A comunidade daqui para frente (Diálogo)_Grossi (2020)_
Diálogo utilizando o conceito de Rajneeshpuram e o documentário da Netflix “Wild wild country” Uma adaptação
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PROFESSOR (cont.)
Eu estava fascinado pelo pensamento de liberdade, para ver a igualdade
entre homens e mulheres funcionar na prática.
PROFESSOR (cont.)
Éramos alguns malucos que por acaso se organizaram e construíram uma
comunidade porque quiseram assim? (risos) Talvez. Vocês sabem,
queríamos ser livres. Era a percepção.
E as pessoas anti isso, anti aquilo, que diziam que nós não poderíamos sair
dos condicionamentos dos outros... na verdade tinham pavor dessa
liberdade individual. Pavor. Porque estava perto demais e isso tira do
sério.
PROFESSOR (cont.)
Reflitam comigo... por que é necessário levar alguém à guilhotina? Hein?
Por causa da força dessa pessoa. Querem destruir essa força, e a memória
(...)
Apesar da guilhotina existir, eles ainda não me mataram. Ainda não
mataram meu espírito. Aonde quer que eu vá, sempre usarei uma coroa, a
minha dignidade... e não terei medo de ser levado à guilhotina, se precisar.
Mas não foi o caso (risos) Eu estou aqui, todos nós sobrevivemos!
ALUNO
Isso, esperteza! Mesmo assim, professor... às vezes precisamos fazer algo...
mesmo que nunca na vida tenha sido planejado, tem coisas que não
esperamos e temos que lidar... daí você precisa fazer (...)
PROFESSOR
Mas é melhor esquecer isso, deixa eles para lá (risos) Ah são reacionários!
Se não, entramos naquilo de novo, de que “para que o mal triunfe, basta
que os bons não façam nada.” Revidar não ajuda. A vela dessa gente logo
se apaga.
ALUNA
Ok, mas eles queriam demolir todo o trabalho que fizeram!
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