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Catálogo de Teses de Doutorado e<br />
Dissertações de Mestrado da<br />
UFPA<br />
1976-2007<br />
v. 1<br />
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E CIÊNCIAS DA SAÚDE
REITOR<br />
Alex Bolonha Fiúza de Mello<br />
VICE-REITORA<br />
Regina Fátima Feio Barroso<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ<br />
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO<br />
Sinfrônio Brito Moraes<br />
PRÓ-REITORA DE ADMINISTRAÇÃO<br />
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann<br />
PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO<br />
Licurgo Peixoto de Brito<br />
PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO<br />
Roberto Dall’Agnol<br />
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO<br />
Ney Cristina Monteiro de Oliveira<br />
PRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO E GESTÃO DE PESSOAL<br />
Sibele Maria Bitar de Lima Caetano<br />
SISTEMA DE BIBLIOTECAS – SIBI/UFPA<br />
BIBLIOTECA CENTRAL PROF. DR. CLODOALDO BECKMANN<br />
DIRETORA DO SIBI/UFPA E DA BIBLIOTECA CENTRAL<br />
Silvia Maria Bitar de Lima Moreira<br />
DIRETORA DA COORDENADORIA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE<br />
COLEÇÕES<br />
Maria Hilda de Medeiros Gondim<br />
DIRETORA DA COORDENADORIA DE PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO<br />
Diana Maria Paiva de Pontes Vieira<br />
DIRETORA DA COORDENADORIA DE SERVIÇOS AOS USUÁRIOS<br />
Albirene de Sousa Aires<br />
DIRETORA DA COORDENADORIA DE GESTÃO DE PRODUTOS<br />
Soraya Maria Bitar de Lima Souza<br />
DIRETORA DA COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO<br />
Samira Maria Rossy Prince
Catálogo de Teses de Doutorado e<br />
Dissertações de Mestrado da<br />
UFPA<br />
1976-2007<br />
v. 1<br />
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
Edição Comemorativa aos 50 Anos da Universidade Federal do Pará e 45 Anos da<br />
Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann
EQUIPE DE ELABORAÇÃO<br />
Organização, Revisão e Produção Editorial<br />
Bibliotecárias<br />
Elisangela Silva da Costa<br />
Irvana dos Santos Coutinho<br />
Silvia Maria Bitar de Lima Moreira<br />
Soraya Maria Bitar de Lima Souza<br />
Apoio de Revisão<br />
Ana Maria Pereira Gomes da Cruz<br />
Nádia Regina Pinto Mota<br />
Bolsistas<br />
Flávia Coelho Pinheir<br />
Jucileide Barros de Loureiro o<br />
Coordenação Técnica<br />
Silvia Maria Bitar de Lima Moreira<br />
Diretora do SIBI/UFPA e da Biblioteca Central<br />
Soraya Maria Bitar de Lima Souza<br />
Diretora da Coordenadoria de Gestão de Produtos<br />
Projeto Gráfico<br />
Valentim Miranda<br />
Capa<br />
Edílson Motta e Valentim Miranda<br />
EDITORA UNIVERSITÁRIA<br />
Diretora<br />
Laïs Zumero<br />
GRÁFICA UNIVERSITÁRIA<br />
Diretor<br />
Jefferson Wagner e Silva Galvão<br />
2007<br />
Universidade Federal do Pará – UFPA<br />
Sistema de Bibliotecas – SIBI/UFPA<br />
Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann<br />
Av. Augusto Corrêa, n. 1 – Bairro Guamá<br />
CEP: 66075-110 Belém – PA<br />
Fone: (91) 3201-7110<br />
Fax: (91) 3201-7351<br />
bc@ufpa.br<br />
www.sibi.ufpa.br<br />
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)<br />
Biblioteca Central/UFPA, Belém-PA<br />
Universidade Federal do Pará. Biblioteca Central.<br />
Catálogo de teses de doutorado e dissertações de mestrado da UFPA : 1976-2007. – Belém :<br />
EDUFPA, 2007.<br />
3 v.<br />
Edição Comemorativa aos 50 Anos da Universidade Federal do Pará e 45 Anos da Biblioteca<br />
Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann.<br />
Conteúdo: v. 1 – Ciências Agrárias, Ciências Biológicas Ciências da Saúde; v. 2 – Ciências Exatas<br />
e da Terra e Ciências Humanas e v. 3 – Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias, Lingüística, Letras e<br />
Artes e Multidisciplinar.<br />
ISBN 978-85-247-0426-0<br />
1. Universidade Federal do Pará – Teses – Resumos – Catálogos. 2. Teses – Pará – Resumos. I.<br />
Universidade Federal do Pará. II. Título.<br />
CDD: 22. ed. 015.8115075
SUMÁRIO<br />
VOLUME 1<br />
CIÊNCIAS AGRÁRIAS .............................................................................................. 15<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURAS AMAZÔNICAS ........... 17<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 19<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL ....................................... 47<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 49<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE<br />
ALIMENTOS .................................................................................................................................... 95<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 97<br />
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ......................................................................................... 107<br />
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ..................................... 109<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 111<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 141<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA AMBIENTAL .......................... 221<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 223<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES<br />
INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS ............................................................................................ 253<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 255<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA<br />
MOLECULAR .................................................................................................................................. 257<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 259<br />
Dissertações de Mestrado<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA<br />
269<br />
CELULAR .......................................................................................................................................... 295<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 297<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 301<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA .................................................... 321<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 323
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 327<br />
CIÊNCIAS DA SAÚDE .............................................................................................. 369<br />
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM .................................................................... 371<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 373<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOENÇAS TROPICAIS 379<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 381<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA 435<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 437<br />
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 447<br />
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 463<br />
VOLUME 2<br />
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA .......................................................................... 469<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA .............................................................. 471<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 473<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOFÍSICA .................................................... 489<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 491<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 515<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA 605<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 607<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 655<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA ............. 845<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 847<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA 855<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 857<br />
CIÊNCIAS HUMANAS ............................................................................................. 901<br />
CURSO DE MESTRADO EM ANTROPOLOGIA ................................................................ 903<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 905<br />
CURSO DE MESTRADO EM SOCIOLOGIA ........................................................................ 927<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 929<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS ..................................... 945<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 947
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ................................................... 953<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 955<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ................................................. 987<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 989<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA AMAZÔNIA 997<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 999<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA ............................. 1007<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1009<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEORIA E PESQUISA DO<br />
COMPORTAMENTO ....................................................................................................................<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1015<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1023<br />
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 1121<br />
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 1143<br />
VOLUME 3<br />
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ............................................................................ 1149<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO ......................................................... 1151<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1153<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1155<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL ........................................ 1229<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1231<br />
ENGENHARIAS ........................................................................................................ 1249<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 1251<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1253<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ...................... 1275<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1277<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1291<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA .................... 1373<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1375<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA ........................ 1405<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1407<br />
1013
LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES ......................................................................... 1435<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ............................................................ 1437<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1439<br />
MULTIDISCIPLINAR .............................................................................................. 1515<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO<br />
SUSTENTÁVEL DO TRÓPICO ÚMIDO ................................................................................ 1517<br />
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1519<br />
Dissertações de Mestrado .................................................................................................................<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E<br />
1553<br />
MATEMÁTICA ................................................................................................................................ 1657<br />
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1659<br />
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 1697<br />
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 1721
PREFÁCIO<br />
O<br />
Catálogo de Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado da UFPA é uma edição<br />
especial, comemorativa dos 50 anos da Instituição e 45 anos da Biblioteca Central Prof. Dr.<br />
Clodoaldo Beckmann. Reúne 3.000 Teses e Dissertações produzidas nos Programas de<br />
Pós-graduação da UFPA nessas suas cinco primeiras décadas de história, a contar da<br />
primeira dissertação de mestrado, datada de 1976.<br />
Com rigor, atenção e dedicação, a equipe da Biblioteca Central resgata, sob a forma<br />
impressa e on line, a memória dessa indelével aventura científica, inscrevendo no tempo,<br />
para as gerações presentes e a posteridade, o registro desse significativo esforço coletivo,<br />
frutuoso, virtuoso e promissor.<br />
Nada melhor, em comemoração a essa dupla efeméride, que ratificar, com esta<br />
simbólica publicação, a continuidade de toda essa trajetória institucional, patrimônio da<br />
Amazônia, patrimônio nacional.<br />
Prof. Dr. Alex Bolonha Fiúza de Mello<br />
Reitor da UFPA
APRESENTAÇÃO<br />
A<br />
Universidade Federal do Pará (UFPA), lócus característico da geração de<br />
saberes e ambiente propício à inserção de novos cientistas na orbe da pesquisa, privilegia a<br />
comunicação escrita como via legitimada de divulgação de conhecimento e pesquisas<br />
produzidos cientificamente. Por isso mesmo, tem o compromisso de compartilhar com a<br />
comunidade acadêmica e científica um retrospecto de sua produção.<br />
Com o intuito de disseminar o conhecimento científico e tecnológico que vem<br />
produzindo, bem como garantir a preservação da memória institucional, a UFPA, por meio<br />
de sua unidade de informação – a Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann –<br />
apresenta o Catálogo de Teses e Dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação<br />
da UFPA, como edição comemorativa aos 50 anos da Instituição e 45 anos da Biblioteca<br />
Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann.<br />
O ano de 1976 representa um marco para a pós-graduação na Universidade, pois<br />
foi quando ocorreu a defesa da primeira dissertação de mestrado, o que favoreceu a<br />
expansão dos cursos e programas, ao longo do tempo, com a formação de pesquisadores<br />
altamente qualificados. Essas informações revelam o porquê de a UFPA ocupar um lugar<br />
de destaque no meio educacional brasileiro. Trata-se da maior Universidade da Pan-<br />
Amazônia e seus Programas de Pós-Graduação são reflexos de olhares, costumes,<br />
problemas, falas do modus vivendi do povo amazônida.<br />
Foram defendidas 3.000 teses e dissertações nos vários cursos e programas<br />
mantidos por esta Instituição nas diversas áreas do conhecimento. Não se pretende aqui<br />
fornecer apenas dados quantitativos, mas sim demonstrar o avanço da Pós-Graduação na<br />
UFPA, em seus 32 anos de existência.<br />
As teses e dissertações defendidas testemunham uma vultosa produção voltada à<br />
diversidade do conhecimento científico e tecnológico, ao compromisso social e à<br />
contribuição efetiva da UFPA ao desenvolvimento de políticas e práticas comprometidas<br />
com a redução dos abismos sociais.
Reunir e disponibilizar esta produção intelectual sempre foi uma preocupação da<br />
Biblioteca Central, o que ora se concretiza em decorrência do esforço e dedicação da<br />
equipe que compilou e organizou as informações constantes neste Catálogo, visando a<br />
futuros empreendimentos de transferência e geração de conhecimento.<br />
A colaboração dos Cursos e Programas de Pós-Graduação, por meio das<br />
Coordenações, Secretarias e Bibliotecas do SIBI/UFPA, foi de grande validade para tornar<br />
esta obra exeqüível.<br />
Este Catálogo apresenta-se dividido por grandes áreas de conhecimento adotadas<br />
pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e,<br />
dentro destas, por nome do Programa. Inseridas em cada Programa, as teses e dissertações<br />
encontram-se reunidas/distribuídas em dois grupos: teses de doutorado e dissertações de<br />
mestrado, apresentadas em ordem cronológica. A partir daí, as referências estão arroladas<br />
em ordem alfabética pelo último sobrenome do autor.<br />
Ao longo dos anos, alguns cursos tiveram seus nomes alterados e programas foram<br />
criados, razão pela qual se considerou o nome vigente.<br />
As referências das teses e dissertações foram elaboradas de acordo com os dados<br />
constantes na folha de rosto do documento original e segundo a Norma NBR 6023:2002<br />
Informação e Documentação – Referências – Elaboração, da Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas (ABNT). Os resumos foram extraídos do documento original, sendo a sua<br />
elaboração de total responsabilidade dos autores e de bases de dados on line.<br />
Algumas teses e dissertações referentes ao período de 1976 até o fechamento desta<br />
edição não estão contempladas neste Catálogo, o que se deve à não-entrega da versão final<br />
às Secretarias dos Programas de Pós-graduação.<br />
Para facilitar a identificação e a localização dos trabalhos no Catálogo, incluíram-se<br />
os índices de autores e orientadores, remetendo ao número da referência correspondente.<br />
Este Catálogo possui também uma versão on line, disponibilizada no website do<br />
SIBI/UFPA e Biblioteca Central, link Portal do Conhecimento e os documentos originais<br />
encontram-se disponíveis na Biblioteca Central e em outras Bibliotecas integrantes do<br />
SIBI/UFPA.
1999<br />
1<br />
FIGUEIREDO, Raul Batista de. Capacidade de investimento da agricultura familiar na região de<br />
Marabá, período de 1990 a 1996. 1999. 173 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas<br />
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Vicent de Reynal<br />
RESUMO: Estudo realizado com uma amostra de 321 estabelecimentos familiares na região de Marabá,<br />
situados em localidades com diferentes estágios de evolução e em diferentes condições de acesso ao mercado.<br />
Verifica a capacidade de investimento da agricultura familiar no período de 1990 a 1996, considerando as<br />
tendências de fechamento da fronteira regional e as implicações que a pecuária bovina apresenta de cortequeima.<br />
Observou que as condições de acesso ao mercado, a disponibilidade de meios de produção e de<br />
recursos naturais pela família e as atividades implementadas, influenciam na realização da renda agropecuária.<br />
O desenvolvimento da pecuária permite a realização de um incremento considerável na renda agropecuária e<br />
a mata é o principal meio de realização dos investimentos. A maioria dos estabelecimentos familiares da<br />
região apresentam limitações para a reprodução local, com base na atividade agropecuária. Apenas uma<br />
parcela dos estabelecimentos, que apresentam sistemas de produção com bastante capital e superfície,<br />
apresentam melhor capacidade de investimento que venha possibilitar uma mudança técnica no futuro. A<br />
principal estratégia atualmente utilizada pelos agricultores para a reprodução dos sistemas de produção é<br />
baseada na incorporação de novas áreas de terra no estabelecimento para o aumento das pastagens,<br />
implicando na expulsão de uma parte das famílias destas localidades.<br />
2<br />
GUIA, Ana Patrícia de Oliveira Mares. Diagnóstico dos sistemas de produção da agricultura familiar<br />
no Município de Paragominas – PA: papel da pecuária e proposta para o desenvolvimento. 1999. 168 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,<br />
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Miguel Simão Neto<br />
RESUMO: Realizou-se um perfil da agricultura familiar no Município de Paragominas, no Estado do Pará.<br />
Este perfil é o resultado de um diagnóstico dos sistemas de produção, quer de criação, quer de culturas, em<br />
89 estabelecimentos agrícolas familiares. Foram identificados 8 tipos de sistemas de produção, com diferentes<br />
desempenhos econômicos. Esse desempenho é resultante da interação de diversos fatores internos e externos<br />
ao estabelecimento, que influenciam diretamente na renda do produtor. A pecuária tem um importante papel<br />
na renda do produtor. Conseqüentemente está correndo um fenômeno de "pecuarização" da agricultura<br />
familiar, baseado no crescimento do número de estabelecimentos com atividade pecuária, assim como pelo<br />
aumento do número de bovinos presentes nos rebanhos já existentes e da área destinada à implantação de<br />
pastagens. Esta pecuária possui, no entanto, diversas limitações, quer do foro biológico, quer em nível da<br />
tecnologia utilizadas no manejo dos animais e das pastagens. Uma das maiores restrições observadas foi a<br />
carência alimentar proteica e mineral na dieta dos efetivos bovinos, resultado da falta de alimentos na época<br />
seca do ano, do manejo inadequado das pastagens, assim como de uma suplementação mineral mal ajustada.<br />
Baseado nas restrições descritas, e com a finalidade de complementar a dieta dos animais em nível protéico,<br />
foi instalado um banco de proteína, à base de leguminosas, em 8 estabelecimentos, a fim de testar a sua<br />
viabilidade agronômica e socioeconômica na agricultura familiar. Paralelamente, foi confeccionada uma<br />
mistura mineral condizente com as deficiências dos solos e pastagens locais, para também validar a adaptação<br />
e o uso desta tecnologia nas condições da agricultura familiar.<br />
19
20<br />
3<br />
SIMÕES, Aquiles Vasconcelos. Agricultores e pesquisadores no processo de construção social da<br />
demanda de pesquisa-ação. 1999. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares<br />
e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Heribert Schmitz<br />
RESUMO: Estuda a reconstrução da experiência vivida sobre a introdução da mecanização na complexa<br />
região da Transamazônica, tentando demonstrar que a demanda de pesquisa-ação é um processo de<br />
construção social baseado no avanço do diálogo técnico entre pesquisadores e agricultores. Visando implantar<br />
um programa de Pesquisa-Desenvolvimento Participativa, pesquisadores e lideranças das organizações dos<br />
agricultores definiram o tema da mecanização como prioridade de pesquisa. No entanto, a suspeita dos<br />
pesquisadores de que o tema se tratava de uma “demanda aparente” denunciava que o consenso escondia o<br />
conflito. Aceitando as condições impostas pela situação, os pesquisadores decidiram levar à frente a proposta<br />
de pesquisa, porém, foram envolvidos no “jogo dos atores locais”, sendo que isso resultou na elaboração de<br />
uma estratégia que lhes permitisse construir um referencial técnico sobre o tema em questão, demonstrar a<br />
coerência prática da pesquisa, e assim, organizar um espaço para a discussão coletiva, objetivando o diálogo<br />
técnico com os agricultores, pois se acreditava que essa era uma opção para superar as injunções presentes,<br />
bem como, delimitar o espaço de autonomia da pesquisa. Com o aval das lideranças e dos técnicos locais,<br />
foram realizadas duas pesquisas complementares entre si: o acompanhamento da introdução da mecanização<br />
no Município de Altamira, projeto coordenado pela Prefeitura, e o levantamento das experiências dos<br />
agricultores no Município de Uruará. A apresentação dos resultados foi marcada por um forte<br />
questionamento quanto à viabilidade ecológica e econômica da mecanização, revelando a posição cética dos<br />
pesquisadores, contudo, a reação dos agricultores conduziu os pesquisadores a interrogarem os resultados<br />
obtidos e os seus próprios referenciais teóricos, que não levava em conta a vontade deles em mudar o<br />
sistema, culminando numa abertura para a realização de uma experiência conjunta e negociada sobre o<br />
mesmo tema, havendo assim, a passagem de uma situação conflitiva de “demanda aparente” para uma<br />
consensual de “demanda negociada”. Em conclusão, são abordados aspectos ligados às questões de diálogo,<br />
parceria, além das incursões sobre o que poderia ser a “demanda real” dos agricultores. Enfim, todos esses<br />
aspectos são sintetizados como uma contribuição metodológica aos programas de pesquisa-desenvolvimento.<br />
2001<br />
4<br />
ASSIS, William Santos de. Organizações sociais locais e o processo de inovações no caso da<br />
agricultura familiar na Amazônia. 2001. 165 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientador: Christophe Albaladejo<br />
RESUMO: Analisa como a morfologia das redes sociais locais influencia o processo de inovação em nível de<br />
localidade. Para isto, estudou dois casos de inovação com características diferentes do ponto de vista da<br />
maneira de sua introdução. Uma foi introduzida na localidade através de mecanismos endógenos, é o caso do<br />
Urucum na Lastância e outra, através de input externo, é o caso da apicultura em Mogno na microrregião de<br />
Marabá/PA. O referencial conceitual se ancora no marco da antropologia cognitiva, utilizando a abordagem<br />
de redes sociais como uma ferramenta importante para avaliar os contextos sociais locais mais favoráveis à<br />
emergência da inovação e à condução do processo de mudança. As redes sociais locais foram obtidas<br />
mediante entrevistas que visavam a reconstruir a história social da invasão. Os dados foram processados, por<br />
meio de um programa de computação, baseados em matrizes binárias (0-1) denominado de FREEMAN.<br />
Para análise das redes de parentescos, utilizou o esquema clássico de representação de árvore de parentesco.
Verificou que os agricultores discutem as inovações (independente da sua maneira de introdução) no seio de<br />
redes locais de diferentes morfologias. Porém, o fato de existir discussões das inovações não significa que<br />
todas as morfologias de redes se prestam à ampliação da inovação em nível local. A análise de uma<br />
intervenção exógena mostrou que instituições privilegiam redes sociais dentro das localidades, no caso da<br />
proposição de inovação, com base em critérios pouco dinamizadores do ponto de vista da ampliação da<br />
inovação. Na apicultura em mogno, foi priorizada uma rede social com fortes laços de parentesco entre os<br />
agricultores e o próprio assessor da instituição. No entanto, verificou que ocorrem intensas discussões e de<br />
certa forma um potencial gerador latente. O problema é que a instituição tem que abrir sua rede privilegiada<br />
para a participação de outras redes que não estão contempladas. O estudo mostra que esta é uma limitação<br />
forte em nível das instituições. Por fim, ficou clara a necessidade de geração de metodologias de ação que<br />
possibilitem a potencialização dos ensinamentos tirados das análises das redes sociais locais para apoiar as<br />
futuras intervenções das instituições de desenvolvimento e gerar uma reflexão internamente aos próprios<br />
grupos inovadores. Estes são temas que deverão ser pesquisados no futuro.<br />
2002<br />
5<br />
AMARAL NETO, Manuel Almeida. Manejo florestal comunitário na Amazônia brasileira: análise da<br />
participação e valorização de saberes de grupos locais na implementação de três projetos pilotos. 2002. 99 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,<br />
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Márcia Regina Gonçalves Muchagata<br />
RESUMO: A atividade madeireira tem sido praticada ao longo de várias décadas da Amazônia por<br />
empresários oriundos da Região Sudeste do país. As principais características desta atividade são os impactos<br />
causados no ambiente e o fato de atuarem à margem da legislação florestal. O interesse pelos recursos<br />
florestais faz com que os madeireiros tenham contato estreito com populações que vivem em áreas de<br />
florestas, muitas das vezes oferecendo infra-estruturas básicas, como estradas, etc. No entanto, essas relações<br />
comerciais de venda ou troca de recursos florestais são marcadas por condições desfavoráveis aos grupos<br />
locais. Esses fatores têm levado algumas comunidades a se organizarem e buscarem alternativas de uso mais<br />
sustentável de seus recursos florestais. Um exemplo desta tendência tem sido o surgimento de vários projetos<br />
pilotos de manejo florestal comunitário, implementados na maioria dos estados amazônicos. Esse processo<br />
tem acontecido graças a uma parceria inédita entre organizações não-governamentais e moradores de<br />
comunidades que têm forçado o governo a criar, pela primeira vez, mecanismos para que colonos,<br />
seringueiros, ribeirinhos e grupos indígenas possam manejar, coletivamente, seus recursos florestais. As<br />
condições em que essas iniciativas possam ser bem-sucedidas ainda são desconhecidas. Repetindo análise de<br />
processo similar em outros países da América Latina, a literatura acumulada sobre a implementação dos<br />
projetos pilotos de manejo florestal comunitário na Amazônia tem privilegiado enfoque em aspectos técnicos,<br />
ecológicos e financeiros. No entanto, a operacionalização dos planos de manejo tem revelado alguns desafios,<br />
eminentemente sociais, a serem superados, colocando em risco a sustentabilidade dos projetos. Alguns desses<br />
aspectos foram abordados neste trabalho, entre eles: a gestão que os grupos locais fazem dos recursos<br />
naturais e sua relação com projeto de manejo, a valorização de saberes locais e formas de participação dos<br />
grupos locais na definição de modelos técnicos e implementação de projetos de manejo florestal comunitário<br />
na Amazônia. Para isso foram estudados três projetos pilotos de manejo florestal praticados por grupos<br />
locais, com diferentes tipos de usuários da floresta (colonos e seringueiros), localizados em Marabá (PA),<br />
Acrelândia (AC) e Costa Marques (RO). Verificou-se que os grupos distintos envolvidos nos projetos de<br />
manejo estabelecem relações diferenciadas com a floresta. Além disso, têm formas próprias e eficazes de<br />
manejar os recursos florestais para diversos fins. Esses saberes não têm sido potencializados para definição<br />
dos modelos técnicos de manejo, sendo esta decisão centralizada pelos técnicos que assessoram os projetos.<br />
Nesse sentido, a participação dos grupos locais tem sido mobilizada tão-somente para operacionalizar os<br />
planos de manejo. A implementação desses projetos também pode proporcionar melhor planejamento de uso<br />
21
22<br />
do solo em nível local, além de possibilitar alternativas econômicas para os grupos locais envolvidos,<br />
garantindo a participação dos grupos locais no processo decisório do projeto. Isso poderia influenciá-los na<br />
proposição de políticas públicas que reconhecessem sua diversidade cultural e assegurassem o tempo<br />
necessário para consolidação do processo de manejo florestal comunitário, clareando a relação necessária para<br />
se estabelecer tempo para o projeto e tempo para as comunidades manejarem seus recursos florestais. Esse<br />
processo poderia levar a políticas públicas que seriam verdadeiramente respeitadas e tornariam os grupos<br />
locais fortes aliados do governo no uso mais sustentável dos recursos naturais.<br />
6<br />
BLANDYTT, Lucinaldo da Silva. Trabalho infanto-juvenil no uso do manguezal e a educação<br />
fundamental. 2002. 165 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza<br />
RESUMO: O trabalho infantil não representa uma categoria importante para a formação da renda na área<br />
manguezal. Apenas a agricultura, o beneficiamento do caranguejo e a pesca comercial se configuram como<br />
atividades rentáveis para crianças em idade de seis a quatorze anos, pois se dedicam a atividades de trabalho<br />
voltadas para a subsistência familiar. As crianças são incentivadas pelos familiares ao trabalho a partir dos<br />
quatro anos de idade, porém, somente aos sete anos, para o trabalho dedicado aos meninos e aos cinco para o<br />
trabalho dedicado às meninas, é que o trabalho infantil vai assumir importância para a sobrevivência familiar.<br />
O recrutamento para o trabalho não acontece, até os quatorze anos diretamente entre os agentes mercantis e<br />
as crianças. Quem lhes incumbe de participar do processo de exploração da força de trabalho são seus<br />
familiares. Para os adolescentes, o trabalho remunerado representa uma forma de recrutamento indispensável<br />
para o auto-sustento. Para 40% das crianças, é um grande empecilho para os estudos, pois se ocupam em<br />
atividades sem remuneração, nos três horários, de ensino do dia, dificultando a freqüência à escola. Para<br />
crianças e adolescentes, em sua situação socioeconômica e educacional, em que estão inseridos na área<br />
manguezal de Bragança, a participação, por meio da transdisciplinaridade, enquanto elemento efetivador da<br />
sustentabilidade, seria uma alternativa para se penetrar o ciclo de pobreza ao qual são condenados a participar<br />
e que sua família vem perpetuando de geração a geração.<br />
7<br />
COSTA, Rosana Giséle Cruz Pinto da. Queimadas, mudanças ecológicas e transformações nas<br />
atividades agroextrativistas da fronteira agrícola amazônica: o ponto de vista dos pequenos produtores<br />
de duas localidades na região de Paragominas-PA. 2002. 158 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado<br />
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira<br />
RESUMO: As queimadas na Amazônia vêm compondo o cenário das mudanças ambientais no dinâmico<br />
processo de "ocupação" das áreas de fronteira. Mais precisamente a partir da década de 80, elas começam a<br />
despertar interesse dos pesquisadores, principalmente pela incidência de queimadas acidentais, que difere da<br />
queimada desejada pelo efeito causado à sociedade local, nacional e internacional. No entanto, as<br />
interpretações realizadas têm procurado enfatizar as abordagens de causa e efeito no debate mais ecológico<br />
ou econômico, deixando de compreender a influência do aspecto sociocultural na evolução dessas mudanças.<br />
Neste sentido, é que priorizamos a percepção e a interpretação dos pequenos produtores, os migrantes "de<br />
fora" e os "daqui" com a observação de suas ações e reações sobre o meio ambiente ao qual estão inseridos.<br />
Pois hoje, o grande desafio colocado às ciências naturais é a inclusão da análise sociocultural dos sujeitos nos<br />
estudos sobre as mudanças ambientais. Uma necessidade real, já que os estudos ecológicos clássicos<br />
apresentam limites e esse outro elemento pode contribuir com informações para a compreensão da<br />
problemática e na definição de políticas de desenvolvimento para a região. São fundamentais porque as óticas<br />
dos sujeitos partem de uma percepção totalizadora do real espaço em transformação e porque suas dimensões<br />
de análises são diferentes da realizada pelo pesquisador. Daí o ponto de partida dessa abordagem, em que a<br />
história de vida, os objetivos da migração e os caracteres socioculturais específicos de cada grupo social são
levados em conta para entender as atitudes do presente. Identificando o sistema técnico que predomina nas<br />
atividades de produção, no qual o fogo é técnica utilizada por todas as famílias na construção de seus sistemas<br />
de produção, em que a evolução e suas diversidade têm ritmos diferenciados. Esses elementos são os<br />
principais indicadores da diferença de concepção entre as famílias "de fora" e "daqui" sobre as mudanças<br />
ambientais e a relação desta com o risco de fogo "invasor". Concluímos que os pequenos produtores<br />
percebem, agem e reagem às mudanças ambientais de formas diferentes, orientados por uma complexidade<br />
de fatores e suas interações, da qual o fator sociocultural faz parte. A intenção não é caracterizar os migrantes<br />
"de fora" como destruidores da floresta e a população nativa da região como preservadora, mas para enfatizar<br />
que são diferentes e assim devem ser percebidos, inclusive na elaboração de políticas públicas. Além disso,<br />
sugere-se a importância de ampliar a abordagem sociocultural para a diversidade de outros sujeitos, para<br />
entender as relações que constroem com dinâmica transformação ambiental nas áreas de fronteira na<br />
Amazônia, pois entendemos que com o conhecimento dessas especificidades dos sujeitos poderá facilitar o<br />
processo de diálogo na construção de alternativas de adaptação e inovação para o desenvolvimento da região.<br />
8<br />
LAGO, Maria Regina Teixeira. Babaçu livre e roças orgânicas: a luta das quebradeiras de coco babaçu do<br />
Maranhão em defesa dos babaçuais e em busca de formas alternativas de gestão dos recursos naturais. 2002.<br />
121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento<br />
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Maristela de Paula Andrade<br />
RESUMO: Estudo sobre as experiências que os pequenos agricultores familiares da região do Médio Mearim,<br />
Estado do Maranhão, principalmente mulheres, estão desenvolvendo com as chamadas roças orgânicas<br />
consorciadas ao extrativismo do babaçu, por meio do Programa de Produção Agroextrativista da Associação<br />
em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA). O trabalho tenta recuperar a luta pela terra<br />
empreendida por essas mulheres, sua constituição enquanto sujeito coletivo com identidade própria, os novos<br />
papéis assumidos junto ao grupo familiar e aos povoados aos quais pertencem e, sobretudo, as representações<br />
que têm sobre o que vem se convencionando chamar, tanto na literatura, quanto nos documentos de órgãos<br />
oficiais, ONG's, entidades de apoio aos trabalhadores, de desenvolvimento sustentável e agricultura orgânica.<br />
9<br />
LEAL, Eliane Constantino. Avaliação do potencial de regeneração da capoeira após preparo de área<br />
com queima e sem queima na Região Bragantina. 2002. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira<br />
RESUMO: Na agricultura de corte e queima, a capoeira tem como papel principal a fertilização da terra, após<br />
o corte e queima de sua biomassa vegetal. As repetidas queimadas para o preparo de área para o plantio têm<br />
afetado consideravelmente o potencial de regeneração natural das capoeiras. Pensando nessa problemática, o<br />
Projeto SHIFT, no qual esse projeto se insere, após uma série de estudos básicos sobre as capoeiras da<br />
Região Bragantina, vem desenvolvendo uma alternativa de produção agrícola em que a capoeira é usada como<br />
fonte de nutrientes e matéria orgânica para o solo em sistemas de produção de "agricultura sem queima". O<br />
trabalho desenvolveu-se na Região Bragantina, nos Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim em duas áreas<br />
experimentais. A primeira área foi um experimento 4C, do Projeto SHIFT desde 1994, que segue uma<br />
abordagem de pesquisa, em que áreas eram definidas por pesquisadores. A segunda área foi um experimento<br />
participativo, com uma nova abordagem do projeto, no qual as áreas foram definidas pelos agricultores. O<br />
objetivo do presente trabalho avalia o potencial de regeneração natural de áreas submetidas a diferentes<br />
manejos do solo, caracterizando qualitativa e quantitativamente o banco de sementes e a composição<br />
florística. Foram testadas as hipóteses de que o fogo diminui o potencial do banco de sementes e cria<br />
condições favoráveis à regeneração de espécies invasoras herbáceas; e a cobertura triturada minimiza os<br />
impactos provocados pela queima sobre a diversidade vegetal e aumenta a regeneração acumuladoras de<br />
biomassa. O trabalho foi realizado em dois momentos, antes e depois do manejo do solo. No primeiro<br />
23
24<br />
momento foi feito o levantamento florístico de todas as áreas estudadas, e em seguida foram coletadas<br />
amostras de solo para acompanhamento do potencial de germinação do banco de sementes em cada<br />
tratamento, durante 270 dias. Os tratamentos foram: queima, cobertura triturada, cobertura incorporada e<br />
testemunha, sendo que nas áreas dos agricultores foram considerados os tratamentos queima e cobertura<br />
triturada. Em todos os tratamentos foi avaliada a densidade, riqueza de espécies, famílias e formas de vida<br />
predominantes. Os resultados obtidos do levantamento florístico quanto à densidade no experimento 4C<br />
mostram que a cobertura triturada incorporada foi o tratamento que apresentou o maior número de<br />
indivíduos (2424/75m²), e o menor número foi encontrado na cobertura triturada (1792/75m²) de indivíduos.<br />
No experimento participativo, nas áreas dos três agricultores, foram encontrados em média no tratamento<br />
com queima 738 indivíduos/75m² e na cobertura triturada 538 indivíduos/75m². Quanto ao banco de<br />
sementes antes do manejo do solo, no experimento 4C, o tratamento com maior densidade de indivíduos foi<br />
cobertura triturada incorporada (4699 indivíduos/0,8 m²) e menor densidade foi a cobertura triturada (2729<br />
indivíduos/0,8 m²). No experimento participativo foram em média na queima 284 indivíduos/0,8 m² e na<br />
cobertura triturada 328 indivíduos/0,8 m². No banco de sementes depois do manejo do solo no experimento<br />
4C, o tratamento que apresentou maior densidade foi cobertura triturada (1106 indivíduos/08m²) e a menor<br />
densidade foi encontrada na queima (322 indivíduos/0,8 m²). Já no experimento participativo na queima<br />
foram encontrados em média 23 indivíduos/08 m² e na cobertura triturada 139 indivíduos/0,8 m². A forma<br />
de vida dominante em todos os tratamentos nos dois experimentos foi graminóides, seguida das ervas. A<br />
espécie Borreira latifolia apareceu em todos os tratamentos, tanto antes como depois do manejo. Em todos<br />
os tratamentos nos dois experimentos, houve uma semelhança da composição florística do banco de<br />
sementes com a vegetação que se encontrava em pé.<br />
10<br />
MENEZES, Antônio José Elias Amorim de. Análise econômica da "Produção Invisível" nos<br />
estabelecimentos agrícolas familiares no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta e<br />
Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará. 2002. 130 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado<br />
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma<br />
RESUMO: Discute a importância da "produção invisível" na composição da renda total dos agricultores<br />
familiares de uma região de fronteira da Amazônia, como é o caso do sudeste paraense que é fortemente<br />
marcado pelos conflitos agrários. Os dados utilizados neste estudo foram obtidos a partir de uma pesquisa de<br />
campo realizada junto a 78 agricultores familiares do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta e<br />
Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará, em 2001. O objetivo geral deste trabalho foi conhecer de que<br />
forma a "produção invisível" contribui para composição da renda familiar e da estratégia de reprodução da<br />
agricultura familiar na mesorregião do sudeste paraense. A escolha dos produtores entrevistados foi<br />
intencional que se constitui na identificação da renda agrícola, bem como na caracterização dos sistemas de<br />
produção desenvolvidos por estes agricultores. Este procedimento permitiu a elaboração de uma tipologia<br />
dos sistemas de produção a partir de alguns indicadores socioeconômicos e agronômicos. Os resultados desta<br />
pesquisa comprovam a forte participação da "produção invisível" no conjunto das atividades da agricultura<br />
familiar. Produtos com mercado definido têm uma parte da produção retida para consumo familiar dos<br />
produtos sem mercado voltados exclusivamente para o autoconsumo e, uma componente importante, referese<br />
à venda da mão-de-obra familiar, essencial na sua estratégia de sobrevivência. Uma conclusão imediata é<br />
que a produção agrícola e extrativa é muito superior àquela que vem sendo estimada ou desconhecida nas<br />
estatísticas oficiais. O conhecimento da participação da "produção invisível" torna-se importante no<br />
delineamento de políticas públicas, primeiro pela subestimação dos dados estatísticos oficiais, tanto pela<br />
quantidade como pela não-inclusão de diversos produtos tanto produzidos ou coletados, pela agricultura<br />
familiar, na propriedade ou fora dela. Desta forma, pode-se verificar que os agricultores familiares do Projeto<br />
de Assentamento Agroextrativista Praialta e Piranheira possuem uma renda total equivalente a 1,48 salário<br />
mínimo/mês. É interessante destacar que a contribuição da "produção invisível" na renda familiar chega a<br />
0,28 salário mínimo/mês que representa 18,77 % total da renda invisível. A drenagem da renda não-agrícola<br />
autônoma, decorrente da aposentadoria do INSS, representa 10,55 % da renda monetária dos agricultores,
constituindo em importante fator de sustentabilidade das comunidades locais. Espera-se que estes resultados<br />
sejam importantes para aumentar a sustentabilidade da agricultura familiar de fronteira estimadas em mais de<br />
600 mil unidades familiares na Amazônia, responsáveis pela maior parcela das derrubadas e queimadas<br />
crônicas.<br />
11<br />
OLIVEIRA, Carlos Douglas de Sousa. Percepção de agricultores familiares na adaptação do sistema de<br />
cultivo de corte e trituração. 2002. 140 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas<br />
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Maria do Socorro Andrade Kato<br />
RESUMO: A dificuldade que os agricultores têm de se apropriar de tecnologias geradas por instituições de<br />
Ciência e Tecnologia agropecuárias está relacionada com a que têm os pesquisadores em incluir os<br />
agricultores em suas pesquisas, porém esse não é o principal problema, e sim a ausência de projetos que<br />
consigam articular-se com os sistemas cognitivos dos agricultores. Buscou-se interpretar a percepção dos<br />
agricultores sobre o sistema de cultivo de corte e trituração proposto pelo Projeto SHIFT - capoeira à<br />
agricultores familiares do nordeste do Pará. Foram realizados experimentos participativos para comparar os<br />
sistemas corte-queima e corte-trituração a partir da percepção dos agricultores, enfocando-se principalmente a<br />
gestão do trabalho e o controle de invasoras no preparo do roçado. Os dados mais relevantes da pesquisa<br />
foram obtidos por meio do acompanhamento do preparo da roça de seis agricultores, momento em que<br />
pôde-se conhecer o saber tradicional mobilizado no sistema corte e queima. Assim, pôde-se avaliar que o<br />
sistema corte e trituração não apresenta componentes que inviabilizem sua articulação com o saber<br />
tradicional.<br />
12<br />
OLIVEIRA, Myriam Cyntia Cesar de. Evolução do sistema agrário na margem esquerda do Baixo<br />
Amazonas. 2002. 198 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Vicent de Reynal<br />
RESUMO: A Amazônia tradicional abrange uma área geograficamente considerável da Região Amazônica.<br />
Com o intuito de conhecer melhor essa outra realidade amazônica, o objetivo da pesquisa consistiu em<br />
compreender o papel da Produção Familiar na dinâmica do Sistema Agrário da margem esquerda do Baixo<br />
Amazonas, tomando como exemplo os Municípios de Monte Alegre e Alenquer, considerados<br />
representativos da Amazônia tradicional. Ao longo dos anos essa região vem sofrendo transformações<br />
significativas, cujos efeitos colocam em dúvida a sustentabilidade econômica dos sistemas de produção<br />
praticados nesse espaço. Mediante a essas constatações, pretendeu-se verificar se os sistemas de produção<br />
tradicionais são viáveis nas condições socioeconômicas em que a sociedade amazônica está envolvida<br />
atualmente. O enfoque de sistema agrário ofereceu uma visão ampla da região e permitiu conhecer melhor a<br />
realidade e a sociedade agrária envolvida no espaço estudado. Dessa forma, utilizou-se o Método Análise-<br />
Diagnóstico de Realidades Agrárias, de maneira a identificar e hierarquizar os fatores condicionantes das<br />
escolhas dos produtores e compreender como esses interferem nas transformações da agricultura local como<br />
um todo. Os resultados obtidos utilizando-se desse método mostraram, pelo zoneamento histórico da região,<br />
que os municípios da área de estudo passaram por 4 períodos históricos determinados pelas transformações<br />
ocorridas na economia e nas políticas regionais, essas, muitas vezes, influenciadas pelas tendências dos<br />
mercados nacional e internacional e pela atuação do governo federal. Esses períodos determinaram também,<br />
parcial ou totalmente, as trajetórias de acumulação das famílias locais. Resultante desse processo histórico, o<br />
sistema agrário estudado é caracterizado atualmente por 3 zonas agroecológicas determinadas a partir do meio<br />
físico, do processo de ocupação e da sociedade envolvida: Zona dos Grãos, da Farinha e do Extrativismo. As<br />
características das zonas também têm influência sobre as trajetórias das famílias, mas, em geral, essas se<br />
desenvolveram dentro de um padrão: uma fase de instalação seguida pelo processo de acumulação - ou<br />
desacumulação, dependendo da situação do mercado. Nessas zonas foram identificados 7 tipos de<br />
estabelecimentos familiares, distribuídos conforme as condições disponíveis, sendo três tipos característicos<br />
25
26<br />
da zona dos Grãos, dois da Zona da Farinha e quatro da Zona Extrativista. Pelos resultados econômicos<br />
obtidos a maioria dos sistemas são relativamente diversificados e sustentáveis economicamente a curto e<br />
médio prazo, porém três deles - o tipo Ib, da zona da Farinha, e os tipos IV e V, da zona Extrativista -<br />
apresentam-se pouco diversificados e economicamente pouco sustentáveis podendo-se dizer que, nas<br />
condições atuais do meio envolvente, esses possuem uma baixa capacidade de se reproduzir. De uma maneira<br />
geral, apesar de sofrer um processo de aceleração nos últimos anos, a dinâmica na área tradicional é mais lenta<br />
que na de fronteira, apresentando fortes indicações que não chegará nas mesmas condições daquela, devido<br />
às tendências claras de diversificação da agricultura familiar e o objetivo global das famílias em permanecer na<br />
terra. Finalmente, o conhecimento mais aprofundado do sistema agrário da margem esquerda possibilitou a<br />
identificação e a compreensão das principais restrições e potencialidades da produção familiar local,<br />
configurando-se em uma contribuição, não definitiva e suficiente, mas importante para subsidiar discussões e<br />
ações futuras de desenvolvimento para a região.<br />
13<br />
PEIXOTO, Lecir Aparecida. Crédito rural para a agricultura familiar: o caso do FNO Especial -<br />
PRORURAL nos Municípios de Medicilândia e Pacajá, Transamazônica - Pará. 2002. 158 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Thomas Peter Hurtienne<br />
RESUMO: O FNO Especial tem grande importância no processo de desenvolvimento da agricultura familiar<br />
da Transamazônica. Este trabalho faz uma análise da inserção deste financiamento nos sistemas de produção<br />
beneficiados e as suas conseqüências para os diferentes tipos de agricultores localizados nos Municípios de<br />
Medicilândia e Pacajá, buscando abranger as suas áreas totais, localizadas em pontos extremos desta região.<br />
Os resultados apontam uma influência marcante do FNO Especial que contribui para uma redefinição do<br />
perfil agropecuário regional, acentuando tendências ou mesmo sendo elemento decisivo para algumas<br />
mudanças ocorridas, além de oferecerem subsídios para a discussão sobre o pagamento da dívida adquirida<br />
pelos agricultores e a adequação do crédito rural para a agricultura familiar.<br />
14<br />
PEREIRA, Carmen Lúcia de Oliveira. Viabilidade dos sistemas agroflorestais dos agricultores<br />
familiares do Município de Santo Antônio do Tauá, Pará. 2002. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
RESUMO: Avalia as potencialidades e limitações socioeconômicas dos sistemas agroflorestais no âmbito da<br />
agricultura familiar do Município de Santo Antônio do Tauá, no Pará. O objetivo é determinar em que<br />
condições de implantação esses sistemas são importantes para atender às necessidades da família frente a<br />
outras alternativas disponíveis e que mudanças sociais ocorreram nos recursos familiares a partir da adoção<br />
destes sistemas de cultivos. Os procedimentos metodológicos envolveram pesquisa empírica em uma amostra<br />
aleatória simples composta de 38 agricultores familiares de seis comunidades e seis lideranças comunitárias e<br />
um modelo de análise hipotético-indutivo. O resultado da pesquisa comprova que na agricultura familiar das<br />
comunidades pesquisadas existem três situações distintas: as unidades familiares que não empregam mão-deobra<br />
externa, mas alugam temporariamente sua força de trabalho; unidades familiares que empregam mão-deobra<br />
e alugam temporariamente sua mão-de-obra e as unidades familiares que não alugam sua força de<br />
trabalho e empregam mão-de-obra externa de caráter permanente. O aluguel da mão-de-obra não<br />
compromete a implantação e manutenção dos sistemas, ao contrário, é favorecida por eles, dada a melhor<br />
distribuição da força de trabalho no espaço e no tempo. A substituição gradativa dos sistemas itinerantes de<br />
cultivo por um sistema de cultivos permanentes resulta do empobrecimento dos solos e da restrição das áreas<br />
para manutenção do sistema anterior, bem como da constatação de que os sistemas de cultivos temporários,<br />
da forma em que vinham sendo explorados, conduziam a um empobrecimento crescente da unidade familiar.<br />
Os novos sistemas são complexos e envolvem as mais variadas combinações que se encontram nos mais
diversos estágios de manutenção que, de certa forma, dificultam a avaliação socioeconômica. A opção pelo<br />
sistema de cultivo que combina hortaliças, cultivos de ciclo longo, frutíferas e essências florestais resulta da<br />
observação pessoal dos procedimentos realizados nas médias e grandes propriedades do município e das<br />
recomendações técnicas. A combinação que satisfaz as necessidades imediatas, garantindo a sobrevivência das<br />
famílias a curto prazo, é aquela que tem entre seus componentes as hortaliças. Na medida em que o sistema<br />
se consolida reduz a necessidade de mão-de-obra que é liberada para outras atividades agrícolas e não<br />
agrícolas, ao mesmo tempo que possibilita a liberação das crianças e adolescentes para a escola. Na percepção<br />
dos agricultores estes sistemas garantirão a longo prazo a reprodução familiar. A complexidade desses novos<br />
sistemas de cultivo tem permitido que as famílias das comunidades estudadas recomponham, mantenham ou<br />
elevem a eficiência econômica das unidades agrícolas.<br />
15<br />
PINTO, José Ribamar da Silva. Análise de incentivos institucionais no manejo participativo de fauna<br />
silvestre: o caso do Projeto "Pé-de-Pincha" no noroeste do Estado do Pará. 2002. 82 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Henrique dos Santos Pereira<br />
RESUMO: A fauna silvestre é um recurso de subsistência estratégico para algumas populações que habitam<br />
regiões da Amazônia, onde predominam formas de agricultura familiar tradicional. No entanto, várias<br />
espécies estão com seus estoques locais ameaçados pela caça predatória. A ausência de políticas eficazes que<br />
incentivem a conservação e o uso sustentável dos recursos da fauna tem contribuído para agravar esse<br />
quadro. O manejo coletivo pressupõe a descentralização administrativa e geográfica das ações de<br />
conservação, o que difere do modelo convencional baseado em unidades de conservação geridas<br />
unilateralmente pelo Poder Público. O Projeto “Pé-de-Pincha” surge como um projeto de educação e ação<br />
ambiental, realizado pela Universidade do Amazonas, em parceria com prefeituras municipais e agricultores<br />
familiares na microrregião do Baixo Amazonas, que promove o manejo coletivo para conservação de<br />
quelônios aquáticos em comunidades ribeirinhas do município de Terra Santa, no noroeste do Estado do<br />
Pará. Este plano apresenta resultados de um estudo de caso comparativo entre dez localidades rurais da área<br />
de atuação do Projeto “Pé-de-Pincha”, com diferentes graus de sucesso na implementação de ações de<br />
manejo local para conservação e reprodução de quelônios. Num segundo momento, através da análise das<br />
práticas de manejo extensivo deste recurso, em cada uma das localidades estudadas, a proposta era a de<br />
responder a seguinte questão: Que conjunto de incentivos institucionais favorece a participação voluntária de<br />
usuários de recursos em ações de manejo extensivo e em que condições estas iniciativas são bem sucedidas?<br />
Os resultados obtidos sugerem que o sucesso da participação, nas iniciativas de manejo, é relativo à<br />
comunidade com maior grau de engajamento e que avaliou mais favoravelmente a densidade do recurso, e<br />
das que têm um funcionamento das instituições de manejo local dos recursos. As de baixo poder aquisitivo e<br />
oportunidades econômicas são mais dependentes dos recursos a serem manejados.<br />
16<br />
REIS, Maria de Nazaré Ferreira. Dinâmica do cooperativismo alternativo na Bragantina, Estado do<br />
Pará: agricultores familiares no caminho da participação e da gestão. 2002. 223 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Maria de Fátima Carneiro da Conceição<br />
RESUMO: Versa sobre o cooperativismo alternativo no tocante à administração de associações e<br />
cooperativas, quando a organização considera em sua dinâmica de trabalho motivações econômicas, sociais e<br />
políticas. A partir da década de 1970, Organizações Não-Governamentais, Igrejas Católicas e de Confissão<br />
Luterana estimularam e apoiaram iniciativas de organizações alternativas ao modelo de cooperativismo até<br />
então fomentado no Pará, por meio da realização de projetos econômicos combinados com a formação e<br />
capacitação de conteúdos e metodologias da educação popular. Na trajetória do cooperativismo alternativo,<br />
as dificuldades enfrentadas pelas organizações aparecem notadamente àquelas voltadas para a produção, à<br />
27
28<br />
comercialização e a administração. Analisa-se, por meio da ação participante, a administração de (1) uma<br />
associação e (2) duas cooperativas, com as quais traçamos em conjunto objetivos de refletir a percepção dos<br />
associados sobre a administração, bem como extrair indicadores de participação, para auxiliar a formulação de<br />
conteúdos de formação capacitação para esses agentes. Na base de sustentação dessas organizações estão<br />
considerados aspectos de ordem econômica, social, educativa e cognitiva. Esses fatores apontam pistas para<br />
intervenção no sistema de produção dos agricultores familiares e de implementação de práticas educativas<br />
amplas. Ao experimentarem essa prática de cooperativismo, os associados passam a reivindicar de uma<br />
organização bem administrada e eficácia econômica, o compromisso, a responsabilidade, a disciplina, o<br />
companheirismo e a alegria. Com isso, ficam evidenciados não só fatores de êxito, mas principalmente, os<br />
obstáculos e os limites do cooperativismo alternativo para se consolidar sem o respaldo de ações e políticas<br />
governamentais adequadas à lógica da agricultura familiar no Pará.<br />
17<br />
SANTA-BRÍGIDA, Marluce Reis Souza. Sistemas de produção agrícola e familiar do Posto Indígena<br />
Alto Rio Guamá - Povo Tembé. 2002. 72 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas<br />
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Carlos Augusto Cordeiro Costa<br />
RESUMO: Analisa aspectos gerais da área de produção agrícola familiar das aldeias indígenas jurisdicionado<br />
pelo Posto Indígena Alto Rio Guamá, enfatizando às aldeias São Pedro e Itapytire, com objetivo de averiguar<br />
a relação da comunidade com o espaço agrícola, identificar a possibilidade de geração de emprego e de renda,<br />
e qual a influência no processo da aquisição de bens e serviços. Assim, foram examinados aspectos que nos<br />
propiciaram aumentar o conhecimento sobre a cultura tradicional das sociedades indígenas amazônicas, dado<br />
que muitos aspectos desse conhecimento encontram-se ameaçados. Nesse sentido, entende-se que estudo foi<br />
relevante na medida em que tentou "resgatar" conhecimento, mais especificamente o conhecimento ligado ao<br />
espaço agrícola, que se perdem face às novas opções que estas comunidades encontram no contexto de um<br />
"estado nação moderno" e envolvente, que ora fazem estas populações sofrerem perdas irreversíveis em<br />
termos de sabedoria, e que também os obriga a selecionar novos meios de sobrevivência que comprometem<br />
seu modo de vida. Dentre os resultados apresentados, tem-se que as famílias das aldeias mencionadas<br />
dependem em maior parte da agricultura, principalmente do consumo e comercialização da farinha de<br />
mandioca, sendo que as outras atividades estão voltadas para a caça e pesca somente para consumo próprio.<br />
Apesar do avanço no processo de comercialização dos produtos oriundos das aldeias estudadas,<br />
principalmente a farinha de mandioca, a questão social é preocupante, como foi relatado por membros da<br />
comunidade, devido principalmente ao avanço da exploração madeireira indiscriminada, ocasionando<br />
constantes conflitos entre índios e não índios, sem contar de forma contundente com uma política<br />
governamental que venha coibir atos impensados de ambas as partes, culminando com a perda cada vez<br />
maior de espaço agricultável dos índios, o que poderá ocasionar, quem sabe em futuro não muito longe,<br />
graves problemas de cunho sociopolítico na área de abrangência do PIN, Guamá. Dentre as principais<br />
conclusões, tem-se que o sistema de produção agrícola identificado enquadra-se como familiar, no qual não<br />
existem critérios definidos para o estabelecimento do espaço agrícola a ser trabalhado; a relação Equivalente<br />
Homem (Eh)/ha é muito boa, suplantando a relação de outras culturas que utilizam sistemas tradicionais ou<br />
modernos de produção, e mesmo sistemas tradicionais e mecanizados de mandioca em outras regiões do<br />
Pará, possibilitando às aldeias estudadas: geração de empregos, um maior grau de interação social entre os<br />
membros do grupo familiar e uma menor possibilidade de êxodo rural, e por fim foi observado que o grau de<br />
organização do sistema produtivo é incipiente, propiciando uma renda líquida baixa, em alguns casos<br />
deficitária.<br />
18<br />
SILVA, Cláudia Maria Carneiro Kahwage. Formas de organização e mobilização de agricultores na<br />
fronteira amazônica: análise das relações sociais no âmbito de uma associação oficial em São Félix do<br />
Xingu. 2002. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento<br />
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Pascale de Robert
RESUMO: Este estudo no Município de São Félix do Xingu, no Sul do Estado do Pará, identifica alguns<br />
aspectos do uso da terra e da dinâmica da paisagem na construção do espaço da Amazônia brasileira,<br />
considerando o aumento crescente de associações oficiais em função do acesso ao crédito bancário. Neste<br />
contexto são analisadas as relações sociais das populações que se organizam com o objetivo de garantir<br />
projetos financiados.<br />
19<br />
SILVA, Luis Mauro Santos. O Plantio associado entre banana (Musa acuminata Cultivar Cavendish<br />
"Grande Naine") e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis (L.) D. C.): uma avaliação agronômica dos<br />
efeitos da competição por água, nitrogênio e energia luminosa. 2002. 148 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Harry Ozier-Lafontaine<br />
RESUMO: Nas regiões de clima tropical, o monocultivo da banana vem causando conseqüências ambientais<br />
desastrosas e, muitas vezes, impedindo uma exploração continuada de uma mesma área. A redução do<br />
rendimento é devido principalmente as limitações físico-químicas do solo e a rápida degradação do sistema<br />
radicular, agravada pela ação de parasitas do solo (nematóides, fungos, etc.). Em virtude destas limitações,<br />
várias iniciativas vem sendo buscadas para a minimização das perdas agronômicas e ambientais, destacando-se<br />
o melhoramento e a modificação genética, e a associação deste cultivo com espécies leguminosas. Porém uma<br />
das grandes dificuldades de avaliarmos os novos sistemas de cultivo alternativos concentra-se na falta de<br />
referenciais agronômicos relacionados principalmente com o funcionamento de sistemas de cultivos<br />
associados, especialmente relacionados aos fatores e condições que interferem diretamente na definição do<br />
rendimento da espécie principal. O presente estudo testou, em campo experimental, o uso de plantas de<br />
serviço associada a bananeira e seus efeitos na produção de biomassa durante seu o ciclo vegetativo. Isto<br />
porque é durante esta fase que a bananeira constrói sua capacidade de reservas de fotoassimilados e,<br />
consequentemente, define o potencial de produção e enchimento dos frutos. Além do monocultivo, definiuse<br />
mais duas parcelas associadas com o feijão-de- porco: 1) o plantio simultâneo das duas espécies e; 2) o<br />
plantio de feijão-de-porco e, após 2 meses, a introdução da banana. Além de acompanhamento semanal das<br />
parcelas, realizou-se, bimensalmente, coletas destrutivas de dados sobre produção de matéria seca, superfície<br />
foliar e análise nutricional das plantas. Após a análise agronômica da fase vegetativa, aplicou-se a modelização<br />
dos sistemas de cultivo estudados e comparou-se os possíveis cenários sobre o rendimento final da bananeira,<br />
além de outros indicadores sobre os fatores de crescimento das plantas. Após o acompanhamento dos 7<br />
primeiros meses do ciclo vegetativo, concluiu-se que a data de estabelecimento da associação foi determinante<br />
para o sucesso do cultivo associado. Podemos destacar que a associação entre a bananeira e o feijão-de-porco<br />
não causou limitações na produção de biomassa (4,2 ton/ha), quando comparada com o monocultivo (4,5<br />
ton/ha). A redução do número de capinas também foi um indicador animador deste sistema de cultivo<br />
alternativo. Por outro lado, quando a bananeira foi plantada 60 dias após a leguminosa, a mesma representou<br />
uma séria limitação na produção de biomassa (2,7 ton/ha). Esta limitação deveu-se ao estado de forte<br />
competição devido a agressividade com que o feijão-de-porco recobria toda a parcela e alcançando uma altura<br />
(74 cm) superior que a muda de banana (29 cm). Em relação a primeira parte da metodologia aplicada - o<br />
diagnóstico agronômico -, a mesma foi eficiente para a avaliação do ciclo vegetativo da associação estudada,<br />
ficando a necessidade da continuidade do acompanhamento do ciclo reprodutivo, para a confirmação dos<br />
resultados em termos de formação e produção de frutos. Na fase de modelização, chegou-se a uma leitura<br />
dos resultados próxima dos resultados obtidos no campo. Em termos de rendimento em frutos, o<br />
monocultivo com adubação (400 kg/ha de nitrogênio) e irrigação (133 mm) teve um aumento na ordem de<br />
50% no rendimento final (28 ton/ha) Quando comparada com a parcela nas condições reais do experimento<br />
(19,6 ton/ha). Já o rendimento em frutos da associação, apresentou o mesmo resultado com e sem adubação<br />
e irrigação (16 ton/ha). No tocante a construção dos cenários, confirmou-se novamente algumas das<br />
vantagens da associação, principalmente na redução da adubação nitrogenada aplicada nos sistemas<br />
convencionais de cultivo. Finalmente, podemos imaginar a construção de várias formas de testar e otimizar o<br />
uso destes sistemas associados (cenários). Porém, confirma-se que a construção de novos referenciais<br />
29
30<br />
agronômicos sobre sistemas de cultivo mais complexos (os cultivos associados) torna-se ainda muito<br />
necessário para a realização de avaliações mais precisas sobre estas alternativas. E, com estes novos<br />
referenciais técnicos, podemos imaginar, a médio e longo prazo, alguns dos benefícios das leguminosas sobre<br />
as propriedades físico-químicas do solo cultivado (cobertura viva, adubo verde, redução de adventícias, etc) e<br />
sobre a manutenção do rendimento dos cultivos (adubação verde).<br />
20<br />
SOUSA, Romier da Paixão. Granja Marathon: a luta pela terra e a organização do trabalho em um<br />
assentamento rural no nordeste do Pará. 2002. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
RESUMO: O tema da Reforma Agrária sempre esteve presente de uma forma mais ou menos intensa nas<br />
discussões acadêmicas desde os anos 20. A partir da abertura democrática ocorrida em 1985, intensificou-se a<br />
luta pela terra no Brasil, por meio das ocupações, como forma de pressão ao Estado, visando à<br />
desapropriação das referidas áreas. O estudo dos assentamentos rurais aumentou a partir da década de 90,<br />
com a elevação do número de trabalhadores assentados, conformando um verdadeiro "microcosmo social".<br />
Este trabalho buscou estudar a organização do trabalho da terra realizada por agricultores familiares em um<br />
assentamento rural no Município de São Francisco do Pará no nordeste paraense, entendendo esta<br />
organização como um processo de associação de mão-de-obra e/ou capital na organização da produção<br />
diversificado e pautado nas relações sociais, econômicas e simbólicas que se constroem nos grupos locais.<br />
Estas relações podem determinar a forma de reprodução dos diversos grupos familiares envolvidos nestas<br />
localidades.<br />
2003<br />
21<br />
BENJAMIN, Aldrin Mário da Silva. Agroextrativismo: sustentabilidade e estratégias na Reserva Extrativista<br />
do Rio Cajari, sul do Amapá. 2003. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas<br />
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Ligia Terezinha Lopes Simonian<br />
RESUMO: A criação das reservas extrativistas, no início da década de 1990, surge como uma alternativa de<br />
gestão de recursos florestais em Unidades de Conservação (UC). Centrada no princípio da gestão entre o<br />
Estado e as populações tradicionais residentes, sua defesa, viabilidade econômica e social dependente em<br />
grande parte da organização local dos agroextrativistas. Entretanto, apesar do enorme potencial de exploração<br />
econômica de produtos florestais, como a castanha (Bertholletia excelsa) e o açaí (Euterpe oleraceae Mart.), da forte<br />
tradição agrícola e das muitas possibilidades de caça e pesca, dificuldades múltiplas persistem no interior da<br />
Reserva Extrativista Rio Cajari. A concepção do desenvolvimento sustentável e a pouca produção científica a<br />
respeito das populações tradicionais em áreas de tais reservas são fatores decisivos para o início desta<br />
investigação. Desse modo, o estudo acerca do agroextrativismo: sustentabilidade e estratégias na RESEX<br />
Cajari, sul do Amapá procura identificar a evolução e as estratégias da base produtiva das populações que<br />
vivem nesta UC, principalmente nas áreas do alto e baixo rio Cajari, numa tentativa de revelar a racionalidade<br />
do agroextrativismo local. Busca-se, portanto, evidenciar a dimensão do processo de mudança implementada<br />
pelas políticas de reserva associadas ao movimento social, com implicações nos campos ecológico, social e<br />
econômico.
22<br />
DRUDE, Rozilda Henrique. Tiradores de caranguejo: o trabalho sacrificoso no manguezal, Acarajó - PA.<br />
2003. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento<br />
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Delma Pessanha Neves<br />
RESUMO: Mostra as condições de trabalho e de saúde do tirador na prática da captura do caranguejo (Ucides<br />
cordatus), por meio da análise da relação que ele estabelece com o ecossistema de manguezal. O tirador que<br />
vive em Acarajó, localidade situada na zona costeira do Município de Bragança (PA), desenvolve uma forte<br />
relação com o manguezal, fazendo uso de recursos naturais a fim de assegurar a sobrevivência do grupo<br />
familiar. Porém, esse trabalho é visto como "sacrificoso", em virtude do esforço exigido dos tiradores e das<br />
condições adversas às quais eles estão sujeitos. Além de provocar "sofrimentos", também acarreta doenças,<br />
consideradas como intrínsecas à prática do tirador. O estudo demonstra os recursos desse ecossistema que<br />
são apropriados por essa população para o tratamento e a prevenção de outros tipos de doenças não<br />
relacionados com a prática de captura do caranguejo. Finaliza propondo-se uma discussão sobre o<br />
reconhecimento da identidade social dos coletores, reivindicada por eles com o intuito de garantir os<br />
benefícios de seguridade social e, por conseguinte, a melhoria de sua qualidade de vida.<br />
23<br />
FEITOSA, Terezinha Cavalcante. Análise da sustentabilidade na produção familiar no sudeste<br />
paraense: o caso dos produtores de leite do Município de Rio Maria. 2003. 172 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma<br />
RESUMO: Analisa a sustentabilidade da pecuária leiteira na agricultura familiar, decorrente do rápido<br />
processo de degradação das pastagens formadas em áreas de terra firme, numa região de fronteira da<br />
Amazônia brasileira. A pesquisa realizou-se no Município de Rio Maria, sudeste paraense, sendo este um dos<br />
municípios do Pará reconhecido internacionalmente pelo alto índice de conflitos fundiários. Foram<br />
entrevistados 55 unidades de produção familiar, nos Projetos de Assentamentos Itaipavas 126, Barra Mansa,<br />
Mata Azul, Fazenda São Roque e Vale da Serra que sobrevivem, especificamente, da pecuária leiteira, que<br />
foram entrevistados nos meses de julho a agosto de 2002. A escolha das propriedades foi intencional e<br />
constitui-se na identificação da renda da pecuária (venda do leite e reses), bem como, uma análise das técnicas<br />
utilizadas pelos pequenos produtores no manejo, permitiu identificar por meio dos indicadores<br />
socioeconômicos que, embora a pecuária seja considerada uma atividade de baixo risco, economicamente<br />
viável para a Amazônia entre os pequenos produtores, torna-se uma atividade insustentável, posto que, o<br />
processo de degradação das pastagens inicia-se a partir de três a cinco anos, sem, no entanto, permitir que as<br />
unidades de produção poupem recursos para renovação ou recuperação.<br />
24<br />
HALMENSCHLAGER, Fábio Leandro. O Técnico da nova ATER: uma identidade profissional em<br />
construção. O caso da mesorregião sudeste do Pará. 2003. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado<br />
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.<br />
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior<br />
RESUMO: A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no Brasil, historicamente, tem sido tratada como<br />
instrumento de modernização do meio rural brasileiro, ou seja, da transformação do agricultor "atrasado" em<br />
agricultor "moderno". Da mesma forma, o técnico que nela atua finda por ser também visto como<br />
instrumento, objeto, nunca como ator neste processo. Este trabalho tem o objetivo de colocar o técnico no<br />
31
32<br />
centro da questão, verificando-se as possibilidades e modos de construção da sua identidade profissional no<br />
contexto da ATER surgido na mesorregião sudeste do Pará, a partir de 1997. Este contexto apresenta<br />
demandas por competências para as quais o técnico não foi formado, como a exigência de uma postura<br />
participativa com relação ao agricultor, findando por provocar conflitos entre o novo perfil requerido e a<br />
forma de socialização e formação do técnico. A conclusão é que o ambiente regional é extremamente<br />
favorável à atuação do técnico na construção de sua identidade profissional, o que não ocorria nos modelos<br />
anteriores de ATER, porém a formação tecnicista acaba por impor barreiras à construção do comportamento<br />
participativo no que se refere às inovações técnicas especificamente.<br />
25<br />
HERRERA, José Antonio. Dinâmica e desenvolvimento da agricultura familiar: o caso de Vila Amélia -<br />
Breves/Pará. 2003. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.<br />
Orientador: Antonio Cardoso<br />
RESUMO: Analisa a partir de um diagnóstico socioambiental da comunidade de Vila Amélia, no rio Mapuá -<br />
Município de Breves/PA, as redes de relações estabelecidas historicamente entre trabalhadores<br />
agroextrativistas e patrões (comerciantes e empresários/proprietários de terra) e as conseqüências desse<br />
modelo de interação social para a atual configuração do cenário sócio-político-ambiental nessa comunidade.<br />
Parte-se do pressuposto de que a compreensão dessas relações é uma condição sine qua non para se pensar<br />
outros modelos de desenvolvimento menos predatórios, menos autoritários e mais socialmente responsáveis.<br />
Enfatiza-se aqui algumas questões relacionadas à conservação e à sustentabilidade dos meios produtivos e às<br />
desiguais relações de trabalho e controle da terra, focalizando a lógica predominantemente familiar das<br />
atividades como um elemento de importância capital no funcionamento dos sistemas agroextrativistas.<br />
Partindo da dinâmica de ocupação da região e das características dos núcleos familiares, a pesquisa aponta<br />
indicativos para se compreender a ambígua relação de dependência manifestada pelos trabalhadores<br />
agroextrativistas e sua resistência à discussão da proposta de desenvolvimento sustentável apresentada pela<br />
Empresa Ecomapuá. Discute, ainda, possibilidades de superação dessa relação pela organização sociopolítica,<br />
fator essencial para a construção de toda e qualquer proposição de desenvolvimento que pretenda envolver,<br />
de fato, as populações locais como sujeito de seu próprio processo histórico, com objetivos, desejos,<br />
aspirações e sonhos que é preciso considerar.<br />
26<br />
JESUS, Maria Nilza de. Agricultores experimentadores e troca de conhecimentos para criação de<br />
alternativas de preparo de área sem o uso do fogo: o caso de duas comunidades no Município de Santa<br />
Luzia do Pará. 2003. 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.<br />
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior<br />
RESUMO: Busca, a partir de um estudo de caso, compreender o impacto e a apropriação de uma inovação<br />
técnica, envolvendo pequenos agricultores da microrregião do Guamá. Os resultados indicaram que o sistema<br />
de cultivo utilizado no nordeste paraense vem passando por uma profunda mudança na dinâmica de uso da<br />
terra. Foram revelados indicadores de uma possível passagem de corte-e-queima para a terra revolvida (com<br />
enxada) ou mesmo revirada (com trator), implicando um uso mais intensivo do solo. Neste processo, a<br />
introdução de novas terminologias; a adoção de novas ferramentas e uma utilização diferente do seu espaço<br />
vêm criando uma nova percepção entre os agricultores frente ao seu ambiente. Esta nova percepção<br />
demonstrou a sua capacidade em realizar inovações tecnológicas e de incorporar saberes, o que faz do<br />
pequeno agricultor local um bricoleur, um experimentador e um bom parceiro dos projetos de<br />
desenvolvimento.
27<br />
MEDINA, Gabriel. A Vida dirige o rio: cem anos de ocupação cabocla e extrativismo madeireiro no Alto<br />
Capim. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Patrícia Shanley<br />
RESUMO: Com o avanço do desmatamento na Amazônia brasileira, a comunidade científica internacional<br />
tem feito grande esforço na busca por formas de aproveitamento da floresta que reconciliem<br />
desenvolvimento e conservação. Desde o final da década de 1980, os pesquisadores têm explorado o papel<br />
que o extrativismo dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) pode possuir para a economia, o bemestar<br />
e o meio ambiente dos moradores de área de floresta. Esta dissertação explora o papel dos PFNM na<br />
vida de comunidades rurais em áreas de fronteiras da atividade madeireira ao longo do rio Capim, no Estado<br />
do Pará. Com o desenvolvimento da indústria madeireira sobre novas fronteiras da bacia amazônica, muitas<br />
comunidades estão tendo oportunidade de vender os direitos de exploração de sua madeira. As comunidades<br />
consideram vários aspectos para avaliar o valor dos produtos florestais. Além do valor socioeconômico e<br />
ecológico (valor real), há um valor relativo que influencia fortemente a forma como os recursos são<br />
explorados. Este valor relativo é baseado em representações que consideram a importância dos produtos<br />
florestais e no contexto em que essas representações são construídas. Para explorar essa temática, este<br />
trabalho parte do histórico de uma comunidade cabocla enfocando na forma como ela se apropriou e<br />
explorou seus recursos florestais. Para as famílias da comunidade, a madeira sempre representou uma herança<br />
com valor de troca e uso não conflituoso. A madeira foi o produto que pôde ser gasto ao longo do tempo,<br />
pois possuía valor de mercado e suas primeiras explorações não reduziram o acesso a outros produtos<br />
florestais. Representada dessa forma, a madeira apareceu como uma possibilidade estratégica para melhoria<br />
das condições de vida das famílias. Identificou-se quatro fatores socioeconômicos que influenciaram a<br />
comunidade a vender madeira: 1) relações paternalistas entre os compradores da madeira e os caboclos; 2)<br />
dificuldades de gestão comum dos recursos; 3) especialização na extração de madeira e dependência de<br />
produtos externos e; 4) crescente interesse em ter acesso a produtos provenientes do mercado. Tais fatores<br />
influenciaram a comunidade a manter a venda da madeira, mesmo depois de se tornarem evidentes as perdas<br />
no consumo de PFNM. Compreender a influência do valor atribuído pelas comunidades aos produtos<br />
florestais é fundamental para identificar a verdadeira alternativa que os PFNM podem representar diante das<br />
demais opções de uso da terra.<br />
28<br />
NASCIMENTO, Ana Claudeise Silva do. Desenvolvimento da produção agrícola e intervenção social:<br />
estudo de caso em uma comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. 2003. 127 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,<br />
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Maria José Oliveira e Silva Jackson da Costa<br />
Co-orientadora: Edila Arnaud Ferreira Moura<br />
RESUMO: Estudo etnográfico em uma comunidade ribeirinha da várzea amazônica, destacando suas<br />
especificidades em relação ao uso dos recursos naturais. Tendo como elemento de análise um projeto de<br />
desenvolvimento da pequena produção agrícola, elaborado com base em resultados de investigações<br />
científicas, direcionado ao manejo participativo dos recursos naturais, com acompanhamento do processo,<br />
por meio de avaliações periódicas dos resultados obtidos em conjunto entre extensionistas do Instituto<br />
Mamirauá e as famílias camponesas. O objetivo da dissertação é analisar uma situação de intervenção social<br />
direcionada ao manejo sustentado de produtos agrícolas em uma área de Reserva de Desenvolvimento<br />
Sustentável, na várzea amazônica. Este estudo traz elementos que contribuem para a compreensão dos<br />
resultados dos investimentos feitos na produção agrícola das famílias da comunidade de São Francisco do<br />
Aiucá, possibilitando a interação entre o pensar-fazer a partir do entendimento dos resultados e avaliação da<br />
intervenção social. Por meio de alguns indicadores, construídos com uso das metodologias participativas, foi<br />
33
34<br />
possível avaliar as alterações nas atividades econômicas de São Francisco do Aiucá, e outras formas de uso<br />
dos recursos naturais, identificando alternativas para diversificação do plantio e formas de organização para a<br />
comercialização desses produtos.<br />
29<br />
OLIVEIRA, Mara Rita Duarte de. A Escola rural da Vila da Paz: um ensaio etnográfico. 2003. 154 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,<br />
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza<br />
RESUMO: No trabalho “Escola Rural da Vila da Paz: um ensaio etnográfico”, discutiremos a execução do<br />
Programa Escola Ativa, nas escolas rurais do município de Rondon do Pará, no qual teremos como foco<br />
central a Escola M.E.F. Vasco da Gama, localizada na comunidade rural da Vila da Paz. No transcurso deste<br />
estudo, levantaremos questões acerca da contribuição de tal programa para a melhoria do processo ensinoaprendizagem<br />
dos alunos e alunas e para a mudança das práticas pedagógicas das professoras. Ao mesmo<br />
tempo, abordaremos a participação da comunidade local no desenvolvimento das diretrizes propostas,<br />
ressaltando a importância da relação escola e comunidade. Para aprofundarmos a análise dessa temática,<br />
apresentaremos, inicialmente de forma analítica, os programas oficiais de 1930 a 1990 recorrendo à legislação<br />
educacional vigente, para assim compreendermos o contexto atual em que está inserida a educação do campo.<br />
Para isso, também se faz necessário uma incursão dentro dos projetos educacionais dos movimentos sociais<br />
ligados à luta no campo.<br />
30<br />
SILVA, Marizete Fonseca. Pensar o trabalho é pensar a vida: as dimensões da formação na pedagogia da<br />
alternância da escola família agrícola de Marabá-PA. 2003. 103 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado<br />
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Ney Cristina Monteiro de Oliveira<br />
RESUMO: Nas diretrizes curriculares do Programa de Formação baseado na Pedagogia da Alternância,<br />
denominado Escola Família Agrícola de Marabá, na qual expressa a suposição de que este pode contribuir<br />
para o desenvolvimento da agricultura familiar por estar alçado metodologicamente numa proposição que<br />
superaria aquela praticada pelas escolas vinculadas ao sistema de educação pública, ou seja, o percurso<br />
pedagógico ocorreria a partir das experiências desenvolvidas no processo socioprodutivo dos jovens e, em<br />
conseqüência disso, dar-se-ía a requalificação do papel da família no processo formativo. Por meio deste<br />
trabalho, analisamos as dimensões da formação que vêm sendo efetivadas pelo programa, tomando como<br />
central a análise do papel atribuído à educação e ao conteúdo da categoria trabalho. Neste sentido,<br />
concluímos que, embora o Programa seja um investimento importante na formação da juventude do campo,<br />
em seu atual nível de desenvolvimento, ainda são pouco evidentes as rupturas com a prática negada do<br />
sistema educacional e os efeitos sobre a agricultura familiar só poderão se fazer sentir mediante à<br />
institucionalização de processos paralelos que viabilizem a presença das famílias e das novas gerações na terra.<br />
2004<br />
31<br />
ABE, Marlene Naoyo. Mártires de abril: o MST semeando a utopia camponesa. 2004. 199 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra
RESUMO: A descrição do Assentamento Mártires de Abril e a análise dos processos de construção das<br />
práticas e do discurso sobre sua organização e gestão são o objeto deste trabalho. Desse modo é que se<br />
definiu como temática o Estudo das Formas de Organização de Assentamento do MST com a perspectiva de<br />
pensar os processos sociais que se foram construindo nos assentamentos de Reforma Agrária do MST no<br />
Pará, e a sua complexidade a partir da experiência do Assentamento Mártires de Abril que apresenta<br />
peculiaridades. A forma de organização da produção é uma tentativa de se implantar o projeto de organização<br />
de assentamento do MST, que, neste trabalho, foram assim denominados: Grupo Coletivo ou de Produção<br />
no Sistema de Cooperação; Semi-coletivo ou Produção Familiar Integrada e Individual ou Produção Familiar<br />
Não Integrada. Nesta perspectiva, definiu-se como objetivos do trabalho: compreender os limites e as<br />
possibilidades de implementação das formas de organização de assentamento do MST, associando<br />
coletivismo e gestão familiar, a partir da experiência do Assentamento Mártires de Abril; identificar os limites<br />
e as possibilidades das formas de organização da produção coletiva numa perspectiva de construção da<br />
proposta de assentamento; identificar as representações sociais no processo de construção da organização<br />
social, econômica e política do assentamento. Foi possível identificar que no Assentamento Mártires de Abril<br />
predomina a perspectiva de uma forma de organização da produção coletiva com possibilidade de se<br />
desenvolver a semi-coletiva e a individual; existência de diferenciação em nível político-ideológico de cada<br />
pessoa assentada, resultando na distinção dos estágios de desenvolvimento dos núcleos de base, o que vai<br />
determinar a forma de organização de cada núcleo e as estratégias de reprodução e que o contexto que o<br />
Assentamento Mártires de Abril apresenta é de estágio em desenvolvimento, com expressão de conflitos<br />
ainda evidentes, em face ao processo de definição de uma forma própria de organização de assentamento.<br />
Entretanto, existe uma tendência em médio prazo à configuração de um projeto definido como uma nova<br />
alternativa de assentamento com elementos culturais da velha forma de produção, mesclada a uma nova<br />
proposta baseada na exploração semi-coletiva e culturas diversificadas.<br />
32<br />
INTINI, João Marcelo. Luzes e sombras - negociação e diálogo no sul e sudeste do Estado do Pará:<br />
um estudo sobre as políticas públicas para reforma agrária e agricultura familiar. 2004. 212 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior<br />
RESUMO: Discute a problemática da participação nos processos de descentralização das políticas públicas<br />
para a Reforma Agrária e de apoio à agricultura familiar, tomando por base as políticas de crédito agrícola e<br />
assistência técnica e extensão rural. A região de estudo compreende o sul e sudeste do Estado do Pará que<br />
tem, por característica, a violência histórica entre trabalhadores rurais e grupos dominantes e relações de<br />
dominação tradicional. Procuramos demonstrar que a composição de espaços públicos e esferas públicas de<br />
negociação e diálogo são recentes nesta região, e que os atores locais vivenciam o processo de aprendizagem<br />
social, buscando estabelecer novas relações institucionais que garantam sua autonomia e representatividade.<br />
Desta forma, a partir do estudo sobre o processo de descentralização do Estado, o clientelismo na formação<br />
da sociedade brasileira e a composição dos espaços e esferas públicas de discussão e negociação, procuramos<br />
responder em que medida a descentralização e a implementação local das políticas públicas federais criam<br />
para a agricultura familiar condições à efetiva participação dos atores locais (sobretudo quanto às<br />
organizações representativas dos agricultores) e para a mudança das práticas sociais dos diferentes atores<br />
participantes.<br />
33<br />
MOURÃO, Patrícia de Lucena. Um Olhar de gênero sobre a reconstrução da agricultura em<br />
Abaetetuba, Pará. 2004. 164 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
35
36<br />
RESUMO: A revelação dos aspectos negativos da modernização da agricultura sobre mulheres, homens e<br />
meio ambiente levou à necessidade de desenvolver formas alternativas de produção de alimentos,<br />
estabelecendo novas relações com os ecossistemas locais. Nesta perspectiva, a agroecologia tem uma<br />
importante contribuição por relacionar o modelo tecnológico aos aspectos produtivos, ambientais,<br />
econômicos e sociais, incluindo as relações de gênero. Este estudo trata de analisar as estratégias de produção<br />
e reprodução da agricultura familiar, identificando limites e potencialidades para o desenvolvimento de<br />
agroecossistemas sustentáveis e para o alcance de relações mais eqüitativas. O levantamento dessas estratégias<br />
foi realizado junto aos agricultores da região de terra firme em Abaetetuba - Pará, participantes do Centro de<br />
Tecnologias Alternativas Tipiti. Como resultado desta pesquisa, tem-se que as estratégias da agricultura<br />
familiar avançam mais para a construção da sustentabilidade agroecológica do que para o alcance da eqüidade<br />
de gênero, pela pouca compreensão de que a transformação do padrão tecnológico deve estar associada à<br />
percepção dos papéis e posições ocupadas por homens e mulheres, e que estes, também são passíveis de<br />
alterações. Espera-se com este estudo possa contribuir para este processo.<br />
34<br />
REBELLO, Fabrício Khoury. Fronteira agrícola, uso da terra, tecnologia e margem intensiva: o caso<br />
do Estado do Pará. 2004. 223 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma<br />
RESUMO: Analisa o preço de terras de lavouras e pastagens, como um bem durável. Essa condição faz com<br />
que o estoque de terras já incorporado exerça influência no mercado. Procura separar em que sentido os<br />
preços de terras se devem ao caráter especulativo ou produtivo. Os resultados encontrados mostram que o<br />
caráter especulativo dos preços de terras predomina nas Regiões Sul e Sudeste do país. No Estado do Pará e<br />
nos demais Estados da Região Norte, exceção aos Estados do Acre e Roraima, o ganho produtivo é superior<br />
ao especulativo. Essa característica contradiz a idéia comumente em voga de que os ganhos especulativos<br />
constituem a razão do processo de ocupação de terras da Amazônia. A expansão do uso da terra no Estado<br />
do Pará e na Amazônia está relacionada a causas e agentes tão diferentes como migração e crescimento<br />
vegetativo da população; expansão das atividades de "roça" e da pecuária; reagrupamento de propriedades e<br />
concentração fundiária; pólo madeireiro associado a invasões de terras; projetos de assentamento;<br />
intensificação das culturas algodão, milho, arroz, soja. As ações governamentais têm se limitado a agendas<br />
positivas catastróficas, envolvendo proibições, fiscalizações, sanções, entre outros. Essas agendas têm<br />
amplitudes pontuais, dirigindo-se a público errado, visam, na maior parte, às unidades de conservação e o<br />
extrativismo, o que é adequado, mas de efeitos inócuos para a reversão do desmatamento. A redução do<br />
desflorestamento e queimada é mais complicadas do que costumava ser a solução para a sua redução, o que<br />
pode ocasionar o seu recrudescimento, ao invés de provocar a sua diminuição. Os níveis de utilização de<br />
calcário, fertilizantes e tratores são bastante ínfimos quando comparados com outras Unidades Federativas do<br />
País, apesar de sua extrema necessidade com vistas à recuperação das áreas já desmatadas. A criação de novas<br />
alternativas econômicas, a expansão de mercados e o processo de urbanização podem favorecer o de<br />
intensificação da agricultura e conseqüentemente a utilização da fronteira interna já conquistada. Existe,<br />
contudo, o risco da contínua incorporação de novas áreas, se medidas corretivas não forem tomadas com o<br />
processo de criação de "berçários" de áreas desmatadas que tende a incentivar o processo de "construção de<br />
solos". A mecanização agrícola e a utilização de fertilizantes químico e calcário não decorrem de um modelo<br />
de desenvolvimento à maneira de Hayami e Ruttan, mas da indução da agricultura em grande escala e até de<br />
questões trabalhistas. Por outro lado, o alto custo de insumos modernos induz à prática da agricultura de<br />
derruba e queima, indicando a necessidade de políticas públicas consistentes para reduzir o custo de<br />
recuperação das áreas já desmatadas, não centrado na superação dos fatores de produção escassos, mas a de<br />
viabilizar a recuperação de áreas alteradas e de atividades mais adequadas. Há diferentes graus de<br />
sustentabilidade que precisam ser alcançados ao invés da discussão monolítica como tem sido apresentado.
