eventos
Afoxé Ómó Ifá vai pra rua!
24 Nossa capa
A caminhada
26 Nossa capa
O senegalês que forçou o mundo a rever a história
28 Entrevista
Tutankhamon
32 Gente que abraça gente
São Vicente de Paula: Cuidando com amor
Cultura para todos
04
10
22
A luta das
mulheres pela
igualdade de
gênero
Entrevista
Mabeji: 70 anos
dedicando aos inquices
Negra é a matriz
da civilização
humana
33 Religião
O Que sobre a ótica Católica significa a Quaresma?
35 Pai Washington
36 Esoterismo
Orgulho de ser cigana
37 Bangbosé
38 Distribuidores
42 Infantil
44 Eventos
Queridos Leitores,
nesta edição falamos do
carnaval do Afoxé Omó
Ifá, onde nos destacamos
no trabalho com a coluna
da homenagem mirim,
pela qual serão enviadas
a você, leitor, as fotos
das crianças iniciadas que
participam de cultos religiosos. Temos ainda uma
maravilhosa entrevista com Mabeji, trazemos os
presentes de São Gonçalo e Jaconé e novamente
falamos sobre o racismo, do início da civilização e
sobre as mulheres, pois que este é o mês da mulher.
Espero que gostem!
Nara Barcellos
Diretora geral
Agradecimentos
Iyawo IFA Beatriz Melo
Narinha de Iyemoja, Carlinhos de Osalá,
Iyá Leke, Iya Paula de Odé, Gisele de Nana,
Paula Santana, Thiago, Cristina Amadeu e
Pai Dedeco
“Agradeço em especial ao
Babalawo Afisi Famuiwa,
somente um amigo mostra IFA
para uma pessoa”
- Sandro Fatorerá
Presidente- Sandro Fatorerá
Diretora Geral - Nara Barcellos
Design - Felipe Perrot e Luiz Holyver
Revisão de Texto - Roberval Barcellos
Assessoria de Imprensa - Thiago
Fotografia - Ogan Júnior
Vendas de Publicidade - Ogan Júnior
Telefone - (21) 98780-7140 |
Vendas de Publicidade - Alexander Oliveira
Telefone - (21) 9929-93422
5000 exemplares distribuídos
ENDOMETRIOSE PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO!
O mês de março é o mês da mulher, mas também é uma época do ano muito importante para conscientização de
uma doença que atinge cerca de 200 milhões de meninas e mulheres no mundo: a endometriose.
A endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de endométrio
em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero, que se renova mensalmente pela menstruação. A
endometriose aparece no momento da menstruação, parte do sangue eliminado passa pelas trompas e cai dentro da barriga.
Esse sangue contém células que têm a capacidade de crescer em locais como o ovário. Quando o sistema imunológico
responsável pela defesa do organismo não consegue eliminar essas células, a doença endometriose se estabelece.
Os locais mais atingidos pela endometriose são: ovários, fundo de saco de Douglas (atrás do útero), fundo de saco
anterior (à frente do útero), ligamentos do útero, trompas, septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), superfície
do reto, bexiga e parede da pelve.
O DIAGNOSTICO DA ENDOMETRIOSE
Através da história clínica: cólicas muito fortes no período menstrual (com piora progressiva);
dor profunda na relação sexual (dependendo da posição); dor com irradiação para a raiz da coxa
ou para o ânus; dor para evacuar (às vezes com diarreia) ou para urinar no período menstrual.
EXAME GINECOLÓGICO
O toque ginecológico pode revelar nódulos fixos e dolorosos na parte posterior do útero (entre
o útero e o reto). Algumas vezes massas anexiais fixas podem ser encontradas bilateralmente. O
toque retal pode detectar envolvimento do reto e dos ligamentos laterais do útero (paramétrios).
EXAMES COMPLEMENTARES
A dosagem do Ca-125 sanguíneo no período menstrual costuma estar acima de 35 U/ml
nos casos mais avançados da doença. A ultrassonografia transvaginal tem boa precisão para o
endometrioma de ovário (cisto hemorrágico). A Ressonância magnética da pelve no período
menstrual é um excelente método para o diagnóstico da endometriose infiltrativa profunda. No
caso de invisão intestinal pode ser necessária a realização do estudo da luz do retosigmóide (retosigmoidoscopia ou colonoscopia). Se houver suspeita
de acometimento do sistema urinário pode ser solicitado a ultrassonografia das vias urinárias, urografia excretora, urotomografia ou uroressonância.
LAPAROSCOPIA
A certeza do diagnóstico só pode ser dada através da biópsia feita durante a cirurgia. O procedimento mais indicado é a laparoscopia, que consiste
na introdução de uma microcâmera através de um pequeno corte no umbigo e na manipulação da cavidade abdominal através de instrumentos
cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdome. Por ser considerada uma cirurgia (com anestesia geral), a
laparoscopia assume cada vez mais um papel no tratamento (ressecção das lesões) e não no diagnóstico da endometriose.
ESTÁGIOS DA DOENÇA
• Estágio I (endometriose mínima): lesões isoladas e sem aderências
significantes.
• Estágio II (endometriose leve): Lesões superficiais com menos de
5cm, sem aderências significantes.
• Estágio III (endometriose moderada): múltiplas lesões e aderências
• Estágio IV (endometriose grave): múltiplas lesões superficiais e
profundas, incluindo endometriomas, aderências densas e firmes.
PRINCIPAIS METAS DE TRATAMENTO
• Aliviar ou reduzir a dor
• Diminuir o tamanho dos implantes
• Reverter ou limitar a progressão da doença
• Preservar ou restaurar a fertilidade
• Evitar ou adiar a recorrência da doença
02 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Colaboradora: Beatriz Mello
fonte de consulta: Dr, Claudio Moura Junior, Ginecologista e vídeoesteroscopista, CRM: 639583
Dr, Claudio Crispi, especialista em Endometriose, CRM: 52398816
Dra FERNANDA MULULO
ALIMENTAÇÃO SAUDAVEL AUXILIA O DESCONFORTO
DA ENDOMETRIOSE
A
alimentação é uma
grande aliada para diminuir
sintomas de dor e desconforto causados
pela endometriose. Uma dieta balanceada,
rica em vitaminas e minerais é capaz de prevenir
a endometriose e apoiar seu tratamento. As fibras são
o alimento básico, pois ajudam a diminuir a inflamação
abdominal e auxiliam na digestão e no bom funcionamento
do intestino, além de reduzir o estrogênio circulante no sangue
com um menor impacto sobre os tecidos que dependem
do hormônio. As vitaminas do complexo B são aliadas à
manutenção de níveis adequados de saturação de enzimas e do
bom funcionamento das glândulas endócrinas, produtoras de
hormônios, e, junto com colina e inositol, desempenham
papel vital na degradação do excesso de estrogênio. A
vitamina C também é benéfica ao ser combinada
com bioflavonóides e um preparado de enzimas
proteolíticas, pois exerce potentes ações
antiinflamatórias e analgésicas, sem
efeitos colaterais.
De uma maneira geral, a alimentação deve
priorizar a ingestão de frutas, legumes e
hortaliças, cereais integrais, peixes e carnes
magras. Além disso, deve-se evitar o consumo
de alimentos ricos em farinha refinada, que são
desprovidos de minerais essenciais e contêm
elevado teor calórico. O açúcar também deve ser
controlado, visto que é fonte geradora de aumento
de peso e desequilíbrio da relação insulina/glicose.
3 PASSOS IMPORTANTES
PARA MANTER EM EQUILÍBRIO A ENDOMETRIOSE:
Os
xenoestrogenos podem ser
encontrados em agrotóxicos,
por esse motivo recomenda-se
que as portadoras de endometriose
optem por alimentos orgânicos
e/ou por legumes da safra do
mês atual, pois estes possuem
menos agrotóxicos.
1 - Tenha um estilo de vida mais tranquilo, evite estresses;
2 - Pratique exercícios físicos diariamente, pois melhoram a imunidade e mantém o peso adequado;
3 - Mantenha alimentação equilibrada, rica em fibras (cereais integrais), vitamina C (acerola, kiwi,
tangerina), vitamina E (castanha, amêndoas) e vitaminas do complexo B (vegetais verde escuro e ovos),
ômega 3 (peixes, linhaça, chia) fontes de antioxidantes e fitoquímicos.
Colaboradora: Beatriz Melo
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 03
A LUTA DAS MULHERES PELA
IGUALDADE DE GÊNERO
Desde o princípio das sociedades, a mulher foi tratada
subversivamente, com inferioridade em relação ao ser masculino. A
reprodução e consequências da criação de sociedades pautadas no
patriarcado (sistema onde o pai é o “líder” da família), geraram atuais
culturas machistas que são reproduzidas diariamente, em rodas de
conversa e situações cotidianas. Devido ao machismo, é muito difícil
encontrar registros da história das mulheres, especialmente aqueles
que sejam contados de forma aprofundada e responsável. Ainda hoje,
poucas mulheres, mesmo entre as brancas ou europeias, são citadas
e celebradas por suas conquistas.
Ainda hoje a sociedades diferencia muito na forma de convivência
com o gênero feminino. Países como Nepal, Arábia Saudita, Índia,
República democrática do Congo, Paquistão – Onde mulheres
raramente tem acesso a educação e existem altos índices de violência
doméstica. Onde 70% das mulheres ocupam espaços na sociedade,
contudo apenas 5% ocupam o mercado de trabalho. Onde mulheres
de todas as idades precisam de um responsável masculino: seja pai
ou marido. A residência contém entradas separadas para homens
e mulheres. Ou o País natal de Malala Yousafzai, a militante de 15
anos de idade que foi atacada por um Taliban por lutar pela educação
feminina em seu próprio país.
Mulheres estão constantemente lutando por igualdade. No século
XX. A força da luta feminina iniciou seus trabalhos em busca de
sociedades igualitárias. Em meados da década de 40, o feminismo dá
seus primeiros passos marcantes, provocando discussões e inovações
sociais. A luta pelos direitos de voto, direitos trabalhistas, igualdade
de gênero e em todas as questões sociais, políticas e econômicas tem
sido reafirmada e estudada a cada dia mais.
HISTÓRIA DO 8 DE MARÇO
igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento
foi reprimido com violência pela polícia. Em 8 de março de 1908,
trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram
uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir
o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento
também foi reprimido pela polícia.
No dia 25 de março de 1911, cerca de 145 trabalhadores (maioria
mulheres) morreram queimados num incêndio numa fábrica
de tecidos em Nova Iorque. As mortes ocorreram em função
das precárias condições de segurança no local. Como reação,
o fato trágico provocou várias mudanças nas leis trabalhistas e
de segurança de trabalho, gerando melhores condições para os
trabalhadores norte-americanos.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na
Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia
Internacional da Mulher”, em homenagem ao movimento pelos
direitos das mulheres e como forma de obter apoio internacional
para luta em favor do direito de voto para as mulheres (sufrágio
universal). Mas somente no ano de 1975, durante o Ano
Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações
Unidas) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8
de março.
POR QUE A DATA?
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na
maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões
cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual.
O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar,
com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com
todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com
salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho
e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado,
mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
CONQUISTAS DAS MULHERES BRASILEIRAS
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na
história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino.
As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e
discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo
e legislativo.
O “Dia 8 de março” é o resultado de uma série de fatos, lutas e
reivindicações das mulheres (principalmente nos EUA e Europa)
por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que
tiveram início na segunda metade do século XIX e se estenderam
até as primeiras décadas do XX.
No dia 8 de março de 1857, trabalhadores de uma indústria têxtil de
Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e
04 Mistérios de Órunmilá Março 2017
ALGUMAS MULHERES QUE FIZERAM A DIFERENÇA E
REPERCUTEM ATÉ OS DIAS DE HOJE:
Kathrine Switzer
Annie Lumpkins
Marina Ginestà
Jeanne Manford
Marie Curie
Marta Vieira
A primeira mulher a correr a maratona de
Boston.
Mesmo após tentar ser impedida pelos
organizadores do evento, Kathrine foi
persistente e ecoou seu feito nos jornais de
diversos países.
Ativista feminista que lutou pelo direito
do voto igualitário nos Estados Unidos na
década de 60.
Militante que participou ativamente da
guerra civil espanhola em 1936.
Apoiou o filho homossexual por diversas
passeatas pelos direitos LGBT na década
de 70.
Polonesa, famosa pelas pesquisas
relacionadas a radioatividade, vencedora de
dois prêmios Nobel, que marcou seu nome
através de seus estudos químicos.
A primeira jogadora a ser premiada cinco
vezes consecutivas no futebol.
Margaret Heafield
Rosa Parks
Diretora de engenharia de software da
NASA, corresponsável pelo projeto
Apollo, considerado um dos mais
importantes da agência.
Ativista social que lutou pelos direitos
humanos e igualdade étnica. Rosa
repercutiu seu nome além de lutar contra
a segregação racial, quando se recusou a
dar lugar a um branco no ônibus.
E por falar em Rosa Parks vamos falar das Mulheres Negras!
Na história do Brasil, conta-se muito pouco a respeito das mulheres
negras.
A gente poderia ficar um tempão escrevendo sobre mulheres negras
maravilhosas que são icônicas, inspiradoras e que nos representam. Em
diversos aspectos da sociedade observamos o lugar que ocupa a mulher
negra, um lugar de inferioridade no mundo do trabalho, das maiores
estatísticas no âmbito da violência, e são as que têm menos acesso aos
serviços públicos. Mas o mais importante é termos conhecimento delas,
orgulho de nós mesmos, força e motivação para seguir em busca dos
nossos sonhos nessa sociedade que na maioria das vezes fica invisível
na comemoração de 8 de março visto que quando as mulheres brancas
brigavam para trabalhar e ser reconhecidas como iguais em direitos e
se emancipar as negras lutavam para serem reconhecidas como seres
humanos, por sua liberdade de seus filhos e companheiros...
A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua
família, que muitas vezes se constitui dela mesma e dos filhos. Quando
a mulher negra tinha companheiro, especialmente na pós-abolição,
significou alguém a mais para ser sustentado. Em um país onde mais
de 53% da população é negra, a situação desse quadro é absurda.
Dandara, líder quilombola; Zeferina, líder do quilombo de Urubu;
Anastácia, uma escrava que até hoje é cultuada como santa, Maria Felipa,
que foi líder nas batalhas pela independência da Bahia, e Antonieta de
Barros, a primeira deputada negra do Brasil.
MULHER?!
“Sou sim mulher menina e madura;
A minha sabedoria de mulher não é raciocinar, é sentida...
As vezes forte, frágil e insegura; Curvinha; esbelta com com
abundância de encher uma cama;
Sou uma mulher no mundo que luta e grita por meu espaço de direito
Sou o amor que gera vida e que pulsa, pulsa e pulsa ...
Sou feita de pequenas falhas e grandes virtudes...
Sou Preta Lucia a primeira de todas mais também de todas as cores...
Sou Eva ou Liliti tanto faz...
Sou Mulher sendo assim sou a própria história pois nosso planeta...
É “Mãe Terra” senão por causa de mim...
Um afro Abraço, Claudia Vitalino”
Colaboradora: Claudia Vitalino (UNEGRO)
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 05
GLORIA ARIEIRA
Gloria Arieira é a fundadora e diretora do Vidya Mandir.
Em janeiro de 1974 foi para a Índia estudar com Swami Dayananda,
que se tornou seu mestre. Com ele estudou até julho de 1978, quando
retornou ao Brasil. Além de permanecer no Ashram, um local de estudo
e vivência com o mestre, em Mumbai, norte da Índia e viajou para vários
lugares seguindo Swami Dayananda em cursos, palestras e visitas a lugares
sagrados. Desde seu retorno, ela vem ensinando Vedanta e Sânscrito no Rio
de Janeiro e em outras cidades do Brasil e também no Porto, em Portugal.
Mistérios de Orunmilá: O QUE É VEDANTA?
Gloria Arieira: Vedanta é um conhecimento encontrado num
corpo de conhecimentos chamado de Vedas. No final dos Vedas
encontram-se diálogos entre mestres e discípulos sobre o que é
imutável, livre de limitação. Esse conhecimento, que vem junto
com uma tradição de ensinamento e não acolhe autodidatas, é
chamado de Vedanta.
Mistérios de Orunmilá: O QUE VOCÊ PROCURAVA QUANDO
ENCONTROU O VEDANTA E COMO SE DEU ESSE
ENCONTRO?
Gloria: Eu estava com 18 anos e buscava algo que desse
significado à minha vida. Entendi que não seriam confortos,
fama, reconhecimentos. Nem casamento, nem emprego, nem
dinheiro, Eu vi como solução de minha busca por uma satisfação
mais profunda de mim mesmo. Sabia o que não queria, mas não
sabia como conquistar essa satisfação em mim mesmo. Busquei
Yoga, meditação, filosofias, mas não encontrei o que buscava. Até
que veio um professor indiano chamado Swami Chinmayananda,
em setembro de 1973, que ao falar sobre Vedanta me identifiquei
completamente.
Mistérios de Orunmilá: QUEM FORAM SEUS MESTRES E
INSPIRAÇÕES?
Gloria: Meus mestres
foram Swami
Chinmayananda, Swami
Dayananda e Sri Sankara.
Os outros foram aqueles
que apareceram em
minha vida, como
família, amigos, colegas
e pessoas com quem não
tive empatia imediata.
Todos me ensinaram
e me inspiraram. Eu
diria que além de meus
mestres, uma pessoa que
me inspirou muito foi Gloria e seu Guru, Swami Dayananda Saraswati
Swami Tapovan, mestre
de meu mestre, que eu não conheci pessoalmente. Ele cumpriu
sua obrigação com seu irmão quando seus pais faleceram e
depois que o irmão começou a trabalhar como advogado, ele
se retirou para as montanhas e florestas, totalmente dedicado
ao estudo e meditação.
Mistérios de Orunmilá: QUAL A IMPORTÂNCIA DA
LINHAGEM E DE NOSSOS ANTEPASSADOS NA
TRADIÇÃO VÉDICA ?
Gloria: A linhagem de sangue e de conhecimento são de maior
importância. Devemos a eles, antepassados e mestres, nossa
vida. Conhecimento, riqueza e poder podem iludir a pessoa com
arrogância, desrespeito e até desprezo aos outros. Somente a
gratidão aos que vieram antes e o reconhecimento da grandeza
deles em transmitir os conhecimentos, as tradições e culturas
que nos tornam humildes. Sozinho, por si só, ninguém se torna
grande. Muito mais quando há por trás da pessoa uma grande
tradição, o que nos torna grande.
Mistérios de Orunmilá: VOCÊ ABRIU MÃO DE MUITAS
COISAS NO SEU CAMINHO? PODE NOS CONTAR
SOBRE ISSO?
Gloria: Não sinto que abri mão de nada. Fui atrás do que queria
e muitas coisas ficaram em segundo plano ou saíram de cena.
08 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Mistérios de Orunmilá: QUAIS FORAM AS MAIORES
DIFICULDADES QUE VOCÊ ENFRENTOU?
Gloria: Considero que as dificuldades fazem parte da vida; não
foram especiais, tive muitas bênçãos.
Mistérios de Orunmilá: COMO VOCÊ IMAGINA QUE ESSE
CONHECIMENTO TÃO ANTIGO E TÃO DISTANTE
(GEOGRAFICAMENTE), PODE NOS SER ÚTIL HOJE?
Gloria: O conhecimento de Vedanta é sobre a natureza essencial
e imutável da pessoa. Conhecer a nós mesmos é mais importante
do que conhecer o mundo. Quando a pessoa foca no Eu, e não
somente nos objetos, Vedanta é um néctar. Mas é essencial a
pessoa descobrir o valor e o desejo pelo conhecimento do Eu
que não é o corpo, a mente, o intelecto, nem o ego!
Mistérios de Orunmilá: EM SUA OPINIÃO, QUAL O MAIOR
OBSTÁCULO PARA O HOMEM ENCONTRAR A PAZ?
Gloria: Para encontra a paz, o maior obstáculo é a confusão
sobre o objetivo da vida e como alcança-lo. Quando isto fica
claro, a mente se aquieta e ganha um rumo. A mente confusa
e iludida é o único obstáculo.
Mistérios de Orunmilá: COMO OS VEDAS DEFINEM DEUS
E O SAGRADO?
Gloria: Deus é ao mesmo tempo a causa e o próprio universo.
É o sem forma e ilimitado que assume a forma do universo
sem se transformar. Tudo é divino, pois tudo que existe é Deus.
Não existe nada além dele.
Mistérios de Orunmilá: HOJE QUAIS SÃO AS SUAS
ATIVIDADES COMO MESTRA DE VEDANTA?
VOCÊ PUBLICOU UMA TRADUÇÃO DA BHAGAVAT
GITA DO SANSCRITO PARA O PORTUGUÊS. ESTÁ
TRABALHANDO NA TRADUÇÃO DE ALGUM OUTRO
TEXTO VÉDICO?
Gloria: Eu dou aulas no Rio de Janeiro e em cursos de fim de
semana pelo Brasil. Traduzi a Bhagavad Gita e outros textos que
são ensinados por mim no nosso Centro de Estudos. Também
publiquei um livro de Orações dos Vedas e traduções de livros
de meu mestre. No momento, eu trabalho na publicação da
tradução e dos comentários dos Yogas Sutras de Patanjali para
o português.
Mistérios de Orunmilá: DEIXE UMA MENSAGEM PARA
NOSSOS LEITORES!
Gloria: Esta é uma revista sobre religião, com respeito às religiões.
Gostaria de dar uma mensagem que não é minha, mas sim de
meu mestre Swami Dayananda, que considero muito significativa.
A base do ser humano é sua religião, isto é, como ele vê o divino
e se relaciona deliberadamente com ele. Mais significativo e
íntimo do que sua cultura e práticas familiares e sociais.
Quando você se vê em um problema que não parece ter solução,
a que você recorre? Neste momento está você com você mesmo,
você e o divino, uma realidade maior, qualquer que seja a forma
reconhecida por você. Sendo assim, a pessoa religiosa em você é
a mais básica e tem que ser respeitada. A tentativa de conversão é
uma agressão, uma violência, um desrespeito para com a pessoa.
Se não respeitamos a pessoa básica, que é a pessoa que se
relaciona com o divino, não nos capacitamos para respeitar o
outro. Essa intolerância vai gerar conflito e sofrimento. Todos
precisamos ser respeitados por quem somos, por nossas escolhas
desde que não ameacem ou firam o outro.
O mundo é imenso, há lugar para todos, é na diversidade que há
encanto e beleza. Como diz a nigeriana Chimamanda Adichie
– ‘Há perigo numa história única, um perigo em exigir que o
mundo seja do nosso jeito único e específico, sem aceitar a
multiplicidade do mundo’.
Converter para uma forma única, como uma única religião e estilo
de vida, é perigoso, pois revela a não aceitação das diferenças
e a consequente intolerância.