2005<br />
35<br />
ARAÚJO, Soraya Maria Mendonça. Formas de organização da produção apoiadas pelo MST:<br />
assentamento João Batista II, Castanhal, Pará. 2005. 128 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientadora: Claudia Azevedo Ramos<br />
RESUMO: Caracteriza e avalia a performance do sistema de produção coletivo e semi-coletivo, proposto<br />
pelo MST, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida e da capacidade de organização de agricultores<br />
familiares em assentamentos. Paralelamente, embora numa situação menos privilegiada, avaliou-se a<br />
performance de alguns dissidentes na gestão individual para entender os gargalos dos outros sistemas. A<br />
hipótese testada foi que as formas coletivas de organização da produção familiar, apesar de envolverem um<br />
grau considerável de organização social e maiores riscos, têm maior probabilidade de sucesso quando<br />
comparadas ao uso individual em situação onde existe um forte aparato institucional bancando essa forma de<br />
gestão. O local escolhido como objeto de estudo foi o Projeto de Assentamento João Batista II, localizado no<br />
Município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém, Pará. Um total de 38 famílias, nos diferentes<br />
sistemas de gestão, foi entrevistado a partir de um questionário semi-estruturado. De acordo com os<br />
resultados obtidos, a principal fonte de renda nos três sistemas foi proveniente da atividade agropecuária,<br />
sendo a maior renda familiar obtida no sistema coletivo, seguido do semi-coletivo. Os três sistemas possuem<br />
culturas mistas, entre perenes e anuais, porém o sistema coletivo proporcionou maior área plantada. A<br />
comercialização da produção nos três sistemas foi realizada indiretamente via o atravessador, mas o sistema<br />
individual buscou outras formas de venda direta para o consumidor. Somente os agricultores nos sistemas<br />
coletivo e semi-coletivo tiveram acesso ao crédito e a assistência técnica, que proporcionou um maior uso de<br />
tecnologias no sistema de produção. Em relação a alguns aspectos de qualidade de vida das famílias, o sistema<br />
semi-coletivo apresentou significativa aquisição de bens de consumo a disposição do lar, que deve-se a maior<br />
autonomia desse sistema. Os membros do sistema coletivo e o semi-coletivo participaram das atividades<br />
comunitárias de produção e das reuniões. Os membros do sistema individual tiveram um papel minoritário<br />
nesses aspectos. A mulher teve um papel maior na tomada de decisão na gestão individual. Considerando<br />
todas as variáveis avaliadas, o sistema individual não foi vantajoso nessa situação. Os sistemas coletivo e semicoletivo<br />
tiveram uma performance bem melhor e bastante semelhante entre si. No entanto, a maior<br />
autonomia de decisão das famílias no semi-coletivo tem como resultado uma melhoria comparativa na<br />
qualidade de sua moradia e, conseqüentemente, na sua qualidade de vida. Com o tempo, é possível que esta<br />
seja a forma de gestão mais preponderante no assentamento, já que concilia a prática tradicional da agricultura<br />
familiar de trabalhar a terra de forma individual e a proposta do MST de coletivização da produção. A<br />
filosofia de gestão comunitária do MST parece estar funcionando satisfatoriamente nesse assentamento,<br />
devido ao grande investimento desta instituição no fortalecimento do capital social local.<br />
36<br />
ATAÍDE, Tonildes Lisboa de. Agricultores familiares no Município de Igarapé Açu: estudo da<br />
participação em processos de desenvolvimento local sustentável. 2005. 132 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria de Fátima Carneiro da Conceição<br />
RESUMO: Trata da participação de agricultores familiares no Município de Igarapé Açu em Processos de<br />
Desenvolvimento Local Sustentável, tomando por referência as suas organizações e o relacionamento com<br />
organismos governamentais e não-governamentais.<br />
37
38<br />
37<br />
AZEVEDO, James Ribeiro de. Tipologia do sistema de manejo de açaizais nativos praticado pelos<br />
ribeirinhos em Belém, Estado do Pará. 2005. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato<br />
RESUMO: O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é um dos principais componentes da renda e do consumo de<br />
ribeirinhos do Município de Belém, Estado do Pará, que manejam o açaizal para a produção de frutos, tendo<br />
o palmito como subproduto. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar os diferentes tipos de<br />
manejo de açaizais nativos praticados por esses ribeirinhos. A pesquisa realizou-se na Ilha de Paquetá e Ilha<br />
Grande, Município de Belém, onde foram analisados os diferentes tipos de manejo e as diferentes estratégias<br />
dos ribeirinhos com vistas a contribuir com a implantação de propostas de manejo de açaizais nativos. Os<br />
estudos basearam-se na metodologia de diagnósticos de sistemas agrários, nos quais foram entrevistadas 22<br />
famílias da Ilha Grande e 31 famílias de Paquetá, com auxílio de questionários elaborados com perguntas<br />
abertas e fechadas, abordando a família, a habitação, o patrimônio, a situação fundiária, a renda, o manejo de<br />
açaizal e a comercialização. Os resultados mostraram que os ribeirinhos realizam, de acordo com suas<br />
estratégias, três tipos de manejo de açaizais: intermediário, moderado e sem manejo. O manejo intermediário<br />
obteve a melhor produção de frutos.<br />
38<br />
BRINGEL, Fabiano de Oliveira. Rumos, trechos e borocas: trajetórias e identidades camponesas de<br />
assentados rurais no sudeste do Pará. 2006. 217 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
RESUMO: Discute as trajetórias sociais e econômicas de camponeses que compõem o Projeto de<br />
Assentamento Rural Palmares II, localizado no Município de Parauapebas na região sudeste do Pará.<br />
Centramos nossa análise em quatro dimensões da vida: a história migratória, a história da família, a história do<br />
trabalho e a história da educação. Assim, pretendemos estabelecer nexos e diferenciações de contextos<br />
políticos, econômicos, sociais e culturais distintos por que esses camponeses passaram antes de chegar na<br />
ocupação. Objetivamos com isso desvendar formas e estratégias de expropriação que são baseadas na<br />
desqualificação social e econômica do sujeito social camponês, buscando uma requalificação portadora da<br />
negação de um saber capaz de garantir a autonomia dos meios de produção e, logo, ameaçador das<br />
possibilidades de acumulação e de consolidação de atividades econômicas insustentáveis na Região<br />
Amazônica. A resistência à desqualificação e à requalificação encontra forte sustentáculo na matriz<br />
camponesa que esses indivíduos mantêm ao longo de gerações, em signos como a posse e o trabalho na terra,<br />
a mão-de-obra essencialmente familiar, a autonomia dos meios de produção e um estilo de vida que valoriza<br />
uma relação mais direta com a natureza.<br />
39<br />
FIGUEIREDO, Luciene Dias. Empates nos babaçuais: do espaço doméstico ao espaço público – lutas de<br />
quebradeiras de coco babaçu no Maranhão. 2004. 198 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maristela de Paula Andrade<br />
RESUMO: O eixo principal da análise volta-se aos condicionantes presentes no processo de construção das<br />
relações de gênero no chamado Movimento ASSEMA. Busca-se apreender, analisando diferentes momentos<br />
da história de constituição desse Movimento, em que condição se dá a participação de mulheres e homens,
tanto na esfera privada quanto pública. Estuda-se o contexto e as situações que levam as mulheres<br />
denominadas como quebradeiras de coco babaçu a questionar a eqüidade de gênero, tanto no domínio da<br />
casa como no espaço público.<br />
40<br />
GOMES, Jorge Evandro Santos. Intervenção e exploração de recursos naturais em comunidade<br />
quilombola: o caso de Abacatal. 2005. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Heribert Schmitz<br />
RESUMO: Analisa as possíveis conseqüências da introdução de inovações levadas por agentes de<br />
desenvolvimento, a partir do ponto de vista do pequeno agricultor, assim como a pertinência das atividades<br />
implantadas em comunidade quilombola, discutindo os fatores que influenciaram na adoção de inovações e o<br />
reflexo destas nas formas de uso da terra e recursos naturais. Os resultados apontaram a participação nos<br />
projetos, os resultados alcançados e o perfil do agente como fatores que podem influenciar na decisão do<br />
pequeno agricultor na apropriação de uma prática. A pesquisa revelou que a requisição dos serviços de<br />
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no território se constituiu em estratégia dos agricultores para<br />
garantir seu território da ameaça de grileiros. Conclui-se que a sustentabilidade da agricultura familiar local<br />
depende da mudança do sistema predominante, que aparentemente vem comprometendo a manutenção da<br />
cobertura florística do território quilombola, composto de agricultura itinerante e produção de carvão para<br />
outros sistemas mais elaborados como os Sistemas Agroflorestais (SAF’s), juntamente com a organização da<br />
produção.<br />
41<br />
LIRA, José Antonio. Crédito agrícola: uma visão dos beneficiários do FNO no Município de Santo Antônio<br />
do Tauá. 2005. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e<br />
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes<br />
RESUMO: Trata da inadimplência dos beneficiários de financiamento agrícola no quadro de uma associação<br />
de produtores no Município de Santo Antônio do Tauá, no Nordeste do Estado do Pará.<br />
42<br />
MATOS, Lucilda Maria Sousa de. Agricultura familiar e informação para o desenvolvimento rural nos<br />
Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim. 2005. 147f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro<br />
Co-orientadora: Maria do Socorro Andrade Kato<br />
RESUMO: Identifica e analisa as necessidades, demandas e usos de informação por agricultores parceiros do<br />
projeto de pesquisa "Adaptação e validação participativa de uma alternativa tecnológica de preparo de área<br />
sem queima no nordeste paraense", desenvolvido nos Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim pela<br />
Embrapa, no processo de comunicação e de informação para ação. Com base em entrevistas e observação foi<br />
traçado o perfil dos agricultores parceiros, agricultores vizinhos e formadores de opinião e identificadas as<br />
suas demandas de informação, sendo a mais significativa relacionada à agricultura (cultivo, doenças, pragas,<br />
financiamento/crédito agrícola), seguida de informações sobre Educação, Previdência Social, Direito etc. O<br />
conceito de informação foi construído a partir de percepções dos entrevistados e foram estudados ainda,<br />
ações participativas promovidas pelo projeto, meios de comunicação de massa de maior audiência, além de<br />
estímulos e barreiras na informação. Entre os atores sociais e institucionais atuantes no processo, há forte<br />
39
40<br />
participação dos familiares e agricultores vizinhos, como fonte de informação para as comunidades e, entre as<br />
diversas instituições, a Embrapa. Por meio da aplicação da técnica do incidente crítico analisou-se a busca de<br />
informação mais recente, quando agricultores parceiros precisaram de informação para desenvolver suas<br />
atividades, se a obtiveram ou não, e o que isso ocasionou nas suas atividades na agricultura familiar e nas suas<br />
vidas.<br />
43<br />
OLIVEIRA, Dvandro Pedro de. Mudanças nos parâmetros técnicos dos projetos de crédito rural. 2005.<br />
97 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento<br />
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Heribert Schmitz<br />
RESUMO: Aprofunda as mudanças ocorridas nos parâmetros técnicos, durante o período compreendido<br />
entre 1994 a 2004. Analisou este período em dois momentos distintos: o primeiro entre os anos de 1994 a<br />
1999, que coincide com a predominância da EMATER na elaboração dos projetos e; o segundo a partir de<br />
2000, com a maior participação das prestadoras de serviço na elaboração de projetos para agricultores<br />
familiares assentados. Este segundo momento coincide com a participação das prestadoras de serviço do<br />
Projeto Lumiar. Como o segundo momento de mudanças nos parâmetros técnicos envolveu a participação<br />
dos agricultores familiares e de diversas instituições vinculadas ao crédito rural para assentamentos, me detive<br />
a maior parte das análises. As discussões sobre os projetos são realizadas nos fóruns de discussão técnica<br />
(seminários e reuniões ou oficinas) promovidos pela câmara técnica. Por meio da melhoria no diálogo entre<br />
os atores nos fóruns de discussão técnica, a construção dos parâmetros técnicos no sudeste do Pará vem<br />
proporcionando uma melhoria na aplicação do crédito, apesar de faltar uma análise mais aprofundada da<br />
adaptação dos projetos nos estabelecimentos agrícolas. A ausência de índices técnicos regionais pode colocar<br />
em risco alguns projetos, como o financiamento do PRONAF Florestal. O principal avanço técnico nas<br />
discussões do crédito para a agricultura familiar foi a incorporação das atividades de pequenos e médios<br />
animais e, Sistemas Agroflorestais (SAF’s) como itens financiáveis. Permitiu uma maior adaptabilidade do<br />
crédito à realidade dos agricultores familiares.<br />
44<br />
SERRA, Anderson Borges. Indicadores de sustentabilidade do solo em sistemas alternativos ao uso do<br />
fogo, baseados nos princípios da agroecologia, desenvolvidos por agricultores familiares na região<br />
da Rodovia Transamazônica - oeste do Pará. 2005. 83 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Tatiana Deane de Abreu Sá<br />
RESUMO: Discute e testa indicadores de sustentabilidade do solo em sistemas alternativos ao uso do fogo,<br />
baseados nos princípios da agroecologia, desenvolvidos por agricultores familiares na região da Rodovia<br />
Transamazônica no oeste do Pará.<br />
45<br />
VIEIRA, Paulo Roberto. Florestas e comunidade. 2005. 174 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
RESUMO: Na Amazônia oriental, famílias de agricultores constroem seu cotidiano de vida a partir das<br />
florestas que completam a paisagem, apropriando-se dos recursos materiais e não materiais oriundos dessa<br />
vegetação. A pressão humana sobre a natureza, com o passar dos anos, gera um drama social. As famílias<br />
vêem declinarem as florestas à sua volta e sentem ameaçada sua permanência na terra. Buscou-se discutir as
diversas faces dessa relação famílias-florestas, embasado na detalhada observação do cotidiano de vida na<br />
Comunidade Jericó, em Garrafão do Norte, Pará, Brasil, utilizando-se como recursos: entrevistas, conversas<br />
informais e registros fotográficos, tendo sempre no conhecimento empírico local sobre a natureza, uma base<br />
sólida para as análises. Existe preocupação por parte das famílias com a degradação das florestas, entretanto,<br />
há uma constante necessidade de utilizá-las na garantia das produções agropecuárias e das outras atividades<br />
cotidianas. E, nesse contexto, a floresta funciona como um espelho do homem, diante do qual ele busca se<br />
entender no mundo.<br />
2006<br />
46<br />
CASTRO, Dulcilene Alves de. Práticas e técnicas agroextrativistas: um estudo de caso com famílias no<br />
pólo rio Capim do PROAMBIENTE. 2006. 125 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes<br />
RESUMO: O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Produção Familiar Rural na Amazônia<br />
(PROAMBIENTE) traz em sua proposta alternativas de uso dos solos e das florestas para a produção<br />
familiar. A comunidade de Monte Sião situada no Município de São Domingos do Capim e participante do<br />
PROAMBIENTE foi a área escolhida para este estudo que trata das práticas sócio-culturais associadas as<br />
técnicas de produção de sistemas agroextrativistas de dez famílias que apresentam um histórico de utilização<br />
dos recursos biofísicos, tais como a extração do látex de seringais nativos, exploração madeireira lenhosas e<br />
sistemas intensivos de produção agrícola que a partir dos anos de 1990 adotaram os Produtos Florestais Não<br />
Madeireiros (PFNM) como um elemento diferencial para a reprodução da agricultura familiar enquanto<br />
unidade de produção e consumo.<br />
47<br />
LAUANDE, Eduardo Andre Risuenho. A Educação de jovens e adultos e os agricultores familiares<br />
estudantes de Mocajuba/PA. 2006. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas<br />
Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza<br />
RESUMO: Trata de questões relacionadas à Educação Jovens e Adultos e à Educação Rural em<br />
Mocajuba/PA, tomando como eixo principal os Agricultores Familiares Estudantes (AFE) mocajubenses. As<br />
questões centrais são: Qual a construção histórica da EJA e da educação rural em Mocajuba? E qual o quadro<br />
atual da EJA oferecida aos estudantes e AFE na zona rural de Mocajuba? Para tanto, elegem-se como eixos<br />
privilegiados: 1) a pesquisa bibliográfica, visando a apresentar a história e a conjuntura da agricultura no<br />
Brasil, Pará e Mocajuba; 2) estudo histórico da EJA e da educação rural do Brasil, do Pará e de Mocajuba e a<br />
pesquisa e o levantamento dos dados oficiais e documentais, para tentar mapear o quadro atual da EJA<br />
oferecida pelos organismos oficiais; 3) a análise do material coletado nas visitas às escolas e em entrevistas<br />
realizadas com os AFE, as professoras e as lideranças sindicais e comunitárias. O estudo permitiu identificar<br />
por meio dos depoimentos que os AFE têm avançado significativamente na dimensão humana, política e<br />
técnica e, quando voltam a estudar ou quando entram pela primeira vez em sala de aula, representa uma<br />
possibilidade de crescer sua cidadania. O que significa avaliar, diante dos resultados desta pesquisa acadêmica,<br />
que a escola e sua educação escolar não são prioridades iniciais e únicas dos AFE e sim um dos instrumentos<br />
de melhoria da qualidade de vida.<br />
41
42<br />
48<br />
LOPES, Barto Monteiro. Uso da capoeira na extração de lenha: em três comunidades locais no pólo rio<br />
Capim do PROAMBIENTE – PA. 2006. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato<br />
Co-orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes<br />
RESUMO: A lenha é um dos produtos de fundamental importância para os pequenos agricultores, por ser a<br />
principal fonte de energia calorífica usada em suas atividades cotidianas. É obtida a partir do roçado e da<br />
vegetação secundária, e utilizada por esses agricultores. Os objetivos deste trabalho foram identificar quais as<br />
principais espécies florestais usadas pelos produtores para obtenção de lenha a partir das práticas dos<br />
agricultores; estimar o consumo de lenha por pessoa; analisar as características químicas, físicas e energéticas<br />
da lenha e averiguar suas potencialidades para produção de carvão e gases condensáveis. A pesquisa foi<br />
realizada em três comunidades locais: São José do ltabocal e Fé em Deus, ambos em São Domingos do<br />
Capim e Santa Rita, em Mãe do Rio, todas pertencentes ao Pólo Rio Capim do Programa PROAMBIENTE,<br />
nordeste do Pará. O método utilizado foi o de estudo de caso múltiplo, utilizando-se de várias ferramentas<br />
como pesquisa de campo, entrevistas, questionários, observação direta, agenda de campo, além de análise de<br />
laboratório das características físicas, químicas e energéticas da lenha. Entre os resultados destaca-se que<br />
61,3% dos agricultores necessitam da lenha para dois fins: casa de farinha, onde é o principal combustível<br />
utilizado para o preparo da farinha de mandioca, e na cocção de alimentos, sendo ltabocal a comunidade mais<br />
dependente desta fonte calorífica. Foram encontradas 14 árvores utilizadas como combustível, destacando-se<br />
o lacre, a mitaceira e o ingá. Obteve-se o consumo de lenha, por pessoa, na ordem de 3,80, 3,68 e 2,51<br />
kg/pessoa/dia para as comunidades de Fé em Deus, ltabocal e Santa Rita, respectivamente. Para a produção<br />
de lenha e de carvão vegetal, sobressaíram a mitaceira e o ingá com base, principalmente, nas massas<br />
específicas aparentes do material analisado das referidas espécies (0,52g.cm 3 e 0,53g.cm 3 , respectivamente)<br />
para a escolha como lenha; e no rendimento em carbono fixo, para a escolha de uso como carvão,<br />
estatisticamente superiores ao da terceira espécie florestal analisada (lacre), 24,15% e 23,70%,<br />
respectivamente. Para a produção de gases condensáveis, destaca-se o lacre (com Rendimento em Gases<br />
Condensáveis = 44,93%), com grande potencial de uso por parte dos agricultores familiares.<br />
49<br />
OLIVEIRA, José Sebastião Romano de. Uso do território, experiências inovadoras e sustentabilidade:<br />
um estudo em unidades de produção familiares de agricultores/as na área de abrangência do Programa<br />
PROAMBIENTE, nordeste paraense. 2006. 230 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato<br />
RESUMO: Avalia a sustentabilidade das experiências inovadoras baseadas em indicadores e critérios<br />
fundamentados em teorias científicas pela percepção de agricultores/as dos Municípios de lrituia, São<br />
Domingos do Capim, Concórdia do Pará e Mãe do Rio, na área de abrangência do Pólo Rio Capim do<br />
Programa PROAMBIENTE. Objetivou compreender o cotidiano desses atores sociais no uso do território<br />
por meio de práticas de mínimo impacto ambiental e os motivos que os levaram a estender os tradicionais<br />
sítios ou quintais para outras parcelas das Unidades de Produção Familiares (UPFs), transformando-as em<br />
Sistemas Agroflorestais (SAFs). A metodologia adotada compreendeu na construção de um formulário, a<br />
coleta de dados empíricos e convívio direto em 78 UPFs, o que permitiu a identificação de constructo de<br />
variabilidade pela Análise Fatorial, estabelecendo quatro fatores: produção e comercialização; prática de<br />
produção; intervenção e questão de gênero. O primeiro fator foi utilizado como critério para a seleção e<br />
retorno em 18 UPFs, definidas para aplicar o questionário e o formulário de notas avaliativas referentes aos<br />
indicadores econômicos, social, cultural e ecológico-ambiental. A avaliação da sustentabilidade foi feita por<br />
meio da consolidação destes indicadores utilizando o método agroecológico da “Ameba” e o mapeamento da
mesma pelo método de interpolação do “vizinho mais próximo” na área de estudo. Como resultados aos<br />
indicadores cultural e ecológico/ambiental, apresentaram-se em melhores condições em termos de<br />
sustentabilidade com a conceituação de bom para excelente, enquanto que inversamente foi a situação<br />
demonstrada pelos indicadores social e econômico, dos quais os resultados avaliados estão no limiar do que<br />
se pode deduzir como sustentável com desempenho de fraco para suficiente.<br />
50<br />
OLIVEIRA, Rosa de Souza. Expectativas de jovens que vivem em assentamento: um estudo sobre a<br />
tríade trabalho-educação-família. 2006. 153 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza<br />
RESUMO: O estudo procura compreender as expectativas de jovens que vivem no assentamento Luiz Lopes<br />
Sobrinho, localizado no Município de São Francisco do Pará. É uma pesquisa caracterizada como quantitativa<br />
e qualitativa, uma vez que os dados tiveram tratamento estatístico e interpretativo com base na análise de<br />
conteúdo. Utilizou o Método Probabilístico Aleatório Estratificado para a seleção da amostra. Os<br />
instrumentos de coleta de dados foram os seguintes: observação direta e entrevista por meio de formulário e<br />
de roteiro. O corpus da pesquisa se constituiu no discurso de trinta jovens do gênero masculino ou feminino,<br />
na faixa etária de 15 a 24 anos e inseridos em uma família de origem ou de reprodução. As aproximações<br />
conclusivas revelaram que a produção da juventude desse assentamento, em geral, nutre expectativas de<br />
exercer atividades distintas da agropecuária, com a finalidade de melhorar sua condição de vida, deseja<br />
transmitir valores e regras sociais, objetivando dar continuidade aos saberes adquiridos na família de origem;<br />
espera conseguir um trabalho/emprego/formação profissional, buscando um sentido à própria existência,<br />
bem como quer constituir família, ter uma (um) companheira (o) e filhos com a finalidade de reproduzir o<br />
modelo de família vigente. Essas esperanças, em seu conjunto, reportam para a esfera de políticas que<br />
possibilitem desenvolvimento rural.<br />
51<br />
SANTOS, Loraine de Oliveira Lauris dos. Percepção de um grupo de agricultores da localidade São<br />
João do Município de Marapanim-PA, sobre o método de corte e trituração como alternativa ao<br />
método tradicional de corte e queima da vegetação secundária. 2006. 184 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Sérgio Roberto Martins<br />
RESUMO: Os sistemas de produção agrícolas estão em constante transformação, a todo instante surgem<br />
novas formas de exploração agrícola, afetando a base dos recursos naturais e modificando o meio cultivado.<br />
O impacto de uma nova técnica de sistema de cultivo pode afetar o conhecimento dos agricultores que, ao<br />
longo dos anos, é transmitido de geração para geração. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o processo<br />
de mudança técnica do sistema tradicional de preparo de área (corte-e-queima) pelo processo de corte e<br />
trituração das capoeiras e qual o seu impacto na prática agrícola tradicional de uma comunidade. O trabalho<br />
realizou-se com os agricultores da Comunidade São João no Município de Marapanim – Pará. Como método<br />
de pesquisa, utilizou-se entrevistas semi-estruturadas, estruturadas e imersão na comunidade para coleta de<br />
dados com quatorze agricultores, onde, desse conjunto, selecionou-se nove agricultores definidos como<br />
parceiros por estarem participando do Projeto de Inovação Tecnológica (Tipitamba) e cinco agricultores<br />
vizinhos, por estarem inseridos na mesma comunidade e habitarem área contígua a dos que fazem parte do<br />
projeto. Os resultados obtidos foram: A tecnologia de corte e trituração faz com que haja mudanças nas<br />
práticas agrícolas (a época de preparo de área o que propicia uma flexibilização do calendário agrícola,<br />
redução no número de capinas, redução de tempo para o preparo de área; melhorias na qualidade do solo –<br />
aumento da produtividade agrícola – mudanças na forma de realizar o plantio e fazer as capinas); o alto custo<br />
de implantação e manutenção do método de trituração que é considerado pelos agricultores como um fator<br />
limitante para sua consolidação; os agricultores escolhem as áreas para os cultivos de acordo com algumas<br />
43
44<br />
características de capoeiras (coloração, idade, espécies nativas) e não há diferenças de escolha das áreas para<br />
os cultivos levando em consideração o método de preparo de área. Assim conclui-se: (1) os sistemas de<br />
cultivo, da localidade São João, sofreram impactos à inovação tecnológica (corte e trituração das capoeiras);<br />
(2) o método de preparo não é um fator determinante na escolha das áreas para a implantação dos cultivos;<br />
(3) a qualidade do solo, segundo a percepção dos agricultores, está mais relacionada com aspectos e<br />
características das capoeiras.<br />
52<br />
SOARES, Soraia Melissa Failache. Em Boa Esperança - momentos da organização social de uma<br />
comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, AM. 2006. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do<br />
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Samuel Maria de Amorim e Sá<br />
RESUMO: Trata de alguns aspectos relacionados às formas de organização social desenvolvidas por<br />
moradores de uma comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amaná, localizada no Estado do<br />
Amazonas, unidade de conservação que propõe a permanência da população ao longo do tempo. A<br />
importância de estudar as formas de organização social associadas ao uso dos recursos naturais praticadas por<br />
populações locais, consiste em levantar subsídios para reconhecer possibilidades e necessidades do padrão de<br />
organização social atual e se possível trabalhar melhores formas de gestão dos recursos naturais (por meio de<br />
intervenções de desenvolvimento), abordando a negociação entre os diferentes atores, no contexto de uma<br />
unidade de conservação: moradores (residentes), usuários (não-residentes), extensionistas e pesquisadores,<br />
partindo do conhecimento atual de sua organização social.<br />
53<br />
SOUSA, Walter Paixão de. A Dinâmica dos sistemas de produção praticados em uma unidade de<br />
conservação de uso direto na Amazônia – a Reserva Extrativista do Rio Cajari no Estado do Amapá.<br />
2006. 178 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Laura Angélica Ferreira<br />
RESUMO: Aborda um tipo específico de extrativismo: o extrativismo da castanha-do-Brasil realizado na<br />
Reserva Extrativista do Rio Cajari, no Estado do Amapá (RESEX/CA). O trabalho é uma continuidade de<br />
pesquisas realizadas no ano de 2000, e tem como foco principal compreender a dinâmica dos sistemas de<br />
produção, praticados na RESEX/CA. Neste trabalho, percebemos que as mudanças ocorridas nos sistemas<br />
de produção praticados na RESEX/CA de 2000 para 2005, evidenciam que, além de fatores de ordem<br />
econômica, a permanência das práticas agrícolas com o extrativismo da castanha se rege por outros fatores. A<br />
relação histórica de uso da floresta com o extrativismo e as agriculturas é bem mais complexa, não podendo<br />
ser avaliada apenas do prisma econômico. Os dados demonstram que as unidades de produção extrativistas<br />
são aquelas de menor desempenho econômico, e, apesar disso, não há um movimento das famílias em acabar<br />
com esse sistema. Ao contrário, o tipo extrativista não apenas se manteve, mas aumentou de<br />
representatividade de 2000 para 2005, indicando atratividade deste tipo para as famílias da RESEX/CA.<br />
Entretanto, os sistemas agroextrativistas também cresceram, indicando que algumas famílias procuram<br />
alcançar melhores níveis de qualidade de vida, através da agricultura. Em se tratando de uma unidade de<br />
conservação de uso direto, para esta reserva extrativista deveria ser direcionada ações de apoio aos<br />
castanheiros da RESEX/CA, para que eles pudessem ter melhores condições de vida, sem ter que investir em<br />
outras atividades que não o extrativismo.
54<br />
SOUZA, Ana Paula Santos. O Desenvolvimento socioambiental na Transamazônica: a trajetória de um<br />
discurso a muitas vozes. 2006. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas<br />
Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior<br />
RESUMO: A Transamazônica é uma região de fronteira agrícola planejada pelos governos militares, com a<br />
finalidade de ligar a Amazônia ao restante do país. Com o abandono do projeto de colonização, os migrantes<br />
reagiram e com o apoio da Igreja Católica criaram um movimento social forte. O discurso do<br />
desenvolvimento sustentável, difundido pela ECO92, chega à Transamazônica em 1989, a partir do Encontro<br />
dos povos indígenas do Xingu, em protesto à construção da Hidrelétrica de Belo Monte. O enfoque desse<br />
trabalho é o discurso. Trata-se de uma análise histórico-social do discurso oral e escrito dos agricultores e da<br />
Igreja Católica, sobre o desenvolvimento e o meio ambiente, identificando limites e possibilidades, bem como<br />
as mudanças provocadas por ele no cenário político, social e ambiental da região. Utilizou-se a ferramenta da<br />
Análise do Discurso, a partir da categoria da interdiscursividade, definida por Fairclough (2001) como a<br />
combinação de vários elementos de ordem de discurso em um mesmo discurso. O objetivo dessa categoria é<br />
especificar os tipos de discurso que estão delineados na amostra discursiva sob análise. A área do estudo está<br />
situada na região oeste do Pará com um recorte espacial nos municípios localizados ao longo da BR-230, de<br />
Rurópolis a Pacajá, na BR 163 de Rurópolis a Itaituba e no Médio Xingu, incluindo os Municípios de Vitória<br />
do Xingu, Senador José Porfírio e Porto de Moz. Essa região é também a área prioritária de atuação da<br />
Prelazia do Xingu e do movimento social coordenado pelos agricultores familiares. Quatro assuntos foram<br />
selecionados para a análise: a demarcação da terra indígena Cachoeira Seca, o FNO Especial, a construção de<br />
Belo Monte e o Programa Proambiente. Os resultados mostraram que o discurso socioambiental<br />
internacional influenciou o movimento social dos agricultores da Transamazônica e Xingu. Entretanto, a<br />
criação das RESEX, parques, bem como os debates sobre os impactos ambientais de Belo Monte, a expansão<br />
da soja e outras iniciativas revelaram também que a agricultura familiar diversificada, com acesso às políticas<br />
públicas, tendo sua produção beneficiada e comercializada, é o modelo de desenvolvimento almejado por<br />
esses atores. O Proambiente é um exemplo disso.<br />
2007<br />
55<br />
AMARAL, Waldiléia Rendeiro da Silva. Do jirau ao geral: mulheres no Sindicato de Trabalhadores Rurais<br />
no Estado do Pará, Brasil. 2007. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas<br />
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra<br />
RESUMO: Analisa a presença das mulheres nos sindicatos de trabalhadores rurais no Estado do Pará. Reflete<br />
a história da construção do sindicalismo de trabalhadores rurais na região enfocando a alteração de seu perfil,<br />
ao longo dos últimos trinta anos, com destaque para a participação das mulheres. Baseia-se em documentos<br />
históricos e entrevistas com diferentes atores que ocupam posições no movimento sindical em níveis<br />
nacional, estadual e municipal. No total, foram realizadas quinze entrevistas. A partir das reflexões sobre o<br />
conceito de gênero, fez-se questionamentos aos dados que pudessem esclarecer os debates e opiniões sobre<br />
em que medida a atuação feminina na direção do sindicato tem alterado as práticas sindicais. A pesquisa<br />
aponta para caminhos de reflexão e a necessidade de novos estudos. A intensificação do debate sobre gênero<br />
no movimento sindical e a adoção de instrumentos de estímulo para garantia da participação têm aumentado<br />
o número de mulheres na direção das organizações sindicais de trabalhadores rurais. Este esforço não tem<br />
sido suficiente para que a presença feminina se iguale à masculina, ocupando as mulheres cargos de menor<br />
45
46<br />
relevância nestas organizações. Revelam-se as dificuldades vivenciadas por elas e ocorrência de antigas<br />
práticas de discriminação. Finalmente, apresentam-se novos posicionamentos a serem tratados pela<br />
organização sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais.<br />
56<br />
GOMES, Denyse Maria de Almeida. Cadeia de comercialização de produtos de floresta secundária dos<br />
Municípios de Bragança, Capitão Poço e Garrafão do Norte. 2007. Dissertação (Mestrado) - Programa<br />
de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,<br />
Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: Francisco de Assis Costa
1998<br />
57<br />
CASSEB, Alexandre do Rosário. Diagnóstico da parvovirose canina com destaque para a prova de<br />
hemaglutinação utilizando hemácias de macaco-prego (Cebus apella), macaco verde africano<br />
(Cercopitecus althiops) e suínos (Sus scrofa domestico). 1998. 65 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár<br />
RESUMO: Determina a presença do CPV (Parvovirus canino) em cães pertencentes à cidade de Ananindeua,<br />
Estado do Pará, mediante exame clínico e laboratorial com ênfase para os métodos de hemaglutinação e<br />
inibição, comparando três diferentes tipos de hemáceas. Para tal, estudou 146 amostras fecais de animais<br />
doentes que apresentavam diarréia, independente de sexo, raça e idade, e vinte amostras fecais de animais<br />
sadios (sem diarréia), provenientes de uma clínica veterinária com prontuários médicos. Analisou, também,<br />
por meio de anamnese, exame clínico e parasitológico das fezes para verificação da presença de endoparasitas<br />
intestinais. Para o diagnóstico laboratorial de CPV, utilizou a prova de hemaglutinação e inibição para CPV<br />
com hemáceas de macaco verde africano (Cercopitecus althiops), macaco prego (Cebus apella) e suíno (Sus scrofa<br />
domestico). O soro hiperimune utilizado na prova de inibição da hemaglutinação foi obtido através de<br />
hiperimunização de coelhos com vacinas vivas atenuadas e verificada a presença de anticorpos por meio da<br />
técnica de imunodifusão, e os controles positivos e negativos foram testados em um kit comercialmente<br />
disponível para verificação do CPV nas fezes. Foi diagnosticado CPV em 95 amostras de fezes dos 146<br />
animais doentes, e em nenhum dos 20 animais sadios. A metade destes animais também apresentava parasitas<br />
intestinais e 51 animais doentes foram negativos para CPV. Esses dados comprovam a existência deste vírus<br />
na região como importante causa de diarréia. Este trabalho demonstra pela primeira vez a utilização de<br />
hemáceas de macaco-prego (Cebus apella) para a prova de hemaglutinação, comprovando que o mesmo tem<br />
alta sensibilidade e baixa especificidade, que pode ser corrigida por meio do uso de soro hiperimune na prova<br />
de inibição da hemaglutinação. Esse teste mostrou-se de fácil execução e de baixo custo econômico para e de<br />
uso na rotina laboratorial.<br />
1999<br />
58<br />
BENDAHAN, Amaury Burlamaqui. Avaliação das pastagens em propriedades leiteiras da<br />
microrregião de Castanhal, Estado do Pará. 1999. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
RESUMO: O sistema de produção leiteira da microrregião de Castanhal, no Estado do Pará, é caracterizado<br />
pelo baixo nível tecnológico que resulta em baixa produtividade das vacas. A alimentação do rebanho é<br />
basicamente de pastagens de quicuio (Brachiaria humidicola) (Rendle Schweickerdt) de baixa qualidade.<br />
Objetivou-se analisar o complexo solo-pastagem das propriedades leiteiras dessa microrregião. A pesquisa de<br />
campo se desenvolveu de agosto/1998 a julho/1999 em seis propriedades, mediante duas campanhas de<br />
amostragem, uma no verão (solo e pastagem) e outra no inverno (pastagem). Os piquetes utilizados pelas<br />
vacas em produção foram divididos em três partes, em função do nível relativo de declive-baixo, médio e alto.<br />
Para avaliar a pastagem, utilizaram-se cinco quadrados amostrais de 0,5m 2 , ao acaso, em cada unidade<br />
experimental. As amostras de forragem foram cortadas a 5cm do chão e as de solo (três para cada uma de<br />
forragem) tiradas à profundidade de 0-20cm. As análises laboratoriais da forragem foram feitas na fração<br />
49
50<br />
folha da forragem. A análise estatística foi feita considerando o desenho experimental completamente<br />
casualizado. As variáveis analisadas foram: a) Quantitativas - disponibilidade total de forragem e de folha,<br />
porcentagem de folha e altura da pastagem; b) De cobertura - cobertura da pastagem restrita, cobertura da<br />
juquira restrita, área descoberta restrita, cobertura da pastagem integral, cobertura de juquira integral e área<br />
descoberta integral; c) Qualitativas - proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e<br />
potássio; e d) Edáficas - areia grossa, areia fina, silte, argila total, pH, carbono, matéria orgânica, N, P, Na, Ca,<br />
Ca + Mg, Al +++ e saturação de bases. Os resultados mostraram que os solos, na sua maioria, pertencentes à<br />
unidade Latossolo Amarelo, são de baixa fertilidade. A quantidade total de forragem disponível para os<br />
animais fios pastos foi satisfatória, entretanto, a disponibilidade de folhas (parte mais nutritiva da pastagem)<br />
pode ter limitado a performance animal, assim como os teores de proteína bruta e de fósforo e a<br />
digestibilidade da forragem. A grande diversidade de manejo das pastagens, entre propriedades e ao longo do<br />
ano, impediu de se mostrar claramente o efeito da estação do ano na maioria das características da pastagem.<br />
Apenas os teores de proteína bruta e de potássio da forragem foram, em geral, maiores no inverno. Bastante<br />
suave nas propriedades, o declive não afetou as características da pastagem. A baixa dominância da forrageira<br />
na cobertura do solo pode estar agravando o superpastejo da pastagem.<br />
59<br />
BITTENCOURT, Paulo Celso Santiago. Características das pastagens no sistema de produção leiteira<br />
da agricultura familiar no Município de Uruará, Pará, região da Transamazônica. 1999. 78 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
RESUMO: O sistema de produção leiteira desenvolvido pela agricultura familiar no Município de Uruará, no<br />
Estado do Pará, é caracterizado pelo baixo nível tecnológico resultando em baixos índices de produtividade.<br />
A alimentação do rebanho baseia-se unicamente na pastagem de Marandu (Brachiaria brizantha (Hochst ex. A<br />
Rich) de baixa qualidade. Objetivou-se analisar o complexo solo-pastagem das propriedades leiteiras desse<br />
município. A pesquisa de campo se desenvolveu de agosto de 1998 a julho de 1999, em quatro propriedades,<br />
por meio de duas amostragens, uma no verão (solo e pastagem) e outra no inverno (pastagem). Cada piquete<br />
utilizado pelas vacas em produção foi dividido em três partes, em função do nível relativo de declive-baixo,<br />
médio e alto. Para avaliar a pastagem, utilizaram-se cinco quadrados amostrais de 1,0 m 2 ao acaso, em cada<br />
unidade experimental. As amostras de forragem foram cortadas a 5cm do chão e as de solo (quatro, para cada<br />
uma de forragem) retiradas à profundidade de 0 a 20 cm . As análises laboratoriais da forragem foram feitas<br />
na fração folha. O desenho experimental utilizado foi completamente casualizado. As variáveis analisadas<br />
foram: a) Quantitativas - disponibilidade total de forragem, disponibilidade de folha, porcentagem de folha e<br />
altura da pastagem; b) De cobertura - cobertura da pastagem restrita, cobertura da juquira restrita, área<br />
descoberta restrita, cobertura da pastagem integral, cobertura de juquira integral e área descoberta integral; c)<br />
Qualitativas - proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e potássio; e d) Edáficas -<br />
areia grossa, areia fina, silte, argila total, pH, carbono, matéria orgânica, N, P, K, Na, Ca, Ca + Mg, Al +++ e<br />
saturação de bases. Os resultados mostraram que os solos sob pastagem pertencem, predominantemente, à<br />
unidade Podzólico, sendo de textura argilosa e de baixa fertilidade. A quantidade total de forragem disponível<br />
para os animais nos piquetes foi satisfatória, entretanto, a disponibilidade de folhas (parte mais nutritiva da<br />
pastagem) pode estar limitando a performance animal, assim como os teores de proteína bruta, de fósforo e a<br />
digestibilidade da forragem. A grande diversidade de manejo de pastagem, entre propriedades e ao longo do<br />
ano, impediu de se mostrar claramente o efeito da estação do ano nas características quantitativas e de<br />
cobertura da pastagem. Já as médias de proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e de<br />
potássio da forragem foram maiores no inverno. Mesmo bastante acentuado, o declive não afetou<br />
consistentemente as características da pastagem. De modo geral, o baixo domínio da forrageira sobre o solo é<br />
baixo, podendo implicar em superpastejo na pastagem.
60<br />
COSTA, Palmiro Alvão da. Produção forrageira e valor nutritivo do capim-estrela (Cynodon<br />
nlemfuensis Vanderyst) em três idades de corte, em Belém, Pará. 1999. 33 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: O capim estrela (Cynodon nlemfuensis Vanderyst) foi introduzido na Amazônia na década de 70 e<br />
começou a ser testado em 1976, quando foram feitas restrições em função das altas exigências em fertilidade<br />
dos solos. Este capim está sendo utilizado por produtores da Zona Bragantina em sistema de pastejo rotativo,<br />
que, todavia, dispõem de poucas informações sobre o seu manejo, a produção e o valor nutritivo. Assim, este<br />
trabalho objetiva avaliar a produção forrageira e o valor nutritivo em três idades de corte (21, 42 e 63 dias), a<br />
fim de estabelecer bases para um manejo da pastagem mais equilibrado entre o potencial produtivo e o valor<br />
nutritivo da forrageira. O trabalho realizou-se no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Amazônia<br />
Oriental, em Belém, Pará, no período de junho a julho de 1999, utilizando-se uma área de capim-estrela<br />
estabelecida há dois anos. As variáveis de respostas medidas foram: produção de forragem, relação<br />
folha/colmo, teores de Proteína Bruta (PB), Fbra Bruta (FB) e Extrato Etéreo (EE), Resíduo Mineral Fixo<br />
(RMF), Extrato Não Nitrogenado (ENN), consumo e digestibilidade da Matéria Seca (MS), PB, FB, EE,<br />
Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) e energia digestível. Analisaram-se esses parâmetros em delineamento<br />
experimental inteiramente casualizado, com três idades de corte. Usaram-se sete repetições para produção de<br />
forragem, quatro repetições para composição química da parte aérea e relação folha/colmo e cinco repetições<br />
para consumo e digestibilidade "in vivo" da forragem. Utilizaram-se quinze ovinos deslanados, com idade<br />
média de um ano, com 25 kg de peso vivo. As variáveis de resposta foram correlacionadas entre si. A<br />
produção de Matéria Seca (MS), teores de FB da parte aérea e folha aumentaram, enquanto a percentagem de<br />
folha, relação folha/colmo, os teores de PB da parte aérea, folha e colmo, EE, RMF, consumo e<br />
digestibilidade da MS, PB, EE, ED diminuíram com o aumento da idade de corte. O efeito da idade na<br />
produção de MS, na produção de PB, nos teores de PB e FB da parte aérea e folha, % de folha, consumo de<br />
MS, foram melhor representadas pelas regressões lineares, enquanto a digestibilidade da MS, PB, EE, NDT e<br />
ED, pelas regressões quadráticas. Houve correlação simples (r) significativa (* P
52<br />
em nove, a proporção de soropositividade ultrapassou 80%, então 64,51% (20/31) dos rebanhos<br />
encontraram-se em situação de instabilidade enzoótica. Examinando os resultados, segundo a faixa etária<br />
descobriu-se que a proporção da infecção aumenta com o avançar da idade: 6 a 12 meses de idade: 23,61%; 1<br />
a 2 anos de idade: 31,09%; 2 a 4 anos de idade: 46,96%; e > 4 anos de idade: 59,89%. É acentuado que a<br />
técnica do ELISA Indireto é apta para fazer exames soroepidemiológicos em massa e isso seria muito<br />
importante não somente para o Estado do Pará, mas para todo o país.<br />
62<br />
LIMA, Paulo Roberto Galdino de. Prevalência da leucose enzoótica dos bovinos no Estado do Pará.<br />
1999. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár<br />
RESUMO: Em 31 rebanhos bovinos de 18 municípios localizados nas seis mesorregiões do Estado do Pará,<br />
colheram-se 514 amostras de soro sangüíneo e 118 amostras de leite para mensurar a prevalência da infecção<br />
pelo vírus da LEB. Estas amostras foram examinadas através do método ELISA Indireto. De 514 soros<br />
sangüíneos, aptos para exame, resultaram positivas 364 amostras, o que representa 70,81% de prevalência.<br />
Em todos os 31 rebanhos, exceto um, encontraram-se animais soropositivos. A prevalência de<br />
soropositividade alternou-se entre 5 e 100%. Examinando os resultados, segundo a faixa etária, descobriu-se<br />
que a proporção da infecção aumenta com o avanço da idade, entretanto, não foi encontrada diferença<br />
importante segundo a idade (as amostras foram provenientes de animais entre 3 e 12 anos de idade). As<br />
amostras de leite foram colhidas em 12 rebanhos (dos mesmos animais que foram colhidas as amostras de<br />
sangue). Contudo, 98 animais do total destes rebanhos, as amostras de leite foram colhidas entre um e dois<br />
anos após a coleta das amostras de sangue. Todas as 20 amostras de leite, bem como as 19 de sangue que<br />
foram simultaneamente colhidas, resultaram em positivas. Acredita-se que o exame do leite através do<br />
método ELISA Indireto seja bastante promissor.<br />
63<br />
LOPES, Cristina Ferreira Alves. Avaliação soroepidemiológica da brucelose em animais e humanos<br />
procedentes de alguns municípios do Estado do Pará - Brasil. 1999. 113 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal<br />
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: László Molnár<br />
RESUMO: Coletaram-se amostras de soros de bovinos, bubalinos, ovinos, eqüinos, caninos e humanos em 9<br />
(nove) fazendas do Estado do Pará, com a intenção de verificar e relacionar a ocorrência da brucelose entre<br />
espécies que mantêm contato com rebanhos bovinos infectados. Os soros de bovinos foram examinados pela<br />
prova de ELISA Indireto e os soros das demais espécies por ELISA Competitivo. A ocorrência de<br />
soropositividade nas diferentes espécies foi a seguinte: bovinos 28,76% (559/1943); bubalinos 18,39%<br />
(16/87); eqüinos 27,67% (44/159); ovinos 1,31% (2/152); caninos 9,37% (3/32) e humanos 32% (16/50). A<br />
partir dos resultados, observou-se que nas fazendas onde o rebanho bovino apresentou índices mais altos de<br />
reagentes, as demais espécies, inclusive o homem, também apresentaram positividade elevada, o mesmo<br />
ocorrendo onde a convivência entre as espécies é mais estreita e pode-se concluir que, realmente, as espécies<br />
que convivem com rebanhos bovinos são importantes epidemiologicamente e podem servir de fonte de<br />
infecção, devendo ser levadas em conta quando se pretende erradicar a brucelose.<br />
64<br />
NEGRÃO, Andréa Maria Góes. Diagnóstico da leptospirose bovina em algumas regiões do Estado do<br />
Pará - Brasil. 1999. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár
RESUMO: Fez-se pesquisa sorológica pelo teste de soroaglutinação microscópica, utilizando 27 cepas de<br />
antígenos vivos para encontro de anticorpos leptospíricos em bovinos de matadouro e de fazenda em<br />
algumas regiões do Estado do Pará. Nas amostras do matadouro também foi feita demonstração direta de<br />
leptospiras pelos métodos de impregnação pela prata em amostras de rim, e de coloração de Vágó em<br />
amostras de urina e rim. Estas pesquisas tiveram como objetivos verificar a soroprevalência da leptospirose e<br />
demonstrar a presença de leptospiras em rebanhos escolhidos aleatoriamente em alguns municípios do<br />
Estado do Pará, Brasil. Das 417 amostras analisadas em 23 rebanhos, 275 (65,9%) mostraram-se positivas a<br />
pelo menos um sorovar, e todos os rebanhos foram reagentes, demonstrando reações de no mínimo três e no<br />
máximo 18 sorovares em cada rebanho. A porcentagem de positividade nos rebanhos alternou-se entre 30 a<br />
90%. O sorovar de maior prevalência nas amostras pesquisadas foi hardjo reagindo em 20,1%, seguido de<br />
hebdomadis com 18,2%, djasiman com 14,4%, bratislava com 10,5%, andamana com 7,1%, patoc com 6,9%<br />
e sejroe com 6,7%. Os outros sorovares reagiram em menos de 3% cada um, exceto panama que não reagiu<br />
em nenhuma amostra. Os sorovares mais difundidos nos rebanhos foram hardjo em 82,6% dos rebanhos<br />
pesquisados, bratislava em 78,2%, djasiman em 65,2%, andamana em 56,5%, hebdomadis e sejroe ambos em<br />
43,4%, patoc em 34,7% e castellonis em 30,4%; os outros sorovares reagiram em menos de 30%. O título<br />
máximo pesquisado foi de 1:800, sendo encontrado nos sorovares hardjo, hebdomadis, andamana, castellonis,<br />
pomona e javanica. O título de 400 foi encontrado nos sorovares djasiman, patoc, sejroe e shermani, e de 200<br />
em bratislava, saxcoebing, pyrogenes, tarassovi e australis. Os outros sorovares reagiram com título máximo<br />
de 100. A demonstração direta de leptospiras pelo método de coloração de Vágó em amostras de urina<br />
mostrou 29,9% de positividade, enquanto que em amostras de rim foi de 24,4% de amostras positivas. Por<br />
meio do método de impregnação pela prata em amostras de rim foi possível demonstrar leptospiras em<br />
34,7% das amostras pesquisadas.<br />
2000<br />
65<br />
COSTA, Antônio Messias. Toxoplasmose animal e humana no Parque Zoobotânico do Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, Pará, Brasil. 2000. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em<br />
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: Investigou-se sorologicamente, a prevalência de infecção pelo Toxoplasma gondii em animais cativos<br />
e livres no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém – Pará – Brasil,<br />
utilizando as técnicas de Hemaglutinação Passiva (HAP) e Imunofluorescência Indireta (IFI). De 153 animais<br />
testados, 66 (42%) apresentavam evidência sorológica de toxoplasmose pela IFI e 110 (72%) pelo HAP. A<br />
prevalência mais alta de anticorpos por meio de ambos os testes foi verificada entre primatas não humanos<br />
neotropicais, 100% (7/7). Entre cutias (Dasyprocta sp) encontramos a prevalência de 82% (49/60) pela IFI e<br />
83% (50/60) pela HAP; em antas 50% (2/4) pela IFI e 75% (3/4) pela HAP. Para outros grupos (gatos<br />
invasores, carnívoros silvestres e aves silvestres), obtivemos prevalências entre 44% e 80% pela HAP e baixo<br />
percentual pela IFI. Os Xenarthra apresentaram 30% (3/10) de soropositividade pela IFI e 10% (1/10) pela<br />
HPA. Também foram realizados testes sorológicos em 20 humanos com atividades diretas no Parque. A<br />
soropositividade neste grupo foi de 85% (17/20) pela IFI e 75% (15/20) pela HAP. Os mais altos títulos<br />
obtidos ocorreram entre os tratadores da área de felídeos e varredores do Parque, que também foram<br />
positivos pelos testes HAP e ELISA. Na mesma área de estudo, ocorreram dois surtos de toxoplasmose<br />
aguda, diagnosticados em dois grupos de primatas amazônicos: 6 cuxiús (Chiropotes s. chiropotes) e 3 macacosbarrigudos<br />
(Lagothrix lagotricha). O primeiro grupo manifestou sinais clínicos de febre, convulsão e<br />
incoordenação motora, evidenciando à necrópsia um quadro anatomopatológico de hemorragia generalizada,<br />
muito similar a quadros patológicos de intoxicação por rodenticidas, com muito sangue em órgãos e<br />
cavidades. No segundo grupo, observaram-se sinais clínicos de letargia e insuficiência respiratória. As<br />
alterações macro e microscópicas (pneumonia fibrinosa, inflamação, granuloma e focos necróticos em<br />
53
54<br />
diferentes órgãos, enterite com úlcera) são achados característicos da toxoplasmose descrita em espécies<br />
silvestres e domésticas. Em todos os tecidos foram encontrados cistos toxoplasmáticos pelos métodos de<br />
PAS e Giemsa. A provável fonte de contaminação foram gatos invasores presentes em grande número no<br />
Parque Zoobotânico. Neste estudo foi observado que o teste de hemaglutinação passiva se mostrou melhor<br />
para detecção de anticorpos anti-T. gondii na maioria das espécies estudadas, e que os animais livres no Parque<br />
Zoobotânico são importantes indicadores do grau de contaminação ambiental, e dos primatas, o gênero Ateles<br />
parece ter uma resistência específica ao T. gondii.<br />
66<br />
NAHÚM, Benjamim de Souza. Avaliação da água de coco (Cocus nucifera) como diluidor para a<br />
congelação do sêmen de bubalino. 2000. 52 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2000.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Avalia a eficácia do diluente à base de água de coco (CEBRAN-I) na congelação do sêmen<br />
bubalino. Utilizou três machos das raças Murrah e Mediterrâneo, com idades entre 2-4 anos, em atividade<br />
sexual, e submetidos a regime de semi-estabulação. De cada reprodutor foram colhidos 20 ejaculados pelo<br />
método de vagina artificial (42 à 46º C), após a colheita, cada amostra foi imediatamente colocada em banho<br />
maria a 35ºC e submetida às análises qualitativas e quantitativas, sendo fracionadas em duas alíquotas iguais e<br />
diluídas no meio CEBRAN-I (osmolaridade 300 mOs/Kg e pH 7,0) e no diluidor TES. A diluição foi feita<br />
em duas etapas, pelo método de glicerolização lenta, com posterior congelação. Após descongelação, foram<br />
avaliadas quanto à motilidade, do vigor, à integridade acrossomal, à patologias espermáticas e ao percentual de<br />
vivos e mortos, além de teste de termo resistência lenta. Os touros diferiram estatisticamente na concentração<br />
(p=0,027), turbilhonamento (p=0,005), percentual de espermatozóides normais (p=0,002)< patologias de<br />
cabeça (p=0,024), cauda (p=0,000) e gota (p=0,025). Na pós-descongelação, o diluente CEBRAN-I foi<br />
inferior significativamente ao diluidor TES nas características de motilidade, percentual de vivos, número de<br />
espermatozóides normais, defeito de cauda e acrossoma, entretanto, no vigor, o CEBRAN-I apresentou uma<br />
diferença significativa superior ao TES. No teste de termo resistência, a diminuição da motilidade e vigor<br />
foram mais rápidas no diluente CEBRAN-I em relação ao TES, atingindo após 3 h de TTR um percentual de<br />
10,92 ±13.98 quando comparado ao percentual de 16,58 ± 17,84, no diluente TES. O diluidor CEBRAN-I<br />
apresentou condições satisfatórias para a manutenção da viabilidade espermática do sêmen de bubalino das<br />
diferentes etapas da criopreservação.<br />
67<br />
SILVA, Débora Soraya Martins da. Banco de sementes de plantas invasoras em solo de pastagens de<br />
Braquiarão (Brachiaria brizantha) e quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) com diferentes<br />
idades. 2000. 55 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do<br />
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agorpecuária, Belém, 2000.<br />
Orientador: Moacyr B. Dias Filho<br />
RESUMO: O banco de sementes de plantas invasoras em pastagens cultivadas representa um dos maiores<br />
problemas no controle destas plantas. O estudo do banco de sementes do solo foi feito em uma pastagem de<br />
Brachiaria brizantha de quatro anos de idade, e em pastagens de Brachiaria humidicola de quatro, 15 e 20 anos de<br />
idade. As pastagens estavam localizadas nos Municípios de Castanhal e Igarapé-Açu, Zona Bragantina, onde é<br />
comum encontrar-se pastagens com considerável grau de infestação por plantas invasoras. Objetivou-se<br />
avaliar a influência da espécie forrageira e da idade da pastagem no tamanho e composição do banco de<br />
sementes do solo de plantas invasoras do solo. A coleta de solo foi feita em março de 1999, utilizando-se um<br />
trado de 4 cm de diâmetro. Cada pastagem foi dividida em cinco partes, sendo que de cada parte foram<br />
retiradas 10 subamostras até a profundidade de 10 cm e, cada parte constitui uma amostra composta. Para a<br />
análise das amostras, o material coletado de cada amostra composta foi homogeneizado, identificado,<br />
distribuído em bandeja de plástico e levado para germinar em casa de vegetação. O resultado da análise do
tamanho do banco de sementes do solo mostrou que houve diferença altamente significativa (P < 0,01)<br />
dentre algumas das pastagens. O banco de sementes do solo da pastagem de E. brizantha de quatro anos de<br />
idade (930 sementes/m 2 ) foi em torno de 10 vezes menor que o da pastagem de E. humidicola de mesma idade<br />
(9.486 sementes/m 2 ). Com relação ao efeito da idade da pastagem, dentre pastagens de E. humidicola, o banco<br />
de sementes do solo foi menor na pastagem de 20 anos de idade (1.247 sementes/m 2 ), não tendo sido<br />
detectada diferença significativa dentre as pastagens de 15 (11.602 sementes/m 2 ) e quatro (9.486<br />
sementes/m 2 ) anos de idade. Em todas as pastagens estudadas foram identificadas 31 espécies, pertencentes a<br />
15 famílias, representando 23 gêneros. As espécies mais freqüentes foram: Cyperns diffusus, Hyptis atrornbens,<br />
Eorreria verticillata, Urera caracasana, Oldenlandia lancifolia e Eorreria latifolia, com, respectivamente, 52, 27, 17, 15 e<br />
12 indivíduos. Dentre as famílias encontradas, Cyperaceae destacou-se com apenas uma espécie representante,<br />
apresentando alta abundância no banco de sementes do solo de todas as pastagens estudadas.<br />
2001<br />
68<br />
BARROS, Andréa Vieira Lourenço de. Influência de elementos climáticos sobre algumas<br />
características da produção de leite de búfalas na Amazônia. 2001. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do Pará,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
RESUMO: Estuda as características da produção de leite em búfalas e suas interações com elementos<br />
climáticos, visando otimizar ações de manejo e aumentar a produtividade animal, utilizando-se dados de 23<br />
anos (1967-1988) do Campo Experimental "Dr. Felisberto Camargo" (01°28'S e 48°27'W), Embrapa<br />
Amazônia Oriental, em Belém, PA, clima tropical chuvoso. A criação foi o pasto com cobrição a campo e<br />
duas ordenhas diárias. Os dados produtivos analisados foram: Produção Total de Leite (PRL), Produção de<br />
Leite por Dia de Intervalo de Parto (PLIDP), Extensão de Lactação (EL), Produção de Gordura no Leite<br />
(PRG) e Porcentual de Gordura no Leite (G); e os climáticos foram: Temperatura Média (T), Umidade<br />
Relativa do Ar (UR), Precipitação Pluviométrica (PP) e Radiação Solar Global (RSG), considerando-se Grau<br />
de Sangue (GSF) e Peso da Fêmea (PF), Estação do Nascimento das Fêmeas (EN) e Estação do Parto (EP).<br />
A análise estatística e correlações foram desenvolvidas pelo GLM - General Linear Models (SAS< 1999). A<br />
PRL foi influenciada pelo GSF, PF, PP e RSG, e associada negativamente com T e positivamente com UR,<br />
PP e RSG. A PLIDP foi afetada pelo GSF, PF, T, UR e PP, com correlações positiva com a UR e negativa<br />
com a T, PP e RSG. A EL teve influência do GSF, PF, T, UR, PP e RSG, e correlações negativas com a T e<br />
positivas com a UR, PP e RSG. A PRG foi influenciada pelo GSF, EP, PF, EL, PRL, T, UR e PP. A G sofreu<br />
influência do GSF, EL, PRL, T UR e PP. A PR G e G estiveram correlacionadas negativamente com a T e<br />
positivamente com UR, PP e RSG. Nas condições estudadas, o comportamento produtivo das búfalas<br />
lactantes é considerado satisfatório, indicando terem recebido boas práticas de manejo e alimentação.<br />
69<br />
DANTAS, Jamile Andréa da Silva. Influência de variáveis climáticas na fertilidade de búfalas Murrah e<br />
Mediterrâneo na Amazônia Oriental. 2001. 56 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
RESUMO: Analisa dados reprodutivos de fêmeas bubalinas das raças Murrah e Mediterrâneo, obtidos na<br />
Embrapa Amazônia Oriental, de 1991 a 1998, em Belém, Pará. Utilizou, inicialmente, 60 búfalas que<br />
permaneceram em pastagens cultivadas, em sistema de pastejo intensivo e eram inseminadas artificialmente<br />
com sêmen importado da Bulgária e Itália, ou submetidas à monta natural, caso não houvesse concepção em<br />
55
56<br />
duas inseminações seguidas. Utilizou dados de umidade relativa do ar, precipitação pluvial, temperaturas<br />
mínima, média e máxima, radiação solar global e de concepção. A análise estatística foi feita por meio do<br />
Programa SAS. A concepção de búfalas Murrah e Mediterrâneo, nas condições de clima tropical quente e<br />
úmido da Amazônia Oriental, está associada às variáveis climáticas. Nas fêmeas inseminadas artificialmente, a<br />
concepção esteve mais associada à precipitação pluvial, umidade relativa do ar, temperaturas mínima, média e<br />
máxima e radiação solar global, do que nas submetidas à monta natural, principalmente no período mais<br />
chuvoso do ano. As búfalas Murrah submetidas à monta natural parecem sentir mais os efeitos de estresse<br />
provocado pelas elevadas temperaturas do clima tropical quente e úmido do que as Mediterrâneo. As<br />
concepções de ambas as raças foram distribuídas uniformemente durante os meses do ano nos animais em<br />
monta natural, enquanto que apenas na raça Murrah, com inseminação artificial, houve concentração de<br />
concepções no período de maio a outubro.<br />
70<br />
IMBIRIBA, Emir Palmeira. Crescimento e produção de pirarucu, Arapaima gigas, sob diferentes<br />
densidades de estocagem em associação com búfalas leiteiras. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do<br />
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
RESUMO: Avalia quatro densidades de estocagem de pirarucu (Arapaima gigas) e identifica a que proporcione<br />
melhor desempenho produtivo em ganho de peso e comprimento, para viabilizar o seu cultivo intensivo, foi<br />
realizada uma pesquisa, durante 360 dias, utilizando as densidades de cinco, dez, quinze e 20 peixes por 100<br />
m 2 de viveiro, fornecendo-se tilápias vivas como alimento, capturadas em açude de manejo de búfalas<br />
leiteiras, equivalente a 6% do peso vivo dos peixes, durante quatro dias por semana. Os animais foram<br />
agrupados aleatoriamente em quatro tratamentos e duas repetições. Os dados foram analisados com base na<br />
aplicação do modelo exponencial de crescimento, tendo sido obtidas as expressões matemáticas para cada<br />
densidade de estocagem. Foram feitas análises de regressão linear simples. O crescimento em peso e<br />
comprimento do pirarucu varia de acordo com a sua taxa de estocagem, entretanto, até os 120 dias de cultivo,<br />
não houve diferença em peso nas quatro densidades estudadas. Os valores do coeficiente angular da relação<br />
peso/comprimento do pirarucu demonstram que o seu crescimento é do tipo alométrico. O comprimento<br />
total máximo foi de 107,66 cm e peso total máximo de 13,43 kg, na densidade de cinco peixes/100 m 2 .<br />
Entretanto, a maior biomassa, de 85,69kg 100m 2 , foi observada na densidade de dez peixes/100 m 2 , o que a<br />
indica como sendo a mais adequada para utilização em cultivo intensivo. O excelente desenvolvimento<br />
ponderal do pirarucu indica o potencial de cultivo dessa espécie, em sistema intensivo de criação associada<br />
com búfalas leiteiras.<br />
71<br />
PÉREZ RONDÓN, Gabriela del Mar. Utilização da ultra-sonografia na avaliação da gestação em<br />
bubalinos. 2001. 74 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Dezessete búfalas gestantes foram examinadas, através de ultra-som, nas freqüências 7,5 e 5MHz,<br />
desde o 15º dia após a IA até o 60º dia, a cada três dias, com a finalidade de acompanhar os aspectos ultrasonográficos<br />
relativos à gestação e ao crescimento embrionário e fetal e às perdas gestacionais. A vesícula<br />
embrionária foi visualizada em média aos 17,82 ± 1,98 dia, após a inseminação artificial e o embrião aos 22,50<br />
± 1,73 dia, com uma média de crescimento diário de 1,10 ± 0,42mm por dia. A visualização das estruturas<br />
anatômicas no embrião e membranas anexas deu-se na seguinte ordem cronológica, após a IA: batimento<br />
cardíaco e alantóide, 28,00 ± 3,14 dias e 29,75 ± 3,08 dias, respectivamente. Membros anteriores, região ótica,<br />
âmnio e espinha dorsal 37,50 ± 3,00 dias, 39,00 ± 3,46 dias, 39,75 ± 2,87 dias e 40,50 ± 3,00 dias,<br />
respectivamente. Já os membros posteriores foram visualizados 42,75 ± 3,77 dias; os placentomas 45,75 ±<br />
9,91 dias; fenda do casco 51,00 ± 4,90 dias; costelas 61,50 ± 5,20 dias e vértebras 63,00 ± 4,24 dias. A<br />
sexagem fetal foi possível a partir do 54º dia, em média 58,50 ± 3,00 dias da gestação. A perda embrionária
foi elevada (76,47%), apresentando um índice elevado de reabsorção fetal com a presença de piometra. A<br />
ultra-sonografia, em tempo real, modo B, demonstrou ser uma ferramenta de grande utilidade na avaliação<br />
reprodutiva normal e patológica, em búfalas, quando criadas extensivamente.<br />
2002<br />
72<br />
BARBOSA, Adriana Carla Magno. Avaliação de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em<br />
sistema de pastejo rotacionado, no Município de Castanhal – Pará. 2002. 53 f. Dissertação. (Mestrado)<br />
- Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: A pastagem de capim braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu) foi submetida ao sistema de<br />
pastejo rotativo, no Município de Castanhal, PA, no período de 03/08/1999 a 13/08/2000. Foram realizados<br />
10 ciclos de pastejos de 36,8 dias (6,1 dias de ocupação de 30,7 dias de descanso), utilizando-se taxa de<br />
lotação média de 2,06 UA/ha. As variáveis de respostas constaram da disponibilidade de forragem total (DT)<br />
fracionada em folha (DF), colmo (DC) e material morto (DMM) e teores de proteína bruta (PB) e<br />
digestibilidade "in vitro" da matéria seca (DIVMS) da folha da gramínea. Houve diferenças significativas<br />
(P
58<br />
P>0,05) entre as taxas de prenhez dos grupos GI, GII e GIII. Observou-se influência significativa (X²=5,83 e<br />
P0,05),<br />
respectivamente, dos animais inseminados. Os custos do Protocolo "Ovsynch" utilizando nas 59 búfalas (GI +<br />
GII) e inseminador foi de R$34,69 por búfala e R$93,03 por prenhez. Para o GIII foi de R$ 50,00 por búfala<br />
e R$ 136,36 por prenhez. Os resultados demonstram que a eficiência do uso do Protocolo "Ovsynch" não foi<br />
satisfatório, no aumento da taxa de prenhez em búfalas com ECC < 2,5. Entretanto o protocolo mostrou-se,<br />
como uma ferramenta, viável na indução e sincronização do cio em bubalinos criados num sistema de manejo<br />
extensivo em área de várzea.<br />
74<br />
CAVALCANTE, Gustavo Góes. Prevalência e diagnóstico da Trypanosoma vivax em bovinos no<br />
Estado do Pará. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro<br />
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Imke Bárbara Pfeifer Barbosa<br />
Co-orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias<br />
RESUMO: Caracteriza o T. vivax diagnosticado no Estado do Pará. O resultado da biometria revelou que a<br />
cepa atual de T. vivax do Estado mostrou-se semelhante estruturalmente a outros isolados, com cinetoplasto<br />
subterminal, membrana ondulante pouco proeminente e núcleo central, entretanto apresentando valores<br />
biométricos médios diferentes, principalmente no comprimento total (24,05 um) e flagelo livre (7,52 um).<br />
Apesar da diferença significativa (p
características físicas do sêmen dos touros foram avaliadas no estado fresco, diluído e descongelado. Foi<br />
observada a média do volume (ml), concentração (x10(6)/ml) e motilidade (%) enquanto a avaliação para<br />
turbilhonamento (0-5) e vigor (1-5) foi usada a moda. Assim, o sêmen fresco dos búfalos apresentou 3,00 ml<br />
(± 1,53) para volume, 1046,56 x 10(6)/ml (±516,98) para concentração, 72,73 % (±9,88) para motilidade, 3<br />
para turbilhonamento e 3 para vigor, enquanto àquele dos taurinos obtiveram valores de 6,55 ml(±3,05),<br />
1027,58 x 10(6)/ml (±408,97), 66,55% (±11,28), 3, 3 , para as mesmas características, respectivamente. Os<br />
zebuínos que tiveram sêmen colhido com vagina artificial tiveram valores de 4,82 ml (±2,23), 930,61 x<br />
10(6)/ml (±470,04), 65,51 % (±12,35), 3, 3, e os bebuínos cujo sêmen foi colhido com eletro-ejaculador<br />
obtiveram valores de 10,95 ml (±3,46), 406,19 x 10(6)/ml(±314,93), 64,32 % (±12,39), 1, 3, para volume,<br />
concentração, motilidade, turbilhonamento e vigor, respectivamente. O sêmen descongelado dos bubalinos<br />
obteve 52,60 % (±10,21) para motilidade e 3 para vigor, e o dos taurinos obteve 51,96 % (±9,93) para<br />
motilidade e 3 para vigor. Os zebuínos que tiveram o sêmen colhido com vagina artificial tiveram valores de<br />
49,11 % (± 9,95) e 3, enquanto que os zebuínos cujo sêmen foi colhido com eletro-ejaculador foi de 44,80<br />
%(± 9,99) e 3, para motilidade e vigor, respectivamente. As anormalidades espermáticas, mensuradas em<br />
percentagem e classificadas em defeitos maiores e menores, em bubalinos foram de 12,40 % (± 6,42) e 6,59<br />
% (±4,63), respectivamente, em taurinos foram de 24,82 % (± 7,74) para os defeitos maiores e 18,06 %<br />
(±6,28) para defeitos menores. Nos zebuínos que tiveram o sêmen colhido com vagina artificial, foram de<br />
15,17 % (±8,43) e 7,46 % (±6,29), para defeitos maiores e menores, enquanto que para os zebuínos cujo<br />
sêmen foi colhido com eletro-ejaculador foi de 26,76 % (±12,39) e 17,32 % (±8,28), em respectivo.<br />
76<br />
DANTAS, Jedna Kato. Desenvolvimento de embriões bubalinos (Bubalus bubalis) cultivados in vitro<br />
em diferentes meios. 2002. 71 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Este trabalho teve como objetivos: (1) determinar o melhor meio de cultivo para o embrião<br />
bubalino associado às células epiteliais do oviduto em suspensão ou células da granulosa folicular, visando ao<br />
desenvolvimento até o estágio de blastocisto; (2) coletar dados referentes à biometria ovariana; (3) analisar as<br />
taxas de recuperação ovocitária, MIV e FIV. Ovários bubalinos foram coletados em abatedouro e<br />
transportados até o laboratório para biometria, os folículos foram obtidos com seringa (20 ml) e agulha (40 x<br />
12), os ovócitos foram levados ao fluxo laminar para seleção e lavagem antes da MIV, onde permaneciam por<br />
24 horas. As células epiteliais do oviducto foram coletas por raspagem, lavadas e cultivadas em meio de tuba<br />
por 24 horas, até a colocação nas gotas de cultivo (B2, TCM199, CR2). As células da granulosa foram obtidas<br />
por aspiração de 4-6 folículos maduros sendo lavadas e depositadas nas gotas de cultivo embrionário<br />
(TCM199, CR2). O sêmen congelado foi separado por centrifugação durante 25 minutos em coluna de<br />
gradiente de Percoll (45 e 90%) e lavado três vezes em meio TALP-Stock por 10 minutos, a 200 G. A<br />
concentração espermática foi ajustada para 106 sptzlml e incubados para capacitação em meio de FIV por 2<br />
horas; quando eram adicionados os ovócitos já maduros. Após 18 a 24 horas, os zigotos foram pipetados para<br />
desnudamento e divididos nos grupos experimentais: G1 -B2+ 0vid.; G2 - TCM199+0vid.; G3 - CR2+0vid.;<br />
G4 - B199+Gran.; G5 -CR2+Gran. A clivagem era analisada após 72 horas de cultivo, com a primeira<br />
renovação do meio (feeding), e novas análises a cada 48 horas, junto com os feedings. Os resultados quanto à<br />
biometria ovariana foram 2,53+ou 0,33 de comprimento; 1,52+ou-0,32 de largura; 1,32 +ou- 0,29 cm de<br />
espessura e 3,70+ou- 1,09 g de peso. As médias do número de folículos, ovócitos recuperados e ovócitos<br />
viáveis por ovário foram respectivamente 4,62+ou-1,41; 2,89+ou-1,06 e 1,52+ou-0,69. As taxas de MIV e<br />
FIV foram de 91 e 67%, respectivamente. As taxas de divagem em G1 a G5 foram de 34,41; 28,52; 51,61;<br />
27,92 e 35,66 % (p>0,05) e de mórula / blastocisto foram de 12,95a,c; 6,16a; 23,49c; 18,02a,b e 18,88b%,<br />
respectivamente (p
60<br />
77<br />
FREITAS, Cristóvão Morelly Kaneyoshi Hashiguti de. Estudo da produção leiteira do Município de<br />
Uruará e da microrregião de Castanhal através da análise da cadeia produtiva. 2002. 111 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
RESUMO: Estuda as cadeias produtivas do leite, em dois locais distintos, no Estado do Pará: o Município de<br />
Uruará, região de fronteira agrícola, e a microrregião de Castanhal, cuja bacia leiteira é considerada já<br />
estabelecida. O estudo foi feito sob a ótica dos fluxos econômicos das cadeias, a influência social exercida<br />
sobre os atores e os contrastes que permeiam as limitações de desenvolvimento da atividade leiteira. Para<br />
subsidiar o estudo foram aplicados questionários e realizadas análises de qualidade do leite. No Município de<br />
Uruará, foram estudadas 25 propriedades e na microrregião de Castanhal 40, às quais foram aplicados os<br />
questionários, realizada entrevista e feita visita as áreas de produção. Para a realização das análises de<br />
qualidade do leite, foram coletadas 175 amostras de leite dos produtores do Município de Uruará e 95 dos<br />
produtores da microrregião de Castanhal. O estudo demonstrou que os dois locais estudados possuem<br />
características naturais e socioeconômicas que proporcionam limitações contrastantes aos respectivos<br />
sistemas de produção, ali trabalhados. Entre as características naturais, está a localização geográfica, e entre as<br />
socioeconômicas, a condição de infra-estrutura. Conclusivamente, os dois locais apresentam sistemas-ator<br />
com características próprias e contrastantes, observadas na utilização da mão-de-obra familiar e notadamente<br />
em relação ao fluxo sistêmico das cadeias, no qual o preço de comercialização do leite é melhor no Município<br />
de Uruará e o acesso a mercados, mais favorável à microrregião de Castanhal. No entanto, sob o aspecto da<br />
organização, se encontram niveladas, não apresentadas estruturas organizadas. Características e situações estas<br />
que limitam o desenvolvimento da atividade leiteira e da condição socioeconômica dos atores envolvidos.<br />
Isso permitiu elencar uma série de recomendações para a melhoria da cadeia leiteira.<br />
78<br />
MANESCHY, Rosana Quaresma. Perfil da nutrição mineral dos rebanhos leiteiros, na microrregião de<br />
Castanhal e no Município de Uruará, Estado do Pará. 63 f. 2002. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso<br />
RESUMO: Determina os principais problemas da nutrição mineral nos sistemas de produção leiteira de<br />
pequenas e médias propriedades na microrregião de Castanhal e no Município de Uruará, Estado do Pará.<br />
Dos dados obtidos pelo questionário/entrevista, foram extraídas 22 variáveis consideradas importantes que<br />
foram classificadas em quatro grupos principais. Utilizou-se a estatística descritiva, aplicando-se o teste de<br />
Qui-quadrado em nível de 5% de probabilidade para determinação das diferenças testadas.<br />
79<br />
OLIVEIRA, Carlos Magno Chaves. Estudo de alguns parâmetros do perfil metabólico de búfalas<br />
(Bubalus bubalis) leiteiras nos períodos pré e pós-parto, criadas em sistema extensivo de pastejo.<br />
2002. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto<br />
RESUMO: Estuda alguns parâmetros do perfil metabólico de búfalas (Bubalus bubalis) leiteiras nos períodos<br />
pré e pós-parto criadas em sistema extensivo de partejo, com o objetivo de avaliar a influência da gestação e<br />
da lactação sobre os valores da glicose sangüínea, proteína plasmática total, hematócrito e presença de corpos<br />
cetônicos na urina. Realizou O experimento foi realizado em uma fazenda localizada no Município de Ipixuna<br />
do Pará (Latitude 4º22'Sul; Longitude 44º34'Oeste), Brasil. Foram utilizadas oito vacas búfalas leiteiras da raça
Murrah clinicamente sadias com no mínimo duas lactações e idades que variavam entre 5 e 10 anos, utilizadas<br />
por um período de 60 dias antes o pós-parto. Durante todo o período experimental os animais foram<br />
alimentados com pastagem de Brachiaria brizantha, sal mineral e água ad libitum. Os valores médios da glicose<br />
sangüínea e do hematócrito diminuíram significativamente no pós-parto (p0,05) foi observada nas taxas de<br />
clivagem entre os grupos G1, G2, G4 e G5 (53,49%, 56,27%, 51,68%, 57,61 %), bem como em relação aos<br />
padrões de blastocistos (29,26%, 31,22%' 28, 72%, 31,28%). Entretanto, índices significativamente inferiores<br />
(P
62<br />
período menos chuvoso (julho a dezembro). As variações de temperatura foram de 26 a 30 °C. A salinidade<br />
oscilou entre 0 e 28 %, porém o valor médio classifica o ambiente como oligoalino. A espécie esteve presente<br />
em todas as amostragens, porém foi mais abundante no período chuvoso. Capturou-se machos e fêmeas em<br />
todas as amostragens, contudo os machos foram mais abundantes apresentando uma proporção de 2,5: 1. As<br />
fêmeas ovígeras foram mais representativas no período chuvoso. A espécie apresenta reprodução contínua<br />
com períodos mais intensos nos meses de fevereiro, maio e junho, no período chuvoso, e setembro, no<br />
período menos chuvoso. Os machos apresentaram comprimentos superiores aos das fêmeas. O menor<br />
indivíduo capturado mediu 1,7 cm e o maior 14,4 cm. A menor fêmea ovígera coletada mediu 3,5 cm e a<br />
maior 11,6 cm. O surgimento de cortes foi observado nos meses de fevereiro, abril e maio, no período<br />
chuvoso, e julho, agosto e setembro, no período menos chuvoso, caracterizando a ocorrência de desova e<br />
recrutamento. A relação peso total / comprimento total apresentou dimorfismo sexual em todos os anos.<br />
Para o primeiro ano obteve-se as seguintes relações: machos- WT = 0,0104 LT 2,8208 e fêmeas- WT =<br />
0,0068 LT 3,0619 ; para o segundo: machos- WT = 0,0098 LT 2,8766 e fêmeas- WT = 0,0061 LT 3,1494 ; e<br />
para o terceiro: machos- WT = 0,0072 L T 2,9224 e fêmeas- WT = 0,0072 L T 2.9726 . A espécie possui<br />
crescimento alométrico. O abdome é o maior segmento do corpo, representando cerca de 56 % do<br />
comprimento total. O comprimento do cefalotórax apresentou pouca diferença entre os sexos. As fêmeas<br />
apresentaram o abdome um pouco mais pesado do que os machos. O peso do abdome pode ser expresso<br />
pelas equações WAB = 0,5397 WT (machos) e WAB = 0,5619 (fêmeas). Nos machos o cefalotórax é mais<br />
pesado do que nas fêmeas, podendo ser expressos, respectivamente por WCT = 0,4503 WT e WCT=0,4381<br />
WT.<br />
82<br />
SILVA, René Ribeiro da. Ocorrência de bubalinos soroagentes para o vírus da DiarréiaViral Bovina<br />
(BVDV) procedentes de diferentes municípios do Estado do Pará. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2002.<br />
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias<br />
RESUMO: A Diarréia Viral Bovina (Bovine Virus Diarrhea, BVD) é uma enfermidade infecto contagiosa dos<br />
bovídeos e seus parentes, produzida por um vírus do gênero Pestivírus pertencente a família Flaviviridae. A<br />
infecção por este vírus assume papel importante, pois pode provocar manifestações clínicas que vão desde<br />
infecções agudas até alterações reprodutivas, incluindo infecções pré-natais capazes de levar ao quadro<br />
denominado "Doença das Mucosas". Desta forma, objetivou-se nesta pesquisa realizar uma investigação<br />
sorológica inicial sobre a ocorrência da infecção pelo vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) em bubalinos de<br />
diferentes municípios do Estado do Pará, demonstrando anticorpos contra esse vírus, através do Teste de<br />
ELISA Indireto. Para tanto, foram colhidos 805 soros sanguíneos de bubalinos com idade superior a doze<br />
meses, originados de 44 rebanhos, três mesorregiões e treze municípios. Do total de amostras colhidas,<br />
verificou-se que 14,04% (113/805) foram positivas para anticorpos anti-BVDV, sendo que 54,45% (24/44)<br />
dos rebanhos apresentavam pelo menos um animal com presença de anticorpos. Nas três mesorregiões e em<br />
76,9% dos municípios examinados foram detectados anticorpos contra o vírus. Portanto, a circulação do<br />