Colaboradora: Cris Amadeo
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 03
MA BEJI
Lembá que é o inquise do meu pai de santo.
M. ORUNMILA - Como foi seu barco?
Meu barco foi um barco de 10, de 10 mulheres foi muito bom viu...
O meu barco teve: 2 Iansã, 4 Omolu, 1 Oxala, 1 Ogum, 1 Iemanja e 1
Oxum
M. ORUNMILA - Quantos anos de iniciada?
Eu faço 70 agora no dia 20 de Abril
70 AOS INQUICES
A N O S
DEDICANDO
M. ORUNMILA - Quais foram suas referências de pessoas da nossa religião
,que lhe influenciaram?
Eu fiz santo muito garota então as pessoas que me influenciaram, foi
meu pai de santo, minha mãe pequena, só os mesmos da casa.
M. ORUNMILA - Qual o nome da casa, endereço e quanto tempo aberta?
O nome é OKUPAPANSABA, o bate folha na rua Edgar Barbosa 26,
Anchieta. É! Meu pai de santo abriu em 1942 em 1944 botou o barco
dele e em 1947 eu botei meu primeiro barco e assim sucessivamente .
Ele botou 12 barcos e o ultimo em 1969.
M. ORUNMILA - Quais foram suas Maiores alegrias no candomblé?
As alegrias foram todas! As festas, o encaminhamento do candomblé foi
a maior alegria porque eu amo os inquices com certeza.
M. ORUNMILA - O que lhe entristece hoje na nossa religião?
Ah! As coisas que antigamente não existiam, as pessoas não tem muita fé
como tínhamos antigamente, antigamente tínhamos muita fé, fé mesmo!
Agente acatava tudo. E hoje tem muito filho de santo que faz santo em
uma casa e depois tira o kelê em outra casa de santo, e essas coisas me
entristecem muito.
A Revista Mistérios de Orunmilá bate um papo com uma das
grandes sacerdotisa de matriz africana. Seu axé Ocupapansaba
localizada na zona Norte do Rio de Janeiro.
M. ORUNMILA - Como começou sua vida religiosa?
A minha vida religiosa começou aos 11 anos fiz santo em 1947.
Aí comecei né...
A minha vida religiosa foi assim!
M. ORUNMILA - Qual motivo lhe fez se iniciar?
Olha sinceramente eu não estava doente, não fiz santo pela
dor fiz santo por amor, já que o inquise me pegou, me jogou
no chão eu bolei e meu pai de santo fez o santo.
M. ORUNMILA - Quando e por quem foi iniciada?
Eu fui iniciada por Tata Leseng, filho do tata Bernardino
Manoel da Paixão lá de Salvador , ele era meu tio eu fui iniciada
por ele!
M. ORUNMILA - Qual o seu ase e qual orixá patrono?
O meu Asé é Okupapansaba que é o bate folha, o orixá patrono é
10 Mistérios de Órunmilá Março 2017
M. ORUNMILA - Existe hoje pra sra alguém que admire e sirva de referência
no candomblé?
Nossa! Tem muita gente, se eu for citar aqui agora ..
Mas tem muitas pessoas que me incentivaram, que eu admiro!
Mãe Beata, Mãe Meninazinha, Regina Lucia, Bira de Xangô. E tem
muito mais....
São pessoas que seguem as coisas direitas.
M. ORUNMILA - O que espera para o futuro do candomblé?
Eu espero que mude um pouco de hoje em dia, esta evolução ai meia ...
O negocio era muito mais respeitoso do que hoje, eu espero que esta
coisa abaixe um pouco.
M. ORUNMILA - Espaço aberto a senhora
Eu espero que na minha festa de 70 anos saia tudo bem, meus filhos
estão me ajudando muito eu estou querendo que saia tudo bem. Eu
peço a Papai do céu e os inquices que o candomblé tenha tum final feliz,
porque tem muita coisa não esta batendo. Já foi o tempo antigo que o
pessoal fazia um candomblé gostoso com mais união. Não tinha esse
negocio de angola Ketu e Jeje. Era um respeito mutuo entre um e outro
isso era lindo. Os novos de hoje querem ultrapassar os mais velhos.
Agradeço a Reevista Orunmila, por ter lembrando dessa velha... (srsr)
Agradeço lempa de muita paz, tranquilidade e que essa violência acabe
Muito Obrigado mesmo !
Colaborador: Pai Carlinhos
21
de MARÇO
Dia Internacional de Eliminação da
Discriminação Racial
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –
PNUD – em seu relatório anual, “Para conseguir romper o preconceito
racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para
todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar
uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.
A luta contra a discriminação racial só começou a se intensificar
no Brasil após a Constituição Federal de 1988, que incluía o crime
de racismo como inafiançável e imprescritível. Ainda vivemos
no Brasil situação semelhante, mas de forma velada e enrustida.
Segundo dados da Anistia Internacional, o Brasil é o país onde
mais se mata no mundo, superando muitos países em guerra.
Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas.
Origem: O Dia Internacional contra a Discriminação Racial foi
criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória
ao “Massacre de Shaperville”,
em 21 de março de 1960.
Nesta data, aproximadamente
vinte mil pessoas protestavam
contra a “lei do passe”, - que
os obrigava a portar cartões de
identificação, especificando os
locais por onde eles poderiam
transitar na cidade - quando
se depararam com tropas do
exército, que abriram fogo sobre
a multidão, em Johanesburgo,
na África do Sul. Esta lei
obrigava os negros a andarem
com identificações que limitavam os locais por onde poderiam
circular dentro da cidade. Tropas militares do Apartheid atacaram
os manifestantes e mataram 69 pessoas, além de ferir uma centena
de outras.
LEI DE COMBATE AO RACISMO.
• A legislação brasileira instituiu os primeiros conceitos de racismo
em 1951 com a Lei Afonso Arinos (1.390/51) que classificava a prática
como contravenção penal.
• Somente a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, XLII,
que classificou a prática do racismo como crime inafiançável e
imprescritível, sujeitando o delinquente à pena de reclusão.
• Em 1989, foi criada a Lei 7716/89, mais conhecida como “Lei Caó”.
Proposta pelo jornalista, advogado e ex-Deputado Federal Carlos
Alberto Caó Oliveira dos Santos,
Destas vítimas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse
total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por
armas de fogo e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
O Dia Internacional contra a Discriminação Racial é comemorado
em 21 de março. “Além disso, há um processo de inclusão desses
jovens no ensino superior”. Somos todos iguais e as cores da pele
são disputadas nos espaços de poder, mas todos nós sabemos que
por dentro somos todos iguais, feitos do mesmo material. A ciência
comprova que todos os seres humanos são constituídos de carbono,
hidrogênio, nitrogênio, 60% de oxigênio e cerca de 40 litros de água
que circulam no organismo de um adulto.
“A convivência é um dos melhores remédios para combater a
discriminação e o racismo”
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
Matou-se mais no Brasil do
que nas doze maiores zonas
de guerra do mundo. Os dados
são da Anistia Internacional
no Brasil e levam em conta
o período entre 2007 e 2015,
quando 192 mil brasileiros
foram mortos, contra 170 mil
espalhados em países como
Iraque, Sudão e Afeganistão.
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 11
AFOXÉ MARCA PRESENÇA NA SAPUCAÍ
O AFOXÉ FILHAS DE GANDHI E O AFOXÉ ÓMÓ IFÁ
ABRILHANTARAM A SAPUCAÍ
As nossas queridas mães da ala das Yalorixás do Afoxé Ómó Ifá na Apoteose, ao término do desfile.
Defenderam com maestria a bandeira da paz de Orunmilá.
Ala das Yalorixás na concentração com as folhas de
abre caminho.
Integração do Afoxé Filhas de Gandhi do presidente Cotoquinho
e Afoxé Ómó Ifá do Presidente Sandro Fatorerá.
A felicidade de Mãe Dalva de Oxum A alegria de Mãe Helô de Oxum As Yalorixás com o patrono da cidade: São Sebastião
12 Mistérios de Órunmilá Março 2017
O nosso incansável Cotoquinho, presidente do Afoxé Filhas de
Gandhi, recebe os aplausos na Sapucaí em reconhecimento por
toda sua colaboração para cultura Afro Brasileira.
Apresentação das Filhas de Gandhi na Sapucaí.
Milton Cunha prestigiando a nossa ala das Iyalorixás com Mãe
Raquel, Mãe Telma de Oxum e Mãe Adriana de Yemanjá.
A diretora da ala das Iyalorixás, Mãe Rita de Oya, ao lado do
presidente da LIESA Jorge Castanheira e as nossas queridas
Iyalorixás do Afoxé Ómó Ifá.
As nossas mães queridas.
As nossas Yalorixás com muito axé!
O Afoxé Ómó Ifá agradece a incansável diretora da ala Mãe Rita de Oiya e a
todas as Yalorixás que enfrentaram esse desafio junto ao Ómó Ifá.
Ala das Yalorixás - Mônica do Nascimento; Maria Eni; Telma da Silva;
Adriana Eloy; Marta Cristina; Dalva Mariana; Helo Alves; Ana Lucia Jaconeli;
Angêlica Maria; Maria José de Souza; Ana Paula Santana; Tânia Coutinho;
Regina Célia; Ambrosia Oliveira; Vânia Lucia Santos; Milenar Batista; Raquel;
Érica. ADUPÉ!
Fotos: Alex Freitas
Colaboradora: Nara Barcellos
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 13
ALA MIRIM DO AFOXÉ ÓMÓ IFÁ
DESFILE DA ALA MIRIM DO AFOXÉ ÓMÓ IFÁ
NOS FILHOS DA ÁGUIA!
Nath Machado, a nossa porta estandarte e coreógrafa do Afoxé Ómó Ifá junto com a ala Casa de Santo dos Filhos da Águia
Concentração para o desfile dos Filhos da Águia.
Nath Machado coreógrafa e Jane Carrijo diretora do Afoxé
As crianças da ala do Afoxé Mirim também fizeram parte de
outras alas do enredo Mulheres Notáveis do Reino da Águia
14 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Carro abre alas com o símbolo querido da escola, a Águia Mãe protegendo
os seus filhos
Vice presidente dos Filhos da Águia, Sr. Arcemir dos
Santos e também diretor regional do Afoxé Ómó Ifá
com a diretora da ala mirim do Afoxé Ómó Ifá Leonora
A alegria da incansável Taninha, diretora da ala mirim do Afoxé
Ómó Ifá.
Nossas crianças representando o Orixá Oiya, fortalecendo e
exaltando a cultura afro brasileira.
Os filhos da Águia valorizam a inclusão. Alegria para todos!
Fotos: Alex Freitas
Colaboradora: Nara Barcellos
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 15
SARAU AFOXÉ OMÓ IFÁ
PRÉ CARNAVAL: A HISTÓRIA DO SAMBA
O sarau pré carnaval do dia 28/01/2017, contou a história do centenário do samba com o professor e geógrafo, Marco Antônio Martins Júnior
que teve ínicio com batuque no quintal da tia Ciata e ganhou todo o explendor atual.
BANDA AFRO LEMY AYÒ
A irreverência e descontração fizeram parte do show dessa banda no nosso Sarau. Lemy Ayò, com Delson de Souza e Fernanda Lima como
interpretes e com suas indumentárias, cantos e dançarinos, exaltaram a cultura Afro-Brasileira e contagiaram a todos os presentes.
Lemy Ayò - “Somos forças para resistir e alegria para transformar.”