BVDV ocorreu nos rebanhos bubalinos de onze municípios examinados e o ELISA Indireto utilizado neste<br />
estudo constituiu-se em uma alternativa de diagnóstico sorológico viável.<br />
83<br />
SILVA SOBRINHA, Márcia Costa. Ocorrência de Trypanosoma spp. em bovinos e bubalinos no<br />
Estado do Pará e estudo comparativo dos métodos de diagnóstico de Trypanosoma evansi. 2002. 89<br />
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Imke Bárbara Pfeifer Barbosa<br />
RESUMO: Para esclarecer alguns aspectos epidemiológicos do Trypanosoma vívax na Região Norte, realizou-se<br />
estudo com 1.465 amostras de sangue de bovinos e bubalinos, coletadas em matadouros e fazendas para
pesquisa do parasito e sua ocorrência em alguns municípios do Estado do Pará, e para comparação de alguns<br />
exames parasitológicos. Em uma primeira triagem, analisou-se as amostras pelas técnicas de Centrifugação em<br />
Microhematócrito (H.C.T.) e de Centrifugação da Camada Leucocitária (B.C.T.), em que as positivas eram<br />
congeladas, inoculadas em camundongos e confeccionados esfregaços sanguíneos finos. Nesse primeiro<br />
exame, foram observadas as características do parasito no sangue, tamanho e movimento, que serviram para<br />
classifica-I os como Trypanosoma theíleri e T. vivax, respectivamente. Através do H.C.T. e do B.C.T. o T. vívax,<br />
diagnosticou-se o parasito em 1,39% e em 1,0% no sangue dos bovinos, respectivamente. Nos bubalinos,<br />
todas as amostras foram negativas para T. vivax. A ocorrência de T. vivax se restringiu à região nordeste do<br />
Estado. Todas as amostras positivas eram procedentes de bovinos Nelore. Ocasionalmente, T. theileri foi<br />
registrado em bovinos e bubalinos. Nos animais positivos para T. vivax, as médias do hematócrito e escore<br />
corporal ficaram dentro da normalidade. Das 56 amostras inoculadas em camundongos, duas induziram uma<br />
parasitemia curta e atípica, o que excluiu a possibilidade de ser T. evansi. Nos esfregaços sanguíneos, o parasito<br />
apresentou um comprimento total de 26,1 um, em média, com extremidade posterior afinada, cinetoplasto<br />
terminal e membrana ondulatória estreita. O segundo passo do estudo foi a inoculação de amostras positivas<br />
em ovinos com fins de produzir parasitemias, para comparar a eficiência de quatro exames parasitológicos e<br />
estudar o quadro clínico da doença. Dois ovinos infectados experimentalmente com amostras frescas de T.<br />
vivax desenvolveram a doença de forma subclínica. O diagnóstico foi confirmado pela presença do parasito<br />
no sangue, através do H.C.T. e da Reação de Polimerase em Cadeia (PCR), pelo aumento de temperatura e<br />
que baixa do volume globular. À cadeia de diluições, coletou-se sangue no pico da parasitemia nos ovinos. As<br />
técnicas testadas quanto à sensibilidade foram H.C.T., B.C.T., Técnica de Concentração de Mini Troca de<br />
Anion (m-A.E.C.T.) e gota fresca. O H.C.T. foi a mais sensível, diagnosticando parasitemias baixas de até 100<br />
tripanossomas/ml. O H.C.T. mostrou-se o teste parasitológico mais indicado para o diagnóstico de T. vivax,<br />
por ser mais sensível, prático e econômico. A cepa do T. vivax, presente na região estudada aparentemente é<br />
pouco patogênica, mas outros estudos epidemiológicos com testes mais sensíveis precisam ser realizados para<br />
reavaliar a prevalência do parasito nos bovinos e bubalinos.<br />
84<br />
SOUZA, Rosália Furtado Cutrim. Dinâmica populacional do pargo Lutjanus purpureus Poye, 1875<br />
(Pisces: Lutjanidae) na plataforma norte do Brasil. 2002. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza<br />
Co-orientador: Carlos Tassito Corrêa Ivo<br />
RESUMO: O crescimento, a mortalidade, a biometria e a reprodução do pargo Lutjanus purpureus foram<br />
estudadas a partir de amostras obtidas nos desembarques da frota comercial capturadas com pargueira na<br />
costa norte do Brasil no âmbito do "Programa REVIZEE" e do "Projeto Biologia e Pesca do Pargo no Norte<br />
do Brasil" do CEPNOR/IBAMA. Dados de comprimentos total e zoológico de aproximadamente 500<br />
indivíduos foram coletados aleatoriamente e mensalmente nos desembarques dos Municípios de Belém, Vigia<br />
e Bragança, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000. E para realizar estudos de reprodução e<br />
biometria, foram obtidas subamostras mensais de 150 indivíduos em abril de 1998 a janeiro de 2000. No<br />
laboratório do CEPNOR/IBAMA realizaram-se as biometrias, sexagem e identificados os estágios de<br />
maturação gonadal. As amostras totalizaram 16.733 indivíduos com percentuais superiores a 50% de<br />
indivíduos jovens. A amplitude de classe total variou de 13 a 112 cm de comprimento e as médias de<br />
comprimentos foram de 45,72 cm e 51,91 cm, respectivamente para o ano de 1999 e 2000. As relações<br />
morfométricas e as relações peso/comprimento apresentaram alometria positiva. E a relação<br />
peso/comprimento para macho e fêmea diferem significativamente entre si, pelo teste de Student, bilateral,<br />
com alfa = 0,05. A reprodução foi estudada determinando a proporção sexual através do "Teste Quiquadrado",<br />
o tamanho de primeira maturação e o período de desova, que foi analisado pela variação temporal<br />
das freqüências dos estágios gonadais e relação gonadossomática. Para todo o período estudado foi verificada<br />
a predominância de fêmeas e nas análises mensais apenas nos meses de abril de 1998, maio e junho de 1999<br />
não apresentaram diferenças significativas entre os sexos. Na proporção sexual por classe de comprimento a<br />
predominância de fêmeas foi altamente significativa de 28 a 45 cm. A classe de comprimento total do<br />
tamanho de primeira maturação foi estimado 43 a 46 cm para fêmeas pelo "Método da Extrapolação Gráfica"<br />
63
64<br />
e de 43,67 cm pelo ajuste da "Ogiva de Galton". E o período reprodutivo foi observado em dois picos, sendo<br />
um intenso no segundo trimestre, com maior amplitude no mês de maio/1998 e um mais reduzido no quarto<br />
trimestre. Os parâmetros de crescimento foram estimados pelo "Sistema ELEFAN I", "Método de<br />
Bhattacharya, Gulland & Holt e Appeldoorn" no Programa Fisat. O "Método de Appeldoorn" apresentou o melhor<br />
ajuste para a espécie com o valor de Loo = 115 cm K= 0,091ano-l , que determinou a equação do<br />
crescimento de von Bertalanffy Lt = 115 (1-e- 0,091t-to). A mortalidade natural foi estimada em 0,25 ano-1 e<br />
0,31 ano-1 pelas equações de Pauly e Rikhter & Efanov, respectivamente. A mortalidade total estimada pelos<br />
métodos do comprimento convertido em curva de captura linearizada e Berverton & Rolt atingiu valores de<br />
0,59; 0,664, respectivamente. A mortalidade por pesca e a taxa de explotação também foram calculados. Os<br />
resultados foram F = 0,34 ano -1 e E = 0,57. A longevidade estimada pela Fórmula de Taylor foi de 33 anos.<br />
O pargo apresenta crescimento lento e vida longa com desova contínua e periódica. A pesca na costa norte<br />
do Brasil incide em percentuais elevados de jovens o que pode contribuir para um estado de sobrepesca de<br />
crescimento, comprometendo assim a sustentabilidade da espécie e da atividade pesqueira na Região Norte. É<br />
imprescindível adotar medidas de ordenamento para a pesca do pargo, principalmente no que diz respeito ao<br />
tamanho mínimo de captura.<br />
2003<br />
CONCEIÇÃO, Josyanne Christine Silva da. Taxa de prenhez em búfalas submetidas à sincronização<br />
com o Protocolo "OVSYNCH", utilizando a via submucosa vulvar e inseminadas em tempo fixo de<br />
00:00h e 24:00h. 2003. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro<br />
RESUMO: Utilizaram-se 102 búfalas mestiças das raças Murrah e Mediterrâneo, de duas fazendas com<br />
sistema de criação diferenciada. Da fazenda A (Pública) com sistema de criação semi-extensiva, utilizaram-se<br />
57 animais e da Fazenda B (particular), 45 animais em regime semi-intensivo. Os animais foram subdivididos<br />
em dois grupos em cada fazenda experimental, G1 (n=31) e G2 (n=26) na fazenda A e G1 (n=22) e G2<br />
(n=23) na fazenda B, de acordo com momento ou hora da inseminação 00:00h e 24:00h, após a sincronização<br />
da ovulação pelo Protocolo "Ovsynch", utilizando a via submucosa vulvar. Verificou-se a influência da hora ou<br />
momento da inseminação (00:00h e 24:00h), via de administração (submucosa vulvar), Escore da Condição<br />
Corporal (ECC); número de crias (primíparas e pluríparas); presença ou não do bezerro e análise de custos do<br />
protocolo em relação a taxa e prenhez das búfalas. A taxa de prenhez das 102 búfalas sincronizadas foi de<br />
35,29%. Na fazenda A, a taxa de prenhez média foi de 28,07% e na fazenda B foi de 44,44%. A inseminação<br />
em tempo fixo de 00:00h e 24:00h não influenciou estatisticamente, onde foi obtido X 2 = 0,172487, P>0,05<br />
e X 2 = 0,217885, P>0,05, respectivamente fazenda A e fazenda B. A utilização da via submucosa vulvar<br />
durante todo o tratamento hormonal não modificou a eficácia do protocolo. O escore da condição corporal<br />
das fêmeas tratadas quando analisado estatisticamente, não se observou influência, porém as melhores taxas<br />
de prenhez foram dos animais da fazenda B 45,16% (14/31) e 42,86% (6/14) respectivamente para = 3 e >3.<br />
Assim como para o número de crias, tanto na fazenda A, quanto na fazenda B esta variável, não influenciou<br />
significativamente obtendo X 2 = 0,021595; P>0,05 e X 2 = 0,054878; P>0,05 respectivamente, com taxas de<br />
43,90% (18/41) e 50,00% (2/4) para as pluríparas na fazenda B. Apesar de não ter sido encontrada diferença<br />
significativa com relação à presença ou ausência do bezerro, pôde-se notar que as melhores taxas de prenhez<br />
foram obtidas nos animais não amamentando, 29,73% (fazenda A) e 56,25% (fazenda B). O custo por<br />
prenhez do Protocolo "Ovsynch" utilizado nas 102 búfalas, na fazenda A foi de R$ 44,53 e na fazenda B de R$<br />
46, 18, devido aos honorários do inseminador. Os resultados demonstraram que o Protocolo "Ovsynch" é um<br />
biotécnica viável, na indução e sincronização de cio em bubalinos mantidos em sistemas diferenciados na<br />
Região Amazônica, no qual os resultados obtidos nas inseminações em 00h00min e 24h00min foram<br />
85
semelhantes aos encontrados por outros autores quando da utilização do protocolo convencional, onde o<br />
tempo fixo é de 16:00h.<br />
65
66<br />
86<br />
COSTA, Eliana Déa Lara. Estudo anatomopatológico e isolamento de Mycobacterium sp em<br />
granulomas sugestivos de tuberculose observados em bovídeos abatidos para consumo. 2003. 61 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2003.<br />
Orientador: José de Arimatéia Freitas<br />
RESUMO: Há séculos a relação entre a tuberculose animal e humana constituem motivo de preocupação dos<br />
órgãos de saúde pública e desafia os governos de todo o mundo. A tuberculose bovina é uma zoonose<br />
caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas granulomas ou tubérculos,<br />
encontrados nos pulmões, linfonodos e outros órgãos sendo que se desenvolve em bovinos principalmente<br />
sob a forma pulmonar. Este trabalho descreve as características de granulomas observados em bovinos e<br />
bubalinos abatidos, assim como procurou isolar Mycobacterium sp. do processo infeccioso observado e<br />
apresenta dados epidemiológicos relacionados com o sexo, idade e procedência dos animais. Os granulomas<br />
registrados em bubalinos e bovinos são de elevada proporção de natureza tuberculosa. A tuberculose<br />
observada na inspeção post mortem de bovídeos independe do sexo, idade e procedência dos animais. A<br />
freqüência de distribuição dos granulomas revelou que o processo infeccioso da tuberculose observado neste<br />
estudo é, primordialmente, de localização pulmonar. A semelhança entre os granulomas tuberculosos e<br />
tuberculóides evidencia a necessidade de complementação do diagnóstico morfológico por meio do<br />
isolamento presuntivo de agentes microbacterianos. Os dados sugerem que medidas e ações de vigilância<br />
sanitária devem ser implementadas durante o abate como forma de proteger os operários que exercem tal<br />
função, além disso, a maior freqüência de lesões em animais procedentes dos municípios do arquipélago do<br />
Marajó sugere a necessidade de estabelecimento de políticas públicas voltadas ao controle e erradicação da<br />
doença no Pará e, principalmente, naquela região.<br />
87<br />
MACEDO, Lídia Carolina da Silva. Resíduos de antibióticos no leite: ocorrências em leite produzido no<br />
Estado do Pará e suas implicações tecnológicas e na saúde pública. 2003. 50 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: José de Arimatéia Freitas<br />
RESUMO: Os resíduos de antibióticos no leite constituem um fator de risco tanto tecnológico, que pode<br />
levar a sérios prejuízos para as indústrias de laticínios, como para saúde do consumidor que pode causar<br />
sérios problemas de saúde. Com o objetivo de detectar a presença de resíduos de antibióticos no leite,<br />
oriundo de regiões produtoras do Estado do Pará, realizou-se estudo com 103 amostras de leite colhidas<br />
diretamente nas propriedades rurais, no nível de consumo, como leite cru clandestino e no nível de consumo<br />
como leite beneficiado, no período de setembro/2002 a março/2003. Empregaram-se os métodos rápidos,<br />
entre os quais os métodos SNAP e CHARM SL Test e o Método Microbiológico (COPAM). Detectaram-se<br />
resíduos de antibióticos em onze (10,67%) amostras. Conclui-se que o leite produzido no Estado do Pará<br />
contém resíduos de antibióticos, ressaltando-se a implicação deste fato na saúde coletiva e na produção de<br />
derivados. E o controle nas propriedades e nas indústrias de beneficiamento.<br />
88<br />
MENDONÇA, Clécio Leandro Gomes de. Composição botânica da dieta de bovinos em pastagem de<br />
Brachiaria humidicola através da análise microhistológica de fezes. 2003. 93 f. Dissertação (Mestrado)<br />
- Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ari Pinheiro Camarão
RESUMO: No nordeste do Pará, a agricultura familiar tradicional basea-se no sistema de exploração da<br />
derrubada da vegetação secundária, seguida de queima da fitomassa, que por meio das cinzas melhora a<br />
fertilidade dos solos. A pastagem bem manejada é boa alternativa para recuperar os solos. A composição<br />
botânica e química da dieta de animais em pastejo são essenciais para determinação do valor nutritivo real da<br />
forragem consumida. Entre os métodos de determinação da composição botânica destaca-se a<br />
microhistologia das fezes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição botânica da dieta<br />
consumida por bovinos em pastagem de quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) estabelecida em área<br />
originalmente de capoeira através da análise microhistológica de fezes. O experimento foi instalado no<br />
Município de Igarapé-Açu (470 30' W / 10 2' S). O período experimental foi de 26 de outubro de 2000 a 10<br />
de março de 2001. A área experimental mede cerca de 3,24 ha, dividida em nove piquetes de 0,36 ha. Foi<br />
utilizada pastagem de Brachiaria humidicola em três condições: 1 - Pastagem com 50% da área com espécies da<br />
capoeira (PC); 2 - Pastagem + leguminosas (Chamaecrista rotundifolia + Cratylia argentea + Arachis pintoi), (PL) e 3<br />
- Pastagem tradicional (PT). Essas pastagens foram submetidas a pastejo rotacionado sob taxas de lotação de<br />
1,59; 1,51 e 1,58 respectivamente para PC, PL e PT. As fezes para determinação da composição botânica<br />
foram coletadas aos 7, 14 e 21 dias após a entrada dos animais em cada piquete. Foram observadas 136<br />
espécies de plantas na área experimental. A família Myrtaceae apresentou o maior número de espécies.<br />
Independente da condição da pastagem foram consumidas por bovinos 32 espécies de 22 famílias de plantas<br />
da capoeira. A disponibilidade total e de folha da pastagem tradicional foram maiores (p
68<br />
1 a 6 g/kg a 10 búfalos. Verificou que tanto as folhas maduras como jovens causaram quadro de intoxicação,<br />
caracterizado por "morte súbita" em três búfalos, semelhante ao que se observa em bovinos. Como nos<br />
experimentos realizados em bovinos, não se conseguiu demonstrar com nitidez a influência da movimentação<br />
no desencadeamento de sintomas graves e morte dos animais, aspecto mencionado nos históricos na<br />
ocorrência da intoxicação desta planta em condições naturais em bovinos. A dose tóxica para búfalos das<br />
folhas maduras de A. bilabiata foi 6g/kg, das folhas novas 3g/kg. Sintomas graves de intoxicação foram<br />
observados entre 3 h 15 min e 13 h 52 min, após o começo da administração da planta. Em dois animais estes<br />
terminaram com a morte do animal após evolução de 24 em um, e de 40 min. no outro. Em um terceiro<br />
animal, após 6 min de manifestação de sintomas graves, estes desapareceram; e após outras 10 horas o animal<br />
apresentou novamente sintomas graves e morreu em 7 min. Os dois primeiros animais mencionados nunca<br />
foram movimentados. O terceiro animal mostrou sintomas graves após curtos períodos de movimentação.<br />
Antes dos sintomas graves os dois primeiros animais apresentaram sintomas leves sob forma de se deitar<br />
freqüentemente e andar lerdo. Os sintomas graves consistiram em o animal subitamente assumir o decúbito<br />
lateral, fazer movimentos desordenados na tentativa de se levantar, movimentos de pedalagem intermitentes,<br />
tremores musculares ocasionais e respiração ofegante. Os únicos achados de necropsia foram acentuados<br />
edema e enfisema pulmonar no búfalo que mais rapidamente apresentou sintomas de intoxicação após a<br />
administração da planta e em que a evolução deste foi a mais curta. A histopatologia comprovou alterações<br />
causadas pela ingestão de folhas novas, em apenas um dos dois animais que morreram, as quais se limitaram<br />
ao pulmão, com áreas de enfisema alveolar. No búfalo que recebeu folhas maduras, verificou-se necrose<br />
incipiente das células epiteliais (núcleos com cromatina condensada e citoplasma mais eonófilo) de alguns<br />
túbulos uriníferos no córtex. No miocárdio presença de microfocos de fibras musculares com degeneração<br />
hialina. Havia, ainda, no fígado, necrose incipiente de alguns hepatócitos com localização controlobular.<br />
91<br />
PESSOA, Cleane Pantoja. Avaliação de misturas minerais para suplementação de bovinos, elaboradas<br />
e comercializadas no Estado do Pará, Brasil. 2003. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso<br />
RESUMO: Avalia misturas minerais elaboradas no Estado do Pará a fim de fornecer subsídios para melhorar<br />
a qualidade da suplementação mineral de bovinos nas condições da Região Amazônica. Para isso, foram<br />
utilizadas 24 misturas minerais procedentes de diversas localidades do Estado do Pará, sendo quinze<br />
registradas e colhidas em oito fábricas e nove não registradas e colhidas em casas de produtos agropecuários e<br />
fazendas. Avaliou o rótulo da embalagem de cada produto em relação à apresentação dos elementos e as<br />
unidades empregadas; à especificação das fontes de elementos; à quantidade de cada elemento mineral e à<br />
indicação e recomendação para uso. As análises químicas constaram da determinação de Ca, Mg, Na, K, Cu,<br />
Co, Fe, Mn e Zn, através da espectrofotometria de absorção atômica em chama, e de P, pelo método<br />
colorimétrico. Para comparar as concentrações médias dos elementos minerais declaradas nos níveis de<br />
garantia do rótulo e as médias obtidas por meio das análises químicas de cada produto, foi utilizado o teste T<br />
de Student com 1% de significância. Para comparar a média geral obtida da concentração de cada elemento<br />
mineral declarada nos níveis de garantia do rótulo e a média geral obtida através da análise química, foi<br />
utilizado o teste T de Student com 5% de significância. As misturas minerais registradas no Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) e elaboradas no Estado do Pará apresentaram os níveis de<br />
garantia, as recomendações e as indicações para uso do produto especificados no rótulo. Os níveis de garantia<br />
desses produtos prescritos no rótulo apresentaram falhas na indicação de uso para diferentes espécies de<br />
animais e para vários níveis de categoria animal de uma mesma espécie. Misturas minerais apresentando 4,5%<br />
de P indicaram uma baixa qualidade do produto elaborado no Estado do Pará. Concentrações elevadas de Fe<br />
e Mn não consideraram as particularidades regionais. Os elementos Cu e Zn atenderam em somente 50% das<br />
exigências do animal. O fosfato bicálcico foi a fonte de P mais utilizada. O teor máximo de F e a relação P:F<br />
encontraram-se dentro dos padrões exigidos pelo MAPA. As concentrações dos elementos minerais<br />
especificadas nos níveis de garantia das misturas minerais registradas foram diferentes daquelas obtidas nas<br />
análises químicas. As misturas minerais não registradas não apresentaram as informações necessárias no<br />
rótulo da embalagem para realizar a avaliação da qualidade do produto, mas as análises químicas efetuadas
mostraram que as quantidades de P, Cu e Zn eram insuficientes para atender às exigências mínimas de<br />
bovinos criados em sistema de pastejo na Amazônia. Concluiu-se que as misturas minerais encontradas no<br />
comércio e nas fazendas do Estado do Pará são de baixa qualidade. A utilização desses produtos promove<br />
sérios prejuízos econômicos, por comprometer a produção animal da região, disseminando o descrédito da<br />
suplementação mineral do rebanho regional por parte dos criadores. Os órgãos governamentais de<br />
fiscalização devem estar mais atentos para estabelecimentos que funcionam em condições de clandestinidade<br />
e também para aqueles estabelecimentos que se apresentam registrados e que tenham a intenção de melhorar<br />
a qualidade do produto industrializado. A fiscalização acrescida de orientação técnica qualificada e<br />
implantação do controle de qualidade seriam medidas capazes de evitar a disseminação do comércio de<br />
produtos de qualidade duvidosa.<br />
92<br />
RODRIGUES, Maria de Jesus Jorge. Condição nutricional da dieta da tartaruga-da-Amazônia,<br />
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812), em ambiente natural da Reserva Biológica do Rio<br />
Trombetas, Oriximiná, Pará, Brasil. 2003. 61 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso<br />
RESUMO: A espécie Podocnemis expansa tem sua distribuição associada ao sistema hidrográfico da bacia<br />
amazônica, predominantemente nas áreas de densa floresta que circunda os lagos e rios, principalmente pela<br />
abundante oferta de alimentos e formação de praias para suas desovas. É uma espécie silvestre que começou<br />
a ser explorada para criação em cativeiro para comercialização, não obstante a dificuldade encontrada quanto<br />
a questão nutricional, a qual demanda um custo de produção bastante elevado. Este trabalho tem como<br />
objetivo analisar a composição química do conteúdo gástrico da tartaruga-da-Amazônia em condições de vida<br />
livre, a fim de se determinar o valor nutritivo dos alimentos ingeridos, e fornecer subsídios na preparação de<br />
dietas a serem utilizadas na criação da tartaruga em cativeiro. Os animais experimentais foram capturados no<br />
período de abril a novembro de 2001, na Reserva Biológica do Rio Trombetas (REBIO Trombetas), e<br />
apresentaram valores de comprimento total entre 26,0 e 49,5 cm. Os dados relativos ao peso total,<br />
comprimento de carapaça e de plastrão, largura de carapaça, quantidades de carnes e de gordura foram<br />
calculados considerando se a média, desvio padrão, e os valores mínimo e máximo, testados segundo o<br />
coeficiente de correlação de Pearson (r) considerando o valor crítico de r através do teste 1. A média de peso<br />
total para P. expansa determinada neste estudo foi de 4,9 kg, enquanto que para as médias de comprimento e<br />
de largura de carapaça e comprimento do plastrão, obteve-se os valores de 36,83, 33,32, e 29,59 cm,<br />
respectivamente. O rendimento médio de carcaça foi de 23,7 % e o rendimento médio de gordura mostrou<br />
um percentual de 6,5 %. O conteúdo estomacal foi retirado para identificação qualitativa e análises fisicoquímicas<br />
cujas determinações dos índices de proteína bruta (PB %) foi 16,84; lipídios (EE %) 6,50; fibra bruta<br />
(FB %) 16,85; e cinza (MM %) 36,05. Para a Energia Bruta (EB), encontrou-se um valor de 6087 Kcal/kg. A<br />
parte do conteúdo estomacal de P. expansa, analisado para identificação dos alimentos componentes do bolo<br />
alimentar, mostrou a predominância de vegetais com 68 %. O presente estudo concluiu que o comprimento<br />
de carapaça e de plastrão são medidas que podem ser utilizadas para avaliar o desenvolvimento da tartarugada-Amazônia.<br />
A heterogeneidade da população estudada, a alimentação natural e a época do ano foram<br />
fatores que provavelmente colaboraram para o baixo rendimento de carcaça. O peso total da P. expansa pode<br />
ser utilizado para estimar a quantidade de carne por meio de um modelo de regressão linear. Em condições de<br />
vida livre, a P. expansa consome variados tipos de alimentos, podendo ser considerada de hábito onívoro. Os<br />
alimentos vegetais mais consumidos são folhas e sementes. Em ambiente natural, a composição química da<br />
dieta da tartaruga-da-Amazônia apresenta baixos teores de proteína bruta quando comparado às dietas<br />
utilizadas em cativeiro. É possível que a tartaruga-da-Amazônia tenha uma necessidade em ingerir alimentos<br />
de elevado teor de fibra bruta em função do jejum prolongado comumente observado na espécie. Os níveis<br />
percentuais da composição química do conteúdo estomacal de P. expansa encontrados nesta pesquisa poderão<br />
nortear o conhecimento das exigências nutricionais dessa espécie para efeito de criação controlada, haja vista<br />
não se ter ainda estudos similares à metodologia aplicada.<br />
69
70<br />
93<br />
SILVA, Jurupytan Viana da. Avaliação do ELISA-PPD no diagnóstico da tuberculose bubalina em<br />
algumas regiões do Estado do Pará. 2003. 39 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade<br />
Rural da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias<br />
RESUMO: Recentemente muitos países considerados em vias de desenvolvimento estão realizando estudos<br />
com a finalidade de avaliar as provas sorológicas que permitam um melhor diagnóstico da tuberculose bovina.<br />
Em razão disto, o objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação do ELISA Indireto, no diagnóstico da<br />
tuberculose em búfalos. Para isto foram analisadas 264 amostras de sangue de bubalinos de 8 municípios do<br />
Estado do Pará coletadas em 8 fazendas. O percentual de animais positivos a tuberculinização foi de 14,3%, e<br />
ao ELISA foi de 81%. No teste de tuberculinização e no ELISA-PPD foi encontrada diferença significativa<br />
entre as quatro mesorregiões observadas. Segundo o sexo no teste de tuberculinização o percentual de<br />
positivos é maior nas fêmeas do que nos machos. Também foi verificado que o percentual de positivos<br />
aumenta com o avanço da idade. Não houve diferença entre o sexo no ELISA-PPD, mas houve diferença<br />
segundo a idade em que o percentual de positivos é maior em animais com idade acima dos quatro anos. A<br />
sensibilidade no ELISA Indireto foi de 81,4%, a especificidade foi de 92% e a eficiência foi de 84,4%. Não<br />
foram encontradas diferenças significativas na sensibilidade e especificidade entre a Tuberculinização e o<br />
ELISA. O diagnóstico através do ELISA Indireto pode ser recomendado para uma triagem no rebanho antes<br />
de testar cada animal com a Tuberculinização ou quando é desejado um diagnóstico coletivo.<br />
2004<br />
BARBAS, Luis André Luz. Estudo comparativo da toxidez de Arrabidaea bilabiata (Bignoniaceae)<br />
em búfalos e bovinos e verificação da toxidez das folhas da planta no final do período de chuvas na<br />
região nordeste do Pará. 2004. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto<br />
RESUMO: Na Região Amazônica, dentre as plantas tóxicas de importância na pecuária, destaca-se a<br />
Arrabidaea Bilabiata, vulgarmente conhecida por "gibata" ou "xibata". A planta é causa de grandes<br />
mortandades de bovinos nas margens do rio Amazonas e parte de seus afluentes, responsável por doença<br />
chamada borracheira. Objetivou-se comparar a toxidez de A. bilabiata (Bignoniaceaea) entre bubalinos e<br />
bovinos e verificar a toxidez das folhas da planta no fim da época de chuvas, na região nordeste do Pará.<br />
Estabelecer a dose letal para ambas as espécies animais e comparar o quadro clínico. O experimento foi<br />
realizado no Município de Castanhal. Foram utilizados 20 animais com idades entre 1 e 2 anos, peso de 80 a<br />
265Kg , sendo 6 búfalos e 9 bovinos. Os animais controle foram 2 búfalos e 3 bovinos. Todos se<br />
apresentavam saudáveis aos exames físicos. Utilizou-se plantas jovens e maduras de A. bilabiata coletadas no<br />
final do mês de maio, procedentes do Município de Inhangapi - Pará. Antes da administração os animais<br />
foram mantidos em jejum por 12 horas, com exceção dos animais controle. Administraram-se doses préestabelecidas<br />
da planta de 3 e 6g/Kg. Doses maiores e menores foram utilizadas até se estabelecer a dose<br />
letal. Para os bubalinos, a dose letal mínima para as folhas maduras foi de 9g/Kg, e para as folhas novas foi<br />
de 6g/Kg. O início dos sintomas leves variou de 7h e 44 min a 14h e 38 min para os animais 5609 e 5608,<br />
respectivamente. Para o búfalo número 5607, os sintomas graves iniciaram-se a partir de 5h e 40 min. O<br />
quadro clínico para o animal 5609 evoluiu para mais grave 6h e 42 min após a verificação da sintomatologia<br />
leve e morte após 8 min de fase dramática. Três búfalos não apresentaram sintomatologia da intoxicação<br />
(números 5602, 5605 e 5611). Com relação aos bovinos, a dose letal mínima para as folhas maduras foi de<br />
3g/Kg e para as folhas novas foi de 2 g/Kg. O início dos sintomas leves variou de 3 h e 09 min (bovino<br />
5626) a 12h e 56min (bovino 5631) para os animais que morreram. O aparecimento mais rápido da<br />
94
sintomatologia grave dentre os animais que foram a óbito ocorreu após 4h e 50min. No animal 5623,<br />
enquanto que mais lentamente no bovino 5631, após 23h 52min. Três animais não apresentaram<br />
sintomatologia após a administração (bovinos 5622, 5625 e 5627). Ambas as espécies foram sensíveis à<br />
intoxicação por A. Bilabiata no final do período chuvoso. Para os búfalos, as doses letais mínimas de folhas<br />
novas e maduras foram de 6 e 9g/Kg respectivamente, enquanto que para os bovinos foram de 2 e 3g/Kg. O<br />
quadro clínico foi semelhante entre ambas as espécies, caracterizado por síndrome de morte súbita<br />
consistentes com o quadro de insuficiência cardíaca aguda. Os achados de necropsia mais notáveis resultantes<br />
da intoxicação em ambas as espécies consistiram em pulmões congestos e edematosos, sendo que na<br />
histopatologia as lesões de uma maneira geral foram incipientes.<br />
95<br />
BENDELAK, Michelle Russo. Processo produtivo, características físico-químicas e microbiológicas<br />
de implantação do sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle na produção do queijo<br />
marajoara tipo creme. 2004. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: José de Arimatéia Freitas<br />
RESUMO: O queijo marajoara tipo creme é um importante produto alimentar produzido na Ilha do Marajó,<br />
Estado do Pará, com grande aceitação regional e nacional e perspectivas para o mercado internacional. Existe<br />
uma preocupação mundial crescente com relação à segurança e qualidade dos alimentos e o Sistema de<br />
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) tem sido indicado como o método mais eficiente<br />
para garantir a qualidade e segurança alimentar. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi criar um modelo<br />
específico do APPCC para a produção do queijo marajoara tipo creme. As observações "in loco" e os<br />
levantamentos de dados em três unidades produtoras e a aplicação do sistema APPCC neste estudo<br />
permitiram considerar que as etapas de transporte do leite "in natura", em latões, recepção do leite "in natura",<br />
na queijaria e cozimento da massa como pontos críticos de controle. Os resultados das análises físicoquímicas<br />
e microbiológicas do produto final confirmaram a falta de utilização de boas práticas no processo<br />
produtivo. Em face as características do processo produtivo atualmente utilizado para obtenção do queijo<br />
marajoara tipo creme e a análise do produto final, concluiu-se que a aplicação das boas práticas agrícolas e de<br />
fabricação aliadas ao treinamento da mão-de-obra das unidades produtoras em relação à melhorias da água,<br />
instalações, bem como a implantação do Sistema APPCC, terão como resultado um produto de maior<br />
aceitabilidade e segurança para o consumidor.<br />
96<br />
BITTENCOURT, Ruth Helena Falesi Palha de Moraes. Emprego de cloridrato de xilazina e de maleato<br />
de acepromazina na exteriorização do pênis de búfalos (Bubalus bubalis, Lin.). 2004. 54 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade<br />
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: A carência de pesquisas sobre agentes e doses que possam ser utilizados na espécie bubalina que<br />
permitam a abordagem do pênis para exames clínicos objetivou o presente trabalho, no qual seis búfalos<br />
mestiços Murrah, com idade avançando entre 21 e 35 meses e peso entre 355 kg e 540 kg, sadios, pertencentes<br />
à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Amazônia Oriental, foram submetidos a seis tratamentos,<br />
sendo três com o maleato de acepromazina e três com o cloridrato de xilazina a 2%, nas doses de 0,10; 0,12 e<br />
0,14 mg/kg e de 0,05; 0,06 e 0,07 mg/kg, respectivamente, visando observar a capacidade destes em<br />
promover a exteriorização espontânea e facilitar a exposição manual do pênis, bem como avaliar os efeitos<br />
das doses sobre as Temperatura Retal (TR), Freqüências Cardíaca (FC) e Respiratória (FR), Movimentos<br />
Ruminais (MR) e a ocorrência de efeitos colaterais. O delineamento estatístico foi inteiramente casualisado<br />
em uma estrutura fatorial com repetições realizadas no tempo. As médias dos tratamentos foram comparadas<br />
através do teste de Student Newman Keels, sendo as análises realizadas por meio do Software Statistical Analysis<br />
System (1990). Os resultados permitiram selecionar a dose de 0,14 mg/kg do maleato de acepromazina a 1%,<br />
71
72<br />
como mais eficaz e segura, por ter propiciado e permitido facilmente a exteriorização espontânea do pênis o<br />
que ocorreu aos 13 minutos, após a aplicação e a manual obtida aos 22,25 minutos. O cloridrato de xilazina a<br />
2%, nas doses testadas, não apresentou a mesma eficácia e segurança. Na comparação dos efeitos das doses<br />
testadas do maleato de acepromazina a 1% e do clondrato de xilazina a 2% sobre a TR, não houve<br />
significância entre as mesmas (p>0,05). Comparativamente os efeitos entre os agentes e as doses do maleato<br />
de acepromazina a 1%, não influenciaram (p>0,05) a TR dos animais, enquanto que as doses de 0,06 mg/kg e<br />
0,07 mg/kg do cloridrato de xilazina a 2% elevaram significantemente (p0,05) que o maleato de<br />
acepromazina a 1% na dose de 0,14 mg/kg. A FC não sofreu efeitos provocados pelo maleato de<br />
acepromazina a 1% (p>0,05) no decorrer do tempo bem como entre as doses testadas (p>0,05). As doses do<br />
cloridrato de xilazina a 2%, no decorrer do tempo, promoveram a redução significativa (p0,05) no parâmetro sob<br />
avaliação. Os efeitos do maleato de acepromazina a 1% e do cloridrato de xilazina a 2% sobre a FR e MR,<br />
independentemente das doses empregadas, não provocaram diferenças entre os tratamentos (p>0,05),<br />
todavia, o maleato de acepromazina a 1% e o cloridrato de xilazina a 2% ao longo do tempo promoveram<br />
diminuição de ambos parâmetros fisiológicos. Os efeitos colaterais, tais como, abaixamento da cabeça,<br />
relaxamento da 3ª pálpebra, lacrimejamento, protrusão da língua e deambulação foram observados com a<br />
utilização e ambos agentes, enquanto que a sialorréia e o decúbito foram alterações exclusivas provocadas<br />
pelo clondrato de xilazina a 2%. O maleato de acepromazina a 1% na dose de 0,14 mg/kg foi mais eficaz e<br />
seguro na exteriorização espontânea e manual do pênis, por ter provocado menos efeitos colaterais<br />
indesejáveis quando comparado ao cloridrato de xilazina a 2%, que, de um modo geral, não se mostrou<br />
apropriado à finalidade para a qual foi estudado.<br />
97<br />
BITTENCOURT, Suzana Carla da Silva. Composição, distribuição e abundância do ictioplâncton da<br />
ZEE Norte coletado na região da costa do Amapá e plataforma do Amazonas. 2004. 120 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Luiza Nakayama<br />
RESUMO: Analisou-se amostras de ictioplâncton provenientes de 44 estações costeiras e oceânicas realizadas<br />
na zona econômica exclusiva do Norte do Brasil (costa do Amapá e plataforma do Amazonas), durante a<br />
expedição REVIZEE Norte III (maio a junho de 1999). O ictioplâncton foi coletado por meio de rede<br />
Nêuston, malhas 500/m, dotadas de fluxômetro em arrastos superficiais. As larvas de peixes foram triadas e<br />
quantificadas. A temperatura superficial da água, tanto para a costa do Amapá quanto para a plataforma do<br />
Amazonas, não apresentou variação significativa, estando em torno de 27°C. As famílias que destacaram-se<br />
foram Myctiphidae (38,64%), Gibiidae (42,64%). No Epinêuston foram registradas 13 famílias, merecendo<br />
destaque às famílias Carangidae (costa do Amapá) e Gobiidae (plataforma do Amazonas). No hiponêustin 15<br />
famílias foram identificadas, destacando-se a família Engraulidae. De uma maneira geral os valores de<br />
ictioplâncton (ovos e larvas de peixes) foram mais elevados no Hiponêuston, em comparação com o<br />
Epinêuston, em toda a área estudada. Os resultados de larvas de peixes demonstraram maior importância das<br />
famílias Gobiidae, Myctophidae e Carangidae entre as 17 famílias identificadas na área. Diferenças significantes<br />
entre as duas áreas analisadas foram observadas, tendo a costa do Amapá apresentado maior riqueza de<br />
famílias nas estações neríticas. As famílias Anguillidae e Carangidae foram registradas somente na área da<br />
Plataforma do Amazonas, e as famílias Gonostomatidae, Exocoetidae e Ophicththidae tiveram destaque por<br />
ocorrerem somente em estações oceânicas.<br />
98<br />
BRAGA FILHO, Ermino. Diagnóstico sorológico de Toxoplasma gondii em ovinos criados em dois<br />
municípios do Pará e considerações relativas à saúde animal e humana. 2004. 48 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: José de Arimatéia Freitas
RESUMO: No intuito de realizar uma investigação sorológica da toxoplasmose natural em ovinos, amostras<br />
de 350 soros de ovinos foram submetidas à reação de Hemaglutinação Indireta (HAI) para detecção de<br />
anticorpos anti-Toxoplasma gondii. Desta forma, objetivou-se nesta pesquisa realizar uma investigação<br />
sorológica inicial sobre a ocorrência da infecção pelo T.gondii em ovinos de dois municípios do Estado do<br />
Pará. Foram reagentes ao teste 42,57% das amostras de soros ovinos, adotando-se como ponto de corte a<br />
diluição 1 :64 como positivo ao T gondii. Nos ovinos com idade superior a dois anos, apresentaram um maior<br />
número de positividade, no entanto observou-se diferenças estatísticas significantes em relação ao sexo nas<br />
duas regiões estudadas. Não foram encontradas associações significativas à soropositividade para T. gondii<br />
com a presença de gatos domiciliados e/ou errantes, uma vez que foi constatada a permanência desses<br />
animais em todas as propriedades. Por meio dos levantamentos epidemiológicos realizados, conclui-se que a<br />
toxoplasmose está presente no rebanho ovino dos dois municípios estudados, evidenciando que a prevalência<br />
de toxoplasmose demonstra que a disseminação da enfermidade, poderá limitar o desenvolvimento da<br />
criação, havendo a necessidade de um controle de sanidade animal, que possibilite aos produtores<br />
transformação do produto em fator positivo à saúde pública e animal.<br />
99<br />
CARDOSO, Deugles Pinheiro. Estudo comparativo entre teste tuberculínico, histopatologia e<br />
bacteriologia no diagnóstico da tuberculose em búfalos (Bubalus bubalis). 2004. 59 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária, Universidade Rural da Amazônia, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto<br />
RESUMO: Estuda-se o desempenho do diagnóstico alérgico, a partir da comprovação por análises<br />
bacteriológica e histopatológica, avalia a eficiência da tuberculinização em búfalos. Foi realizado o teste<br />
tuberculínico intradérmico duplo comparativo em 1.140 bubalinos de diferentes regiões do Estado do Pará -<br />
Brasil; a leitura foi realizada 72 horas após a inoculação, baseando-se na chave de interpretação da<br />
tuberculinização em bovinos em uso no Brasil. Constatou-se 53 reatores positivos (4,65%), 34 suspeitos<br />
(2,98%) e 1.053 negativos (92,36%) ao referido teste alérgico. Após o abate dos búfalos testados, realizou-se a<br />
avaliação qualitativa do diagnóstico alérgico, tendo como referência os métodos de diagnósticos de precisão,<br />
bacteriológico e histopatológico, os quais apresentaram os seguintes valores: análise bacteriológica com<br />
prevalência de 4,16%, sensibilidade de 71,43%, especificidade de 82,61%, valor preditivo positivo de 15,15%,<br />
valor preditivo negativo de 98,52% e coeficiente global de 82,14%; análise histopatológica com prevalência de<br />
4,16%, sensibilidade de 71,43%, especificidade de 82,61%, valor preditivo positivo de 15,15%, valor preditivo<br />
negativo de 98,52% e coeficiente global de 82,14%. A bacteriologia constatou que todos os animais positivos<br />
ao referido método de diagnóstico foram procedentes de duas propriedades da mesma região, onde se<br />
determinou que a prevalência em tal região obteve o valor de 0,044% e que as categorias idade e sexo não<br />
foram estatisticamente significante (p = 0,113 e 0,596, respectivamente), logo, sexo e idade dos animais não<br />
foram fatores preponderantes para uma maior ocorrência da tuberculose na população restrita estudada.<br />
Diante dos resultados obtidos, conclui-se que a tuberculinização intradérmica dupla comparativa utilizada<br />
apresentou desempenho satisfatório tanto de sensibilidade quanto de especificidade, a qual satisfez as<br />
necessidades dos estudos realizados nos bubalinos testados; a histopatologia e a bacteriologia apresentaram<br />
excelente desempenho e similaridade na determinação de reações falso-positivas e verdadeiro-negativas, as<br />
quais subsidiaram de forma eficaz o teste tuberculínico utilizado; a baixa prevalência constatada a partir da<br />
tuberculinização intradérmica dupla comparativa, associada à bacteriologia e histopatologia, sugere que o<br />
Mycobacterium bovis ocorria em poucos animais da população estudada durante a realização dos referidos<br />
métodos de diagnóstico; dentre as mesorregiões estudadas, apenas o Baixo Amazonas Paraense apresentou<br />
animais comprovadamente positivos para o Mycobacterium bovis e a idade e o sexo dos animais avaliados não<br />
interferiu, de forma significativa, na determinação para maior suscetibilidade à tuberculose.<br />
73
74<br />
100<br />
CAVALCANTE, Danielle Pedrociane. Marcas de crescimento aplicadas ao estudo de maturação<br />
sexual do aruanã (Osteoglossum bicirrhosum) Vandelli, 1829, na Reserva de Desenvolvimento<br />
Sustentável Mamirauá. 2004. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Helder Lima de Queiroz<br />
RESUMO: O aruaná, Osteoglossum bicirrhosum Vandeili, 1829, está entre os peixes mais comuns da bacia<br />
amazônica, é utilizado para fins ornamentais e uma das principais fontes de proteína animais da dieta da<br />
população ribeirinha da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM). O objetivo deste<br />
trabalho é o de desenvolver formas de determinação da idade, usando marcas de crescimento e aplicar este<br />
conhecimento na determinação do comprimento médio de maturação sexual de Osteoglossum bicirrhosum. A<br />
área de estudo abrangeu a RDSM, no Estado do Amazonas, Brasil. Coletou-se 130 exemplares de aruanãs que<br />
foram capturadas no período de novembro de 2002 a março de 2003. Todos os exemplares foram medidos<br />
em seu comprimento total, peso total, sexados e avaliados em seu estágio de maturidade sexual, diâmetro das<br />
gônadas, e das estruturas rígidas do peixe (as vértebras, os otólitos, os opérculos, os pré-opérculos e as<br />
escamas) foram medidos o raio total e raios internos. O comprimento corporal médio foi de 60,38 cm ± 9,72,<br />
e o peso médio foi de 1,45 Kg ± 0,65. A equação para a relação peso-comprimento de sexos agrupados foi:<br />
W (g) = -15,222 L 351. As escamas e os opérculos foram as estruturas rígidas selecionadas, devido à fácil<br />
acessibilidade de leitura na estrutura, a presença de marcas crescimento completas e nítidas, e baixa ocorrência<br />
de marcas falsas. O número máximo de marcas de crescimento foi oito. O opérculo foi a estrutura rígida que<br />
apresentou maior confiabilidade com relação à leitura de marcas nas escamas. A deposição de uma marca de<br />
crescimento dos opérculos foi durante o mês de dezembro de 2003. Foram reconhecidos três estágios de<br />
desenvolvimento gonadal para os machos: Imaturo, Desenvolvido e Maturo, e seis estágios gonadais para<br />
fêmeas: Imaturo, Em Desenvolvimento I; II III, Maturo e Desovado. O diâmetro médio dos ovócitos<br />
maturos foi de 11,87 mm. O comprimento médio de machos e fêmeas adultos foi de 68,5 cm e 66,0 cm,<br />
respectivamente. O comprimento da primeira maturação sexual foi de 55 cm para fêmeas, e 61 cm para<br />
machos.<br />
101<br />
FONSECA, Adriana Figueiredo. Caracterização da ictiofauna capturada com puçá de arrasto para<br />
camarão na zona costeira-estuarina do rio Taperaçu (Pará – Brasil). 2004. 89 f. Dissertação (Mestrado)<br />
- Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.<br />
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza<br />
RESUMO: Estuda a ictiofauna capturada nas pescarias de arrasto para camarão nos canais de mangue do rio<br />
Taperaçu (Pará - Brasil) quanto às características morfométricas das espécies e da diversidade da captura. As<br />
coletas foram geralmente mensais e realizadas no período de janeiro/1999 a janeiro/200l. Analisou 5.079<br />
indivíduos, sendo a maioria em estágio juvenil. Perciformes, Cyprinodontiformes e Siluriformes foram as ordens mais<br />
freqüentes. Identificou 28 famílias representadas em 74 espécies. Cathorops spixií, Colomesus psittacus, Arius<br />
rugispinis, Stellifer stelltfer, Stellifer rastrifer, Ariopsis bonillai, Pterengraulis atherinoides, Cetengraulis edentulus, Stellifer naso,<br />
Pseudauchenipterus nodosus e Chloroscombrus chrysurus foram as espécies mais abundantes. As relações<br />
morfométricas apresentaram bons coeficientes de correlação r para as espécies analisadas, de modo que<br />
foram significativas. A relação peso/comprimento para A. rugispinis, P. atherinoides, S. rastrifer e S. stellifer<br />
tiveram valor de b significativamente diferente de 3. O fator de condição K não variou muito entre o período<br />
chuvoso e estiagem. O índice de diversidade de Shannon teve destaque na estação chuvosa de 1999 e a<br />
diversidade de Simpson destacou-se na estiagem de 2000. As médias para diversidade e riqueza foram maiores<br />
em 1999. A média para eqüitabilidade foi semelhante para os dois anos. A ictiofauna capturada com arrasto<br />
de puçá nos canais estuarinos analisados foi composta predominantemente de espécimes jovens, sendo a<br />
maioria de origem marinha. A pesca de arrasto intensa sobre indivíduos juvenis implica na necessidade de
conservação das espécies em ambientes estuarinos, os quais são vistos como áreas de crescimento, proteção,<br />
desova e alimentação para muitas espécies ictíicas.<br />
102<br />
MACÊDO, Raquel Soares Cavaleiro de. Comparação da toxidez das folhas de Palicourea juruana<br />
(Rubiaceae) para bovinos e bubalinos. 2004. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade<br />
Rural da Amazônia, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto<br />
RESUMO: O estudo realizou-se para estabelecer a sensibilidade dos búfalos a P. juruana, compará-la a dos<br />
bovinos, e agregar dados adicionais sobre a toxidez da planta nessa última espécie. Para esse estudo foram<br />
usados quatro bovinos e quatro búfalos, com 1 a 2 anos de idade, todos machos. Os bovinos pesavam entre<br />
110 e 225Kg, e os búfalos entre 183 e 206Kg. E seis animais, sendo três bovinos e três búfalos como<br />
controle. Quantidades previamente determinadas das folhas de P. juruana eram administradas por via oral aos<br />
animais contidos. Nos bovinos, a dose de 0, 125g/Kg não provocou sintomas de intoxicação, já as doses de<br />
0,25, 0,5 e 2,0 g/kg causaram morte dos animais. Em relação aos búfalos, verificou-se que as doses de 0,25 e<br />
0,5g/Kg não causaram sintomas de intoxicação, a dose de 19/Kg causou sintomas leves e que só a dose de<br />
2g/Kg determinou a morte. Os sintomas graves da intoxicação para ambas as espécies caracterizaram-se<br />
principalmente por súbita queda do animal ao solo, ficando logo ou dentro de pouco tempo em decúbito<br />
lateral acompanhada de incoordenação motora, movimentos de pedalagem, tremores musculares, opistótono<br />
e dispnéia com morte em 2 a 5 minutos após o início dos sintomas. Alguns animais, antes desta fase,<br />
mostraram sintomas leves, menos óbvios, como relutância em andar, leve instabilidade e pulso venoso<br />
positivo, especialmente quando eram movimentados, estes sintomas leves também foram vistos em animais<br />
que ingeriram doses subletais. Os achados de necropsia nos bovinos 5634 e 5635 consistiram de fígado, ao<br />
corte, levemente alaranjado, e no búfalo consistiram de sufusões no epicárdio esquerdo junto ao sulco<br />
coronário longitudinal e pequena quantidade de líquido citrino no saco pericárdico. Os exames<br />
histopatológicos revelaram, como lesões mais importantes para os bovinos, vacuolização dos hepatócitos na<br />
zona intermediária do lóbulo hepático em dois animais (Bov. 5635 e 5636), e adicionalmente no miocárdio de<br />
um deles (Bov. 5635), extensas áreas de necrose de coagulação incipiente, e no bovino (Bov. 5634) observouse<br />
no rim moderada degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais, e<br />
para o búfalo observou-se no rim, discreta, porém, nítida degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais<br />
dos túbulos contornados distais. Demonstrou-se que o búfalo também é sensível à toxidez de P. juruana. O<br />
quadro clínico-patológico observado nesta espécie é semelhante ao visto em bovinos. Verificou-se que o<br />
búfalo é pelo menos quatro vezes mais resistente que o bovino à ação tóxica de P. juruana. Os sintomas que<br />
precedem o desfecho da intoxicação foram mais evidentes e prolongados no caso da intoxicação em búfalos<br />
que em bovinos.<br />
103<br />
TAVARES, Márcia Cristina. A Pesca de curral no Estado do Pará. 2005. 93 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza<br />
Co-orientador: Ivan Furtado Júnior<br />
RESUMO: A região do litoral norte do Brasil é caracterizada por apresentar uma linha de costa bastante<br />
diversa onde se localizam inúmeros sistemas estuarinos. Possui uma topografia baixa e aporte de grandes<br />
volumes de água doce, principalmente no Amazonas, produzindo processos oceanográficos interdependentes<br />
e complexos, que exercem uma forte influência na distribuição dos recursos vivos da região. As localidades<br />
do litoral amazônico do Pará, com extensas áreas de praia e formações de bancos de areia, têm favorecido a<br />
prática de pesca costeira estuarina e marítima com currais-de-pesca. Um estudo da produção, esforço de<br />
Pesca e a Captura por Unidade de Esforço (CPUE) das principais espécies de peixes capturadas em currais-<br />
75
76<br />
de-pesca no litoral amazônico do Estado do Pará, durante o período de 1995 a 2002, foi realizado visando<br />
fornecer subsídios para o gerenciamento adequado desta pescaria. Para tal analisou-se os dados do Projeto<br />
ESTATPESCA (CEPNORIIBAMA) em 15 municípios e entrevistas com pescadores e pessoas relacionadas<br />
com a atividade pesqueira. A produção dos currais-de-pesca seguiu a mesma tendência da produção total com<br />
a captura máxima em 1998 e a partir de 1999 apresentou uma tendência de produção decrescente com<br />
pequena recuperação em 2002. As espécies que apresentaram produção substancial, destacaram-se em ordem<br />
decrescente de participação relativa, a pescada gó (Macrodon ancylodon), o bagre (Anus herzbergii), o bandeirado<br />
(Bagre bagre), a corvina (Micropogonias jurnieri) e o peixe-pedra (Genyatremus luteus). Os municípios mais<br />
produtores foram: Quatipuru (19,07%), Curuçá (17,01%), Bragança (12,12%) e Marapanim (8,14%). O<br />
esforço de pesca e a CPUE seguiu uma tendência de crescimento durante todo o período (1995 a 2002), com<br />
uma pequena redução em 2001 logo compensada em 2002. A produção anual e as CPUEs do bagre,<br />
bandeirado, peixe-pedra e pescada gó apresentaram uma tendência de queda enquanto que a corvina manteve<br />
seus valores com pequenas variações ao longo do período. Os resultados da análise de variância teste H de<br />
Kruskal-Wallis dos postos médios das CPIJEs dos 8 anos estudados para cada uma das cinco espécies, foram<br />
significativos em nível de ct = 0,05. Utilizou-se o modelo linear de SCHAEFER para se estimar as tendências<br />
de produções das principais espécies. Para todas as cinco espécies, os níveis de produção máxima sustentável<br />
estão abaixo dos estimados, o esforço de pesca está em quase o dobro (163%) do considerado ótimo para os<br />
currais-de-pesca e as capturas por unidade de esforço estão muito abaixo dos níveis considerados ótimos. As<br />
quedas na produção das espécies capturadas pelos currais-de-pesca servem de alerta, no sentido de que<br />
qualquer pescaria que se encontre em níveis acima do esforço máximo fica numa situação muito frágil e<br />
qualquer alteração ambiental ou biológica, provocará mesmo que temporariamente, uma situação de<br />
sobrecapacidade, podendo resultar em drásticas conseqüências sobre a produtividade e no rendimento<br />
econômico dos currais-de-pesca.<br />
2005<br />
104<br />
BARBOSA, Tienne Milena Farias. Dinâmica dos sistemas de produção familiares da ilha de Marajó: o<br />
caso do Município de Cachoeira do Arari. 2005. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
Co-orientador: Jean-François Tourrand<br />
RESUMO: A Amazônia tradicional é a Amazônia dos rios, que foi e continua sendo um padrão de ocupação<br />
espacial e econômico importante para o desenvolvimento regional. O arquipélago de Marajó, espaço geral<br />
empírico desta pesquisa, como parte da Amazônia dos rios, não foge a esta regra. No entanto, sabe-se que a<br />
organização espacial da Amazônia vem sofrendo grandes mudanças, incluindo diversas dinâmicas nos<br />
sistemas produtivos agropecuários, com reflexos econômicos, sociais e ambientais complexos. Muitos estudos<br />
têm produzido interpretações distintas sobre a sustentabilidade das atividades agropecuárias na Amazônia<br />
brasileira e internacional. Por exemplo, os estudos sobre os modelos de exploração pecuária bovina e<br />
bubalina identificam que esta atividade já não é prioridade somente dos grandes estabelecimentos, como em<br />
décadas anteriores, em razão do processo de “pecuarização” da agricultura familiar. Esta pesquisa aborda<br />
fundamentalmente, as dinâmicas que vêm se processando ou tomando forma nos sistemas de produção<br />
familiar, no Município de Cachoeira do Arari, situado na Ilha de Marajó - PA, entre os anos de 1994 a 2004.<br />
A investigação foi desenvolvida junto às famílias camponesas de seis comunidades (Bacuri, Camará, Caracará,<br />
Gurupá, Jabuti e Retiro Grande). O objetivo principal do trabalho foi caracterizar as dinâmicas<br />
socioeconômicas ocorridas nesta década. Os resultados deste trabalho poderão subsidiar futuras pesquisas e<br />
políticas públicas que visem à sustentabilidade da produção agropecuária familiar. O método usado para<br />
determinação da tipologia das propriedades foi o multi-variado por agregação. Os principais eixos de variáveis<br />
que definiram esses tipos foram: magnitude do componente agrícola, magnitude do componente pecuário,
endimento da lavoura branca, magnitude da criação de pequenos e médios animais e fontes de renda<br />
externas à propriedade. Os tipos resultantes foram: subsistência, açaizeiro, abacaxizeiro, pecuaçaí, pecuarista e<br />
outra renda. Constatou-se uma grande variabilidade dos sistemas de produção e identificou-se as dinâmicas<br />
específicas dos tipos de propriedades ao longo de dez anos, bem como os fatores determinantes de<br />
viabilidade dos sistemas de produção e as demandas de política pública.<br />
105<br />
BEZERRA, Nilson Veloso. Determinação qualitativa dos patógenos bacterianos presentes no<br />
processo de produção In vitro de embriões bovinos (PIVE). 2005. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias<br />
RESUMO: A PIVE (Produção in vitro de Embriões) é uma biotecnologia de reprodução que encontra-se em<br />
franco desenvolvimento, cuja grande preocupação, neste momento, é avaliar todos os fatores, infecciosos ou<br />
não, que possam influenciar na perda de embriões produzidos nesta biotécnica. Neste trabalho, avalia-se<br />
quais os principais patógenos bacterianos presentes nas diferentes etapas deste processo, as principais fontes<br />
de bactérias contaminantes do processo, se os métodos comumente empregados para a descontaminação são<br />
eficientes e os prováveis efeitos decorrentes da presença de bactérias nas etapas de PIVE. Verificou-se que os<br />
principais patógenos encontrados são: Streptococcus sp, E. coli, Staphylococcus sp., microplasmas e algumas<br />
bactérias encontradas no ambiente. As principais fontes de contaminação do processo foram: o conteúdo<br />
vaginal de vacas doadoras de ovócitos, o sêmen usado na fertilização e o ambiente no qual se realizam as<br />
diferentes etapas de PIVE. As técnicas empregadas para redução de contaminação mostraram-se eficientes<br />
para a grande maioria das bactérias, porém não ofereceu ação contra os microplasmas, sendo estes, entre os<br />
patógenos encontrados, o mais importante fator de morte dos embriões produzidos por PIVE.<br />
106<br />
CAMPOS, Paula Nepomuceno. Composição e distribuição de ovos e larvas de peixes na plataforma<br />
continental amazônica (Revizee – ZEE/NO). 2005. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Rosildo Santos Paiva<br />
RESUMO: A costa norte do Brasil se caracteriza por apresentar um regime de instabilidade entre a descarga<br />
fluvial e a circulação oceânica, o que favorece o desenvolvimento de vários organismos marinhos, inclusive os<br />
peixes. As principais famílias de teleósteos demersais que desembarcam no litoral do Estado do Amapá são<br />
Scianidae (pescada e corvina), Ariidae (bagres e gurijuba), Lutjanidae (pargo) e Serranidae (mero e garoupa). O<br />
estudo do ictioplâncton tem contribuído para o avanço da investigação nos domínios da Ictiologia e da<br />
Biologia Pesqueira, pois fornece informações para o inventário ambiental, monitoramento de estoques e<br />
manejo da pesca. O presente estudo faz parte do “Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de<br />
Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva Brasileira” (REVIZEE-SCORE/NO) e tem como objetivos<br />
determinar a composição e a densidade do ictioplâncton, bem como a sua distribuição ao longo das regiões<br />
costeiras e oceânicas em frente à costa norte do Brasil, incluindo os Estados do Amapá e a foz do rio<br />
Amazonas. As coletas realizaram-se em águas profundas, a bordo do Navio “Almirante Paulo Moreira”, em<br />
cinco PROSPEC’s. As amostras foram coletadas entre agosto de 2000 (PROSPEC XVII) e dezembro de<br />
2001 (PROSPEC XXIII), em um total de 58 estações. As coletas foram feitas com duas redes tipo Bongo<br />
com malha de 300 e 500 µm, nas quais foi acoplado um fluxômetro, em arrastos oblíquos. As amostras foram<br />
acondicionadas em frascos de 500 ml, fixadas com formol neutro a 4%. No Laboratório de Botânica da<br />
Universidade Federal do Pará, as amostras foram triadas, as larvas foram quantificadas e identificadas em<br />
nível de família e os ovos foram apenas quantificados. Foram registradas 2.210 larvas, distribuídas em 17<br />
ordens e 44 famílias e as que não foram identificadas corresponderam a 9,9%. Os ovos encontrados<br />
totalizaram 1.275. A família que mais se destacou em todas as PROSPEC’s foi Myctophidae (35,5% do total de<br />
larvas), seguida de Gobiidae, Clupeidae e Carangidae com 12, 7 e 5%, respectivamente. A PROSPEC que<br />
77
78<br />
apresentou maior densidade de larvas (158 ind/m 3 ) foi a XIX, coletada em frente à foz do rio Amazonas,<br />
durante o período de maior descarga (março/2001). A PROSPEC XXIII, também coletada na foz do rio<br />
entre o período de menor e maior descarga, teve maior densidade de ovos (48 ovos/m3). As famílias de peixe<br />
de interesse comercial, apesar de serem bastante exploradas pela pesca industrial na costa do Estado do<br />
Amapá, foram encontradas com baixa representatividade nas amostras analisadas. Myctophidae e Gobiidae foram<br />
as mais abundantes e freqüentes e apresentam grande importância ecológica, pois servem de fonte de<br />
alimento para os peixes de maior porte.<br />
107<br />
CARDOSO, Adriana Maciel de Castro. Interação genótipo X ambiente para a produção de leite na<br />
espécie bubalina utilizando inferência Bayesiana por meio de amostradores de Gibbs. 2005. 62 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,<br />
Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Cláudio Vieira de Araújo<br />
RESUMO: Com o objetivo de verificar a existência da interação genótipo X ambiente, sob a forma de<br />
heterogeneidade de variâncias para a produção de leite na espécie bubalina e o seu impacto na avaliação<br />
genética dos animais, utilizando a inferência Bayesiana por meio de Amostrador de Gibbs, foram utilizados<br />
5.484 registros de produção de leite referentes às produções de 2.994 búfalas predominantemente Murrah,<br />
filhas de 150 reprodutores, acasalados com 1.130 matrizes, cujos partos ocorreram entre os anos de 1974 e<br />
2004. Os registros foram provenientes do Programa de Melhoramento Genético dos Bubalinos<br />
(PROMEBUL) com a adição de registros provenientes do rebanho da EMBRAPA Amazônia Oriental<br />
(EAO), localizada em Belém, Pará. Estabeleceu-se classes de rebanho-ano de parto e de acordo com o desvio<br />
padrão de cada classe, os registros de produção de leite foram classificados em classes de alto e baixo desvio -<br />
padrão fenotípico. Posteriormente, os dados foram analisados desconsiderando e considerando as classes de<br />
desvio-padrão. O modelo utilizado empregou os efeitos fixos referentes às classes de rebanho-ano, mês de<br />
parto e covariáveis idade da fêmea ao parto e duração da lactação, além do efeito aleatório de animal,<br />
ambiente permanente e ambiente temporário. Para os efeitos fixos, foi assumido distribuição à priori uniforme<br />
e para os componentes de (co)variâncias foram assumidas distribuições priori Qui-quadrado inversa e Wishart<br />
invertida. As médias observadas e desvio-padrão para produção de leite nas classes de alto e baixo desviopadrão<br />
e em análise geral foram iguais a 1870,21±758,78, 1900,50±587,76 e 1885,48±677,98,<br />
respectivamente. As médias posteriores para os componentes de variâncias foram maiores na classe de alto<br />
desvio-padrão. A herdabilidade obtida na classe de alto desvio-padrão foi próxima do valor observado na<br />
análise geral e inferior ao valor encontrado na classe de baixo desvio-padrão fenotípico. A correlação genética<br />
para produção de leite entre as classes de desvio-padrão foi igual a 0,58. As correlações de Spearman entre os<br />
valores genéticos para a produção de leite obtidos em análise geral com os valores obtidos nas classes de alto<br />
e baixo desvio padrão foram iguais a 0,94 e 0,93, respectivamente, para todos os reprodutores. Para uma<br />
amostra dos 10 melhores reprodutores, as mesmas correlações foram iguais a 0,94 e 0,47, respectivamente.<br />
Tais resultados revelam presença de heterogeneidade de variâncias entre rebanhos e esta heterogeneidade de<br />
variâncias é resultante de fatores ambientais, que podem levar a uma classificação errônea dos melhores<br />
reprodutores geneticamente para a produção leite.<br />
108<br />
CASTRO, Anderson Corrêa. Avaliação de sistema silvipastoril através do desempenho produtivo de<br />
búfalos manejados nas condições climáticas de Belém, Pará. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
RESUMO: Estudam-se as relações entre variáveis produtivas, fisiológicas e de conforto animal de búfalos e<br />
fatores do ambiente físico, em sistema silvipastoril, envolvendo mogno africano (Kaya ivorensis) e nim indiano<br />
(Azadirachta indica) e pastejo rotacionado intensivo de Cynodon nlemfuensis, no período de maio de 2003 a<br />
novembro de 2004, na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia
Oriental, Belém, Pará, no tipo climático Afi, com época mais chuvosa de dezembro a maio e menos chuvosa,<br />
de junho a novembro. A área de pastagem experimental, de 5,4 ha, está dividida em seis piquetes, com<br />
permanência animal de cinco dias e 25 dias de descanso. Foram utilizados 26 bubalinos Murrah, inteiros, com<br />
idade entre 231 e 303 dias. Efetuou-se análise descritiva dos dados experimentais, para obtenção de médias,<br />
desvio padrão, valores mínimos e máximos, correlações e variâncias, considerando-se ganho de peso,<br />
disponibilidade e composição química da forrageira, variáveis fisiológicas dos animais, variáveis climáticas,<br />
desenvolvimento das essências florestais, índices de Conforto (IC) e de Temperatura - Umidade (ITU).<br />
Observou-se excelente desempenho ponderar dos animais experimentais, com ganhos médios de 0,911<br />
kg/dia e peso vivo final de 510 kg. Nos períodos mais e menos chuvosos, a disponibilidade, os níveis de<br />
proteína bruta do caule, folha e planta inteira e a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da orgânica da<br />
forrageira foram satisfatórios, atendendo às necessidades mínimas para manutenção e destacado desempenho<br />
produtivo. Houve interferências das variáveis meteorológicas nos batimentos cardíacos, freqüência<br />
respiratória, temperatura retal e movimento ruminal dos animais. O IC ultrapassou o nível crítico,<br />
principalmente no período menos chuvoso, bem como os níveis de ITU foram elevados, suplantando o<br />
considerado de emergência, indicando a necessidade de práticas de manipulação do ambiente físico para<br />
elevar o desempenho animal. O desenvolvimento das essências florestais já fornece melhor ambiência aos<br />
animais, em função do sombreamento, o que contribui para a redução do estresse térmico e promove melhor<br />
performance produtiva dos búfalos.<br />
109<br />
LOPES, Kelven Stella. Ecologia reprodutiva e subsídios para o manejo da reprodução de pirarucus,<br />
Arapaima gigas Cuvier, 1817. 2005. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Helder Lima de Queiroz<br />
RESUMO: A biologia reprodutiva do Arapaima gigas foi estudada utilizando-se 146 exemplares, sendo 63<br />
fêmeas e 83 machos, coletados no período de outubro a novembro de 2003, na reserva de Desenvolvimento<br />
Sustentável Mamirauá, localizada no Estado do Amazonas. Realizou-se análises morfológicas da coloração<br />
vermelha, tanto sua área de cobertura quanto sua intensidade entre sexos e jovens e adultos. Foi determinado<br />
o tamanho à primeira maturação sexual pela distribuição relativa dos diferentes estágios do ciclo de<br />
maturação. A escala de maturidade sexual foi determinada macroscopicamente para a espécie por meio da<br />
observação morfológica das gônadas. Os índices biológicos, índice gonadossomático e fator de condição<br />
foram estabelecidos. Realizou-se um estudo para avaliar o conhecimento tradicional dos pescadores de<br />
Mamirauá na discriminação do sexo.<br />
110<br />
MAIA, Paulo Henrique Sá. Desempenho produtivo da criação de avestruz (Struthio camelus) em áreas<br />
alteradas da Pré-Amazônia maranhense. 2005. 12 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
Co-orientador: Cláudio Vieira de Araújo<br />
RESUMO: Estrutiocultura, denominação dada à criação de avestruz (Struthio camelus), embora relativamente<br />
nova, desenvolveu-se rapidamente no Brasil e a projeção é de que, em poucos anos, se torne um dos maiores<br />
produtores no cenário mundial. Este crescimento tornou-se possível em função da organização do segmento<br />
e aumento do plantel. O início da criação no Brasil é datado de meados da década de 90. A existência de<br />
grandes áreas alteradas de florestas na Região Amazônica favorece de forma promissora a implantação da<br />
criação de avestruz como uma possível alternativa econômica em nosso território. Os índices reprodutivos<br />
observados em áreas alteradas da Pré-Amazônia maranhense comprovam a viabilidade dessa alternativa,<br />
como mostra o estudo desenvolvido. Com base nos dados coletados no período de 1999 a 2004, nas<br />
79
80<br />
Fazendas Sítio São José e Vista Alegre, localizadas, respectivamente nos Municípios de Imperatriz e<br />
Açailândia, no Estado do Maranhão, foram estudadas variáveis reprodutivas observadas nas proles e na<br />
matriz como: idade ao primeiro ovo com média de 37,80 ± 10,08 meses; idade ao primeiro ovo fértil com<br />
média de 40,95 ± 9,50 meses; peso do ovo na incubação no primeiro, aos 14 e aos 39 dias de incubação e<br />
peso da cria na eclosão foram iguais à 1,36 ±0,13, 1,30 ± 0,12, 1,17± 0,12 e 0,86 ± 0,10, respectivamente;<br />
relação entre o peso da cria na eclosão e peso do ovo aos 39 dias de incubação em relação ao peso do ovo no<br />
primeiro dia de incubação foram iguais a 0,6380 ± 0,0454 e 0,8486 ± 0,0522, respectivamente; duração da<br />
estação reprodutiva em 286 registros foi igual a 186,28 ± 92,87 dias, sendo observados registros até 363 dias<br />
de postura; taxa de fertilidade na escala logarítmica e na escala original foram iguais a 3,09 ± 1,48 e 39,23 ±<br />
28,53, respectivamente; número de ovo por dia de estação reprodutiva foi igual a 0,16±0,06 ovo/dia e<br />
eclodibilidade em relação aos ovos férteis na postura foi igual a 0,71 75 ± 0,2960. Conclui-se que a criação de<br />
avestruz na região da Pré-Amazônia maranhense é viável e que a melhoria dos índices reprodutivos tornaria<br />
esta atividade economicamente rentável.<br />
111<br />
MASCARENHAS, Ronald Cristovão de Souza. Teste de eficiência de diferentes itens na composição da<br />
dieta de aruanã (Osteoglossum bicirrhosum, pisces; teleostei, osteoglossidae) em cativeiro, baseado em<br />
aspectos de sua alimentação em ambiente natural. 2005. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Helder Lima de Queiroz<br />
RESUMO: Testa a eficiência de diferentes itens na composição da dieta de Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)<br />
em cativeiro, baseados em aspectos da sua alimentação em ambiente natural. O aruanã representa uma<br />
importante fonte de alimento para as populações tradicionais da Amazônia. Além disso, os alevinos e os<br />
juvenis têm grande valor comercial no mercado de peixes ornamentais, sendo exportados para a Europa e<br />
Ásia. O estudo foi realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada próximo ao<br />
Município de Tefé, Estado do Amazonas. Os dados foram obtidos em duas fases de estudo: 1) análise do<br />
conteúdo estomacal de Aruanãs coletados na vazante, seca, enchente e cheia; 2) teste de eficiência de<br />
diferentes itens na composição da dieta dos aruanãs em cativeiro. Os insetos foram as presas mais<br />
freqüentemente ingeridas em número de indivíduos, seguidos dos moluscos, peixes, aracnídeos e crustáceos.<br />
Quanto à análise do peso relativo das presas identificadas, observou-se que os peixes foram o principal item,<br />
seguido dos insetos, moluscos, crustáceos e aracnídeos, ratificando a condição de espécie piscívora insetívora<br />
do aruanã. Com relação ao teste dos itens alimentares em cativeiro, foram oferecidos aos animais quatro<br />
tratamentos distintos com réplica. “Ração”, “Insetos”, “Peixe” e “Ração” + “Peixe”. Só foi observado ganho<br />
de peso e aumento do comprimento, tanto no tratamento quanto na réplica, naqueles animais alimentados<br />
unicamente com insetos. Foram encontradas diferenças, estatisticamente significativas entre o tratamento de<br />
alimentação com insetos e os demais tratamentos. Quando se compararam os demais tratamentos realizados,<br />
não foi encontrada nenhuma diferença significativa para os seus efeitos. Os insetos foram o item alimentar<br />
com maior taxa de ingestão observada. Os demais itens tiveram aceitação bastante inferior, o que pode<br />
explicar os resultados do teste de eficiência alimentar. Os resultados sugerem que os insetos devem fazer<br />
parte da dieta do aruanã em cativeiro, haja vista que no meio artificial eles são alimentados<br />
predominantemente com ração comercial para peixes carnívoros. Ou, alternativamente, a ração comercial<br />
deve ser reformulada para se adequar às necessidades da espécie.<br />
112<br />
OLIVEIRA, Silvio Abner Lameira de. Pesquisa de helmintos em musculatura e serosa abdominal de<br />
peixes de importância comercial capturados no litoral norte do Brasil. 2005. 70 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade<br />
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza
RESUMO: Pesquisa a presença de helmintos, suas freqüências e intensidades de infecções na musculatura e<br />
serosa abdominal parietal de peixes de importância comercial beneficiados em Belém – PA. Foram<br />
examinados 175 exemplares de quatro espécies de peixes, capturados no litoral norte do Brasil, sendo três<br />
espécies marinhas da Família Sciaenidae - a pescada amarela (Cynoscion acoupa), a pescada-cambuçu (Cynoscioii<br />
virescens) e a pescadinha-gó ou pescada-foguete Macrodon ancykxlon); e um siluriforme estuarino da Família<br />
Ariidae - a uritinga (Anus proops). Os peixes foram mensurados quanto ao seu comprimento corporal padrão,<br />
analisou-se a musculatura e a serosa abdominal em mesa de inspeção “candling table” após o filetamento das<br />
amostras. Foi encontrado apenas parasitismo por larvas plerocercóides de cestóides da Ordem Trypanorhyncha.<br />
Os biastocistos recuperados foram observados quanto a sua morfologia e tamanho, sendo o mesmo realizado<br />
com os escólices após a sua liberação. Todas as espécies de peixes analisadas apresentavam indivíduos<br />
parasitados, sendo 16% em M. ancylodon, 77,78% em A. proops, 79,17% em C. virescens e 82% em C. acoupa,<br />
correspondendo uma freqüência parasitária geral de 61,71% (108 exemplares) e uma intensidade média de<br />
infecção de aproximadamente seis larvas por peixe. As freqüências de infecção apresentadas pelas espécies de<br />
cestóldes foram as seguintes: (Aliteírarhynchus gracilis (52,57%), Pteroboihnium heleracanibum (13,71%),<br />
Poecilancistrium caryophylhsm (12%) e Pleroboíhrium crassicoile (3,43%). Entre os peixes parasitados, 85,19%<br />
apresentavam parasitismo na região abdominal (serosa e musculatura abdominal) e 81,48% parasitismo<br />
muscular (musculatura abdominal e corporal). A espécie P. heieracanihum preferencialmente parasitou a região<br />
abdominal dos peixes e a espécie P. caryophyllum a musculatura. Verificou-se associação significativa (P < 0,01)<br />
entre as espécies de peixes analisadas e a freqüência de parasitismo.<br />
113<br />
PALHETA, Glauber David Almeida. Composição e distribuição espaço–temporal do ictioplâncton no<br />
estuário dos rios Curuçá e Muriá (Curuçá – Pará). 2005. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Rosildo Santos Paiva<br />
RESUMO: Estuários são ambientes de transição entre o continente e o oceano, onde rios encontram o mar,<br />
resultando na diluição mensurável da água salgada. Este estudo realizou-se a fim de determinar a composição<br />
e distribuição de ovos e estágios larvais de peixes (ictioplâncton) dos estuários dos rios Curuçá e Muriá,<br />
localizados no nordeste paraense. Para isso fez-se coletas bimensais em marés vazantes diurna e de quadratura<br />
a partir de setembro de 2003 até julho de 2004. Foram pré-estabelecidas quatro estações ao longo do estuário<br />
dos dois rios. Realizou-se medidas de condutividade, pH, temperatura e oxigênio dissolvido e realizados<br />
arrastos a um metro de profundidade que foram feitos com uma rede com malha de 500µm e 50 cm de<br />
abertura de boca, na qual foi acoplado um fluxômetro. Amostras foram conservadas com formol a 4%.<br />
Foram registradas 1.326 larvas, sendo que destas, 451 foram amostradas no rio Muriá e 875 larvas no rio<br />
Curuçá. As larvas de peixes identificadas pertencem a 12 famílias (Engraulidae, Clupeidae, Myctophidae, Gobiidae,<br />
Scianidae, Carangidae, Pleuronectidae, Tetraodontidae, Beloniidae, Soleidae, Achiriidae e Scorpaenidae). As maiores<br />
densidades registraram-se nos meses de julho, janeiro e março. Não houve um padrão espacial de distribuição<br />
das larvas com as variáveis ambientais. O estuário do Município de Curuçá esteve representado<br />
principalmente por clupeiformes (família Engraulidae e Clupeidae), que desempenham papel importante na teia<br />
trófica deste ecossistema assim como papel relevante na alimentação local.<br />
114<br />
SILVA, Érica Bandeira da. Diagnóstico da paratuberculose em bovinos de corte do Estado do Pará -<br />
Brasil. 2005. 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade<br />
Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias<br />
RESUMO: 514 amostras de sangue bovino foram analisadas para detecção de anticorpos anti Mycobacterium<br />
avium (subsp.) paratuberculosis, utilizando um kit comercial do Teste ELISA Indireto. Os animais eram todos<br />
mestiços, machos e fêmeas, classificados em dois grupos, de acordo com a idade, menores ou iguais a 36<br />
81
82<br />
meses e maiores de 36 meses, provenientes de 23 municípios do Estado do Pará. Além deste teste, também<br />
foram colhidas 100 amostras de fragmentos de intestino delgado e de linfonodo mesentérico para análise<br />
bacteriológica através da coloração de Ziehl-Neelsen, a fim de identificar o Mycobacterium avium (subsp.)<br />
paratuberculosis. As amostras foram colhidas aleatoriamente em matadouro da Região Metropolitana de Belém.<br />
No Teste ELISA Indireto, das 514 amostras de sangue bovino, 182 (35,4%) foram reagentes para anticorpos<br />
anti-Mycobacterium avium (subsp.) paratuberculosis e 332 (64,6%) foram não-reagentes. Em todas as mesorregiões<br />
encontraram-se animais soropositivos. As fêmeas com idade superior a 36 meses mostraram maiores<br />
respostas ao teste, 92,06% de animais soropositivos. Entre os machos, a maior prevalência (76,79%) foi<br />
obtida nos mais novos, com idade abaixo de 36 meses. Das 100 lâminas coradas através do Método de Ziehl-<br />
Neelsen, nenhum Mycobacterium sp. foi identificado. Conclui-se assim, que o elevado número de animais com<br />
anticorpos anti-Mycobacterium avium (subsp.) paratuberculosis indica a presença da doença em todas as<br />
mesorregiões estudadas, devendo-se atentar aos riscos desta enfermidade, por meio de pesquisas mais<br />
abrangentes sobre a Paratuberculose, com aplicação de métodos diagnósticos diretos e indiretos.<br />
115<br />
SILVA, Klena Sarges Marruaz da. Avaliação da eficácia do TES e RINGER lactado na criopreservação<br />
de sêmen de Ateles, mantidos em cativeiro. 2005. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.<br />
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro<br />
RESUMO: A biotecnologia aplicada à reprodução é uma ferramenta também importante para conservação de<br />
espécies ameaçadas de extinção. Algumas espécies de primatas não-humanos neotropicais têm sido<br />
amplamente agredidas por ações antrópicas, ocasionando a inclusão de 26 espécies brasileiras na lista oficial<br />
de animais ameaçados de extinção do IBAMA. As espécies de primatas não humanos Ateles belzebuth e Ateles<br />
paniscus, participantes do gênero Ateles, popularmente chamados de macaco-aranha, encontram-se<br />
particularmente ameaçadas. Poucos estudos são realizados acerca do status populacional destas espécies e<br />
menos ainda sobre dados reprodutivos e reprodução assistida. O presente estudo pretende comparar a<br />
performance dos diluentes TES e CEBRAN II, este último à base de ringer lactato, como criopreservadores<br />
de sêmen destas espécies. O experimento foi realizado utilizando 06 exemplares machos de primatas não<br />
humanos do gênero Ateles (02 exemplares de Ateles marginatus e 04 exemplares de Ateles paniscus) mantidos<br />
sob as mesmas condições de cativeiro no Centro Nacional de Primatas (CENP-SVS/MS), em Ananindeua,<br />
Pará. Os animais utilizados foram submetidos a exame clínico-andrológico e biometria testicular, antes da<br />
colheita seminal realizada por eletroejaculação. Foram realizadas avaliações físico-químicas e de patologias<br />
espermáticas, além de avaliação de motilidade e vigor no sêmen a fresco e pós-diluição com os diluentes TES<br />
e CEBRAN II. As alíquotas de sêmen diluídas com os dois diluentes, na proporção 2:1, foram envasadas em<br />
minitubos com capacidade para 0,25 ml e criopreservados em nitrogênio líquido. Após descongelação, as<br />
doses envasadas foram avaliadas em teste de termo-resistência (T.T.R.). As médias de volume e concentração<br />
espermáticas obtidas foram, respectivamente, 1,94 ml (± 0,83) e 3.020.000 sptz/ml (±275,97). O pH 8 foi<br />
observado em todas as amostras e todos os exemplares apresentaram coagulação seminal. O índice de<br />
patologias espermáticas encontrados foi alto (69,8%, ± 9,05), indicando que pode haver influência da<br />
sazonalidade reprodutiva nas características seminais encontradas nos animais deste experimento. Os<br />
resultados de avaliação de motilidade e vigor do sêmen a fresco, diluído e no T.T.R. não puderam ser<br />
analisados estatisticamente, pois somente o sêmen de 03 animais demonstrou espermatozóides viáveis pósdescongelação,<br />
com resultados que sugerem que o diluente TES apresenta melhor eficiência na preservação<br />
de sêmen de Ateles do que o diluente CEBRAN II.
2006<br />
116<br />
BAÍA JÚNIOR, Pedro Chaves. Caracterização do uso comercial e de subsistência da fauna silvestre no<br />
Município de Abaetetuba, PA. 2006. 126 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Diva Anelie Araújo Guimarães<br />
RESUMO: Analisa o uso da fauna silvestre pelas populações rurais e urbanas do Município de Abaetetuba,<br />
PA (S 1°42.008’ W 048°54.009), tendo como meta a geração de conhecimentos que viabilizem as ações<br />
futuras de implementação de programas de produção comercial de animais silvestres nesta região. Para tanto<br />
foram: 1) aplicados questionários aos vendedores e aos freqüentadores da feira livre do município, assim<br />
como realizado o monitoramento do comércio de carne silvestre ao longo do ano de 2005, 2) realizadas<br />
visitas às comunidades ribeirinhas e aplicados questionários aos moradores das ilhas Capim, Xingu e<br />
Quianduba; 3) verificado o nível de conhecimento dos produtores rurais acerca da viabilidade ou não de<br />
implementação de programas de criação de animais silvestres na região. As atividades na feira livre mostraram<br />
que em 2005 aproximadamente 5.970 kg de carne de animais silvestres, pertencentes a oito etno-espécies<br />
(mucura, veado, capivara, paca, tatu, jacaré-açu, jacaré-tinga e matamatá), foram comercializadas, sendo que as<br />
carnes de capivara e jacaré foram as mais representativas, 64% e 34%, respectivamente. Os comerciantes<br />
apresentaram alta dependência financeira desta atividade, obtendo mensalmente uma renda de até R$ 600,00.<br />
Os consumidores moravam no município ou em regiões próximas e compraram os produtos mais por<br />
hábitos culturais do que necessidades financeiras. As principais atividades de subsistência (pesca e agroextrativismo<br />
de açaí) praticadas pelas populações ribeirinhas encontram-se em declínio ou não atendem às<br />
necessidades alimentares da comunidade ao longo de todo o ano. A caça ainda se constitui uma atividade<br />
comum para os ribeirinhos entrevistados, cerca de 38% (n 55) destes caçaram durante o último ano um total<br />
de 68 animais de pequeno porte, incluindo a mucura, a cutia, o tatu, a paca, o soia e o camaleão. Os animais<br />
maiores podem estar localmente extintos em função da sobre-caça. Os produtores rurais indicaram como<br />
fatores favoráveis para a criação de animais silvestres a proteção das populações naturais e a geração de renda,<br />
e como desfavoráveis a falta de assistência técnica e de apoio financeiro, a burocracia e os altos custos de<br />
produção. A formação de um sistema participativo de manejo, envolvendo a comunidade, o governo e o<br />
setor privado, que garanta o estabelecimento de uma cadeia produtiva funcional, é apontada como uma<br />
ferramenta necessária para a implantação de sistema de criação comercial de animais silvestres neste<br />
município.<br />
117<br />
BRITO, Carla Suzy Freire de. Dinâmica sazonal da CPUE da pescada amarela (Cynoscion acoupa),<br />
pescada gó (Macrodon ancylodon) e da serra (Scomberomorus brasiliensis), capturadas com rede de<br />
emalhar no Estado do Pará. 2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza<br />
RESUMO: A rede de emalhar é a arte de pesca mais usada para a captura de peixes ao longo da costa norte<br />
do Brasil e normalmente, em cada comunidade pesqueira, é desenvolvido um tipo de rede sujeita a<br />
aperfeiçoamentos progressivos através do tempo, conforme a experiência dos pescadores. Considerando a<br />
importância socioeconômica das espécies: pescada amarela, pescada gó e serra para a pesca na costa norte do<br />
Brasil, torna-se necessária a investigação das principais características da Biologia pesqueira delas, tais como a<br />
área de atuação das frotas, a obtenção de estimativas das respectivas abundâncias relativas (CPUE), e suas<br />
variações sazonais, que venham a suprir as escassas informações existentes para estas espécies na região.<br />
Neste trabalho foram utilizados os dados obtidos dos formulários de controle de desembarque de pescado e<br />
83
84<br />
de esforço de pesca que foram coletados durante os anos de 2000 a 2003 pelo Projeto ESTATPESCA,<br />
realizado pelo CEPNOR/IBAMA. Para análise dos dados, considerou-se o barco como unidade amostral,<br />
distribuindo-se as embarcações da frota em grupos homogêneos, de acordo com suas características. Para<br />
comparação dos valores de CPUE, entre os períodos mais chuvoso e menos chuvoso do ano, estimou-se os<br />
postos médios desses valores de CPUE para cada uma das espécies em kg/l000m rede-dia<br />
independentemente do tipo de embarcação e por tipo de embarcação e as variâncias desses postos médios<br />
para os quatro anos de 2000 a 2003, procedendo-se análises de variância por postos - Teste H de Kruskal-<br />
Wallis. A variação da CPUE média de 2000 a 2003 por período mais chuvoso e menos chuvoso,<br />
independente do tipo de embarcação, foi estatisticamente significante para a pescada amarela e serra no<br />
período menos chuvoso. A pescada gó não apresentou diferença estatisticamente significante.<br />
118<br />
CASTRO, Andréa Bezerra de. Biologia reprodutiva do muçuã Kinosternon scorpioides (Linnaeus,<br />
1776) em cativeiro. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Universidade Rural da Amazônia, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Diva Anelie Araújo Guimarães<br />
RESUMO: Obteve-se dados a partir de pesquisa realizada nas dependências do Parque Zoobotânico do<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, durante os anos de 1992 a 1997, que tiveram como objetivo o estudo da<br />
Biologia reprodutiva e do crescimento do muçuã em cativeiro. Verificaram-se as relações biométricas e o<br />
dimorfismo sexual entre machos e fêmeas adultas, o tipo de reprodução, o número de ovos por postura, o<br />
período de incubação e o percentual de eclosão, a relação entre a biometria dos ovos e dos filhotes ao nascer,<br />
a relação entre o tamanho da fêmea e seus ovos e filhotes, o crescimento biométrico e ponderal da espécie, a<br />
idade em que ocorre o dimorfismo sexual nos filhotes e a idade da primeira postura. Utilizaram-se animais<br />
adultos do plantel do Parque e um grupo composto por 70 recém-nascidos. Os resultados obtidos<br />
demonstraram que os machos adultos (n= 75) possuíam a cauda longa e a cabeça pigmentada de negro e<br />
apresentaram em média 314,05 g de peso, 14,79 cm de comprimento de carapaça, 9,79 cm de largura de<br />
carapaça, 12,3 cm de comprimento de plastrão, 7,46 cm de largura de plastrão e 4,5 cm de altura. As fêmeas<br />
adultas (n= 176) tinham a cauda curta e a cabeça amarela, apresentaram em média 430,08 g de peso, 15,26 cm<br />
de comprimento de carapaça, 11,31cm de largura de carapaça, 13,35 cm de comprimento de plastrão, 8,01cm<br />
de largura de plastrão e 5,51cm de altura, para todas as variáveis estudadas houve diferenças significativas,<br />
sendo as fêmeas adultas maiores que os machos adultos. O período de acasalamento abrangeu os meses de<br />
abril a agosto, caracterizando uma reprodução sazonal. A nidificação ocorreu entre os meses de maio a<br />
setembro e dividiu-se nas fases de deambulação, abertura da cova, postura dos ovos, fechamento da cova e<br />
abandono do ninho. Não houve variação no número de ovos entre posturas de fêmeas jovens e adultas. Em<br />
média a postura de fêmeas adultas foi de 2,45 ovos com variação de 01 a 07 ovos, e de 2,7 ovos para fêmeas<br />
jovens, com variação de 02 a 07 ovos por postura. Porém, as fêmeas adultas realizaram posturas de ovos com<br />
maior peso, comprimento e largura do que as de fêmeas jovens. Os ovos tinham o formato alongado, de cor<br />
rosa com uma mancha branca no centro, e a casca era dura e lisa (n=701). Em média, apresentaram 9,6 g de<br />
peso, 3,8cm de comprimento e 2,0 cm de largura. O período de incubação foi em média de 136 dias, com<br />
variação de 111 a 164 (n= 426) com média de eclosão de 86,6 1%. O peso, a largura da carapaça e a largura<br />
do plastrão da fêmea foram determinantes do peso e largura do ovo, assim como o peso e a largura do ovo<br />
foram determinantes do peso, comprimento de carapaça e plastrão e largura do plastrão do recém-nascido.<br />
Os filhotes (n= 887) nasceram com peso médio de 6,5 g, 3,1 cm de comprimento da carapaça, 2,2 cm de<br />
largura da carapaça, 2,7 cm de comprimento do plastrão, 1,8 cm de largura do plastrão e 1,6 cm de altura da<br />
carapaça. O peso, largura da carapaça, o comprimento do plastrão, largura do plastrão e a altura do casco da<br />
fêmea foram determinantes do peso, da largura da carapaça e da altura do casco do recém-nascido. Aos 22,49<br />
meses de idade apareceram os primeiros sinais de dimorfismo sexual. A espécie apresentou uma correlação<br />
positiva entre o peso vivo com as mensurações biométricas de comprimento, largura e altura até os 37,95<br />
meses de idade, após esta idade o peso vivo continuou aumentando, enquanto que a taxa de aumento no<br />
comprimento foi bem mais suave. Aos 37,94 meses o desvio padrão do peso vivo foi o maior observado em<br />
todas as idades, provavelmente como resultado do dimorfismo sexual já presente nesta idade. Nessa idade foi
observada a postura do grupo que apresentava em média 11,84 cm de comprimento de carapaça. Aos 47,02<br />
meses o grupo apresentou em média 410,9 g de peso e 14,15 cm de comprimento de carapaça, valores<br />
semelhantes aos encontrados nos animais adultos estudados.<br />
119<br />
COSTA, Dayana Alves da. Avaliação nutricional da torta de dendê para suplementação de ruminantes<br />
na Amazônia Oriental. 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: O trabalho realizou-se na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1°28’ S 48°2T W de<br />
Greenwich), com o objetivo de avaliar a influência da adição da torta de dendê (Elacis guineensis), como<br />
alternativa para suplementação alimentar de ruminantes, em períodos críticos de produção de forragem na<br />
Amazônia oriental. Foram determinadas as características nutricionais da torta de dendê, durante um período<br />
de 21 dias, com 16 ovinos, em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em delineamento inteiramente<br />
casualizado, em quatro tratamentos e quatro repetições, onde os tratamentos (Ti, T2, T3 e T4) continham<br />
quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e níveis crescentes de 10%, 20%, 30% e 40% de inclusão de torta<br />
de dendê. Os consumos de matéria seca, em g/dia e % do peso vivo, foram de 666,6 e 2,5; 686.9 e 2,4; 649,4<br />
e 2,4; e 540,9 e 2,0, de matéria orgânica 706,5; 710,8; 708,1 e 632,3 g/dia, e de proteína bruta 37,3; 42,9; 58,7 e<br />
56,4 g/dia. O consumo de FDN, em g/dia, foi de 584,7; 583,5; 565,2; 527,0. Os coeficientes de<br />
digestibilidade da matéria seca foram de 50,3; 47,8; 52,2; e 55,2%, da matéria orgânica de 50,8; 49,6; 53,5; e<br />
56,3% e de proteína bruta de 48,0; 38,7; 66,8: 69,4%, em Ti, T2, T3 e T4, respectivamente. A torta de dendê<br />
possui potencial produtivo, com elevada disponibilidade de matéria seca e bom valor nutritivo, constituindose<br />
em alternativa para ser utilizada como suplemento alimentar para ruminantes, principalmente em períodos<br />
críticos de estiagem, em níveis em torno de 30%, e possibilita maior consumo e digestibilidade de matéria<br />
seca, matéria orgânica, proteína bruta, com suprimento adequado de energia.<br />
120<br />
FIGUEIREDO, Elaine Lopes. Elaboração e caracterização do “Queijo Marajó”, tipo creme de leite de<br />
búfala, visando sua padronização. 2006. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
RESUMO: Objetiva a elaboração e caracterização físico-química, microbiológica e sensorial do “Queijo<br />
Marajó”, tipo creme, processado com leite de búfala, além de avaliar sua vida de prateleira, durante 28 dias, e<br />
rendimento econômico. Foram produzidos derivados em dois locais (Local A - Universidade do Estado do<br />
Pará e Local B - Laticínio, de Soure, Pará). Foram determinados no leite e no queijo, os níveis de umidade,<br />
lipídeo, proteína, carboidrato, valor calórico, acidez, pH, bactérias mesófilas, coliformes a 35°C e 45°C,<br />
bolores e leveduras, Staphylococcus aureus e Salmonella. Apenas no queijo realizou-se análises de colesterol e<br />
minerais. A análise sensorial constou de perfil de características e teste de aceitação. A similaridade das médias<br />
das variáveis físico-químicas do leite de búfala indicou que ele foi adequado para a elaboração de derivado<br />
padrão. Nenhuma amostra de leite apresentou contaminação por coliformes, Staphylococcus aureus e Salmonella.<br />
A maior contaminação foi constatada para bactérias aeróbias mesófilas e bolores e leveduras. Os teores de<br />
gordura no extrato seco e de umidade classificaram o derivado como gordo e de média umidade. O “Queijo<br />
Marajó”, apresentou-se dentro dos padrões estabelecidos para alimento de qualidade, até o 21° de<br />
armazenamento. Os atributos sensoriais mais perceptíveis e que caracterizaram o perfil sensorial do derivado<br />
foram cor branca, aromas lácteo e ácido, gostos ácido e salgado e maciez. O Teste de Aceitação indicou que o<br />
queijo foi muito apreciado pelos provadores. Para elaborar adequadamente o “Queijo Marajó” há necessidade<br />
de boas práticas de fabricação, dentro as quais se destacam o controle da acidez e da gordura do leite e da<br />
85
86<br />
massa usada para o derivado, padronização da quantidade de creme, de cloreto de sódio e sorbato de potássio<br />
adicionados, além da higiene na obtenção do leite e processamento.<br />
121<br />
GALO, Katiany Rocha. Freqüência de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos na<br />
Mesorregião Metropolitana de Belém, Estado do Pará. 2006. 63 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto<br />
Co-orientador: Adivaldo Henrique da Fonseca<br />
RESUMO: A Borreliose de Lyme é uma doença multissistêmica causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi latu<br />
sensu e transmitida por carrapatos ixodideos, acometendo seres humanos e animais domésticos, tendo como<br />
reservatórios naturais os animais silvestres, sendo ainda considerada uma zoonose de ampla distribuição<br />
geográfica. Foram coletadas 300 amostras sanguíneas de eqüinos aparentemente sadios, procedentes dos<br />
Municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba e Santa lzabel do Pará da Mesorregião<br />
Metropolitana de Belém - Pará. O sangue foi coletado pela veia jugular e os soros foram analisados por meio<br />
do ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) Indireto no Laboratório de Doenças Parasitárias na<br />
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho foi verificar a soroepidemiologia da<br />
Borrelia burgdorferi na Mesorregião Metropolitana de Belém. A freqüência de soropositividade foi de 26,67%<br />
(n=80), sendo 72 (24%) com título de 1:800, seis (2%) a 1:1600 e dois (0,6%) a 1:3200. A soropositividade<br />
entre os sexos foram valores aproximados sendo 13,67% nas fêmeas e 13% nos machos. A freqüência entre<br />
os animais de raças e mestiços foram 90.10 e 180/0, respectivamente. Não houve diferença significativa de<br />
animais soropositivos quanto aos municípios, sexo, raça e faixa etária. A freqüência encontrada corrobora a<br />
hipótese da ocorrência de Borrelia sp. na região de estudo.<br />
122<br />
GUIMARÃES, Andréa Krystina Vinente. Massa de forragem e dieta selecionada por bovinos em<br />
pastagens cultivadas e consorciadas com leguminosas, estabelecidas com e sem queima da<br />
vegetação secundária. 2006. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: Realizou-se um estudo no Município de lgarapé-Açú com o objetivo de avaliar a massa de<br />
forragem e a composição botânica da dieta de bovinos em pastagens de capim braquiarão e quicuio,<br />
consorciadas com as leguminosas Arachis pintol, Cratylia argentea e Leucaena Ieucocephala, submetidas a dois<br />
métodos de preparo de área: com Mulch e com queima da vegetação secundária. A área foi dividida em<br />
parcelas, com três repetições. Foram realizados dois experimentos, um com queima e outro onde a vegetação<br />
foi triturada - Mulch. Foram testadas três pastagens para cada experimento: 1. QB - Brachiaria humidicola +<br />
Brachiaria brizantha cv. Marandu. 2. QBAL - B. humidicola + 8. brizantha consorciada com A. pintol cv.<br />
Amarilo + L. Ieucocephala cv. Cunninghan. 3. QBAC - B. humidicola + B. brizantha consorciada com A. pintoi<br />
cv. Amarilo + C. argentea. A composição da dieta consumida pelos animais foi estimada através da análise<br />
microhistológica das fezes. As avaliações foram feitas no período experimental de 15/04/02 a 18/03/03. Para<br />
a determinação da composição botânica foi utilizada a técnica da análise microhistológica de fezes. As coletas<br />
de fezes e de forragem foram realizadas a cada dezoito dias. As amostragens de forragem foram feitas ao<br />
acaso, nas parcelas somente com gramíneas foram amostrados seis locais, enquanto que nas parcelas<br />
consorciadas foram amostrados doze locais. Os dados da massa de forragem e composição botânica da dieta<br />
foram analisados estatisticamente pelo software SAS versão 8.2. Apresentaram diferenças entre épocas a massa<br />
total, a massa de folha de braquiarão, de araquis, de espécies da capoeira, e de material morto. Quanto ao<br />
método de preparo de área todas as variáveis de resposta apresentaram diferenças. As massas total, de folha e<br />
de colmo de braquiarão e de material morto foram superiores na pastagem composta por gramíneas (QB). A<br />
massa de folha e colmo de quicuio e de araquis foram superiores na pastagem QBAL e a massa de espécies da
capoeira foi maior na pastagem QBAC. Todas as variáveis apresentaram diferenças significativas entre ciclo,<br />
sendo que, as massas totais mais elevadas foram alcançadas nos ciclos 3 e 4. O consumo de quicuio e de<br />
espécies da capoeira foram superiores na época seca, enquanto a percentagem de braquiarão foi superior na<br />
época chuvosa. As percentagens de quicuio foram superiores no método com queima, enquanto as de<br />
braquiarão foram superiores no Método Mulch. Não houve diferenças significativas entre as pastagens para as<br />
percentagens de capim quicuio e de espécies da capoeira. As percentagens de braquiarão foram superiores nas<br />
pastagens de QB e QBAL e as de leguminosas foram superiores nas pastagens consorciadas com leguminosas<br />
QBAC e QBAL. Foram encontradas 14 famílias e 23 espécies da capoeira. O método de preparo de área<br />
influenciou na massa de forragem e na composição botânica da dieta. A composição botânica da dieta foi<br />
influenciada pela massa de forragem. As espécies da capoeira tiveram pequena participação na composição<br />
botânica da dieta dos animais, devido à suficiente oferta de forragem na maior parte do ano.<br />
123<br />
PICANÇO, Nayma da Silva. Uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em bubalinos<br />
criados em Sistema de Produção de Várzea no Estado do Amapá. 2006. 80 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro<br />
RESUMO: Incrementa o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em búfalas criadas em<br />
sistema produtivo extensivo de terras alagadas sazonalmente. Experimento realizado na cidade de Itaubal, no<br />
Estado do Amapá, mais precisamente na Fazenda Motogeral LTDA, no período de novembro de 2004 a<br />
fevereiro de 2005, na estação favorável à reprodução. A propriedade possui um rebanho bubalino mestiço,<br />
onde predomina as raças Mediterrâneo e Murrah. Os animais possuem idade média de seis anos, em sua<br />
maioria plurípara e todas amamentando. Utilizou-se 93 animais, sendo que 70 animais sincronizados e<br />
inseminados em tempo fixo e 23 animais constituíram o grupo controle. Todos os animais foram<br />
previamente selecionados mediante exame ginecológico e Escore de Condição Corporal (ECC). Os animais<br />
sincronizados dividiram-se em três grupos: No grupo 1 (G1) com 20 animais, utilizou-se o Protocolo Ovsynch;<br />
No grupo 2 (G2) com 29 animais, utilizou-se o Protocolo DIB-synch; e no grupo 3 (G3), 21 animais<br />
compuseram o grupo denominado CL-synch. E os não sincronizados compuseram o grupo controle ou<br />
Grupo 4 (G4) composto por 23 animais que foram inseminados 12h após a visualização do cio. Das 93<br />
búfalas inseminadas 52 (55,91%) tornaram-se gestantes. Das 70 búfalas sincronizadas e inseminadas em<br />
tempo pré-determinado 43 (61,43%) ficaram gestantes. No G1 12 (60%) búfalas ficaram gestantes, no G2 19<br />
(65,5%) búfalas ficaram gestantes e no G3 12 (57,14%) búfalas ficaram gestantes. No grupo controle a taxa<br />
de prenhez foi de 39,13%. Não houve diferença significativa entre os grupos sincronizados e o grupo<br />
controle (P=0,27; X²=3,86). Nos grupos sincronizados não se observou diferença significativa entre os<br />
grupos (P=0,82; X² =0,38). As variáveis presença de muco (P= 4,11; Fisher=0,99) e contratilidade uterina<br />
(P=8,65; Fisher=0,99) influenciaram significativamente na taxa de prenhez. Dos 70 animais sincronizados 34<br />
(48,57%) apresentaram muco e 54 (77,14%) apresentaram contratilidade uterina durante a IATF. Quanto ao<br />
ECC, apesar de estatisticamente não ter influência nos resultados, notou-se que os animais com ECC2.5<br />
apresentaram as maiores taxas de prenhez. Pode-se concluir que os protocolos utilizados mostram que a<br />
IATF em bubalinos, criados de forma extensiva em áreas pantanosas, são uma alternativa promissora para<br />
melhorar a eficiência reprodutiva desta espécie na Região Amazônica. O protocolo CL-synch precisa de mais<br />
estudos, com maior número de animais. Os custos dos tratamentos não inviabilizam a adoção da técnica em<br />
propriedades rurais com sistema de produção extensiva.<br />
124<br />
ROLIM FILHO, Sebastião Tavares. Aspectos da eficiência reprodutiva de bubalinos criados em<br />
sistema misto (várzea e terra firme) em Belém. 2006. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro<br />
87
88<br />
RESUMO: Avalia a eficiência reprodutiva e produtiva de um rebanho bubalino criado em um sistema<br />
produtivo de várzea e terra firme na cidade de Belém, no Estado do Pará. O trabalho foi realizado na<br />
Unidade de Pesquisa Bubalina “Dr. Felisberto Camargo” de propriedade da EMBRAPA/CPATU, onde<br />
foram analisados registros reprodutivos colhidos durante aproximadamente 36 anos (1974 a 2005). Analisou<br />
770 registros de fêmeas bubalinas, com um total de 2.115 registros de partos. Foram selecionados 57 búfalas<br />
por meio de exame ginecológico e escore de condição corporal, para a Artificial em Tempo Fixo (IATF). Os<br />
animais foram divididos em dois grupos, o grupo 1 (G1) com 31 animais e o grupo 2 (G2) com 26 animais,<br />
ambos sincronizados pelo Protocolo “Ovsynch” e inseminados em tempo fixo com 00:00h e 24:00h, após a<br />
última aplicação de GnRH, respectivamente. A média da Idade ao Primeiro Parto (IPP) encontrada nesse<br />
estudo foi de 39,52±7,54, entretanto, somente o pai e o ano ao primeiro parto apresentaram efeito<br />
significativo sobre a IPP. No sistema reprodutivo de MN (Monta Natural), IA (Inseminação Artificial) e<br />
IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), a média de idade ao primeiro parto foi de 39,5±6,58;<br />
39,6±9,85 e 36,6±7,12 meses, respectivamente. A média da IPP em relação à época de parição foi de<br />
39,40±7,29 e 38,74±7,76, meses para a época mais chuvosa e menos chuvosa, respectivamente. O Intervalo<br />
Entre Partos (IEP) médio encontrado neste trabalho foi de 16,54±3,74 meses. Em relação à época de<br />
parição, a média do IEP foi de 17,09±4,71 e 18,89±4,27, respectivamente, para a época mais chuvosa e<br />
menos chuvosa. Para o sistema de reprodução a média de IEP foi de 17,31 meses, 18,43 meses e 20,79 meses,<br />
para MN, IA e IATF, respectivamente. Pôde-se observar que houve uma maior concentração média dos<br />
partos entre os meses de março e agosto durante os anos de 1974 a 2005. A média da eficiência reprodutiva<br />
foi de 0.67±0,13. Para os animais da MN, IA e IATF a média da eficiência reprodutiva foi de 0,69; 0,56; 0,63,<br />
respectivamente. O número de casos de aborto, retenção de placenta e morte embrionária foi, nesta ordem,<br />
de 10 (5,9%), 13 (7,78%) e 14 (8,38%) casos. O número de casos de infecção uterina foi de 18 (10,77%). Em<br />
relação aos ovários afuncionais, foram encontrados 26 casos ou 15,56%. Foram observados 2 (1,19%) casos<br />
de hipoplasia ovariana, 3 (1,79%) casos de cistos ovarianos, 2 (1,19%) casos de salpingites. O reinício da<br />
atividade ovariana, verificado pela observação visual do 10 cio pós-parto, foi em média aos 47,06±25,66 dias.<br />
A involução uterina verificada por meio de palpação retal, foi de 27,5±7,77 dias. A taxa de serviço neste<br />
experimento para IATF foi de 100% nos dois grupos de animais. A taxa de não retorno nas búfalas<br />
inseminadas com 00:00h após a aplicação do GnRH, foi de 93,55 (29/31). Entretanto, nas búfalas<br />
inseminadas 24:00h após a aplicação do GnRH, foi de 76,92 % (20/26). A taxa de prenhez obtida em cada<br />
grupo, levando-se em consideração o momento ou hora da inseminação, foi 25,81% (08/31) nos animais<br />
inseminados em 00:00h, e de 30,77 % (08/26) nos inseminados com 24:00h.<br />
125<br />
SEIXAS, Vitória Nazaré Costa. Determinação de parâmetros para a avaliação de carcaça em bubalinos<br />
machos no Estado do Pará. 2006. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso<br />
Co-orientador: Cláudio Vieira de Araújo<br />
RESUMO: Objetiva criar um protocolo para identificação da qualidade da carcaça de bubalinos machos<br />
abatidos no Estado do Pará. Para isso, efetuou o estudo em duas etapas: na primeira, utilizou 174 animais<br />
para a criação e implantação do protocolo de identificação da idade através do desenvolvimento dos pares de<br />
dentes incisivos e das mensurações lineares, altura de garupa e cernelha, perímetro torácico e comprimento<br />
corporal. A segunda etapa constou da comprovação do protocolo pré-estabelecido inserido dentro da<br />
avaliação das características de carcaça, por meio dos rendimentos de carcaça quente e fria, do traseiro,<br />
dianteiro, ponta de agulha, área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea de 76 animais abatidos.<br />
Verificou a ausência dos cantos decíduos 4º par nos animais de zero a três meses de idade. Os cantos<br />
estabeleceram-se definitivamente entre três e seis meses de idade. A partir dos seis meses de idade, os dentes<br />
incisivos decíduos estão todos presentes e estabelecidos. Aos 24 meses observou-se o início da troca dentária<br />
das pinças (1° par). Entre os 30 a 55 meses de idade ocorreu a troca dentária dos primeiros e segundos<br />
médios (2° e 30° par, respectivamente) e acima dos 55 meses, a troca dos cantos. Dos 55 aos 100 meses de<br />
idade, todos os dentes incisivos permanentes estavam estabelecidos. O peso vivo dos animais apresentou uma
correlação positiva e significativa com as mensurações lineares, altura de garupa e cernelha, perímetro torácico<br />
e comprimento corporal. Dos 25,7 meses até os 30 meses de idade houve uma redução da taxa de<br />
crescimento, conseqüência da puberdade e acabamento da gordura de cobertura. A partir dos 18 meses de<br />
idade não houve diferença significativa de rendimento de carcaça quente e fria, do traseiro, da área de olho de<br />
lombo e da espessura de gordura subcutânea dos animais. O rendimento dianteiro foi maior em búfalos<br />
acima de 24 meses de idade e o rendimento de ponta de agulha foi maior para búfalos mais jovens. Concluiuse<br />
que o início da troca dentária das pinças é a idade ideal para o abate, onde coincide com a redução da taxa<br />
de crescimento e da deposição de gordura de cobertura da carcaça.<br />
126<br />
SILVA, Dirlene Ferreira da. Utilização de indicadores biológicos na avaliação da qualidade da água da<br />
Baía do Guajará e do rio Guamá (Belém–PA). 2006. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Karla Tereza Silva Ribeiro<br />
RESUMO: Belém, a capital do Estado do Pará, possui uma posição geográfica privilegiada devido a uma<br />
vasta rede hidrográfica que permite a entrada de marés vinda da baía do Guajará e do rio Guamá. Estes são<br />
importantes ecossistemas aquáticos para a região. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade<br />
da água da baía do Guajará e do rio Guamá por meio de análises microbiológicas e da utilização de peixes<br />
como biomarcadores. Durante o estudo foram feitas quatro coletas durante quatro períodos: intermediário<br />
chuvoso (dezembro/04), chuvoso (março/05), intermediário seco (junho/05) e seco (setembro/05). Foram<br />
coletadas 100ml de água superficial em quatro pontos localizados na baía do Guajará (porto do Arapari, Vero–Peso,<br />
igarapé do Una e ilha da Barra) e três pontos no rio Guamá (Linhão, igarapé do Tucunduba e porto<br />
da Palha). A análise microbiológica foi feita de acordo com a descrição da 20ª edição do Standard Methods for<br />
the Examination of Water and Wasterwater (APHA, 1998). Para a análise de biomarcadores foram feitas pescarias<br />
experimentais e capturados um total de 36 peixes da espécie Brachyplatystoma rousseauxii. Após a coleta foi feita<br />
análise histológica do fígado. Os resultados das análises microbiológicas demonstraram que em seis pontos de<br />
coleta as concentrações de coliformes totais e termotolerantes foram maiores durante os períodos<br />
intermediário chuvoso e chuvoso, sendo que o ponto localizado na ilha da Barra apresentou baixa<br />
concentração desses indicadores sanitários durante os quatro períodos de coleta. A água da baía do Guajará e<br />
do rio Guamá de acordo com a portaria do CONAMA Nº 357/ 2005 são águas pertencentes à classe três, no<br />
entanto elas apresentaram níveis de coliformes totais e termotolerantes acima do limite estabelecido para esta<br />
classe de água, com exceção do ponto localizado na ilha da Barra. A análise microbiológica sugere que a água<br />
da baía do Guajará e do rio Guamá apresenta altos índices de contaminação fecal. Em relação à análise dos<br />
fígados da espécie Brachyplatystoma rousseauxii os resultados demonstram que nos locais de lançamentos de<br />
efluentes houve uma variação no número de indivíduos com alterações do tecido hepático, sendo<br />
encontrados 24 peixes com alterações. O igarapé do Una foi o local com maior número de peixes com<br />
fígados alterados. Os resultados encontrados neste trabalho sugerem que o ambiente da baía do Guajará e do<br />
rio Guamá encontram-se em início de degradação devido ao excesso de despejo de efluente doméstico e<br />
industrial que representam um risco para o equilíbrio das comunidades aquáticas.<br />
127<br />
SILVA, Gicelle Maria Farias da. Estudo estrutural e ultra-estrutural das gônadas masculinas dos<br />
diferentes morfotipos de Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda,<br />
Palaemonidae). 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Rossineide Martins da Rocha<br />
RESUMO: O Macrobrachium amazonicum corresponde ao camarão de água doce mais explorado<br />
comercialmente na Amazônia, encontrando grande aceitação no mercado consumidor. Este trabalho teve<br />
89
90<br />
como objetivo caracterizar a estrutura e a ultra-estrutura das gônadas de diferentes morfotipos de M.<br />
amazonicum em população natural. 500 exemplares foram coletados do Furo das Marinhas e acondicionados<br />
em caixa de isopor e levados para o laboratório, onde foram identificados sexualmente e realizada a biometria<br />
com o auxílio de um paquímetro digital e pesados em balança digital. As gônadas de 50 machos foram<br />
dissecadas e fixadas em Karnovsky. Após 24h, as amostras foram desidratadas e incluídas em parafina. Em<br />
seguida, foram feitos cortes seriados de 5cm de espessura e corados em Hematoxilina e Eosina. Para a<br />
microscopia eletrônica, as gônadas foram pós-fixadas com tetróxido de osmio a 1% por duas horas em<br />
temperatura ambiente, desidratadas em séries crescentes de álcool e incluídas em Epon 812®. Os cortes semifinos<br />
foram corados com azul de toluidina a 1%. Os cortes ultrafinos foram contrastados com acetato de<br />
uranila e citrato de chumbo, sendo posteriormente analisados e fotografados em microscópio eletrônico de<br />
transmissão Zeiss 900. Para a microscopia eletrônica de varredura, as amostras foram fixadas, pós-fixadas e<br />
submetidas à secagem em ponto crítico em CO2 e posteriormente colocadas em stubs e submetidas à<br />
metalização com cobertura de ouro de 10nm de espessura para a análise em microscópio eletrônico<br />
varredura. Na população natural foram observados quatro morfotipos, de acordo com as dimensões<br />
corporais e a coloração. Os morfotipos foram denominados como TC, CC, GC e GC segundo à classificação<br />
de Moraes-Riodades (2002). As relações biométricas comprimento total e comprimento cefalotórax indicaram<br />
crescimento alométrico negativo e as relações peso e comprimento também indicaram alometria negativa. Os<br />
testículos estão localizados no cefalotórax e são constituídos por túbulos seminíferos; cada túbulo apresenta<br />
uma cápsula de tecido conjuntivo bem delgada que divide o parênquima do órgão. O túbulo é revestido por<br />
células achatadas e em seu interior foi observado uma população de células da linhagem espermatogênica em<br />
diferentes fases de maturação que foram denominadas de: espermatogônias; espermatócitos; espermátides e<br />
espermatozóides. As espermatogônias são as maiores células com cromatina organizada em grumos, situadas<br />
excentricamente no túbulo. Os espermatócitos são células arredondadas com cromatina em grumos densos.<br />
As espermátides são células pequenas com grandes quantidades de mitocôndrias. Os espermatozóides são<br />
células côncavas na porção apical e convexa na porção distal, apresentando uma pequena espícula assumindo<br />
um aspecto semelhante a uma taça ou cálice. Em corte transversal, os ductos deferentes apresentam-se<br />
revestidos por tecido conjuntivo e podem apresentar um epitélio cúbico a cilíndrico; apresentam em seu<br />
interior um aglomerado de células nutridoras localizadas na porção excêntrica e espermatozóides, situados no<br />
lúmen dos ductos. A análise estrutural das gônadas de M. amazonicum demonstrou a existência três morfotipos<br />
distintos no Furo das Marinhas.<br />
128<br />
SIMON, Jaime Édson. Consumo e digestibilidade de silagem de sorgo (Sorghum bicolor [L.] Moench)<br />
como alternativa para alimentação suplementar de ruminantes na Amazônia oriental. 2006. 94 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,<br />
Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: Este trabalho foi realizado na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1°28’ S 48°27 W de<br />
Greenwich), para avaliar o efeito de quatro níveis (0%, 15%, 30% e 45%) de concentrado, com subprodutos<br />
da agroindústria regional, em substituição à silagem de sorgo, no consumo voluntário e digestibilidade<br />
aparente da Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Energia Bruta (EB), Fibra em Detergente Neutro (FDN)<br />
e Fibra em Detergente Ácido (FDA). Foi realizado um ensaio metabólico, em 14 dias de adaptação e sete dias<br />
de período experimental, utilizando-se dezesseis ovinos, de cinco meses e média de 23 kg, em delineamento<br />
inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os dados foram analisados pelo<br />
Software SAS. A inclusão de concentrado na dieta influenciou o consumo voluntário e a digestibilidade<br />
aparente de todos os nutrientes, sendo descrito por função quadrática. Constatou-se um aumento quadrático<br />
nos consumos aparentes da MS e MO, contudo, com aumento do nível de concentrado na ração, foram<br />
observadas diminuições significativas nos teores de FDN e FDA. Percentagens entre 30% e 45% de<br />
concentrado na dieta proporcionam melhores consumos e digestibilidades dos nutrientes, exceto de FDN e<br />
FDA. A utilização de concentrado na silagem de sorgo, o que proporciona maior disponibilidade de matéria
seca na forragem e elevação do valor nutritivo da ração, é capaz de promover aumento da produtividade<br />
animal.<br />
2007<br />
129<br />
AVIZ, Márcia Alessandra Brito de. Valor nutritivo da leguminosa Flemingia macrophylla (Willd.)<br />
Merril para suplementação alimentar de ruminantes na Amazônia oriental. 66 f. 2007. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade<br />
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: O conhecimento do valor nutritivo de plantas forrageiras é de grande relevância quando se<br />
pretende elevar a produtividade dos sistemas pecuários na Amazônia oriental, principalmente em áreas onde<br />
ocorre deficiência de forragem de boa qualidade, em períodos de déficit hídrico. Assim, caracterizar a<br />
potencialidade da leguminosa Flemingia macrophylla (Willd.) Merrill, como alternativa para alimentação animal,<br />
assume relevante importância, pois pode influenciar no desempenho produtivo de bovídeos para carne e leite.<br />
Dessa forma, esta pesquisa visou avaliar a composição química, digestibilidade aparente e consumo voluntário<br />
dessa leguminosa na alimentação suplementar de ruminantes, em períodos de reduzida disponibilidade de<br />
forragem, de baixo valor nutritivo. O trabalho foi realizado na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém -<br />
Pará, (1º28´ S 48º27´ W de Greenwich). Foram determinadas as características nutricionais da leguminosa,<br />
durante um período de 21 dias, com 16 ovinos, em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em<br />
delineamento inteiramente casualizado, em quatro tratamentos e quatro repetições, onde os tratamentos (T1,<br />
T2, T3 e T4) continham quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e níveis crescentes de 100%, 75%, 50% e<br />
25% de inclusão de F. macrophylla. Os teores de tanino na composição da dieta foram 1,37; 0,62; 0,31 e 0,17%,<br />
respectivamente. Os consumos de matéria seca, em g/dia e % do peso vivo, foram de 901,8 e 2,4; 947,9 e 2,5;<br />
859,5 e 2,2; e 930,2 e 2,5 e de proteína bruta 232,4; 188,7; 132,1 e 107,6 g/dia. Os coeficientes de<br />
digestibilidade da matéria seca foram de 54,1; 59,2; 55,1; e 62,0%, da matéria orgânica de 57,3; 61,2; 57,6; e<br />
64,0% e de proteína bruta de 63,2; 60,5; 51,4; 52,0%, respectivamente. A leguminosa possui potencial<br />
produtivo, com elevada disponibilidade de matéria seca, para ser utilizada como suplemento alimentar para<br />
ruminantes, principalmente em períodos críticos. Níveis de inclusão de F. macrophylla, em torno de 75%,<br />
possibilitam maior consumo da matéria seca, matéria orgânica, e das frações fibrosas e 100% permitem<br />
melhor consumo de PB e EB.<br />
130<br />
FERREIRA, Silvaney Fonseca. Caracterização genética de avestruzes (Struthio camelus) usando<br />
marcadores RAPD. 2007. 57 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,<br />
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética de populações de avestruzes (Struthio<br />
camelus) por meio de marcadores RAPD (Polimorfismos de DNA amplificado ao acaso). Foram coletadas 121<br />
amostras de indivíduos procedentes dos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Minas Gerais. O DNA<br />
genômico foi extraído a partir de sangue total. A triagem de iniciadores permitiu a seleção de 15 entre os 60<br />
analisados que foram amplificados pelo método PCR. Os produtos da PCR foram visualizados em gel de<br />
agarose 1,5% e foi gerada uma matriz binária para os fragmentos amplificados com presença (1) e ausência (0)<br />
de banda. Para a verificação do número ótimo de bandas polimórficas, foi realizada a análise de bootstrap por<br />
meio do software GQMOL. Para a análise dos dados, foi utilizado o Programa NTSYS-pc (Numerical Taxonomy<br />
and Multivariate Analysis Sistem), versão 2.02. A similaridade entre as amostras foi analisada por meio do<br />
91
92<br />
Coeficiente de Jaccard. Foi gerada uma matriz de distância cofenética, usando o Módulo Sahncof, do Programa<br />
NTSYS 2.2. Para realização da estruturação gênica, o procedimento empregado foi a análise de variância<br />
molecular (AMOVA), processada no Software Arlequin 2.0 (Schneider et al., 2000). Os 15 iniciadores geraram<br />
um total de 109 bandas polimórficas. A análise de bootstrap mostrou que a partir de 100 bandas o trabalho já<br />
se torna mais confiável, uma vez que a magnitude da correlação foi bem próxima do valor máximo (r=0,99),<br />
como também a soma de quadrados dos desvios (SQd) atingiu valor baixo 1,25 e o valor do estresse (E) foi<br />
de 0,05. Na análise entre pares de grupos, foi verificado que a maior e menor similaridade estão em torno,<br />
respectivamente, de 0,86 e 0,00. No que diz respeito à distribuição de freqüência das similaridades obtidas<br />
entre os 5.644 pares formados na matriz genética, pode-se verificar que 32,69 % dos pares ficaram incluídos<br />
nas classes com similaridades variando de 0,01 a 0,10. Nota-se que a maior porcentagem (85,59%) dos pares<br />
ficou distribuída nas três primeiras classes das extremidades e que a minoria deles (14,41%) apresentou<br />
similaridades variando de 0,21 a 1,00. O Teste de Mantel mostrou correlação de 0,81 e o dendrograma gerou<br />
67 grupos delimitados pela Sm que foi de 0,49. A maior similaridade foi de 0,86 e a menor de 0,06. Os dados<br />
relativos à análise de variância molecular mostraram que a porcentagem de variação genética entre<br />
procedências foi baixa e significativa (24,03%, p < 0,0001), evidenciando que grande parte da variação<br />
encontra-se dentro das populações (75,97 %). Os marcadores RAPD foram eficientes na caracterização da<br />
similaridade genética.<br />
131<br />
RODRIGUES, Alessandra Epifânio. Estimação de parâmetros genéticos para características<br />
produtivas em búfalos (Bubalus bubalis) na Amazônia oriental 2007. 67 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da<br />
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
Co-orientador: Cláudio Vieira Araújo<br />
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos para características produtivas, tais<br />
como: Produção de Leite (PL), Produção de Gordura (PG), Duração da Lactação (DL) e Produção de Leite<br />
por Dia de Intervalo de Parto (PLDIDP) em búfalos (Bubalus bubalis) na Amazônia oriental. O trabalho foi<br />
realizado na Fazenda “Dr. Felisberto Camargo” de propriedade da EMBRAPA/CPATU, onde foram<br />
analisados registros produtivos colhidos no período compreendido entre 1967 a 2005. Foram analisados um<br />
total de 1.182 registros de fêmeas bubalinas da raça Murrah e seus mestiços. As médias observadas e os<br />
desvios-padrão para PL, PG, DL e PLDIDP foram 1.663,84 ±343,60, 116,84 ±29,71, 269,89 ±56,36 e 3,88<br />
±1,15, respectivamente. Os parâmetros genéticos foram estimados por meio do método de Máxima<br />
Verossimilhança Restrita processada por meio de análises de bicaracterísticas, sendo as características como a<br />
produção de leite e gordura consideradas como efeitos fixos à época de parto, grupo genético e ordem de<br />
parto do animal, além da cováriavel duração da lactação. As estimativas de herdabilidade (h²) encontrada para<br />
as características PL, PG, DL e PLDIDP foram 0,25, 0,18, 0,08 e 0,09 respectivamente, com repetibilidade (r)<br />
para PL, PG e DL de 0,33, 0,29 e 0,10, respectivamente. As correlações genéticas entre as características<br />
foram 0,93 (PL-PG), 0,76 (PL-DL), 0,99 (PL-PLDIDP), 0,89 (PG-DL), 0,87 (PG-PLDIDP) e -0,27<br />
(DLPLDIDP). No rebanho estudado existe expressiva percentagem de animais que foram superiores<br />
geneticamente em relação à média da população para as características. Existe considerável variabilidade<br />
genética aditiva para as características estudadas, sendo que esta variabilidade pode ser utilizada para<br />
promover o melhoramento genético do rebanho.<br />
132<br />
SANTOS, Núbia de Fátima Alves dos. Valor nutritivo de Cratylia argêntea para suplementação de<br />
ruminantes na Amazônia. 2007. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência<br />
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de<br />
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.<br />
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior<br />
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão
RESUMO: O trabalho realizou-se na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1º28´ S 48º27´ W de<br />
Greenwich), com o objetivo de avaliar a influência da adição de Cratylia argentea, como alternativa para<br />
suplementação alimentar de ruminantes, em períodos críticos de produção de forragem na Amazônia oriental.<br />
Foram determinadas as características nutricionais da dieta, durante um período de 21 dias, com 16 ovinos,<br />
em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em quatro<br />
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos continham quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e<br />
níveis crescentes de 25%, 50%, 75% e 100% de inclusão de Cratylia argentea. Os consumos de matéria seca, em<br />
g/dia e percentagem do peso vivo, foram de 656,47 e 1,76; 743,50 e 1,96; 714,92 e 1,89; e 480,52 e 1,31 de<br />
matéria orgânica 619,64; 715,85; 665,36 e 535,85 g/dia, e de proteína bruta 68,01; 108,29; 187,67 e 170,61<br />
g/dia. O consumo de FDN, em g/dia, foi de 567,44; 536,70; 486,51 e 382,25 g/dia. Os coeficientes de<br />
digestibilidade da matéria seca foram de 37,87; 24,01; 21,93 e 34,36%, da matéria orgânica de 42,66; 31,54;<br />
27,02 e 36,05% e de proteína bruta de 56,04; 56,64; 68,66 e 71,44%, em 25%, 50%, 75% e 100% de inclusão<br />
de Cratylia argentea, respectivamente. A Cratylia argentea constitui alternativa no período de estiagem, quando<br />
ocorre redução na disponibilidade e qualidade das forrageiras, visando elevar a produtividade animal.<br />
Apresenta média digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e frações<br />
fibrosas, mesmo em estádio de floração, embora tenha médio consumo, devido a menor palatabilidade,<br />
causada pelo tanino. Níveis em torno de 50% possibilitam maior consumo da matéria seca, matéria orgânica,<br />
proteína bruta, energia bruta e frações fibrosas.<br />
93
2006<br />
97<br />
133<br />
CHAGAS, André Antonio Corrêa das. Perfil dos vendedores-manipuladores e aspectos higiênicosanitários<br />
das comidas comercializadas em vias públicas em um bairro na cidade de Belém-PA.<br />
2006. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,<br />
Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Francisco das Chagas Alves do Nascimento<br />
RESUMO: Identifica o perfil sociodemográfico dos vendedores-manipuladores de alimentos que<br />
comercializam comidas típicas nas vias públicas do bairro de São Brás na cidade de Belém-Pará, bem como,<br />
as condições microbiológicas dos alimentos comercializados. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na<br />
primeira, no período de fevereiro a abril de 2005, efetuou-se a aplicação de questionário semi-estruturado<br />
com questões abertas e fechadas aos vendedores-manipuladores. Enquanto na segunda, entre maio e<br />
dezembro de 2005, foram coletadas 72 amostras de comidas típicas (sendo 24 amostras de tacacá, 19 de<br />
vatapá, 19 de caruru e 10 de maniçoba), para pesquisa de Salmonella sp., contagem de estafilococos coagula-se<br />
positiva, determinação de coliformes (a 45 0 C) e contagem de Bacilius cereus. Dos vendedores, 80% eram do<br />
sexo feminino e 70% possuíam o ensino médio completo. Em relação à venda dos alimentos, observou-se<br />
que estes ficavam expostos em média 5,05 horas em condições inadequadas e que todos os pontos de venda<br />
não possuíam descarte de resíduos, nem sistema de abastecimento de água. Com base na legislação RDC n°<br />
12 de 2001, os resultados mostraram que 12,50% das amostras de tacacá. 47,36% das de vatapá, 57,89% das<br />
de caruru e 80% das de maniçoba apresentaram-se fora do padrão microbiológico estabelecido. Uma das<br />
amostras de maniçoba apresentou contagem de estafilococos coagula-se positiva acima de 10 3 UFC/g. Em 31<br />
amostras, sendo 3 de tacacá, 9 de vatapá, 11 de caruru e 8 de maniçoba, foram determinados NMP de<br />
coliformes fecais a 45°C acima de 20/g, totalizando 43,05% das amostras “impróprias para o consumo<br />
humano”, segundo a referida legislação. Os resultados encontrados na presente pesquisa indicaram<br />
deficiências relacionadas à situação de comercialização das comidas típicas. Foi constatado um baixo nível de<br />
conhecimento dos vendedores-manipuladores sobre higiene e sanidade de alimentos e condições higiênicosanitárias<br />
inadequadas das comidas típicas comercializadas no bairro de São Brás.<br />
134<br />
FERREIRA, Nelson Rosa. Micotecnologia aplicada à produção de 5-hidroxi-2-hidroximetil-gamapiroma:<br />
uso potencial na indústria de alimentos. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: Alberdan Silva Santos<br />
RESUMO: Aspergillus flavus (IOC 3974) foi selecionado entre diversas linhagens de fungos filamentosos<br />
pertencentes ao gênero Aspergillus no laboratório de coleção de fungos do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz,<br />
RJ. Este microrganismo foi utilizado na produção do metabólito secundário, denominado 5-hidroxi-2hidroximetil-y-pirona,<br />
que pertence ao grupo das y-pironas, sendo conhecido como “ácido kójico”, e tendo<br />
aplicações em diversos segmentos industriais. Na indústria de alimentos, apresenta grande potencial como<br />
inibidor das polifenoloxidases (PFOs), responsável pelo escurecimento enzimático de produtos agrícolas.<br />
Apresenta estrutura química que de um modo genérico poderá ser convertida em precursora de<br />
potencializador de aromas a exemplo do maltol ou etil maltol, os quais já são aplicados em alimentos. Em<br />
função do grande potencial metabólico deste microorganismo, o presente trabalho refere-se ao estudo de um<br />
processo biotecnológico para otimizar a produção do 5-hidroxi,2-hidroximetil-v-pirona. Aspergillus flavus foi<br />
cultivado em frascos de 250 ml contendo 100ml de meio líquido Czapek, variando-se a concentração da fonte<br />
de carbono desde 30g L1 até 360g L1, seguido da regulação por nitrogênio inorgânico [NaNO3I(NH4)2S04],<br />
sendo o pH ajustado para 5,5 no início do processo. Os frascos foram mantidos a 28 °C durante 16 dias e sob<br />
agitação constante de 120 rpm. Alíquotas de 1 ml foram retiradas a cada 24h e analisadas quanto à produção<br />
do metabólito, teor de açúcar residual, pH e biomassa. Estes estudos permitiram planejar estratégias para
98<br />
induzir a produção do metabólito por meio da determinação dos parâmetros cinéticos da produção do<br />
metabólito, produção de biomassa e consumo da sacarose utilizada como fonte de carboidrato. A extração e<br />
o isolamento do 5-hidroxi-2-hidrometil-y- pirona foram realizados utilizando MeOH/ACoEt (1:1) e<br />
cristalização em ambiente com temperatura controlada. Os resultados obtidos mostraram que a regulação por<br />
carbono e nitrogênio influenciou na produção do metabólito, de modo que a relação CIN (2001) apresentou<br />
15,5 g de metabólito por litro de meio de cultura num período de 35 dias. A utilização de diferentes<br />
concentrações de sacarose mostrou que 120g L1 apresentou melhor condição de biotransformação atingindo<br />
uma produção de 16g do metabólito por litro de meio de cultura num período de 15 dias. A extração do<br />
metabólito por meio de solvente orgânico e posterior cristalização permitiu obter o produto puro com um<br />
rendimento de 696% m/m tendo como base o substrato inicial. Os resultados confirmaram que o processo<br />
apresenta grande potencial para obtenção do metabolito de modo a gerar quantidades adequadas para os<br />
estudos de transformação e aplicação em escala piloto. Métodos físicos de análises foram realizados para<br />
identificar e confirmar a estrutura do 5-hidroxi-2-hidroximetil-y-pirona.<br />
135<br />
GUEDES, Andréa Madalena Maciel. Estudo da extração de óleo da polpa de tucumã por CO2<br />
supercrítico. 2006. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de<br />
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Luiz Ferreira de França<br />
Co-orientadora: Nádia Cristina Fernandes Corrêa<br />
RESUMO: Muitos produtos comestíveis são obtidos de palmeiras como o tucumanzeiro (Astrocaryum vulgare,<br />
Mart.). O fruto do tucumanzeiro apresenta polpa com elevado teor de carotenóides com potencial próvitamina<br />
A, podendo, extrair um óleo de alto valor para a indústria de alimentos. Os carotenóides são<br />
compostos termossensíveis, por isto é importante a definição de um método de extração que preserve a<br />
qualidade deste óleo. Existem vários métodos de extração, destacando-se a prensagem, que oferece menor<br />
rendimento em óleo e a extração por solvente, que deixa menos de 1 % de óleo residual, no entanto a<br />
separação do solvente é difícil. Por outro lado, métodos ditos não-convencionais, como a extração por fluidos<br />
supercríticos, geram bons rendimentos usando temperaturas de operação baixas, e o produto é isento de<br />
solvente. Utilizando-se este método, consegue-se preservar as características nutricionais e sensoriais do<br />
produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de utilização de CO2 supercrítico para a extração de<br />
óleo da polpa de tucumã. Para isto foi realizado um conjunto de experimentos de extração com CO2<br />
supercrítico seguindo um planejamento fatorial 22, em duplicata, para identificar a influência dos fatores<br />
principais, pré-tratamento (com e sem cozimento) e temperatura de extração (50° e 60°C), sobre as variáveis<br />
de resposta rendimento em óleo, índice de acidez, concentração de carotenóides totais, ácido oléico e ácido<br />
palmítico. Os resultados mostram que a utilização da polpa de tucumã sem o pré-tratamento de cozimento<br />
como matéria-prima, e a temperatura de extração de 50°C, foram as condições mais favoráveis para a<br />
extração supercrítica do óleo, em termos de rendimento e teor de carotenóides totais. Não houve influência<br />
das variáveis consideradas sobre o índice de acidez e a composição dos ácidos graxos majoritários (palmítico e<br />
oléico), demonstrando que os componentes lipídicos não foram afetados.<br />
136<br />
LINS, Roseana Telles. Determinação de tocoferóis e carotenóides em frutas amazônicas: implantação<br />
de uma metodologia. 2006. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e<br />
Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Luiza Helena Meller da Silva<br />
Co-orientador: Sylvain Henri Darnet<br />
RESUMO: A Região Amazônica apresenta uma elevada biodisponibilidade de matérias-primas de origem<br />
vegetal, que representam fontes consideráveis em micronutrientes, principalmente vitaminas. O presente<br />
trabalho teve por objetivo implantar uma metodologia, no laboratório do Departamento de Engenharia<br />
Química e de Alimentos da Universidade Federal do Pará, para análise de tocoferóis em polpa de fruta. O<br />
método selecionado foi por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), nas seguintes condições
cromatográficas: detector de fluorescência com excitação a 290 nm e emissão a 230 nm, fluxo 1mL/min, fase<br />
metanol: água (95/5 v/v), coluna Gemini C18 fase reversa (250x4,60 nm 5µ). A análise de vitamina E foi<br />
testada, primeiramente, com o fruto de açaí. Dois frutos amazônicos: inajá (Maximiliana maripa) e mari<br />
(Poraqueiba paraensis) tiveram seu perfil em tocoferol analisado. Realizou-se, também, análise de carotenóides<br />
em espectrofotometria, considerando o β–caroteno como o carotenóide principal. Os resultados encontrados<br />
de concentração destes compostos nas polpas dos frutos de inajá e mari variaram em média entre 135 e<br />
176µg/g polpa seca para tocoferol e 113 e 227µg/g polpa seca para carotenóides (β-caroteno). Verificou-se<br />
que estes frutos podem ser considerados como fontes importantes de vitaminas (E e A), pois suprem as<br />
necessidades das recomendações diárias, o que pode proporcionar perspectivas interessantes de valorização<br />
das matérias-primas amazônicas para o consumo.<br />
137<br />
PINTO, Samuel Viegas. Caracterização centesimal e dos perfis de ácidos graxos, aminoácidos e<br />
minerais de filés de dez pescados amazônicos. 2006. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: Antônio Manoel da Cruz Rodrigues<br />
Co-orientador: Hervé Louis Ghislain Rogez<br />
RESUMO: A Amazônia é uma região com mais de 1.500 espécies de pescados já descritas, sendo que grande<br />
parte com ocorrência no Estado do Pará. Em vista da ascendente produção de pescado da costa norte do<br />
país, é fundamental o conhecimento da composição química e caracterização dos componentes das espécies<br />
nativas. Foram estudadas oito espécies de pescados: corvina (Micropogonias furnieri), dourada (Brachyplatystoma<br />
flavicans), gurijuba (Arius parker), pargo (Lutjanus purpureus), pescada amarela (Cynoscion acoupa), pescada gó<br />
(Macrodon ancylodon), piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) e pirarucu (Arapaima gigas) e duas de crustáceos:<br />
camarão sete barbas (Penaeus subtilis) e caranguejo (Ucides cordatus). Três amostras de cada espécie foram<br />
coletadas e todas as análises foram feitas em duplicata. Análises experimentais foram realizadas no intuito de<br />
montar a composição centesimal dos pescados, além de identificar e quantificar os aminoácidos, ácidos<br />
graxos e 14 minerais, comparando-os com outros pescados já conhecidos e/ou padrões de consumo de<br />
nutrientes para seres humanos (segundo a FAO/WHO). As unidades variaram entre 78,07 a 86,11%. O<br />
maior teor de proteínas foi apresentado pela pescada amarela (16,79%) e o menor, camarão (9,37%). Os<br />
percentuais de lipídios do camarão e do caranguejo obtidos foram de 3,05% e 1,73%, respectivamente; os<br />
demais, de 2,20% (pescada amarela) a 4,70% (pargo). O teor de minerais está dentro do descrito pela<br />
literatura 1-2%. O índice químico (CS-Chemical score) variou entre 40,9% (pescada gó) e 81,3% (pargo), sendo<br />
a VAL o aminoácido limitante para todas as espécies, com exceção da pescada gó (MET+CYS). Na relação<br />
DHA/EPA, os mais importantes foram camarão e dourada; e quanto a n-6/n-3, o pargo (0,21) e a pescada<br />
gó (0,18) demonstraram valores próximos ao que é preconizado pela FAO/WHO, que é de 0,2. Os minerais,<br />
de maneira geral, estão dentro da Ingestão Diária Recomendada (IDR) e quanto aos ditos contaminantes,<br />
dentro do LMTD.<br />
138<br />
REBELO, Monaliza Maia. Avaliação da capacidade antioxidante de Conobea scopararioides e Hyptis<br />
crenata através do método do DPPH de suas toxidades frente à Artemia salina. 2006. Dissertação<br />
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Guilherme Soares Maia<br />
RESUMO: Conobea scoparioides (Cham. & Schltdl.) Benth e Hyptis crenata (Pohl) ex Benth são duas espécies vegetais<br />
aromáticas da Região Amazônica. A primeira, pertence à família Scrophulariaceae e é conhecida popularmente<br />
como pataqueira. Encontra-se distribuída no Norte do Brasil e ocorre em áreas semi-inundadas, terras baixas<br />
de rios e riachos, solo arenoso, espalhada em manchas. A segunda, compõe a família Lamiaceae e é conhecida<br />
vulgarmente como salva-do-Marajó. Está distribuída em estuário do rio Amazonas, arquipélago do Marajó,<br />
99
100<br />
Estados do Pará e Amapá. Estas plantas em mistura com outras são utilizadas em banhos aromáticos nas<br />
festividades de São João, que acontecem no mês de junho. Três amostras de C. scoparioides foram coletadas:<br />
uma na localidade de Santa Quitéria, no Município de Santa Isabel/PA, e outras duas na área da Embrapa,<br />
Município de Belém-PA. Três amostras de H. crenata foram coletadas nas localidades: Deus-me-Ajude, Rio<br />
Câmara e São Pedro, Município de Salvaterra/PA. As plantas foram selecionadas em função de seus usos<br />
etnobotânicos e pela presença de compostos fenólicos em seus óleos essenciais. Foram obtidos os óleos<br />
essenciais e extratos metanólicos das plantas, que foram analisados quanto à capacidade antioxidante,<br />
mediante o método de seqüestro do radical DPPH e quanto suas toxicidades frente às larvas do<br />
microcrustáceo Artemia salina. Os óleos foram analisados por cromatografia gasosa e seus constituintes<br />
identificados, sendo os majoritários: o éter metílico do timol, timol e α-felandreno (C. scoparioides) e o αpineno,<br />
1,8-cineol, β-pineno e limoneno (H. crenata). Os resultados obtidos desse trabalho indicam que C.<br />
scoparioides e H. crenata são plantas aromáticas da Região Amazônica com grande potencial terapêutico, pois<br />
seus óleos e extratos apresentam atividade antioxidante e citotóxica, devido seus valores de CE50 e CL50,<br />
respectivamente. Espera-se para tais espécies, inerentes inocuidades e boas aplicabilidades nas indústrias de<br />
alimentos, de fitoterápicos e outras, de modo que estas representem mais uma alternativa promissora no<br />
desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.<br />
139<br />
SAMPAIO, Patrícia Brito. Avaliação das propriedades funcionais do açaí (Euterpe oleracea) em<br />
plasma humano. 2006. 68 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia<br />
de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Hervé Rogez<br />
RESUMO: O açaí é uma bebida rica em polifenóis, muito popular na Região Amazônica. Com o objetivo de<br />
avaliar os efeitos no nível oxidativo sanguíneo, 350 ml de açaí foram adicionados diariamente à dieta de 30<br />
homens voluntários (idade 41±8.9 anos) durante 28 dias. Amostras de sangue foram coletadas em jejum por<br />
punção venosa nos dias 0, 10, 20 e 28 e as LDL’s foram isoladas nos dias 0 e 28. Substâncias Reativas do<br />
Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) no plasma e LDL, oxidação do LDL Induzida pelo Cobre (CILO). Parâmetro<br />
Antioxidante de Captura de Radicais (TRAP) e capacidade de absorbância do radical oxigênio (ORAC) foram<br />
determinados para avaliar o padrão antioxidativo dos voluntários. A análise de Cluster foi utilizada para<br />
construirem-se dois grupos de voluntários (mais e menos protegidos), de acordo com esses parâmetros<br />
antioxidantes no tempo zero. Neste tempo, o TI3ARS LDL foi 3 vezes maior no Cluster 1 que no Cluster 2<br />
(3.8±2.3 e 1.2±0.5, respectivamente) e esta mudança foi significativa para o Cluster 1. Em geral, todos os<br />
parâmetros apresentaram tendência a aumento do padrão antioxidativo com o consumo de açaí: diminuição<br />
do plasma TBARS, aumento no tempo de latência do teste de CILO, estabilidade ou pequeno aumento dos<br />
valores de ORAC e TRAP. Essas mudanças, entretanto, não foram significativas estatisticarnente (p>O.O5).<br />
Marcadores bioquímicos séricos e níveis lipídicos foram medidos enzimaticamente, porém nenhum efeito<br />
significativo foi observado. Esses resultados sugerem que o consumo de açaí possui efeitos<br />
antiateroscleróticos por meio da inibição substancial da peroxidação do LDL em pessoas susceptíveis.<br />
140<br />
SILVA, Elen Vanessa Costa da. Caracterização e pasteurização de méis de abelhas Melipona<br />
fasciculata (Uruçu Cinzenta) e Apis mellifera (Africanizada). 2006. 66 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Álvaro Alberto de Araújo<br />
Co-orientador: Georgio Cristino Venturieri<br />
RESUMO: Analisou-se as características de méis com e sem tratamento de pasteurização, armazenados<br />
durante 9 meses, por meio da avaliação física e físico-química (pH, acidez, umidade, cinzas, sólidos insolúveis,<br />
açúcar redutor, sacarose, hidroximetilfurfural, atividade diastásica e cor), microbiológica (Coliformes fecais,<br />
Salmonela, bolores e leveduras) e sensorial (teste de aceitação), utilizando espécies de abelhas Melipona fasciculata
101<br />
(uruçu cinzenta) e Apis meillifera (africanizadas). Foram utilizados nos ensaios méis de abelhas M. fasciculata e<br />
de A. meillifera, colhidos em março de 2005, provenientes do Estado do Pará. As amostras foram colocadas<br />
em frascos de vidro estéreis, em alíquotas de 250 mL e submetidas a dois tratamentos: com e sem<br />
pasteurização. Finalmente foram armazenadas em ambiente sem contato com luz direta e à temperatura<br />
ambiente e analisados por 9 meses. Os valores encontrados para méis de A. meillifera “in natura” e<br />
pasteurizado, após 9 meses de armazenamento encontraram-se dentro dos limites da legislação (BRASIL,<br />
2000), com exceção do valor de hidroximetilfurfural do mel pasteurizado, o qual alcançou valor de 61,22<br />
mg/kg no ultimo mês. As metodologias de umidade e atividade diastásica para mel de Apis, não foram<br />
eficientes para mel de M. fasciculata. O mesmo apresentou valores elevados de acidez em mel “in natura” e de<br />
hidroximetilfurfural em mel pasteurizado. Físico-quimicamente, sugere-se a pasteurização apenas em méis de<br />
M. fasciculata, fixando sua vida de prateleira em 6 meses. Microbiologicamente, os méis não apresentaram<br />
contaminação após 9 meses de armazenamento, estando aptos para o consumo. Sensorialmente, o mel de A.<br />
meillifera “in natura” obteve maior aceitação (76%), sendo considerado pelos provadores com sabor adocicado<br />
e viscosidade elevada, característico de mel de abelha.<br />
141<br />
SILVA, Manoel Luiz Andrade da. Extração de corantes de urucum (Bixa orellana L.) utilizando<br />
sistemas de recirculação de solventes. 2006. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação<br />
em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Lênio José Guerreiro de Faria<br />
RESUMO: Realiza-se a otimização estatística do processo de obtenção de corantes em pó, a partir de grãos<br />
de urucum (Bixa orellana L.), utilizando-se um protótipo de extrator por recirculação de solventes. São<br />
empregadas as variáveis de entrada: soluções de KOH, tempo de extração e relação volume de solvente e<br />
massa de sementes e as variáveis de resposta: rendimento em massa de corante e rendimento em bixina. A<br />
análise dos dados é realizada com base na metodologia de superfícies de resposta, a partir de um<br />
planejamento fatorial completo, em dois níveis, com auxílio do aplicativo Statistica 5.0. Quantifica-se a<br />
influência das variáveis de entrada no processo nas variáveis de respostas consideradas e identifica o ponto<br />
ótimo. Verifica-se que o rendimento em massa de corante pode ser estimado por um modelo de primeira<br />
ordem, em função das variáveis de entrada estatisticamente significativas. O rendimento em bixina pode ser<br />
estimado por meio de um modelo polinomial de segunda ordem. Avalia-se a estabilidade da bixina em função<br />
do teor de cinzas presente na massa de corante.<br />
142<br />
SILVA, Mario Henrique Möler da. Levantamento de parâmetros de qualidade do produto “Medalhão<br />
de Peixe” elaborado a partir de carne mecanicamente separada. 2006. 94 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Nádia Cristina Fernandes Corrêa<br />
Co-orientadora: Lúcia de Fátima Henriques Lourenço<br />
RESUMO: Identifica a influência dos parâmetros de qualidade obtidos para o produto “Medalhão de Peixe”<br />
elaborado a partir de partes comestíveis recuperadas pelo processo de separação mecânica de ossos e pele<br />
obtendo CMS (Carne Mecanicamente Separada) na linha de processamento das espécies: pescada amarela<br />
(Cynoscion acoupa.) e bagre rosado (Tachysurus harbus), com referência particular sobre a “espécie de peixe” e o<br />
“tempo de maturação”. Para tal, realizou-se o planejamento fatorial completo do tipo 2 2 para verificar a<br />
influência das variáveis operacionais sobre as respostas lipídio, proteína, umidade e cinzas, no material<br />
processado e outras análises, para assegurar as respostas qualitativas dos medalhões de peixes, dentre elas:<br />
colorimetria, perfil dos ácidos graxos por cromatografia gasosa, análise microbiológica e análise sensorial. De<br />
acordo com o planejamento experimental, foi possível identificar que a variável espécie de peixe (X1) foi<br />
considerada significante (α= 0,05) somente para as respostas lipídio e proteína, sendo, portanto considerada<br />
insignificante para as respostas umidade e cinzas, para todos os tempos avaliados. Os resultados obtidos na<br />
determinação do valor de TBA (ácido 2-tiobarbitúrico) foram abaixo de um (1) para ambas espécies:
102<br />
maturada e não maturada. Os índices de acidez observados foram considerados altos quando comparados a<br />
outros trabalhos; quanto ao rendimento de óleo encontrado na extração com fluido supercrítico, mostrou-se<br />
satisfatório; por meio de análise de cromatografia gasosa, identificou-se 14 ácidos graxos para ambas as<br />
espécies dos quais se destacou o ácido palmítico com a maior concentração, 24 e 30% para pescada amarela e<br />
bagre rosado, respectivamente. Dentre os ácidos insaturados, o EPA (Ácido Eicosapentaenóico) destacou-se<br />
nas duas espécies, seguido pelo DHA (Ácido Docosahexaenóico) e o Araquidônico. Nas análises<br />
microbiológicas os resultados encontram-se dentro dos padrões da legislação brasileira para Salmonella e S.<br />
aureus, com exceção de coliformes a 45°. Na análise sensorial, os produtos obtiveram, em média 70,7% de<br />
aceitação. Após avaliação dos medalhões de pescada amarela e bagre rosado por meio dos parâmetros já<br />
mencionados, conclui-se que os resultados físico-químicos estão dentro dos limites encontrados na maioria<br />
dos peixes marinhos magros, levando-se a considerar que as CMS’s (Carne Mecanicamente Separada) são<br />
viáveis para a valorização de subprodutos da indústria de pesca, e os medalhões comportam-se<br />
satisfatoriamente como produto alimentício.<br />
143<br />
TEODORO, Danielle Matos Diniz. Avaliação dos teores de mercúrio e selênio em pescados da Região<br />
Amazônica. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de<br />
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Antônio Manoel da Cruz Rodrigues<br />
RESUMO: A Região Amazônica, em especial, o Pará possui mais de 1.500 espécies de pescados, só de água<br />
doce, já descritas. Em vista de o pescado ser a principal fonte de proteína para vários grupos populacionais,<br />
especialmente a população ribeirinha, como também o crescimento da preocupação com a poluição<br />
ambiental que, vem sendo responsável pela contaminação por metais pesados em animais, plantas e seres<br />
humanos, é de fundamental importância o conhecimento do teor em mercúrio e setênio, devido este último<br />
formar um complexo estável com o metal referido, impedindo seus efeitos tóxicos. Foram estudadas oito<br />
espécies de pescados: corvina (Micropogonias furnieri), dourada (Brachyplarystoma flavicans), gurijuba (Anus parker),<br />
pargo (Lutjanus purpureus), pescada amarela (Cynoscion acoupa), pescada gó (Macrodon ancylodon), piramutaba<br />
(Brachyplatystoma vaillanii) e pirarucu (Arapaima gigas) e duas de crustáceos: camarão sete barbas (Penaeus subtilis)<br />
e caranguejo (Ucides cordatus). As análises experimentais foram realizadas por espectrofotometria de absorção<br />
atômica com vapor frio, para mercúrio, identificando se os pescados estão dentro dos padrões estabelecidos<br />
pela Legislação Brasileira, além de identificar e quantificar o teor de selênio das espécies, por<br />
espectrofotometria com geração de hidretos metálicos, comparando-as com outros pescados já estudados na<br />
literatura. No mercado do Ver-o-Peso, pode-se verificar que as concentrações de Hg nas espécies não<br />
predadoras e predadoras foram em sua maioria, abaixo dos limites preconizados pela legislação. Apenas a<br />
espécie Pirarucu apresentou um valor da concentração de Hg superior ao limite de referência (1,0 µg/g)<br />
recomendado pela ANVISA para espécie predadora. Nas amostras coletadas no mercado de Icoaraci, podese,<br />
verificar que as concentrações de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram também em sua<br />
maioria abaixo dos limites preconizados pela legislação, sendo os menores valores encontrados para espécies<br />
não predadoras de 0,0547 µg/g (caranguejo) e 0,134µg/g (piramutaba) para espécies predadoras. Os maiores<br />
valores da concentração de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram respectivamente iguais a<br />
0,5033µg/g (pescada amarela) e 1,3242µg/g (corvina). Sendo que nesta última espécie o valor da<br />
concentração de Hg superou o limite de referência (1,0µg/g) recomendado pela ANVISA para espécie<br />
predadora. Os teores de selênio aqui estudados variaram entre 0,295µg/g para pescada gó e 0,689µg/g para<br />
piramutaba. Os resultados obtidos demonstram que as espécies alvo desse estudo podem ser classificadas<br />
como boa fonte de selênio. Com exceção do pirarucu (Arapaíma gigas) e corvina (Plagioscion squamosissimus), a<br />
maioria das espécies avaliadas neste trabalho encontram-se dentro do limite estabelecido pela legislação<br />
brasileira em teor de mercúrio.<br />
144<br />
WAUGHON, Tonye Gil Matos. Caracterização e processamento do resíduo fibrosos gerado na<br />
industrialização do suco de abacaxi. 2006. 58 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Rosinelson da Silva Pena<br />
103<br />
RESUMO: Caracteriza-se o resíduo fibroso gerado na industrialização do suco de abacaxi e estuda seu<br />
aproveitamento mediante a secagem; visando obter um produto rico em fibras dietéticas. O resíduo<br />
caracterizado apresenta um elevado teor de fibras (32,95% b.s.). A secagem realizou-se em secador de leito<br />
fixo, em camada delgada, utilizando planejamento fatorial completo a três níveis, com triplicata no ponto<br />
central. As variáveis de entrada foram: temperatura (50°C, 60°C e 70°C) e velocidade do ar (2,0 m/s; 2,5 m/s<br />
e 3,0 m/s). As variáveis de respostas avaliadas foram: umidade de equilíbrio, tempo de secagem, taxa de<br />
secagem a velocidade constante e coloração final do produto. Os resultados obtidos por meio da análise de<br />
variância mostraram que, a temperatura foi a variável de entrada que apresentou maior influência sobre as<br />
variáveis de resposta analisadas, não exercendo influência significativa apenas sobre a cor do produto.<br />
Avaliou-se também, o comportamento higroscópico do resíduo após secagem. Foram construídas isotermas<br />
de adsorção e dessorção de umidade a 25 e 40°C e determinados os valores da monocamada BET (mo). O<br />
produto apresentou isotermas de sorção do Tipo III. Os valores médios da monocamada (mo) para adsorção<br />
e dessorção foram de 11,6 g H2O/100 g b.s. e 12,7 g H2O/100 g b.s., respectivamente.<br />
2007<br />
145<br />
BICHARA, Carissa Michelle Goltara. Estudo in vivo de uma suplementação rica em betacaroteno:<br />
biodisponibilidade e efeito antioxidativo no plasma humano. 2007. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Programa<br />
de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Hervé Rogez<br />
RESUMO: Os carotenóides são pigmentos naturais sintetizados pelas plantas e responsáveis pela cor de<br />
vários vegetais e frutos. São amplamente estudados por sua habilidade em prevenir doenças crônicas, devido<br />
sua elevada capacidade antioxidante in vivo. Este trabalho teve como objetivos estudar a biodisponibilidade do<br />
β-caroteno presente no tucumã e avaliar os efeitos in vivo de uma suplementação diária. Realizou-se um estudo<br />
com 32 voluntários divididos em dois grupos: o grupo 1 (n=21) foi submetido a uma suplementação de 5 mg<br />
β-caroteno/dia durante 52 dias e o grupo 2 (n=11) não fez ingestão do produto e foi denominado grupo<br />
controle. Foram realizadas cinco coletas sanguíneas, com intervalos de 13 dias. Parâmetros bioquímicos como<br />
o Colesterol Total (CT), HDL e LDL-Colesterol, Triglicerídeos (TG), Glicose (GLI), Fosfatase Alcalina (FA)<br />
e Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) foram analisados enzimaticamente. A susceptibilidade oxidativa<br />
do plasma foi medida através do Método TBARS e a capacidade antioxidante pelo Método ORAC. Foi<br />
desenvolvida uma metodologia para a quantificação do β-caroteno em amostras biológicas e polpa de tucumã.<br />
O estudo da biodisponibilidade do β-caroteno mostrou uma baixa taxa de absorção e a maior disponibilidade<br />
deste composto no organismo 5 horas após a ingestão. No estudo da suplementação, foi observado um<br />
aumento significativo (p
104<br />
RESUMO: Avalia a influência da temperatura e do tamanho de partículas sobre o comportamento reológico<br />
do suco de abacaxi (Ananas comosus L.) natural e tratado com enzimas pectinolíticas. A polpa de abacaxi<br />
utilizada na obtenção das amostras apresentou elevados teores de açúcares. Testes preliminares indicaram por<br />
meio da análise de variância que as variáveis temperatura e tempo de tratamento exerceram efeito<br />
estatisticamente significativo (p0,98). As amostras naturais e despectinizadas apresentaram, em sua maioria, comportamento nãonewtoniano<br />
com características de fluídos pseudoplásticos (n 0,05) na estabilidade da emulsão, tanto no<br />
amolecimento padrão (45°C/1h), quanto no amolecimento com temperatura alternada (0 e 50°C). O<br />
tratamento da bebida com cloreto de cálcio (8, 9, 7, 13, 18, 28, 58 e 108 mM) e o tratamento térmico aplicado<br />
(25, 50, 60, 70, 80 e 90°C) a um tempo fixo de 20 minutos, também não alteraram significativamente os<br />
parâmetros de estabilidade usados. Quanto ao pH as amostras tiveram aumentos significativos no diâmetro<br />
em pH 7,5 à temperatura ambiente e também quando sofreram tratamento térmico a partir de 60°C, devido à<br />
desnaturação térmica das proteínas. Em relação ao processo de separação dos lipídios por centrifugação, a<br />
velocidade e o tempo de rotação foram estudados considerando três procedências de frutos (Abaetetuba,<br />
Cumbu e Ilha das Onças). O tempo não apresentou diferença significativa sobre a resposta percentual de<br />
lipídios retirados, ao contrário da velocidade, que apresentou efeito quadrático negativo (p
105<br />
RESUMO: A adsorção de compostos fenólicos de diferentes classes (ácido benzóico, ácidos cinâmicos e<br />
flavonóides) utilizando resinas sintéticas macroporosas poliaromáticas não iônicas (EXA 118, EXA 90 e<br />
XAD 16) e de éster acrílico (XAD 7) foi feita, a fim de conhecer a intensidade e a afinidade da adsorção<br />
destes compostos pelas resinas estudadas. Para isso foram construídas isotermas de adsorção dos compostos<br />
fenólicos em soluções aquosas, sob agitação de 200 rpm a 25°C, por duas horas. A afinidade e a intensidade<br />
do processo de adsorção foi medido em termos dos parâmetros de Langmuir e de Freundlich. Os dados<br />
obtidos experimentalmente se ajustaram bem aos modelos propostos (R 2 > 0,900); sendo escolhido o modelo<br />
de Langmuir para descrever o processo de adsorção dos compostos fenólicos em resinas sintéticas<br />
macroporosas. Os compostos que apresentaram os maiores valores de Q M foram o ácido caféico e a<br />
catequina. Os valores de energia livre de adsorção (∆G) variaram de —4,11 a 8,99 kJ/mol. Em todas as<br />
resinas estudadas, o ácido gálico apresentou valores de ∆G > 0. Avaliou o comportamento cinético dos<br />
compostos fenólicos com as duas resinas que apresentaram os melhores resultados, em relação à capacidade<br />
de adsorção: a EXA 118 e a XAD 16. Foram ajustados três modelos cinéticos (pseudo primeira ordem,<br />
pseudo segunda ordem e difusão intra-partícula) aos dados experimentais. O modelo cinético que melhor<br />
descreveu o processo de adsorção de compostos fenólicos, em resinas sintéticas macroporosas, foi o modelo<br />
de pseudo segunda ordem (em todos os casos p < 0,001).<br />
149<br />
SILVA, Alessandra Eluan da. Fracionamento e desacidificação do Óleo de palma (Elaeis guineensis<br />
Jacq.). 2007. 94 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de<br />
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientadora: Luiza Helena Meller da Silva<br />
Co-orientador: Antônio José de Almeida Meirelles<br />
RESUMO: A extração líquido-líquido é um método alternativo na desacidificação de óleos vegetais, que<br />
minimiza a perda do óleo neutro, utiliza baixas temperaturas preservando os compostos nutracêuticos<br />
(carotenóides e tocoferóis) no óleo. Essas características são o diferencial desse método quando comparado<br />
aos métodos convencionais de refino, como o químico e físico. Este trabalho teve como objetivo avaliar o<br />
processo de extração líquido-líquido, em células de equilíbrio, na desacidificação das frações do óleo de palma<br />
bruto (oleína e estearina) visando uma menor perda de óleo neutro e dos compostos nutracêuticos. O óleo de<br />
palma bruto foi submetido a um fracionamento, por filtração a vácuo, e a partir das frações separadas os<br />
sistemas foram preparados. Os sistemas estudados foram oleína/ácido comercial/solvente nas temperaturas<br />
de 25°C e 45°C e estearina/ácido comercial/solvente a 50°C, para diferentes concentrações de água no<br />
solvente. Os resultados indicam que o etanol com 5,46% massa de água é adequado ao processo de extração<br />
líquido-líquido, por extrair os ácidos graxos livres do óleo sem a perda de óleo neutro e sem a destruição dos<br />
carotenóides e tocoferóis.
106
107
108
109
110
1992<br />
111<br />
150<br />
FRAIHA NETO, Habib. Contribuição à entomologia médica, à etiopatogenia e à ecoepidemiologia<br />
de parasitos na Amazônia. 1992. 774 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1992.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Faz um levantamento bibliográfico comentado acerca dos seguintes temas: Entomologia Médica,<br />
Etiopatogenia e Ecoepidemiologia de Parasitos na Amazônia. Objetivou-se arrolar diversas publicações<br />
científicas sobre determinadas áreas da Parasitologia Amazônica no sentido de auxiliar pesquisadores que<br />
estejam desenvolvendo estudos nestas áreas. A metodologia utilizada foi um levantamento bibliográfico de<br />
publicações científicas, compreendendo os anos de 1970 a 1992, agrupadas nos seguintes temas: Taxonomia<br />
de flebotomíneos, flebotomíneos e epidemiologia de leishmanioses, lagoquilascaríase, lepidopterismo, míiases<br />
humanas, malária, triatomíneos e Doença de Chagas, filarioses, Aedes aegypti e febre amarela, planorbídeos e<br />
esquistossomose, outras endemias parasitárias, simulídeos e síndrome hemorrágica e Filárias de macacos.<br />
Foram obtidas 93 publicações, sendo 9 livros, 21 capítulos de livro, 43 artigos de periódico, 1 trabalho de<br />
conclusão de curso e 19 artigos apresentados em eventos científicos. Quanto ao idioma, foram obtidas 69<br />
publicações em português, 22 em inglês e 2 em espanhol. Conclui-se que, embora exista uma produção<br />
científica considerável sobre certos aspectos da Patologia Regional Amazônia, estas publicações carecem<br />
ainda de tratamento científico e sistematizado da informação. A Amazônia persiste um universo quase<br />
inexplorado. Sua biodiversidade, hoje tantas vezes exaltada no discurso preservacionista, fascina o naturalista<br />
desde os primórdios da colonização e guarda infinidade de segredos a excitar a argúcia dos estudiosos. Por<br />
isso, fazer ciência na Amazônia é ventura extremamente cara ao espírito pesquisador.<br />
1993<br />
151<br />
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha. Filogenia molecular das subfamílias Alouattinae, Atelinae e<br />
Pitheciinae (Platyrrhini, Primates). 1993. 141 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Seqüências de DNA genômico que englobam todo o gene epsilon da família J3-globina e o intron 1<br />
do gene IRBP (totalizando cerca de 3.600 pares de bases) foram obtidas para se investigar as relações<br />
filogenéticas de 7 gêneros de primatas do Novo Mundo, pertencentes às subfamílias Atelinae, Alouatinae e<br />
Pitheciinae. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e matriz de<br />
distância, e o arranjo cladístico obtido sugere uma estreita similaridade entre Alouatíneos (Alouatta) e Atelíneos<br />
(Ateles, Brachyteles e Lagothrix). Além disso, ficou evidenciado o caráter monofilético dos pitecíneos (Pithecia,<br />
Chiropotes e Cacajao) e a estreita relação de Cebus com Saguinus (usados neste estudo como grupos externos).<br />
Estimativas de tempo de divergência sugerem que a primeira radiação platirrina ocorreu por volta de 24-21<br />
milhões de anos, originando os ancestrais dos atuais cebídeos e atelídeos. A emergência de Alouatta foi<br />
estimada em 14 Ma, enquanto que a radiação dos atelíneos (Ateles, Brachyteles e Lagothrix) parece ter ocorrido<br />
por volta de 11-9 Ma. Já a origem dos pitecíneos foi estimada em 7 Ma (origem de Pithecia) e 6-5 Ma<br />
(separação entre Chiropotes e Cacajao). O arranjo taxonômico obtido com esta abordagem molecular corrobora,<br />
com pequenas modificações, com a proposta taxonômica sugerida por Rosenberger (1981) para a família<br />
Atelidae. Excetuando Aotus e CalliCebus, não representados neste trabalho, a classificação que propomos é a<br />
seguinte: subfamília Atelinae, com tribos Alouattini (Alouatta) e Atelini (Ateles, Lagothrix, e Brachyteles); subfamília<br />
Pitheciinae com tribo Pitheciini dividida em subtribos Pitheciina (Pithecia) e Chiropotina (Chiropotes e Cacajao).
112<br />
1994<br />
152<br />
HARADA, Maria Lúcia. Abordagem molecular para o esclarecimento da filogenia dos gêneros Aotus,<br />
CalliCebus, Cebus e Saimiri (Platyrrhini, Primates). 1994. 148 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1994.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Seqüências nucleotídicas do gene globínico epsilon e do intron 1 do gene IRBP foram obtidas,<br />
respectivamente, em 5 e 11 espécies de primatas do Novo Mundo e dos seguintes grupos: (1) Aotus, Cebus,<br />
Saimiri e Calitriquíneos; (2) CalliCebus, Pithecia, Chiropotes e Cacajao, utilizadas na avaliação das afinidades<br />
filogenéticas dos gêneros Aotus, CalliCebus, Cebus e Saimiri. Os resultados das análises de parcimônia,<br />
"Neighbor-joining", "Bootstrap" e intensidade de ligação das árvores obtidas forneceram forte suporte para a<br />
monofilia. O agrupamento Cebus-Saimiri é favorecido pelos arranjos de parcimônia e NJ, embora seja<br />
fracamente apoiado pelas análises de "Bootstrap". A exata relação deste clade com Aotus e Calitriquíneos<br />
permanece não esclarecida. A identificação de uma nova família platirrina, Pitheciidae, apóia-se no fato deste<br />
clade agrupar-se com os atelídeos nas análises com epsilon, porém une-se aos cebídeos nas análises com<br />
IRBP. Reunindo os resultados das abordagens moleculares do presente estudo com os obtidos anteriormente<br />
por nós (Schneider et al., 1993a) e por Sampaio (1993), propomos a seguinte classificação: (a) Família Cebidae<br />
com as subfamílias Aotinae (Aotus), Callitrichinae (Cebuella, Callithrix, Saguinus, Leontopithecus, Callimico), e<br />
Cebinae com as tribos Cebini (Cebus) e Saimiriini (Saimiri); (b) Família Pitheciidae com as subfamílias Callicebinae<br />
(CalliCebus) e Pitheciinae, com uma tribo Pitheciini composta pelas subtribos Pitheciina (Pithecia) e Chiropotina<br />
(Chiropotes, Cacajao); (c) Família Atelidae com a subfamília Atelinae dividida nas tribos Atelini (Ateles, Lagothrix,<br />
Brachyteles) e Alouattini (Alouatta). Considerando 40 Ma como o tempo de separação Platyrrhini-Catarrini, a<br />
primeira radição dos platirrinos foi estimada em torno de 27--23 Ma. Os cebídeos teriam se diversificado há<br />
22-18 Ma; Cebus e Saimiri se separaram há 21-19 Ma e CalliCebus emergiu há 20-16 Ma.<br />
1995<br />
153<br />
BARROSO, Carmem Maria Leitão. Filogenia molecular da subfamília Callitrichinae (Sensu<br />
Rosenberger, 1981). 1995. 109 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Seqüências de DNA genômico, compreendendo o intron 1 do gene IRBP com cerca de 1800<br />
pares de bases foram obtidas das seguintes espécies: Saguinus midas, S. bicolor, Leontopithecus rosalia, Callimico<br />
goeldii, Callithrix jacchus, C geoffroyi, C. argentata e Cebuella pigmaea. Estas seqüências foram adicionadas ao banco<br />
de dados de IRBP que continha as seqüências dos demais gêneros Cebóides referidas em Harada et al. (1995).<br />
Ao mesmo tempo construiu-se um alinhamento em “Tandem” dos dados de IRBP com os do gene epsilonglobina<br />
de Schneider et al. (1993). Os arranjos obtidos confirmam a monofilia da família Cebidae; demonstram<br />
que Saguinus é o gênero calitriquíneo mais primitivo; agrupam Callimico dentro dos calitriquíneos; colocam<br />
Cebuella inequivocamente como um membro do gênero Callithrix no grupo Pygmaea equivalente aos grupos<br />
Jacchus e Argentata. Além disso, a partir das evidências filogenéticas é proposto um modelo de evolução para<br />
os calitriquíneos segundo o qual um estoque Proto-Saguinus teria dado origem à população ancestral de<br />
Leontopithecus e Callimico-Callithrix (ou Leontopithecus- Callimico e Callithrix). Os proto mico-leões teriam migrado<br />
para o Leste, onde se isolariam em refúgios dando origem ao Leontopithecus. O estoque que permaneceu na
Amazônia teria originado os atuais Callimico e Callithrix. Este último ocuparia uma vasta área geográfica e daria<br />
origem aos grupos Argentata e Pygmaea na Amazônia, e ao grupo Jacchus no Brasil Central e a Leste.<br />
113<br />
154<br />
NAKAYAMA, Luiza. Polimorfismo bioquímico em bubalinos (Bubalus bubalis) e bovinos nelore (Bos<br />
taurus indicus) do Estado do Pará. 1995. 160 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Realiza um estudo eletroforético de 19 locos em 15 populações de quatro raças de Bubalus bubalis:<br />
2 da raça Murrah (N=53), 3 da Mediterrâneo (N=60), 2 da Carabao (N=54) e quatro populações de cada um dos<br />
tipos de Jafarabadi (Gir, N=49; Palitana, N=50). Uma população de 51 bovinos Nelore foi usada como grupo<br />
externo. Os objetivos foram: (1) a descrição da variabilidade eletroforética; (2) a comparação da variabilidade<br />
genética intra e inter-raciais; (3) a quantificação da variabilidade genética através da heterozigose média; (4) a<br />
investigação de heterogeneidade entre as populações; (5) a estimativa de distâncias genéticas entre as<br />
populações; e (6) a construção de fenogramas que expressassem as similaridades entre os grupos. Dos 19<br />
locos amostrados, doze foram monomórficos em todas as populações bubalinas (ACP1, GOT, IDH1,<br />
MDH1, GPI, GPT, LDHA, LDHB, SOD1, HBA, HBB e HP), enquanto que os sete polimórficos<br />
mostraram a seguinte distribuição: GLO1 apenas em Carabao; ADA em Jafarabadi, Mediterrâneo e em Murrah;<br />
PGD em Jafarabadi e Mediterrâneo; CA2, ESD, ALB e TF em todas as quatro raças. A heterozigose média<br />
variou de 1,1% (Carabao) a 4,5% (Jafarabadi var. Palitana), enquanto que a distância genética variou de 0,2%<br />
(intra-racial:Jafarabadi e Mediterrâneo) a 4,0% (Carabao X Murrah). Os feneogramas obtidos tendo Nelore como<br />
grupo externo mostram uma grande similaridade entre as raças Murrah e Mediterrâneo, tendo Jafarabadi como o<br />
grupo mais próximo e Carabao como a mais diferenciada das quatro raças bubalinas, concordando com dados<br />
morfológicos e cariotípicos.<br />
155<br />
YAMADA, Elizabeth Sumi. Organização morfofuncional do sistema visual de primatas Platirrinos:<br />
análise quantitativa da morfologia, densidade e cobertura dendrítica das células ganglionares retinianas M e P<br />
de Cebus e Aotus. 1995. 203 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Os espécimes machos de Cebus são todos dicromatas, enquanto que o Aotus é provavelmente<br />
monocromata. Estudou-se a morfologia, a variação de tamanho de pericário e árvore dendrítica, e a variação<br />
da densidade das células ganglionares retinianas M e P em Cebus machos e Aotus. As células ganglionares<br />
foram marcadas retrogradamente a partir da colocação de biocitina no nervo óptico, revelando-se a totalidade<br />
de suas arborizações dendríticas. A morfologia das células ganglionares M e P da retina do Cebus, com este<br />
método, é semelhante àquela descrita para as células M e P de macaca e homem, obtida através da técnica de<br />
injeção intra- celular de HRP ou neurobiotina. As células M e P do Aotus são maiores do que as classes<br />
homólogas de primatas diurnos. Tanto no Cebus como no Aotus, as células M possuem árvore dendrítica e<br />
pericário maiores do que as temporais. As células M e P foram classificadas em internas e externas de acordo<br />
com o nível de estratificação dendrítica da retina. Tanto Cebus como Aotus possuem células P foveais com<br />
árvores dendríticas diminutas o que nos fez supor que ambos possam ter circuitos de conexão um-para-um<br />
entre cones, células bipolares e células P na região central da retina.
114<br />
1996<br />
156<br />
BASTOS, Maria de Nazaré do Carmo. Caracterização das formações vegetais da restinga da Princesa,<br />
ilha de Algodoal - Pará. 1996. 261 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva<br />
RESUMO: Para caracterizar as diversas formações vegetais de uma restinga do Estado do Pará, Brasil,<br />
estudou-se um trecho da praia da Princesa, localizada na ilha de Algodoal, Município de Maracanã, a<br />
00°35'03" e 00°38'29" S e 47°31'54" e 47°34'57" W.Gr. Ao longo de perfis planialtimétricos no sentido marcontinente,<br />
foram identificadas as formações vegetais e observadas as unidades geomorfológicas as quais elas<br />
estão associadas. Para o estudo da composição florística de cada uma delas, procederam-se coletas aleatórias<br />
de espécimens em floração e/ou frutificação, tendo-se registrado um total de 241 espécies. A análise da<br />
estrutura foi feita por meio do método fitossociológico de parcelas. Nas formações com estrato<br />
predominantemente herbáceo, os levantamentos fitossociológicos foram realizados nos períodos de maior e<br />
menor intensidade pluviométrica (período chuvoso e seco, respectivamente). As formações vegetais com<br />
estrato herbáceo apresentaram mudanças na composição florística, do período chuvoso para o seco,<br />
relacionadas ao regime das chuvas e ao nível do lençol freático, porém as espécies de maior importância<br />
foram as mesmas nos dois períodos. Em três das formações com estrato herbáceo Cyperaceae e Gramineae<br />
foram as mais importantes. Nas formações com estrato arbóreo, Myrtaceae foi a dominante. A diversidade<br />
florística e eqüabilidade foram baixas, pela pequena riqueza de espécies e acúmulo de muitos indivíduos em<br />
um grupo restrito de espécies. As formações estudadas apresentam estrutura e composição que justificam<br />
uma diferenciação entre si. A similaridade florística entre elas variou de 15 a 45%.<br />
157<br />
MENDES, Antônio Carlos de Barros. Biologia e controle microbiano de Conotrachelus humeropictus<br />
Fiedler, 1940 (Coleoptera: Curculionidae). 1996. 101 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas. Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Bonifácio Peixoto Magalhães<br />
RESUMO: Estuda a biologia de Conotrachelus humeropictus Fiedler, 1940 e avalia a eficiência de Metharizium<br />
anisopliae (Metsch.) Sor. e Beauveria bassiana (Bals.) no controle desta séria praga do cacaueiro (Theobroma cacao<br />
L.) e do cupuaçuzeiro [T. grandiflorum (Will. ex Spreng.) Schum] na Amazônia brasileira. Investigou também in<br />
vitro o antagonismo entre os entomopatógenos e espécies fúngicas isoladas de solos com aquelas culturas na<br />
região. A pesquisa foi desenvolvida nos laboratórios e campos experimentais da Comissão Executiva do<br />
Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), em Belém, Pará e Ouro Preto D'Oeste, Rondônia. Em laboratório,<br />
sob condições controladas de temperatura (27 ± 2ºC) e umidade relativa (80 ± 10 %), C. humeropictus<br />
alimentado com folhas e frutos novos de cacaueiros, apresentou um ciclo de ovo e emergência do adulto do<br />
solo de 79 a 151 dias e em média, 108,80 ± 9,44 (X ± E) dias para machos e 156,87 ± 16,19 dias para fêmeas.<br />
O período de pré-oviposição foi longo, de 16,20 ± 0,49 dias, com intervalo de variação de 11 a 20 dias. O<br />
período médio de oviposição foi de 80,50 ± 5,58 dias, colocando cada fêmea, de 55 a 153 ovos, em média<br />
108,45 ± 6,21 ovos, sendo as posturas diárias e constituídas em média, por 1,29 ± 0,03 ovos. Para o<br />
desenvolvimento embrionário e larval, no interior dos frutos de cacau, o inseto necessitou de 25 a 35 dias<br />
(31,37 ± 10,96). Após esse período, um total de 15 a 20 dias (20,25 ± 1,50) se passaram no solo, para o<br />
desenvolvimento das fases de pré-pupa, pupa e completa formação fisiológica do adulto. Neste ínterim, C.<br />
humeropictus torna-se mais vulnerável ao ataque de seus inimigos naturais, principalmente fungos, dentre os<br />
quais M. anisopliae e B. bassiana. A potencialidade desses fungos no controle da espécie foi avaliada em larvas<br />
do último instar.