GRUPO ORIBHÉ
O grupo Oribhé agitou o nosso Sarau ao som das marchinhas, relembrando os antigos carnavais e envolvendo a todos num alegre baile.
O padrinho do
Afoxé Ómó Ifá,
Comendador Luiz
Bangbala, e sua
esposa Mãe Eni
integrante da ala
das Yalorixás.
Mãe Adriana, da
ala das Yalorixás,
desfilando com o
protótipo da Baiana
da sua ala.
Os coordenadores
da ala das Yalorixás,
Mãe Rita de Oya e o
coordenador da ala
dos Oye Babalorixá
Luiz Henrique de
Oxalá.
16 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Cássio Dias e Nilce Mell, passistas da Beija-flor, trouxeram o
glamour da avenida e do mundo do carnaval para o Sarau Afoxé
Ómó Ifá.
A maravilhosa Ana Quintas e o grupo de pagode Ed Veloso
encantaram a todos relembrando a nossa saudosa Clara Nunes.
O vencedor do concurso de
melhor fantasia do Afoxé
Ómó Ifá, Alexandre, com sua
fantasia de Chacrinha junto dos
nossos convidados Cássio Dias
e Nilce Mell
A bateria da Vigário Geral sacudiu o Sarau com o intérprete Digus e a musa Nath
Machado, a porta estandarte do Afoxé Ómó Ifá
Oficina de máscaras realizada durante o Sarau, pela artista plástica Gilka Rezende, com materiais reciclados.
O Afoxé Ómó Ifá sempre valoriza a presença das nossas crianças.
Vice presidente
do Afoxé Ómó
Ifá Paula Santana
Com a diretora
geral Nara
Barcellos
Presença da
diretoria do
Afoxé Ómó Ifá
Paula, Beatriz,
Tiago, Leonora
e Jane
Vice diretor da xaranga
Alexandre recebe a
camisa de diretor do
Padrinho do Afoxé,
Luiz Bangbala. com
a presença do diretor
Jonas e do vice Loro
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 17
AFOXÉ ÓMÓ IFÁ VAI PRA RUA
DESFILE NA PRAÇA BARÃO DE DRUMMOND EM VILA ISABEL
NO DIA 18 DE FEVEREIRO DE 2017
Ala dos ancestrais
“nossos ancestrais estão vivos em nós”
Mãe Zezé de Oya jurando ao porta estandarte com a nossa linda
Nath Machado
Ala das Yalorixás
18 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Ala dos Oye com os Babarolixás Guto, Aguessi, Carlinhos, Luiz
Henrique e Cláudio de Omolu
Nossos homenageados
Pai Elias de Yansa e
Ogãn Beniste recebem
condecorações do
Padrinho do Afoxé
Ómó Ifá, Comendador
Luiz Bangbala, pelas
suas contribuições
para a manutenção,
preservação e
promoção da cultura
Afro Brasileira.
O ator Chico Dias prestigiando o Afoxé Ómó Ifá com as nossas
Yalorixás
Charanga Ómó Ifá arrasou no Ijexa, Samba de roda e muita MPB
afro.
Presença da família Efon com a homenagem ao saudoso Pai
Cristovão do axé do homenageado Pai Elias, do Ogã Arthur e
do diretor de eventos do Afoxé Pai Dedeco de Yemanjá.
Ala dos amigos do Afoxé Ómó Ifá
Nossos homenageados no desfile
Nossas crianças Mãe Rose Mãe Neném
Iyapetebi e Thiago Lucas
Pai Bangbala
diretor do Ómó Ifá
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 19
A lente mágica de Cafí, eternizando a alegria do Ómó Ifá.
Diretora da ala das Iyalorixás, Mãe Rita de Oiya
demonstra satisfação pelo trabalho realizado
A atriz e produtora Cris Amadeo diretora cultural do Afoxé Ómó Ifá
Mãe Eni e toda sua energia contagiante.
20 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Diretora Nara Barcellos e o casal Mãe Beth de Oxossi e Ogã Nilo de Ogum
com todo seu carinho pelo Ómó Ifá
Fotos: Ogã Junior
Colaboradora: Nara Barcellos
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Não deixe de registrar sua festa ou evento, divulgue!
Contato:. (21) 98780-7140 / (21) 9929-93422
NEGRA É A MATRIZ DA CIVILIZACÃO HUMANA
~
Os egípcios da antiguidade são reverenciados como uma das mais
expressivas civilizações do mundo antigo, pilar de conhecimentos em
astronomia, medicina, matemática, agricultura, de armazenagem de grãos
e, claro, de uma espantosa engenharia e arquitetura, com elevadores e
sistemas de irrigação para aproveitar as águas do Nilo, e as fantásticas
pirâmides, apenas para citar alguns exemplos. Sua história, e com ela a do
Continente Africano inteiro, foi fraudada, destruída ou descaracterizada
pelos descendentes ocidentais e também pelos árabes, vizinhos da fronteira
do Norte da África, onde se localiza o Egito, que embranqueceram junto
com as mudanças geológicas do planeta Terra e usam, até hoje, subterfúgios
ancorados na religião, na pseudociência, ou, o que dá no mesmo, no que
se denomina racismo científico, para negar o que já resta cientificamente
comprovado: os egípcios originais eram negros, assim como a matriz da
humanidade nasceu na África e negra era.
“Nos estudos históricos considera-se a civilização humana um atributo
quase exclusivo do Ocidente. Até pouco tempo, a ideia de que o ser humano
original fosse negro e africano soava ridícula e absurda. Ao longo dos
séculos a ciência ocidental construiu uma série de teses que supostamente
comprovavam que os africanos negros eram criaturas inferiores e incapazes
de criar civilizações. Pesquisas mais recentes confirmam que a Humanidade
nasceu na África, como também que os negros estão entre os primeiros a
construir civilizações e erigiram as bases da própria civilização ocidental”,
afirma a pesquisadora Elisa Larkin Nascimento, co-fundadora e atual
diretora presidente do IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-
Brasileiros. Elisa idealizou e organizou o curso “Sankofa: Conscientização
da Cultura Afro-Brasileira”, na PUC-SP e na Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ). No livro “Sankofa: Matrizes africanas da cultura
brasileira” (1996), ela salienta que o tráfico escravista árabe nos séculos
VIII e IX e o mercantilismo europeu dos séculos XV a XIX são os dois
momentos do maior holocausto da história da humanidade, que vitimou
o continente africano e seus povos, suprimindo-lhes o protagonismo na
produção do conhecimento que moldou a civilização moderna. Em 500
anos de colonização e imperialismo europeus, buscou-se aniquilar qualquer
traço de identidade aos africanos escravizados e seus descendentes e ainda
22 Mistérios de Órunmilá Março 2017
integrá-la ao modelo ocidental, considerado universal. Geração após
geração foi incutida uma visão fantasiosa e condenatória da cor negra,
como representação de coisas más, sombrias, inferiores, destituídas de
espírito, de inteligência, vinculada a uma “raça” de “instintos primitivos”.
Por isso, arqueólogos europeus se empenharam de corpo e alma em
modificar e destruir sítios arqueológicos, documentos, refazer narizes e
lábios de estátuas egípcias, repintá-las, inventar teorias mirabolantes, como
de que a grande muralha do Zimbabwe fora construída por ordem da
bíblica hebreia, supostamente branca, Rainha de Sabá, contemporânea do
também bíblico Salomão. Hoje, todos os estudiosos sérios consideram que
o Grande Zimbábue foi uma realização essencialmente africana, construído
com material e segundo princípios arquitetônicos desenvolvidos durante
muitos séculos na própria região. “Reduzir os africanos e seus descendentes
à condição de negro, identificados apenas pela epiderme, retira deles
o referencial histórico e cultural próprio. Assim, sua própria condição
humana é roubada”, completa Elisa. Esse processo de desumanizar os
povos negros, assinala, tem origens mais remotas do que aquelas referentes
ao holocausto africano perpetrado por árabes e europeus.
RACISMO
Basta dar uma folheada nos livros pedagógicos de ciências, por
exemplo, onde se tem apenas as citações aos cientistas europeus e de
origem europeia ocidental. Querem nos fazer crer que a arte e sistemas
políticos mais complexos nasceram nas sociedades greco-romanas,
brancas. Em todos os livros pedagógicos, com raras exceções, apesar da
Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura
afro-brasileira em todas as escolas brasileiras, uma imensa lacuna ainda
persiste, proposital, da África e do povo negro original. “Os primeiros
passos da ciência foram dados no continente africano, ou seja, no Egito
e não na Grécia, conforme atestou o próprio ‘Pai da História’, o grego
Heródoto, que ao visitar o Egito antigo nos legou duas informações
que contrariam os eurocêntricos: que os egípcios tiveram a primazia da
ciência e que eles eram negros”, Lázaro Cunha enfatiza isso no artigo
Ankhesenpaaten,
esposa de
Tutankhamon.
Pintura nas
costas do seu
trono de ouro.
“O Negro e a Ciência – uma questão de identidade e cidadania”. Cunha
é mestre em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade
Federal da Bahia, diretor do Instituto Cultural Steve Biko, membro do
Núcleo de Estudos em Ciência e Tecnologia André Rebouças (Nectar), e
coordenador do Oguntec ─ Programa de Fomento à Ciência e Tecnologia
para Jovens Negras e Negras do Instituto Cultural Steve Biko.
É interessante observar como, ao longo da história, as políticas racistas
nunca deixaram de pedir à ciência que legitimasse a hierarquização social,
com seus preconceitos e exclusões. Muitos foram os cientistas que
prontamente se puseram a conceber teorias, instrumentos de medição,
critérios e teses que supostamente definiam as características das diferentes
“raças” humanas e formulavam a base de sustentação de uma série de
eventos que marcaram a história da humanidade, da expansão colonial
europeia ao apartheid sul-africano, do segregacionismo norte-americano
ao nazismo. “A noção comum de racismo como um fenômeno relativo
apenas à cor da pele, escamoteia sua natureza mais profunda, que reside
na tentativa de desarticular um grupo humano por meio da negação de sua
própria existência e de sua personalidade coletiva”, destaca Elisa Larkini.
Cabeça em pedra de userkaf
encontrada em sua tumba
Rei Sneferu
Userkaf com nariz e
lábios afinados para o
fazer parecer branco
Khufu, primeiro filho do
Rei Sneferu
Saiba mais:
• Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira (1996), de Elisa Larkin
Nascimento. Além dessa obra, é autora de várias obras publicadas, em inglês
e português, entre eles The Sorcery of Color: Identity, Race, and Gender
in Brazil (2007), African Descendants in Brazil (2004), O sortilégio da cor:
Identidade, raça e gênero no Brasil (2003), A África na escola brasileira
(1993), Pan-africanismo na América do Sul (1981).
• Site oficial de Cheik Anta Diop http://www.cheikhantadiop.net/
• Artigo O Negro e a Ciência, uma questão de identidade e cidadania, de
autoria de Lázaro Cunha, publicado em: https://goo.gl/BJvjbL
• Documentário “África, uma história rejeitada”, disponível aqui: https://
goo.gl/Dq9QAz
• História Geral da África – Unesco (oito volumes), disponível para dowloud
em: https://goo.gl/JfTxFL
• As Origens da Cultura do Zimbabue, artigo de autoria de por Brian M.
Fagan, disponível em: https://goo.gl/m8pojq
Colaboradora: Mirela Maria
Estátuas do sétimos filho do Rei Sneferu, Renefer.