1997<br />
115<br />
158<br />
BRASIL, Heliana Maria Silva. Utilização de canteiros centrais de avenidas como parte integrante da<br />
área verde de Belém - PA. 1997. 159 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Felisberto Cavalheiro<br />
RESUMO: Em Belém, cidade cuja ocupação não considerou a necessidade de preservação da vegetação<br />
nativa nem a exigência da população por áreas de lazer, não se pode desprezar a incorporação de terrenos<br />
entre pistas de rolamento ao verde urbano. Visando propor formas de utilização dos atuais canteiros, e de<br />
outros que vierem a ser construídos com largura superior a 15 m, após terem sido identificados os mais e<br />
menos arborizados de cada uma das quatro avenidas estudadas, procedeu-se o inventário qualitativo da<br />
arborização, identificaram-se as formas de uso pela população e a influência exercida pela arborização no<br />
microclima. Concluiu-se por manter a aptidão para o lazer ativo dos canteiros da Av. 25 de Setembro, e<br />
temporariamente dos situados nas avenidas Visconde de Inhaúma e Marques de Herval, e pela redução da<br />
largura dos canteiros da Av. Duque de Caxias que passariam a ser usados para o lazer passivo. Embora a<br />
arborização atual tenha sido suficiente para abrandar a temperatura nos dias nublados da época menos<br />
chuvosa, para que essa redução seja mais efetiva é necessário aumentar o percentual de área coberta e a<br />
densidade do dossel.<br />
159<br />
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz. Nutrição mineral em bubalinos e bovinos nos campos do Marajó,<br />
Estado do Pará: cálcio, fósforo, cobre, cobalto, manganês, ferro e zinco. 1997. 173 f. Tese (Doutorado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Durante os meses de julho de 1994 a junho de 1995, realizaram-se dois experimentos objetivando<br />
avaliar e comparar o estado da nutrição mineral nas espécies bubalina e bovina da ilha de Marajó, Estado do<br />
Pará e estabelecer uma recomendação adequada de suplementação mineral. No primeiro estudo, utilizaram-se<br />
16 animais de cada espécie, divididos em dois tratamentos (T1 e T2) com oito animais por espécie, mantidos<br />
permanentemente em pastagens de Brachiaria humidicola, adicionando-se somente aos animais do T1, uma<br />
mistura mineral contendo 100% das exigências nutricionais do animal. No início, e a cada 28 dias até o final<br />
do experimento, foram determinados o consumo da mistura mineral, o ganho de peso animal e as<br />
concentrações de cálcio (Ca), fósforo (P), cobre (Cu), manganês (Mn), ferro (Fe) e zinco (Zn) da forrageira.<br />
No final dos períodos seco (dezembro de 1994) e chuvoso (junho de 1995), retirou-se de cada animal um<br />
fragmento ósseo para avaliação do estado das cinzas e do Ca e P. Nesta mesma época, foi também retirado<br />
um fragmento hepático de cada animal para determinação do Cu, Cobalto (Co), Mn, Fe, e Zn. A<br />
suplementação mineral não promoveu um efeito significativo sobre o ganho de peso dos animais, e o<br />
consumo da mistura mineral teve uma redução significativa de 133 g/UA/dia no período seco para<br />
54/UA/dia no período chuvoso. A deficiência de P encontrada na pastagem (0,08 %) alterou o percentual de<br />
cinzas no tecido ósseo, porém a suplementação mineral elevou a relação Ca : P óssea e a concentração do Cu<br />
hepático. A capacidade produtiva mineral foi potencializada pela exuberância e melhor qualidade da pastagem<br />
na época de maior chuva e, os bubalinos, mesmo consumindo 28% menos mistura mineral do que os<br />
bovinos, apresentaram um melhor poder de resposta frente às condições climáticas extremas da ilha de<br />
Marajó (seca e chuva). No segundo experimento, foram utilizados bubalinos (Bu) e bovinos (Bo) criados em<br />
regime de pastagem, procedentes de diferentes municípios do Marajó e destinados ao abate. Foram estudados<br />
57 bovinos e 59 bubalinos no final do período seco e 62 bovinos e 60 bubalinos no final do período chuvoso,<br />
para determinar o percentual de cinzas, Ca e P no tecido ósseo e as concentrações de Cu, Co, Mn, Fe e Zn no<br />
tecido hepático. Em ambas as espécies, as concentrações de Ca (23,6%), P (10,5%) e Cu (5,7 ppm) estavam
116<br />
muito baixas, sobretudo no período chuvoso. As reservas hepáticas de Fe (1.038 ppm) foram muito além do<br />
limite máximo estipulado pela literatura consultada (9180 ppm). Os minerais mais importantes a serem<br />
suplementados, de acordo com este estudo, são o Ca, P e Cu. Essa suplementação se faz necessária sobretudo<br />
no período chuvoso do ano, muito embora deva estar sempre disponível no cocho para consumo porque<br />
tende a elevar as reservas no tecido animal. Os bubalinos parecem ser mais sensíveis à deficiência desses<br />
minerais do que os bovinos.<br />
160<br />
LEITE, Angela Maria Conte. Ecologia de Carapa guianensis Aublet. (Meliaceae) "Andiroba". 1997.<br />
183 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: John du Vall Hay<br />
RESUMO: Estudou-se a ecologia de Carapa guianensis Aublet, espécie de importância socioeconômica. O uso<br />
está associado à densidade da espécie e ao costume local. Em áreas menos densas, é favorecida a extração<br />
madeireira e nas densas a extração do óleo. Os estudos foram realizados em três regiões da Amazônia<br />
brasileira: Axixá (MA), Belém (PA) e Manaus (AM), sendo estudada a biologia reprodutiva, a etnobiologia, a<br />
variação morfológica, a ecologia de populações e aspectos do crescimento, regeneração e recrutamento. Em<br />
Belém, a espécie foi estudada em terra firme, igapó e várzea. Apresentou plasticidade fenotípica nos diversos<br />
habitats e regiões, com frutificação em gradiente Oeste - Leste e assincrônica entre indivíduos. Existem<br />
gradientes várzea - terra firme - igapó e Axixá - Belém - Manaus quanto à densidade de regenerantes. A<br />
distribuição foi agrupada ou aleatória dependendo do tamanho da área. O crescimento dos regenerantes<br />
mostrou crescimento negativo no tempo. A distribuição do número de indivíduos em classes de tamanho<br />
também variou no tempo. A mortalidade dos regenerantes variou em função do número inicial de indivíduos<br />
e da classe de altura e a taxa de natalidade foi menor que a de mortalidade. Os resultados indicam a Reserva<br />
do Catú (Belém - PA) como mais equilibrada ecologicamente, Mocambo (Belém - PA) a mais ameaçada, e,<br />
entre regiões, Manaus com maior variabilidade genética intraespecífica, e Axixá e Belém com maior<br />
variabilidade intrapopulacional. A ocorrência em reboleiras (em Axixá) sugere seleção de indivíduos de<br />
andiroba para produção de sementes.<br />
161<br />
MEIRELES, Carla Maria Marques. Evolução molecular dos genes globinas gama 1 e gama 2 em<br />
Atelíneos (Primates, Platyrrhini). 1997. 235 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Seqüências nucleotídicas correspondentes a 9.673 pares de bases dos genes globinas gama 1<br />
('GAMA POT.1') e gama 2 (GAMA POT.2') foram obtidas em sete espécies de platirrinos, pertencentes aos<br />
quatro gêneros de atelíneos (Ateles, Lagothrix, Brachyteles e Alouatta). Os resultados mostraram que 'GAMA<br />
POT.1' é um pseudogene em todos os gêneros, devido a uma deleção de 1,8 quilobases neste loco,<br />
confirmando o achado de Fitch et al. (1991) em Ateles geoffroyi. Logo, esta deleção é antiga e ocorreu no<br />
ancestral comum deste clado, há 13 M.a. Além disso, quando os dois genes foram comparados com um único<br />
gene 'GAMA POT' em Tarsius mediante a distância parística, 'GAMA POT.2' é mais conservado que<br />
'GAMA POT.1' em todas as espécies. Análises de conversões gênicas revelam áreas convertidas em A.<br />
geoffroyi, Alouatta seniculus e Atelinae, com apenas uma direção, GAMA POT.2' GAMA POT.1. Este achado<br />
juntamente com a inativação de GAMA POT.1', apóia a hipótese de que o GAMA POT.2' é o gene<br />
preferencial e mais expresso na maioria dos platirrinos. O GAMA POT em Tarsius não possui o elemento<br />
distal CCAAT e o proximal apresenta uma mutação de ponto, que não inativa, totalmente, o gene, pois os<br />
éxons apresentaram apenas substituições sinônimas. Utilizando os métodos de máxima parcimônia,<br />
verossimilhança e distância, foi estimado o mesmo arranjo filogenético, {Alouatta [Ateles (Lagothrix,<br />
Brachyteles)]}, com 100% de Bootstrap para todos os grupos formados. Estes resultados são congruentes com<br />
os de Harada et al. (1995) e Goodman (1996) para os genes epsilon e IRBP, e desta forma mantemos o arranjo
cladístico: família Atelidae, subfamília Atelinae, tribos Alouattiini (Alouatta) e Atelini, com as subtribos Atelina<br />
(Ateles) e Brachytelina (Lagothrix e Brachyteles).<br />
117<br />
162<br />
NOGUEIRA, Oscar Lameira. Regeneração, manejo e exploração de açaizais nativos de várzea do<br />
estuário amazônico. 1997. 149 f. Tese (Doutorado). - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma<br />
RESUMO: O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é a maior fonte supridora de matéria-prima para a indústria de<br />
palmito no Brasil. A forma com que a espécie vem sendo explorada tem ocasionado, em algumas áreas, a sua<br />
degradação e a redução da oferta de frutos. O objetivo deste trabalho foi o de estudar o processo de<br />
regeneração natural dos açaizais nativos de várzeas do estuário amazônico, que foram alterados em<br />
decorrência da extração do palmito. A pesquisa foi conduzida no Município de Igarapé-Miri, Pará, Brasil,<br />
onde foram analisados fatores fenológicos vegetativos de crescimento e socioeconômicos, visando subsidiar a<br />
definição de técnicas que auxiliem o manejo racional do açaizeiro. Para realização dos estudos foram<br />
selecionados quatro áreas de açaizais com diferentes períodos (0, 12, 24 e 36 meses) após a extração do<br />
palmito para obtenção de dados sobre a população de plantas, emissão de perfilhos, altura, diâmetro e<br />
número de folhas dos estirpes, produção de matéria seca, produtividade e rentabilidade dos açaizais<br />
manejados e não-manejados. Os resultados mostraram que aos 48 meses após a extração do palmito os<br />
açaizais nativos encontram-se reabilitados e voltam a ser produtivos, apresentando uma população de 1.600<br />
plantas/ha, das quais 30% iniciaram a produção de frutos e 50% encontravam-se aptas a produzir palmito.<br />
Verificou-se que a coleta de frutos é mais lucrativa que a extração de palmito, e que o manejo é uma prática<br />
que aumenta a produtividade e a rentabilidade dos açaizais nativos de várzea.<br />
163<br />
TAGLIARO, Cláudia Helena. A Filogenia molecular na subfamília Callitrichinae (Platyrrhini,<br />
Primates): as relações intergenéricas e intragenéricas de Callithrix (sensu SCHNEIDER et al., 1996). 1997.<br />
187 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Seqüências de DNA genômico da região da Transferrina (1472 pb) e do DNA mitocondrial das<br />
regiões da ND1 (951 pb) e da alça D (918 pb) foram obtidas em representantes da subfamília Callitrichinae<br />
(sensu Schneider et al., 1996), com o objetivo de se estabelecer o relacionamento filogenético intergenérico<br />
nesta subfamília e intragenérico entre as espécies de Callithrix. Os arranjos obtidos demonstram que Callimico<br />
se une a Callithrix, e que Saguinus e Leontopithecus são os gêneros mais basais. Para Callithrix, os dados apoiaram<br />
a seguinte classificação: Callithrix jacchus com as subespécies C. j. jacchus, C. j. penicillata e C. j. geoffroyi. Callithrix<br />
argentata com as subespécies C. a. argentata, C. a. saterei, C. a. humeralifera, C. a. mauesi; Callithrix pygmaea, com<br />
duas subespécies. A forma Callithrix Kuhli apresentou-se indistingüível de C. j. penicillata. Adicionalmente, é<br />
proposto um modelo de evolução no qual, a partir de um ancestral comum (proto-Callitrichinae), originaramse<br />
inicialmente os gêneros Saguinus e Leontopithecus (a seqüência destes eventos não foi esclarecida).<br />
Posteriormente, teria surgido uma linhagem de um proto-Callimico-Callithrix, a qual teria originado Callimico e<br />
um proto Callithrix. O último seria o ancestral dos grupos argentata, pygmaea e jacchus. Além disso, entre os<br />
membros do grupo jacchus, Callithrix aurita teria sido a primeira forma a separar-se das demais. C. j. geoffroyi<br />
seria a forma ancestral de C. j. penicillata e de C. j. jacchus, sendo que a última seria a mais derivada.
118<br />
1998<br />
164<br />
FIGUEIREDO, Francisco José Câmara. Aspectos fisiológicos e bioquímicos da emergência de<br />
sementes e do estágio inicial do desenvolvimento de cupuaçuzeiro (Theobroma gandiflorum (wild.<br />
ex. Spring.) Schum.). 1998. 231 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Olinto Gomes da Rocha Neto<br />
RESUMO: O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Wild. ex. Spreng.) Schum.), espécie frutífera arbórea nativa<br />
do Pará, pertencente à família Sterculiaceae, pode ser encontrado em estado silvestre nas florestas tropicais<br />
úmidas de terra firme, na Pré-Amazônia maranhense e, espontaneamente ou cultivada, em toda a Amazônia<br />
brasileira, na Venezuela, Equador, Costa Rica e Colômbia. O trabalho estuda os aspectos fisiológicos e<br />
bioquímicos da emergência de sementes e de plantas cultivadas em viveiro ou em sala de crescimento (com<br />
ou sem luz), submetidas ou não a tratamentos estressantes. As condições estressantes, comparadas aos<br />
controles, foram representadas pelas exposições a 16°± 2°C e 65 ± 2 % UR e 21° ± 2°C e 45 ± 2% UR. As<br />
variáveis de respostas foram o grau de umidade, emergência, vigor, respiração e a mobilização de reservas<br />
(lipídios, carboidratos, proteínas, aminoácidos, nitrogênio, fósforo e potássio. As respostas fisiológicas das<br />
plantas no estágio inicial do desenvolvimento, fotossíntese (luz) e respiração (escuro), foram complementadas<br />
pelas de transpiração e condutância estomática. Os tratamentos estressantes causaram danos às sementes<br />
reduzindo a emergência, o vigor e a respiração. As condições de luz não afetaram a emergência, embora<br />
tenham provocado algumas modificações no vigor. Os aspectos fisiológicos e bioquímicos foram<br />
influenciados negativamente pelos estresses aplicados às sementes, com reflexos direto sobre a mobilização<br />
das reservas, a partir do início da emergência e na fase de plântula, como no comportamento fotossintético e<br />
respiratório, tanto em viveiro como em sala de crescimento.<br />
165<br />
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito. Variáveis produtivas, fisiológicas e de comportamento de<br />
zebuínos e fatores do ambiente físico em pastagem cultivada da ilha de Marajó. 1998. 127 f. Tese<br />
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Miguel Simão Neto<br />
RESUMO: Estuda as relações entre variáveis produtivas e fisiológicas e de ambiente físico em bovídeos,<br />
criados em pastagem de Brachiaria humidicola na ilha do Marajó. Utilizou 16 zebuínos Nelore e 16 bubalinos, de<br />
cerca de 18 meses de idade, em delineamento fatorial misto 2 x 2 (zebuíno e bubalino vs. mineralizado e não<br />
mineralizado), com oito animais por tratamento, com duas subparcelas (períodos seco e chuvoso). Os<br />
bubalinos ganharam 23% mais peso que os zebuínos (0,354 kg vs. 0,288 kg). O ganho de peso dos animais<br />
mineralizados foi maior no período chuvoso que no seco (0,509 kg vs. 0,255 kg) e foi semelhante ao dos não<br />
mineralizados no período seco (0,255 kg vs. 0,212 kg). Observou decréscimos no ganho de peso diário de<br />
setembro a dezembro, devido à estiagem que reduziu a qualidade da forragem. A elevada temperatura do ar<br />
interferiu nas freqüências cardíaca e respiratória e temperatura retal, bem como no hábito de pastejo,<br />
ruminação e ócio. Nos bubalinos, apenas na época seca e às 12h, o índice de Benezra, de 2,06, ultrapassou o<br />
nível crítico de 2, enquanto o dos zebuínos permaneceu sempre acima do limite (2,27 a 2,53). Da mesma<br />
forma, o índice de Temperatura - Umidade, na época seca e horário mais quente (15h), foi elevado (82),<br />
chegando a suplantar o nível considerado de emergência. Os resultados indicam a necessidade de práticas de<br />
manipulação do ambiente físico, visando melhor conforto animal e incremento da performance produtiva.
119<br />
166<br />
PEDROSA, Marise Prímola. A Presença africana em Alagoas: contribuições da genética e da biologia<br />
molecular ao perfil das comunidades de Muquém e de Quilombo. 1998. 195 f. Tese (Doutorado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1998.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Duas comunidades de origem africana (Muquém e Quilombo), localizadas no Nordeste brasileiro<br />
(Estado de Alagoas), foram investigadas quanto à sua estrutura populacional, à ocorrência de polimorfismos<br />
clássicos (grupos sanguíneos e proteínas) e polimorfismos de DNA, pela análise de seis sítios de restrição no<br />
complexo de genes da globina (RFLP). Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões: a) as duas<br />
comunidades diferem entre si quanto ao Índice de Exogamia (29 e 48, respectivamente), mas o grau de<br />
contribuição africana ((Muquém = 72,8 '+ OU -' 5,9 porcento; Quilombo = 63,6 '+ OU -' 1,4 porcento)<br />
mostrou-se elevado em ambas; b) as estimativas de distâncias genéticas (Da) apontaram estreita similaridade<br />
genética entre estas duas populações e dois grupos lingüísticos: Bantos e Africanos do oeste. Os haplótipos<br />
associados ao alelo HBB*S confirmaram estes achados, uma vez que três combinações foram identificadas<br />
em um total de 20 cromossomos: Banto (60%), Benin (20%) e Senegal (20%). É possível excluir a hipótese de<br />
que estes haplótipos característicos de Africanos do Oeste (Benin e Senegal) resultem de migrações recentes.<br />
Além da forte tendência endogâmica observada particularmente na comunidade de Muquém, o haplótipo<br />
Senegal foi identificado em uma das famílias fundadoras. Desse modo, o estoque de genes africanos presente<br />
nestas populações apresenta uma diversidade maior do que seria esperado apenas com base na história do<br />
tráfico para Alagoas, isto é, Bantos, procedentes de Angola, Congo e Moçambique.<br />
167<br />
SOUZA, José Ricardo Soares Telles de. Degradabilidade ruminal da matéria seca e proteína bruta de<br />
subprodutos da agroindústria, da pesca e de abatedouros, em caprinos. 1998. 65 f. Tese (Doutorado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Ari Pinheiro Camarão<br />
RESUMO: Dois grupos de cinco caprinos sem raça definida foram formados em um delineamento do tipo<br />
change-over, para estudar a degradabilidade da matéria seca e proteína bruta dos subprodutos: Farelo de Soja<br />
(FS1), Soja Integral Tostada (SIT), Farelo de Algodão (FA), Farinha de Carne e Ossos 1 (FCO1), Farinha de<br />
Carne e Ossos 2 (FCO2), Farelo de Soja 2 (FS2), Farinha de Peixe (FP), Torta de Babaçu (TB), Farinha de<br />
Sangue (FSA) e Farinha de Vísceras de Frango (FVF), pela técnica dos sacos de náilon in situ, nos tempos 0h,<br />
1,5h, 3h, 6h, 12h, 24h e 48h. O capim napier (Pennisetum purpureum) foi empregado como único volumoso. As<br />
taxas de desaparecimento da MS apresentaram, nos tempos de incubação ruminal, semelhança entre os FS 1 e<br />
2, os quais, superaram todos os outros alimentos, com execeção da SIT em 12h, 24h e 48h. A SIT foi<br />
superior ao FA, às FCO 1 e 2, FP, TB, FSA e à FVF. O FA ultrapassou a TB, já as FCO 1 e 2 assemelharamse,<br />
com exceção em 1,5h e 3h. A FP apresentou taxas superiores às da FSA e inferiores às da FVF, com<br />
exceção em 12h. A FSA registrou porcentuais inferiores à FVF. As taxas de desaparecimento da PB<br />
acusaram, em todos os tempos, semelhança entre os FS 1 e 2, e destes com a SIT, sendo esta semelhante ao<br />
FA. As FCO 1 e 2 foram semelhantes entre si, e superiores às FP, FVF às FSA. A TB igualou-se ao FA em<br />
1,5h, 3h, e 48h, superando-se em 6h, 12h e 24h. Os FS1, FS2 e o FA, e a SIT, FCO1, FCO2, FP, TB e a FVF<br />
apresentaram degradabilidades efetivas iguais a 75,48%, 73,05%, 52,39%, 70,38%, 44,45%, 47,01%, 48,43%,<br />
38% e 53,82% para a MS, enquanto o FS1, FS2 e o FA e a SIT, FCO1 e FCO2 atingiram taxas de 68,47%,<br />
65,60%, 60,71%, 65,69%, 61,59% e 62,58% para a PB, respectivamente, com de 0,05/h.
120<br />
1999<br />
168<br />
CARNEIRO, Milene Russelakis. As Respostas inflamatória e neuronal num modelo animal de doenças<br />
causadas por príons. 1999. 185 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Victor Hugh Perry<br />
Co-orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Estuda as respostas inflamatórias e neuronal em scrapie induzida experimentalmente em<br />
camundongos. Utilizando a imunocitoquímica, foram investigadas as alterações histopatológicas nos estágios<br />
iniciais da doença após a injeção estereotóxica de ME7 no hipocampo dorsal. As primeiras alterações<br />
histopatológicas detectadas no parêquima cerebral foram a ativação de células da microglia, infiltração de<br />
células T e astrocitose. Foram observadas alterações na morfologia dos neurônios nos estágios avançados da<br />
scrapie. Foi demonstrado que a expressão da histona H1, detectada com o anticorpo ANA 108, é um indicador<br />
sensível da ativação dos astrócitos e faz parte das alterações histopatológicas observadas nas doenças<br />
neurodegenerativas crônicas. Após a injeção intraocular de ME7, foi demonstrado que a resposta inflamatória<br />
se propaga ao longo dos axônios concomitantemente com a astrocitose e morte dos neurônios. As células<br />
ganglionares, que são os neurônios de projeção da retina, degeneram nos estágios avançados da scrapie<br />
induzida pela via intraocular. As células amácrinas, que são os interneurônios da retina, não degeneram após a<br />
injeção intraocular de ME7. Estes resultados mostram, pela primeira vez in vivo, que duas populações de<br />
neurônios expostas ao mesmo tempo aos efeitos tóxicos da PrPsc apresentam diferente suscetibilidade à<br />
degeneração. Foi demonstrado que a degeneração das células ganglionares ocorre nos estágios terminais da<br />
scrapie após a injeção de ME7 no colículo superior, mas não após a injeção de ME7 no hipocampo dorsal.<br />
Estes resultados demonstraram que a degeneração dos neurônios na scrapie depende, criticamente, da região<br />
do sistema nervoso central onde a doença inicia. Foi observada a degeneração do nervo óptico na ausência de<br />
alterações na morfologia das células ganglionares, indicando que a morte destes neurônios é secundária à<br />
degeneração retrógrada lenta dos axônios. A degeneração das células ganglionares não é devida unicamente a<br />
perda do suporte trófico causada pela morte das células alvo nas áreas de projeção visual. Finalmente, foi<br />
investigado o papel da degeneração dos axônios na scrapie em camundongos C57BL/Wlds que apresentam<br />
degeneração axonal lenta. Os camundongos C57BL/Wlds sobreviveram duas semanas a mais do que os<br />
camundongos C57BL/6J após a injeção intracerebral de ME7. Os camundongos C57BL/Wlds apresentaram<br />
uma evolução mais lenta dos sinais clínicos da scrapie, dominados pela disfunção do sistema nervoso<br />
autônomo. Estes resultados mostram a importância da degeneração dos axônios e disfunção do sistema<br />
nervoso autônomo na scrapie, os quais estão envolvidos na gênese dos sinais clínicos avançados e,<br />
provavelmente, no mecanismo de morte das doenças causadas por príons. As alterações histopatológicas,<br />
anomalias no comportamento e o período de incubação da scrapie não foram afetados pela degeneração lenta<br />
dos axônios de camundongos C57BL/Wlds.<br />
169<br />
LOURENÇO, Lúcia de Fátima Henriques. Análise da composição química, microbiológica, sensorial e<br />
dos aromas do requeijão marajoara. 1999. 107 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Miguel Simão Neto<br />
RESUMO: Realiza análises em quatro tipos de queijo, dois de leite de búfala e dois de vaca bovina, sendo um<br />
de cada espécie feito de forma artesanal e outro com tecnologia. Os queijos artesanais foram do setor<br />
produtivo, enquanto os outros feitos no Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental,<br />
utilizando leite de rebanhos dos Campos Experimentais "Dr. Felisberto Camargo", em Belém, PA, e de Terra<br />
Alta, em Terra Alta, PA, cujos animais eram mantidos sob cuidados de higiene e sanidade. As avaliações<br />
físico-químicas, microbiológicas e sensoriais foram iniciadas no dia subseqüente ao da fabricação e a
121<br />
intervalos de sete dias, durante aproximadamente um mês. Os dados foram analisados pelo programa<br />
estatístico NTIA. Os derivados não atendem aos padrões físico-químicos exigidos pela variabilidade existente.<br />
Foram caracterizadas as principais substâncias responsáveis pelo "flavor". Não foi detectada a presença de S.<br />
aureus e Salmonellas, embora a presença de coliformes totais e fecais, bolores e leveduras comprovem<br />
contaminação microbiológica. O teste sensorial indicou que apenas os requeijões de leite, de ambas as<br />
espécies, com tecnologia possuem maior preferência.<br />
170<br />
SANTOS, Eduardo José Melo dos. Os Últimos 5000 anos de história ameríndia na Amazônia: recente<br />
expansão, migração e deriva genética. 1999. 87 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: A compreeensão da história das populações humanas na Amazônia é crucial para a elucidação dos<br />
processos evolucionários da América do Sul como um todo. Aspectos demográficos da história amazônica<br />
foram investigados usando microssatélites e minissatélites em sete tribos indígenas da Amazônia.<br />
Adicionalmente, dados publicados foram revistos para haplótipos de Y-DNA e dados de mtDNA.<br />
Distribuição de diferenças pareadas para um número selecionado de microssatélites indicou uma recente<br />
expansão populacional ocorrida há aproximadamente 4500 anos. Esses resultados concordam com as<br />
distribuições de diferentes pareadas, obtidas a partir de dados publicados de Y e mtDNA e com achados<br />
arqueológicos. Assim, as populações ameríndias atuais da Amazônia podem não ser representativas das<br />
populações que inicialmente ocuparam a América do Sul. A comparação da estatística F de diferentes níveis<br />
de subestruturação populacional sugere uma genealogia tipo estrela, confirmando a hipótese de expansão.<br />
Elevado fluxo gênico também pode ser detectado. A estatística F sugeriu um tamanho efetivo das populações<br />
inferior a 700 indivíduos e fornece um quadro de sucessivas fissões populacionais. A análise conjunta da<br />
proporção de loci em desequilíbrio de ligação e da diversidade genética permitiu identificar expansões<br />
populacionais muito recentes em Zoé e Arara do Laranjal, deriva genética intensa em Awá-Guajá e imigração<br />
e/ou subestruturamento populacional em Kayapó e Katuena, enquanto Parakanã e Urubu-Kaapor não<br />
demonstraram a prevalência de um processo demográfico específico. Em conclusão, as afinidades genéticas<br />
entre tribos amazônicas aparentam ser o produto recente de forças demográficas.<br />
171<br />
SILVA FILHO, Manoel da. Forma e função de neurônios da substância branca do córtex visual<br />
primário do rato. 1999. 151 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Durante o desenvolvimento do sistema nervoso dos mamíferos, os primeiros neurônios a se<br />
formarem são os da substância branca, e a maioria destes neurônios morrem logo após o nascimento do<br />
animal. Estudou-se a morfologia celular e a variação da resistência de entrada, a constante de tempo somática<br />
e dendrífica, o comportamento dos pós-potenciais na ausência de Ca² + , e as propriedades de disparo<br />
repetitivo dos neurônios remanescentes em ratos machos e fêmeas, usando-se fatias de cérebro e o whole-cell<br />
como modo de registro, e ainda neurônios piramidais da camada V foram registrados e usados como<br />
controle. Os neurônios da substância branca foram marcados simultaneamente ao registro com injeção<br />
intracelular de biocitina, revelando-se a árvore dendrítica e as ramificações axonais. Os neurônios da<br />
substância branca apresentaram em sua maioria um padrão de disparo similar aos chamados fast-spiking,<br />
diferindo completamente dos neurôrios piramidais da camada V que são chamados regular-spiking. A árvore<br />
dendrítica é desprovida de espinhas e as ramificações axonais se projetam principalmente para as camadas<br />
corticais, caracterizando-se como células possivelmente inibitórias que fazem parte de circuitos locais. Uma<br />
subpopulação de células, as chamadas neurogliaformes, foi evidenciada pela sua morfologia e propriedades<br />
eletrofisiológicas peculiares.
122<br />
2000<br />
172<br />
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de. Identificação de novos genes e análise da expressão gênica<br />
usando clones de cDNA de Leishmania major . 2000. 134 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2000.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Este trabalho faz parte do projeto genoma de Leshmania, e tem por objetivo identificar novos<br />
genes deste parasita e estudar suas expressões gênicas no seu ciclo de vida. O seqüenciamento parcial<br />
aleatório de clones inteiros de cDNA, oriundos de três bibliotecas de diferentes estágios de desenvolvimento<br />
promastigota e uma biblioteca amastigota, geraram 2.183 Seqüências Etiquetas Expressas (ESTs). Este banco<br />
de dados identificou 1.094 genes, dos quais 206 (18,8 %) apresentaram uma identificação funcional purativa,<br />
baseada na análise comparativa de seqüências com as depositadas em banco de dados públicos. O<br />
seqüenciamento de ESTs identificaram novos genes em L. major apresentando funções estruturais,<br />
metabólicas e de manutenção celular, incluindo genes previamente identificados em outros organismos como<br />
alvo potencial de drogas e vacinas. A nova metodologia, chamada microarray, permite a quantificação rápida do<br />
nível de expressão de milhares de genes em paralelo. Os clones de cDNA de L. major foram usados na<br />
fabricação do microarray e RNAs de diferentes estágios de desenvolvimento de L. major e L. donovani foram<br />
utilizados como sondas. O nível da expressão gênica muda nos diferentes estágios de desenvolvimento. O<br />
método da análise de grupos foi usado para agrupar genes com padrões de expressão similares. Alguns<br />
arranjos compreendem enzimas metabólicas, fatores de transcrição e genes que são expressos em estágios<br />
específicos do desenvolvimento. O método da análise de grupos foi usado para agrupar genes com padrões<br />
de expressão similares. Alguns arranjos compreendem enzimas metabólicas, fatores de transcrição e genes<br />
que são expressos em estágios específicos do desenvolvimento do parasita. Um dos importantes resultados<br />
deste trabalho foi a identificação de 150 genes desconhecidos, que são ativamente transcritos durante a fase<br />
amastigota do parasita e se apresentaram como candidatos potenciais a drogas e vacinas.<br />
173<br />
ASSIS, Marlene Barros de. Identificação de fatores de patogenicidade em cepas termotolerantes de<br />
Campylobacter, isoladas de diferentes origens no Chile. 2000. 165 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2000.<br />
Orientador: Heriberto Fernández<br />
RESUMO: Foi estabelecida a presença dos fatores de patogenicidade (adesão, invasão, enterotóxico e<br />
Cytolethal Distending Toxin (CDT)) em cepas de C. jejuni e C. coli, isoladas de humanos, mamíferos , aves, água e<br />
alimentos. Foram estudadas 70 cepas, das quais 26 foram de origem humana, 21 de mamíferos, 20 de aves e<br />
03 de água e alimentos. Do total de humanos, 12 corresponderam a C. jejuni do biotipo I e 09 do biotipo II;<br />
04 corresponderam a C. coli biotipo I e 01 ao biotipo II. Do total de mamíferos, 08 corresponderam a C. jejuni<br />
biotipo I e 08 ao biotipo II; 03 corresponderam a C. coli biotipo I e 02 ao biotipo II. Do total de aves, 08<br />
corresponderam a C. jejuni biotipo I, 02 ao biotipo II e 01 ao biotipo III; 08 corresponderam a C. coli biotipo I<br />
e 01 ao biotipo II. Do total de águas e alimentos 01 correspondeu a C. jejuni biotipo II; 01 correspondeu a C.<br />
coli biotipo I e 01 ao biotipo II. A análise dos resultados mostra que 83,8% das cepas analisadas apresentaram<br />
capacidade adesiva à células HEp-2. Sendo que 88,5% foram positivas para origem humana, 95,2% para<br />
mamíferos, 85% para aves, 66,7% para água e alimentos. A presença da capacidade invasiva às células HEp-2<br />
foi observada em 68,2% das cepas analisadas. Sendo 65,4% para origem humana, 85,75 para mamíferos, 55%<br />
para aves, 66,7% para água e alimentos. O fator enterotóxico em células CHO foi observado em 43,4% dos<br />
filtrados de cultivos das cepas de C. jejuni e 16,8% das cepas de C. coli. Os títulos de enterotoxina nos filtrados
123<br />
de Campylobacter foram encontrados em maior porcentagem na origem humana para a espécie C. jejuni (53,8%)<br />
na diluição 1/4; C. coli (50%) na diluição 1/2 e 1/4. Na origem mamíferos C. jejuni apresentou título de 50%<br />
na diluição 1/4 e C. coli (75%) na diluição 1/2. Na origem aves, (50%) para C. jejuni na diluição 1/4, 50% para<br />
C. coli na diluição 1/2 e apenas um filtrado apresentou título 1/16 (25%). Na origem água e alimentos, C.<br />
jejuni apresentou 100% no título 1/8 e C. coli apresentou 50% na diluição 1/4 e 50% na diluição 1/16. A<br />
atividade enterotóxica dos filtrados foi neutralizada mediante à antitoxina colérica. Em relação ao fator CDT,<br />
pode-se estabelecer que 30, 6% das cepas de C. jejuni e 18,85% de C. coli apresentaram este fator. Não houve<br />
associação direta entre os biótipos e a presença dos fatores tóxicos estudados, do mesmo modo a presença<br />
destes fatores não estava associada à origem das cepas. As maiores porcentagens do título de CDT presente<br />
nos filtrados de Campylobacter sp, segundo a origem, foram observadas na diluição 1/2 de humanos (23,1%),<br />
mamíferos (23,8%), aves (30%) e na diluição 1/4 de água e alimentos (33,3%). As maiores porcentagens no<br />
título CDT presente nos filtrados de Campylobacter sp, segundo a espécie, foram observadas na diluição 1/2 de<br />
C. jejuni (55%) e C. coli (40%). As maiores porcentagens no título de CDT nos filtrados de Campylobacter sp,<br />
segundo o biótipo, foram observadas na diluição 1/2 de C. jejuni I (58,3%), C. jejuni II (55,6%), C. coli I<br />
(44,4%) e na diluição 1/8 de C. coli II (100%).<br />
174<br />
DAMIN, Enira Teresinha Braghirolli. Alterações psicofísicas do sistema visual humano relacionadas à<br />
exposição ao mercúrio. 2000. 219 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Estuda o desempenho do sistema visual de indivíduos residentes na Região Amazônica, com<br />
história de exposição crônica a baixos níveis de mercúrio e seus compostos. Para isto, utilizou o registro dos<br />
resultados obtidos em testes psicofísicos de visão espacial cromática e acromática, com a finalidade de avaliar<br />
dois aspectos fundamentais da visão humana: a sensibilidade ao contraste de luminância espacial e a<br />
capacidade de discriminação de cores. Os sujeitos iniciaram os testes após terem sido submetidos a exames<br />
neurológicos e oftalmológicos. Os teste psicofísicos aplicados compreenderam a Avaliação da Sensibilidade<br />
ao Contraste de 3 Luminância, a Avaliação da Sensibilidade ao Contraste de Cor Vermelho-Verde e Azul-<br />
Verde, o Teste de Ordenamento de Cores de Farnsworth-Munsell e o Teste de Mollon-Reffin para Determinação<br />
dos Limiares de Discriminação de Cores. Para fins de estudo e análise, os pacientes foram divididos em três<br />
grupos de acordo com a faixa etária. Os dados mostraram que, 10 dos 13 sujeitos com intoxicação mercural<br />
apresentaram graus variados de disfunção visual cromática e acromática, diferindo significativamente dos<br />
dados do grupo controle (p < 0,005), os quais incluem diminuição da sensibilidade ao contraste de<br />
luminância, vermelho-verde ou azul-verde, diminuição da capacidade de ordenamento de cores e aumento<br />
dos limiares de discriminação de cores. Os resultados sugerem que a avaliação psicofísica das funções visuais<br />
são de grande valia para acompanhamento de pacientes com história de intoxicação mercurial do sistema<br />
nervoso.<br />
175<br />
DIAS, Hilma Lúcia Tavares. Soroepidemiologia da brucelose, leptospirose, anemia infecciosa eqüina,<br />
herpesvirus eqüino tipo-1 e tipo-4 e babesiose em Eqüinos criados no Estado do Pará. 2000. 139 f.<br />
Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár<br />
RESUMO: Examinaram-se 1.179 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos para a presença de anticorpos<br />
brucélicos. As amostras originaram-se de onze fazendas na Ilha de Marajó (662), de oito fazendas em<br />
municípios fora da ilha (197), e de onze haras (320) localizados em diferentes regiões do Estado do Pará. A<br />
proporção da soropositividade foi: 34,74% (230/662) nas fazendas da ilha; 17,26% (34/197) nas fazendas<br />
fora da ilha e 14,68% (47/320) nos haras. A porcentagem da soropositividade nas diversas provas foi a<br />
seguinte: ELISA Indireto, 20,79% (245/1179); Teste de Rosa Bengala, 10,95% (129/1179); soroaglutinação
124<br />
lenta, 10,27% (121/1179); fixação do complemento, 8,57% (101/1179); ELISA Competitivo, 6,02%<br />
(71/1179); e soroaglutinação rápida 2,12% (25/1179). A soroaglutinação rápida, amplamente utilizada no<br />
diagnóstico sorológico da brucelose em diferentes espécies de animais, no Brasil, é inadequada para este fim.<br />
Foram examinados 1.074 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos em duas provas sorológicas, para o<br />
diagnóstico da leptospirose eqüina, a soroaglutinação microscópica (SAM) e um ELISA comercial. Os soros<br />
eram oriundos de nove fazendas da Ilha de Marajó (455), oito fazendas de outros municípios do Estado (247)<br />
e de cavalos pertencentes a doze haras (372). A proporção da soropositividade foi a seguinte: nos Eqüinos da<br />
ilha, 38,02% (173/455) e 72,09% (328/455); nos animais de outros municípios, 40,08% (99/247) e 39,67%<br />
(98/247); e aqueles pertencentes a haras, 14,24% (53/372) e 21,50% (80/372) nas provas de SAM e ELISA,<br />
respectivamente. A grande diferença nos resultados dos dois testes em amostras oriundas da Ilha de Marajó<br />
foram inexplicavelmente surpreendentes. Foram examinadas 1205 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos<br />
procedentes de 27 grupos de animais para a presença de anticorpos contra o vírus da anemia infecciosa<br />
eqüina. Todas as amostras foram examinadas nas provas da imunodifusão em gel de ágar (IDAG) e de um<br />
ELISA comercial. Verificou-se que 62,98% (759/1205) dos soros apresentaram resultados negativos em<br />
ambas as provas, enquanto que 20,58% (248/1205) foram reagentes em ambas as provas, 15,43% (168/1205)<br />
somente no ELISA e 0,99% (12/1205) em IDAG. A proporção de soro reagentes foi muito mais alta nos<br />
animais da Ilha de Marajó (62,62%; 377/602) que nos oriundos de outros municípios do Estado (11,49%;<br />
69/603). Foram examinadas 464 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos, utilizando um ELISA comercial<br />
para detectar a presença de anticorpos anti-herpevírus Eqüino tipo-1 e tipo-4 em 33 grupos de animais. As<br />
amostras foram colhidas de dez fazendas na Ilha de Marajó (145), onze fazendas de outros municípios (137) e<br />
de doze haras (182). A proporção de soropositividade foi a seguinte: em Eqüinos da Ilha de Marajó 21,37%<br />
(31/145) e 93,10% (134/145); nos Eqüinos de outros municípios 21,89% (30/137) e 95,62% (131/137) e,<br />
nos Eqüinos oriundos dos haras, 13,18% (24/182) e 97,80% (178/182) para o HVE-1 e HVE-4,<br />
respectivamente. A soropositividade foi mais elevada em Eqüinos infectados com HVE-4 do que aqueles<br />
infectados com HVE-1. Por meio do Teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) foram examinadas 336<br />
amostras de soro sanguineo de Eqüinos para B. caballi e 340 amostras para B. equi. Na região da Ilha do<br />
Marajó 37,50% das amostras foram positivas para B. caballi e 30,83% para B. equi. Na microrregião Bragantina<br />
57,38% das amostras foram positivas para B. caballi e 85,48% para B. equi. No Município de Paragominas<br />
40,43% das amostras tiveram uma reação positiva para B. caballi e 69,79% para B. equi.<br />
176<br />
FARIAS, Izeni Pires. Filogenia molecular de peixes da família Cichlidae (Osteichthyes, Perciformes).<br />
2000. 170 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Apresenta uma extensa análise filogenética da família Cichlidae (Osteichthyes, Perciformes). Os dados<br />
analisados incluem dois genes mitocondriais (rRNA 16S e Citocromo b) e dois locos nucleares (Tmo-M27 e<br />
Tmo-4C4). Análises de evidência total (1.460 caracteres) para 34 táxons suportam uma robusta hipótese<br />
filogenética para a família Cichlidae confirmandos ciclídeos de Madagascar/Índia como as linhagens mais<br />
basais e grupos irmãos das linhagens monofiléticas africanas e neotropicais, sugerindo que o controverso<br />
gênero africano Heterochmis está posicionado na base da radiação africana. Os testes de taxas relativas sugerem<br />
taxas evolutivas, significativamente rápidas para as linhagens neotropicais, e mostraram que estas<br />
heterogeneidades das taxas entre as linhagens neotropicais estão principalmente relacionadas aos geofagíneos<br />
e aos ciclídeos anões. A utilidade do gene mitocondrial citocromo b para inferir as relações nos peixes<br />
ciclídeos é limitada, e parece oferecer razoável informação filogenética para os táxons, que divergiram<br />
recentemente. A relação filogenética dentro da família Cichlidae é congruente com os eventos associados com<br />
o evento vicariante da fragmentação da Gondwana, e confirma que as principais diferenciações taxonômicas<br />
ocorreram durante o Cretáceo, há aproximadamente 150 milhões de anos atrás. Uma classificação da família<br />
Cichlidae é sugerida baseada em todos os dados moleculares do presente trabalho.
125<br />
177<br />
FARO, Lilian Rosana Ferreira. Efeitos do mercúrio sobre liberação de dopamina no núcleo estriado de<br />
ratos: possíveis mecanismos de ação e proteção. 2000. 164 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Belém, 2000.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
Co-orientador: Miguel Alfonso Pallares<br />
RESUMO: Estuda os efeitos da administração de metilmercúrio (MeHg) e mercúrio inorgânico (HgCl2) sobre<br />
a liberação in vivo de dopamina (DA) e de seus metabólitos ácidos DOPAC e HVA, usando a técnica de<br />
microdiálise cerebral acoplada à Cromatografia Líquida de Alta Eficácia. Tanto o MeHg quanto o HgCl2<br />
produzem aumentos significativos nos níveis extracelulares de DA estriatal. No caso do MeHg os aumentos<br />
nos níveis DA observados podem ter ocorrido por um aumento na liberação exocitótica de DA, por um<br />
aumento da atividade do transportador de DA (DAT), com conseqüente aumento na liberação de DA via<br />
DAT, ou ainda, devido a uma diminuição da recaptação de DA. Tendo em vista estas hipóteses, estudamos o<br />
papel do DAT na liberação de DA induzida por MeHg. Para isto, estudamos os efeitos da administração<br />
conjunta de MeHg e nomifensina ou anfetamina na liberação de DA induzida por MeHg. Da mesma forma,<br />
estudamos os efeitos da retina dos íons Ca ++ do meio de perfusão, do pré-tratamento com reserpina e com<br />
TTX na liberação de DA induzida por MeHg. Em outro grupo experimental, estudamos os efeitos de MeHg<br />
na liberação de DA estimulada por KCL. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o MeHg aumenta a<br />
liberação de DA de forma dependente do DAT e independente de TTX, de Ca++externo e dos estoques<br />
vesiculares, além de diminuir a liberação de DA estimulada por KCL. Em outro grupo de experimentos,<br />
estudamos o possível papel protetor de antagonistas dos receptores NMDA, de inibidores da síntase do óxido<br />
nítrico (NOS) e de substâncias antioxidantes na liberação de DA induzida por MeHg. Nossos resultados<br />
indicam que o MeHg também parece agir mediante de uma ativação excessiva dos receptores NMDA, com<br />
uma possível produção de NO para induzir a liberação de DA. A administração de antagonistas dos<br />
receptores NMDA e de inibidores da NOS protege contra a liberação de DA induzida por MeHg no núcleo<br />
estriado de ratos. O pré-tratamento com glutationa e cisteína diminui a liberação de DA induzida por MeHg<br />
possivelmente através da união do MeHg com os grupos sulfidrila destas moléculas.<br />
178<br />
FERREIRA, Márlia Regina Coelho. Identificação e valorização das plantas medicinais de uma<br />
comunidade pesqueira do litoral paraense (Amazônia brasileira). 2000. 268 f. Tese (Doutorado) - Curso<br />
de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2000.<br />
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva<br />
RESUMO: Este estudo se insere no quadro do Projeto RENAS, que vem atuando na microrregião do<br />
Salgado paraense desde os anos setenta. Até então, nenhum estudo de caráter<br />
etnobotânico/etnofarmacológico fora realizado no litoral amazônico, especificamente na costa do Estado do<br />
Pará, embora seja um importante centro de migração e turismo e, por isso mesmo, sujeito a grandes perdas e<br />
transformações. O objetivo deste estudo foi resgatar e documentar os saberes tradicionais sobre as plantas<br />
medicinais, partindo-se do pressuposto de que a comunidade de Marudá, localizada no Município de<br />
Marapanim, Salgado paraense, ainda os detenha. Visa-se também a valorizá-los, bem como aos seus<br />
detentores, no contexto da "Atenção Primária à Saúde" (APS) e fornecer dados esclarecedores para<br />
posteriores pesquisas envolvendo usos de plantas medicinais amazônicas. No trabalho de campo, utilizou-se<br />
de técnicas de entrevistas semi-estruturada, discussões informais, observação participante e coleta de material<br />
botânico. A escolha dos informantes foi feita em função da disponibilidade e interesse de cada um. O<br />
universo amostral foi constituído por 37 informantes, mulheres, mães de família, cujas idades variam de 24 a<br />
82 anos. As 6 informantes-chave selecionadas são especialistas da medicina tradicional local e, segundo a<br />
maneira como se percebem, são denominadas parteiras, benzedeiras, curandeiras e raizeiras. As categorias de<br />
doença mais representativas referem-se as de origem parasitária e infecciosa, gênito-urinária, digestiva,
126<br />
respiratória e aos sintomas e sinais mal definidos. Os dados relativos às plantas e informantes foram<br />
organizados em tabelas, sendo posteriormente analisados. Levantaram-se 228 espécies distribuídas em 175<br />
gêneros e 78 famílias. Setenta e três espécies tiveram freqüência de citação representativa, com destaque para<br />
Himatanthus sucuuba e H. articulata, Dalbergia monetaria e D. ecastophylla, Arrabidaea chica, Boerhaavia diffusa, Carapa<br />
guianensis e Connarus perrottetii. Cinqüenta e nove destas apresentaram concordância de uso bastante<br />
significante. Entre as mais representativas, selecionou-se Boerhaavia diffusa L., localmente denominada pegapinto<br />
ou solidônia, para proceder ao screening fitoquímico e análise antibacteriana. Os testes de prospecção<br />
química do extrato hidroalcoólico de suas raízes revelaram a presença de açucares redutores, derivados de<br />
benzoquinona, saponina espumídica, proteínas e aminoácidos; além destas classes de compostos, o extrato<br />
aquoso seco revelou a presença de derivados de cumarina. As raízes de Boerhaavia diffusa inibiram o<br />
crescimento de várias bactérias.<br />
179<br />
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo. Aspectos reprodutivos e endócrinos da puberdade, ciclo estral,<br />
gestação e cio pós-parto de cutias (Rodentia: Dasyproctidae), criadas em cativeiro. 2000. 94 f. Tese<br />
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Os objetivos gerais desta pesquisa foram; analisar a puberdade das cutias fêmeas; contribuir para o<br />
estudo do perfil da progesterona e do estradiol/17B durante o ciclo estral; observa a gestação e o período<br />
pós-parto. Os animais utilizados no experimento pertenciam a gerações F2 e F3 nascidas em cativeiro. A<br />
técnica empregada para análise hormonal foi o radioimunoensaio I125 (fase sólida) e a colpocitologia como<br />
diagnóstico auxiliar. O estudo da puberdade foi realizado em duas etapas: na primeira, constatou-se uma<br />
influência relevante do macho no surgimento da puberdade nas fêmeas, pois o aparecimento deste período<br />
em seis animais acasalados foi em média aos 9,83±1,72 meses (8 a 11 meses) e em seis fêmeas mantidas<br />
isoladas dos machos não foi verificado até os 17,50±1,4 meses (16 a 19 meses); neste caso, após um período<br />
de contacto (10 a 60 dias) com o macho, houve início da atividade ovariana; na segunda etapa, das 20 fêmeas<br />
acasaladas, foram observadas 15 com o início da puberdade em média aos 9,33± 0,62 meses (8 a 10 meses),<br />
duas com aparecimento aos 14 e 15 meses, e em três não foi detectado. As fêmeas púberes pesavam em<br />
média dois quilos. Com relação ao perfil da progesterona plasmática, durante o ciclo estral, foram observados<br />
20 ciclos em dez fêmeas adultas (6 acasaladas e 4 isoladas) e 22 ciclos em oito fêmeas púberes. Não houve<br />
diferença estatística (P>0,05) entre as concentrações hormonais das fêmeas isoladas e acasaladas, deste modo<br />
foi confirmada a ovulação espontânea. As médias das concentrações hormonais, durante as fases do ciclo<br />
estral, foram estatisticamente diferentes (P
127<br />
problemas reprodutivos observados neste período foram morte fetal (6,06%), abortamento (6,6%) e distocia<br />
(9,09%). A análise da concentração da progesterona plasmática durante a gestação mostrou um aumento<br />
progressivo da 1ª semana (0,49± 0,37 ng/ml) à 5ª semana (6,88±3,01 ng/ml), sendo este o nível hormonal<br />
mais elevado para o período; posteriormente houve um decréscimo gradual até o parto (1,26± 0,19 ng/ml).<br />
180<br />
JARDIM, Mário Augusto Gonçalves. Morfologia e ecologia do açaizeiro Euterpe oleracea mart. e das<br />
etnovariedades espada e branco em ambientes de várzea do estuário amazônico. 2000. 119 f. Tese<br />
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira<br />
RESUMO: Nas várzeas baixa e alta, localizadas no estuário amazônico, a palmeira açaí (Euterpe oleracea Mart.),<br />
conhecida como "açaí preto" ou "açaí roxo", é uma espécie promissora no extrativismo dos frutos e palmito<br />
para a economia local. Porém, ocorrem nestas áreas plantas de açaizeiro conhecidas como etnovariedades,<br />
por apresentarem outras denominações populares e diferenças na estrutura morfológica. Os objetivos desta<br />
pesquisa foram descrever a morfologia externa e interna; caracterizar a composição e estrutura florística dos<br />
açaizais nos dois ambientes de várzea em relação as outras espécies árboreas e avaliar os aspectos ecológicos<br />
da estrutura das touceiras e dos estirpes, a avaliação da regenaração natural e os visitantes florais de Euterpe<br />
oleracea Mart. e das etnovariedades espada e branco. A pesquisa foi desenvolvida na ilha do Combu, Município<br />
de Belém, Estado do Pará, em 5 ha de várzea baixa e 5 ha de várzea alta. Os procedimentos metodológicos<br />
foram: descrição morfológica, morfométrica e anatômica; análise fiitossociológica; análise ecológica de<br />
touceiras e estipes; regeneração natural e identificação de visitantes florais, os resultados mostraram que as<br />
etnovaridades são novas categorias taxonômicas; a freqüência e dominância das populações de açaí preto são<br />
significativamente maiores na várzea baixa; o desenvolvimento em altura e DAP, e a regenaração natural são<br />
influenciados por fatores ambientais.<br />
181<br />
NUNES, Marco Aurélio Leite. Comportamento ecofisiológico e fitopatológico de bananeiras (musa<br />
spp) em solo artificialmente infestado com Fusarium oxysporum f. sp. Cubense (E. F. Smith) Sn<br />
Hansen, nas condições da Amazônia oriental. 2000. 184 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Benedito Gomes dos Santos Filho<br />
RESUMO: Apesar das áreas tropicais apresentarem pontecialidades agroclimáticas para a produção de<br />
bananas, poucos são os trabalhos relacionando as variáveis biofísicas com os fatores ambientais, bem como,<br />
com os aspectos fitopatológicos. No Brasil, este é o primeiro estudo envolvendo essas questões em bananeira<br />
(Musa spp). Dessa maneira, o presente trabalho teve por objetivo geral avaliar o comportamento ecofisiológico<br />
e fitopatológico de bananeiras em solos artificialmente infestado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense, nas<br />
condições dos períodos chuvosos e seco, da Mesorregião Metropolitana de Belém - Pará, na Amazônia<br />
oriental brasileira. Oito cultivares de bananeiras ("mysoure". "yangambi", "ouro da mata", "maçã", "thap maeo", "PV<br />
0344", "PA 0322" e "PA 1203") foram cultivadas em latossolo amarelo textura média, obedecendo ao<br />
delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Em condições de campo, foram<br />
mensurados: o crescimento em altura; a transpiração; a condutância estomática; o número de folhas normais;<br />
o tempo de vida das folhas; a velocidade de emissão foliar; a área foliar total; a taxa fotossintética líquida e a<br />
produtividade, em plantas sadias e infectadas pelo mal do Panamá. Em laboratório foram determinados: o<br />
conteúdo relativo de água; os teores de carboidratos solúveis totais; os de proteínas solúveis totais e a<br />
densidade estomática das folhas. Os resultados mostraram que a transpiração e condutância automática<br />
sofreram reduções a partir da folha 4 (período seco) e folha 5 (período chuvoso) no sentido basípeto. A<br />
transpiração foi crescente desde as primeiras horas da manhã até o meio-dia, passando a diminuir durante a<br />
tarde. A condutância estomática diminuiu, gradualmente, a partir das primeiras horas da manhã. Tanto a<br />
transpiração quanto a condutância estomática atingiram valores praticamente nulos no final da tarde. Ambas,
128<br />
também, sofreram drásticas reduções no período seco e o déficit de pressão de vapor, em solos com boa<br />
disponibilidade de água foi a variável climática que mais influenciou o fechamento dos estômatos. A<br />
transpiração e a condutância estomática da face abaxial foram muito superiores àquelas observadas na face<br />
adaxial, porquanto, naquela a densidade estomática foi, no mínimo, quatro vezes superior. No período seco, a<br />
disponibilidade de água do solo parece exercer maior influência do que o déficit de pressão de vapor no<br />
mecanismo de fechamento dos estômatos, pois exerceu grande influência na redução do conteúdo relativo de<br />
água das folhas. Nesse período, houve redução do número de folhas normais e da área foliar total, muito<br />
embora, a velocidade de emissão das folhas tenha sido semelhante àquela observada no período chuvoso.<br />
Houve redução da taxa fotossintética líquida, da transpiração e da condutância estomática, em plantas<br />
doentes, somente quando os sintomas do mal do Panamá se manifestaram pelo intenso amarelecimento das<br />
folhas. Os teores de clorofila a, clorofila b e clorofilas (a + b) não diferiram entre as cultivares, mas com a<br />
evolução dos sintomas da doença, verificou-se que houve degradação simultânea das clorofilas a e b, bem<br />
como, das unidades fotossintéticas. Os teores de carboidratos solúveis totais aumentaram significativamente<br />
no período seco, mas os de proteínas solúveis totais permaneceram estáveis entre os dois períodos,<br />
entretanto, ocorreram reduções dos teores desses compostos em plantas doentes, sendo os de carboidratos<br />
mais rapidamente alterados do que os de proteínas. Todas as cultivares de bananeiras apresentaram baixas<br />
produtividades, sendo que a "PA 1203" apresentou maior potencial produtivo.<br />
2001<br />
182<br />
COSTA, Joseane Carvalho. Avaliação de possíveis efeitos mnemotrópicos do neuropeptídeo<br />
substância P e cloreto de colina em modelos experimentais de amnésia. 2001. 142 f. Tese (Doutorado)<br />
- Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: A participação dos neuropeptídeos nos processos de aprendizagem e memória tem sido<br />
demonstrada intensivamente. Dentre esses neuropeptídeos está a SP, que quando administrada após o treino<br />
de uma determinada tarefa facilita a retenção de infomação e, conseqüentemente, o desempenho da mesma.<br />
Por outro lado, a administração pré-treino de BZDs, uma classe de agentes psicoterapêuticos utilizados na<br />
clínica com finalidades ansiolíticas, anticonvulsivantes e pré-anestésicas, produz uma severa amnésia<br />
anterógrada. Esses efeitos, por sua vez, parecem ser mediados pelo sistema colinérgico septo hipocampal por<br />
diminuir a atividade teta em neurônios colinérgicos no HPC. Há indícios de que os BZDs diminuem a<br />
disponibilidade de colina, precursor na síntese de ACh. Visto que inúmeras evidências apontam para a SP<br />
como uma substância "protetora" e que resultados anteriores mostraram a capacidade da SP 1-11 e SP 1-7 em<br />
reverter a amnésia induzida por DZP, nosso trabalho teve como objetivo demonstrar a especificidade da ação<br />
dos efeitos amnésicos do DZP, em nível de sistema colinérgico, por meio da administração alternada,<br />
intraseptal e periférica, pós-treino, de SP 1-11, SP 1-7 e cloreto de colina em animais pré-tratados com DZP<br />
ou ESC. Os resultados obtidos ratificaram estudos anteriores onde se demonstrou a reversão da amnésia<br />
induzida por DZP através da administração pós-treino de SP 1-11 e SP 1-7, tanto em nível periférico quanto<br />
em nível central. Adicionalmente, verificamos que a SP 1-11 e SP 1-7 revertem a amnésia induzida por ESC.<br />
Além disso, a administração de cloreto de colina também foi eficaz em reverter tanto os efeitos amnésicos<br />
induzidos pelo DZP, que quanto pela ESC. Esses resultados reforçam a hipótese do efeito amnésico induzido<br />
por DZP, bem como os facilitadores da SP 1-11 e SP 1-7 são modulados, pelo menos em parte, pelo sistema<br />
colinérgico ST-hipocampal.<br />
183<br />
COUTO, Alvaro Augusto Ribeiro D'Almeida. Caracterização de cepas de Plasmodium falciparum e<br />
monitorização longitudinal da resistência a drogas em duas áreas da Amazônia brasileira. 2001. 138
f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
129<br />
RESUMO: Dois estratos epidemiológicos se destacam como fonte de manutenção e disseminação da malária.<br />
São as áreas de garimpo e os projetos de assentamentos populacionais e agropecuários. Foram selecionados,<br />
como representantes dessas áreas, o Distrito de Lourenço/AP (Área1) e o Município de Altamira/PA<br />
(Área2). Nessas áreas, foram desenvolvidos estudos sobre a prevalência e evolução da resistência do P.<br />
falciparum às drogas cloroquina, amodiaquina, quinino e mefloquina, no período de 1983 a 1995, com enfoque<br />
sobre as características eco-ambientais e socioeconômicas. Nossos resultados mostram que, do ponto de vista<br />
geofísico não parecem existir diferenças significativas que possam influenciar na epidemiologia da malária nas<br />
áreas estudadas. Entretanto, quanto ao padrão socioeconômico, considerado baixo em ambas as áreas,<br />
existem diferenças importantes no que se refere aos serviços básicos de saúde, educação e habitação, estes<br />
com melhor qualidade em Paragominas/PA. O movimento populacional foi o fator considerado, no presente<br />
estudo, como o de maior impacto sobre a prevalência da malária e a disseminação da resistência às drogas<br />
antimaláricas. Identificou-se elevada prevalência de resistência à cloroquina nas duas áreas, 79,8 % em<br />
Lourenço/AP e 68,4 % em Paragominas/PA, enquanto que para a amodiaquina e o quinino foram<br />
observadas flutuações, dependendo do período em que foram realizados os estudos. Para a mefloquina não<br />
foram observadas cepas resistentes, mas verificou-se perda de sensibilidade ao longo do tempo. Na evolução<br />
temporal da resistência, destaca-se uma forte associação entre resistência à clorquina e perda de sensibilidade<br />
ao quinino.<br />
184<br />
DUTRA, Saturnino. Análise fitossociológica de comunidades de espécies invasoras em ecossistemas<br />
de pastagens cultivadas na região nordeste paraense. 2001 196 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva<br />
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo geral identificar padrões de arranjo fitossociológico de espécies<br />
componentes de comunidades invasoras em ecossistemas de pastagens cultivadas regionais. Os objetivos<br />
específicos foram: a) caracterizar a composição florística e fitossociológica; e b) classificar e correlacionar com<br />
variáveis ambientais as espécies componentes de comunidades de invasoras em ecossistemas de pastagens<br />
cultivadas na região nordeste paraense. Foram realizadas 36 amostragens sistemáticas em ecossistemas de<br />
pastagens de Brachiaria humidicola e Brachiaria brizantha durante o ano de 1999, períodos chuvoso e seco, em<br />
fazendas representativas das regiões de Castanhal, Terra Alta e Paragominas. Nas parcelas, foram avaliadas a<br />
freqüência, dominância e densidade das espécies invasoras e coletadas amostras de solo. As análises<br />
estatísticas univariadas e multivariadas foram realizadas com o Sistema SAS. Os resultados encontrados<br />
permitiram chegar às seguintes conclusões: 1) a composição florística de comunidades de espécies invasoras<br />
regionais, em ecossistemas de pastagens de B. humidicola e B. bhrizantha, manejados em regime semi-extensivo,<br />
está representada por 24 famílias, 50 gêneros e 66 espécies, sendo essas comunidades caracterizadas por<br />
espécies de ciclo anual e perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo, consistência da planta<br />
herbácea e lenhosa, e reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes; 2) a análise dos parâmetros<br />
fitossociológicos nessas comunidades permite indicar por local as seguintes espécies (famílias) de maior<br />
importância: a) em Castanhal: Vismia guianensis (Guttiferae), Davilla rugosa (Dilleniaceae), Borreria verticillata<br />
(Rubiaceae), Casearia grandiflora (Flacourtiaceae) e Rolandra argentea (Compositae); b) em Terra Alta: Borreria verticillata<br />
(Rubiaceae); Panicum maritinum (Graminae), Vismia guianensis (Guttifeerae), Davilla rugosa (Dilleniaceae) e Casearia<br />
grandiflora (Flacourtiaceae); e c) em Paragominas: Eupatorium squalidum (Compositae), Vernonia scabra (Compositae),<br />
Vismia guianensis (Guttiferae), Davilla rugosa (Dilleniaceae) e Borreria verticillata (Rubiaceae); 3) a avaliação do padrão<br />
de distribuição espacial das espécies componentes nessas comunidades indica que as espécies mais<br />
importantes em termos fitossociológicos apresentam indivíduos com padrão de distribuição agrupada,<br />
podendo estar relacionado com os métodos de manejo usados no controle dessas invasoras, com a dispersão<br />
de sementes ou com interferências alelopáticas interespecíficas nesses ecossistemas; 4) os índices de
130<br />
diversidade e eqüabilidade de espécies estimados evidenciam as comunidades invasoras em Castanhal como<br />
as de maior diversidade e maior número de espécies invasoras que as comunidades de Terra Alta e<br />
Paragominas, indicando que os ecossistemas de pastagens cultivadas em tipos climáticos ali podem apresentar<br />
maiores custos com o manejo e controle das comunidades de plantas invasoras: 5) a diversidade e<br />
eqüabilidade de espécies entre ecossistemas de B. humidicola e B. brizantha foram semelhantes, conferindo a<br />
esses ecossistemas o mesmo padrão de biodiversidade de espécies nas comunidades invasoras; 6) as análises<br />
de variância dos parâmetros fitossociológicos nos locais estudados indicam que as espécies componentes das<br />
comunidades de invasoras são as fontes de variações mais importantes nessas comunidades; 7) as correlações<br />
negativas e significativas detectadas entre espécies invasoras nos ecossistemas de B. humidicola e B. brizantha,<br />
período chuvoso, indicam fortes evidências de interferências alelopáticas nesses ecossistemas, envolvendo as<br />
seguintes espécies: Vismia guianensis (lacre), Davilia rugosa (cipó-de-fogo), Borreria verticillata (vassourinha-debotão),<br />
Tetracera willdenowiana (cipó-de-fogo), Myrcia bracteata (murta), Myrciaria tenella (vassoura), Rolandra<br />
argentea (barba-de-paca), Casearia grandiflora (ponta-fina). Sida rhombifolia (guanxuma), Imiperata brasiliensis<br />
(capim-sapé), Eupatorium squalidum (casadinha), Cassia tora (mata-pasto), Coutoubea spicata (escovinha), Solanum<br />
juripeba (jurubebinha), Vernonia scabra (assa-peixe), Desmodium canum (carrapicho), Calopogonium mucunoides<br />
(calopogônio), Panicum laxum (capim-mijillo) e Sida acuta (malva-vassoura); 8) a classificação multivariada,<br />
apresentada sob a forma de dendrogramas de similaridades, possibilita formular os seguintes padrões de<br />
arranjo histossociológico das espécies invasoras, visando estratégias de manejo e controle: a) grupo I -<br />
espécies de grande importância fitossociológica, com altas freqüências, dominâncias e densidades, padrão de<br />
distribuição espacial agrupado, em geral de ciclo perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo,<br />
consistência lenhosa, reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes, apresentando elevada<br />
importância em termos de manejo e controle; b) grupo II - espécies de média importância fitossociológica,<br />
em geral de ciclo perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo, consistência herbácea e lenhosa,<br />
reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes, apresentando média importância em termos de<br />
manejo e controle nesses ecossistemas; e c) grupo III - demais espécies classificadas em outros grupos<br />
homogêneos, apresentando respostas flitossociológicas menos significativas, padrão de distribuição espacial<br />
aleatório e uniforme, em geral de ciclo anual, hábito de crescimento subarbustivo, consistência herbácea,<br />
reprodução por sementes e com menor importância em termos de manejo e controle nos ecossistemas<br />
estudados; e d) as correlações canônicas positivas e significativas estimadas no presente trabalho indicam que<br />
as comunidades de plantas invasoras estão associadas positivamente à disponibilidade dos nutrientes potássio,<br />
sódio, cálcio, magnésio e soma de bases, presentes nos solos componentes dos ecossistemas de pastagens<br />
regionais.<br />
185<br />
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas. Dinâmica de populações do Plasmodium falciparum Welch, 1897<br />
da Região Amazônica brasileira. 2001. 141 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: Não existe conhecimento a respeito da estrutura populacional do Plasmodium falciparum na<br />
Amazônia brasileira. Estudos com os loci codificadores de antígenos de superfície do merozoíto e esporozoíto<br />
têm mostrado baixos níveis de variação. Desde que estes loci codificam antígenos estão expostos ao sistema<br />
imune, não está claro se os padrões observados indicam diferentes regimes de seleção imune nas diferentes<br />
regiões ou se estes padrões refletem a história da população. Os microssatélites estão difundidos no genoma<br />
de P. falciparum, sendo úteis para o estudo da dinâmica deste protozoário. Descrevemos a variação de<br />
comprimento de 10 microssatélites em 196 infeccões coletadas em cinco localizações da Amazônia brasileira<br />
(Porto Velho/RO - PVL, Serra do Navio/AP - SNV, Marabá/PA - MRB, Tailândia/PA - TAI e Rio<br />
Branco/AC – RBR). As populações de P. falciparum na Amazônia brasileira mostraram pequena diversidade<br />
genética e diferenciação geográfica, e ainda, que estas populações estiveram sobre deriva genética e mutação.<br />
A correlação entre a distância geográfica e as distâncias genéticas deste protozoário não sugerem um padrão<br />
de isolamento por distância dentro da Amazônia brasileira. O subestruturamento das populações estudadas é<br />
o principal fator da variação do Desequilíbrio de Ligação (DL). Foi identificado um significante DL em áreas
131<br />
com menor prevalência de malária Falciparum, que resulta da presença de idênticos genótipos dentro das<br />
populações, sugerindo altos níveis de autocruzamento nas populações de RBR, TAI, e SNV. As populações<br />
de P. falciparum na Amazônia variam de endêmicas a pandemítica. A história recente destas populações mostra<br />
que a migração e o subestruturamento foram importantes na evolução deste parasito e confirmam a grande<br />
relação entre os padrões epidemiológicos e a estrutura genética deste parasito na Amazônia brasileira.<br />
186<br />
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho. Variabilidade genética no complexo de genes da Globina B em<br />
nove populações nativas da Amazônia brasileira - Polimorfismos de restrição e diversidade<br />
nucleotídica. 2001. 100 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Polimorfismos de DNA no complexo de genes b da globina foram investigados em nove tribos<br />
da Amazônia brasileira através: (i) da análise de polimorfimos de restrição e haplótipos deles derivados nas<br />
regiões 5' e 3' do gene d, e (ii) da análise da diversidade nucleotídica do íntron 2 do gene b. Nove diferentes<br />
haplótipos foram encontrados na região 5', dois dos quais observados como os mais freqüentes em<br />
praticamente todos os grupos estudados. A distribuição de haplótipos na região 5' foi heterogênea e as<br />
estimativas de diversidade haplotípica variaram de 0,000 a 0,504. Muito provavelmente, a variabilidade<br />
haplotípica observada é resultante do processo de formação das tribos indígenas - efeito do fundador e da<br />
ação da deriva genética. Na região 3' todos os haplótipos esperados foram encontrados nas populações<br />
indígenas investigadas, e a diversidade de haplótipos observada nessa região foi maior do que a observada na<br />
região 5'. Da Heterozigosidade Total (HT) observada, considerando-se a distribuição de haplótipos 5' e 3'<br />
separadamente, a maior proporção foi encontrada em nível intrapopulacional (HS). Em relação à diversidade<br />
nucleotídica do gene b, o framework 3 "asiático" foi o mais comum em todos os grupos estudados. Esse<br />
polimorfismo intragênico também tem sido o mais freqüentemente observado nas populações asiáticas já<br />
estudadas e em uma ilha da Melanésia.<br />
187<br />
RÍMOLI, José. Ecologia de macacos-prego (Cebus apella nigritus, Goldfuss, 1809) na Estação<br />
Biológica de Caratinga (MG): implicações para a conservação de fragmentos de Mata Atlântica. 2001. 187<br />
f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Dados sistemáticos da ecologia e do comportamento de um grupo habituado de macacos-pregopreto<br />
(Cebus apella nigritus, Goldfuss, 1809) foram coletados durante um período de estudo composto por 15<br />
meses, de junho de 1995 a agosto de 1996, na Estação Biológica de Caratinga (EBC) no Estado de Minas<br />
Gerais, Brasil. Observações acerca da dieta, preferências por habitats, comportamento de dispersão e<br />
interações sociais de um grupo formado por 24-29 indivíduos foram registradas diariamente por meio de um<br />
ciclo anual completo, por meio de amostras de varredura de 5 minutos a intervalos de 10 minutos. Dados da<br />
ecologia e do comportamento foram conseguidos através de 14.259 registros em 3.569 varreduras e indicaram<br />
que os macacos-prego despendem em média: 15,99 % do seu tempo de atividade realizando um<br />
forrageamento observacional ou varreduras à procura de presas animais; 11,80% em forrageamento<br />
manipulativo-destrutivo; 26,12 % em deslocamentos; 37,99 % consumindo itens alimentares; 5,23 %<br />
descansando; e 3,59 % em interações sociais. Apesar da sazonalidade no clima e nas precipitações, os<br />
macacos-prego despenderam proporções consideráveis de tempo nessas atividades ao longo dos meses,<br />
sendo que o orçamento de atividades variou consideravelmente. Diferenças entre o orçamento de atividades<br />
de machos e fêmeas adultas foram significativas para três categorias: o forragear manipulativo, a varredura e o<br />
descansar. Durante o comportamento de forrageamento, os machos despenderam mais tempo em varreduras<br />
e as fêmeas no forrageamento manipulativo-destrutivo. O grupo utilizou uma área de vida de 268 ha e<br />
deslocou-se em média cerca de 1605,0m por dia. Os macacos-prego despenderam significativamente mais
132<br />
tempo em matas secundárias (50,64 %) e primárias (29,08 %) e relevante quantidade de tempo em capoeiras<br />
(12,58 %) e plantações (7,7 %). Os animais reutilizaram a plantação de cana-de-açúcar sistematicamente<br />
durante o ano, principalmente nas estações secas quando a concentração de açúcar pareceu atingir o seu<br />
extremo. Os animais despenderam cerca de 20,27 % do tempo dedicado a material vegetal diverso e 20,16 %<br />
consumindo cana-de-açúcar. Os resultados dessa tese proporcionaram valiosos parâmetros comparativos para<br />
o entendimento da ecologia e do comportamento de Cebus apella nigritus em um fragmento de Mata Atlântica,<br />
que contribuirão para o desenvolvimento de planos de manejo e conservação tanto da espécie estudada<br />
quanto desse ameaçado ecossistema.<br />
188<br />
SOUSA, Abisai de Oliveira. Avaliação da eficiência reprodutiva de búfalas (Bubalus bubalis) durante o<br />
fotoperíodo longo mediante à utilização de implantes de melatonina. 2001. 82 f. Tese (Doutorado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Avalia o aspecto reprodutivo sazonal dos bubalinos com a seguinte finalidade: contribuir para a<br />
compreensão do efeito do fotoperíodo nesta atividade; colaborar para o estudo da desestacionalização; e<br />
verificar a funcionalidade de implantes auriculares de melatonina em búfalas pluríparas no período pós-parto<br />
no vale do Ribeira. No Experimento (E1), além das observações de estro e de cobertura controlada,<br />
procedeu-se monitoração da dinâmica folicular e do desenvolvimento embrionário pela ultra-sonografia e<br />
pelas concentrações plasmáticas de progesterona (P4), de outubro a março (primavera e verão). Utilizou-se 22<br />
fêmeas distribuídas em três grupos: G1 (grupo controle/ n=10), G2 (grupo com um implante de melatonina/<br />
n=06) e, G3 (grupo com três implantes de melatonina/ n=06). As imagens ultra-sonográficas mostraram que<br />
não houve variações significativas no diâmetro dos folículos dominantes durante os meses do experimento e<br />
entre os grupos experimentais, cuja média foi 0,94±0,22 cm. Constataram-se ocorrências de valores baixos na<br />
P4 plasmática, intercalados por valores elevados em diversas búfalas. As búfalas em anestros estacionais<br />
mostraram, no perfil de P4 plasmática, valores de 0,1 a 4,35 ng/ml, que a partir de início de novembro,<br />
diminuíram significativamente. As concentrações de P4, em seus valores individuais, não mostraram variações<br />
significativas entre os animais e nem entre os valores das médias dos grupos experimentais, com ou sem<br />
melatonina. No experimento E2, foi testada a eficiência dos tratamentos a campo, auxiliada pela investigação<br />
do comportamento de estro, utilizando reprodutores com buçal marcador. Utilizou-se, 100 búfalas<br />
distribuídas em três grupos; G1 (grupo controle / n=38), G2 (grupo com um implante de melatonina /<br />
n=36) e G3 (grupo com três implantes de melatonina / n=26). Das 100 búfalas deste experimento 86 (86%)<br />
manifestaram atividades cíclicas, foram cobertas, sendo que 71 (71%) se tornaram gestantes. Verificou-se que<br />
21 (21 %) foram cobertas e repetiram o estro. Observou-se que 14 (14%) das búfalas permaneceram em<br />
anestro, sendo (6/38) do grupo G1, (6/36) do grupo G2 e (2/26) do grupo G3. Observou-se que das 38<br />
búfalas do G1, 84,2%(32) ciclaram durante o estudo, 73,0% (27) foram cobertas até 15/11 e 05 (13,2%)<br />
foram servidas em seguida. As búfalas com implantes, demonstraram, no grupo G2 com 36 fêmeas, que<br />
83,3%(30) delas ciclaram e, 75,0%(27) foram cobertas até 15 de novembro com apenas 8,3%(3) sendo<br />
servidas dentro do fotoperíodo mais longo. E, no G3 com 26, que 92,3%(24) foram cíclicas e, 84,6%(22)<br />
demonstraram estro e foram cobertas até 15 de novembro, apenas 7,7%(2) mostraram atividade reprodutiva<br />
no fotoperíodo mais longo. O grupo com implantes, formado por 62 fêmeas, em que 87,1% (54) mostraram<br />
ciclicidade reprodutiva e 79,0%(49) que foram cobertas até 15/11 e, apenas 8,1% (5) após esta data.<br />
Observou-se 23 repetições regulares e irregulares de estro desde 27/10 até 13/03. No G1 (8/32), G-2 (11/30)<br />
e, G-3 com (4/26), a tabulação dos dados mostrou taxa de serviço (em G1 =85,7%, em G2=83,3% e, em<br />
G392,6%), taxa de concepção (em G1=80,0%, em G2=93,3% e, em G3=92,0%) e, de prenhez (em<br />
G1=68,6%, em G2=77,8% e, em G3=85,2%). Não houve diferença estatística entre as concentrações<br />
hormonais das fêmeas com ou sem melatonina, deste modo não foi confirmado o efeito dos implantes em<br />
búfalas. As variações nas médias das concentrações hormonais de P4, nas implantadas e não-implantadas não<br />
foram significativas estatisticamente (P < 0,05). Pelas observações de estro, pela ultra-sonografia e pela<br />
concentração de P4 verificou-se a ciclicidade ovariana com boa fertilidade nos primeiros meses do<br />
experimento (outubro e início de novembro). A partir da segunda metade de novembro os valores para P4
133<br />
nos animais se mantiveram baixos, e foi observada manifestação de estros e dinâmica ovulatória em apenas<br />
15% (15) destes animais. Os resultados mostraram sazonalidade reprodutiva nestes animais a partir de 15 de<br />
novembro em sua maioria, não se evidenciou diferença significativa no comportamento reprodutivo entre<br />
animais com implantes de melatonina e controle nas condições deste experimento.<br />
189<br />
SOUSA, Gabriella Pante de. A Contribuição africana para o norte do Brasil, revelada pela análise de<br />
polimorfismos de DNA associados aos alelos HBB*S, HBB*C e HBB*A em quatro comunidades<br />
afro-brasileiras da Amazônia. 2001. 153 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Sítios de restrição polimórficos (Hinc II-e, Xmn I-5'Gg, Hind III-Gg, Hind III-Ag, Hinc II-yb,<br />
Hinc II-3'yb, Ava II-b e Hinf I-3'b) e haplótipos deles derivados foram investigados em cromossomos<br />
normais (bA) e com as mutações (bS e bC) em quatro comunidades afro-derivadas da Amazônia: Curiaú<br />
(AP), Pacoval (PA), Trombetas (PA) e Pitimandeua (PA). Através da análise de cinco sítios de restrição,<br />
situados na região 5' do gene d, foram identificados dezessete haplótipos em um total de 184 cromossomos<br />
normais estudados. Entre eles, 12 são comuns e 5 são raros, sendo o haplótipo (+ - + - +) descrito pela<br />
primeira vez neste trabalho. O haplótipo 3 foi o mais comum em Curiaú (43%), enquanto que o haplótipo 2<br />
predominou em Trombetas (37,5%), Pitimandeua (41%) e Pacoval (34%), seguido pelo haplótipo 3 (30%,<br />
24,5% e 22,6%, respectivamente). Em termos gerais, a distribuição de haplótipos nas quatro comunidades foi<br />
compatível com uma origem predominantemente africana, com diferentes graus de mistura com europeus e<br />
indígenas. Adicionalmente, as análises de similaridade revelaram que os africanos trazidos para a Região<br />
Norte do Brasil, correspondem principalmente a bantos e africanos do oeste e, em menor escala de<br />
senegaleses. A alta variabilidade haplotípica observada (h=0,807) em cromossomos normais é provavelmente<br />
devida a um efeito de fluxo gênico. A análise de dois sítios de restrição situados a 3' do gene d em 238<br />
cromossomos bA identificou 4 haplótipos diferentes entre os afro-brasileiros, e ao contrário do observado<br />
para os haplótipos 5', a variabilidade haplotípica foi reduzida (h=0,408), provavelmente em função de<br />
afunilamento populacional e/ou deriva genética. As análises de similaridade genética também mostraram uma<br />
maior similaridade dos afro-derivados com os africanos. A análise de haplótipos, em 28 cromossomos com a<br />
mutação bS, revelou 44% dos cromossomos analisados com haplótipo Banto, 33% com o haplótipo Benin e<br />
22% com o haplótipo Senegal. A distribuição de haplótipos associados ao alelo bS em Pitimandeua diferiu<br />
significativamente das demais comunidades, em função da elevada freqüência do haplótipo Benin (87%). Em<br />
termos globais, a distribuição de haplótipos associados ao alelo bS diferiu significativamente da observada em<br />
pacientes falcêmicos do Pará, bem como em relação ao esperado com base nos dados históricos sobre o<br />
tráfico direto para a região. As freqüências relativamente elevadas dos haplótipos Senegal e Benin entre os<br />
afro-brasileiros sugerem que a contribuição de escravos do oeste africano pode ter sido maior que a<br />
documentada nos dados históricos, e por outro lado corroboram os registros históricos sobre a introdução de<br />
escravos da região do Benin pelo tráfico interno a partir de outras regiões do Brasil, bem como fugitivos da<br />
Guiana Francesa e Suriname. Todos os sete cromossomos bC analisados em Curiaú apresentaram o haplótipo<br />
mais comum descrito em africanos, indicando uma contribuição indireta do centro-oeste africano, para a<br />
Amazônia.<br />
190<br />
TOCANTINS NETO, Arnóbio Amanajás. Principais tributárias da veia caudal em fetos de Búfalo<br />
(Bubalus bubalis, L. 1758). 2001. 120 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ernö Túry<br />
RESUMO: Com base na dissecação de 30 (trinta) fetos de búfalo, com idade estimada entre quatro e oito<br />
meses, sendo 18 machos e 12 fêmeas, sem raça definitiva, provenientes de mães oriundas da Ilha de Marajó e<br />
abatidas em Belém, Pará. O autor estudou a desembocadura das principais tributárias da veia cava caudal,
134<br />
bem como as suas principais formadoras, chegando, dentre outras, às seguintes conclusões: A veia cava<br />
caudal de fetos de búfalo não apresentou diferenças significativas em relação às outras espécies estudadas nos<br />
aspectos de passagem da cavidade torácica para a cavidade abdominal, trajeto aproximadamente retilíneo e<br />
ausência de válvulas. O número de veias hepáticas em fetos de búfalo mostrou-se mais próximo dos<br />
encontrados em pequenos ruminantes. Na maioria dos casos a veia renal esquerda dos fetos de búfalo tem<br />
origem cranial em relação à direita (46,65 %) na veia cava caudal. Em todas as preparações a veia ilíaca<br />
externa continua com o nome de veia femoral ao penetrar no anel femoral a cada lado, emitindo antes disso,<br />
as veias femoral profunda e pudendoepigástrica.<br />
191<br />
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário. Caracterização molecular, filogenia e origem do vírus<br />
linfotrópico de células T humanas, tipo II (HTLV-II), de populações humanas da Amazônia<br />
brasileira. 2001. 118 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: A infecção pelo HTLV-II tem distribuição endêmica entre os povos ameríndios, usuários de<br />
drogas intravenosas das Américas, Europa e Ásia e em alguns grupos de pigmeus do Continente Africano. A<br />
caracterização molecular inicial do HTLV-II mostrou dois subtipos principais, denominados de HTLV-IIa e<br />
HTLV-IIb. Recentemente, foram identificados dois novos subtipos, designados HTLV-IIc, de ocorrência<br />
principal entre grupos nativos da Amazônia brasileira, e o HTLV-IId entre os pigmeus. O presente trabalho<br />
teve por objetivo principal esclarecer a variabilidade genética do HTLV-II na Região Amazônica por meio da<br />
análise dos aspectos moleculares e filogenéticos do vírus presente entre povos indígenas e grupos urbanos.<br />
Cinco tribos indígenas do Estado do Pará (Tiriyó, Kararaô, Arara do Laranjal, Zo'é e Gorotire) e dois grupos<br />
urbanos da população de Belém (doadores de sangue e pacientes co-infectados HIV-1/HTLV-II) foram<br />
avaliados para a presença do vírus por métodos sorológicos (ELISA e Western blot) e moleculares<br />
(amplificação gênica e caracterização de segmentos das regiões pX e env, pela análise de polimorfismo de<br />
fragmento de restrição após ação de endonucleases, assim como o seqüênciamento da região 5'LTR).<br />
Seqüências nucleotídicas (630 nt) de doze amostras foram submetidas à análise filogenética de acordo com o<br />
Método de Neighbor-Joining e foram usadas para o cálculo da taxa de evolução do HTLV-II. Os resultados<br />
sorológicos e moleculares confirmaram a presença do HTLV-IIc entre três populações Ameríndias, assim<br />
como, mostraram, pela primeira vez, a ocorrência do mesmo vírus entre os grupos urbanos de Belém. A taxa<br />
de evolução variou de 2,96 a 3,5 x 10-7. Os resultados sugerem que a ocorrência isolada desse subtipo entre<br />
as tribos indígenas da Amazônia pode ser atribuída: (i) a diferentes fluxos migratórios dos ancestrais<br />
ameríndios e a um efeito de fundador; (ii) à redução do número populacional causado por distúrbios sociais<br />
após a colonização do continente; e (iii) a uma possível origem autóctone a partir de um proto-HTLV-IIa<br />
presente nos ancestrais dos ameríndios que migraram para a Amazônia em torno de 11.000 a 13.000 anos<br />
atrás. Os resultados mostram claramente que o HTLV-IIc está amplamente distribuído e parece ser único no<br />
Brasil. Além disso, os resultados sugerem que a origem do HTLV-IIc nas áreas urbanas do Brasil ocorreu<br />
durante o processo de miscigenação ocorrido no período de colonização.<br />
2002<br />
192<br />
BENCHIMOL, Ruth Linda. Efeito da casca de caranguejo e de resíduos de Piper aduncum no<br />
controle da fusariose e no desenvolvimento de mudas de pimenteira-do-reino. 2002. 123 f. Tese<br />
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientador: Cleber Novais Bastos
135<br />
RESUMO: A fusariose, provocada por Fusarium solani f. sp. piperis, é a doença mais prejudicial à cultura da<br />
pimenta-do-reino na Amazônia, acarretando grandes prejuízos aos produtores dessa especiaria e às economias<br />
regional e nacional. Dentre as estratégias de controle dessa doença, a aplicação de fungicidas tem sido<br />
tradicionalmente recomendada. Porém, a eficiência biológica e econômica do controle químico é limitada,<br />
podendo causar ainda prejuízos ao meio ambiente. A aplicação de materiais orgânicos no solo pode ser<br />
considerada como forma alternativa de controle dessa doença. Alguns materias de origem animal, como a<br />
casca de caranguejo (Ucides cordatus), e vegetal, como os resíduos de Piper aduncum, piperácea nativa da<br />
Amazônia, vêm sendo testados no controle de doenças provocadas por fitopatógenos. A atuação desses<br />
materiais no controle de fitopatógenos se deve à presença de substâncias ativas encontradas nos mesmos,<br />
como a quitina, na casca de caranguejo (CC), a qual pode estimular microorganismos degradadores desse<br />
polímero, presente na parede celular de F. solani f. sp. piperis, e o óleo essencial, em P. aduncum, que contém<br />
dilapiol, substância comprovadamente ativa na inibição de alguns fitopatógenos in vitro e in vivo. Com base<br />
nas hipóteses de que a adição ao solo de CC e de resíduos de P. aduncum, antes (FPAD) e após (PAD) a<br />
extração do éleo essencial, auxiliaria na redução da incidência de fusariose nas raízes e favoreceria o<br />
desenvolvimento de mudas de pimenteira-do-reino, foram conduzidos diversos experimentos com o objetivo<br />
de avaliar esses materiais em diferentes concentrações e períodos de pré-incubação, em solo de mata natural<br />
(N) ou autoclavado (A) e de pimental abandonado (P), em casa-de-vegetação. Mediu-se a sobrevivência das<br />
plantas, além de algumas características morfofisiológicas como: produção de massa seca; alocação de<br />
biomassa e fotossíntese líquida além da biomassa microbiana do solo. A CC, quando pré-incubada no solo<br />
por 15 dias antes do transplantio, na concentração de 1,0 % (m/m), aumentou em 20 % a sobrevivência das<br />
mudas de pimenteira-do-reino por, no mínimo, 90 dias. A incorporação da CC ao solo, sem pré-incubação ou<br />
pré-incubada por 15 e 30 dias antes do transplantio, nas concentrações de 0,5 e 1,0% (m/m), favoreceu o<br />
aumento da produção de massa seca das plantas e a alocação de biomassa das mesmas para a parte aérea,<br />
principalmente para as folhas. A taxa fotossintética líquida das mudas tendeu a aumentar ou a permanecer<br />
inalterada na presença de 0,5 e 1,0 % de CC. A concentração de 2,0 % (m/m) de casca de caranguejo, no<br />
entanto, reduziu a produção de massa seca e a taxa fotossintética das mudas. A adição de PAD ao solo, mais<br />
particularmente dos resíduos sólidos (RS), na concentração de 3 % (m/m), aumentou a sobrevivência das<br />
mudas a fusariose em 80 %. O favorecimento da sobrevivência das mudas em 83 % foi também observado<br />
na presença de FPAD, quando esse material foi pré-incubado no solo por 45 dias, antes de transplantio, na<br />
concentração de 3,0 %. A produção de massa seca, alocação de biomassa e a taxa de fotossíntese líquida das<br />
mudas de pimenteira-do-reino foram favorecidas pela adição ao solo de 3,0 % de RS de PAD. Conclui-se que<br />
a CC e os resíduos de PAD e FPAD têm potencial de uso no controle de fusariose da pimenteira-do-reino.<br />
193<br />
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui. Abordagem molecular para a identificação de linhagens de<br />
Leishmania do subgênero Viannia. 2002. 133 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: O minicírculo completo do kDNA de leismania das espécies L (v.) guyanenensis (N=8), L. (V.) shawi<br />
(N=25), L. (v.) brasilienseis (N=41), L. (v.) naiffi (N=5), L. (v.) lainsoni (N=5), L. (L) amazonensis (N=3) e L. (L)<br />
chagasi (N=3) foram seqüenciadas e comparadas a fim de obter iniciadores espécie-específicos, especialmente<br />
para as espécies pertencentes ao subgênero Viannia da Região Amazônica, a serem utilizadas na técnica da<br />
"Reação em Cadeia da Polimerares (PCR)". Realizou-se a análise das seqüências nucleotídicas da região<br />
conservada, que se limita dentro de uma faixa de 200pb, no minicírculo. Os resultados mostraram que não é<br />
possível obter um único iniciador espécie-específico dentro da seqüência de kDNA. No entanto observou-se<br />
nas posições 114 e 115 a ocorrência de variação polimórfica, tendo sido identificado quatro haplótipos: CA,<br />
TC, TA e CG. Os haplótipos TC e TA observados em L. (V.) braziliensis. Haplótipos CA, TC e CG em L.<br />
(V.) shawi. Já, na espécie L. (V.) guyanensis foram encontrados dois haplótipos CA e TC. Os haplótipos CG e<br />
TA são específicos de L. (V.) shawi e L (V.) brasiliensis, respectivamente. Assim foram obtidos iniciadores de<br />
tamanho entre 19 a 25 pb com base nestes haplótipos que foram capazes de construir um painel<br />
esquizodêmico para a identificação destes parasitas por PCR.
136<br />
194<br />
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno. Isolamento, quantificação e cultivo de folículos pré-antrais<br />
de fetos bubalinos. 2002. 81 p. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Estuda a foliculogênese em bubalinos, por meio da realização do isolamento folicular, da<br />
determinação da densidade folicular (folículos primordiais/mm 2 de área cortical) de ovários de fetos em<br />
diferentes idades e do desenvolvimento da técnica de cultivo destes folículos. Utilizou ovários de fetos<br />
bubalinos entre 3 e 9 meses para determinação da melhor espessura de corte no cortador de tecidos entre 25,<br />
50, 75 e 100 mm (Experimento I); fazendo-se isolamento, quantificação e determinação da densidade<br />
folicular (Experimento II); além de realizar o cultivo destes folículos em quatro tratamentos diferentes<br />
(Experimento III). No Tratamento 1 foi utilizado o MEM acrescido de 10% de SFB, kanamicina, ITS,<br />
piruvato, glutamina, hipoxantina e FSH. No Tratamento 2, o MEM foi suplementado com 10 % de SFB,<br />
kanamicina, piruvato, glutamina, hipoxantina, FSH e EGF. O Tratamento 3 consistiu de MEM acrescido de<br />
10% de SFB, kanamicina, ITS, piruvato, glutamina, hipoxantina, FSH e EGF. No Tratamento 4, o MEM foi<br />
acrescido de 10% de SFB, kanamicina, ITS, piruvato, glutamina, hipoxantina e EGF. Os folículos foram<br />
cultivados isoladamente em placas de 96 fossas contendo ágar diluído em MEM e 60 ml de meio de cultivo,<br />
em estufa a 5% de CO2 , por 7 dias. No Experimento I, a média de folículos pré-antrais isolados foi 415<br />
±285,2, 457,5 ±341,9, 585 ±309,3 e 685 ±278,8 para 25, 50, 75 e 100 mm. No Experimento II, foram<br />
utilizados cortes seriados de 75 mm, não sendo isolados folículos aos 3 meses, e média de 2070,7 ±2190,3,<br />
2570,7 ±1796,6, 2298,1 ±2286,4, 1277,5 ±1074,9 e 643,6 ±543,9 folículos pré-antrais aos 4, 5, 6, 7 e 8 meses<br />
respectivamente. Folículos antrais foram observados aos 6 e 7 meses. No Experimento III, observou-se taxas<br />
de crescimento de 23,25 ±17,04, 33,75 ±26,19, 43,75 ±31,73 e 0,0 mm, e taxas de sobrevivência de 31,73<br />
±22,77, 22,06 ±8,13, 28,92 ±21,32 e 0,0 % para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Com este<br />
trabalho observou-se que o intervalo de corte do tecido ovariano não influenciou no número de folículos<br />
isolados; o isolamento folicular é possível em qualquer fase de desenvolvimento fetal a partir de 4 meses;<br />
fetos bubalinos apresentam folículos primordiais aos 4 meses e folículos antrais aos 6 meses; folículos préantrais<br />
de fetos bubalinos apresentam baixas taxas de crescimento e sobrevivência in vitro; o meio mais efetivo<br />
para o cultivo é o MEM com FSH, EGF e ITS (Tratamento 3). O FSH influencia no crescimento e<br />
sobrevivência in vitro de folículos pré-antrais de fetos bubalinos, sendo o fator de maior importância para a<br />
sobrevivência folicular in vitro.<br />
2003<br />
195<br />
FONSÊCA, Maria de Jesus da Conceição Ferreira. A Biodiversidade e o desenvolvimento sustentável<br />
nas escolas do ensino médio de Belém, Pará, Brasil. 2003. 134 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2003.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Objetiva verificar se os conhecimentos sobre biodiversidade e desenvolvimento sustentável estão<br />
sendo socializados nas escolas da principal cidade da Amazônia brasileira e alcança papel de destaque na<br />
formação escolar básica, de modo a auxiliar na formulação de uma consciência pública de valorização dos<br />
bens biológicos da região, levando-se em conta que nessa região a biodiversidade é uma das suas maiores<br />
riquezas e o desenvolvimento sustentável o maior alvo das políticas públicas. O trabalho foi realizado no<br />
ensino médio e analisou 10 livros didáticos e 8 propostas curriculares referentes à disciplina Biologia; ouviu<br />
ainda 24 professores e 719 alunos do 3º ano de escolas públicas e particulares do Município de Belém, Pará,
137<br />
Brasil. Os resultados mostraram que os conteúdos apresentados nos livros didáticos e recomendados nas<br />
propostas curriculares possuem características universais, desvinculadas das questões regionais, e que os<br />
conhecimentos de estudantes e professores sobre biodiversidade geral amazônica e desenvolvimento<br />
sustentável carecem de fundamentação científica atualizada; portanto, não alcançam significação na<br />
formulação de uma postura voltada à conservação ambiental. Como propostas, são sugeridas: a) aproximação<br />
mais significativa da escola com os conhecimentos científicos produzidos sobre questões ambientais<br />
regionais; b) o estabelecimento de políticas públicas em nível educacional na região que priorizem essas<br />
discussões na formação dos professores.<br />
196<br />
LIBONATI, Rosana Maria Feio. Fisiopatogenia da malária grave por Plasmodium berghei: avaliação do<br />
possível Efeito Imunomodulador dos Hormônios Deidroepiandrosterona (DHEA) e estradiol. 2003. 171 f.<br />
Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: A malária representa um problema mundial, e sua fisiopatogenia não foi totalmente elucidada. Os<br />
esteróides sexuais apresentam importante efeito imunomodulador. Tem-se sugerido que a<br />
Deidroepiandrosterona (DHEA) apresenta efeito imunoestimulador, e o estradiol pode apresentar um efeito<br />
imunoestimulador ou imunossupressor. Esta pesquisa avalia a participação da DHEA e estradiol na resposta<br />
imune à malária, utilizando modelo experimental de malária grave e malária cerebral murina. Para tal, utilizou<br />
camundongos CBA/j fêmeas e como parasito, o Plasmodium berghei cepas NK65 e ANKA. A DHEA foi<br />
administrada quatro dias antes da infecção, até cinco após, e o estradiol, quatro dias antes da infecção, até a<br />
morte do animal. Realizaram-se três modelos experimentais: modelo de malária grave, modelo de malária<br />
cerebral e de malária cerebral com reposição hormonal. No primeiro, os camundongos foram tratados dois<br />
grupos de animais, um tratado com P. berghei NK65, avaliando-se a parasitemia, sobrevida, níveis de<br />
anticorpos IgG e níveis de IFN-g e IL-2, sendo estudados dois grupos de animais tratados com DHEA e<br />
outro não-tratado. No segundo, os animais foram tratados com DHEA e infectados com P. berghei ANKA,<br />
avaliando-se a parasitemia, sobrevida, clínica de malária cerebral, níveis de TNF-alfa, níveis de anticorpos,<br />
grau de esplenomegalia e histopatologia de baço, fígado e cérebro. Avaliou-se a parasitemia pela técnica do<br />
esfregaço; na análise de sobrevida utilizou-se Log Rank Test; avaliaram-se se as citocinas por ELISA; a<br />
atividade da NO sintase pela técnica de Bredt e Snyder; os anticorpos pela imunofluorescência indireta; o grau<br />
de esplenomegalia pela relação pesos do baço/peso do animal; e no histopatológico utilizou-se a coloração<br />
Hematoxilina-Eosina. Observou-se que no primeiro modelo, animais tratados com DHEA apresentaram<br />
menor parasitemia, e sobrevida maior, além do que os níveis de IFN-g e IL-2 foram maiores no grupo da<br />
DHEA. Não houve, porém, diferença nos níveis de IgG. No segundo modelo, animais tratados com DHEA<br />
apresentaram parasitemia mais alta, porém apresentaram maior sobrevida, pois a freqüência de clínica de<br />
malária cerebral foi menor. Também não houve diferença nos níveis de IgG e níveis de TNF-alfa. No terceiro<br />
modelo, animais tratados com estradiol apresentaram parasitemia mais baixa, e animais tratados com DHEA<br />
apresentaram parasitemia mais baixa, que animais castrados sem reposição hormonal. Camundongos tratados<br />
com estradiol foram menos resistentes à malária cerebral que animais tratados com DHEA. Por outro lado,<br />
ambos os hormônios aumentaram a atividade da NO sintase. Não houve diferença entre níveis de TNF-alfa e<br />
IgG. Quanto ao grau de esplenomegalia, animais tratados com DHEA apresentaram grau maior em relação<br />
aos tratados com estradiol. No histopatológico, não houve diferença nas características das lesões entre os<br />
grupos estudados. Sugere-se, portanto, que o estradiol e a DHEA modularam a resposta imune em<br />
camundongos infectados com P. berghey.<br />
197<br />
PALHETA, Dulcidéia da Conceição. Intoxicação experimental por metilmercúrio em ratos: efeitos<br />
sobre neurônios da retina. 2003. 150 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada
138<br />
RESUMO: Neste trabalho, produziu-se um modelo experimental de intoxicação organomercurial com o<br />
objetivo de se determinar possíveis efeitos do metilmercúrio sobre a morfologia (tamanho e densidade) de<br />
neurônios da retina. Os testes foram desenvolvidos em ratos Wistar adultos, que receberam cloreto de<br />
metilmercúrio (MeHg) em 3 esquemas diferentes de intoxicação. O primeiro grupo recebeu 7 mg de<br />
meHg/Kg/semana de peso vivo (p.v) durante 60 dias. O segundo recebeu 5 mg/Kg/semana durante 90 dias<br />
e o terceiro grupo foi tratado com uma dose de 3 mg/Kg/semana durante 150 dias. Para análise do tecido<br />
retiniano foram realizados ensaios histológicos pelo método de Nissl para análise de neurônios da camada<br />
ganglionar, e reações imunohistoquímicas para as enzimas ChAT e PKC na investigação de células amácrinas<br />
colinérgicas e de células e de células bipolares de bastonetes, respectivamente. Os resultados mostraram<br />
efeitos significativos sobre a citologia e no tamanho neuronal de animais tratados com 7mg/Kg/semana<br />
durante 60 dias, caracterizados por retração celular de neurônios da camada ganglionar; os animais tratados<br />
com 3mg/Kg/semana de MeHg durante 150 dias também apresentaram sinais de degenaração, porém com<br />
menor intensidade. O grupo tratado com 5mg/Kg/semana durante 90 dias não apresentou alterações nos<br />
parâmetros investigados. A densidade celular parece não ter sido afetada. Também não houve efeitos<br />
consistentes sobre a população de células amácrinas colinérgicas. A análise dos níveis de mercúrio em<br />
amostras de pêlo dos animais revelou que houve a bioacumulação de metilmercúrio ao longo dos<br />
experimentos. Os resultados mostraram que a retina pode ser afetada na intoxicação organomercurial,<br />
sugerindo que mecanismos retinianos podem contribuir para as deficiências visuais observadas na intoxicação<br />
por metilmercúrio em mamíferos.<br />
198<br />
RAMOS, Rosemar Silva Luz. Avaliação da resposta ovulatória em cutias (Dasyprocta prymnolopha e<br />
Dasyprocta leporina), criadas em cativeiro, após estímulo com gonadotrofinas hipofisárias e extrahipofisária.<br />
2003. 94 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas , Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Com o objetivo de estudar a resposta ovulatória em cutias (Dasyprocta prymnolopha e Dasyprocta<br />
leporina), por meio de vários tratamentos com diferentes combinações de gonadotrofinas, no meio do ciclo<br />
estral (16º ao 19º dia), 45 fêmeas foram utilizadas e divididas em grupos de cinco animais em duas fases<br />
experimentais. No experimento 1, o grupo 1 recebeu 50UI de FSH-LH-p, os grupos 2 e 3 receberam 30UI e<br />
50UI de eCG, respectivamente, e o grupo 4 (controle) recebeu 0,9 % de NaCl. Todos os grupos com exceção<br />
do controle, receberam hCG. No experimento 2, os grupos 5, 6 e 8 receberam 50UI FSH-LH-p, 80UI FSH-<br />
LA-p e 40UI FSH-LH-p, respectivamente, todos associados à (PG) F2alfa. O grupo 7 recebeu 40 mg FSH-p1<br />
+ (PG) F2alfa e o grupo 9 (controle) recebeu 0,9 % NaCl. Dentre todos os grupos deste experimento, o<br />
grupo 6 e dois animais um pertencente ao grupo 7 e outro ao grupo 8 - receberam hCG. A resposta<br />
ovulatória variou independentemente da dose e hormônio utilizados. No experimento 1, o grupo 1 mostrou<br />
maior estimulação ovariana, contudo, somente uma fêmea produziu embrião. Os grupos 2 e 3 mostraram<br />
número de folículos normais semelhantes ao grupo controle, sendo que o grupo 3 apresentou maior número<br />
de folículos atrésicos e luteinizados, e somente um animal produziu embrião, enquanto que no grupo 2 não<br />
foi obtido nenhum embrião. No grupo 4, todas as fêmeas produziram embrião. No experimento 2, os grupos<br />
5 e 8 se destacaram pela maior produção de folículos normais e embriões obtidos. Os grupos 6 e 7 não<br />
produziram embrião e mostraram menor estímulo ovariano com ocorrência de atresia e luteinização folicular<br />
semelhante ao grupo controle. No grupo 9, somente dois animais produziram embrião. A ausência de<br />
embrião, observada nos grupos que responderam ao tratamento ocorreu devido à ausência de cópula ou<br />
provavelmente, a distúrbios endócrinos ou fatores nutricionais. As gônadas foram localizadas na cavidade<br />
abdominal logo abaixo dos rins, não envolvidas por gordura ou bursa ovárica, apresentando o formato<br />
ovóide, coloração amarela e superfície lisa com pequenas projeções. Os dados biométricos do ovário revelam<br />
semelhanças entre os ovários direito e esquerdo entre os grupos estudados. Histologicamente, foi identificada<br />
a ocorrência de folículos poliovulares (2 a 5 oócitos), nas diferentes categorias (pré-antrais e antrais). Não foi<br />
observada a ocorrência de corpo albicans. Todos os embriões colhidos (N=38) no 7º dia pós-coito,<br />
apresentaram-se no estágio de mórula e o método de congelação utilizado manteve a integridade em 15 (39%)<br />
dos embriões obtidos. O restante 23 (61 %) mostraram alteração, sendo 10 (43,47 %) com degeneração dos
139<br />
blastômeros e 13 (56,52%) com fratura de zona pelúcida e degeneração dos blastômeros. A ovulação obtida<br />
em alguns animais isoladamente, caracterizou uma resposta individual da cutia à estimulação por<br />
gonadotrofinas exógenas. Portanto, há necessidade de aplicabilidade de outros protocolos para então definir o<br />
melhor efeito da gonadotrofina nesta espécie, bem como, viabilizar o emprego desta técnica em biotecnologia<br />
de embrião de espécies ameaçadas de extinção.<br />
199<br />
SANTOS, Cláudia Nunes. Isolamento de marcadores microssatélites e análise da variabilidade<br />
genética de Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Brachyura, Ocypodidae) na costa brasileira. 2003. 102<br />
f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Neste trabalho, marcadores microssatélites foram desenvolvidos e utilizados para avaliar a<br />
diversidade e estrutura genética das populações de Ucides cordatus (Crustacea: Brachyur;: Ocypodidae) ao longo da<br />
costa brasileira. Os marcadores foram obtidos por construção de sub-bibliotecas de DNA e detecção com<br />
sondas. Dos 14500 clones produzidos, 107 foram seqüenciados e 98 possuiam seqüências repetitivas, destas<br />
50% possuíam boas regiões flanqueadoras. Foram desenhados 21 pares de primers, 6 loci foram avaliados<br />
quanto ao polimorfismo e 3 foram utilizados para as análises populacionais. O teste de desequilíbrio de<br />
ligação demonstrou independência física entre os loci analisados. A riqueza de alelos dos marcadores<br />
possibilitou detectar a elevada variabilidade genética desta espécie e detectar diferenciação populacional entre<br />
as nove localidades analisadas. A heterozigosidade da espécie variou de 0,4 a 0,89. As populações<br />
diferenciaram de 1,6 a 7,6 %, enquanto a variância intra-populacional foi de 93 a 98%. Apesar do elevado<br />
fluxo gênico em toda a área, foram identificados 2 estoques genéticos, separados pela descarga de água doce<br />
do rio Amazonas.<br />
2004<br />
200<br />
AGUIAR, Oscar Raimundo Gavinho de. Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio, isoladas de<br />
cupins Nasutitermes (Isopteras – Termitidae) da microrregião de Belém – PA – Brasil em três<br />
variedades de soja. 2004. 85 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Dinaldo Rodrigues Trindade<br />
RESUMO: Três espécies de cupins do gênero Nasutitermes foram coletadas de seus cupinzeiros e galerias em<br />
áreas de floresta secundária numa fazenda e em reservas florestais na micorroregião de Belém, Pará, Brasil. A<br />
atividade da nitrogenase foi testada pelo método da redução do acetileno utilizando operários e soldados, que<br />
não foram separados para testes. Foi verificada uma diferença significativa nas atividades de redução do<br />
acetileno entre as três espécies estudadas; Nasutitermes acajutlae foi a espécie com maior atividade (243,92<br />
nanomoles/C2HJ grama de peso seco de cupim), seguida de Nasutitermes surinamensis (161,06 nanomoles/g de<br />
peso seco) e Nasutitermes costalis (123,82 nanomoles/g peso seco). A atividade da nitrogenase diminuiu com o<br />
tempo de incubação em acetileno. Foram isoladas e identificadas do intestino posterior de Nasutitermes duas<br />
espécies de bactérias, Brevibacillus brevis e Streptococcus sp. que foram inoculadas em três variedades de soja<br />
oriundas de Balsas-Maranhão. As variedades que tiveram melhor rendimento quanto à nodulação e altura da<br />
parte aérea foram Tracajá e Sambaíba, quando inoculadas com as bactérias isoladas dos cupins.
140
141
142
1990<br />
143<br />
201<br />
MACAMBIRA, Maria Lúcia Jardim. Formação de colônias incipientes e aspectos biológicos e<br />
comportamentais de Coptotermes testaceus (L.) (Isoptera, Rhinotermitidae, Coptotermitinae) da<br />
região de Belém, Pará. 1990. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.<br />
Orientador: Adelmar Gomes Bandeira<br />
RESUMO: Avalia a possibilidade da formação de colônias incipientes e funcionais de Coptotermes testaceus a<br />
partir de amostras fracionadas da original, em condições ambientais semelhantes as de origem. Em pedaços<br />
de madeira infestados por Coptotermes testaceus, deixados em um porão de uma residência em zona urbana,<br />
também foi tentada a possibilidade de formação e manutenção de colônias incipientes. Experimentos sobre a<br />
biologia desta espécie foram desenvolvidos simultaneamente em condições laboratoriais e em área de<br />
vegetação secundária. Os resultados obtidos indicam que Coptetermes testaceus, espécie comum na região, é<br />
capaz de formar, em toras de madeira, colônias incipientes às custas de reprodutores de substituição ou<br />
neotênicos. Embora tenham sido encontrados vivos e em boas condições no porão da residência, não se<br />
acharam reprodutores primários nem neotênicos. Quando se analisam os experimentos de laboratório e de<br />
local arborizado, concluiu-se que os térmitas têm maior sobrevida em ambiente natural, sendo os operários<br />
bem mais sucedidos que os soldados. A proporção soldado/operário em toras de madeira obtida para<br />
Coptotermes testaceus foi de 1/7. Este estudo mostra o período de maior atividade da espécie e a importância de<br />
sua propagação através de madeiras de exportação. Embora preliminares, são apresentadas algumas<br />
informações sobre o comportamento e as atividades da espécie, pois, como outras espécies do gênero,<br />
tornou-se séria praga, na maioria das vezes, de difícil controle.<br />
202<br />
MARCELIANO, Maria Luiza Videira. Biologia e estrutura populacional do Tiziu volatinia jacarina<br />
(Linnaeus, 1766) (Aves, Emberizidae) na região leste do Estado do Pará. 1990. 98 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1990.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: Relata uma série de aspectos da sistemática e do comportamento da espécie Volatinia jacarina, com<br />
o objetivo de testar a variedade das suas raças, Jacarina Splendens, propostas no passado com base na variação<br />
da plumagem do macho adulto. Esta variação consiste em uma série de gradações da coloração branca da face<br />
ventral da asa do pássaro. As observações de campo foram feitas durante um ano, em sua maioria em áreas<br />
abertas dos municípios de Belém (EMBRAPA) e Benevides (DENPASA), sendo complementadas com<br />
capturas e análises em municípios a leste do Estado do Pará. Foram feitos também estudos em coleções e em<br />
cativeiro, complementados com análise bibliográfica da literatura pertinente ao assunto. O estudo consiste em<br />
uma análise das variações dos padrões de coloração da face interna da asa dos machos adultos, abordando-se<br />
padrões e épocas de muda da plumagem, como também aspectos da biologia da espécie, na tentativa de<br />
desvendar o problema da ampla variação de indivíduos na população belenense, com características tanto da<br />
raça Splendens como da Jacarina, bem como de formas intermediárias entre as duas raças. Foram propostas três<br />
hipóteses baseadas em: polimorfismos, etapas de muda da plumagem e idade do pássaro, e migração. Com<br />
base em uma ampla análise da literatura existente sobre o assunto, complementada com detalhadas<br />
observações de campo e de coleções feitas pela autora, envolvendo análises estatísticas, chegou-se à conclusão<br />
que a população de V. jacarina de Belém é uma só, descartando-se no momento a hipótese de migração. A<br />
autora inclinou-se a aceitar que os diferentes fenótipos observados na população de Belém talvez estejam<br />
relacionados à idade do pássaro, sugerindo, entretanto, mais estudos de acompanhamento de muda na<br />
plumagem do pássaro (variações individuais) desde o nascimento até a idade adulta.
144<br />
203<br />
MELO, Ana Cláudia do Amaral. Variabilidade protéica e distância genética em duas espécies do<br />
gênero Saguinus (Callitrichidae - Primates - Platyrrhini). 1990. 185 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1990.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Estudos sobre a diversidade genética de populações naturais de primatas tornaram-se mais<br />
freqüentes com o advento da técnica de eletroforese, pois muitas informações até então desconhecidas pela<br />
maioria dos pesquisadores tornaram-se disponíveis. Muitos destes dados bioquímicos têm sido usados para se<br />
estabelecer relações taxonômicas e filogenéticas entre os diferentes grupos de primatas. O presente trabalho<br />
analisa os padrões eletroforéticos de treze sistemas protéicos eritrocitários (ADA, ES, ACP1, CA2, GLOI,<br />
MDH1, LDH, IDH1, PGD, SOD1, PGM1, GPI e HB) e dois plasmáticos (ALB e HP), codificados por<br />
dezenove locos genéticos distintos, em uma amostra constituída de 239 indivíduos, pertencentes a três espécies<br />
diferentes de primatas do Novo Mundo: Saguinus midas (N = 53) das regiões de Tucuruí (PA), Jari (AP),<br />
Cachoeira Porteira (PA) e Balbina (AM); Saguinus fuscicollis (N = 136) e Alouatta belzebul (N = 50), oriundos das<br />
regiões de Samuel (RO) e Tucuruí (PA), respectivamente. Os principais objetivos desta dissertação são os<br />
seguintes: (1) descrição dos padrões eletroforéticos de treze sistemas eritrocitários e dois plasmáticos em duas<br />
espécies do gênero Saguinus e uma do gênero Alouatta; (2) comparação dos padrões eletroforéticos entre as<br />
populações investigadas; (3) estimativa das freqüências alélicas nos dezenove locos e Teste do Equilíbrio de<br />
Hardy-Weinberg; (4) verificação da possível ocorrência de heterogeneidade entre subpopulações da mesma<br />
espécie separadas por barreiras geográficas; (5) avaliação da variabilidade genética através da heterozigose<br />
média; (6) estimativa das distâncias genéticas entre as populações amostradas; (7) comparação das estimativas<br />
de distância genética obtidas neste trabalho com as distâncias reportadas na literatura entre diferentes taxas e<br />
(8) construção de um fenograma que expresse as relações taxonômicas existentes entre estes grupos. A<br />
técnica utilizada foi a eletroforese horizontal em gel de agarose (1%), agarose (1%) - amido (2%) e amido<br />
(11%), e os principais resultados obtidos foram os seguintes: dos dezenove locos estudados, observou-se<br />
variação polimórfica na ADA, ESD, ES2, CA2, PGD, SOD1, GPI e ALB, e em todos eles as distribuições<br />
fenotípicas observadas ajustaram-se às esperadas de acordo com o principio de Hardy-Weinberg. A<br />
heterozigose média variou de 1 a 8%, sendo estas estimativas de diversidade genética similares às obtidas para<br />
várias espécies de platirrinos (Forman et al., 1986; Schneider, 1988). As distâncias genéticas intraespecíficas<br />
variaram de 0,000 a 0,056, enquanto as interespecíficas de 0,145 a 0,170. Já as intergenéricas ficaram em torno<br />
de 0,766 a 0,904, sendo estes resultados compatíveis com os valores obtidos na literatura para primatas. O<br />
fenograma gerado a partir da matriz de distância genética está de acordo com os dados taxonômicos<br />
propostos por Hershkovitz (1977) e Mittermeier & Coimbra-Filho (1988).<br />
204<br />
REIS, Ruy Edmundo Max Lopes dos. Moluscos bivalves perfuradores de madeira do Estado do Pará,<br />
Brasil: caracterização taxonômica, distribuição e resistência de madeiras. 1990. 91 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1990.<br />
Orientador: William Leslie Overal<br />
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivos o levantamento e distribuição regional das espécies de<br />
moluscos bivalves perfuradores de madeira do Estado do Pará e avaliar a resistência natural a esses<br />
organismos de três tipos de madeiras usadas na construção de embarcações e obras portuárias da região. As<br />
madeiras testadas foram: Bagassa guianensis Aubl. (Moraceae, nome vulgar: Tatajuba), Caryocar villosum Aubl Pers<br />
(Caryocaraceae, nome vulgar: Pequia) e Dipterix odorata Wild (Leguminosae, nome vulgar: Camaru). No período<br />
compreendido entre setembro de 1987 e dezembro de 1988, foram coletadas amostras de moluscos em<br />
ambientes de várzea e manguezais, em diversos rios, furos e praias do Estado do Pará. Os testes de resistência<br />
das madeiras foram realizados no rio Arapepó, Município de Salinópolis [estação I] e furo Santo Antônio,<br />
Município de Barcarena [estação II], onde na superfície da água a salinidade média anual foi de 14ø/00 e
145<br />
0,6ø/00, respectivamente. Nestas estações os blocos foram instalados no sentido horizontal à linha de maré,<br />
sendo que na estação I eram cobertos apenas pela maré de enchente, ficando expostos na baixamar, e na<br />
estação II ficavam sempre submersos a 150cm de profundidade de baixamar. Foram encontradas espécies de<br />
bivalves das famílias Teredinidae (Neoteredo reynei e Psiloteredo healdi) e Pholadidae (Lignopholas clappi e Martesia<br />
striata) em troncos no estado de decomposição, na zona intertidal. Este é o primeiro relato de L. clappi na<br />
costa brasileira, descrita anteriormente apenas na Nicarágua e Suriname. As espécies de N.reynei e P. healdi são<br />
amplamente distribuídas no estuário local, estando a primeira adaptada a ambientes tanto de baixo quanto de<br />
alto teor salino, e a segunda, restrita a áreas de baixa salinidade. A espécie M. striata se distribui apenas em<br />
ambiente marinho e a L. clappi em água de salinidade próxima de zero. Considerando-se as condições do<br />
presente experimento, o tempo relativamente curto de coleta e a infestação apenas dos blocos da estação II,<br />
indicam que a exposição ao ar e ao sol, mesmo que por períodos curtos entre a enchente e a vazante, não<br />
favorece ao ataque dos perfuradores. As madeiras testadas foram atacadas apenas por P.healdi sendo Caryocar<br />
villosum menos resistente do que Bagassa guianensis e Dipterix odorata, estas mediamente atacadas.<br />
205<br />
ROCHA, Rossineide Martins da. Grupo sangüíneo ABH em primatas neotropicais da região do rio<br />
Jamari - Rondônia. 1990. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Nos primatas do Novo Mundo, a determinação dos fenótipos ABH baseia-se na detecção dos<br />
antígenos nas secreções, visto que nas hemácias somente os antígenos A-like e/ou B-like estão presentes e são<br />
independentes do fenótipo salivar. No presente estudo, foram investigadas 744 salivas e 369 plasmas de<br />
primatas do Novo Mundo pertencentes a oito espécies (Aotus azarae boliviensis, Ateles paniscus chamek, CalliCebus<br />
brunneus, Callithrix emiliae, Cebus apella, Pithecia irrorata irrorata, Saguinus fuscicollis weddelli e Saimiri ustus), com os<br />
seguintes objetivos: (1) detectar os antígenos do sistema ABO encontrados na secreção salivar das oito<br />
espécies; (2) estimar as freqüências alélicas; (3) quantificar as substâncias ABH existentes na saliva; (4)<br />
comparar os títulos das substâncias ABH dentro e entre as espécies; e (5) identificar as aglutininas do sistema<br />
ABH. As amostras foram coletadas na área de influência do reservatório da UHE de Samuel na região do rio<br />
Jamari, Rondônia. As substâncias ABH foram investigadas pela técnica da inibição da hemaglutinação e o<br />
plasma pelo método da hemaglutinação, visando à identificação das aglutininas anti-A e anti-B. O sistema<br />
ABO apresentou-se polimórfico em S. ustus, que apresentou quatro fenótipos A, B, AB e O, controlados por<br />
três alelos ( IA=0,85; IB=0,04 e IO=0,11); em A. p. chamek, onde foram detectados dois fenótipos O e A, sob<br />
o controle de dois alelos (IA=0,02 e IO=0,98); em C. apella, com dois fenótipos A e O e dois alelos (IA=0,85<br />
e IO=0,15); e em A. a. boliviensis, também com dois fenótipos, B e AQB, provavelmente controlados por dois<br />
alelos, (IA=0,02 e IB=0,98). As distribuições fenotípicas observadas estão de acordo com o esperado,<br />
assumindo o Equilíbrio de Hardy-Weinberg tanto para o sistema tri-alélico (S. ustus) como para o di-alélico (A.<br />
a. boliviensis). Por outro lado, algumas espécies se revelaram monomórficas (P. i. irrorata, C. brunneus, C. emiliae e<br />
S. f. weddelli), apresentando somente o fenótipo A. Comparando os resultados obtidos neste trabalho com os<br />
mencionados na literatura, observa-se que a maioria das populações apresenta uma alta freqüência do alelo<br />
IA, que se acha distribuído por todos os gêneros (exceto em Aloutta), estando até fixado em alguns. Os dados<br />
quantitativos revelaram níveis variáveis das substâncias ABH entre os diferentes fenótipos de uma espécie e<br />
entre os fenótipos de diferentes espécies. O título médio de substância A foi maior do que H em todas as<br />
espécies. O antígeno B apresentou nível médio mais elevado do que H em A. a. boliviensis de ambos os<br />
fenótipos, porém em S. ustus observou-se uma relação inversa entre os títulos dessas substâncias. As espécies<br />
P. i. irrorata, S. f. weddelli apresentaram níveis mais elevados de substância A, quando comparadas com as<br />
demais. A maioria das espécies apresentou correlação positiva entre o título de A ou B e o título de H,<br />
diferentemente do que se esperaria caso a substância H fosse o substrato das substâncias A e B. Como<br />
relatado anteriormente na literatura, observou-se discrepâncias entre o soro e o fenótipo salivar em todas as<br />
espécies. A maior proporção de anomalias ocorreu em C. brunneus (78%), sendo que 72% deles mostraram<br />
anomalia negativa. Este tipo de anomalia também foi predominante em C. emiliae e S. f. weddelli, enquanto que<br />
as demais espécies apresentaram anomalias positivas. A não detecção de aglutininas nesses animais pode ser
146<br />
devido ao baixo título, entretanto é difícil de explicar a existência de anômalos positivos. Inúmeras hipóteses<br />
têm sido levantadas, porém a questão das anomalias permanece ainda como um problema a ser solucionado.<br />
206<br />
SOUTO, Paulo Sérgio dos Santos. Estudo da suscetibilidade in vitro às drogas antimaláricas e<br />
caracterização enzimática de cepas de Plasmodium falciparum (Welch, 1897) na Amazônia. 1990. 81<br />
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.<br />
Orientador: Bento Melo Mascarenhas<br />
RESUMO: A malária humana é uma doença que preocupa as autoridades de saúde do mundo, por debilitar<br />
as pessoas infectadas, podendo impossibilitá-las para o trabalho e acarretando obstáculos econômicos e<br />
sociais nas áreas onde a doença é prevalente. Na Amazônia, as espécies infectantes do homem são: Plasmodium<br />
falciparum, o Plasmodium vivax e o Plasmodium malariae, com a primeira causando a malária mais grave e sendo a<br />
espécie responsável pelos casos de resistência "in vitro " só foi possível ser detectada graças ao<br />
desenvolvimento da macrotécnica elaborada por Rieckmann em 1968, e aperfeiçoada pelo mesmo cientista em<br />
1978, transformado-a em microtécnica. Além da microtécnica, o desenvolvimento do método de cultivo do<br />
P. falciparum em laboratório por Trager & Jansen (1976) foi de fundamental importância no estudo da<br />
resistência e o desenvolvimento da técnica de eletroforese em gel de amido feita por Carter (1973) e permitiu a<br />
caracterização enzimática de cepas de P. falciparum. O nosso trabalho foi desenvolvido no Programa Malária<br />
do Instituto Evandro Chagas, seguindo a linha de pesquisa adotada por essa instituição, com 141 amostras de<br />
sangue infectadas com P. falciparum, coletadas de pacientes dos Municípios de Acará, Itaituba, Marabá, Moju,<br />
Paragominas, S. Domingos do Capim, S. Félix do Xingu e Tucuruí, todos no Estado do Pará, Estados do<br />
Amazonas, Rondônia e Amapá e que foram cultivadas "in vitro" pelo método de Trager & Jansen (1976). Em<br />
setenta e quatro amostras o teste de suscetibilidade às drogas se desenvolveu completamente e, entre elas,<br />
cinqüenta foram submetidas à análise por Saponina, Sanderson et al. (1981), e posterior corrida eletroforética<br />
em acetato de celulose, Carter (1973), com quarenta e quatro, revelando as Enzimas GPI (Glucose Fosfato<br />
Isomerase) (E.C. 5.3.1.9), ADA (Adenosina Deaminaseo (E.C. 3.5.4.4)) e (E.C. 3.4.1.1 ou E. C. 3.4.1.3)<br />
(Peptidase). Muitas cepas submetidas ao cultivo não cresceram devido à contaminação por microorganismos,<br />
como fungos ou bactérias. Das que chegaram até a etapa de eletroforese, seis não revelaram nenhuma enzima<br />
investigada, seja por insuficiência de material, após a lise pelo método descrito por Sanderson et al. (1981), ou<br />
devido a problemas técnicos durante a realização da eletroforese. O microteste de suscetibilidade às drogas<br />
cloroquina, mefloquina, amodiaquina e quinino revelaram que 91,90 % das cepas são resistentes ao quinino e<br />
57,15 % são resistentes à amodiaquina. A maioria das cepas mostrou-se suscetível à mefloquina (95,90 %),<br />
porém, o fato de surgirem cepas resistentes, embora em pequeno número, é motivo de preocupação, por<br />
tratar-se de um antimalárico de uso relativamente recente.<br />
1991<br />
207<br />
MEIRELES, Carla Maria Marques. Variação protéica, taxonomia e evolução em cinco espécies do<br />
gênero Callithrix (Callitrichidae - Primates). 1991. 180 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1991.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: No presente estudo, 15 sistemas protéicos (ldh, mdh1, idhi1, pgd, sod1, pgm1, es, acp1, ada, ca2,<br />
glo, gpi, hb, alb e hp) codificados por 20 locus genéticos distintos foram investigados quanto aos seus padrões<br />
eletroforéticos, usando-se a eletroforese horizontal em gel de agarose, agarose-amido e amido. Foram<br />
analisados um total de 150 amostras de sangue, pertencente a 5 espécies do gênero Callithrix: C.humeralifer (Rio
Arapiuns-PA, n=14); C. emiliae (Rio Jamari-RO, n=63 margem direita, n=22 margem esquerda); C. Jacchus<br />
(extremos-rn, n=35); C. penicillata (brasilia-df, n=10) e C. geoffroyi (Rio Doce-mg, n=06). como grupo ext.<br />
147<br />
208<br />
YAMADA, Elizabeth Sumi. Organização do sistema visual de roedores da Amazônia: topografia das<br />
células horizontais tipo A da retina da capivara, Hydrochoerus hydrochaeris. 1991. 157 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1991.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Utizando-se o Método Neurofribilar de Gros-Schultze corou-se a população de células horizontais<br />
tipo A na retina da capivara. Foi feita análise quantitativa da densidade celular, do tamanho do pericário e do<br />
campo dentrítico destas células. Foi estimada a magnitude da população em três retinas de capivara, obtendose<br />
69.316, 76.667 e 79.524 células horizontais tipo A. Estas células formam um mosaico regular. A sua<br />
distribuição topográfica assemelha-se àquela das células ganglionares por apresentar uma faixa visual nítida,<br />
uma acentuada assimetria dorso-ventral e o pico de densidade celular estar localizado na região central da<br />
retina. Além disso, foram coradas duas populações de células horizontais, variantes da população de células<br />
horizontais deslocadas e as células horizontais biplexiformes. Estas células ocorrem preferencialmente na<br />
periferia da retina, próximo à “ora serrata”, e também são encontradas em retinas de outras espécies de<br />
mamíferos investigadas neste trabalho, tais como a cutia, o coelho e o gato.<br />
1992<br />
209<br />
NUNES, Andréa Ferreira Portela. Uso do habitat, comportamento alimentar e organização social de<br />
Ateles belzebuth belzebuth (Primates: Cebidae). 1992. 192 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1992.<br />
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres<br />
RESUMO: O estudo descreve diversos aspectos da ecologia e comportamento do coatµ, Ateles belzebuth<br />
belzebuth, com base em observações sistemáticas de um grupo habituado. O enfoque foi dado a relação entre o<br />
comportamento alimentar e a estrutura social. Durante as 1360h de observação, os coatus ocuparam<br />
predominantemente trechos de mata alta de terra firme (93% dos scans), utilizando principalmente o estrato<br />
superior do dossel, em média, 18% do tempo foi gasto em alimentação, 36% em deslocamento e 45% em<br />
repouso. O grupo que oscilou entre 23-24 animais utilizou anualmente umas espécies botânicas, sendo 88.5%<br />
das observações alimentares registradas para frutos, 8.3% para folhas novas, e 3.2% para outros itens (fungos,<br />
flores, cascas de árvores mortas). A diversidade da dieta e a proporção de itens alimentares em frugivoria<br />
acompanharam a oferta crescente de espécies com frutos maduros durante a estação chuvosa. A composição<br />
da dieta refletiu também a representatividade da espécie na comunidade florística (expressa pela densidade<br />
relativa e pelo índice de cobertura vegetal) e o seu tempo de frutificação.<br />
210<br />
SILVA JÚNIOR, José de Souza e. Revisão dos macacos-de-cheiro (Saimiri. Voigt, 1831) da Bacia<br />
Amazônica (Primates: Cebidae). 1992. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1992.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: O gênero Saimiri voigt, 1831, apesar de vir sendo extensivamente investigado em diversas áreas do<br />
conhecimento, ainda é considerado um grupo taxonômico confuso entre os primatas neotropicais. Os
148<br />
principais autores que revisaram o gênero F, divergiram em suas metodologias, assim como nos arranjos<br />
taxonômicos finais. O presente estudo teve como principal objetivo, a execução de uma nova revisão do<br />
grupo que ocupa a Bacia Amazônica, por meio de uma reinterpretação de dados atualizados em Morfologia<br />
Clássica, Osteologia, Imunogenética, Citogenética, Genética Bioquímica, Ecologia, Etologia e Morfometria,<br />
dando-se aos mesmos um novo enfoque, voltado para a questão taxonômica. O material utilizado foi parte do<br />
acervo de três coleções científicas brasileiras, incluindo exemplares recentemente coletados em áreas<br />
geográficas consideradas importantes para a investigação da taxonomia e distribuição geográfica das formas<br />
componentes do grupo. Foram também observados espécimes vivos, no campo e em cativeiro. A avaliação<br />
das relações taxonômicas mantidas pelos macacos-de-cheiro foi baseada no conceito de Espécie Evolutiva<br />
(Hennig, 1966; Wiley, 1981) e subespécie ou raça geográfica. A metodologia foi centrada em: (1) análise<br />
qualitativa de caracteres monomórficos e polimórficos discretos, (2) formulação de hipóteses acerca da<br />
ocorrência de simpatria, intergradação secundária e variação clinal; e (3) teste das hipóteses com base em<br />
análise craniométrica. A análise dos caracteres monomórficos mostrou, através de comparação com um grupo<br />
externo (gênero Cebus), que todos os macacos-de-cheiro são similares em todos os caracteres estruturais,<br />
inclusive quanto à morfologia dos orgãos genitais. Estes animais compartilham também dos mesmos padrões<br />
ecológicos e comportamentais gerais, além das expressões de caracteres genéticos. Estas evidências sugeriram<br />
a existência de uma única espécie politípica de Saimiri na Bacia Amazônica. Isto ficou confirmado também<br />
através de análise estatística descritiva e multivariada de medidas cranianas, que mostrou a existência de uma<br />
variabilidade intragrupal maior do que a variabilidade intergrupal. A análise dos caracteres polimórficos<br />
apoiou os resultados obtidos com a análise anterior. As similaridades morfológicas indicaram que todas as<br />
formas de Saimiri da Bacia Amazônica compartilham a mesma identidade evolutiva. As pequenas diferenças<br />
morfológicas, cariotípicas, fisiológicas e comportamentais detectadas foram corroboradas pelas pequenas<br />
distâncias genéticas, típicas de subespécies, que não impedem a ocorrência de intergradação entre as formas<br />
geograficamente contíguas. A análise craniométrica confirmou estes resultados. Dos 9 epifenótipos<br />
identificados no presente estudo, 7 constituem raças geográficas válidas, enquanto que 2 constituem<br />
populações intergradantes, envolvendo duas ou mais subespécies. Estes resultados corroboraram para a<br />
hipótese da existência de uma única espécie evolutiva de Saimiri na Bacia Amazônica, a S. sciureus, composta<br />
por, no mínimo, 7 subespécies ou raças geográficas(S. s. sciureus, S. s. cassiquiarensis, S. s. macrodon, S. s. ustus, S. s.<br />
madeirae S. s. bolivjensjs e S. s. Vanzolinii. O “status” taxonômico desta última, contudo, ainda permanece sob<br />
discussão.<br />
1993<br />
211<br />
FERRARI, Maria Aparecida Lopes. Conservação do cuxiú-preto, Chiropotes satanas satanas (Cebidae,<br />
Primates), e de outros mamíferos na Amazônia oriental. 1993. 158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1993.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: O principal objetivo do presente estudo foi a avaliação do estado de conservação do cuxiú-preto,<br />
Chiropotes satanas satanas, baseada na definição de sua distribuição geográfica e na identificação dos fatores<br />
determinantes tanto de sua ocorrência, quanto da abundância de populações remanescentes. Levantamentos<br />
no Maranhão confirmaram estudos anteriores, restringindo a distribuição original de C.s.satanas à floresta<br />
amazônica, sendo seus limites leste e sul coincidentes com os da floresta. A metodologia aplicada foi<br />
escolhida durante um estudo-piloto realizado numa reserva particular. O estudo principal envolveu a coleta<br />
de dados de densidades de C.s.satanas e de outros mamíferos diurnos em quatro áreas de amostragem, três no<br />
Pará e uma no Maranhão. O método da transecção linear foi usado para os censos. A biomassa de primatas<br />
foi calculada com base nas densidades populacionais estimadas. Informações sobre as atividades<br />
socioeconômicas das populações humanas locais, particularmente sobre a caça, foram coletadas em<br />
entrevistas com moradores locais. Dados sobre a estrutura e a composição da floresta em duas áreas foram
149<br />
coletados e comparados com os de outros estudos. Os resultados dos censos indicam diferenças significativas<br />
entre as quatro áreas na abundância da maioria das espécies de mamíferos encontradas. No caso específico de<br />
C.s. satanas, os valores de densidade encontrados apresentaram variações entre as áreas de até mais de 500%,<br />
dependendo do método usado na estimativa. As diferenças na abundância das espécies de médio e grande<br />
porte parecem ser basicamente determinadas pela intensidade da pressão de caça. O estudo mostra que de<br />
maneira geral, C.s. satanas é mais abundante em seu habitat natural do que se supunha, com uma população<br />
total de algumas dezenas de milhares de indivíduos. Contudo, este primata encontra-se realmente ameaçado<br />
pela contínua expansão da ocupação humana dentro de sua área de distribuição geográfica, e medidas efetivas<br />
para sua conservação dependem da integração das populações humanas locais. Observações preliminares da<br />
espécie de primata recentemente descrita para o Maranhão, Cebus kaapori, também são apresentadas.<br />
212<br />
FRANCA, João Guedes da. NADPH - diaforase no córtex visual do macaco-de-cheiro (Saimiri<br />
sciureus): atividade histoquímica nas áreas 17 e 18. 1993. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1993.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: O padrão de distribuição da atividade da enzima NADPH-diaforase foi estudado no córtex visual<br />
do macaco-de-cheiro (saimiri sciureus), usando-se a técnica de histoquímica para NADPH-diaforase (Método<br />
"indireto" da "enzima malica", modificado de Scherer-Singler et al., 1983). A neurópila e a morfologia de dois<br />
neurônios marcados pela técnica histoquímica são descritas. O padrão de macaco observado na neurópila é<br />
bastante semelhante aquele obtido para a enzima citocromo-oxidase (Horton, 1984). Nos cortes tangenciais, a<br />
enzima é distribuída heterogeneamente formando grumos nas camadas supragranulares de v1 e faixas ao<br />
longo demarcadas com detalhes semelhantes aqueles da técnica de golgi. Descreve-se esta ultima subpopulação<br />
quanto à morfologia, a partir de reconstruções em câmara clara. Todas as células desenhadas correspondem a<br />
neurônios não-piramidais pobremente espinhosos, com árvore dendrítica muito bem corada e grau de<br />
marcação axonal variável. Esta subpopulação neuronal apresenta um padrão morfológico bastante<br />
diversificado, sendo que sua grande maioria se localiza na substância branca subjacente, um padrão não<br />
observado em roedores (Vincent & Kimura, 1992; Da Costa et al., 1993)<br />
213<br />
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo. Algumas características reprodutivas da cutia fêmea Dasyprocta<br />
prymnolopha (Wagler, 1831) criada em cativeiro. 1993. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1993.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Realiza análises colpocitológicas das diferentes fases do ciclo reprodutivo, assim como a<br />
determinação da duração da gestação em 20 fêmeas adultas de cutias (Dasyprocta Prymnolopha). As cutias foram<br />
mantidas em regime de cativeiro, nas condições climatológicas encontradas no trópico úmido da Amazônia.<br />
Os animais apresentaram reprodução do tipo poliestral contínua, com a duração média dos ciclos estrais de<br />
30 ,69±4,65 dias e período médio de gestação de 104,33±0,57 dias. Com relação ao estudo da citologia<br />
esfoliativa, notou-se que no proestro houve freqüência maior de células superficiais anucleadas, intermédio no<br />
diestro, as células parabasais foram em número maior de vezes.<br />
214<br />
LIMA, Silene Maria Araújo de. Distribuição das células ganglionares M em retinas de primatas diurnos<br />
e noturnos. 1993. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira
150<br />
RESUMO: A densidade de células ganglionares M foi estudada em retinas de primatas do Novo Mundo, o<br />
diurno Cebus e o noturno Aotus. Utilizamos montagens planas retinianas coradas pelo Método Neurofibrilar<br />
de Gros-Schultze, semelhante ao que ocorre com as outras classes de células ganglionares, a densidade de<br />
células ganglionares M atinge o valor máximo próximo à fóvea, decaindo progressivamente em regiões<br />
periféricas da retina. Há uma assimetria nasotemporal. Em retinas de Cebus, a densidade é 1.2-4.3 vezes maior<br />
na região nasal do que na temporal, há excentricidades equivalentes. No Aotus, a assimetria é menor, variando<br />
de 1.6 a 2.2 vezes. A maior densidade de células no quadrante nasal ocorre em paralelo ao menor tamanho de<br />
pericário das células ganglionares M nesta região. O número total de células M estimado para as retinas de<br />
Cebus e Aotus foi de 140.300 e 74.000, respectivamente. Há uma maior proporção de células M, em relação ao<br />
total de células ganglionares, em retina de Aotus, do que na retina do Cebus.<br />
215<br />
PEREIRA JÚNIOR, Antônio. O Papel das interações comissurais subcorticais na binocularidade dos<br />
neurônios do núcleo do trato óptico do gambá. 1993. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1993.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
216<br />
RODRIGUES, Antônio Augusto Ferreira. Migrações, abundância sazonal e alguns aspectos sobre a<br />
ecologia de aves limícolas na baía de São Marcos, Maranhão - Brasil. 1993. 102 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1993.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: Anualmente milhares de aves limícolas migratórias alcançam a baía de São Marcos, golfo<br />
maranhense, em migrações partindo do hemisfério norte. Os estudos relacionados à dinâmica populacional<br />
das espécies são baseados em observações diretas sistematizadas feitas através de binóculo e telescópio.<br />
Foram escolhidas 06 (seis) áreas nas ilhas do Cajual e São Luís para o desenvolvimento dos censos<br />
populacionais. Das 06 (seis) áreas estudadas, a área 1 (areno-iodoso) e a área 2 (iodoso) pertencem à ilha do<br />
Cajual; os habitats 3 (arenoso-rochoso), 4 (arenoso), 5 (arenoso, iodoso e mangue) e 6 (areno-iodoso)<br />
pertencem à ilha de organismos bentônicos. Para se verificar a composição de espécies, a abundância relativa<br />
e o tipo de substrato de acordo com Rebelo (1986), foram registrados um total de 140.939 indivíduos de aves<br />
limícolas em 15 espécies, pertencentes as famílias Charadriidae e Scolopacidae durante o período de estudo;<br />
sendo 02 (duas) espécies consideradas residentes. Os dados dos censos indicam que as populações das<br />
espécies de aves limícolas flutuam numericamente ao longo do tempo de acordo com o padrão migratório e o<br />
tipo de habitat utilizado.<br />
217<br />
SANTOS, Ândrea Kelly Campos Ribeiro dos. A Influência de marcadores genéticos na epidemiologia<br />
do vírus da hepatite B. 1993. 105 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: O vírus da hepatite B (VHB) é capaz de interagir com o hospedeiro infectado e estabelecer uma<br />
infecção persistente com vários graus de destruição do tecido hepático. Vários fatores de risco têm sido<br />
associados com o desenvolvimento da persistência do VHB em humanos. A proposta do presente trabalho<br />
foi de investigar marcadores genéticos do hospedeiro que poderiam influenciar e modular a replicação do<br />
VHB durante a infecção aguda originando um quadro de persistência. A Região Amazônica brasileira é uma<br />
área de interesse devido à grande distribuição desse vírus em áreas específicas da região oeste.<br />
Adicionalmente, o componente genético dos hospedeiros é aparentemente único por serem mantidos em<br />
comunidades fechadas ou parcialmente fechadas. Foram investigadas sete comunidades urbanas e dezessete
151<br />
comunidades indígenas no total de 4.593 pessoas. Cada indivíduo foi averiguado para obtenção de<br />
informações demográficas e familiares. As amostras de sangue foram coletadas e investigadas para quatro<br />
marcadores sorológicos do VHB e trinta e três marcadores genéticos. Os resultados revelaram que: (i) as<br />
freqüências fenotípicas encontram-se dentro do intervalo descrito anteriormente para outros grupos da<br />
Região Amazônica; (ii) existiu uma grande variação de exposição prévia para o VHB em ambos os grupos,<br />
urbanos e não urbanos; (iii) foram descritos padrões diferentes de distribuição epidemiológica do VHB, que<br />
estiveram presente dentro de aldeias de uma mesma tribo; e (iv) a prevalência de marcadores do VHB foi<br />
significativamente maior nas comunidades indígenas do que nas híbridas.<br />
218<br />
SILVA FILHO, Manoel da. Desenvolvimento de instrumentação para experimentação in vivo e in<br />
vitro em fisiologia visual. 1993. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Desenvolve sistemas de aquisição de dados morfo-funcionais para preparações in vivo e in vitro<br />
usando como modelo o sistema visual de primatas da Amazônia. Preparações de brain slices combinando<br />
traçadores intra e extracelulares in vivo registrados eletrofisiologicamente.<br />
1994<br />
219<br />
ALCÂNTARA NETO, Constantino Pedro. Ecologia e pesca dos maparás, Hypophthalmus spp.<br />
(Siluriformes, hypophthalmidae), no Lago Grande de Monte Alegre, Baixo Amazonas, Pará. 1994.<br />
158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Os maparás são bagres de porte médio, pertencentes à super ordem Ostariophysi, ordem<br />
Siluriformes, família Sulamericana Hypophthalmidae, gênero Hypophthalmus, e distribuem-se entre apenas três<br />
espécies: H. edentatus, H. marginatus e H. fimbriatus. As três espécies ocorrem na Bacia Amazônica e, no Estado<br />
do Pará, as pescarias comerciais destes peixes verificam-se principalmente nos rios Tocantins e nos afluentes<br />
do Amazonas, onde apresentam grande expressão econômica e social. A diminuição da produção de maparás<br />
no trecho baixo do rio Tocantins incrementou o esforço da pesca comercial destes peixes no Baixo<br />
Amazonas, principalmente no Lago Grande de Monte Alegre. Objetivando estudar a ecologia e a pesca dos<br />
maparás no Lago Grande de Monte Alegre, Baixo Amazonas-PA, investigou-se os seguintes aspectos: 1)<br />
tecnologia empregada nas pescarias comerciais; 2) esforço de pesca empregado nas pescarias comerciais e a<br />
captura por unidade de esforço obtida; 3) curva de seletividade para a rede de esmalhar; e 4) ecologia das<br />
espécies no lago e verificação da comunidade de peixes a que estes pertencem. A rede de esmalhar é a única<br />
arte de pesca empregada nas pescarias comerciais dos maparás no Lago Grande de Monte Alegre. Possui<br />
comprimento médio aproximado de 59 metros. Cada pescador utiliza um conjunto composto em média por<br />
8,8 redes e realiza em média 5 lances de pesca por dia, cada um com duração de 63,5 minutos em áreas rasas e<br />
101,4 minutos nos canais. A Captura por Unidade de Esforço (CPUE) (g peixes/metro de rede, hora de<br />
pesca.pescador) obtida nos canais foi de 88,0 g para todas as espécies e de 57,3 g para os maparás. Em áreas<br />
rasas, a CPUE obtida foi de 174,9 g para a captura total e 139,8 g para os maparás. A socioeconomia da<br />
atividade pesqueira é comentada e as duas modalidades de pesca observadas são descritas. A equação geral da<br />
curva de seletividade obtida para H. marginatus foi Cm* (L)= e - 0,019 (L - 0,95 . m)². Também foram<br />
estimados os comprimentos forcais médios, sobre os quais as malhas empregadas apresentaram eficiência<br />
máxima de retenção, e os comprimentos forcais máximos, para os quais as redes empregadas capturaram<br />
cerca de 50% dos espécimes disponíveis. As três espécies ocorreram sazonalmente no Lago Grande de Monte<br />
Alegre, em ambientes lóticos e lênticos, em pequenas profundidades (entre 1,75 m e 4,70 m ) e também nos
152<br />
canais com profundidades entre 8,30 m e mais de 15 m , distribuindo-se simpatricamente; H. marginatus<br />
predomina e H. fimbriatus é rara. A sazonalidade de ocorrência das espécies neste lago é motivada<br />
principalmente por fatores tróficos.<br />
220<br />
BRASIL, Heliana Maria Silva. Caracterização da arborização urbana: o caso de Belém. 1994. 204 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Felisberto Cavalheiro<br />
RESUMO: A fim de subsidiar projetos visando implantar e manter a arborização de Belém-PA, foi procedida<br />
a caracterização da situação atual das árvores da cidade, que possui uma área de aproximadamente 5.600 ha e<br />
envolve uma população que, em 1991, alcançou 790.453 hab. Em função do relevo, essa área foi distinguida<br />
em dois estratos, considerando-se a cota de 5m como o limite entre ambos. O inventário quantitativo parcial<br />
foi realizado em 9 transectos, constituídos por ruas e avenidas, com uma extensão total de 40,2 km , nos quais<br />
foram contadas 2.607 árvores, classificadas em 80 espécies, sendo de 35,92 árvores por quilômetro (arv/km) a<br />
densidade no estrato I (acima de cota 5). Aplicado o Teste T, a 95% de probabilidade, tomando-se como<br />
variável a densidade por quilômetro, ficou comprovada a eficiência da estratificação efetuada, assim como a<br />
necessidade de subestratificação. A espécie mais abundante foi Terminalia catappa, cujos indivíduos constituíam<br />
23,7% do total e que juntamente com os indivíduos de outras três espécies, representavam 85,1% das árvores<br />
amostradas. Utilizando-se do processo de amostragem sistemática, foram demarcadas sobre os transectos 34<br />
subunidades (UA), de 100 m de comprimento cada, onde além da quantificação foram tomados dados<br />
referentes ao porte, disposição e qualidade das árvores. As espécies identificadas foram enquadradas quanto<br />
ao porte, em pequenas (20%), médias (60%), altas (15%) e muito altas (5%). Mangifera indica, possuía 64,3 %<br />
de seus exemplares com altura superior a 10 m, significando que atualmente seu plantio tem sido a espécie<br />
que ofereceu maior sombreamento, em conseqüência da grande área de copa de seus indivíduos. Constatouse<br />
também, que desde a produção das mudas aos tratos necessários à condução das árvores, não são seguidas<br />
as recomendações técnicas para o plantio em vias públicas, já que 15,7 % das árvores possuíam altura abaixo<br />
de 2,2m; 39,7% possuíam a primeira ramificação abaixo de 1,50 m e 23,6% abriram a copa abaixo dos 2,0 m.<br />
Os dados obtidos quanto à disposição das árvores, tanto nas calçadas quanto nos canteiros centrais, permitem<br />
afirmar que não tem sido obedecido qualquer padrão de distanciamento, o que é agravado pelo fato de que<br />
80,78 % das árvores estavam plantadas sob rede aérea e 19% delas não dispunham de área livre para o<br />
crescimento. De modo geral, as árvores foram classificadas como ruins, embora, 20,9% necessitassem apenas<br />
de manutenção; 7,9% requeriam substituição, entre essas, 13,6% das árvores de Senna siamea, a espécie em<br />
pior estado entre as quatro mais abundantes. A participação da arborização particular no sombreamento das<br />
calçadas mostrou-se insignificante. Recomenda-se em novas pesquisas, que a subestratificação da área leve em<br />
consideração a época de ocupação, o uso predominante e a condição socioeconômica da população residente.<br />
221<br />
CAMPOS, Lygia Catarina Trindade. Atividade da NADPH - diaforase na área 17 do córtex visual do<br />
macaco-da-noite (Aotus azarae): morfologia neuronal, distribuição laminar e padrão de neurópila. 1994.<br />
101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Luiz Roberto Giorgetti de Britto<br />
RESUMO: O óxido nítrico tem recebido considerável atenção como neuromediador no sistema nervoso e<br />
outros sistemas. Neurônios que contêm óxido nítrico podem ser revelados por uma técnica histoquímica para<br />
NADPH-diaforase. Utilizando-se esta técnica, demonstrou-se neste trabalho a morfologia e a distribuição<br />
laminar das células diaforase-positivas na área 17 de um primata do Novo Mundo da espécie Aotus azarae. Foi<br />
feita uma análise quantitativa da distribuição celular em diferentes camadas, do tamanho do corpo celular em<br />
relação ao campo dendrítico, e uma análise da tendência da orientação dendrítica das células da substância<br />
branca e cinzenta. O padrão de atividade de neurópila em cortes parassagitais e horizontais está presente em<br />
todas as camadas corticais. A camada I apresenta-se como uma faixa fina densamente marcada, separada das
153<br />
camadas II-III, que apresentam moderada atividade enzimática. Abaixo destas observamos a camada IV. A<br />
camada IVa não apresenta atividade enzimática e a camada IVb apresenta-se menos reativa do que a camada<br />
IVc. Esta camada é dividida em duas subcamadas: uma superior, que ocupa 2/3 desta camada, e uma inferior,<br />
que é mais reativa e ocupa 1/3 da camada IVc. Abaixo desta camada, observamos as camadas V e VI bem<br />
menos reativas. A substância branca não apresenta atividade enzimática difusa, exceto em neurônios que são<br />
diaforase-positivos. Foram marcadas duas classes de células: uma caracterizada por fraca marcação<br />
enzimática, com apenas os corpos celulares evidenciados, e outra subpopulação de neurônios fortemente<br />
marcados, apresentando detalhes morfológicos semelhantes aos obtidos com a Técnica de Golgi, e que são<br />
classificados como neurônios não-piramidais, pobremente espinhosos. Este tipo morfológico é mais<br />
freqüente na substância branca e foi descrito em outras espécies de primatas. Apesar das funções do óxido<br />
nítrico nos neurônios corticais não sejam ainda bem conhecidas, o método histoquímico de NADPHdiaforase<br />
permite revelar detalhes morfológicos e a distribuição de neurônios que potencialmente utilizam<br />
óxido nítrico como neuromediador no córtex visual.<br />
222<br />
DANTAS, Sandra Maria Mendes de Moura. Estudos citogenéticos em oito subespécies do gênero<br />
Saguinus (Primates). 1994. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros<br />
RESUMO: Trinta e oito exemplares pertencentes a oito subespécies de Saguinus (S. fuscicollis fuscicollis, S.<br />
fuscicollis weddelli, S. bicolor bicolor, S. bicolor martinsi, S. mystax mystax, S. imperator imperator, S. midas midas e S. midas<br />
niger) foram estudados citogeneticamente e apresentam número diplóide de 46 cromossomos. Cinco destas<br />
subespécies tiveram o cariótipo descrito pela primeira vez. Todos os cariótipos foram analisados pelas<br />
técnicas citogenéticas de coloração convencional e bandeamentos G, C e Ag-NOR. A presença de<br />
quimerismo cromossômico XX/XY foi verificada em quase todos os exemplares. Os dados obtidos da<br />
análise de cada cariótipo foram comparados com as informações da literatura. O cromossomo Y variou em<br />
quase todas as subespécies em morfologia e tamanho. Os resultados da comparação cariótipa entre as<br />
subespécies do gênero analisadas neste estudo revelaram uma grande uniformidade cromossômica, sendo a<br />
espécie Saguinus fuscicollis (S. fuscicollis fuscicollis e S. fuscicollis weddelli) ligeiramente diferente das demais por<br />
variação na quantidade e distribuição de heterocromatina constitutiva.<br />
223<br />
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto. Composição e biogeografia da avifauna das ilhas Caviana e<br />
Mexiana, foz do rio Amazonas. 1994. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém. 1994.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: As ilhas Caviana e Mexiana, localizadas na foz do rio Amazonas, são construídas por sedimentos<br />
fluviais e por terrenos bem consolidados que datam do Terciário e que foram separados tectonicamente do<br />
continente no início do Holoceno. A composição da avifauna dessas ilhas é analisada tanto do ponto de vista<br />
biogeográfico como do ecológico. Registramos 148 espécies de aves para a ilha Caviana e 183 para a ilha<br />
Mexiana. A discrepância entre o tamanho da área, Caviana é maior que Mexiana, e o número de espécies<br />
observadas deve-se a uma subamostragem de Caviana. Entretanto, a análise da composição demonstrou que<br />
Caviana é mais rica em espécies florestais do que Mexiana. Em contrapartida, Mexiana apresentou uma maior<br />
riqueza de aves de habitats abertos. Essas diferenças sugerem que a elevação do nível do mar no início do<br />
Holoceno provocou a extinção de grande parte da avifauna de sub-bosque de mata na ilha Mexiana. As<br />
porções de teso na ilha Mexiana não foram submersas, permanecendo a avifauna característica, que também é<br />
representada na ilha do Marajó. A análise da distribuição de 157 espécies, subdividiu a avifauna em sete<br />
categorias: ampla distribuição sul-americana (77), ampla distribuição amazônica (25), distribuição restrita à<br />
Amazônia oriental (07), distribuição restrita ao sul do rio Amazonas e a leste do rio Tapajós (03), distribuição<br />
restrita à várzea (19), ampla distribuição ao norte da Amazônia e ausentes no interflúvio Tocantins-Xingu<br />
(05), ampla distribuição no Brasil Central (21). Não reconhecemos elementos restritos ao interflúvio
154<br />
Tocantins-Xingu. Esse fato relaciona-se com fatores ecológicos e não históricos. O padrão relacionado ao<br />
norte da Amazônia pode ser interpretado como sendo dispersão recente, através do sistema de ilhas da foz do<br />
rio Amazonas, ou pela formação dos arcos Purús e Gurupá, estabelecendo conexão entre a margem direita e<br />
esquerda do rio Amazonas, associados ao abaixamento do nível do mar no Pleistoceno. A dispersão ocorreu<br />
nos dois sentidos, explicando a existência de um grande número de espécies e subespécies cuja distribuição se<br />
restringe à Amazônia oriental e a dispersão de elementos do Planalto Central para o norte da Amazônia. A<br />
última também está relacionada com a expansão das vegetações abertas, características do Planalto Central,<br />
nos períodos glaciais.<br />
224<br />
MEDEIROS, Manuel Alfredo Araújo. Citogenética, evolução cromossômica, radiação e especiação dos<br />
macacos-aranha (Ateles, Primates). 1994. 137 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros<br />
RESUMO: Estuda os cariótipos de 22 espécimes de macacos-aranha de quatro subespécies (Ateles paniscus<br />
paniscus, A. p. chamek, A. belzebuth hybridus e A. b. marginatus) submetidos a quatro técnicas de citogenética<br />
(coloração convencional, bandeamentos G e C e marcação NOR). Os dados obtidos sobre a estrutura<br />
cariotípica e a variação de cromossomos da amostra foram comparados com informações acumuladas na<br />
literatura. O resultado das análises, principalmente da variação dos cromossomos 5, 6, 7 e 12,<br />
geograficamente relacionados, mostrou que A. paniscus chamek representa as populações mais primitivas do<br />
gênero, que teria surgido no sudoeste da Bacia Amazônica e se expandido para leste fundando as populações<br />
ancestrais de A. belzebuth. Os taxa transandinos teriam se originado de um ramo derivado das populações<br />
ancestrais de A. b. belzebuth. A. paniscus paniscus deriva muito provavelmente de populações ancestrais de A. b.<br />
hybridus. A radiação de Ateles na Bacia Amazônica foi periférica e pode ser parcialmente explicada por mais de<br />
um modelo de evolução biogeográfica. Mas, a distribuição relativa dos taxa no norte da bacia e suas relações<br />
filogenéticas, inferidas a partir dos dados citogenéticos, evideciam que no Pleistoceno houve radicais<br />
mudanças na distribuição de florestas naquela região.<br />
225<br />
MUNIZ, José Augusto Pereira Carneiro. Filárias parasitas de primatas não humanos da Amazônia<br />
brasileira (Nematoda: Filarioidea). 1994. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Habib Fraiha Neto<br />
RESUMO: Ampla revisão da literatura especializada permite reconhecer que existem 20 espécies de filárias já<br />
referidas parasitando macacos neotropicais: 6 do gênero Dipetalonema, 13 de Mansonelia e uma de Onchocerca.<br />
São elas: Diperalonema caudispina, D. freirasi, D. gracilis, D. gracilformis, D. nicoliei, D. robini, M arelensis, M.<br />
barbascalensis, M colombienszs, M. marzae, M. marmoserae, M. mysraxi. M obtusa, M. panamensís, M. parvum, M.<br />
peruviana, M. simz, M. ramarinae, M. zakii e O. volvulus. Apenas 5 dessas espécies têm sido relacionadas ao Brasil.<br />
Delas, somente 4 foram registradas em macacos da Amazônia: D. caudispina, D. gracilis, D. graciliformis e M<br />
mystaxi. Os adultos de Dipetalonema se assestam, de preferência, na cavidade abdominal, entre as folhas do<br />
peritônio, ou em outras serosas (pleuras e pericárdio). Já os de Mansonella preferem o tecido celular<br />
subcutâneo e intermuscular, principalmente do dorso e do pescoço. Aparentemente, essas infecções são<br />
oligossintomáticas. O interesse de caracterizar a fauna de filárias parasitas de macacos da Amazônia suscitou:<br />
a montagem de um banco de dados sobre os achados concernentes, relativos à América Tropical; a<br />
sistematização da informação; a elaboração de uma chave dicotômica para identificação das microfilárias do<br />
sangue de primatas não humanos neotropicais; e o exame parasitoscópico de 1.284 amostras de sangue de<br />
primatas, resgatados das áreas inundáveis dos projetos hidroelétricos de Tucuruí, sudeste do Pará (Amazônia<br />
oriental), Balbina, no Estado do Amazonas, e Samuel, em Rondônia - estes dois últimos na Amazônia<br />
ocidental, um acima e outro abaixo da calha do Solimões. Três microrregiões zoogeográficas distintas,<br />
portanto. As amostras haviam sido estocadas em criobanco, glicerolizadas. Tiveram de ser descongeladas e
155<br />
lavadas, para posterior preparação do estiraço em lâmina e coloração pelo Método de Giemsa, para a<br />
microscopia de imersão. 933 (72,6%) dos animais examinados portavam infecção natural. Seis espécies de<br />
microfilárias foram encontradas: Dipetalonema caudispina, D. gracilis e uma outra do mesmo gênero, não<br />
identificada às espécies já descritas, aqui provisoriamente denominada Dipetalonema sp. 100.10; M. alelensis, M.<br />
tamarinae e outra igualmente não identificada - Mansonelia sp. 200.09. Somente na área de Tucuruí, todas 6<br />
espécies ocorrem, superando o número antes registrado no país. Esses dados denotam a riqueza da fauna<br />
específica na Amazônia e o pouco que tem merecido atenção. Impõe-se, agora, a confirmação taxonômica<br />
desses achados, mediante estudo das formas adultas a serem em breve investigadas em primatas das mesmas<br />
áreas geográficas.<br />
226<br />
SALOMÃO, Rafael de Paiva. Estimativas de biomassa e avaliação do estoque de carbono da<br />
vegetação de florestas primárias e secundárias de diversas idades (Capoeiras) na Amazônia oriental,<br />
Município de Peixe-Boi, Pará. 1994. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Daniel Curtis Nepstad<br />
RESUMO: A conversão das florestas tropicais primárias contribui significativamente no aumento de dióxido<br />
de carbono (CO2) na atmosfera, acarretando importantes variações climáticas, sobretudo no ciclo hidrológico.<br />
Estimativas recentes indicam um acréscimo líquido de 3,2 Gt ano -¹ (1Gt=10Mg) de CO2 na atmosfera. As<br />
emissões líquidas de CO2 para 1980, devido ao desflorestamento, são da ordem de 1,8 Gt ano-¹. Qual é o<br />
estoque de carbono da biomassa de floresta primária densa? Qual a taxa de acumulação de carbono das<br />
florestas secundárias após o abandono? Para responder estas questões foi efetuado este estudo na paisagem<br />
agrícola e em um fragmento de floresta primária densa no Município de Peixe-Boi, Pará. Foram amostrados 3<br />
ha (DAP maior ou igual 10 cm) e 0,6 ha (DAP maior ou igual 5 cm) em floresta primária e, 0,25 ha em cada<br />
classe de idade (5,10 e 20 anos) de capoeiras (DAP maior ou igual 5 cm). Foram calculados a abundância (n°<br />
ind.ha-¹), a diversidade (n° spp área -¹), a área basal (m² ha-¹), o volume (m³ ha-¹) através de equações<br />
alométricas e a biomassa total (Mg ha-¹). A estrutura diamétrica e altimétrica dos indivíduos desses<br />
ecossistemas foram, também, previamente analisadas e discutidas. A biomassa total estimada (peso seco) para<br />
a floresta primária foi de 388 Mg ha-¹ referentes à biomassa aérea, 68 Mg ha-¹ à biomassa subterrânea e 53<br />
Mg ha-¹ à biomassa morta; o estoque de carbono calculado foi de 194 Mg ha-¹. Em florestas secundárias de<br />
5,10 e 20 anos foram estimadas 13,44 e 81 Mg ha-¹ de biomassa aérea - incremento médio de 4 Mg ha-¹ ano-¹.<br />
Tal incremento implica numa retirada de 2 Mg ha-¹ ano-¹ de carbono da atmosfera através da fotossíntese. A<br />
análise do balanço preliminar da acumulação de biomassa e do estoque de carbono nestes ecossistemas,<br />
demonstra que seriam necessários cerca de 90 anos para que capoeiras de até 20 anos reabsorvam (via<br />
fotossíntese) cerca de 180 milhões de Mg de carbono liberados para a atmosfera, por meio da substituição de<br />
930 mil ha de floresta primária que originariamente recobriam a região.<br />
227<br />
SILVA, Regina Célia Viana Martins da. Chlorophyceae (Algae, Chlorophyta) do lago Água Preta,<br />
Município de Belém, Estado do Pará. 1994. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.<br />
Orientador: Carlos Eduardo de Mattos Bicudo<br />
RESUMO: Realizou-se o inventário florístico das Chlorophyceae do lago Água Preta, o qual faz parte do<br />
complexo de abastecimento de água do Município de Belém, cujo tratamento e distribuição são feitos pela<br />
Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA). O inventário foi efetuado a partir de quatro coletas no<br />
período de outubro de 1992 a agosto de 1993. Foram identificados 46 taxa de Chlorophyceae, sendo 38 espécies,<br />
sete variedades, e um que foi identificado apenas a nível de gênero. As famílias que representaram a classe<br />
foram: Characiaceae (1 taxon), Treubariaceae (2), Golenkiniaceae (2), Hydrodictyaceae (3), Botryococcaceae (5), Oocystaceae<br />
(1), Chlorellaceae (12), Coelastraceae (3), Scenedesmaceae (15) e Palmellaceae (2 taxa); 24 taxa são citados pela primeira<br />
vez para o Estado do Pará, sendo três variedades, 16 espécies e quatro gêneros, Scenedesmus (7 taxa) e<br />
Ankistrodesmus (5 taxa) foram os gêneros que, qualitativamente, melhor se fizeram representar. Para cada
156<br />
táxon identificado são fornecidos seu nome completo, citação original, basiônimo (quando for o caso),<br />
descrição, número de registro em herbário da(s) amostra(s) onde foi encontrado, distribuição geográfica no<br />
Pará, comentário e ilustração. Acompanha o trabalho uma chave artificial dicotômica para identificação dos<br />
gêneros inventariados e 11 outras para os taxa infragenéricos. Forneceu-se ainda mapas com a localização da<br />
área de estudo e uma tabela de distribuição dos taxa inventariados nas respectivas épocas de coleta.<br />
228<br />
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço. Sazonalidade de culicídeos e tentativas de isolamento de<br />
arbovírus em floresta e savana no Estado do Amapá. 1994. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1994.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: No período de agosto de 1992 a agosto de 1993, no Parque Zoobotânico, Macapá, Amapá em<br />
uma área de floresta e de savana, foram executadas coletas de mosquitos adultos, objetivando-se determinar a<br />
variação sazonal da população culicidiana, a idade fisiológica de algumas espécies vetores potenciais de<br />
arbovírus e tentar isolar arbovírus. As coletas de mosquitos foram executadas com uso de "isca-humana" e<br />
"isca-luminosa", tanto na floresta (solo e copa) quanto na savana (solo) nos períodos diurno e noturno. Para a<br />
determinação da diversidade e da dominância das espécies, calculou-se os índices de Shannon-Wiener e Berger-<br />
Parker, respectivamente. Usou-se a Análise Fatorial de Correspondência, para subsidiar o agrupamento das<br />
espécies quanto a sua maior abundância nos ambientes, modalidades de capturas e períodos amostrais. As<br />
espécies de culicídeos foram arrumadas em gráficos para determinação de suas variações sazonais. Analisou-se<br />
também a correlação entre a densidade relativa de mosquitos e a chuva acumulada durante 7, 15, 30, 45 e 60<br />
dias antes do dia em que o mosquito foi coletado. A idade fisiológica foi determinada a partir da taxa de<br />
paridade. As tentativas de isolamento de arbovírus foram realizadas pelo Laboratório de Arbovírus do<br />
Instituto Evandro Chagas. Foram obtidas, no total geral de mosquitos coletados, 41 espécies. A floresta foi o<br />
ambiente que apresentou a maior riqueza, 38 espécies enquanto que na savana foram assinaladas 25. Sendo<br />
que 21 destas, ainda não tinham sido registradas no Amapá. A diversidade calculada pelo índice de Shannon-<br />
Wiener foi maior na floresta, enquanto que a dominância das espécies obtida pelo índice de Berger-Parker foi<br />
maior na savana. Ae. scapularis, Ps. ferox e Ae. serratus foram as espécies coletadas em maior abundância. As<br />
espécies mostraram com nitidez preferências de atividades em relação aos ambientes, tipos de iscas e períodos<br />
amostrais. Os picos de abundância das espécies variaram nitidamente em função das estações climáticas, no<br />
geral observou-se maior densidade durante a estação chuvosa, confirmando o que já se conhecia da<br />
sazonalidade de mosquitos em áreas tropicais. Na determinação da taxa de paridade, da espécie Ps. ferox, a<br />
maior proporção de oníparas foi constatada durante a estação chuvosa enquanto para Ae. scapularis, obteve-se<br />
menor proporção de onípara nesta estação. Foram obtidos dois isolamentos do vírus Pacora (Bunyaviridae:<br />
Bunyavirus-like), sendo que estes isolamentos são os primeiros a partir de mosquitos na Amazônia brasileira.<br />
1995<br />
229<br />
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de. Estudo das relações intergenéricas na subfamília Callitrichinae<br />
usando o intron 11 do gene fator de Von Willebrand. 1995. 113 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1995.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Com o objetivo de esclarecer as relações filogenéticas entre os gêneros da subfamília Callitrichinae,<br />
constiuída por Cebuella, Callithrix, Saguinus, Leontopithecus e Callimico, foram estudados dois indivíduos da<br />
espécie Cebuella pygmaea; três espécies de Callithrix do grupo Argentata (C. mauesi, C. argentata e C. humeralifer) e
157<br />
duas do grupo Jaccus (dois indivíduos de C. geoffroyi e um de C. jacchus); duas espécies de Saguinus (S. fuscicollis e<br />
S. bicolor); um Leotopithecus rosalia; dois indivíduos da espécie Callimico goeldii, como grupo irmão Aotus azarae e<br />
Cebus nigrivitatus e como grupo externo Lagothrix lagotricha. No presente trabalho, o intron 11 do gene do fator<br />
de Von Willebrand foi amplificado através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), o produto resultante foi<br />
purificado, clonado e posteriormente seqüênciado pelo método de didesoxiterminal. As seqüências obtidas<br />
foram alinhadas manualmente usando o editor de seqüências ESEE, e os alinhamentos submetidos a análises<br />
filogenéticas por métodos de máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança. Todas<br />
as análises cladísticas utilizadas forneceram o mesmo resultado: os callitriquíneos são um clado monifilético,<br />
sendo que Saguinus é o gênero mais basal, seguido por Leontopithecus e sendo Callimico o grupo irmão de<br />
Cebuella-Callithrix. Devido à grande similaridade entre Cebuella e Callitrhrix, mais precisamente do grupo<br />
Argentata, propomos que Cebuella seja incluído dentro do gênero Callithrix fazendo parte do grupo Argentata.<br />
230<br />
AMORIM, Ana Karla Jansen de. Circuitos corticais da área 17 do macaco prego (Cebus apella):<br />
morfologia, distribuição laminar e modular dos terminais axonais intrínsecos e dos neurônios de projeção<br />
recíproca entre V1 e V2. 1995. 217 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A organização dos circuitos corticais intrínsecos de V1 e de projeção entre V1 e V2 do córtex<br />
visual do Cebus apella foi estudada empregando a biocitina como neurotraçador, e as histoquímicas para<br />
NADPH-diaforase e citocromo-oxidase como marcadores para lâminas e módulos. A morfologia dos<br />
terminais axonais interligando lâminas e módulos de V1, assim como a dos neurônios de projeção intrínseca<br />
de V1 e de projeção recíproca entre V1 e V2, foram analisadas através de microscopia automática<br />
tridimensional ou reconstrução bidimensional em câmara clara. A análise quantitativa dos pontos de<br />
ramificação, número e comprimento de segmentos, ângulo de ramificação, intervalo interbotões e densidade<br />
de botões, permitiu identificar dois tipos de terminais axonais (I e II), que se caracterizam pela presença ou<br />
ausência de cachos e de botões “terminaux” (terminais) ou “en passant” (de passagem) e pelo padrão geral de<br />
ramificação esparso ou localizado. Os terminais do tipo I inervam principalmente as camadas supragranulares,<br />
podendo restringir-se aos grumos ou aos intergrumos, inervar principalmente, mas não exclusivamente, um<br />
dos dois ou finalmente inervar a ambos na mesma proporção. Neurônios piramidais, piramidais estrelares e<br />
estrelares situados nas camadas IIIa, IIIb ∂ IIIb β e IIIc participam das projeções intrínsecas de V1. Os<br />
mesmos tipos morfológicos participam da projeção de V1 para V2 mas sua distribuição se dá principalmente<br />
nas camadas lua, IIIa, IIIb ∂ e IIIc e em menor proporção nas lâminas II, IIIb β, IV ∂, IV β e V. Os<br />
neurônios de projeção de V2 para V1 são piramidais e ocupam as camadas supragranulares (II e III) e<br />
infragranulares (V e VI). Tais resultados revelam grande similaridade na organização das conexões intrínsecas<br />
de V1 e recíprocas entre V1 e V2 do Cebus apella e dos primatas do Velho Mundo.<br />
231<br />
CALVOSA, Vanja Suely Pachiano. Avaliação do papel de anticorpos (IgG) antimaláricos transferidos<br />
da mãe para o feto na ocorrência de malária neo-natal: outros fatores de importância. 1995. 59 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: Avaliou-se um grupo de 17 mulheres grávidas, antes e após o parto juntamente com seus recémnascidos,<br />
para tentar elucidar a razão do número tão pequeno de casos de malária neo-natal. A origem dos<br />
casos, a idade gestacional e o tipo de malária foram variados. Realizaram-se testes de imunofluorescência<br />
indireta, para detecção de anticorpos das classes IgG e IgM, gota espessa e exames anátomo-patológicos<br />
macro e microscópico das placentas. Todas as informações foram reunidas numa ficha individual para cada<br />
paciente. Os resultados permitem confirmar que há transferência passiva de anticorpos da classe IgG através<br />
da placenta para todos os recém-nascidos. Os títulos encontrados nas mães variaram de 40 a 360, sendo que a
158<br />
maioria ficou em 160. Outro fator importante é a barreira placentária, que parece ter funcionado como um<br />
filtro eficaz para a não ocorrência, neste grupo, de malária neonatal.<br />
232<br />
CARNEIRO, Milene Russelakis. Fatores que afetam a degeneração das células ganglionares da retina<br />
do gato após axonotomia parcial do nervo óptico. 1995. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1995.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Investiga a resposta das células ganglionares da retina do gato adulto à secção parcial do nervo<br />
óptico. O nervo óptico esquerdo destes animais foi parcialmente seccionado 1-5 mm atrás do globo ocular.<br />
Os animais foram sacrificados entre 2-21 dias após a lesão. Em seguida, as retinas foram dissecadas e coradas<br />
pelo método neurofibrilar e Método de Nissi. Uma semana após a axonotomia, a densidade média das células<br />
ganglionares foi 60% dos valores normais e 16 % destas células exibiram núcleo picnótico. As células ß<br />
degeneraram antes dos demais tipos celulares, com o núcleo apresentando cromatólise e picnose. As células<br />
alfa exibiram um aumento de coloração pelo método neurofibrilar antes de degenerarem entre 2 -3 semanas<br />
após a lesão. A substância de Nissi destas células diminuiu, mas nós não observamos núcleo picnótico.<br />
Algumas células degeneraram lentamente, tornando-se argirofílicas 3 semanas após a axonotomia. Nós<br />
sugerimos que as células ß degeneram rapidamente por excitotoxidade, uma conseqüência de sua grande<br />
aferência glutamatérgica das células bipolares. Para testar esta hipótese, um grupo de animais foi tratado com<br />
injeções intraoculares diárias contendo 14,28 µg de MK-801, um antagonista de receptores para o glutamato,<br />
diluídas em 20 µl de solução de NaCl 0,9%. Um grupo controle recebeu injeções intraoculares diárias de 20 µl<br />
de solução salina. Nestes animais, um implante de Peroxidase de Raiz Forte (HRP) foi colocado no local de<br />
lesão do nervo. Uma semana após axonotomia, os animais foram sacrificados e as células ganglionares<br />
reveladas pela histoquímica para HRP e contracoradas pelo Método de Nissi. Após o tratamento com o MK-<br />
801, 86% das células ganglionares sobreviveram e não foram observados núcleos picnóticos.<br />
Inesperadamente, após o tratamento com solução salina 89% das células ganglionares sobreviveram e 4%<br />
destas células exibiram núcleo picnótico. Nós concluimos que a degeneração precoce das células ganglionares<br />
ocorre por mecanismo susceptível a ação de neurotrofinas, liberadas pela lesão do olho, e antagonistas de<br />
receptores para o glutamato.<br />
233<br />
COSTA, Edmar Tavares da. Uma análise comparativa da atividade da enzima NADPH-diaforase no<br />
córtex estriado de roedores e primatas da Amazônia. 1995. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1995.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A atividade histoquímica da enzima NADPH-diaforase foi estudada comparativamente no córtex<br />
visual primário de dois gêneros de roedores, Dasyprocta (cutia), de hábito diurno, e Cavia (preá) de hábito<br />
noturno, e dois gêneros de primatas, o Cebus (macaco-prego), de hábito diurno, e o Aotus (macaco-da-noite)<br />
de hábito noturno. Usando-se o Método Indireto de Scherer-Singler et al. (1983), realizou-se a histoquímica em<br />
fatias do córtex estriado daqueles animais, obtendo-se resultados semelhantes dentro de cada grupo estudado.<br />
Nestes animais ficou evidenciada a presença de uma mesma população de neurônios que exibem morfologia<br />
semelhante a neurônios não-piramidais lisos ou esparsamente espinhosos. A análise quantitativa da<br />
distribuição laminar demonstrou a existência de uma predominância destas células na substância cinzenta dos<br />
roedores, ao contrário do observado entre os primatas, em que a maior densidade de células é sempre<br />
encontrada na substância branca. Uma segunda população de neurônios, exibindo uma marcação fraca<br />
restrita ao pericário, foi também observada, principalmente nas camadas corticais supragranulares dos<br />
primatas. O padrão heterogêneo obtido pela reação histoquímica observada na neurópila da área visual<br />
primária nestes animais permitiu a discriminação das diferentes camadas, tal como observadas na laminação<br />
clássica obtida pela técnica de Nissi. Nos roedores estudados, o padrão obtido pela reação mostrou-se similar
159<br />
para o preá e para a cutia. Nos primatas, no entanto, verificou-se que a camada 4a observada nos cortes<br />
corados pela técnica de Nissi não era evidenciada pela reação histoquimíca no macaco-da-noite, tal como<br />
descrita no macaco-prego. Além disso, através da reação histoquímica observa-se a presença, no macaco-danoite,<br />
de uma reação mais intensa no limite da camada 4c com a camada 5, ocupando cerca de 1/3 da<br />
primeira camada. Esta mesma sublâmina é verificada no macaco-prego, porém, menos espessa, constituindo<br />
cerca de 1/5 da camada. A distribuição espacial da atividade da enzima NADPH-diaforase permitiu inferir a<br />
disposição das fontes potenciais de óxido nítrico no cérebro. Neste trabalho, os achados comparativos em<br />
duas ordens de mamíferos relativos à área 17 são de interesse geral para os estudos comparativos de funções<br />
relacionadas aquele neuromediador no córtex visual primário.<br />
234<br />
FIGUEIRÓ, Celso Luis Miranda. Aspectos biológicos e controle da lagarta Dione juno juno<br />
(Lepidoptera, Heliconiidae) do maracujazeiro (Passiflora edulis) por Baculovírus dione. 1995. 73 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade<br />
RESUMO: A larva de Dione juno juno (Cramer, 1779) é considerada a principal praga do maracujazeiro<br />
(Passiflora edulis), devido ao severo desfolhamento que ela provoca na planta e conseqüentemente uma redução<br />
na produção de frutos. O Baculovírus dione por ser um agente natural e não provocar danos ao meio ambiente<br />
foi utilizado neste estudo como um inseticida biológico. Os objetivos deste estudo são: i) avaliar os aspectos<br />
da biologia de D. j. juno e, ii) determinar a eficácia do B. dione no controle biológico de larvas de D. j.juno. Duas<br />
séries de experiências foram realizadas neste estudo. Uma série realizada em laboratório, para avaliação dos<br />
aspectos biológicos de D. j. juno e da suscetibilidade das larvas ao vírus, outra série realizada em campo para<br />
testes de dosagens do vírus. Os principais resultados deste estudo são assim divididos: a) dados biológicos:<br />
número médio de ovos por postura = 91,2 (38 - 178 ovos); viabilidade dos ovos = 68,62% (19,3 - 100 %);<br />
período de incubação dos ovos = 4,53 dias (4 - 5 dias); período larval = 13,81 dias (12 - 15 dias); número de<br />
estádios larvais = 5 - 6; consumo foliar por larva = 136, 59 cm²; mortalidade larval = 20 a 40 % para larvas<br />
agrupadas e 90 a 95% para larvas isoladas; fase de pupa = 7 dias; ciclo completo de D. j. juno = 25,87 dias (24-<br />
28 dias); e proporção sexual = 1,26 machos para uma fêmea; b) controle biológico: o B. dione é um vírus da<br />
poliedrose múltipla nuclear (MNPV) que mostrou ser altamente patogênico e eficiente no controle das larvas<br />
de D. j. juno nas concentrações de 10, 20, 40 e 80 gramas de larvas/500 litros de água, com um percentual de<br />
eficiência variando de 56 a 100 % no sétimo dia após a aplicação do vírus, e que após sete dias de exposição<br />
no campo, apresentou mortalidade larval que variou de 30,23 a 70,94 % no nono dia da infecção das larvas.<br />
235<br />
HONDERMANN NUNEZ, Juan Bosco. Fitomassa e estoque de bioelementos das diversas fases da<br />
vegetação secundária, provenientes de diferentes sistemas de uso da terra no nordeste paraense,<br />
Brasil. 1995. 185 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Manfred Denich<br />
RESUMO: Estuda a produção de fitomassa e reserva de bioelementos de quatro fases de vegetação de<br />
aproximadamente um, quatro/cinco, sete e dez anos de pousio ou abandono, proveniente de três sistemas de<br />
uso da terra: sistema tradicional (roça e queima) e cultivo de pimenta-do-reino sob duas condições de preparo<br />
e trato do solo-manual e mecanizado. O inventário florístico, em 12 faixas de 1x50 m, revelou 240 espécies<br />
distribuídas em 70 famílias. A relação espécie-área indicou diferenças principalmente nas fases do primeiro<br />
ano entre os sistemas tradicional e pimental com preparo mecanizado. Os perfis da estrutura horizontal e<br />
vertical da vegetação indicam maior heterogeneidade nas áreas de ex-pimentais. A determinação da fitomassa<br />
foi feita por métodos destrutivos em parcelas de 1x2 m, 1x4 m, 1x5 m; por meio da colheita, secagem e<br />
pesagem da vegetação segundo componentes morfotaxonômicos. O estoque radicular foi estimado a partir da<br />
extração de raízes com solos de até 50 cm de profundidade, e posterior lavagem. O estoque aéreo vivo da
160<br />
fitomassa das fases um, quatro/cinco, sete e dez anos, dos três sistemas apresentaram valores semelhantes, a<br />
exceção do local de sete anos do pimental com preparo manual (tradicional: 6,9; 19,9; 37,7 e 77,4 tha- 1 ;<br />
pimental manual: 3,9; 29,9; 67,0 e 65,8 tha- 1 ; e pimental mecanizado: 6,1; 25,0; 34,0 e 65,6 t . ha- 1 ). Os pesos<br />
médios do estoque radicular dos sistemas de uso tradicional são maiores que os análogos dos pimentais<br />
(tradicionais : 12,5; 16,8; 19,0 e 22,7 t . ha- 1 ; pimental manual: 2,8; 8,6; 11,5 e 13,2 t . ha-); e pimental<br />
mecanizado: 6,3; 10,5; 10,6 e 17,1 t . ha- 1 ). A trajetória da regressão da fitomassa como função da idade foi<br />
exponencial, com boa correlação para o sistema tradicional; no pimental mecanizado esta foi menor. As raízes<br />
em ambos os sistemas apresentaram baixa correlação. Nos estoques de fitomassa foram encontradas<br />
diferenças na variância e na porcentagem do coeficiente de variação, nos pimentais foram consideravelmente<br />
mais altos que nas áreas de sistema tradicional, refletindo a heterogeneidade da estrutura horizontal e vertical.<br />
Nas raízes médias e grossas (≥ 2mm), encontrou-se que nas provenientes de sistema tradicional a variância é<br />
mais alta nos primeiros anos, esta relação é inversa nas áreas de pimentais, refletindo no primeiro caso o<br />
estoque de raízes médias e grossas remanescentes da fase de cultivo. Os estoques de fitomassa oriundas das<br />
espécies Leguminosas no sistema tradicional, à exceção da fase do primeiro ano, são maiores cerca de 5 a 20<br />
vezes que os estoques nos sistemas de uso com pimentais. A Cecropia palmata foi encontrada nas áreas de expimentais,<br />
como reflexo da maior presença de luz nos diversos estratos do sistema em todas as fases da<br />
sucessão da vegetação secundária. O material vegetal foi analisado quimicamente segundo grupos<br />
morfotaxonômicos, e determinados os teores de N, P, K, Ca e Mg (Método de Koch e Moawd, 1977). Os<br />
teores dos tecidos vegetais dos três sistemas apresentaram semelhanças quanto a N, Ca e Mg quanto a P e K,<br />
os teores da vegetação dos sistemas perenes foram consideravelmente mais altos que os tradicionais. Também<br />
as reservas de N, Ca e Mg do compartimento aéreo vivo são semelhantes nos três sistemas, quanto a P e K<br />
nas áreas de ex-pimentais foram maiores. No solo encontrou-se essa mesma tendência. Comparando as fases<br />
etárias dos três sistemas, os ecossistemas oriundos de pimentais são mais ricos em P e K.<br />
236<br />
NASCIMENTO, Regina Socorro Virgolino do. Estudo das colunas de dominância ocular do Cebus<br />
apella pela histoquímica de NADPH-diaforase. 1995. 131 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas , Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1995.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: O padrão de distribuição da enzima NADPH-diaforase foi estudado pela reação histoquímica<br />
“indireta” para NADPH-diaforase (Scherer-Singler et al., 1983), na neurópila do córtex visual primário (V1), em<br />
macacos Cebus apella enucleados. Para tanto, o lobo occiptal foi aplanado e seccionado tangencialmente. Os<br />
aspectos principais estudados nestas preparações foram os padrões especiais da organização modular,<br />
semelhante àqueles descritos com a histoquímica para o citocromo oxidase (Horton 1984; Rosa et al., 1988a,<br />
1991, 1992). Com a histoquímica para a enzima NADPH-diaforase foram visualizados os grumos nas<br />
camadas supragranulares e as colunas de dominância ocular na camada IVC, sendo a camada IVC estudada<br />
mais pormenorizadamente. Foram obtidas reconstruções completas das colunas de dominância ocular da<br />
camada IVCß de V1 a partir de desenhos em câmara clara. Foi também feita uma reconstrução completa da<br />
região opercular por montagem fotográfica. Foi realizada a análise morfométrica das colunas de dominância<br />
ocular com obtenção de suas dimensões em largura e área, e depois comparada tais medidas entre as<br />
projeções contralateral e ipsolateral. Foi descrita a asssimetria naso-temporal das colunas de dominância<br />
ocular encontradas no meridiano horizontal da periferia do campo visual, na qual colunas de dominância<br />
ocular de projeção contralateral superavam àquelas de projeção ipsolateral quanto à extensão de território<br />
cortical ocupado. As diferenças encontradas entre as projeções contralateral e ipsolateral de um e de outro<br />
olho nos hemisférios contralaterais ao olho intacto foram mais pronunciadas do que nos hemisférios<br />
ipsolaterais. Estes resultados são complementares aos observados previamente para o Cebus apella pela<br />
histoquímica de citocromo oxidase (Rosa et al., 1988a, 1992). Tais achados são de interesse para o estudo da<br />
variação do tamanho de módulos corticais no córtex visual e suas relações com as projeções das vias visuais<br />
no animal adulto.