Ambas com sinais de alterações nos narizes e substituição de cabeças
Observe as fotos das estátuas de Renefer
acima, ambas mostram sinais de que a
cabeça foi substituída. Não é raro ver
estátuas dos antigos egípcios adulteradas,
narizes quebrados ou finos demais, assim
como os lábios. Para dar a impressão de
que eles eram brancos.
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 23
Um dos mais recentes
estudos sobre a origem
humana, divulgado em 2007,
comprovou que a humanidade
moderna provém da África
subsaariana. O estudo da
equipe da Universidade de
Cambridge (Grã-Bretanha)
demonstrou que os africanos
possuem a maior variação
genética encontrada no planeta.
A pesquisa realizada por
cientistas liderados pelo
geneticista Andrea Manica
investigou a variação genética
da humanidade (diferenciação
de DNA das populações) a
partir de uma comparação entre mais de seis mil esqueletos de povos nativos
encontrados nas Américas, África, China e Austrália. A conclusão foi de que
as variações, tanto genéticas quanto físicas, indicam que a humanidade teve
apenas um ancestral. “Achamos evidências para um ser originário da África,
localizado em algum local do centro-sul do continente, que abriga maior
diversidade intra-populacional fenotípica”, diz Manica. “Não encontramos
nenhuma evidência de uma segunda origem”.
Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana final, nosso ancestral
foi se adaptando fisicamente às condições ambientais. Perdeu os pelos do corpo,
provavelmente há pouco menos de dois milhões de anos, porque começou a
fazer longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou com o
corpo exposto e as células que produziam melanina se espalharam por toda a
pele. A mudança na coloração da pele foi confirmada em 1991 pela antropóloga
Nina Joblonski, da Academia de Ciências da Califórnia, nos Estados Unidos,
ao encontrar estudos que mostravam que pessoas de pele clara expostas à
forte luz solar tinham níveis muito baixos de folato. Como a deficiência dessa
substância em mulheres grávidas pode levar a graves problemas de coluna
em seus filhos, e como o folato é essencial em atividades que envolvam a
proliferação rápida de células, tais como a produção de espermatozoides, a
antropóloga concluiu que nos ambientes próximos à linha do Equador, a pele
negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, garantindo
assim a descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da pele,
Nina Joblonski usou um satélite da NASA e criou um mapa de padrões de
radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que os diferentes tons de
pele do ser humano são formas de adaptação aos diferentes meio-ambientes.
Assim, o Homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi para a Oceania,
a Europa e por fim para a América. Nas regiões menos ensolaradas, a pele
negra começou a bloquear demais os raios ultravioleta, sabidamente nocivos,
mas essenciais para a formação da vitamina D, necessária para manter o
sistema imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que
migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma pele mais
clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta. Portanto, a diferença de
coloração da pele, da mais clara até a mais escura, indicaria simplesmente que
a evolução do homem procurou encontrar uma forma de regular nutrientes.
Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma arma para enfrentar
uma grande variedade de ambientes: sua aparência. Para enfrentar o calor
excessivo, a altura ajuda a evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O
cabelo encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo; o
oposto vale para as populações das regiões mais frias do planeta. O corpo e a
cabeça dos mongóis, que se desenvolveram por lá, tendem a ser arredondados
para guardar calor, o nariz pequeno para não congelar, com narinas estreitas
24 Mistérios de Órunmilá Março 2017
A CAMINHADA
para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos alongados e protegidos
do vento por dobras de pele.
Cada um de nós é único, e sabemos disso por que podemos identificar
perfeitamente um indivíduo por seu código genético, a não ser que tenha um
gêmeo idêntico. Mas, em se tratando de grupos, sabe-se que as diferenças
não escondem diferenças genéticas. As populações da África Central e da
Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no mesmo tipo de
meio ambiente, tem os patrimônios genéticos mais diferenciados no mundo.
Na atual guerra contra o terrorismo, muitos países chegaram a pensar
num teste que determinasse a origem “magrebina ou europeia” de um
indivíduo a partir de seu código genético, uma vez que as populações do
Maghreb (Tunísia, Argélia, Marrocos, Mauritânia e Líbia), que trocam
migrantes entre si desde a pré-história, têm de 85% a 90% de genes em
comum. Mas, como assinala André Langanney, diretor do Laboratório de
Antropologia Biológica do Museu do Homem, em Paris, a ideia é absurda,
a não ser que se queira chegar a oito bilhões de categorias, ou o tanto de
seres humanos que vivem no planeta.
POR QUE NEGAR A
HISTÓRIA?
Até a década de 80, o
Continente Africano era dividido
como propriedade entre países
europeus e Estados Unidos,
resultado da primeira corrida
capitalista de exploração e
apropriação de recursos humanos
e naturais gerada pelas revoluções
francesa (1789-1799) e industrial (processo ocorrido
entre 1760 e 1840) e em curso neste começo do século XXI. A Partilha
da África, também conhecida como a Corrida à África ou ainda Disputa
pela África, que ocorreu entre as décadas de 1880 e 1914.
O processo que retalhou o Continente Africano envolveu principalmente
os imperialistas da França e Reino Unido, mas também Itália, Bélgica,
Alemanha, Portugal, Espanha e, com menos intensidade, os Estados
Unidos. Este último participou da fundação da Libéria. Essa disputa pela
África esteve entre os principais fatores que deram origem à Primeira
Guerra Mundial. Após a Conferência de Berlim, em 1884, 53 países
surgiram artificialmente, juntando diversos grupos etno-culturais, muitos
deles rivais, que foram forçados a coexistir dentro da mesma fronteira.
Neste tempo a Europa era vista como centro do mundo, o europeu era
o modelo de homem e o resto do mundo foi considerado terra sem dono
e os povos que o habitavam eram selvagens. Tinham como argumento
que um povo civilizado seria aquele que tivesse a mesma cultura europeia,
ou seja, o mesmo modo de vida e o mesmo desenvolvimento. Alguns
tinham por argumento a religião e também se justificavam alegando
que queriam levar a palavra de Deus aos povos que não eram cristãos.
Colaboradora: Mirela Maria
Fontes: https://goo.gl/hrIxeN
https://goo.gl/AIXAWT
Em 1951, um grupo de
renomados estudiosos
e professores da
Universidade de
Paris foi surpreendido
por um doutorando
senegalês de 23 anos ao
defender sua tese de que
a civilização do antigo
Egito era negra. A tese
foi rejeitada mais pela
afronta às preconcepções
dos professores franceses
Cheikh Anta Diop
do que por questões
efetivamente científicas.
Cheikh Anta Diop (1923-1986), o jovem em questão, iniciava uma verdadeira
revolução nos meios científicos interdisciplinares dedicados aos estudos
sobre a civilização humana, a história da África e dos negros, desmontando
paradigmas e fraudes construídas para “branquear” o processo civilizatório
da humanidade.
Diop comprovou o papel civilizador do continente africano, centrando sua
tese na antiga civilização egípcia, e promoveu a reconstrução da identidade
negra que a formou. Ele provinha de uma família aristocrática muçulmana,
educado em uma escola islâmica tradicional, com formação em Física,
Filosofia, Química, Linguística, Economia, Sociologia, História, Egiptologia
e Antropologia. Era versado em diversas disciplinas como o racionalismo, a
dialética, técnicas científicas modernas, arqueologia pré-histórica, e aplicou
esse conhecimento enciclopédico em suas pesquisas sobre a história africana,
sem se abalar diante da rejeição de sua tese pelos conservadores eurocentristas.
Estudou com profundidade as línguas antigas dos povos africanos e mostrou,
em particular, que o Wolof (falado na África Ocidental, Senegal, Gâmbia,
Guiné-Bissau, Mali, República Dominicana, Mauritânia) está relacionado
com o antigo idioma egípcio. Debruçou-se sobre estudos arqueológicos e
antropológicos e textos de historiadores antigos, como o grego Heródoto
(século V antes de Cristo). Em um de seus escritos, Heródoto relata que
os colchians (povo da Cólquida, atual Geórgia) eram “pretos, com cabelos
encaracolados”.
Na década de 60, Diop dirigiu o laboratório de radiocarbono do IFAN
(Institut de l’Afriquefondamental Noire), no Senegal. Ali desenvolveu a
técnica para medir a quantidade de melanina nas múmias egípcias. A melanina
é o elemento responsável pela cor da pele e a concentração encontrada nas
múmias por Diop comprovava sua cor negra. Segundo a Lei de Glover,
zoólogo alemão do século XIX, animais de sangue quente, desenvolvendo-se
em clima quente e úmido, secretam mais melanina, portanto tendem a ter
pele escura. Portanto, as variações de cor dos povos são apenas o resultado
da sábia Natureza, adequando-nos ao meio-ambiente como forma de garantir
maiores chances de sobrevivência.
Em 1974, no Simpósio da Unesco - Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e Cultura, no Cairo (capital do Egito atual), Diop
e outros colegas determinados a resgatar a verdadeira História da África,
como o historiador Joseph Ki-Zerbo, nascido em Burkina Fasso, derrotaram
o eurocentrismo. Diop escreveu o capítulo sobre as origens dos antigos
egípcios na obra História Geral da África, editada pela UNESCO a partir dos
trabalhos discutidos em seminários nas décadas de 1960 e 70, e escritos ao
longo dos 70 e 80. Ki-Zerbo abriu sua introdução à coleção História Geral
26 Mistérios de Órunmilá Março 2017
O SENEGALÊS QUE FORÇOU O MUNDO A
REVER A HISTÓRIA
da África com a frase: “A África tem uma História!”. São oito volumes,
publicados em inglês, francês e árabe, em torno de onze mil páginas
escritas por cerca de trezentos e cinquenta estudiosos, coordenados por
39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Dessa obra grandiosa,
apenas quatro volumes haviam sido traduzidos ao português e editados
em versão impressa no Brasil. No ano de 2010, o governo Dilma Roussef,
em parceria com a Unesco, tornou disponível na internet a versão em
Português, com acesso livre para leitura e reprodução. A coleção foi
elaborada logo após o período das independências de muitos países
africanos, depois de décadas de domínio europeu sobre amplas áreas
dos seus territórios. A frase de Ki-Zerbo se colocava, afirmativamente,
frente a uma história de negação que deixara fortes rastros de ignorância
e incompreensão sobre a experiência africana.
O trabalho de Diop despertou questões importantes sobre o viés cultural
inerente à pesquisa científica: mostrou de forma inquestionável o viés
racista em que se ancoravam antropólogos, arqueólogos, historiadores
europeus e seus parceiros estadunidenses, antes e depois da descolonização
do continente africano, subestimando ou negando que civilizações negras
da antiguidade, séculos antes dos europeus, foram precursoras da ciência,
tecnologia, organização política, social, cultural e religiosa que construíram
o que chamamos de civilização humana moderna.
O PENSAR AFROCENTRADO
Em seu livro Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora,
outro integrante da Coleção Sankofa, Elisa Larkin sintetiza o pensar
afrocentrado desencadeado pelo trabalho de Diop no reconhecimento dos
fatos históricosresgatados e comprovados:
1. A Humanidade começou na África, há cerca de 150 mil anos, conforme
comprovação científica, e todos os subgrupos ou variedades humanas
contemporâneas –raças –são ramificações da árvore genealógica enraizada na
África. “Todos os seres humanos são africanos por baixo da pele”.
2. Dada a premissa acima, os caucasianos são os descendentes de africanos
que migraram para a Europa há cerca de 50 mil anos e, com a Idade do Gelo
ocorrida há 40 mil anos, sofreram alterações genéticas que os fizeram perder
o pigmento e embranquecer. O pigmento da pele é conferido pela melanina.
3. A cultura humana começa na África, como a própria Humanidade, e chega
ao seuápice -uma civilização –primeiro na África.