161<br />
237<br />
OLIVEIRA, Lia Cunha de. Dinâmica de crescimento e regeneração natural de uma floresta<br />
secundária no Estado do Pará. 1995. 126 f. Dissertação (Mestrado) Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: José Natalino Macedo Silva<br />
RESUMO: O manejo de florestas secundárias é uma opção de uso alternativo da terra que vem adquirindo<br />
importância no cenário brasileiro e mundial, à medida que se eleva o montante de áreas abandonadas pela<br />
agricultura migratória, pastagem extensiva e exploração florestal realizada sem cuidados técnicos. Este<br />
trabalho é uma análise da dinâmica de crescimento e regeneração natural de uma área de 48 ha de floresta<br />
secundária, com aproximadamente 50 anos de idade, situada no planalto do Tapajós, em Belterra, Município<br />
de Santarém, Pará. O estudo foi realizado com base em inventário florestal contínuo utilizando onze parcelas<br />
permanentes e 0,25 ha, durante um período de 10 anos. Os resultados mostraram que o povoamento possui<br />
88 espécies, 75 gêneros e 38 famílias botânicas. As espécies heliófilas duráveis dominam o dossel superior<br />
com 58% da área basal e 79 % do volume total, entre elas, as mais abundantes foram Jacaranda copaia, Vochysia<br />
maxima e Didymopanax morototoni, atualmente comercializadas no mercado de madeiras. Em termos de número<br />
destacaram-se as espécies heliófilas efêmeras com 63 % do total de árvores da população. Durante o período<br />
monitorado, a média do incremento periódico anual do diâmetro, área basal e volume para o estrato arbóreo<br />
foi de 0,4 cm.ano; 0,73 m² ha ano e 4,22 m³ ha ano, respectivamente. As heliófilas duráveis apresentaram<br />
incremento em diâmetro significativamente superior aos demais grupos de espécies. A quantidade de luz<br />
recebida pelas copas teve forte influência no crescimento em DAP, árvores com copas completamente<br />
iluminadas cresceram mais que as parcialmente sombreadas e as sem iluminação direta. O povoamento vem<br />
mantendo um balanço positivo, nos últimos 10 anos, com o número de ingressos sendo superior à<br />
mortalidade tanto na população de árvores como na regeneração natural. A análise do sub-bosque da floresta<br />
demonstrou que a maior parte do dossel permanece aberto, permitindo a entrada de luminosidade que<br />
favorece à regeneração e o crescimento das espécies heliófilas, que dominam o dossel inferior, apresentando<br />
74 % do número de varas/ha (2,5 DAP < 5,0 cm) e 70 % do número total de mudas (H 30 cm e DAP < 2,5<br />
cm). A quantidade e a distribuição da precipitação pluviométrica influenciou de maneira determinante a<br />
regeneração natural. As taxas de incremento, ingressos e mortalidade oscilaram ao longo do ano de acordo<br />
com a quantidade de chuvas da região. Esta influência se deu, em maior escala, entre as mudas de espécies<br />
heliófilas.<br />
238<br />
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho. Estudo da variabilidade genética de populações indígenas da<br />
Amazônia através da análise de polimorfismos de DNA no complexo de genes da globina b e<br />
polimorfismos genéticos clássicos. 1995. 102 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Duas populações indígenas da Amazônia foram investigadas para polimorfismos de DNA no<br />
complexo de genes β da hemoglobina, a partir de seis sítios de restrição 1-Hincll, na região 5’do gene e; 2-<br />
Hindlll, no IVS-2 do gene γG; 3-Hindili, no IVS-2 do gene γA; 4-Hincll, no gene Ψβ; 5-Hincll, na região 3’do<br />
gene Ψβ; e 6-Hinfl, na região 5’do gene β) e dos haplótipos deles derivados. O haplótipo 2 (+ — — — —)<br />
foi o mais encontrado nesses grupos, sendo observado com freqüência de 85,7% nos Poturujara e de 100%<br />
nos Awá-Guajá. No primeiro grupo citado foram encontrados também os haplótipos 5 (— + — + +) e 6 (—<br />
+ + — +) em 4,8 e 9,5% dos cromossomos, respectivamente. Quando comparou-se esses grupos com<br />
outros anteriormente estudados por Guerreiro et al. (1992 e 1994):Yanomámi, Kayapó, Wayana-Apalaí, Wayampí<br />
e Arára, foram observadas diferenças não significativas em relação à distribuição de freqüências haplotípicas,<br />
embora a diversidade verificada nos Awá-Guajá (h0) tenha sido diferente da apresentada pelas demais<br />
populações, com exceção dos Yanomámi, em virtude da aparente fixação do haplótipo 2. As comparações das<br />
distribuições de haplótipos em nível mundial confirmaram, uma vez mais, a grande similaridade existente<br />
entre indígenas e asiáticos, particularmente com as populações do leste do continente. Esse tipo de
162<br />
comparação também evidenciou, claramente, a grande diversidade das populações africanas em relação aos<br />
demais grupos humanos. Em termos de diversidade haplotípica (h), os indígenas revelaram uma variabilidade<br />
estatisticamente superior à verificada em micronésios, embora similar à encontrada nos asiáticos e polinésios.<br />
Essa medida de diversidade foi ainda significativamente inferior a de melanésios, europeus e africanos.<br />
Adicionalmente, as comparações da variabilidade de haplótipos 13 revelaram discretas reduções de<br />
heterozigosidade dos indígenas em relação aos asiáticos (leste e sudeste). Todos os resultados obtidos com a<br />
investigação desses haplótipos corroboram a teoria de origem predominantemente asiática para o homem<br />
americano. Alternativamente, procurou-se examinar a variabilidade apresentada pelos ameríndios quanto a<br />
polimorfismos clássicos (RH, MNSs, GM e HLA-A), polimorfismos de DNA (complexos de genes a e 13 da<br />
hemoglobina) e para o conjunto desses locos em relação à populações não-indígenas. Apesar do reduzido<br />
número de sistemas analisados, foi possível observar, de maneira geral, um nível considerável de diversidade<br />
entre as tribos analisadas, não sendo detectadas diferenças significativas, em nível de 5%, entre a variabilidade<br />
desses grupos tribais e a heterozigosidade observada nas outras populações humanas, considerando-se o<br />
conjunto de locos selecionados. No entanto, não foi verificado um padrão uniforme de redução ou aumento<br />
da variabilidade apresentada pelos indígenas, quando comparados aos demais grupos humanos. Com base no<br />
índice de diferenciação genética (GST), pode-se constatar a existência de uma significativa heterogeneidade<br />
entre as tribos indígenas, demonstrando que a maior proporção da diversidade total verificada nesse grupo<br />
pode ser atribuída à variabilidade intrapopulacional. Os resultados aqui obtidos indicaram a necessidade de<br />
estudar-se um maior número de tribos, além da ampliação do número de locos, para melhor avaliar a extensão<br />
da variabilidade das populações indígenas.<br />
239<br />
SILVA, Mary Fernandes da. Estudo fitossociológico das Orchidaceae da floresta marginal do rio Apeú,<br />
Município de Castanhal-PA. 1995. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva<br />
RESUMO: A floresta de igapó do rio Apeú (Município de Castanhal-PA) ainda conserva características de<br />
um ambiente pouco impactado pelo homem e uma flora orquídica bastante rica. Neste ambiente, foi<br />
realizado um levantamento fitossociológico da família Orchidaceae. Foram identificadas 92 espécies distribuídas<br />
em 51 gêneros, entre estes o gênero Caluera Dodson, primeira citação de ocorrência deste gênero no Brasil.<br />
Quanto as árvores hospedeiras (forófitos), a família Bombacaceae apresentou maior número de espécies<br />
(28,17%) do total, seguida da família Leguminosae (25,35%). As espécies de forófitos mais ricas em Orchidaceae<br />
foram: Macrolobium bifolium Pers., Pachira aquatica Aubl., Caraipa grandiflora Mart., Pterocarpus amazonicus Hub. e<br />
Gustavia augusta L. O número de Orchidaceae epífita por espécie de forófito variou de 1 a 19 espécies, sendo o<br />
número médio de 3 espécies de Orchidaceae por forófito. As espécies orquídicas que apresentaram maior<br />
freqüência foram: Zygosepalum labiosum (L. C. Rich.) Garay (5,11%), Dichaeae picta Rchb. f. (46,47%), Maxillaria<br />
camaridii Rchb. f. (16,30%) e Sobralia sessilis Lindl. (15,49%). Tendo estas espécies mais freqüentes uma ampla<br />
distribuição vertical no interior da floresta. Os gêneros de Orchidaceae com maior número de espécies foram:<br />
Epidendrum, Maxillaria, Pleurothallis e Scaphyglottis. Esta riqueza específica tende a diminuir à medida que se<br />
afasta da margem do rio. Este trabalho apresenta ainda uma análise conjunta das variáveis, determinando os<br />
agrupamentos dos indivíduos de acordo com suas características de similaridade. Para algumas espécies foram<br />
ilustradas as peças florais, descrição e distribuição geográfica.<br />
240<br />
SILVEIRA, Lourdes Maria Garcez. Teste de Aglutinação Direta no sorodiagnóstico da leishmaniose.<br />
1995. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw<br />
RESUMO: Avaliaou-se o Teste de Aglutinação Direta (DAT) no soro diagnóstico da leishmaniose visceral (LV)<br />
humana e canina e sua utilidade na detecção de anticorpos em casos de infecção natural da raposa Cerdocyon
163<br />
thous, sendo os resultados comparados com aqueles obtidos em Imunofluorescência Indireta (IFAT) e Ensaio<br />
Imunoenzimático (ELISA). O DAT foi também aplicado a soros do primata Cebus apella, infectados<br />
experimentalmente com Leishmania spp. Utilizaram-se as seguintes amostras de soro: 1. Soros humanos (351):<br />
de indivíduos com LV confirmada (16), em outras condições (102), controles negativos (15) e indivíduos de<br />
área endêmica (105). 2. Soros de cães (82): de área endêmica (68), Salvaterra / Marajó/PA (21<br />
parasitologicamente positivos), e controles negativos (14), de Belém. 3. Soros de raposas (9): capturadas na<br />
Ilha do Marajó. 4. Soros de C. apella: 150 amostras de soro de primatas, nascidos em cativeiro,<br />
experimentalmente infectados com Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) lainsoni e L. (V.)<br />
braziliensis. Os animais infectados com L. (L.) amazonensis e L. (V.) lainsoni foram reinoculados 1 mês após cura<br />
espontânea da infecção primária. Antígenos para o DAT, de difícil padronização, foram preparados a partir<br />
de L. (L.) donovani, L. (L.) chagasi, L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis. Não foi possível produzir-se antígeno<br />
a partir de L. (V.) lainsoni, provavelmente pelo fato dos parasitas permaneceram agregados, mesmo após<br />
tripsinização. O crescimento de L. (L.) donovani em cultura foi muito melhor que o de L. (L.) chagasi, logo L.<br />
(L.) donovani foi a espécie escolhida para utilização no DAT contra LV. Os antígenos utilizados em ELISA e<br />
IFAT foram preparados, respectivamente, de promastigotas (antígeno solúvel) e amastigotas de L. (L.)chagasi.<br />
Em soros humanos a especificidade e sensibilidade do DAT, utilizando-se antígeno de L. (L.) donovani foram<br />
altas (98,4% e 100%, respectivamente) e comparáveis as de IFAT (97,5% e 100%). ELISA foi menos<br />
específico (84,8%), embora igualmente sensível. Em soros de cães, o DAT foi mais específico com antígeno<br />
de L. (L.) donovani do que com aquele preparado a partir de L. (L.) chagasi, haja vista que 5, dentre os 14<br />
controles negativos, tiveram títulos tão altos com o antígeno homólogo quanto aqueles observados em cães<br />
com a infecção comprovada parasitologicamente. T AD-L. donovani, IFAT e ELISA não revelaram nenhum<br />
resultado positivo nas mesmas amostra. Contudo, ELISA e DAT foram menos sensíveis (ambos 71,4%) que<br />
IF-AT (100%). Essa diferença foi refletida nos resultados de cães de área endêmica, 87% dos quais foram<br />
positivos para IFAT, mas somente 54% para ELISA e 49% para o DAT. Resultados similares foram<br />
observados com raposas, quando todos os 9 soros foram positivos para IF AT, 7 de 9 (78%) positivos para<br />
ELISA, enquanto que todos foram negativos para o DAT. Concluiu-se que o uso do DAT, com antígeno de<br />
L. (L.) donovani é um teste útil para LV humana; sua utilização em ampla escala é indicada, desde que<br />
monitorada por um laboratório de referência que garanta a qualidade dos antígenos. Contudo, não é a melhor<br />
opção em inquéritos sorológicos caninos, já que foi menos específico que ELISA e, especialmente, que IFAT<br />
na detecção de anticorpos na infecção canina. O DAT detectou níveis significativos de anticorpos na resposta<br />
humoral de C. apella à infecção por Leishmania spp. A homologia favoreceu altos títulos, especialmente em<br />
resposta secundária, confirmando a importância da utilização de antígenos homólogos na detecção de<br />
anticorpos em leishmaniose cutânea humana.<br />
241<br />
SOUSA, Gabriella Pante de. Haplótipos associados ao gene HBB*S na população de Belém (Pará) e<br />
seu significado antropológico. 1995. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Haplótipos constituídos por seis sítios de restrição no complexo de genes β-similes da<br />
hemoglobina (XmnI-5 ’G γ, HindIII- A γ, HindIII- G γ, HincII-Ψβ, HincII-3’Ψβ, e HinfI-5’β) foram analisados em<br />
trinta pacientes falcêmicos da população de Belém (PA), através do Método de PCR, seguido da digestão com<br />
a enzima de restrição adequada. As freqüências genotípicas observadas foram: Banto/Benin (47%),<br />
Banto/Banto (43%), Benin/Benin (7%) e Senegal/Senegal (3%). O haplótipo Banto [-+----] foi o mais<br />
comum, com freqüência de 66%, seguido pelo haplótipo Benin [----+-] com freqüência de 30,5% e pelo<br />
Senegal [++-+++] com freqüência de 3,5%. Essa distribuição de genótipos e haplótipos no Estado do Pará<br />
foi similar à observada em outras populações brasileiras já estudadas (Ribeirão Preto, SP e Salvador, BA).<br />
Esses dados haplótipos para o Brasil indicam, portanto, concordância com os registros históricos sobre o<br />
tráfico de escravos para o país como um todo. A predominância do haplótipo Banto reflete a origem dos<br />
escravos africanos trazidos para o país, uma vez que a maioria deles veio de Angola, Congo e Moçambique,<br />
onde esse haplótipo é o mais freqüente. Deste modo, os resultados obtidos através de haplótipos ligados ao<br />
gene HBB*S em populações de falcêmicos, apontam para a situação atual de homogeneidade da população
164<br />
brasileira. As diferenças regionais devido à contribuição inicial de escravos trazidos diretamente de pontos<br />
distintos da África para as diversas regiões do país, foram alteradas através do fluxo gênico, ocasionado<br />
inicialmente pelo tráfico interno de escravos e, posteriormente, pela migração interna e miscigenação da<br />
população brasileira. A presença do haplótipo Senegal no presente estudo, está de acordo com os dados<br />
históricos regionais que indicam a entrada de negros desse grupo racial na Amazônia. Porém, pelo fato desse<br />
haplótipo estar associado a uma sintomatologia benigna da anemia falciforme, pode estar havendo uma<br />
subestimativa da sua freqüência na população de falcêmicos de Belém (PA). Esse fato pode ser atribuído a<br />
um erro de amostragem, uma vez que o estudo foi realizado em pacientes de um centro de referência. Por<br />
outro lado, a presença do haplótipo Benin, característico de um grupo racial cuja a entrada na Região Norte<br />
não é mencionada pelos dados históricos, sugere um provável fluxo gênico originado pelo tráfico interno de<br />
escravos de outras regiões para a Amazônia, bem como por migrações internas posteriores. Finalmente, os<br />
dados de haplótipos obtidos para o Brasil mostram uma situação inversa à dos demais países já estudados no<br />
continente americano, com o predomínio do haplótipo Banto sobre o do tipo Benin, em conseqüência dos<br />
diferentes padrões de tráfico de escravos para as diversas regiões do continente.<br />
242<br />
VIEIRA, Conceição de Maria Almeida. Caracterização de novos arbovírus do grupo Changuinola<br />
(Reoviridae: Orbivírus) da Região Amazônica do Brasil. 1995. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1995.<br />
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa<br />
RESUMO: Dez vírus selecionados do sorogrupo Changuinola, isolados de artrópodes entre 1981 e 1993 na<br />
Região Amazônica do Brasil, foram caracterizados. Os vírus Irituia e Jamanxi, já registrados no Catálogo<br />
Internacional de Arbovírus incluindo outros vírus de vertebrados, foram usados como controles. Todos os<br />
vírus testados foram resistentes ao desoxicolato de sódio. Nos testes de fixação de complemento, os vírus<br />
apresentaram forte reação cruzada, sendo indistinguíveis; porém, a partir dos testes de neutralização, oito<br />
sorotipos distintos foram identificados e o uso da eletroforese em gel de poliacrilamida de RNA dupla fita<br />
permitiu que dez perfis distintos fossem encontrados. Estes dados corroboram trabalhos anteriores, que<br />
mostram que o sorogrupo Changuinola é composto de um grande número de vírus geneticamente diferentes.<br />
1996<br />
243<br />
AMARAL, Jane Cristina de Oliveira Faria. Avaliação longitudinal da infecção causada por Plasmodium<br />
falciparum e/ou Plasmodium vivax na população de duas localidades de Icoaraci, Distrito de<br />
Belém, Pará. 1996. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: O presente estudo, longitudinal com duas fases, foi realizado nas invasões São Vicente e Jardim<br />
Tapanã, do Distrito de Icoaraci, Belém, Pará, com o fim de verificar em que condições a transmissão ocorre.<br />
Para isso, realizaram-se levantamentos parasitológicos, sorológicos e entomológicos, durante o período de<br />
maio de 1995 a abril de 1996. No levantamento parasitológico, utilizou-se a técnica da gota espessa (GE) e<br />
Quantitative Buffy Coat (QBC); no sorológico, o Teste de Imunofluorescência Indireta (IFI), com detecção de<br />
IgG e IgM para Plasmodium falciparum (Pf) e P. vivax (Pv); e no entomológico, captura de anofelinos adultos e<br />
pesquisa larvária. Os resultados dos exame de GE e do QBC foram negativos em ambas as áreas na 1ª coleta,<br />
e na 2ª uma única amostra foi positiva para os dois métodos. No Teste de IFI, todas as amostras, em ambas<br />
as áreas, foram negativas para IgM. Quanto à IgG, foi detectado um maior percentual de positividade para Pf<br />
ou infecção mista. O levantamento entomológico resultou na coleta de 204 espécimens de anofelinos adultos
165<br />
(168 na ISV e 36 na IJT), distribuídos entre as seguintes espécies: Anopheles aquasalis, A. galvaoi, A. triannulatus,<br />
A. intermedius e A. nuneztovari, sendo o A. aquasalis a espécie que apresentou maior densidade. Já na pesquisa<br />
larvária só foram coletadas oito formas imaturas, todas de A. aquasalis, na ISV (março/96). Apesar dos casos<br />
detectados nas áreas de estudo terem sido causados por P. vivax, no Teste de IFI o Pf foi a espécie que<br />
apresentou maior positividade, o que pode ser ocasionado por malária falciparum pregressa, reação cruzada ou<br />
inespecífica. Nas duas áreas estudadas, o crescimento desordenado propiciou o surgimento de casos de<br />
malária. Entretanto, o efeito das medidas de controle, como diagnóstico rápido e efetivo, tratamento dos<br />
doentes, tratamento dos criadouros e aplicação de inseticida, utilizados nessas áreas à época do surto da<br />
doença (1993 a 1994), foi positivo, visto que houve redução significante no número de casos registrados.<br />
244<br />
AZEVEDO, Vânia Nakauth. Soroepidemiologia do HTLV em populações da Amazônia brasileira.<br />
1996. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Visa a detecção do HTLV em populações da Amazônia brasileira. Um total de 1.549 indivíduos,<br />
provenientes de 25 comunidades indígenas e duas comunidades de negros da Amazônia brasileira, foram<br />
analisados quanto à presença de anticorpos anti-HTLV-I/II por um Ensaio Imuno Enzimático. As amostras<br />
soropositivas foram confirmadas pelo teste de Western Blot que discrimina o HTLV-I do HTLV-II. Das 183<br />
amostras analisadas pelo Western Blot, 104 reagiram para o HTLV-II, cinco para o HTLV-I, e cinco foram<br />
indeterminadas. A soropositividade para o HTLV-II foi detectada em várias comunidades indígenas, sendo<br />
constatada uma prevalência elevada entre os Kaiapó (32,3 %), Tiriyó (15,4%), Arara do Laranjal (11,4%),<br />
Munduruku (8,1%) e Yamamadi (5,6%). Entre os Kaiapó foi observado o aumento da prevalência com a<br />
idade, sugerindo a possibilidade de transmissão sexual, entretanto não foram detectadas diferenças na taxa de<br />
infecção entre homens e mulheres. A alta prevalência detectada em crianças menores de dez anos, assim<br />
como nos grupos familiares, demonstrou que a transmissão vertical pode ser uma das importantes rotas de<br />
transmissão do HTLV-II. A presença do HTLV não foi detectada entre as comunidades negras estudadas.<br />
245<br />
CÂMARA, Evandro Pires Leal. Implicações do padrão atual de utilização dos recursos da várzea<br />
amazônica na sustentabilidade da reserva de lago. 1996. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1996.<br />
Orientador: David Gibbs McGrath<br />
RESUMO: O manejo coletivo da pesca na várzea amazônica se desenvolveu nos últimos trinta anos por meio<br />
do controle do acesso aos lagos e definição de normas de uso do recurso pesqueiro. Este sistema de manejo<br />
representa um esforço da população local em limitar a pesca comercial nos lagos de várzea e aumentar sua<br />
produtividade a longo prazo, formando a base para uma proposta de manejo sustentável dos recursos da<br />
várzea: a reserva de lago. A implementação de um manejo sustentável dos recursos da várzea depende, no<br />
entanto, da forma atual de utilização destes recursos. Este trabalho tem por objetivo avaliar as implicações do<br />
padrão atual de utilização dos recursos da várzea na sustentabilidade da reserva de lago. Esta avaliação foi<br />
realizada a partir de um estudo de caso realizado na microrregião do Baixo Amazonas, Estado do Pará, Brasil.<br />
O modelo de reserva de lago é compatível com a forma tradicional de utilização dos recursos da várzea.<br />
Entretanto, o padrão atual de uso destes recursos e de ocupação da várzea comprometem a sustentabilidade<br />
da reserva de lago, e apresentam barreiras para a sua implementação efetiva. A superação de tais dificuldades<br />
depende em grande parte do melhor entendimento de como funciona o complexo ecossistema da várzea, e da<br />
capacitação das organizações comunitárias para gerenciarem seus recursos pesqueiros de forma sustentável.
166<br />
246<br />
CARVALHO JÚNIOR, Oswaldo de. Dieta, padrões de atividades e de agrupamento do monocarvoeiro<br />
(Brachyteles arachnoides) no Parque Estadual Carlos Botelho-SP. 1996. 56 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: O presente estudo realizou-se no Parque Estadual Carlos Botelho, São Paulo, onde um grupo de<br />
mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides) composto de até 31 indivíduos foi acompanhado entre fevereiro de<br />
1990 e novembro de 1993. Dados quantitativos de comportamento foram obtidos através do método de<br />
amostragem de varredura. A análise das 1.065 amostras coletadas indica que o grupo permanece em média<br />
50% de seu período de atividade parado, 25% deslocando e 22% alimentando-se, não havendo diferenças<br />
significativas entre as atividades nas estações seca e chuvosa. Esses resultados são semelhantes aos descritos<br />
para a espécie em outros sítios. O grupo dedicou 59% do tempo de alimentação no consumo de frutos, 33%<br />
para folhas e 4% para flores, não havendo diferenças sazonais significativas entre os itens consumidos. De<br />
um total de 825 árvores de alimentação registradas, verificou-se, até o presente, um total de 61 espécies,<br />
pertencentes a 43 gêneros de 30 famílias botânicas. As fontes de frutos utilizadas foram maiores do que as<br />
folhas, existindo também uma tendência de maiores agrupamentos nas fontes de frutos. O padrão de<br />
agrupamento observado reflete uma organização social bastante fluida, com tamanho médio de agrupamentos<br />
igual a 7,5 (± 5,0) indivíduos, sendo que nunca foram observados agrupamentos maiores que 22 indivíduos.<br />
Agrupamentos de três tipos de composição foram observados: grupos isosexuais de machos, grupos de<br />
fêmeas com ou sem filhotes dependentes e grupos mistos. Os resultados obtidos sobre a dieta e o padrão de<br />
agrupamentos do grupo estudado mostram-se mais próximos às informações existentes para Ateles do que as<br />
de Brachyteles, possivelmente em função de diferenças de habitat nos respectivos sítios de estudo.<br />
247<br />
COUTINHO, Paulo Eduardo Guzzo. Comportamento reprodutivo de um grupo de Callithrix aurita<br />
(Platyrrhini, Primates) no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Cunha, São Paulo, Brasil. 1996.<br />
83 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: O comportamento social e reprodutivo de um grupo de Callithrix aurita foi estudado no Parque<br />
Estadual da Serra do Mar, Núcleo Cunha no Estado de São Paulo, no período de março de 1993 a fevereiro<br />
de 1994. O grupo de estudo foi habituado à presença humana e observado por 106 dias completos. Dados de<br />
comportamentos sociais e padrões básicos de atividades foram registrados utilizando-se os métodos de<br />
varredura instantânea (amostras de um minuto a intervalos de 5 minutos), ad libitum e todas as ocorrências. O<br />
grupo conteve de sete a onze indivíduos, em sua maioria adultos reprodutivos e suas proles. O<br />
comportamento reprodutivo foi restrito a um macho e duas fêmeas, configurando poliginia, mas pelo menos<br />
um adulto não reprodutivo de ambos os sexos esteve presente no grupo durante pelo menos parte do<br />
período de estudo. O comportamento social foi responsável por cerca de 18% das atividades diárias, tendo<br />
como principais atividades sociais os comportamentos alocatação e brincadeira, geralmente associados ao<br />
descanso. Os adultos reprodutivos foram os mais ativos em termos de comportamentos sociais como<br />
alocatação, agonismo, transferência de alimentos e marcação de cheiro em plantas não utilizadas como fontes<br />
de alimentos. Embora dominantes em relação ao resto do grupo, foi difícil estabelecer uma clara relação de<br />
dominância entre as duas fêmeas reprodutoras. No entanto, uma das fêmeas se destacou em termos de<br />
sucesso reprodutivo e de todos os tipos de comportamentos sociais, indicando um certo grau de dominância,<br />
cuja significância ainda não está clara. Dos cinco partos registrados, apenas dois foram de gêmeos. As mães<br />
cuidaram exclusivamente de suas proles até que os infantes atingissem entre 10 e 28 dias de vida, quando<br />
então foi iniciado o comportamento cooperativo de criação. A aloamamentação foi relativamente rara.
167<br />
248<br />
LIMA, Consuelo Lúcia Sousa de. Isolamento e caracterização de Escherichia coli, de ambientes<br />
aquáticos protegidos, pelos perfis plasmidiais e de resistência aos antibióticos, na Região Norte<br />
(Pará). 1996. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientadora: Irma Nelly Gutierrez Rivera<br />
RESUMO: Os ecossistemas aquáticos possuem uma flora microbiana autóctone e outros microorganismos<br />
transitórios que chegam por meio do ar, solo, despejos industriais ou domésticos. A caracterização de<br />
microorganismos isolados de ambientes aquáticos protegidos é pouco estudada. A finalidade desta pesquisa<br />
foi isolar e caracterizar E. coli de ambientes aquáticos protegidos e compará-la com microorganismos isolados<br />
de ambientes não protegidos, fezes de animais e humanos sadios, através do perfil plasmidial e de resistência<br />
aos antibióticos. Foram coletadas e analisadas dezoito amostras de água provenientes da Reserva Florestal de<br />
Caxiuanã. E. coli foi isolada em 77,8% das amostras coletadas nas áreas com atividade atrópica mínima e em<br />
100% das amostras coletadas nas áreas com atividade atrópica moderada evidente. Foi obtido 64,9% de<br />
resistência aos antibióticos nas cepas isoladas de ambientes protegidos; 57,4% no de área moderada e 50%<br />
nas cepas isoladas de ambientes aquáticos com atividade atrópica evidente; 40,5 e 71,4% nas fezes de animais<br />
e humanos sadios, respectivamente. Em relação ao conteúdo plasmidial; 69,8% das cepas isoladas de área<br />
protegida; 65,9% dos isolados da área moderada, 83,3% da evidente; 86,5 e 95,2% das cepas isoladas de fezes<br />
de animais e humanos sadios apresentaram plasmídios. Não foi possível uma diferenciação entre os isolados<br />
de E. coli provenientes das três origens utilizando análise de perfil plasmidial e resistência aos antibióticos.<br />
249<br />
OKADA, Yukari. O Papel das mutucas (Diptera: tabanidae ) na transmissão e manutenção de<br />
arbovírus na Amazônia oriental. 1996. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: Durante os anos de 1994 e 1995, 3.875, tabanídeos pertencentes a 33 espécies (13 gêneros) foram<br />
coletados em várias áreas da Amazônia brasileira, processados para tentativas de isolamento de arbovírus e<br />
dissecados para determinação da idade fisiológica. A metodologia utilizada para tentativas de isolamento de<br />
arbovírus incluiu preparação de suspenção de tecidos de tabanídeos e também amostras de sangue de eqüinos<br />
(n=32), e inoculação intracerebral de 0,02 ml do sobrenadante em camundongos albinos "swidd" recémnascidos<br />
(dois a três dias), com observação durante 21 a 24 dias, para sinais de doenças. Apesar de 962 grupos<br />
terem sido inoculados, nenhum arbovírus foi isolado. Quinze espécies de tabanídeos foram dissecadas para<br />
estudos da idade fisiológica; as dissecações foram realizadas em lâmina de microscopia sobre gotas de água<br />
destilada, e a observação foi feita em lupa com luz transmitida. Nosso estudo mostrou que os tabanídeos<br />
realizam duas, no máximo três, oviposições; têm período de vida estimado entre 18 a 24 dias. Também foi<br />
evidenciada a ocorrência de anautogenia em nove espécies de tabanídeos e a autogenia em duas espécies.<br />
250<br />
QUEIROZ, Helder Lima de. Ecologia comparativa de mamíferos folívoros arborícolas das várzeas do<br />
Médio Solimões, Estação Ecológica Mamirauá, Amazonas, Brasil. 1996. 229 f. Dissertação (Mestrado)<br />
- Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres<br />
RESUMO: Com o objetivo final de determinar as formas de uso de recursos alimentares pela comunidade de<br />
mamíferos folívoros arborícolas das várzeas do Médio Solimões, foi desenvolvido um estudo da ecologia<br />
básica de três espécies sintópicas na Estação Ecológica Mamirauá, Amazonas, Brasil. Foram eles os guaribas<br />
(Alouatta seniculus), as preguiças-comuns (Bradypus variegatus) e as preguiças-reais (Choloepus didaclylus). A última,
168<br />
C. didaciylus, foi apenas parcialmente estudada, enquanto as outras foram objeto de investigação, visando<br />
especialmente seus aspectos de uso do tempo, uso do espaço e uso da comunidade vegetal das várzeas. Neste<br />
trabalho, realizado entre junho de 1991 e maio de 1992, foram executados inventário e acompanhamento<br />
fenológico das árvores e cipós da área de estudo. Concomitantemente, desenvolveram-se o recenseamento<br />
das populações das espécies-alvo e a observação direta de um grupo social de 08 guaribas e de um conjunto<br />
de 23 preguiças, todos sintópicos. Na presente dissertação, eu mostro como a comunidade destes mamíferos<br />
apresenta-se estável e bem estruturada ao longo dos diferentes habitats que ocorrem na região, apesar da<br />
estrita seletividade de habitat realizada por C. didactylus. Enquanto a biomassa foi mantida constante nos três<br />
tipos vegetacionais presentes, a biomassa metabólica tendeu a crescer com o aumento do porte da floresta e<br />
da participação de frutos na dieta das espécies presentes. Alouatra seniculus apresentou uma dinâmica social que<br />
variou estacionalmente com a disponibilidade dos itens sazonais da dieta. Mostro também que, enquanto A.<br />
seniculus gastou cerca de três quartos de seu tempo em atividade de repouso, minimizando<br />
comportalmentamente seus gastos energéticos, B. variegarus manteve-se inativo por maior proporção do seu<br />
tempo, refletindo seus baixos níveis de metabolismo basal. Esta espécie apresentou-se ativa durante dias e<br />
noites, mas sua atividade noturna foi mais intensa que as diurnas e crepuscular. As preguiças-comuns<br />
apresentaram uma área de uso de 0,9 ha em média, com áreas de uso maiores nos habitats menos florestados,<br />
e com áreas de fêmeas maiores que de machos. Estes animais não apresentaram nenhuma movimentação<br />
inter-habitats e nenhum padrão definido de uso do espaço horizontal. Quanto ao espaço vertical, apesar de<br />
selecionarem o estrato superior, realizam movimentos descendentes para termorregulação, alimentação e<br />
defecação. Os gambás estabeleceram um território de cerca de 7,5 ha, dividido em duas áreas núcleo. O uso<br />
das formações florestais menos florestadas apresentaram um padrão diário e sazonal. Também a área de uso<br />
mensal e o espaço médio percorrido por dia variaram sazonalmente, e com a disponibilidade de itens sazonais<br />
da dieta. Os estratos superiores também foram os selecionados. Enquanto os guaribas foram folívoros<br />
obrigatórios, mas oportunisticamente frugívoros, ingerindo folhas e frutos em freqüências equivalentes, as<br />
preguiças-comuns ingeriram quase que exclusivamente folhas e brotos de folhas. Ambas as espécies,<br />
entretanto, demonstraram seletividade para itens sazonais. A. seniculus possuiu uma dieta mais diversa e menos<br />
monótona que B. variegarus, tanto em termos de itens quanto de espécies constituintes de dieta. Apresento,<br />
por fim, a coincidência no uso das árvores por gambás e preguiças-comuns. Esta coincidência foi estabelecida<br />
para famílias, espécies e indivíduos de árvores. Árvores “modais” e árvores “pivotais” tenderam a ser das<br />
famílias Moraceae, Euphorbiaceae e Bombacaceae, especialmente Ficus trigona, Coussapoua sp., Piranhea trifoliata e<br />
Pseudobombax munguba. Apesar da sobreposição da dieta de guaribas e preguiças-comuns, nos períodos de<br />
convergência dos animais às mesmas espécies de plantas, a similaridade entre elas atingiu o seu ponto mais<br />
baixo até então. Nestes períodos as duas espécies diversificaram seus nichos divergindo quanto aos itens<br />
daquelas mesmas espécies vegetais exploradas em comum. Ao final, discuto estas duas estratégias de vida,<br />
enfatizando a coexistência obtida pelos membros desta comunidade de mamíferos.<br />
251<br />
RESTOM, Teresa Garcia. Contribuição dos cipós à evapotranspiração de floresta secundária na<br />
Amazônia oriental. 1996. 117 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Daniel Curtis Nepstad<br />
RESUMO: Após o abandono de áreas utilizadas para agropecuária na Amazônia, a floresta começa a<br />
reocupar o seu lugar formando as chamadas florestas secundárias ou capoeiras. As capoeiras recuperam<br />
muitas das funções da floresta primária perdidas com o desmatamento como a resistência à flamabilidade, a<br />
capacidade de retirar carbono da atmosfera e a evapotranspiração. Em uma capoeira na Amazônia oriental, a<br />
recuperação da evapotranspiração pode se dar em 15 anos, após o abandono do pasto. Os cipós têm presença<br />
marcante nesta capoeira, apresentando, inclusive, enraizamento profundo em pouco tempo de<br />
estabelecimento. O objetivo deste trabalho foi estimar a contribuição dos cipós para a evapotranspiração de<br />
uma capoeira de 20 anos de idade, em Paragominas (2º59' S, 47º31' W), PA. Para atingir este objetivo foram<br />
formuladas duas hipóteses: H1 - os cipós contribuem para a transpiração mais do que as árvores em relação à<br />
área basal, e H2-a redução na transpiração da estação úmida para a estação seca é menor em cipós do que em<br />
árvores. Para testar essas hipóteses, foram feitas medidas diretas de transpiração (Flow32, Dynamax) no caule
169<br />
das três espécies de cipós e nas três espécies de árvores mais comuns da capoeira (n=4, para cada espécie). As<br />
medidas foram feitas durante pelo menos três dias, para cada indivíduo, na estação seca e, da mesma forma,<br />
na chuvosa. A transpiração foi dividida pelo déficit de pressão de vapor (VPD) de cada dia, gerando um<br />
índice chamado transpiração relativa para cada indivíduo. A transpiração relativa foi relacionada à área basal<br />
em cipós e em árvores. A evapotranspiração total da área foi medida com sensores de TDR (time domain<br />
reflectometry) instalados no solo em até 12m de profundidade. A transpiração total dos cipós na capoeira foi<br />
estimada baseada na área basal medida através do método de quadrantes. A contribuição de cipós e árvores à<br />
área basal de outras três capoeiras de diferentes idades na região também foi estimada através do mesmo<br />
método. Os resultados obtidos mostram que tanto cipós como árvores apresentam uma relação significativa<br />
entre transpiração relativa e área basal (r2=0,67 e 0,46, respectivamente, p
170<br />
dos grupos mais sensíveis às alterações de habitats entre os vertebrados, em decorrência de suas baixas<br />
densidades. Com o objetivo principal de contribuir para a conservação das aves nativas do leste do Pará<br />
realizou-se, inicialmente, uma compilação detalhada de todos os táxons relatados na literatura como<br />
ocorrentes na região. Este levantamento, complementado com novos registros levantados na coleção de aves<br />
do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA, e por alguns dados originais resultantes de observações de<br />
campos pessoais, resultou num catálogo da avifauna regional com 526 espécies com nomes latinos atuais,<br />
informações sobre sinonímias, localidades de coleta e respectivas fontes de informações. Cerca de metade dos<br />
táxons (268), considerados neste estudo como aves florestais, foram selecionados para o desenvolvimento de<br />
uma análise de suas vulnerabilidades. Empregou-se a metodologia com propostas de se detectar espécies<br />
potencialmente sob riscos de extinção devido as suas sensibilidades à alterações de habitats, a qual<br />
fundamenta-se na avaliação de quão "rara" é uma espécie em cada uma das três variáveis de análise: a) a<br />
distribuição da espécie, b) sua especificidade a determinado tipo de habitat, e c) o tamanho de suas populações<br />
locais. Assim procedendo, objetivou-se: 1) testar a aplicabilidade desta metodologia para o estudo de aves de<br />
florestas amazônicas, 2) identificar táxons ou grupos de táxons (famílias ou guildas) de aves do leste do Pará<br />
potencialmente sob risco de extinção devido ao desmatamento, 3) avaliar se a massa corpórea está<br />
correlacionada com a probabilidade de extinção das aves, e 4) avaliar se as variáveis empregadas na análise são<br />
dependentes entre si ou se as mesmas são estimadores independentes de vulnerabilidade. Os resultados<br />
indicam que a quantidade de aves apontadas como altamente suscetíveis à extinção pode variar grandemente<br />
em função da escala geográfica empregada na análise. Quando todas as variáveis são incluídas, produzindo<br />
uma análise denominada de "vulnerabilidae global", conclui-se que apenas 17 táxons estariam seriamente<br />
ameaçados de extinção em toda extensão de suas áreas geográficas se o desmatamento no leste do Pará<br />
continuar. Por outro lado, conclui-se que 116 táxons poderiam ser perdidos no leste do Pará, se a variável<br />
referente à área de distribuição geográfica dos táxons é excluída da análise. Todos os 17 táxons altamente<br />
vulneráveis globalmente referem-se a subespécies, o que evidencia a importância de proceder a análise<br />
baseada nos níveis taxonômicos inferiores. As famílias Acciptridae e Falconidae foram indicadas como<br />
particularmente resistentes à extinção, mas apenas quando consideradas suas distribuições<br />
predominantemente amplas. Contudo, estas evidenciaram ser um grupo muito ameaçado localmente, o que<br />
concorda com resultados de outros autores. As famílias Dendrocolaptidae, Furnariidae e Formicariidae foram<br />
apontadas com altamente vulneráveis. No que se refere à análise de guildas, aves que vivem no estrato<br />
arbustivo da floresta e se alimentam de insetos grandes, juntamente com os seguidores profissionais de<br />
formigas-de-correição, foram indicadas como mais vulneráveis de outras guildas, enquanto que aves de copa<br />
que se alimentam de pequenos frutos e insetos foram indicadas como mais resistentes à fragmentação de<br />
florestas. Os resultados sugerem que o método de análise de vulnerabilidade, baseado em características de<br />
vulnerabilidade, pode ser utilizado para proceder-se uma estimativa preliminar de aves que tendem a<br />
desaparecer do leste do Estado do Pará se o desmatamento prosseguir. Entretanto, ao aplicar esta<br />
metodologia devem ser observadas algumas condições prévias, como o não uso de escalas geográficas muito<br />
amplas, a escolha de uma área homogênea em que as aves apresentem um padrão semelhante de distribuição,<br />
o uso da categoria taxonômica de espécies filogenéticas ou subespécies. Além disso, a análise deve enfatizar a<br />
vulnerabilidade de táxons individuais, ao invés de grandes grupos. Por outro lado, esta metodologia produz<br />
apenas uma estimativa grosseira da vulnerabilidade das aves, e serve para enfatizar ainda mais a urgente<br />
necessidade de estudos planejados sob o campo de Ecologia de Paisagens.<br />
254<br />
SILVA, Artur Luiz da Costa da. Evidências de variação nucleotídica ancestral no gene citocromo<br />
oxidase II em Aotus (cebidae, Primates). 1996. 183 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: No presente estudo, clonamos e seqüenciamos um fragmento de 549 pares de bases do gene<br />
mitocondrial citocromo oxidase, subunidade II (CO II) em 24 macacos da noite, os quais correspondem a cinco<br />
possíveis espécies de Aotus sensu Hershkovitz (1993), com o objetivo de avaliarmos a utilização de genes do<br />
genoma mitocondrial para reconstrução filogenética. A análise das seqüencias nucleotídicas exibem 298 sítios<br />
variáveis, sendo que 56% são filogeneticamente informativos para o método da parcimônia. A distância
171<br />
genética intragenérica variou de 0 a 23,5%. Assim como em outros mamíferos, o conteúdo AT é maior que o<br />
GC. Para cada uma das três posições do códon, a freqüência na utilização dos nucleotídeos foi sempre A > T<br />
> C > G. Conforme observado em outros estudos, a utilização dos códons apresentou-se de forma<br />
randômica. A taxa de transição-transversão variou de 0 a 22%. Nossa análise revela que o gene COII não é<br />
útil para reconstrução filogenética através da análise de parcimônia em macacos da noite. Os cladogramas<br />
obtidos não exibem nenhuma congruência com aqueles publicados até hoje, utilizando diferentes abordagens,<br />
tais como: citogenética, polimorfismo protéico, padrões de pelagem e morfometria. Os valores de divergência<br />
sustentam a idéia de que os haplótipos obtidos através do DNA mitocondrial nas populações destes primatas<br />
divergiram antes da formação das diferentes espécies de Aotus. Outras análises utilizando o DNA<br />
mitocondrial em macacos do Velho Mundo (Melnick & Hoelzer, 1993) e, recentemente, em macacos<br />
neotropicais (Schneider, M.P.C. et al., 1996) concordam com nossas observações de existência de um<br />
polimorfismo ancestral. A utilidade filogenética do genoma mitocondrial deve ser revista e a variação dentro<br />
de um táxon deve ser examinada antes da reconstrução filogenética contendo outros táxons. Nossos dados,<br />
conclusivamente, demonstram que as filogenias obtidas utilizando o DNA mitocondrial são ''árvores gênicas"<br />
e não "árvores de espécies". A variação intraespecífica do DNAmt é muito elevada dentro do gênero Aotus,<br />
portanto, a sua magnitude deve ser medida de forma acurada em outros platirrinos antes de pensarmos em<br />
uma reconstrução filogenética utilizando genes mitocondriais.<br />
255<br />
TEIXEIRA, Cristina Rodrigues. Atividades de subsistência da comunidade pesqueira da ilha Canelas,<br />
Bragança, Pará, Brasil. 1996. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: Este trabalho teve como objetivos verificar: os recursos naturais da ilha Canelas, que vêm sendo<br />
utilizados pela comunidade pesqueira; estudar a relação entre os pescadores de outras vilas com a ilha; avaliar<br />
a atividade humana em Canelas e contribuir com esses dados para um melhor manejo e conservação da<br />
mesma. Os estudos foram todos desenvolvidos na ilha Canelas, localizada a 0º47"06"S" e 46º43"41"O",<br />
distando cerca de 10 km da costa e possuindo aproximadamente 8 km de perímetro. A metodologia<br />
empregada foi a observação participante nas atividades da comunidade, principalmente a caça, a pesca e a<br />
coleta de crustáceos e moluscos; entrevistas livres e com auxílio de questionários; além da pesagem do<br />
pescado e medição das árvores utilizadas na construção de ranchos e currais de pescas. Foram obtidos dados<br />
sobre: a fisiografia da ilha, caça, pesca e coleta de sururus, caranguejos e siris, utilização das madeiras do<br />
manguezal e frutos da restinga; a atividade feminina na ilha; a alimentação dos moradores e freqüentadores da<br />
ilha; a utilização de animais e plantas na fabricação de medicamentos caseiros; além da domesticação de<br />
animais silvestres e a introdução de animais domésticos. Os resultados obtidos indicam que a população é<br />
jovem e migrante. Indicam também que existem atividades desenvolvidas na ilha que se encontram em<br />
desacordo com a legislação vigente, tais com a caça de animais silvestres e a retirada da madeira do<br />
manguezal. Os dados demonstram que o ecossistema de manguezal vem sofrendo impactos crônicos e que<br />
são agravados por fenômenos naturais como as correntes marinhas. Observam-se problemas relacionados ao<br />
saneamento básico tais como o lixo espalhado na areia da praia, doenças provocadas pela falta de fervura da<br />
água de consumo, necessidades fisiológicas feitas nas proximidades dos poços, a contaminação dos poços,<br />
um elevado número de cães, pressão de caça sobre animais ameaçados de extinção tais como guará (Eudocimus<br />
ruber) e o camaleão (Iguana iguana). Os resultados permitem propor que sejam desenvolvidos trabalhos de<br />
orientação sobre noções de higiene junto à população da ilha, um trabalho de educação ambiental direcionado<br />
para a não introdução de animais domésticos na ilha e de prevenção à caça de animais silvestres e à coleta de<br />
caranguejos no período da andada (período reprodutivo). É necessário que se façam estudos no sentido de<br />
criar alternativas ao uso das madeiras do manguezal para construção de ranchos e currais de pesca, para que<br />
seja evitado um processo de degradação dos ecossistemas de manguezal. Este trabalho contribui com o<br />
processo de transformação da ilha Canelas em unidade de conservação para preservação do exuberante ninhal<br />
do Eudocimus ruber que existe na ilha.
172<br />
256<br />
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário. Estudo da variabilidade genética de cinco populações<br />
indígenas da Amazônia através da análise de quatro LOCI hipervariáveis. 1996. 84 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: O polimorfismo de quatro loci de VNTR (D1S80, ApoB-3 `VNTR, D4S43 e DYS19) foi estudado<br />
em 141 ameríndios pertencentes a cinco tribos (Poturujara, Awá-Guajá, Katwena, Urubu-Kaapor e Xikrín),<br />
utilizando-se o Método de Amp-FLP para a amplificação de cada locus. O estudo demonstrou uma<br />
heterogeneidade nas tribos indígenas, devido a diferenças de freqüências alélicas e a presença ou ausência de<br />
alelos específicos. Esta heterogeneidade foi confirmada pelo valor do GST (0,100). Os valores de HT e Hs<br />
demonstraram que 89% da diversidade entre os ameríndios é causada pela baixa variabilidade<br />
intrapopulacional. Resultados semelhantes foram obtidos quando dessa estimativa para os grupos lingüísticos,<br />
onde as tribos Tupi mostraram significativa heterogeneidade (GST= 0,141), comparada aos resultados<br />
obtidos para os grupos Karib e Jê. Além disso, nossos resultados quando comparados a de outras populações<br />
indígenas sugerem que não houve uma drástica ou prolongada redução da variabilidade genética entre os<br />
ameríndios durante o povoamento do continente americano. As relações inter e intracontinentais dos<br />
ameríndios foram estimadas de acordo com a distância genética de Nei et al. (1983), e as afinidades genéticas<br />
representadas em dendrogramas, segundo o método de "Neighbor-Joining". Os resultados revelaram uma<br />
razoável separação dos ameríndios em relação às populações negras e caucasóides, e demonstraram ainda<br />
uma possível correlação entre distâncias genéticas e distância geográfica, quando a análise foi realizada em<br />
nível intracontinental.<br />
257<br />
VALLINOTO, Izaura Maria Vieira Cayres. Polimorfismo de VNTRs em duas populações amazônicas<br />
de origem africana. 1996. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Duas comunidades amazônicas de ancestralidade africana (Curiaú-AP; Pacoval-PA) foram<br />
investigadas para 4 loci VNTRs (D1S80, ApoB 3'VNTR, D4S43 e DYS19), utilizando-se o Método de Amp-<br />
FLP, seguido de eletroforese em gel de poliacrilamida e coloração pela prata. A comparação dos resultados<br />
obtidos com essas amostras e dos encontrados em outras amostras de negros brasileiros anteriormente<br />
estudadas sugerem que as diferenças entre as duas populações negróides brasileiras devem ser decorrentes<br />
principalmente de microdiferenciações intrapopulacionais, geradas pela ação de fatores estocásticos. Esse tipo<br />
de comparação também evidenciou que todos os resultados obtidos para os loci ApoB 3'VNTR e D1S80,<br />
corroboram a hipótese proposta por Deka et al. (1992a; 1994) da antigüidade evolucionária dos alelos modais<br />
e da existência de padrões (uni, bi, trimodal) de distribuição alélica para os diferentes grupos humanos. De<br />
acordo com os resultados obtidos nesse estudo, apenas o locus ApoB 3'VNTR foi capaz de diferenciar grupos<br />
africanos ou de origem africana de grupos não africanos, tanto com relação ao padrão de distribuição de<br />
freqüências alélicas quanto com relação aos valores altamente significantes de heterozigosidade esperada.<br />
Com base no Índice de Diferenciação Genética (GST), foi constatada uma maior homogeneidade genética<br />
tanto em caucasóides quanto em negróides em relação aos ameríndios, resultante do compartilhamento de<br />
praticamente os mesmos alelos, bem como das semelhanças bastante significantes na distribuição de<br />
freqüências alélicas nesses dois grupos humanos. Os resultados obtidos no locus ApoB 3'VNTR e na análise<br />
de distância genética indicam uma similaridade genética das populações investigadas em relação a Camarões,<br />
sugerindo uma contribuição desse grupo étnico africano para a composição do conjunto de genes dessas<br />
comunidades amazônicas.
173<br />
258<br />
VIEIRA, José Ricardo dos Santos. Relações intergenéricas na subfamília Atelinae (Platyrrini,<br />
Primates) através do estudo do intron 11 do gene do fator de Von Willebrand. 1996. 85 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1996.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Foram obtidas seqüências de DNA genômico compreendendo o intron 11 do gene do fator de<br />
Von Willebrand (vWF), com cerca de 750 pares de bases nos seguintes primatas neotropicais: Alouatta seniculus,<br />
A. belzebulnigerrima, A. fusca clamitans, Brachyteles arachnoides arachnoides, B. a. hypoxanthus, Ateles paniscus, A. geoffroyi<br />
e quatro espécimes de Lagothrixlagotricha lagotricha. Estas seqüências foram alinhadas com seqüências de<br />
Saguinus bicolor, S. fuscicollis, Aotus azarae e Cebus olivaceus, obtidas por Almeida (1995) e submetidas à análise<br />
filogenética pelos métodos de matriz de distância, máxima verossimilhança. As árvores filogenéticas obtidas<br />
confirmam a monofilia da subfamília Atelinae, com Alouatta como gênero mais basal, seguido por Lagothrix e<br />
o clado Ateles/Brachyteles. Os valores de divergência obtidos entre as duas subespécies do gênero Brachyteles são<br />
compatíveis com diferenças entre espécies do mesmo gênero. O arranjo filogenético colocando Ateles e<br />
Brachyteles como gêneros estreitamente relacionados e Lagothrix como grupo irmão se contrapõem aos arranjos<br />
produzidos anteriormente baseados em dados moleculares. Entretanto, uma análise conjunta dos dados<br />
moleculares disponíveis sugere uma tricotomia não resolvida. Uma possível explicação pode ser a de que os<br />
pontos de emergência das três linhagens ocorreram a intervalos de tempo muito próximos.<br />
1997<br />
259<br />
ADAMS, Moira. O Papel dos morcegos na regeneração de florestas em uma paisagem agrícola da<br />
Amazônia oriental. 1997. 131 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira<br />
RESUMO: Morcegos são importantes agentes de dispersão no processo de regeneração florestal em áreas<br />
abandonadas após a utilização na agricultura e pecuária, por apresentarem plasticidade de habitat e se<br />
adaptarem bem às novas condições criadas. O seu papel na regeneração de florestas, em uma paisagem<br />
agrícola do leste amazônico, foi avaliado mediante a determinação: (a) da influência da distância das florestas<br />
secundárias à floresta primária na quantidade de sementes florestais que chegam através das fezes de<br />
morcegos; (b) da relação entre disponibilidade de alimento e densidade de morcegos frugívoros na floresta<br />
primária e florestas secundárias; (c) da distribuição da chuva de sementes em relação a árvores frutíferas nas<br />
florestas secundárias; (d) quais espécies da floresta primária são dispersadas para as florestas secundárias<br />
através de fezes de morcegos; e (e) de quais espécies das florestas secundárias são potencialmente atrativas<br />
para morcegos. A densidade de morcegos dispersores capturados na floresta (2,76) não diferiu<br />
estatisticamente das densidades das florestas secundárias próximas (2,13) e distantes (2,26). A diversidade de<br />
morcegos dispersores não diferiu na floresta primária (0,809) e florestas secundárias distantes (0,743), sendo<br />
ambas maiores que nas florestas secundárias próximas (0,432). Ocorreram deslocamentos de morcegos entre<br />
floresta primária e secundárias (até 2,76 km), e a disponibilidade de frutos mostrou-se um fator importante na<br />
movimentação e reprodução de morcegos. A sua eficiência como dispersores pode ser considerada boa. A<br />
história de uso da terra na área, que gerou uma paisagem bastante heterogênea, atenuou o efeito da<br />
fragmentação da floresta primária e permitiu que haja uma grande densidade de morcegos (2,61) e presença<br />
de espécies incomuns.
174<br />
260<br />
AMARAL, Dário Dantas do. Contribuição ao estudo das formações abertas de moitas do litoral<br />
paraense: restinga do Crispim, Município de Marapanim/PA. 1997. 171 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1997.<br />
Orientador: João Ubiratan Moreira dos Santos<br />
RESUMO: Trata do estudo de uma formação aberta de moitas, localizada na restinga do Crispim, Município<br />
de Marapanim-Pará, abordando aspectos da composição florística e estrutura das moitas, de acordo com<br />
classes de tamanho. Foi considerado no levantamento fitossociológico somente as comunidades arbustiva e<br />
arbórea. Todas as espécies ocorrentes no levantamento foram descritas, baseando-se em caracteres<br />
vegetativos e separadas através de chave taxonômica. Adotou-se uma metodologia inédita, que visa ajustar um<br />
modelo para estudar-se a estrutura da vegetação de uma moita em formações abertas de restingas no país,<br />
onde considera-se cada moita como a própria unidade amostral. Trabalhou-se com um total de 80 moitas, as<br />
quais foram distribuídas, de acordo com o volume, em oito classes de tamanho. O número de espécies<br />
encontradas no levantamento foi de 40, pertencentes a 22 famílias. Cinco espécies destacaram-se na<br />
ordenação dos valores de importância (VI) nas classes de tamanho, pela constância estão as cinco primeiras<br />
posições: Clusia grandiflora Splitz; Humiria balsamifera St. Hill; Chrysobalanus icaco L.; Pagamea guianensis Aubl, e<br />
Ouratea racemiformis Ule. As Myrtaceae destacaram-se em números de espécies, Clusiaceae em número de<br />
indivíduos e Humiriaceae em valor de importância. Os indivíduos não apresentaram uma estratificação vertical<br />
definida. Em diâmetro, exceto para algumas espécies, o desenvolvimento conforme o aumento em tamanho<br />
das moitas mostrou-se pouco expressivo.<br />
261<br />
ANSELMO, Nilson Praia. Estudo de relações intragenéricas em CalliCebus (Primates) usando a<br />
subunidade II do gene mitocondrial da citocromo c oxidase (CO II). 1997. 97 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Foram seqüenciados aproximadamente 600 pb da subunidade II do gene mitocondrial citocromo<br />
c oxidase (CO II), em 16 indivíduos do gênero CalliCebus, englobando ao todo cinco espécies. Este fragmento<br />
foi amplificado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), o produto foi purificado e clonado, e<br />
posteriormente seqüenciado pelo método do didesoxiterminal. As seqüências obtidas foram alinhadas<br />
manualmente utilizando um editor de seqüência (XEESE), em seguida foram submetidas às análises de<br />
máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança. As distâncias genéticas<br />
intragenéricas variaram de 0,21% a 18,4%. A árvore consenso obtida mostra uma nítida separação entre as<br />
espécies amazônicas (C. brunneus, C. cupreus, C. moloch e C. torquatus) e as da Mata Atlântica (C. personatus e<br />
CalliCebus sp.), contudo, quase não houve concordância entre alguns agrupamentos de espécies com relação a<br />
qualquer dado morfológico existente na literatura. O conteúdo de AT foi maior que o de GC, assim como<br />
para cada uma das três posições do códon, a freqüência na utilização A > T > C > G. A utilização dos<br />
códons nas diversas famílias, também se mostrou não randômica nos zogue-zogues, concordando com<br />
estudos feitos anteriormente com outros primatas. A formação de alguns dados incomuns e os valores de<br />
divergência encontrados entre as espécies de CalliCebus sustentam a hipótese de que este gênero de primatas<br />
apresenta um polimorfismo anterior à emergência destas diferentes espécies. Conclusivamente, os dados aqui<br />
obtidos demonstram que a árvore filogenética produzida pela CO II retrata a história gênica e não a história<br />
das espécies estudadas neste trabalho.
175<br />
262<br />
ARAGÃO, Ivan Luiz Guedes de. Ecologia e história natural de duas populações de acapu<br />
(Vouacapoua americana Aubl. Caesalpiniceae) em floresta amazônica de terra firme. 1997. 137 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Pedro Luiz Braga Lisboa<br />
RESUMO: Este estudo visa analisar de forma comparativa os diferentes aspectos ecológicos do acapu<br />
(Vouacapoua americana Aubl.) em duas áreas amazônicas de floresta densa de terra firme: a Reserva do<br />
Mocambo e a Estação Científica "Ferreira Penna". A primeira é uma área de floresta primária de 6 ha, cuja<br />
fauna de mamíferos foi praticamente extinta e a outra de 33.000 ha muito bem conservada e protegida.<br />
Foram analisados vários aspectos da ecologia da espécie, entre os parâmetros abordados estão a estrutura<br />
populacional e a distribuição espacial de adultas e plântulas, a germinação de sementes, a dinâmica de<br />
plântulas, ataque de fungos e insetos e a remoção de sementes. Nos dois locais, as árvores adultas (DAP > -5<br />
cm) foram inventariadas em 2 ha. O censo de distribuição espacial de plântulas foi feito em transectos<br />
perpendiculares à arvore matriz. O experimento de remoção de sementes foi realizado através de amostras<br />
contendo diferentes densidades em diversas distâncias em relação à arvore matriz. Os testes de germinação,<br />
mortalidade e crescimento foram feitos em casa de vegetação. Os resultados de germinação de sementes,<br />
distribuição espacial de adultas, remoção de sementes e dinâmica de crescimento de plântulas apresentaram<br />
diferenças significativas quando comparados os dois ambientes. A germinação de sementes de acapu ocorreu<br />
entre 3 a 5 dias após o semeio nos dois locais de estudo, possuindo as plântulas um rápido crescimento inicial.<br />
A população plântulas de acapu sofre um severo ataque de fungos nos dois ambientes, principalmente por<br />
meio do fungo Septoria vouacapouae, que parece ser específico da espécie. As populações de acapu têm uma<br />
forte dependência dos roedores, como a cutia (Dasyprocta sp.), responsáveis pela dispersão de suas sementes.<br />
263<br />
CARDOSO, Lucilene dos Santos. Avaliação de características reprodutivas de búfalos (Bubalus bubalis<br />
L.) nas várzeas do Médio Amazonas. 1997. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
RESUMO: Estuda as características da eficiência reprodutiva em rebanhos da espécie Bubalus bubalis L.,<br />
envolvendo animais das raças Carabao, Jafarabadi, Mediterrâneo, Murrah, Tipo Baio e seus respectivos mestiços,<br />
criados em sistema extensivo, sob regime de pastagem nativa de terra inundável, com o objetivo de identificar<br />
fatores de influência não genética sobre as características estudadas e determinar os índices de eficiência<br />
reprodutiva desses animais. O estudo foi desenvolvido com base nos dados colhidos no período de 12/02/76<br />
a 18/12/95, no Campo Experimental do Baixo Amazonas (CEBA - EMBRAPA – CPATU), situado à<br />
margem do rio Amazonas, em Monte Alegre, Estado do Pará. As características estudadas foram: Idade à<br />
Primeira Cria (IPC), Intervalos de Parto (IDP), Período de Serviço (PS), Vida Útil (VU) e Eficiência<br />
Reprodutiva (ER), cujas médias, desvios padrão, números de observações e coeficientes de variação foram,<br />
respectivamente: IPC - 35,68 ± 2,99 meses (346), CV = 8,38; IDP - 385,57 ± 28,65 dias (830), CV = 7,43; PS<br />
- 74,43 ± 23,10 dias (865), CV = 31,03; VU - 9,87 ± 3,99 anos (460), CV = 40,39 e ER - 94,67%. A análise<br />
estatística mostrou que a IPC foi, significativamente, afetada apenas pelo grupo genético; o IDP e o PS foram<br />
influenciados pelo grupo genético e pela época do parto, enquanto a VU foi, significativamente, influenciada<br />
pelo grupo genético, pela ordem do parto e pelo peso ao nascer a cria. Os índices obtidos mostraram-se<br />
superiores à maioria daqueles registrados no Brasil e em outros países, demonstrando a grande adaptabilidade<br />
da espécie às áreas de terras inundáveis, bem como a excelente performance produtiva desses animais, apesar<br />
da adversidade do ecossistema, principalmente durante a estação chuvosa.
176<br />
264<br />
COSTA, Joseane Carvalho. Efeitos da administração sistêmica do neuropeptídeo substância P e seus<br />
fragmentos N-terminal (SP 1-7) e C-terminal (SP 6-11) sobre a amnésia induzida por diazepam. 1997.<br />
107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Carlos Alberto Bezerra Tomaz<br />
RESUMO: A participação dos neuropeptídeos nos processos de aprendizagem de memória tem sido<br />
demonstrado intensivamente. Dentre esses neuropeptídeos está a substância P (SP). Uma série de estudos<br />
tem demonstrado que a administração central (dependendo do sítio) ou periférica da SP, após o treino de<br />
uma determinada tarefa, facilita a retenção e, conseqüentemente, o desempenho desta. Por outro lado, a<br />
administração, pré-treino, de BZDs, uma classe de agentes psicoterapêuticos utilizados na clínica com<br />
finalidades ansiolíticas, anticonvulsivantes e pré-anestésicas, produz uma severa amnésia anterógrada. Visto<br />
que inúmeras evidências apontam para SP como uma substância "protetora", nosso trabalho teve como<br />
primeiro objetivo investigar os efeitos da administração sistêmica (i. p.) do neuropeptídeo SP sobre a amnésia<br />
induzida pelo diazepam (DZP). O resultado desse estudo mostrou que a SP administrada na dose de<br />
50mg/kg atenua o déficit observado no desempenho de ratos tratados com diazepam (pré-treino) na dose de<br />
2.0mg/kg. Posteriormente, com base em estudos que mostram a especificidade dos fragmentos SP 7-11 e SP<br />
6-11 da molécula de SP 1-11, nos processos de aprendizagem e memória, respectivamente, foi realizada outra<br />
série de experimentos, tendo por objetivo investigar uma possível especificidade desses fragmentos na<br />
amnésia induzida por DZP. Nossos resultados mostraram que o fragmento SP 7-11 (167 mg/kg) apresenta<br />
propriedades bloqueadoras em relação ao déficit induzido por DZP. Além disso, o efeito desse fragmento<br />
pareceu ser mais potente que o efeito obtido com a administração da molécula inteira (SP - 1-11). Por outro<br />
lado a administração pós-treino do fragmento SP-6-11 não apresentou efeito sobre o déficit no desempenho<br />
de uma tarefa de esquina inibitória induzida por DZP. Esses resultados são discutidos em termos de<br />
interações com sistema colinérgico a nível da via ST-hipocampal e região NBM. Os resultados obtidos nesses<br />
estudos apontam para a SP como um agente modulador nos processos de aprendizagem e memória, além de<br />
reforçar hipóteses que sugerem ser a SP um agente neurotrófico capaz de recuperar funções. Estes resultados<br />
podem ser considerados como uma contribuição para as pesquisas que buscam solucionar problemas<br />
referentes a doenças como a Doença de Alzheimer.<br />
265<br />
COSTA, Maria do Socorro Leal Carvalho. Avaliação do comportamento ecofisiológico de mangueiras<br />
(Mangifera indica L.) utilizadas na arborização da cidade de Belém do Pará. 1997. 83 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Olinto Gomes da Rocha Neto<br />
RESUMO: Devido ao crescimento desordenado da população urbana nos últimos anos, as grandes cidades<br />
necessitam cada vez mais de áreas verdes para melhoria do ambiente, tanto no aspecto paisagístico como do<br />
clima. A mangueira (Mangifera indica L.) continua sendo muito utilizada na arborização urbana da cidade de<br />
Belém, pois é uma espécie que adapta-se bem às variações climáticas que ocorrem durante o ano e também<br />
pode desenvolver-se nos mais variados tipos de solos existentes na região, desde que lhes sejam fornecidos os<br />
nutrientes necessários a sua sobrevivência. No presente trabalho foram estudados os efeitos dos fatores<br />
edafoclimáticos sobre o crescimento de 24 mangueiras plantadas em quatro áreas com características<br />
diferentes na cidade de Belém. As plantas foram avaliadas em duas épocas do ano e a relação desses<br />
ambientes sobre o desenvolvimento das plantas. As avaliações se deram em duas épocas do ano coincindindo<br />
com o período de maior (abril/maio) e menor (julho/agosto) precipitação pluviométrica. O comportamento<br />
estomático das plantas foi estudado com o auxílio de um porômetro de difusão (Steady State Porometer, LI-<br />
1600), em condições de campo. Foi observado que durante o período de maior índice pluviométrico, as<br />
plantas desenvolveram-se mais, quando comparadas com os resultados obtidos no período no qual o índice
177<br />
de precipitação pluviométrica foi menor. No período compreendido entre os meses de abril e maio, os<br />
lançamentos apresentaram-se mais longos, tendo em média vinte folhas por lançamento, e o tempo entre a<br />
emissão de um lançamento e outro foi de aproximadamente sessenta dias. No período compreendido entre<br />
julho e agosto, os lançamentos, quando totalmente expandidos, tinham em média dezessete centímetros de<br />
limbo e apresentavam de dez a quinze folhas por lançamento. O tempo entre a emissão de um lançamento e<br />
outro foi inferior a três meses. Esse fato foi verificado também quando comparadas as quatro áreas de<br />
estudo, num mesmo período. Nas áreas onde o solo era mais permeável, as mangueiras se desenvolveram<br />
melhor. Outro fator que influenciou de maneira significativa no desenvolvimento da espécie foi a adubação<br />
química. A condutância estomática das plantas nos meses de julho a agosto foi menor em todas as áreas<br />
quando comparada com a condutância nos meses de abril a maio, quando o índice pluvioméetrico foi mais<br />
elevado. A disponibilidade de água no solo influenciou de forma que o índice pluviométrico foi mais elevado.<br />
A disponibilidade de água no solo influenciou de forma bastante significativa no movimento estomático. Por<br />
meio dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se sugerir que para melhor aproveitamento das mangueiras,<br />
devem ser avaliadas as características edafoclimáticas da área do plantio, para que o desenvolvimento ocorra<br />
de forma mais rápida e as perdas das mudas plantadas sejam menores.<br />
266<br />
FARO, Lilian Rosana Ferreira. Localização da atividade da NADPH - Diaforase na área 17 do córtex<br />
visual humano. 1997. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: O padrão de distribuição da atividade da enzima NADPH-diaforase foi estudado na área 17 do<br />
córtex visual humano normal e em dois estados alterados. Amostras de fragmentos de tecido da área 17<br />
provenientes de autópsias (4-10 horas post-morten) foram fixadas por imersão em formalina 10% ou<br />
paraformaldeído 4% em tampão fosfato 0,1 M, pH = 7,2-7,4, por 24 horas. A histoquímica para NADPHdiaforase<br />
foi feita usando-se o método indireto para a enzima málica. A distribuição laminar da atividade<br />
histoquímica na neurópila e nos neurônios, além da morfologia celular e análises quantitativas bi e<br />
tridimensional de um total de 123 neurônios foram descritos. A distribuição da atividade histoquímica na<br />
neurópila mostrou-se semelhante àquela descrita para citocromo oxidase. Além da neurópila, a reação<br />
histoquímica também revelou dois tipos celulares marcados, denominados de tipo I e II, se possuíam alta ou<br />
baixa atividade histoquímica, respectivamente. Nos neurônios do Tipo I, considerados como grupos<br />
separados nas substâncias cinzenta e branca, foram encontradas diferenças morfométricas que indicaram<br />
diferentes estratégias de organização na árvore dendrítica destas células nos dois compartimentos corticais<br />
considerados. A técnica histoquímica para NADPH-diaforase também revelou, em uma das amostras, a<br />
presença de colunas de dominância ocular. Em outra amostra, na qual foi relatada a presença da esclerose<br />
tuberosa, marcou-se a desorganização laminar característica desta doença e também grande quantidade de<br />
células NADPH-diaforase positivas. A NADPH-diaforase tem sido demonstrada como uma das técnicas de<br />
escolha para a localização da forma neuronal da sintase do óxido nítrico. Assim, a distribuição espacial das<br />
células NADPH-diaforase positivas é uma importante ferramenta que pode ajudar a descrever a interrelação<br />
funcional entre os locais de produção de óxido nítrico em estados normais e alterados.<br />
267<br />
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui. Estudo sobre o polimorfismo genético de Leishmania (Viannia)<br />
braziliensis do Estado do Pará, Brasil, pelo uso da técnica RAPD. 1997. 92 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw<br />
RESUMO: Estudos recentes utilizando técnicas de Biologia Molecular têm demonstrado que existe<br />
polimorfismo genético entre as amostras de Leishmania (Viannia) braziliensis sensu lato que poderiam estar<br />
associados ou com a sua ecoepidemiologia ou com a distância entre as áreas das quais foram isoladas. Os
178<br />
vetores de L.(V.) braziliensis s.l. diferem de uma região para outra e o objetivo do presente estudo foi<br />
comparar as amostras de regiões que apresentaram diferentes vetores. Foram estudadas amostras de L .(V.)<br />
braziliensis s.l. isoladas de humanos das localidades de Paragominas (10), Serra dos Carajás (3), Paraná (4) e<br />
Peru (1), pelo uso da técnica de amplificação dos fragmentos de DNA (RAPD). Na primeira localidade o<br />
vetor identificado é Psychodopygus complexus, na segunda Ps.wellcomei. No Paraná o vetor suspeito é Lutzomyia<br />
whitmani e no Peru os vetores são desconhecidos, porém, os vetores de outras localidades não têm sido<br />
registrados na Região Amazônica. Quando os resultados dos diferentes oligonucleotídeos utilizados foram<br />
combinados e a média dos fragmentos compartilhados foram comparadas as amostras das diferentes<br />
localidades ficaram em grupos separados. Foi observado, também, que esses grupos puderam ser definidos<br />
apenas com o oligonucleotídeo M13-40. Um fenograma construído pelo método aritmético (UPGMA),<br />
usando o pacote MEGA, mostrou que as populações de Carajás foram geneticamente mais similares com as<br />
do Paraná do que com aqueles de Paragominas. A última localidade, no entanto é geograficamente mais<br />
próxima do que Paraná. Os resultados indicaram que as diferenças geográficas observadas estão<br />
provavelmente relacionadas à origem geográfica das amostras ou ao isolamento geográfico. Postula-se que os<br />
grupos relacionam-se a diferentes entidades ecoepidemiológicas, entre as quais os vetores podem estar<br />
excercendo maior pressão seletiva sobre a massa gênica das Leishmanias.<br />
268<br />
LIMA, Almira Cláudia Marinho. História natural do lagarto Polychrus marmoratus (Polychrotidae) na<br />
Amazônia oriental, com ênfase ao hábito alimentar. 1997. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1997.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: O lagarto Polychrus marmoratus (Polychrotidae) foi estudado em uma área de floresta secundária<br />
(capoeira velha) no nordeste do Pará, Brasil. Estes lagartos, heliotérmicos, foram observados na borda de<br />
florestas secundárias, geralmente sobre galhos de arbustos e árvores de pequeno porte. Além de possuir<br />
coloração críptica, adota como estratégia de camuflagem, seja para proteção contra predadores ou para<br />
aproximação da presa, o deslocamento durante a presença do vento, quando seus movimentos são poucos<br />
percebidos em função do balanço simultâneo das folhagens. A reprodução é sazonal com fêmeas produzindo<br />
de 5 a 10 ovos. A fecundação ocorre provavelmente no mês de fevereiro e a desova durante a estação seca,<br />
por volta do mês de agosto. Os indivíduos permaneceram a maior parte do tempo parados (90%). Eles<br />
apresentaram um baixo número de ataques a presas e gastaram maior parte do tempo na sombra. As fêmeas<br />
adultas foram maiores do que os machos adultos em comprimento rostro-anal, cauda, largura e comprimento<br />
da mandíbula e massa. A dieta consistiu basicamente de invertebrados arbóreos (insetos e aranhas) e matéria<br />
vegetal, não ocorrendo diferenças significativas na composição da dieta entre machos e fêmeas. Apesar de<br />
algumas diferenças na composição da dieta entre jovens e adultos, as proporções ingeridas dos principais<br />
tipos de presas não foram relacionadas ao tamanho do lagarto. O tamanho médio das presas ingeridas pelos<br />
lagartos aumentou com o tamanho do corpo, mas os lagartos maiores comeram presas de vários tamanhos.<br />
As observações sobre os padrões de movimento e composição da dieta indicam que Polychrus marmoratus é um<br />
forrageador de estratégia "senta-espera" mais do que um "forrageador ativo".<br />
269<br />
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas. Distribuição das variantes do Plasmodium vivax (VK 210, VK 247 e<br />
Plasmodium vivax-Like) em três áreas endêmicas da Região Amazônica brasileira, utilizando a<br />
amplificação do gene codificador da Proteína que Circunda o Esporozoíto (CSP). 1997. 99 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: Este estudo realizou-se com a finalidade de verificar a distribuição das variantes do Plasmodium<br />
vivax (VK 210, VK 247 e P. vivax-like) em áreas endêmicas da Amazônia brasileira, por meio da amplificação
179<br />
do gene codifica a Proteína que Circunda o Esporozoíto (CSP) de amostras coletadas em Macapá, Porto<br />
Velho e Belém no período de setembro de 1995 a setembro de 1996 por duas metodologias de diagnóstico,<br />
utilizando amostra coletada em membrana de fibra de vidro para a reação em cadeia da polimerase associada<br />
ao Teste Imunoenzimático (PCR/ELISA). Ademais, procurou-se correlacionar o tipo de P. vivax com sinais e<br />
sintomas, parasitemia inicial, passado malárico e a velocidade de negativação parasitária. Para rastrear todos os<br />
tipos de parasitemia, foram utilizados a gota espessa e o QBC®, cujos resultados mostraram que todas as<br />
amostras foram positivas em ambos os métodos. O resultado da tipagem do P. vivax, por meio da técnica<br />
MFV/PCR/ELISA, mostrou que há prevalência total em Macapá, Porto Velho e Belém do VK 210 foi de<br />
85,7%, 84,8% e 87,5%, do VK 247 de 71,4%, 69,7% e 60,0% e do P. vivax-like de 71,4%, 60,6% e 42,55,<br />
respectivamente. Infecções causadas somente pelo VK 210 foram evidenciadas em todas as três áreas de<br />
estudo com percentual de 26,2% para Macapá, 27,8 % para Porto Velho e 37,5% para Belém. Infecções<br />
mistas com VK 210 e P. vivax-like foram encontradas em 2,4% das amostras de Macapá, 12,1% de Porto<br />
Velho e 20,0% de Belém. Já as causadas por VK 247 e P.vivax-like foram observadas em 2,4% das amostras de<br />
Macapá, 3,1% de Porto Velho e 2,5 % de Belém. Para infecções mistas com os três variantes foi observada<br />
prevalência de 54,8% nas amostras de Macapá, 42,4% nas de Porto Velho e 27,55 nas de Belém. Estes<br />
resultados mostram que a forma clássica do P. vivax ainda é a mais prevalente na Região Amazônica brasileira<br />
e as variantes VK 247 e P. vivax-like estão amplamente distribuídas nestas áreas de estudo, porém se<br />
apresentam em infecções mistas. Os sinais e sintomas detectados nos pacientes incluídos neste trabalho não<br />
destacaram nenhuma característica diferente daquelas descritas na literatura. Tanto o esquema clássico quanto<br />
o reduzido para o tratamento da malária por P. vivax não mostraram diferenças na velocidade de negativação<br />
parasitária para nenhum dos tipos de P.vivax encontrados. O passado malárico, o sexo e nem a idade<br />
influenciaram nos tipos de P. vivax encontrados. A utilização da amostra em membrana de fibra de vidro foi<br />
útil para a tipagem do P. vivax associado à hibridização líquida não isotópica. A técnica MFV/PCR/ELISA<br />
foi sensível e específica para a detecção das parasitemia nas amostras de P. vivax, mostrando ser excelente para<br />
levantamentos epidemiológicos do complexo vivax em ambas as metodologias usadas.<br />
270<br />
MENDES, Yvone Gabbay. Soroepidemiologia do vírus Norwalk e do astrovírus em crianças de<br />
Belém, Pará, Brasil. 1997. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Durante um estudo longitudinal realizado em Belém do Pará, foram acompanhadas 83 crianças<br />
desde o seu nascimento até a idade de três anos, com o intuito de avaliar os aspectos clínicos e<br />
epidemiológicos da infecção pelos Astrovírus. Soros de 37 dessas crianças, selecionadas aleatoriamente, foram<br />
testados quanto à presença de anticorpos para o vírus Norwalk e Astrovírus, por um ensaio imunoenzimático.<br />
As 147 amostras de soro coletado aos 6, 12, 24 e 36 meses de idade mostraram uma taxa de positividade de<br />
63,9% para o vírus Norwalk. Uma baixa soropositividade foi observada aos seis meses, mas um aumento<br />
progressivo ocorreu do 12º ao 36º mês de vida. Soroconversões foram detectadas em 32 crianças: uma<br />
primeira conversão foi demonstrada em quinze crianças aos 12 meses, onze aos 24 meses e seis aos 36 meses.<br />
Uma segunda conversão foi registrada em seis crianças aos 24 meses e em nove aos 36 meses. Em uma<br />
criança, foi verificada uma terceira conversão aos 36 meses de vida. Para os Astrovírus, foram testados 221<br />
soros coletados aos 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses de vida, com uma positividade de 50,3%. Aos 6 meses a<br />
positividade foi baixa e o primeiro aumento de títulos foi notado aos 12 meses. Nos meses subseqüentes, foi<br />
observada uma variação no padrão de resposta imune com picos aos 24 e 36 meses, e níveis mais baixos aos<br />
18 e 30 meses. Conversões sorológicas para os Astrovírus foram detectadas em 31 crianças: uma primeira<br />
conversão foi evidenciada aos 12 meses em dezessete crianças; aos 18 meses em seis; aos 24 meses em cinco;<br />
e aos 30 meses em três. Aos 18 meses, duas crianças mostraram uma segunda conversão sorológica, aos 24<br />
meses dez e aos 30 meses duas. Aos 36 meses, quatro crianças tiveram uma segunda conversão e outras duas<br />
demonstraram uma terceira conversão. Esses são os primeiros dados soroepidemiológicos obtidos no Brasil<br />
sobre o vírus Norwalk e os Astrovírus, e constituem uma tentativa primária para definir a idade da<br />
primoinfecção na criança, uma etapa obrigatória, considerando futuras estratégias para a prevenção e controle<br />
das infecções por esses vírus.