4. A civilização moderna se origina no nordeste do continente africano, nas
áreasdenominadas de Ta-Set e Kemit, mais tarde denominadas Núbia e Egito,
entre seis mil e 13 mil anos atrás.
5.O judaísmo e o cristianismo são ambos correntes de religiosidade que emanam
do Vale do Rio Nilo, nos sentidos conceitual, simbólico, de doutrinae de
organização.
6.A civilização greco-romana foi um dos muitos subprodutos da civilização do
Vale do Rio Nilo, isto é, do Egito e da Etiópia.
7. A ciência e a tecnologia, assim como a religião, originaram-se na África.
8. Houve uma série de viagens pré-colombianas da África até às Américas que
se iniciaram por volta de 1.200 a.C.e continuaram até 1.400 d.C.
TUTANKHAMON
Mistérios de Orunmilá: Qual foi
a importância de Tutankhamon
para a sociedade egípcia? Por
que Tutankhamon é o faraó mais
popular e conhecido do antigo
Egito?
Fábio Frizzo: Tutankhamon
governou o Egito durante um
período conturbado. Seu pai foi
o faraó Amenhotep IV (também
chamado de Akhenaton), que
executou uma série de reformas
no reino, instituindo concepções
religiosas bastante distintas
daquelas que existiam até então.
Este processo ficou conhecido como Reforma de Amarna e incluiu
a construção de uma nova capital para o Egito dedicada à divindade
representada por um disco solar (Aton), que foi posto como o único
deus celeste. Após a morte do seu pai, o governo de Tutankhamon
foi responsável pelo reestabelecimento dos antigos costumes após
a tentativa de modificação executada pela reforma de Akhenaton.
Em todo caso, embora o período em que Tutankhamon tenha
governado tenha sido um momento atípico, seu governo não foi
especialmente notável, inclusive pelo curto período que durou. A
verdade é que ele se tornou um faraó muito popular nos dias de
hoje por conta das circunstâncias em que sua tumba foi descoberta
intacta por Howard Carter em 1922.
Mistérios de Orunmilá: Quais foram as influências religiosas do povo
egípcio e seu legado?
Fábio: Como disse, o que se pode pensar como legado do reinado de
Tutankhamon se insere na perspectiva do restabelecimento da antiga
tradição religiosa modificada pela reforma do seu pai. A verdade é
que as pesquisas atuais apontam para o fato de que esta modificação
da Reforma de Amarna não teria sido tão drástica quanto pensado
anteriormente e que Akhenaton não teria tido forças (e talvez nem
tenha sido sua intenção) para sumir com os cultos tradicionais das
inúmeras outras divindades. Neste sentido, talvez a restauração tenha
sido o principal legado do seu reinado.
Mistérios de Orunmilá: Como a sociedade egípcia tratava os faraós e
quais eram as associações com os Deuses ?
Fábio: Os faraós egípcios eram vistos socialmente como divindades,
herdeiros das divindades que haviam criado o universo e, portanto,
como principais responsáveis em manter a obra de criação de seus
antepassados. O caráter divino da monarquia tomou tais proporções
que a partir de meados do II Milênio a.C. alguns faraós possuíam
templos dedicados ao culto em vida da sua figura divina.
Mistérios de Orunmilá: Como eram os cultos religiosos? Quais Deuses
eram reverenciados e de que forma?
Fábio: A sociedade egípcia era politeísta e não contava com um
texto básico que a unificasse (como o cristianismo, por exemplo).
Em virtude disto, era uma religião com uma diversidade local
imensa e, consequentemente, uma quantidade imensa de divindades.
Neste sentido, algumas divindades tinham grande importância
local, mas não eram tão importantes no contexto do reino como
um todo. Algumas outras divindades (normalmente associadas às
dinastias reinantes) eram cultuadas em todo o Egito, por conta das
obras templárias executadas por esses faraós em todo o território.
Outro aspecto importante que aponta para a diversidade local é
o fato de que há mais de uma mitologia de criação do mundo na
tradição egípcia antiga, diferindo, por exemplo, aquela elaborada
nas cidades de Mênfis daquela de Tebas.
Os cultos eram também muito variados. Havia uma variedade
básica de culto à divindade em seu templo (que era entendido
como casa do deus), mas também havia muitos festivais religiosos.
A variedade básica era composta pelo culto diário, que incluía a
alimentação, banho, vestimenta e ornamentação das estátuas divinas
que habitavam os templos.
Abu Simbel
Mistérios de Orunmilá: Existe alguma associação do culto aos faraós
a outras crenças? Quais?
Fábio: Há muitas associações possíveis entre a religiosidade egípcia
e outras religiões antigas. Acho muito importante ressaltar a
africanidade do Egito Antigo e isto pode ser observado nos traços
comuns entre a religiosidade egípcia e outras religiões africanas
e de matriz africana. Se pensarmos os princípios das religiões
afro-brasileiras, politeísmos com divindades representantes dos
princípios da natureza, encontramos algo bastante próximo da
lógica dos deuses e deusas egípcios.
Por outro lado, por se encontrar na mesma ampla região de onde
surgiram outras das religiões antigas, como a religião mesopotâmica
ou mesmo o judaísmo, a religião egípcia guarda elementos comuns
com estas outras religiosidades. Há, por exemplo, o mito comum
de um dilúvio que acabaria com o mundo.
28 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Mistérios de Orunmilá: Quais foram as influências artísticas da era
Tutankamon e suas características?
Fábio: As influências artísticas do período de Tutankamon estão
ligadas ao contexto da restauração após a reforma executada
por Akhenaton. Durante a reforma, um dos elementos que
sofreu modificações mais drásticas foi o padrão artístico. Então,
as influências artísticas do período de Tutankhamon foram, na
realidade, uma restauração dos cânones tradicionais da arte egípcia.
uso da água para molhar a areia sobre a qual eram transportados
elementos muito pesados com o uso de trenós puxados por corda
por centenas de trabalhadores e trabalhadoras.
Mistérios de Orunmilá: Quais foram os motivos para construção
das pirâmides e da esfinge? Cite nomes dos possíveis construtores
da época
Fábio: As pirâmides eram templos funerários erigidos para os
faraós de um determinado período da história faraônica e a esfinge
era um símbolo apotropáico, ligado à figura do sol, usado para
proteção. Várias delas são encontradas nas imediações de templos.
Sobre os construtores, é importante ressaltar que a obra é fruto
do esforço coletivo de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
Isto deve ser divulgado muito mais do que o nome dos governantes
que ordenaram a construção. Até mesmo para valorizar o esforço
de milhares de africanos e africanas que são representados pela
magnitude da obra.
Mistérios de Orunmilá: Cite as personalidades da sociedade egipcia
e porque eram mumificadas?
Fábio: A mumificação era parte de um conjunto de rituais funerários
dedicados a garantir a pós-vida no paraíso osiriano. Todavia, isto
era acessível somente aos indivíduos que fossem capazes de arcar
com seus custos, o que era certamente uma minoria da população.
Havia uma tradição funerária para as pessoas que não tinha acesso
a estes rituais e artefatos.
As personalidades identificadas hoje no antigo são diversas. Em
geral, todas elas pertencentes à nobreza e, mais especificamente,
às famílias reais.
Mistérios de Orunmilá: Sobre os métodos construtivos, solicito
descrever os mais convincentes na sua opinião.
Fábio: A questão das grandes construções é um tema muito popular
desde a aparição dos monumentos para o mundo. Uma coisa
importante para destacar é que diversas teorias que negam a agência
dos egípcios nestas obras (teorias como a dos deuses astronautas,
por exemplo) são crivadas pelo racismo e eurocentrismo, já que
parecia absurda aos europeus a ideia de que africanos pudessem
ter sido tão inventivos assim naquele passado remoto.
Em todo caso, o elemento central para entender a capacidade
egípcia de executar obras “faraônicas” encontra-se na disponibilidade
de força de trabalho. Eram milhares de trabalhadores e trabalhadoras
executando trabalhos forçados na corveia real (uma espécie de
trabalho obrigatório pago ao Estado). Desta maneira era possível
executar tarefas bastante pesadas com mecanismos relativamente
simples, baseados em cordas, madeira e pedra. Recentemente, com
base em pinturas de tumbas como a de Djehutihotep, pesquisadores
da Universidade de Amsterdã comprovaram a importância do
Colaboradora: Gisele Veit
FÁBIO FRIZZO
Mestre em História pelo PPGH-UFF,
professor da UCAM e da UVA e
integrante do NIEP-PréK (seção précapitalista
do Núcleo Interdisciplinar
de Estudos e Pesquisas em Marx)
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 29
A QUANTO TEMPO
EXISTE A CASA DE
APOIO AS CRIANÇAS COM
CÂNCER SÃO VICENTE DE
PAULA?
QUEM FUNDOU A
CASA DE APOIO, E
PORQUE TEVE ESSA
INICIATIVA?
QUAL A FAIXA ETÁRIA
DAS CRIANÇAS ? E QUE
TIPO DE CRIANÇAS TEM
ATENDIMENTO?
S Ã O V I C E N T E D E P A U L A
A Casa de Apoio à Criança com
Câncer São Vicente de Paulo tem 17
anos foi criada em 26 de Abril de 2000.
A pedagoga Maria Leonor , professora em
escolas de comunidades carentes de alto risco,
projetos sociais e trabalhos com jovens usuários de
drogas e moradores de rua teve essa iniciativa, após
alguém de sua familia ter apresentado um caso de
câncer no qual foram necessários muitos recursos
e esforços para o tratamento, acompanhando de
perto as dificuldades e sofrimentos passados por
parte das famílias carentes em busca de tratamento
de qualidade, reuniu forças e com o apoio de
amigos e parentes fundou o projeto Casa de Apoio
à Criança com Câncer São Vicente de Paulo, com
o propósito de oferecer apoio e assistência às
crianças e adolescentes portadores do câncer
durante o tratamento nos hospitais.
As crianças tem entre 0 e 18 anos
portadores do Câncer, Doença Falciforme,
Talassemia, cardiopatias e outras doenças
graves do sangue não contagiosas.
Cuidando com amor
ALÉM DO
IITAB QUE OUTRAS
INSTITUIÇÕES MANTÉM
PARCERIAS?
QUE TIPOS DE
ATENDIMENTO SÃO
PRESTADOS AS CRIANÇAS
NA CASA DE APOIO?
COMO SÃO AS
ACOMODAÇÕES DA CASA
DE APOIO ?
COMO É FEITO O
ENCAMINHAMENTO DAS
CRIANCAS?
A Casa de Apoio disponibiliza de dois tipos
de atendimento, hospedagem (Destinado às
crianças/adolescentes e responsáveis que residem
em estados, municípios e bairros distantes
que necessitam de acompanhamento médico
e tratamento em hospitais especializados) e
acompanhamento, que tem como finalidade
atender à demanda das famílias oriundas de bairros
próximos e que necessitam de outros tipos de
apoio, tais como auxilio no transporte, cesta básica,
atendimento social, educativas, recreativa, cultural.
A Casa de Apoio disponibiliza de
26 (vinte e seis) leitos sendo 13 para
assistidos (crianças e adolescentes) e 13
para os acompanhantes, que funcionam
num sistema de rodízio de hospedagens.
A Casa também possui um veículo para
transporte aos hospitais especializados
para tratamento das crianças e
adolescentes assistidos e outro para
colheta de doações. recreativa, cultural.
As crianças e adolescentes
são encaminhadas pelos hospitais,
Secretarias de Saúde dos Municípios, Serviços
Sociais, Conselhos Tutelares e Juizados.
DIANTE DE
ALGUMAS TRISTEZAS
COM CERTEZA TAMBÉM
FORAM AGRACIADOS
COM MUITAS ALEGRIAS ,
TERIA ALGUM MOMENTO
MARCANTE QUE GOSTARIA
DE COMPARTILHAR
CONOSCO?
TEM ALGUM
PSICOLOGO FAZENDO
ACOMPANHAMENTO DAS
MÃES E DAS CRIANÇAS DA
CASA?
Mesmo diante de tantos sofrimento
temos casos de vitórias surpreendente
como a dá criança Jennifer que sofreu
demais com o tratamento do câncer e
quando se achava que ela não ia aguentar,
ela venceu o câncer e hoje tá bem e
fazendo trabalho fotográfico de modelo.
Tínhamos um psicólogo voluntário
mas ele saiu final do ano, agora
estamos sem um profissional para essa
atividade com as mães e atendidos
DE QUANTAS
PESSOSAS É
COMPOSTO O QUADRO DE
FUNCIONARIOS DA CASA
DE APOIO ? VOCÊS TEM
VOLUNTÁRIOS?
32 Mistérios de Órunmilá Março 2017
É composto por 1 presidente,
13 funcionários e um corpo de
voluntário que ajudam na realização
das tarefas diárias, buscando sempre
complementar o atendimento de
qualidade oferecido pela instituição.
O QUE SOBRE A ÓTICA CATÓLICA SIGNIFICA A QUARESMA?
Cheikh Anta Diop
Padre Ivo
Caros irmãos e irmãs leitores, desta bonita inciativa
ecumênica da REVISTA MISTÉRIOS DE ORUMILÁ.
A Paz de Cristo!
Eu sou Padre Ivo Gomes. Sacerdote da Igreja Apostólica
Romana. Hoje trabalho na PARÓQUIA NOSSA
SENHORA APARECIDA - Diocese de Nova Iguaçu,
Bairro Grama–Miguel Couto.
Sinto-me muito feliz pelo convite a mim feito por esse
canal de comunicação, que destaca mais aquilo que nos
une do que aquilo que nos separa: A fé!
Falar do tempo da Quaresma para falar da grande
celebração que inaugura o seu início. Ele vai da Quartafeira
de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, na Quintafeira
Santa. Como em toda experiência religiosa, o número
tem seu fundamento. Aqui são Quarenta (Quaresma) dias
dedicados à preparação para a celebração da Páscoa, que
a Igreja relaciona com quarenta anos de peregrinação do
povo Hebreu rumo à terra prometida; os quarenta dias
de jejum total de Moisés no Monte Sinai se preparando
para receber a Lei da Aliança (Êxodo 24, 12-18. 34. Os
Dez Mandamentos). Lembra também, queridos leitores,
o retiro de Jesus no deserto, onde passou quarenta dias
e noites em jejum se preparando para sua vida pública.
Vimos que significa um tempo de preparação para a
Páscoa. Tempo em que todos da comunidade católica
são chamados para traduzir essa espiritualidade em obras
concretas, tais como: fazendo sua reconciliação com Deus
e com o próximo, praticando o que nós chamamos de
tripé da quaresma, que são o JEJUM, a ESMOLA e a
ORAÇÃO.
Nos cultos durante esse período é usado nos altares e
nas vestimentas Sacerdotais a cor ROXA, cuja litúrgica
significa o arrependimento, a mudança de vida. Não se
canta até a Páscoa o Canto de Glória, nem Aleluia. É
um tempo de contrição que deve se guardar o jejum de
carnes nas sextas-feiras.
A Igreja no Brasil desenvolve neste tempo de quaresma
a Campanha da Fraternidade. Trata-se de um movimento
de evangelização e de conscientização daqueles pecados
mais gritantes da sociedade Brasileira que nos impedem
de olhar o outro como irmão e irmã, as religiões nas suas
diversidades e unidade. Enfim, todo o Cosmo.
Nesse tempo é preciso orientar os ânimos, por isso
exige renúncia do que é supérfluo para perceber aquilo
que é essencial, as coisas que não passam, O MISTÉRIO.
Um forte abraço a todos e a todas. E se me permitem
usar da etimologia e significado profundo e inesgotável:
UMA QUARESMA DE MUITO AXÉ!
Colaboradora: Rita de Cássia
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 33
Odu Yka de pai Washington t’Logun estava resumidamente
um luxo, a casa de seu babalorisa Paulo t’ossayn Ase palmares
lotada, tais como pai Wagner de ososse, pai Marcelo Frits, Pai
Aloysio de omolu, Mãe Tânia de oya, Parabéns pai Washington
e pai Paulo, os mesmos carinhosamente pedem obrigado
pela presença e todos nesse dia festivo.
Pai Washington atente com jogos de Búzios modalidade
meridilogun.
telefone e zap: (21) 97475-9937
Facebook Babalorisa Washington Cunha II
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 35
A
população cigana de maior interatividade cultural
do mundo esta no território nacional desde o
descobrimento desta terra.
Conta-se que o primeiro cigano aportou no
país foi João Torres, de quem sabemos que
provavelmente tenha vindo para terras brasileiras
custeando sua passagem, porque os ciganos que foram degredados pela
corte portuguesa entraram pelo Maranhão e somente homens ciganos
O r g u l h o d e s e r c i g a n a
eram enviados para o Brasil, que sendo uma colônia de dimensão
continental, necessitava de uma população que não exigisse tanta
uma celebração, valorizando cada oportunidade que todos os dias o
estrutura, então por que não enviar um povo que não tenha pátria?
sol nos oferece, a chance de recomeçar que a lua nos avisa. Prestamos
Contam os mais velhos que os ciganos em suas carroças esconderam
atenção em muitas coisas, em cada sinal que a natureza nos mostra, na
muitos escravos, ajudando a fugir para os quilombos, prova disso que
importância da palavra empenhada como compromisso, na gratidão que
em alguns estados brasileiros existem pesquisas direcionadas para este
temos por todas as pessoas, no cuidado com nossos idosos (cigano não
fato. Vale lembrar que quem vence a guerra conta a historia e, querendo
larga seus idosos em asilos), e com nosso futuro, as crianças, porque nós
ou não, os negros, os índios e os ciganos também construíram este país.
nunca abandonamos as crianças, nunca; por isso causa-nos estranheza
Os direitos básicos garantidos pela Constituição Federal, as políticas
quando nos deparamos com famílias brigando por conta dos mais
públicas voltadas para a minha comunidade, são ignoradas na maioria
velhos, e vendo crianças abandonadas. Orgulho de ser descendente de
dos municípios brasileiros, chegando ao ponto de desconhecerem
uma etnia que atravessa séculos pelo mundo, onde os saberes e fazeres
diretrizes básicas amparadas por leis federais.
tradicionais são transmitidos e reconhecidos coletivamente através da
A riqueza da cultura permanece quase que hermeticamente para poder
oralidade de geração em geração.
atravessar séculos de perseguição e incompreensão humana. Temos
costumes tradicionais passados de geração a geração, o que causa certo
desconforto naqueles que decididamente conservam a incapacidade
humana de olhar o semelhante como igual...
O povo cigano tem hino, tem bandeira, e não precisamos de um pedaço
de terra limitado por convenções ilusórias para viver feliz.
A máxima “O Céu é meu teto, a Terra é minha pátria e a Liberdade
é minha religião.” descreve bem a nossa forma de encarar e viver, de
reverenciar cada segundo de nossa existência, fazendo de cada dia
36 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Ifa Damilare, Odum Ifa
50 anos de Odum da Yalorisa Iza de Oxumare
Yawo na casa da Yalorisa Jo de Oxum
Yawo no axé do BABALORIXA Marcos do Ogun
Gostaria de agradecer aos meus irmãos pela confiança e
carinho para juntos seguirmos nossos caminhos. AWURE!!!
Telefone:. (21) 99664-0074
Facebook:. Sebastião Junior
DISTRIBUIDORES
RIO DE JANEIRO
ILÊ ORISÁ
Comércio de artigos religiosos
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria G. Loja 220
ILÊ ORISÁ
Comércio de artigos religiosos
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria G. Loja 220
MERCEARIA FÁTIMA DOS RAMOS LTDA
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria F - Loja 211
CASA OLIVEIRA
Armarinho e bordados
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria D - Loja 207
CASA OXALÁ MENINO
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria C - Loja 230
DISTRIBUIDORA CABRA BRANCA LTDA
Aves - Ovos e Pequenos animais
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria G - Loja 228
O MUNDO DA MAGIA
Artigos religiosos
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria F - Lojas 222 e 224
O REI DOS ORIXÁS
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria H - Loja 201
ILÊ D’ANGOLA
Artigos religiosos
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria C - Loja 222 e 224
MERCADÃO DA FÉ
Av. Ministro Edgard Romero, 250 - Loja A
OBÁ DAS LOUÇAS
Louças em geral
Madureira Shopping Days - Av. Ministro Edgard Romero,
244 - Loja 117
ODÙDUWÀ CENTRO CULTURAL
Av. Ministro Edgard Romero, 239 - Loja 115 - Madureira
TOCA DO CAÇADOR
Distribuidor de Aves e Animais
Mercadão de Madureira - Av. Ministro Edgard Romero,
239 - Galeria G - Loja 222
Rua Conselheiro Galvão, 594 - Turiaçu
CASA DO TITIO
Comércio de artigos religiosos
Dom Hélder Câmara - 7420
BAZAR ESPAÇO DOS ORIXÁS
Artigos Religiosos
Av. Dom Helder Câmara, 8369 - Piedade
IMPÉRIO DOS ORIXÁS
Artigos de Umbanda e Candomblé
Av. João Ribeiro, 50 - Loja B - Pilares
38 Mistérios de Órunmilá Março 2017
FLORA DA UMBANDA LTDA
Artigos religiosos em geral
Rua Adolfo Bergamini, 20 A-B - Engenho de Dentro
KOISAS DO SANTO
Artigos religiosos em geral
Rua Adolfo Bergamini, 14 - Engenho de Dentro
TARÔ CIGANO
Artigos religiosos em geral
Rua Constança Barbosa, 140 - Loja F - Méier
FÁBRICA DE BARRO LISO E MARAJOARA
Rua Mabá, 611 - Jardim América
MARIA AMÁLIA ARTIGOS RELIGIOSOS
Rua Maria Amália, 394 - Loja B - Tijuca
PALÁCIO DAS VELAS
Tijuca Rua Desembargador Isidro 05 lj A
DRAGÃO REDE ORIXALÁ
Rua Barão de Mesquita, 831 - Andaraí
RECANTO DA SEREIA
Rua Maxwell, 355 - Lj.B - Andaraí
UM PONTO DE EQUILÍBRO
Praça Saens Pena, 45 - Loja 206 - Tijuca - Shopping 45
DIVINO
Artigos religiosos em geral
Rua Óbidos 141 - Vila Valqueire
VELAS DO MÉIER E VELAS BOM JESUS
Rua Lucídio Lago - 115 Méier
BAZAR DO BOIADEIRO
Ferragens, ferramentas e elétricos
Praia do Reconcavo, 702 - Sepetiba
SEIXAS
Artigos de Umbanda e Candomblé
Av. Vicente de Carvalho, 248 - Vaz Lobo
BAZAR OXUMARÉ LTDA
Artigos religiosos em geral
Rua Magalhães Couto, 76 A-B - Méier
Rua Conde de Bonfim, 25/J
FLORA DA UMBANDA LTDA
Artigos religiosos e esotéricos
Rua Adolfo Bergamini, 20 A-B - Engenho de Dentro
VELAS ARCO-ÍRIS
Artigos religiosos em geral
Rua Augusto Vasconcelos, 26 - Campo Grande
BAZAR TALISMÃ
Artigos religiosos em geral, especialidade cigana
Engenheiro Trindade, 46A - Campo Grande
PENA DOURADA
Artigos religiosos e esotéricos
Estrada da Posse, 3835, Loja B - Campo Grande
MESQUITA
IMPÉRIO DA UMBANDA LTDA
Artigos religiosos em geral
Rua Prefeito José Paixão,1885 - Centro Mesquita
ATACADÃO XANGÔ ALAFIM LTDA
Artigos religiosos em geral
Rua Mister Waltkins, 256 - Mesquita
CANTINHO ESOTÉRICO
Artigos de Umbanda e Candomblé
Av. Gov. Celso Peçanha, 519 - Mesquita
BELFORD ROXO
AS ROSAS DE YEMANJÁ
Artigos de Umbanda e Candomblé
Rua José Haddad, n° 111/113 - Centro B. Roxo - RJ
MIRONGA
Rua João Fernandes Neto, 1436 - Loja 7 - Centro
SÃO JOÃO DE MERITI
CASA ONIRÉ
Rua Abadala Naja, 122 - Loja A - Centro
CASA ZÉ PILINTRA
Rua Coronel de Carvalho, 25. Centro de São João
do Meriti (feirinha da Pavuna)
PAULINHO DA FEIRINHA
Rua Coronel de Carvalho, 13. Centro de São João
do Meriti (feirinha da Pavuna)
AKIN PRODUTOS AFRICANOS
IMPORTADOS
VELAS BOM JESUS
Rua Abdala Naja 76. Centro de São João do Meriti
ARMAZÉM DOS ORIXÁS
Av. Dr. Arruda Negreiros 136/148
QUEIMADOS
ILÊ AXÉ DE BATALHA
Av Irmãos Guinle, 1181, loja 13 - Centro
MARICÁ
CERÂMICAS TORRES LTDA.
Rod. Amaral Peixoto, Km 14, Lt. 03 - Inoa - Maricá
CASA SÃO JORGE
Rod. Amaral Peixoto Km.14. N°252. Inoa - Maricá
CASA DE ERVAS D’OMULU E BAZAR SÃO
LÁZARO
Est. De Itaipuacu, Av. Caio de Figueiredo, 30 -
Inoa - Maricá
CASA DO PRÍNCIPE
Rua 06. Bairro Chacara de Inoa, Nº 01 - Maricá
SÃO LÁZARO
Rua Pereira Nunes, 310, Loja 07/08 - Centro
MERCADÃO DE MARICÁ
Rua Abreu Sodré, 215, Loja 03 - Centro
ANTIGUIDADES & MIX
Av. Amaral Peixoto, KM 15,5 - Inoã
NILÓPOLIS
BAZAR CIGANA X OGUM LTDA
Artigos religiosos em geral
Rua Mena Barreto, 13 - Nilópolis - RJ
LUA CHEIA
Artigos religiosos em geral
Rua Antônio José Bittencourt, 131 - Centro Nilópolis
NOVA IGUAÇU
CASA NICE
Artigos Religiosos em geral
Rua José Hipólito de Oliveira, 114
IMPÉRIO DE MARIA PADILHA
Artigos Religiosos em geral
Av. Marechal Floriano Peixoto, 2411
PALÁCIO DE OGUM
Artigos de Umbanda e Candomblé
Av. Marechal Floriano Peixoto, 2135 - Centro
PEDREIRA DE XANGÔ
Artigos de Umbanda e Candomblé
Estrada de Adrianópolis, 2657 - Corumbá
BAZAR DOS ORIXÁS
Artigos Religiosos
Rua Profª Marli de Carvalho Pereira, 38 - Miguel
Couto
DUQUE DE CAXIAS
LOJA ASE SANGO
Artigos de Umbanda e Candomblé
Rua 31 de Março, Qd.60 Lt.17 - Loja C - Parque
Paulista
FÁBRICA DE VELAS ARCO-ÍRIS
Artigos religiosos em geral
Av. Presidente Vargas, 113 A - Centro Duque de
Caxias
Filial Vila da Pena - Praça Rubey Wanderley, 09 -
Largo do Bicão
ESTRELA DO PARQUE PAULISTA
Aviário
Av. 31 de Março Lt. 17 Qd.60 - Parque Paulista -
Duque de Caxias
BARRACA DOS BICHOS DO SEU DAVI
Feira de Caxias
CANTINHO DE OGUM
Artigos religiosos em geral
Av. Presidente Vargas, 325 - Loja 4 - Centro Duque
de Caxias
Av. Presidente Vargas, 325 - Galeria A, Loja 5 e
7 - Centro Duque de Caxias
Filial Ilha do Governador - Estrada do Galeão,
800 - Cacuia - Ilha do Governador
CASA JOSÉ PILINTRA E POMBA GIRA
DAS ALMAS
Artigos de Umbanda e Candomblé
Rua Sete de Setembro, 77 - Centro D. Caxias
NITERÓI
CANTINHO DA VOVÓ
Rua Visconde do Rio, 225 - Centro/Galeria
CASA COMBATE
Rua Visconde de Itaboraí - Centro
ESQUINA DA MACUMBA
Rua Visconde de Uruguai, 288, Loja 01 - Centro
MERCADÃO DE NITEROI
Rua São João, 95 - Centro
TIMBALADA
R. Visconde do Rio Branco, 225. Ljs. 113/125
- Centro
SÃO PAULO
LUAR
Distribuidora de artigos religiosos
Rua Bom Pastor, 2190 - SP
ASÉ BOX
Ervas medicinais e espirituais
Rua Herbart, 47 - Mercado Municipal da Lapa - Lapa
BOUTIQUE DOS ORIXÁS
Artigos religiosos
Rua Ribeiro Junqueira, n° 212 - Irairim
GUARULHOS
CASA MADÉ
Artigos esotéricos
Av. Emílio Ribas, 1902- Gopouva - Guarulhos -
São Paulo
NATAL
LIVRARIA ESPÍRITA AUTA DE SOUZA
Av. Eng. Roberto Freire, 3132 - Lj - J24 - Praia
Shopping
SALVADOR
PALÁCIO DE OXOSSI
Av. Oscar Pontes, s/n, Quadra 9, Box 48/50 -
Salvador
TELMA ORIXÁ
Rua Carlos Gomes, 977 - Salvador
PALÁCIO DE OYO
Feira de são Joaquim, Rua principal Qd. 1 Loja 01
Água de Meninos- Salvador
ILÊ DE ÒDÉ
Feira de são Joaquim, Rua principal Loja esquina
próxima aos bichos - Salvador
CASA XANGÔ
Feira nova de são Joaquim, 48, Primeira loja na
entrada da feira - Salvador
CASA PRETO VELHO
Feira nova de são Joaquim, Rua principal n° 06 -
Salvador
TSARA CIGANA ROSA DOS VENTOS
Av Oscar Pontes s/n box B03, Feira de São Joaquim
- Salvador
KATUKA
Praça da Sé 05, Loja A5, Edifício Themis, Térreo -
Salvador
PALÁCIO DOS ORIXÁS
Feira de são Joaquim, Rua principal Qd. 1 Loja 01
Água de Meninos- Salvador
CASA DONA DAS ÁGUAS
Feira Nova - Galpão Água de Meninos - Bloco 106
ILÊ DE ÒDÉ
Artigos religiosos em geral
Rua Principal, Loja 04 e 05 - Feira de São Joaquim
CASA PRETO VELHO
Artigos religiosos em geral
Rua Principal, Nº 06 - Feira Nova de São Joaquim
BARRACA CHAPÉU DE COURO
Artigos de Candomblé e Umbanda em geral
Praça 1º de Maio, Box 82 - Mercado da Sete Portas
IVANICE BORDADOS
Rua do Tesouro, Nº 3, Loja 01 - Centro
KATUKA AFRICANIDADES
Moda africana
Rua Guedes de Britto, Nº 01 - Praça da Sé
EWA MODA
Moda Africana
Praça da Sé, Nº 04 - Pelourinho
BRASÍLIA
AROMAS DO REI
Produtos artesanais
QNG 26 LT 01 LJ 01
Taguatinga do Norte (em frnte ao Taguacenter)
RIO GRANDE DO SUL
FLORA KOLESAR BANCA 45
Produtos artesanais
Mercado público central - Entrada da praça glênio Perez
SUIÇA
SABOR TROPICAL
Produtos artesanais
Ackerstrasse 1 - 8005 Zurich
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DESTAQUE
Maria Izabel
Anna Lyvia
Maria Izabel
Com 3 anos de idade, abian da casa do babalorixa
Luis Henrique de Oxalá. Ilé Asé Omi Funfum
Neta Consanguinea da Iyalorixa Roseli de Odé.
42 Mistérios de Órunmilá Março 2017
Envie fotos de suas crianças com uma pequena descrição
autorizando o direito de imagem para a publicação.
E-MAIL: revistamisteriosdeorunmila@gmail.com
INFANTIL
Myllena Victoria
Anna Lyvia
No dia 22 de dezembro de 2011 Anna
Lyvia de Oliveira iniciou se para o
orisa Exú no Asé Arutuboigbo , aos
4 anos de idade tendo como seu
Babalorisa Anderson de Ibaru do Ase
Bangbose, como seus pais pequenos
Tereza de Osun e Marcelo de Ogum,
também do Asé Bangbose , hoje
aos seu 9 anos de idade com saúde
graças ao orisa no qual foi iniciada.
Myllena Victoria
Com 3 anos de idade, iniciada para
o orixa Odé e pelo babalorixa
Claúdio Miranda de Odé no Asé
Igba Axé Olobori Odé
Filha sanguinea da Ekedi Kissia
As crianças que são destaques da revista Mistérios de Órunmilá
serão homenageadas em setembro de 2017 e receberão um
presente surpresa.
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 43
PRESENTE DE ILÊ ASHÉ ÈFÓN
No último 28 de
janeiro, o Ilê Ashé
Èfón entregou mais
um presente às
águas de Jaconé, no município
de Saquarema. Foi uma festa
de beleza e demonstração de fé.
Cerca de 100 pessoas estiveram
com flores, em festa, cantando e
dançando para Rainha do Mar.
Estiveram presentes o Procurador
Chico Perez, Ana Baiana com
seu delicioso acarajé, a cantora
Dani Black, Grupo de dança
Ile Dança Afro – Professora
Janaína, o cantor Nego Lucas,
Mateus Cavaquinho e o Bloco
do Tigre encerrando o evento.
Agradecemos à comunidade de
Jaconé, a todos os apoiadores
e aguardamos todos no último
sábado de janeiro de 2018.
44 Mistérios de Órunmilá Março 2017
8° PRESENTE DE IYEMANJÁ DE SÃO GONÇALO
Presidente da Comissão:
Mãe Marcia d’Oxum
Presidente da
Comissão: Mãe
Marcia d’Oxum
Entrega do
Presente em
Alto Mar
Mãe Marcida de
Oxum
e
Mãe Celimar
Realização: Prefeitura Municipal de São Gonçalo
Organização: C. Org. Povos de Matriz Africana de São Gonçalo
Apoio: S. Mun. de Cultura e Fundação de Artes de São Gonçalo
PRESENTE DE IYEMANJÁ DE FLORIANÓPOLIS
Março 2017 Mistérios de Órunmilá 45
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