180<br />
271<br />
MENEZES, Ilmarina Campos de. Morfogênese in vitro em tecido somático de pimenta-do-reino<br />
(Piper nigrum L.). 1997. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Milton Guilherme da Costa Mota<br />
RESUMO: A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é cultivada em muitos países tropicais, e o Brasil é um dos<br />
maiores produtores desta especiaria. A doença fusariose é um dos fatores limitantes para a produção da<br />
cultura. O patógeno (Fusarium solani f sp. piperis) é disseminado principalmente pelo método de propagação<br />
usual via sistema de enraizamento de estacas. O objetivo deste trabalho foi estudar as respostas<br />
morfogenéticas in vitro em tecidos somáticos e regenerar plantas livre de patógenos. Ápices caulinares obtidos<br />
de plântula in vitro foram estabelecidos em meio básico MS sólido, suplementado com AIA (0,5; 1,0 ou 2,0<br />
mg.L-1) e BAP (1,0; 2,0 ou 4,0 mg.L-1) durante 10 ou 20 dias. A indução e o alongamento de múltiplos<br />
brotos foram obtidos em mesmo meio de estabelecimento, sem AIA, mas, com 0,3 mg.L-1 GA3. Estes foram<br />
subcultivados em meio MS contendo somente BAP (1,0; 2,0 ou 4,0 mg.L-1). Os meios com 2,0 ou 4,0 mg.L-1<br />
BAP (3-4 brotos por explante) foram efetivos para a indução de novos brotos quando os explantes foram<br />
estabelecidos em meio MS contendo 0,5 e/ou 1,0 mg.L-1 de AIA. As raízes foram induzidas em meio com<br />
0,5; 1,5 ou 2,5 mg.L-1 de ANA ou AIB. As raízes em maior número foram obtidas em meio com ANA e as<br />
raízes com maiores tamanhos em meio com AIB. Para a indução de calos a partir de embriões com<br />
endosperma, os meios com 0,1 mg.L-1 de 2,4-D e a combinação de 1,0 mg.L-1 de 2,4-D e 1,0 mg L-1 BAP<br />
foram os mais efetivos.<br />
272<br />
NASCIMENTO, Manoel Euclides do. Aspectos anatômicos dos órgãos vegetativos de Piper<br />
hispidinervium C.DC. (Piperaceae) e suas estruturas secretoras. 1997. 78 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1997.<br />
Orientadora: Raimunda Conceição de Vilhena Potiguara<br />
RESUMO: Trata de um estudo anatômico e morfológico da raiz, caule e folha de Piper hispidinervium C.D.C.<br />
(Piperaceae), mais conhecida como "pimenta longa", nativa da Amazônia, nos campos de pastagem do Estado<br />
do Acre. É rica em safrol, substância utilizada como inseticida e na indústria farmacêutica. As raízes primária,<br />
adventícia aérea e adventícia subterrânea, são poliarcas e apresentam crescimento primário e secundário. Nas<br />
raízes adventícias, observa-se um parênquima central formado por células com paredes delgadas. No caule, o<br />
crescimento primário ocorre até o quarto entrenó contado do ápice e, o secundário, a partir do quinto<br />
entrenó. A folha é anfiestomática e apresenta tricomas tectores, secretores, pearl gland e idioblastos oleíferos.<br />
As pearl gland ou glândulas reluzentes são abundantes nas folhas jovens. A relação entre o número de<br />
estômatos, células epidérmicas e tricomas secretores revelou índice estomático de 12,120 e índice de tricomas<br />
secretores de 2,030 em uma área de 0,021 mm². O mesófilo é dorsiventral com tecido subepidérmico e<br />
parênquima paliçádico, ambos bisseriados. Os idioblastos oleíferos foram encontrados em todos os orgãos<br />
vegetativos, porém mais abundantes na folha, nos tecidos em crescimento primário e próximos aos nós<br />
caulinares. Na superfície das folhas, o número de idioblastos oleíferos é diretamente proporcional ao número<br />
de tricomas secretores.<br />
273<br />
PIRES, Andréa Ferreira. Dispersão de sementes na várzea do Médio Solimões, Estado do Amazonas-<br />
Brasil. 1997. 221 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres
181<br />
RESUMO: Traz uma abordagem em nível de comunidade, para traçar os padrões mais gerais dos principais<br />
processos de dispersão de sementes das espécies de uma comunidade de plantas de várzea na Reserva de<br />
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), localizada na região oeste da Amazônia, Estado do<br />
Amazonas, Brasil. O objetivo principal deste estudo foi identificar os principais mecanismos de dispersão de<br />
sementes; avaliar a qualidade da dispersão promovida por seus principais agentes dispersos, revelar os<br />
aspectos temporais, espaciais e morfológicos da produção de frutos das espécies, sua importância para a<br />
eficiência da dispersão das sementes, observa as adaptações das espécies de plantas para a vida na várzea e<br />
conhecer as interações entre animais e plantas que contribuem para a dispersão de sementes das espécies. O<br />
período do estudo foi entre novembro de 1992 a dezembro de 1993, e foram realizados: levantamento<br />
botânico em 4 ha; levantamento fenológico mensal durante 14 meses consecutivos; exame da morfologia de<br />
frutos e sementes de 132 espécies arbóreas; experimento de flutuação e longevidade de frutos e sementes de<br />
74 espécies de plantas; exame de conteúdo estomacal e intestinal de cinco espécies de peixes frugívoros;<br />
experimento de germinação de 26 espécies de plantas; e 1240 horas de observações de frugívoros diurnos.<br />
Agentes bióticos e abióticos contribuem para a dispersão de sementes das espécies na área de estudo. Mais de<br />
391.000 sementes foram potencialmente transportadas por animais frugívoros para distâncias variáveis da<br />
planta mãe nessas florestas de várzea, onde os peixes, as aves e os mamíferos são os principais zoócoros. As<br />
plantas maximizam o benefício proporcionado pelos dispersores por meio de adaptações morfológicas e<br />
temporais. A sincronia do pico de frutificação com o pico da cheia encontrada neste estudo sugere uma<br />
estratégia das espécies da várzea para maximizar o benefício proporcionado pelos agentes dispersores mais<br />
eficientes nesta época do ano: os peixes e a água.<br />
274<br />
ROCHA, Roberta Valente da. O Gênero Microstrates lacordaire (Curculionidae: Baridinae): sistemática,<br />
filogenia e evolução da associação com palmeiras hospedeiras. 1997. 158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1997.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: A revisão e análise filogenética do gênero Microstrates são apresentadas com base em caracteres<br />
descobertos durante o estudo e naqueles já utilizados na literatura. Foram reconhecidas onze espécies que<br />
podem ser identificadas pela chave apresentada. Duas espécies novas são descritas: Microstrates almiri, sp. n.,<br />
Caxiuanã, PA e M. piririma sp. n., Monte Alegre, PA. Microstrates bipunctatus Hustache, 1951 é considerada<br />
sinônimo de M. cocois Bondar, 1941. O estudo das relações filogenéticas das espécies de Microstrates resultou na<br />
seguinte hipótese expressa parenteticamente como: ((M. cocoscampestris (M. abbreviatus (M. rufus, M. cucullus, M.<br />
bondari). Pela primeira vez são apresentadas as palmeiras hospedeiras de M.almiri sp. n., M. piririma sp. n. e M.<br />
rufus Hustache, 1951. As espécies M. almiri sp. n. e M. piririma sp. n., coletadas no Estado do Pará,<br />
representam o primeiro registro do gênero para a Região Amazônica. Todas as espécies são redescritas e as<br />
estruturas mais importantes para a identificação estão ilustradas. A coleta de curculionídeos em diferentes<br />
espécies de palmeiras nos Estados do Pará e Amazonas corroborou a hipótese de associação exclusiva de<br />
Microstrates com as palmeiras dos gêneros Syagrus, Butia e Cocos, e que cada espécie de Syagrus e Butia hospeda<br />
apenas uma única espécie de Microstrates. A sobreposição e otimização (Farris, 1970) dos gêneros de palmeiras<br />
hospedeiras sobre o cladograma de Microstrates mostra a seguinte hipótese: a associação com o gênero Syagrus é<br />
plesiomórfica, com o gênero Butia é apomórfica e com o coqueiro (Cocos nucifera) é devida a eventos de<br />
colonização.
182<br />
1998<br />
275<br />
CARVALHO, Leônidas Olegário de. Ativação partenogenética com etanol de ovócitos bovinos<br />
azebuados. 1998. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Ovócitos de bovinos azebuados (bos taurus indicus) foram ativados partenogeneticamente com<br />
etanol a 7% em diferentes momentos de maturação, a fim de se determinar o melhor período de ativação in<br />
vitro com o objetivo futuro de utilizar esses dados na tentativa de inibir o desenvolvimento celular da meiose<br />
em estágio de metáfase II, com posterior enucleação é possível implantação nuclear (clonagem bovina). Os<br />
ovários foram coletados em matadouros e levados ao laboratório onde foram submetidos à punção folicular,<br />
e selecionados os ovócitos que apresentassem de uma a três camadas de células do cumulus oophorus e ovócitos<br />
com células do cumulus compactas. Os ovócitos escolhidos foram maturados em meio TCM 199 (FSH, LH,<br />
estradiol, piruvato, garamicina e bicarbonato). Passadas vinte e duas horas de maturação, os ovócitos que<br />
apresentassem células do cumulus expandidas eram desnudados e submetidos à ativação com etanol a 7%.<br />
Eram ativadas em torno de 50 unidades ovocitárias num total de cinco repetições em diferentes tempos de<br />
maturação (24,26,28,30, 32, e 34 horas), sendo levadas posteriormente a co-cultivo em meio Menezo (B2)<br />
associado a células da tuba uterina. Foram ativados 1.340 ovócitos e analisado o desenvolvimento em cultivo<br />
a partir das 24 horas. Os resultados demonstraram que do total de ovócitos ativados, clivaram 489 (43.4%),<br />
permanecendo a maior porcentagem em torno de 30 (46.5 %) a 32 (52.2%) horas de maturação. Indicando<br />
portanto, que o melhor período para a ativação partenogenética em ovócitos de bovinos deve ocorrer entre<br />
30 e 32h de maturação in vitro, corroborando com os dados observados em bovinos taurinos.<br />
276<br />
EMÍDIO-SILVA, Cláudio. A Caça de subsistência praticada pelos índios Parakanã (sudeste do Pará):<br />
características e sustentabilidade. 1998. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: A caça de subsistência dos índios Parakanã foi estudada na Terra Indígena Parakanã (Município<br />
de Novo Repartimento-PA) entre 1995 e 1997, para avaliar a sustentabilidade da forma atual de exploração da<br />
fauna. Realizou-se levantamentos populacionais de vertebrados por transecção linear em duas áreas com<br />
diferentes tempos de ocupação. Na área de exploração mais antiga, foram levantados: a estrutura<br />
populacional de ungulados, por meio da análise dos crânios de animais consumidos; as espécies e a biomassa<br />
dos animais abatidos, quantificadas mediante a questionários; as estratégias de caça, uso dos recursos e<br />
preferência alimentar de caça definidos por meio de entrevistas. Roedores e carnívoros foram mais<br />
abundantes na área com menor tempo de utilização, mas os dados para outros da taxa foram inconclusivos.<br />
As curvas de sobrevivência para as populações de ungulados não indicam uma superexploração, com a<br />
exceção de Tayassu pecari, cuja curva indica uma população desequilibrada. Os Parakanã ainda caçam presas<br />
preferidas, utilizando um número relativamente pequeno de espécies, e a quantidade de proteína animal<br />
consumida está bem acima dos índices mínimos recomendados pela WHO. Foi estimada que a atual<br />
população (449 indivíduos em 1997) utiliza menos de 42% da T.I. Parakanã (351.697 ha) como um todo entre<br />
caça, coleta e roça. As informações coletadas sugerem que a atual forma de exploração na T.I. Parakanã ainda<br />
não comprometeu de forma irreversível a sobrevivência das populações de vertebrados. A longo prazo,<br />
entretanto, o crescimento da população humana em relação à área limitada da T.I. Parakanã pode vir a<br />
prejudicar a manutenção das formas tradicionais de sobrevivência. Uma série de medidas devem ser<br />
implementadas para garantir a conservação da área e a qualidade de vida dos Parakanã
183<br />
277<br />
FERREIRA, Humberto Soares. Algumas características hormonais e da citologia vaginal durante o<br />
ciclo estral da espécie Aotus infulatus (macaco-da-noite) (Cebidae-Primates), em cativeiro. 1998. 82 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Objetivando obter dados básicos sobre algumas características reprodutivas em fêmeas de<br />
macaco-da-noite (Aotus infulatus), foram utilizadas 10 (dez) fêmeas desta espécie mantidas em cativeiro no<br />
Centro Nacional de Primatas, divididas em 02 grupos: grupo 01 formado por 05 (cinco) fêmeas não<br />
acasaladas e mantidas em gaiolas isoladas e o grupo 02 formado por 05 (cinco) fêmeas acasaladas cada uma<br />
com um macho da mesma espécie, mantidos cada casal em gaiolas individuais de reprodução. Foram<br />
realizadas em cada fêmea 03 (três) colheitas semanalmente, de amostras de sangue para dosagem de<br />
concentrações de 17b-E2 e P4 pela Técnica de Radioimunoensaio (RIA); amostras de esfregaço vaginal para<br />
exames colpocitológicos pela técnica de Papanicolau; medição de temperatura retal; observações de possíveis<br />
sintomas na genitália externa, bem como modificações nos padrões de comportamento. Observou-se que não<br />
há evidências de sintomas ou modificações na genitália externa, bem como alterações nos padrões<br />
comportamentais em nenhuma das fases do ciclo estral nesta espécie. A duração do ciclo estral observado foi<br />
de 14,87 ± 0,14dias, com uma fase de estro de 1,31 ± 0,1dias, a duração da fase de metaestro foi de 3,62 ±<br />
0,15dias, a duração da fase de diestro de 6,49 ± 0,24dias e a fase de proestro de 3,43 ± 0,05dias. A<br />
concentração média de 17b-E2 na fase de estro foi de 0,63 ± 0,01 ng/ml. A concentração média de P4 na<br />
fase de diestro foi de 145,00 ± 12,23ng/ml. Exames de esfregaço vaginal (colpocitologia) indicaram as<br />
seguintes características: houve a predominância de células superficiais na fase de estro, com média de 70,67<br />
± 4,3%; a maior presença de células intermediárias ocorreu na fase de diestro (43,82 ± 1,79%); células<br />
parabasais ocorreram em maior porcentagem também na fase de diestro (15,41 ± 1,45%); e a maior<br />
porcentagem de células basais ocorrendo também na fase de diestro (4,22 ± 0,34%). Dados de variações de<br />
temperatura retal em animais da espécie Aotus infulatus (macaco-da-noite) indicaram um aumento deste<br />
parâmetro na fase de estro com média de 38,93 ± 0,01°C.<br />
278<br />
MACHADO, Luiz Fernando Almeida. Vírus parixá: um novo possível arbovírus isolado do morcego<br />
Lonchophylla thomasi (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae) na Amazônia brasileira. 1998. 81 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa<br />
RESUMO: O vírus Parixá, isolado de vísceras do morcego Lonchophylla thomasi, capturado no Município de<br />
Altamira, Pará, Brasil, em 1984, é antigenicamente diferente dos vírus amazônicos identificados no Serviço de<br />
Arbovírus do Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil. Este trabalho objetivou a caracterização<br />
morfológica e antigênica deste possível novo agente, classificando-o preliminarmente dentro de uma família<br />
viral. O vírus Parixá provocou efeito citopático em células HEp-2, RD e Vero, 48-72 horas pós-infecção, com<br />
aumento do volume e destruição celular, não se replicando em células do clone C6/36 de Aedes albopictus e<br />
LLC-MK2. A contrastação negativa de sobrenadantes de cultivos celulares e macerado de fígado de<br />
camundongos recém-nascidos infectados demonstrou a presença de partículas virais envelopadas, contendo<br />
capsídio de simetria icosaédrica com diâmetro variando entre 90 e 116nm. O vírus completo apresentou<br />
diâmetro variando entre 170 a 280nm e consiste de um cerne ocupando a região central, um capsídio<br />
circundando o cerne, um tegumento e um envelope externo envolvendo o nucleocapsídio. Em cortes<br />
ultrafinos de hepatócitos de camundongos recém-nascidos e células HEp-2 infectadas com o vírus Parixá, as<br />
partículas virais foram inicialmente visualizadas no núcleo e, posteriormente, no citoplasma. Não foram<br />
observadas partículas virais no cérebro dos camundongos infectados. O referido vírus mostrou-se sensível ao<br />
DCA e não apresentou relação antigênica com os herpesvírus humanos e com o vírus Água Preta,<br />
pertencente à mesma família e que foi isolado uma única vez do sangue do morcego Carollia subrufa, na
184<br />
Amazônia brasileira. Os resultados obtidos demonstram que o vírus Parixá possui características morfológicas<br />
e físico-químicas compatíveis com a família Herpesviridae.<br />
279<br />
MORAES, Edilson Carvalho de. Características do manejo reprodutivo de bovinos da raça nelore na<br />
Amazônia oriental. 1998. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: José Ribamar Felipe Marques<br />
RESUMO: Estuda as características da eficiência reprodutiva em rebanhos da espécie Bos taurus indicus,<br />
envolvendo animais da raça Nelore e mestiços criados em sistema extensivo e semi-intensivo, sob regime de<br />
pastagens nativa e cultivada, com o objetivo de identificar fatores de influência não genética sobre as<br />
características estudadas e determinar os índices de eficiência reprodutiva desses animais. O estudo foi<br />
desenvolvido com base nos dados colhidos no período de 1973 a 1997 nas fazendas Rio Arataú<br />
Agropecuária, Itaqui Agropecuária, Cristo Redentor, Promissão e Cedro, situadas respectivamente nos<br />
Municípios de Novo Repartimento, Castanhal, São Francisco do Pará, Ipixuna do Pará e Marabá, Estado do<br />
Pará. As características estudadas foram: Idade à Primeira Cria (IPC), Intervalo de Partos (IDP), Período de<br />
Serviço (PS) e Eficiência Reprodutiva (ER), cujas médias, desvios padrões, número de observações e<br />
coeficientes de variação foram : IPC-41,83 mais ou menos 7,36 meses (1.411) e 14,56% ; IDP-404,21 mais ou<br />
menos 42,68 dias (742) e 10,08% ; PS-115,92 mais ou menos 82 dias (1.122) e 34,54% ; e ER-88,25 mais ou<br />
menos 4,42% e 89,66 mais ou menos 9,25%, respectivamente. A análise estatística mostrou que a IPC foi<br />
afetada significativamente por fazenda, ano e mês do nascimento da fêmea, o PS pelo grupo genético e pela<br />
ordem do parto e a IDP pela fazenda e pela ordem do parto. Os índices mostraram-se inferiores à maioria<br />
daqueles registrados em estudos realizados no Brasil e em outros países, demonstrando a aclimatação da<br />
espécie às áreas de criação, assim como uma razoável perfomance reprodutiva desses animais no ecossistema<br />
amazônico.<br />
280<br />
RAMOS, Rosemar Silva Luz. Análise cariotípica das espécies do gênero Dasyprocta (Rodentia:<br />
Dasyproctidae) encontradas na Amazônia brasileira. 1998. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1998.<br />
Orientador: William Gomes Vale<br />
RESUMO: Foram estudados citogeneticamente um total de 30 animais das espécies D. prymnolopha (N=20),<br />
D. leporina (N=6), D. fuliginosa (N=1) e Dasyprocta spp. (N=3) (dasyproctidae, Histricomorfa). Os cromossomos das<br />
quatro espécies foram obtidos do cultivo de sangue periférico, além de medula óssea e baço das espécies<br />
D.prymnolopha e D. leporina. O número diplóide foi de 2n=64/65 em todos os exemplares. O cariótipo<br />
mostrou similaridade, não sendo detectado, através de coloração convencional de Giemsa e de banda G,<br />
polimorfismo cromossômico em qualquer uma das quatro espécies estudadas. A distribuição da<br />
hetecromatina constitutiva foi uniforme entre as espécies localizadas na região pericentromérica de todos os<br />
cromossomos. As espécies D. prymnolopha, D. leporina e Dasyprocta spp. apresentaram variação no tamanho do<br />
bloco heterocromático entre os homólogos do par 6; e as espécies D. prymnolopha e Dasyprocta spp. mostraram<br />
ausência de bloco e heterocromatina uniformemente distribuída em todos os cromossomos. Não houve<br />
variação no padrão das RON entre as espécies estudadas. Nossos resultados, comparados aos descritos na<br />
literatura, sugerem que o gênero Dasyprocta não ocupa uma posição ancestral na filogenia dos Histricomorfos.<br />
281<br />
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro. Relacões cromossômicas entre Phyllostomus e Artibeus<br />
(Phyllostomidae-chiroptera). 1998. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi
185<br />
RESUMO: Analisou-se citogeneticamente três espécies da família Phyllostomidae: Phyllostomus discolor (2m, 2F),<br />
P. hastatus (2M, 2f) e Artibeus lituratus (1M, iF), coletados em populações naturais do Pará. Os cariótipos foram<br />
comparados através de coloração convencional, bandeamentos G, C, G/C seqüencial e marcação Ag-NOR.<br />
P. discolor apresentou-se 2n=32 e FN=60, sendo todos os autossomos de dois braços, o cromossomo X<br />
submetacêntrico médio e o Y acrocêntrico pequeno. O cariótipo de P. hastatus é semelhante ao de P. discolor,<br />
mas com 2n=32 e FN=58. As duas espécies de Phyllostomus se diferenciam apenas pelo par 15, que é<br />
metacêntrico em P. discolor e acrocêntrico em P. hastatus, sendo esta diferença explicada por uma inversão<br />
pericêntrica. Em ambas as espécies: 1) as bandas C positivas localizam-se apenas na região centrométrica de<br />
todos os cromossomos, 2) ocorre apenas um par de organizadores nucleolares. P. discolor compartilha com<br />
Mimon crenulatum a forma metacêntrica do par 15, que é considerada primitiva em relação ao par 15<br />
acrocêntrico de P. hastatus. Artibeus lituratus apresentou 2n=30/31 e FN=56. Os autossomos são 10 pares<br />
metacêntricos e quatro subtelocêntricos. O sistema sexual é do tipo XY1Y2, sendo o X subtelocêntrico e os<br />
cromossomos Y1 e Y2 acrocêntricos pequenos. Tal cariótipo é semelhante ao decrito em espécimes de<br />
Pernambuco, mas difere quanto ao padrão de bandas C, do encontrado em animais de São Paulo. P. hastatus e<br />
A. lituartus compartilham vários segmentos homeólogos, incluindo cromossomos inteiros conservados,<br />
cromossomos inteiros rearranjados e braços cromossômicos conservados, mas reorganizados dentro dos<br />
cariótipos. Sugerimos que o sistema XY1Y2 de Artibeus que originou através de uma fusão in tandem de um<br />
autossomo acrocêntrico com um X primitivo idêntico ao X de Phyllostomus.<br />
282<br />
SANTIAGO, Lucídia Fonseca. Soroprevalência de brucelose e toxoplasmose em diferentes grupos<br />
populacionais na cidade de Belém. 1998. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: László Molnár<br />
RESUMO: Examinaram-se amostras de soros de diferentes grupos populacionais da cidade de Belém, para<br />
avaliar a difusão de infecção por B. abortus, B. canis e T. gondii. Para avaliação da infecção por B. abortus,<br />
examinou-se 383 amostras através das provas de soroaglutinação lenta (SAL), fixação do complemento (FC) e<br />
ELISA competitivo (cELISA), a proporção de positividade obtida nas provas foram de 5,2%, 8,8% e 2,09,<br />
respectivamente, com a FC demonstrando maior sensibilidade. O grau de concordância observada entre<br />
SAL/FC; SAL/cELISA e FC/cELISA foi de 66,8%, 71,9% e 83,0%, respectivamente. A proporção mais alta<br />
de positividade ocorreu nos seguintes grupos ocupacionais: magarefes (65/23, 35,3%) e veterinários<br />
(25/3,13,0%). Segundo o local de trabalho, observou-se maior índice de positividade entre os trabalhadores<br />
do matadouro (80/23, 28,7%) e trabalhadores da colônia do Biotério/UFPA (12/3,25%). Segundo o sexo,<br />
evidenciou-se proporção maior de soros reagentes no sexo masculino (220/26,11,8%) em relação ao<br />
feminino (163/8,4,9%). Dentre os 383 soros examinados pelo teste de imunodifusão para a verificação de<br />
anticorpos para B. canis, observou-se uma taxa de incidência de soros reagentes surpreendentes (14,6%), que<br />
superou mesmo as obtidas em outros estados (Bahia, Minas Gerais, São Paulo). Os dados recebidos indicam<br />
presença de infecção em cães da cidade de Belém, fato comprovado por pesquisa anterior (Carvalho et al.,<br />
1996). Chamou-nos atenção a alta proporção de positividade entre as donas de casa (11,2%), fato<br />
perfeitamente aceitável se atentarmos para a estreita co-habitação entre o homem e o cão observada na cidade<br />
de Belém. Para avaliação da soroprevalência da infecção por T. gondii, foram examinados 362 soros através do<br />
ELISA IgG e ELISA IgM e 208 soros pela prova de látex aglutinação, obtendo-se índice de positividade de<br />
68,8%, 6,1% e 70,6%, respectivamente. Este índice pode ser considerado alto, sendo, entretanto, semelhante<br />
a resultados observados em outras regiões do país. A látex aglutinação pode ser usada para avaliação<br />
epidemiológica onde não existam outras possibilidades.
186<br />
283<br />
SANTOS, Cláudia Nunes. Diversidade e relações filogenéticas de roedores e marsupiais da Reserva de<br />
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Amazonas): uma abordagem molecular. 1998. 89 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres<br />
RESUMO: Técnicas de captura foram empregadas a fim de se conhecer quais espécies de pequenos<br />
mamíferos ocorrem nos diferentes habitats das várzeas da área focal da Reserva de Mamirauá (Amazonas,<br />
Brasil) e, diferentes "estações" do ano (seca, enchente e cheia). Foram capturados 53 animais pertencentes a<br />
10 táxons de marsupiais e roedores: Didelphis, Philander, Caluromys, Micoureus, Mesomys, Oecomys, Proechimys,<br />
Oligoryzomys, Makalata e um didelfídeo não identificado (um espécime de Erethizontidae (Coendou sp) foi<br />
registrado através de coleta por moradores da área). Para obter uma identificação mais precisa e avaliar as<br />
relações filogenéticas entre e dentro dos táxons amostrados, utilizou-se seqüências do fragmento inicial (+ ou<br />
- 400 pares de bases) do gene mitocondrial Citocromo B de 5 táxons de marsupiais (Didelphis, Philander,<br />
Caluromys, Micoureus e um didelfídeo não identificado) e 3 táxons de roedores (Proechimys, Mesomys e Oecomys)<br />
capturados em Mamirauá. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e<br />
matriz de distância, e comparadas com seqüências de indivíduos de outras localidades da Amazônia para<br />
identificação das espécies em nível molecular. Outros 3 táxons foram identificados apenas em nível<br />
morfológico (Oligoryzomys sp., Coendou sp. e Makalata cf. didelphoides). O arranjo filogenético obtido e a análise<br />
das taxas de divergência nucleotídica confirmaram a identificação das espécies Didelphis marsupiais, Caluromys<br />
lanatus, Micoureus demerrarae. Mesomys hispidus e Oecomys robertii. O espécime didelfídeo não identificado aparece<br />
nesse arranjo formando um clado com Micoureus demerarae, entretanto a divergência nucleotídica indica que<br />
este indivíduo pode pertencer a outra espécie. As taxas de divergência entre indivíduos de Proechimys cf. steerei<br />
de pontos diferentes da reserva foi elevada (0,2 a 6,6 %), evidenciando uma alta variabilidade genética na área.<br />
Além disso, as análises filogenéticas do gênero Philander refutam a proposta taxonômica de Patton e da Silva<br />
(1997), sugerindo a divisão do gênero em dois grupos de espécies com a elevação de Philander opossum opossum,<br />
P. o. fuscogriseus e P. o. canus em nível de espécie.<br />
284<br />
SANTOS, Domingos Ezenildo Matos dos. Subtipagem genômica do HIV- 1, a partir do gene env, em<br />
pacientes portadores do HIV-1 ou com SIDA/AIDS, na cidade de Belém-PA, Brasil. 1998. 118 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: O HIV-1 apresenta uma grande diversidade genômica. No Brasil, a maioria das amostras pertence<br />
ao subtipo B, porém já foram encontrados os subtipos C, D, F e genomas recombinantes B/F. O presente<br />
estudo visa descrever a prevalência dos subtipos do HIV-1 isolados em Belém, Pará, Brasil. Os pacientes<br />
atendidos na Unidade de Referência de AIDS assinaram termo de consentimento para participar do estudo.<br />
O DNA proviral de linfócitos do sangue periférico foi amplificado pelo Nested-PCR e seus produtos<br />
submetidos a uma comparação genômica pela técnica do heterduplex. Dentre as 99 amostras amplificadas, 62<br />
tiveram o subtipo genético do HIV-1 identificado, revelando 59 (95%) do subtipo B, e 3 (5%) do subtipo F.<br />
O subtipo B foi obtido entre 24(41%) homens e mulheres heterossexuais, em 18(30%) homens bissexuais,<br />
16(27%) homens homossexuais e em 1(2%) hemofílico. O subtipo F foi detectado em 3 indivíduos<br />
heterossexuais: uma mulher e dois homens, que também eram usuários de drogas injetáveis. O presente<br />
estudo representou a primeira caracterização dos subtipos genômicos do HIV-1, em Belém-PA. As 32<br />
amostras não subtipadas podem sugerir a ocorrência de uma co-infecção por dois subtipos (e.g., B e F), a<br />
presença de cepas recombinantes do HIV-1 ou outro subtipo. Análises moleculares adicionais são necessárias<br />
para monitorar a variabilidade genética e antigênica das cepas circulantes e para esclarecer a situação local da<br />
epidemia.
187<br />
285<br />
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno. Algumas características da maturação in vitro de ovócitos<br />
bubalinos. 1998 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Com o objetivo de verificar a influência das células da granulosa, de gonadotrofinas extrahipofisárias,<br />
de estradiol e do tempo de cultivo na maturação in vitro, 2746 ovócitos de cumulus compactos,<br />
obtidos a partir de 1555 ovários de búfalas abatidas em matadouro, foram levados à maturação em meio 199<br />
com 5% de soro fetal bubalino (SFB) e 5% de soro de búfala em cio(SBC) (T 1 ); meio 199 com 5% de SFB,<br />
5% de SBC e células da granulosa (CG) (T 2); meio 199 com 5% de SFB, 5% de SBC, CG, 10 UI de eCG e<br />
10 UI de hCG (T 3); meio 199 com 5% de SFB, 5% de SBC, 10 UI de eCG, 10UI de hCG e 1 µg de<br />
estradiol/ml (T 4) em tempos de 14 17h, 20-22h, 23-25h, 26-28h, 29h e 32 horas de cultivo em estufa a<br />
38,5°C, atmosfera de 5% de CO2 e alta umidade. Após a maturação os ovócitos foram fixados em etanol e<br />
ácido acético (3 : 1) e analisados sob microscopia de contraste de fase, considerando-se maturos os ovócitos<br />
que se encontravam em metáfase II. Após 14-17 horas de cultivo obteve-se 11,37%, 12,37%, 6,83% e 22,5%<br />
de maturação para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Em 20-22 horas obteve-se 18,74%, 23,71%,<br />
33,8% e 81,62% para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Em 23-25 horas obteve-se 45,42%, 22,91<br />
%, 45,0% e 90,9% para T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 26-28 horas obteve-se 35,3%, 43,3%, 72,0% e<br />
75,0% para T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 29 horas, obteve-se 54,54%, 53,3%, 58,81 % e 76,31 %<br />
para os T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 32 horas, obteve-se 58,58%, 49,24%, 48,06 e 74,99% para os<br />
T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Quando comparados os tratamentos 1, 2, 3 e 4, observou-se que não há<br />
diferença estatisticamente significante (P
188<br />
(3 An. (Nys) marajoara, 1 An. braziliensis e 1 An. peryassul) para o Plasmodium falciparum. Dados epidemiológicos<br />
da Coordenação Regional do Amapá/FNS/MS mostram que a malária vivax foi mais prevalente nos humanos<br />
(96,33% em 1996), no Município de Macapá. Como neste estudo as capturas foram feitas com isca humana, e<br />
a espécie de mosquito mais prevalente, a com maior taxa de infectividade para todas as espécies de plasmódio<br />
humano, inclusive para P. vivax, e a com maior índice de picada/homem/hora foi o An. (Nys) marajoara,<br />
podemos concluir que esta espécie tem grande importância na transmissão de malária nas áreas estudadas.<br />
Portanto, é possível afirmar que o An. (Nys) marajoara é o principal vetor de malária vivax nas áreas deste<br />
estudo, cuja incriminação como vetor está sendo feita pela primeira vez.<br />
287<br />
SENA, Leonardo dos Santos. Filogenia do gênero Callithrix Erxleben 1777 (Callitrichinae,<br />
Platyrrhini) baseada em seqüências do gene mitocondrial da citocromo oxidase II (CO II). 1998.<br />
111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: As relações filogenéticas entre doze espécies de Callithrix (Callitrichinae, Platyrrhini) são inferidas a<br />
partir de seqüências de 549 bases do gene mitocondrial citocromo oxidase II (COII). Por tratar-se de um<br />
gene relativamente conservado, a maior parte dos sítios variáveis localizou-se na terceira base do códon, que<br />
não sofreu saturação nas comparações intra-específicas. As seqüências de nucleotídeos e aminoácidos<br />
encontradas foram similares àquelas já conhecidas para outros mamíferos. A topologia das árvores<br />
filogenéticas, obtidas pelos métodos de máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos, e máximaverossimilhança,<br />
foi muito semelhante. As análises claramente indicam a existência de três grupos de espécies<br />
- "argentata", "pygmaea" e jacchus"-, não sendo observado o arranjo preferencial entre os dois primeiros, como<br />
proposto por Tagliaro (1997), baseado em seqüências nucleotídicas da alça-D mitocondrial. No grupo<br />
"argentata", C. argentata e C. emiliae do sul do Pará estão proximamente relacionados, enquanto C. emiliae de<br />
Rondônia não apresenta arranjo preferencial com qualquer espécie; C. humeralifera, C. mauesi, C. saterei e<br />
C.melanura formam um terceiro clado dentro desse grupo. Este arranjo parece confirmar a necessidade de<br />
uma reclassificação da forma emiliae de Rondônia, indicando também a existência de uma divisão importante<br />
dentro do grupo de espécies "argentata" relacionada a uma barreira geográfica (o rio Tapajós), ao invés de<br />
traços morfológicos com a presença ou ausência de tufos nas orelhas. No grupo "jacchus", C. aurita é uma<br />
espécie bem diferenciada, enquanto as relações entre C. penicillata, C. geoffroyi, C. jacchus e C. kuhli são menos<br />
claras, indicando possíveis casos de polimorfismo ancestral e introgressão diferencial entre algumas linhagens.<br />
A filogenia obtida no presente estudo é comparada com as propostas existentes para Callithrix. São discutidas<br />
as dificuldades de se inferir a filogenia das espécies a partir de análises de seqüências gênicas mitocondriais e a<br />
contribuição deste e de outros estudos genéticos para a definição das relações taxonômicas dentro dos<br />
grupos.<br />
288<br />
SILVA, Mônica Cristina de Moraes. A Deficiência da Enzima Glicose - 6 - Fosfato Desidrogenase<br />
(G6PD) e sua relação com a infecção malárica. 1998. 99f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1998.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: A deficiência de G6PD é a enzimopatia mais comum em populações humanas, acometendo cerca<br />
de 400 milhões de pessoas no mundo. A maioria é assintomática, podendo apresentar quadro hemolítico<br />
grave após contato com um agente indutor como primaquina, doenças virais e feijão fava. A alta prevalência<br />
desta enzimopatia em áreas onde a malária é ou foi endêmica sugere que a deficiência atua com um fator<br />
seletivo contra a parasitose, do mesmo modo que a talassemia e anemia falciforme. Nosso estudo teve como<br />
objetivos investigar a relação entre a deficiência de G6PD e a infecção malárica; quando a vantagem seletiva<br />
oferecida ou não pela desordem hereditária em uma amostra de pacientes maláricos e avaliar o efeito
189<br />
hemolítico da primaquina em pacientes portadores de infecção malárica, normais e enzimopênicos, que foram<br />
tratados com 30mg diárias da droga. A freqüência da deficiência em nossa amostra foi 5,5%, o que está de<br />
acordo com aquela sugerida para populações brasileiras. Foi demonstrado também que o grupo de pacientes<br />
com a deficiência enzimática (homens e mulheres enzimopênicos e mulheres heterozigotas) são mais<br />
protegidos contra a severidade da febre causada pela malária do que o grupo de pacientes normais. Todavia,<br />
quanto ao calafrio, à cefaléia, e à parasitemia, não foi detectada proteção. A análise dos parâmetros<br />
hematológicos e bioquímicos do sangue indicaram presença de processo hemolítico induzido pela primaquina<br />
(30 mg/dia) apenas em pacientes enzimopênicos. Nossos resultados sugerem que a investigação da freqüência<br />
da deficiência de G6PD deve ser realizada em pacientes com infecção malárica a fim de evitar complicações,<br />
como anemia hemolítica. Assim, novos estudos sobre a relação entre a deficiência de G6PD e a infecção<br />
malárica deverão ser conduzidos no sentido de esclarecer se há ou não a proteção oferecida pela enzimopatia.<br />
289<br />
SOUZA, Marcelo Nazareno Vallinoto de. Evidências de integração nuclear do gene mitocondrial<br />
citocromo oxidase II em Saguinus Hoffmansegg, 1807 (Callitrichinae, Primates). 1998. 121 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: No presente trabalho foram seqüenciados 549 pares de base da subunidade II do gene<br />
mitocondrial citocromo oxidase (COII), em 11 indivíduos do gênero Saguinus. Para a análise foram somadas, a<br />
estas; 3 seqüências do gênero Callithrix, 1 de Callimico e 1 de Saguinus, oriundas da literatura. De acordo com<br />
diversas características, as seqüências de Saguinus foram divididas em dois grupos, chamados de grupo 1 e 2.<br />
Os Saguinus do grupo 1 apresentavam grande divergência genética (sempre maior que 20 %) quando<br />
comparados com indivíduos do grupo 2, possuíam taxas constantes de mudanças nas três posições do códon,<br />
deleções e/ou inseções, e presença de códons de parada. A ocorrência de tais características aponta para a<br />
presença de pseudogenes mitocondrais em nossa amostra, sendo eles do tipo nucleares, ou seja, cópias de<br />
seqüências mitocondriais que migraram para o núcleo e perderam suas funções. A grande divergência<br />
encontrada entre essas seqüências e as demais de COII no gênero Saguinus, bem como com as dos demais<br />
calitriquíneos usados na análise, indica que a migração ocorreu antes da emergência da subfamília Callitrichinae,<br />
ou seja, há mais de 10 milhões de anos.<br />
290<br />
VALENTE, Vera da Costa. Potencial de domiciliação de Panstrongylus geniculatus (Latreille.1811)<br />
(Hemiptera, Reduviidae, Triatominae) no Município de Muaná, ilha do Marajó, nordeste do Estado<br />
do Pará, Brasil. 1998. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Habib Fraiha Neto<br />
RESUMO: Panstrongylus geniculatus é espécie silvestre de triatomíneo, classicamente associada a tocas de animais<br />
no chão da mata úmida, particularmente a tocas de tatu, principal reservatório do zimodema 3 de Trypanosoma<br />
cruzi. Apesar de seu encontro eventual no interior das habitações humanas, para onde vem atraído pela luz,<br />
este triatomíneo não coloniza no domicílio - o que constitui importante fator limitante de sua capacidade vetora<br />
de Doença de Chagas ao homem. É detectada agora sua colonização em chiqueiros de área de várzea, anexos<br />
ou contíguos ao domicílio humano, no Município de Muaná, sudeste do Marajó, com invasão de aposentos<br />
humanos e assédio a moradores. No curso dos trabalhos de investigação, foram coletados 564 triatomíneos em<br />
domicílios, anexos e palmeiras do furo do Pau Grande, Capitariquara, Inamaru, Mucajatuba, rio Abacatal e<br />
Flexal, correspondendo a 5 espécies distintas : Panstrongylus geniculatus, Rhodnius pictipes, P. lignarius, R. robustus e<br />
Eratyrus mucronatus, com ampla predominância da primeira (89,36%). O índice de infecção natural da espécie<br />
por tripanossoma tipo cruzi foi de 16,46% (27/164 examinados). Somente o zimodema 1 de T. cruzi, antes<br />
associado a marsupiais e a R. pictipes, foi isolado de triatomíneos e mamíferos da microrregião. A infecção<br />
natural de P. geniculatus por Z1 sugere mudança de hábitos desse vetor, provavelmente por força de pressão
190<br />
ecológica. Vinte e sete exemplares da espécie foram coletados em dependências humanas do domicílio, 5<br />
deles (18,51%) com infecção natural. Das 122 casas examinadas, 28 (22,95%) apresentavam-se infestadas.<br />
Quarenta triatomíneos adultos foram aí coletados. Foram examinados 114 mamíferos domésticos (105 porcos,<br />
5 cães e 4 gatos) e 7 silvestres (4 Didelphis marsupialis, 2 Philander opossum e 1 Proechymis guyanensis), tendo sido<br />
constatada infecção natural por tripanossoma tipo cruzi em 3 porcos domésticos (Sus scrofa) (2,85%) dos<br />
examinados, 4 D. marsupialis e 1 P. opossum. A infecção natural do porco doméstico por Z1, em chiqueiros<br />
colonizados por P. geniculatus, constitui um achado relevante, além de ser este o primeiro registro de<br />
associação de triatomíneos com animais domésticos na Amazônia brasileira. Não foi constatada infecção<br />
humana nas comunidades. Todos 582 habitantes apresentaram sorologia negativa. Mas a ocorrência de casos<br />
é previsível, cogitando-se até de a infecção poder ser contraída por manipulação de carne de porco, dado o<br />
hábito local extravagante de lambuzar as mãos desprotegidas com o sangue do animal abatido. A<br />
adaptabilidade constatada de P. geniculatus a criadouros de porcos no peridomicílio, em área de várzea, e o<br />
ataque ao homem dentro das casas, justificam a domiciliação da espécie no delta do Amazonas.<br />
1999<br />
291<br />
ALVES, Lívia Navegantes. Uso intensivo da pastagem de Brachiaria brizantha (Hochst ex. A Rich)<br />
na engorda de bovinos nelorados em Belém-PA. 1999. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1999.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
RESUMO: Avalia um sistema de pastejo intensivo em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu na<br />
engorda de novilhos, em Belém-PA. O pastejo foi rotacionado com doze piquetes, com ocupação de três e<br />
descanso de 33 dias, em uma área total de 7,2 ha. A taxa de lotação variou de 2,5 a 4,12 UA/ha. Foram<br />
utilizados 33 novilhos nelorados. A forragem foi amostrada ao acaso, em 5 áreas de 0,5m2 à 5 cm do solo.<br />
Houve diferenças significativas entre os ciclos de pastejo e entre os piquetes em todas as variáveis estudadas<br />
(P
191<br />
marcadores que estão sendo utilizados para calcular riscos de descendência com FC e diagnóstico pré-natal.<br />
Os estudos realizados em populações do Sul e Sudeste do Brasil têm determinado a freqüência de portadores<br />
de ∆F508 nessas regiões, cujo processo de colonização transcorreu de forma diferente ao das outras regiões<br />
do país. Este trabalho tem como objetivos estudar a freqüência da mutação ∆F508 e caracterizar a<br />
distribuição dos haplótipos XV2c/KM19 em cromossomos normais e cromossomos FC, em uma população<br />
tri-híbrida do Norte do Brasil. Com essa finalidade, foram investigados 300 indivíduos sadios da população de<br />
Belém e 15 famílias com fibrose cística. A mutação ∆F508 foi encontrada em quatro cromossomos da<br />
amostra de indivíduos normais (0.7%) da população de Belém. Nos pacientes com FC a ∆F508 foi observada<br />
com freqüência de 13%, sendo esse resultado menor do que a freqüência dessa mutação observada e em<br />
outros cinco estados brasileiros em países do Continente Americano como México, Cuba e Argentina. A<br />
distribuição dos haplótipos gerados pelos marcadores XV2c e KM19 em cromossomos normais,<br />
cromossomos FC e cromossomos ∆F508 foi heterogênea. O haplótipo B apresenta freqüência muito maior<br />
em cromossomos portadores da mutação ∆F508 do que em cromossomos normais e e cromossomos<br />
portadores de outra mutação qualquer no gene da FC, corroborando o desequilíbrio de ligação existente entre<br />
esses marcadores e a mutação ∆F508. Em relação à distribuição dos haplótipos (XV2c/KM19) em<br />
cromossomos normais, cromossomos FC e cromossomos ∆F508, os resultados obtidos na população de<br />
Belém irão permitir o cálculo da probabilidade de um indivíduo ser portador de uma mutação no gene da FC,<br />
pela análise da composição de seus haplótipos (XK). Essa informação permite um cálculo mais preciso de<br />
riscos de descendência com FC, nos casos de aconselhamento genético.<br />
293<br />
BARROS, Carlos Augusto Lima. Haptoglobina como marcador de infecção malárica causada por<br />
Plasmoduim falciparum e/ou Plasmodium vivax em crianças e adultos e sua correlação com os<br />
perfis hematológico e bioquímico. 1999. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: A haptoglobina tem sido estudada como marcador de infecção malárica, principalmente em<br />
grupos de crianças. Com o objetivo de avaliar o nível de haptoglobina plasmática como marcador de infecção<br />
malárica em crianças e adultos, e correlacioná-lo com os perfis hematológico e bioquímico do sangue nesta<br />
patologia, foram estudadas 132 amostras (41 crianças - grupo A e 91 adultos - grupo B) de sangue infectadas<br />
com Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax oriundas das cidades de Belém e Marabá. Das 132 amostras, 58<br />
foram diagnosticadas microscopicamente como P. falciparum e 74 como P. vivax. A média geométrica da<br />
parasitemia no grupo A foi de 2.951,9 para o P. falciparum e de 2.906,7 para o P. vivax, e no grupo B de 1.439,1<br />
para o P. falciparum e 2.834,7 para o P. vivax. Para determinação do nível plasmático de haptoglobina<br />
desenvolvemos um método quantitativo (Método de ELISA modificado), para o qual foi calculado os Valores<br />
de Referência para a haptoglobina e criada a Unidade Barros & Póvoa (UBP). A prevalência de<br />
haptoglobinemia foi de 43,5% nas crianças e 25,0% nos adultos infectados por P. falciparum e de 13,7% nos<br />
adultos infectados por P. vivax, a de hipohaptoglobinemia foi de 37,5% nos adultos infectados por P.<br />
falciparum e de 52,9% nos infectados por P. vivax, e a de hiperhaptoglobinemia foi de 5,6% nas crianças e 1,9%<br />
nos adultos infectados por P. vivax e de 7,5% nos adultos infectados por P. falciparum. Os componentes<br />
bioquímicos estudados apresentaram níveis plasmáticos diminuídos ou aumentados, evidenciando a fase<br />
aguda ou crônica do processo hemolítico na infecção malárica e estão em consonância com a fisiopatologia<br />
da doença. Nas crianças com infecção malárica por ambas as espécies de plasmódio, haptoglobina e<br />
transferrina são bons marcadores, enquanto que a bilirrubina indireta é bom marcador apenas para as<br />
infectadas por P. vivax. Nos adultos, nenhum dos parâmetros estudados foram bons marcadores para esta<br />
patologia.
192<br />
294<br />
CARVALHO FILHO, Nelson Monte de. Evolução e taxonomia molecular dos pitecíneos (Primates,<br />
platyrrhini). 1999. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Seqüências de DNA genômico contendo o intron 11 do gene do fator de Von Willebrand<br />
(totalizando 755 pares de bases) foram obtidas para se investigar as relações filogenéticas da subfamília<br />
Pitheciinae - Mivart, 1865. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e<br />
matriz de distância, e o arranjo cladístico produzido confirma o caráter monofilético dos pitecíneos e a<br />
condição mais derivada de Cacajao e Chiropotes em relação à Pithecia. Além de corroborar o posicionamento do<br />
gênero CalliCebus como um grupo-irmão deste clado. As estimativas de tempo de divergências entre os<br />
Pitecíneos sugerem que o primeiro evento de separação entre Pithecia, Chiropotes e Cacajao teria acontecido há<br />
13,1 milhões de anos, e que a diversificação do gênero CalliCebus teria ocorrido há 10,6 M.a. As filogenias<br />
obtidas neste trabalho são bastante congruentes com as propostas mais recentes baseadas em seqüências de<br />
DNA. As diferenças encontradas entre as nossas estimativas de tempo de divergência para as linhagens<br />
Pithecina e Chiropotina, e entre os grupos Moloch e Torquatus, sugerem uma taxa de evolução diferenciada entre<br />
estes animais.<br />
295<br />
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de. Filogenia molecular do gênero Alouatta lacépede, 1799,<br />
(Atelidae: Primates). 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: As seqüências de um fragmento de 620 pares de bases do gene mitocondrial codificador da<br />
subunidade II da citocromo c oxidase foram utilizadas para investigar as relações filogenéticas entre 37<br />
exemplares do gênero Alouatta, pertencentes a cinco espécies reconhecidas de guaribas. Representantes do<br />
gênero Ateles foram utilizados como grupo-externo nas reconstruções filogenéticas. Estimativas de tempo de<br />
divergência sugerem uma origem antiga para o gênero Alouatta, com a primeira irradiação datando por volta<br />
de 8,3 milhões de anos atrás (Ma). A monofilia de Alouatta e a emergência basal de Alouatta palliata são bem<br />
apoiadas nas análises. Este resultado está em completa congruência com os estudos morfológicos e<br />
citogenéticos existentes em relação aos dados aqui examinados. Entretanto, as relações entre a maioria das<br />
espécies deste gênero são de pouca resolução. A falta de resolução parece não resultar de falta de dados, mas<br />
sim de eventos de divergência rápidos ou simultâneos da maioria dos táxons atuais. As populações de guariba<br />
que ocupam a região nordeste da Amazônia aqui estudadas exibem uma vasta homogeneidade nas suas<br />
seqüências da COII, e devem pertencer a uma mesma espécie. Alouatta belzebul nigerrima é proximamente<br />
relacionada a estas populações, e seu status taxonômico e nomenclatura devem ser revistos. Alouatta seniculus<br />
sara está definitivamente separada de Alouatta seniculus macconnelli, e estas devem ser consideradas como<br />
espécies distintas. Alouatta caraya parece ser monotípica, contudo, Alouatta fusca clamitans proveniente do<br />
Espírito Santo é consideravelmente divergente em relação aos indivíduos de Santa Catarina e São Paulo, esta<br />
divergência é estimada em 2,5 Ma. Os espécimens de Alouatta belzebul belzebul da Amazônia e o da Mata<br />
Atlântica não demonstram altos valores de divergência genética, e o tempo de coalescência das populações<br />
estudadas foi 1,81 Ma. A taxa de evolução da COII em Atelidae é intermediária àquelas encontradas em<br />
prossímios e humanos.<br />
296<br />
MATOS, Patrícia Santos. Estudo da ocorrência de mixosporídeos da família Myxobolidae -<br />
Henneguya e Myxobolus - em peixes da Região Amazônica. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1999.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw
193<br />
RESUMO: Estuda a prevalência de Mixosporídeos, gêneros Henneguya e Myxobolus, em dezoito espécies de<br />
peixes da Amazônia, coletadas nos Municípios de Peixe-Boi, Irituia e Joanes (ilha do Marajó), Pará, no<br />
período de janeiro de 1995 a dezembro de 1996. Foram encontradas protoparasitas em todas as espécies de<br />
peixes estudadas, sendo que em alguns hospedeiros foram encontrados também espécies de parasitas<br />
pertencentes a outros grupos. A análise dos hospedeiros revelou que 47,2% estavam parasitados por<br />
mixosporídeos (Henneguya e Myxobolus), sendo que alguns encontravam-se infectados só por Henneguya sp., ou<br />
só por Myxobolus sp.; enquanto que outros estavam infectados por espécies de ambos os gêneros. Calculou-se<br />
a prevalência de infecção pelos gêneros Henneguya e Myxobolus em relação a cada uma das espécies de peixe<br />
analisadas, e o gênero que apresentou maior percentual de parasitismo foi o Henneguya. As brânquias e<br />
gônadas foram alguns dos órgãos mais infectados por esses parasitas, comprometendo, assim, as funções<br />
respiratória e reprodutiva dos hospedeiros. Observou-se, também, que a maioria dos machos apresentou<br />
prevalências maiores que as fêmeas, em todos os três municípios onde os hospedeiros foram coletados. Os<br />
peixes oriundos do Município de Joanes foram os que apresentaram as menores prevalências de parasitismo,<br />
quando comparados com os oriundos dos Municípios de Peixe-Boi e Irituia, ocorrendo exceções apenas com<br />
quatro espécies (Crenicichla saxatilis, Bunocephalus coracoides, Steindachnerina amazonica, Parauchenipterus galeatus) das<br />
dezoito que foram estudadas. Apesar de todos os estudos já realizados, chegou-se à conclusão de que os<br />
mixosporídeos são, realmente, parasitas bastante enigmáticos e muito ainda se tem para conhecer a respeito<br />
deles.<br />
297<br />
OLIVEIRA, Francisco Williams Ribeiro de. Prevalência da tricomoníase bovina no Estado do Pará.<br />
1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: László Molnár<br />
RESUMO: Para examinar a prevalência de tricomoníase bovina no Estado do Pará foram colhidas 345<br />
amostras de lavagem prepucial. Os exames aconteceram através de demonstração indireta (cultivo) do T.<br />
foetus. Para cultivo foram utilizados quatro meios: Rieck Modificado (Guida et al., 1960); Solução de<br />
Ringerlactato (Kimsy et al., 1980). Rieck Modificado mais Solução de Ringer Lactato e pactopep (Lopes et al.,<br />
1995), paralelamente 108 amostras de nove municípios foram colhidas no matadouro. A esmagadora maioria<br />
(90,74%; 98/108) destas amostras originou-se da ilha do Marajó e foram bovinos da raça Nelore. Nenhum<br />
destes reprodutores se demonstrou positivo. Das outras 237 amostras de lavados prepuciais pertencentes a<br />
112 propriedades dos 16 municípios localizados em três regiões, em 16 animais (6,75%), 11 propriedades<br />
(9,82%), 10 municípios (62,5%) e 03 regiões (100%) mostraram-se positivas para o T. foetus. As amostras<br />
foram colhidas de 18 raças ou mestiços. Entre as raças positivas, a Jersy (28,57%; 02/07), a Gir (15,38%;<br />
02/13) e a Holandesa (12,5%; 02/16) foram infectadas em mais alto nível que a raça Nelore (8,62%; 05/58).<br />
Na raça Simental não se encontrou touro infectado embora a sua amostragem fosse a segunda maior (35<br />
reprodutores). Com demonstração indireta encontrou-se 16 animais infectados. O meio Rieck Modificado<br />
(Guida et al., 1960) e Rieck Modificado mais Solução de Ringer Lactato mostraram-se excelentes para cultivo,<br />
com o Lactopep os resultados foram desfavoráveis por causa da forte contaminação. A Solução de Ringer<br />
Lactato foi boa como meio de transporte, entretanto, em 03 das 16 amostras positivas não foi observado o<br />
parasita.<br />
298<br />
PARREIRA, Rogério José. Cenário evolutivo dos alelos do loco CPH-DQA1 nos primatas do Novo<br />
Mundo. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: O polimorfismo do éxon II do loco DQA1 do Complexo Principal de Histocompatibilidade<br />
(CPH) foi analisado em dez espécies de primatas do Novo Mundo, e o seqüenciamento de DNA revelou um<br />
acentuado polimorfismo, com a existência de 19 alelos diferentes, pela primeira vez descritos para os
194<br />
primatas. Baseado nas seqüências dos aminoácidos, três linhagens alélicas foram atribuídas aos platirrinos,<br />
sendo V e VI comuns a Atelídeos e Cebídeos, com idade estimada em cerca de 25 milhões de anos (Ma), e VII<br />
exclusiva de Callithrix e Saguinus, tendo surgido há prováveis 13 Ma. A ausência de indícios de recombinação<br />
sugere que o polimorfismo do loco CPH dos platirrinos se deve a mutações pontuais, sendo a grande<br />
variabilidade intergenérica decorrente provavelmente de polimorfismo transespecífico. A distribuição das<br />
linguagens alélicas na árvore filogenética permitiu a aplicação dos conceitos de Sintreptia e Sinapousia.<br />
Nossos resultados sugerem ainda que o loco DQA1 dos platirrinos parece estar sob efeitos de seleção<br />
sobredominante.<br />
299<br />
RAMOS, Alessandra de Rezende. Localização do sítio da ação da incompatibilidade do cupuaçu<br />
(Theobroma grandiflorum Willdenowex Sprengel) Schumann). 1999. 95 p. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Giorgini Augusto Venturieri<br />
RESUMO: O cupuaçu (Theobroma grandiflorum) é uma fruteira que vem despertando atenção tanto no Brasil<br />
como em outros países tropicais, cuja polpa é usada na fabricação de sorvetes, sucos, geléias e vários doces<br />
caseiros. Esta espécie possui baixíssima fecundidade atribuída a problemas de polinização e auto<br />
incompatibilidade, apontados como restritivos à produtividade agronômica da espécie. Estudos de anatomia<br />
floral foram realizados para uma familiarização inicial das estruturas onde o processo de fertilização,<br />
desenvolvimento do zigoto e do endosperma aconteciam. Posteriormente, cruzamentos controlados com<br />
parentais compatíveis e incompatíveis foram realizados para uma elucidação da ação do sistema de<br />
incompatibilidade, assim como para indicar uma possível supressão deste problema. Para os estudos da ação<br />
do sistema de incompatibilidade, botões em pré-antese e flores de cruzamentos controlados entre plantas<br />
compatíveis e incompatíveis, foram coletados em três horários: 24, 48 e 72h após a polinização, nos períodos<br />
florais de 1995 e 1998. Óvulos em pré-antese não apresentaram antípodas, estas já haviam degenerado. Nas<br />
flores coletadas 24h após a polinização, tanto nos cruzamentos compatíveis quanto incompatíveis, cerca de<br />
70% dos óvulos apresentavam o aparelho oosférico sem sinal de descarga espermática, apesar de alguns tubos<br />
polínicos terem sido observados. Os ovários coletados 48h apresentaram um comportamento diferente<br />
quanto ao tipo de cruzamento. Nos compatíveis, 35% dos óvulos não possuíam indícios de fusão gamética.<br />
Nos cruzamentos incompatíveis este número passou para 50%. Ovários coletados com 72h, de cruzamentos<br />
compatíveis e incompatíveis, apresentavam respectivamente 1,18% e 14,18% dos óvulos com apenas o<br />
aparata oosférico e núcleos polares. Neste horário, para os dois tipos de cruzamentos, foi comum a presença<br />
de núcleos endospermáticos e zigoto ainda indiviso. A ação de incompatibilidade está ocorrendo após a<br />
fertilização, num mecanismo de ação tardia de auto-incompatibilidade.<br />
300<br />
RODRIGUES, Jackson Douglas. Análise da estrutura genética da população de Belém utilizando<br />
polimorfismos de DNA autossômicos, mitocondriais e do cromossoma Y. 1999. 177 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: A variabilidade genética da população de Belém foi investigada em relação aos polimorfismos de<br />
DNA de cinco loci autossômicos de VNTRs, seis sítios polimórficos do genoma mitocondrial e dois<br />
marcadores específicos do cromossomo Y. As estimativas de miscigenação, obtidas por meio dos marcadores<br />
biparentais, estão de acordo com os registros históricos sobre a origem tri-híbrida da população de Belém, e<br />
apresentam a seguinte ordem de contribuição : 41% ameríndia, 34% européia e 25% africana. Em relação à<br />
contribuição indígena, os resultados dos polimorfismos genéticos uniparentais mostram que houve um<br />
significativo fluxo gênico assimétrico, pois 60% dos haplogrupos mitocondriais observados em Belém são<br />
ameríndios específicos e apenas 6% dos haplótipos do crossomo Y têm origem indígena. A análise da<br />
distribuição dos haplogrupos mitocondriais ameríndios específicos mostra que há uma inversão das
195<br />
freqüências haplotípicas observadas em Belém quando comparadas com aquelas descritas em ameríndios.<br />
Essa discrepância pode ser o reflexo de que a distribuição das linhagens mitocondriais indígenas do período<br />
pré-colombiano podem ter sido melhores preservadas nas populações urbanas com elevado grau de<br />
contribuição indígena, como é o caso de Belém, do que nas populações indígenas atuais. A maior parcela dos<br />
34% de contribuição européia para Belém é proveniente da migração masculina. Este fato é evidenciado pela<br />
análise do cromossomo Y que mostra para Belém uma contribuição européia de 81%. Entre os 25% de<br />
contribuição africana, 13% são decorrentes da participação masculina. Considerando que no início da<br />
colonização de Belém houve um reduzido fluxo de mulheres européias, é provável que entre os 41% de<br />
linhagens mitocondriais não indígenas, uma parcela significativa seja proveniente da contribuição africana<br />
feminina. O presente estudo mostrou que com a utilização de vários polimorfismos de DNA foi possível<br />
delinear com maior fidelidade a história da formação da população de Belém. Isso foi realizado não apenas<br />
sob o ponto de vista de quantificar a contribuição de cada etnia, mas também foi possível quantificar a<br />
contribuição de homens e mulheres de diferentes etnias na formação da população. Os resultados obtidos na<br />
população de Belém evidenciam que o processo de miscigenação das populações urbanas da Amazônia deve<br />
ser estudado por meio de diferentes polimorfismos genéticos e necessita da integração com os estudos<br />
históricos, sociais e demográficos.<br />
301<br />
SARMENTO, Célia Maria Braga. Avaliação de pastagens de quicuio-da-Amazônia (Brachiaria<br />
humidicola (Rendle) Schweickerdt) e de tobiatã (Panicum maximum, Bra 001503) em sistema de<br />
pastejo rotacionado intensivo. 1999. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Jonas Bastos da Veiga<br />
RESUMO: Avaliaram-se as pastagens de quicuio-da-amazônia (Brachiaria humidicola) e de tobiatã (Panicum<br />
maximum) em sistemas de pastejo rotacionados intensivos, no Campo Experimental da Embrapa Amazônia<br />
Oriental, em Belém-Pará. O sistema de pastejo no tobiatã foi de quatro dias de ocupação, 20 dias de<br />
descanso, numa taxa de lotação média de 2,3 UA/ha (ciclo de pastejo de 24 dias), e no quicuio de sete dias de<br />
ocupação, 35 de descanso, numa taxa de lotação média de 1,9 UA/ha (ciclo de pastejo de 42 dias). Utilizaramse<br />
bubalinos, sendo novilhas no tobiatã e novilhos no quicuio. As médias das variáveis estudadas no tobiatã e<br />
quicuio foram, respectivamente: pressão de pastejo 13 e 9 kgMS/100 kg PV/dia; disponibilidade total de<br />
forragem 4.017 e 4.246 kgMS/ha ; disponibilidade de folha 2.881 e 2.623 kgMS/ha ; resíduo forrageiro 2.621<br />
e 2.542 kgMS/ha ; relação folha/colmo 2,90 e 1,79 ; proteína bruta da folha 12,8 e 9,5% ; proteína bruta do<br />
colmo 9,6 e 7,2% ; digestibilidade "in vitro" da matéria seca da folha 60 e 53% ; digestibilidade "in vitro " da<br />
matéria seca do colmo 56 e 46% ; ganho de peso por animal 0,524 e 0,474 kg/animal/dia e ganho de peso<br />
por área 42,7 e 51,0 kg/ha/ciclo. Os ganhos por área anuais obtidos no tobiatã e no quicuio foram de,<br />
respectivamente, 649 e 442 kg/ha/ano. À exceção da DIGF do tobiatã e da DIGC do tobiatã e do quicuio,<br />
todas as demais variáveis medidas foram afetadas por ciclo de pastejo (P '
196<br />
identificar uma quinta linhagem (haplogrupo E) entre indígenas da Amazônia, descrita entre os primeiros<br />
colonizadores do continente americano; além de investigar a variabilidade e a distribuição dos haplogrupos A<br />
- D de mtDNA na Região Amazônica. Cerca de 300 amostras de DNA de indígenas de onze tribos da Região<br />
Amazônica foram analisadas por RFLP. As amostras não enquadradas em nenhum dos haplogrupos A - D<br />
foram submetidas às análises por seqüencimanto da alça-D do mtDNA. As análises por RFLP revelaram a<br />
presença dos quatro haplogrupos A - D entre os nativos da Amazônia, tendo o haplogrupo D como o mais<br />
prevalente e o haplogrupo E em baixa freqüência. A reunião dos dados com os de outros grupos indígenas da<br />
região, anteriormente investigados, também está de acordo com estes resultados. As análises do<br />
seqüenciamento da alça-D do mtDNA identificaram mutações características do haplogrupo B (três<br />
amostras); do haplogrupo D (duas amostras) e do haplogrupo C (uma amostra). Foram também observadas<br />
mutações que sugerem a quinta linhagem ou haplogrupo E (uma amostra) e mutação em um único ponto<br />
(cinco amostras) que não caracteriza nenhum dos haplogrupos mitocondriais A - D, cujas amostras foram<br />
enquadradas em um sexto grupo denominado F. Conclui-se que: i) a Região Amazônica foi colonizada por<br />
grupos populacionais que portavam, de forma quase eqüitativa, os haplogrupos A - D; ii) três amostras<br />
refletem o produto de mutações reversas ocorridas dentro do continente americano; iii) três amostras<br />
representam haplótipos fundadores múltiplos dos haplogrupos D e C; iv) as amostras restantes necessitam de<br />
análises complementares para esclarecer origens.<br />
303<br />
SILVA, Fernando César Oliveira da. Parâmetros genéticos e seleção em populações naturais de<br />
cacaueiros (Theobroma cacao L.) da Amazônia brasileira. 1999. 90 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1999.<br />
Orientador: Milton Guilherme da Costa Mota<br />
RESUMO: Com o objetivo de estimar parâmetros genéticos e selecionar genótipos superiores em populações<br />
de cacaueiros silvestres, avaliou-se 143 progênies utilizando-se as variáveis: total de frutos colhidos (TFC),<br />
peso de sementes úmidas (PSU) e o índice de tolerância à vassoura-de-bruxa (IT). O delineamento<br />
experimental foi inteiramente casualizado, com diferentes números de repetições para cada progênie. Para o<br />
caráter TFC a população que apresentou maior variabilidade foi a do rio Japurá e a menor foi a do rio<br />
Solimões/Baixo Japurá. Para o caráter PSU, a maior variabilidade foi a do rio Japurá e a menor foi a do rio<br />
Jiparaná. Para o caráter IT, as que mais se destacaram foram as do rio Acre e do rio Jiparaná. Obtiveram-se<br />
valores de herdabilidade variando de 70,98% a 82,15% para TFC e de 49,82% a 73,61% para PSU. Os ganhos<br />
genéticos esperados em relação à população original variaram de 15,75% a 67,22% para TFC e de 33,35% a<br />
105,49% para PSU. Os ganhos genéticos esperados em relação aos híbridos, testemunhas foram de 29,29% a<br />
31,32% para PSU. Depois de avaliadas, destacaram-se as seguintes progênies : CAB5104, CAB5120,<br />
CAB5158, CAB5159, CAB5193, CAB5509, CAB5578, CAB5606, CAB5607, CAB5634, CAB5641 e<br />
CAB5660 .<br />
2000<br />
304<br />
FARIA, Dulcelena Ledo de. Comparação entre os métodos convencionais e a reação em cadeia da<br />
polimerase no diagnóstico da Leishmaniose tegumentar na Amazônia. 2000. 111 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw<br />
RESUMO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é causada por seis diferentes espécies de<br />
Leishmania. A Região Amazônica abrange 47% da casuística nacional. Os mais afetados são os homens de<br />
zona rural, que apresentam uma variedade de formas de lesão, com tempo de evolução também variado.
197<br />
Nestes casos, as técnicas diagnósticas tradicionais disponíveis apresentam dificuldades em detectar os<br />
protozoários. Por esta razão, realizou-se um estudo para comparação da sensibilidade e especificidade da<br />
reação em cadeia da polimerase (PCR), com os métodos diagnósticos convencionais da LTA. A amostragem<br />
compreendeu 70 pacientes suspeitos de estarem com LTA. Retirou-se dos bordos das lesões exsudato para a<br />
realização de: i) microscopia direta; ii) inoculação em hamster; iii) cultura direta. Também realizou-se biópsia<br />
dos bordos da lesão e colheu-se sangue venoso periférico para a realização da PCR. Antígeno de Montenegro<br />
foi aplicado na face dorsal do paciente para avaliação da resposta celular. A PCR foi realizada com DNA<br />
extraído de sangue periférico. Amastigotas foram detectadas em 68,5% das amostras na microscopia direta.<br />
Como um todo os métodos convencionais foram capazes de detectar 76% dos casos (cultura direta 51%,<br />
inoculação em hamster 64%) do total de pacientes examinados e tratados como LTA. As cepas isoladas em<br />
cultura direta dos pacientes ou de hamsters foram identificadas usando-se a técnica de anticorpos monoclonais.<br />
O PCR foi positivo em 53% das biópsias e 54,5% do sangue. Do ponto de vista clínico, os resultados<br />
indicaram que a PCR é um bom método de diagnóstico em casos de lesões de pacientes procedentes de área<br />
endêmica, com IDRM positiva, sendo negativa toda a pesquisa de parasitos pelos métodos convencionais.<br />
Esta situação foi observada em 21 pacientes que representa 30% do total. Os resultados finais indicaram que<br />
a microscopia direta corada pelo giemsa ainda é o mais eficiente e barato método diagnóstico, mas em<br />
determinadas situações a PCR é mais sensível.<br />
305<br />
JUNES, Katiana de Sales. Variabilidade intratípica de HPV 16 e 18 em carcinomas do colo do útero de<br />
uma área de alto risco para o câncer cervical. 2000. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Luisa Lina Villa<br />
RESUMO: A infecção por papilomavírus é a principal causa de desenvolvimento das neoplasias intraepiteliais<br />
cervicais e do câncer do colo uterino. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a persistência do<br />
genoma viral e o desenvolvimento de câncer cervical encontram-se associados a variantes moleculares<br />
específicas de Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco. Este trabalho tem como objetivo analisar a<br />
freqüência de variantes coleculares de HPV 16 e 18 em biópsias de neoplasia intraepitelial cervical de grau III<br />
(NIC III) e câncer invasor do colo uterino (CCU) de mulheres oriundas da cidade de Belém, uma região de<br />
alto risco para o câncer cervical. As variantes foram identificadas através do seqüenciamento de um<br />
fragmento da região controladora (LCR) do genoma viral, onde cinco diferentes variantes de HPV 18 foram<br />
identificadas em 12 espécimes (B-18-6, T-18-8, S-18-1, A-18-1, A-18-2). Nove variantes de HPV 16 foram<br />
identificadas em 81 biópsias (protótipo, B-2, B-12, B-14, G-10, T-8, S21-A, além de dois novos isolados<br />
relacionados à IND-5 e ANB-16). As variantes mais prevalentes foram a asiático-americana (B-2) seguida da<br />
variante européia (B-12). Foi observado um predomínio das variantes não-protótipo nos casos de NIC III e<br />
CCU. Este fato é relevante, uma vez que tem sido sugerido que, variantes não-protótipo possam ser mais<br />
oncogênicas que o protótipo e possuem maior risco de desenvolvimento de CCU. Nenhuma associação foi<br />
encontrada entre a distribuição de variantes de HPV 16 e 18, o diagnóstico histológico do tumor e a idade das<br />
pacientes nos grupos estudados.<br />
306<br />
LEAL, Walace Gomes. Morfometria de terminais axonais intrínsecos do córtex visual primário do<br />
gato (Felix catus). 2000. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Realizou-se estudos morfométricos, ao microscópio óptico, dos terminais axonais intrínsecos do<br />
córtex visual primário do gato com o intuito de avaliar os padrões de eferências axonais. Para tanto, realizouse<br />
injeções iontoforéticas de biocitina a 5% no córtex visual primário de cinco gatos. Os animais tiveram uma<br />
sobrevida de 24 a 48 horas após a injeção do neurotraçador, após a qual foram perfundidos usando<br />
paraformaldeído a 4% para a fixação do tecido. Após craniotomia e microtomia, as secções foram submetidas
198<br />
à histoquímica para a revelação da biocitina. As injeções iontoforéticas de biocitina possibilitaram<br />
preferencialmente marcação anterógrada de terminais axonais intrínsecos localizados principalmente nas<br />
camadas II e III na porção superior da camada IV. A análise qualitativa destes terminais foi efetuada através<br />
de fotomicrografias e reconstruções em câmara clara. Os mesmos puderam ser classificados em tipos I e II,<br />
de acordo com a aparência da árvore axonal. Terminais dos tipos I (N = 20) e II (N = 20) foram digitalizados<br />
com auxílio de um microscópio Nikon, com avanço motorizado e codificação dos eixos x, y e z. Analisamos<br />
os seguintes parâmetros morfométricos: o comprimento de cada segmento axonal e do terminal completo, o<br />
número de botões em cada ramo, a densidade de pontos de ramificação, bem como os valores angulares dos<br />
pontos de bifurcação dos ramos. Adotou-se procedimentos paramétricos da estatística descritiva (média,<br />
desvio padrão) e teste t de Student monocaudal, para análise dos dados. Os terminais axonais do tipo II<br />
apresentaram os maiores valores de densidade (p < 0,05) e os menores valores de comprimento de segmentos<br />
axonais. As diferenças qualitativas e quantitativas existentes entre os terminais dos tipos I e II sugerem que o<br />
primeiro tipo de terminal pertença a neurônios excitatórios e o segundo a neurônios inibitórios. Os resultados<br />
obtidos são comparados aos publicados em um estudo prévio realizado no córtex visual primário do Cebus<br />
apella à luz das estratégias sinápticas adotadas pelos distintos tipos funcionais de neurônios.<br />
307<br />
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues. Reconstrução do comportamento meiótico e inferência<br />
evolutiva dos cromossomos sexuais na família Phyllostomidae (Chiroptera). 2000. 130 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros<br />
RESUMO: Foram feitas análises meióticas e inferência evolutiva dos cromossomos sexuais em 07 espécies de<br />
quirópteros, pertencentes a três subfamílias da família Phyllostomidae (Chiroptera), com sistemas de<br />
determinação sexual cromossômica dos tipos simples, múltiplo e composto. Em Glossophaga soricina<br />
(Glossophaginae), com sistema simples XX/XY, os cromossomos sexuais têm comportamento assincrônico em<br />
relação aos bivalentes autossômicos. Nesta espécie, observou-se Vesícula Sexual (VS) com pareamento da<br />
pequena região de homologia entre X e Y, enrolamento do eixo assináptico de X sobre si mesmo e eixos<br />
diferenciais condensados. Em Artibeus obscurus e A. lituratus (Stenodermatinae), com sistema XY1Y2, observouse<br />
independência de comportamentos entre as regiões de pareamentos dos segmentos Xp-Y2 e Xq-Y1. Em<br />
Uroderma magnirostrum e A. cinereus (Stenodermatinae), com sistema neo-XY, foi observada uma Vesícula Sexual<br />
(VS) característica, em forma de anel fechado com uma pequena cauda. O encontro de fechamento do anel<br />
na VS corresponde a um bloco heterocromático, que representa região de pareamento entre os segmentos<br />
autossômicos dos cromossomos sexuais X e Y rearranjados. Rhinophylla pumilio e Carollia perspicillata<br />
(Carolliinae), sistemas simples e múltiplo, respectivamente, apresentam VS típica com comportamento precoce<br />
em relação aos autossômicos. Em C. perspicillata observou-se a marcação Ag-RON no cromossomo X, esta<br />
marcação provavelmente separa o trivalente XY1Y2 em duas regiões independentes: como X-Y2<br />
autossômicos com atividade gênica e X-Y1 originais.<br />
308<br />
OLIVEIRA, Fabíola Raquel Tenório. Dimorfismo sexual e proteção do eixo hipotálamo-hipofisário em<br />
ratas intoxicadas por metilmercúrio. 2000. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Ações tóxicas do metilmercúrio (MeHg) sobre diversos sistemas biológicos têm sido amplamente<br />
investigadas. Dentre outros, o sistema reprodutor tem-se apresentado como dos mais resistentes à<br />
intoxicação mercurial. Diferenças sexuais na susceptibilidade mostraram que fatores hormonais podem atuar<br />
como agentes protetores contra a ação do MeHg, tanto em mamíferos machos como em fêmeas. Nos<br />
propusemos a avaliar níveis desta susceptibilidade no sistema reprodutor de fêmeas, identificar a existência de<br />
dimorfismo sexual e possíveis diferenças no acúmulo tecidual de mercúrio induzidas por estrogênio<br />
(estradiol), um hormônio gonadal regulador do ciclo reprodutivo a nível hipotalâmico e hipofisário. A
199<br />
intoxicação experimental foi realizada em ratas e/ou ratos Wistar com diferentes doses de MeHgCl, em<br />
tratamento subagudo (3 e 10 dias) ou subcrônico (55 dias). A ausência de alterações colpocitológicas sugerem<br />
resistência do sistema reprodutor a tratamento subcrônico (55 dias) diário com 100 ug/100g p.c. de MeHgCl.<br />
O perfil cumulativo tecidual diferenciado entre machos e fêmeas evidencia a provável interferência de fatores<br />
hormonais na dinâmica de distribuição mercurial. Por outro lado, a diminuição de acúmulo mercurial em<br />
sítios de regulação do eixo hipotálamo-hipofisário, induzida por reposição estrogênica, confirma a hipótese de<br />
proteção seletiva e localizada no sistema reprodutor de ratas.<br />
309<br />
PINTO, Eliana Vieira. Caracterização do vírus Araguari, um agente isolado do marsupial Philander<br />
opossum (Didelphidae) na Amazônia brasileira. 2000. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2000.<br />
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa<br />
RESUMO: O vírus Araguari foi isolado de vísceras de um marsupial Phylander opossum capturado em 1989, na<br />
Serra do Navio, Estado do Amapá, Brasil. Este vírus foi originalmente identificado como um vírus não<br />
grupado e não classificado. Posteriormente, tentou-se classificar como um membro da família Arenaviridae. O<br />
objetivo deste presente trabalho foi a expansão da caracterização antigênica, bioquímica e morfológica deste<br />
vírus, usando testes sorológicos, como a inibição da hemaglutinação; fixação do complemento;<br />
imunofluorescência indireta e neutralização; eletroforese do ácido nucléico; e técnicas de microscopia<br />
eletrônica. O vírus Araguari causou efeito citopático em células Vero, com 3-4 dias após inoculação, mas não<br />
em cultura de células de mosquito C6/36, e causou a morte de camundongos com quatro dias após<br />
inoculação intracraniana. Pelos testes sorológicos, nenhuma reação com os soros hiperimunes de Arenavírus<br />
foi observado. Em observações ultraestruturais, os vírions mostraram um diâmetro em média de 102nm, e<br />
em cortes ultrafinos de células Vero, três dias após a infecção, foram observadas partículas virais brotando da<br />
membrana plasmática. Em imunoelétron microscopia, estes vírus foram facilmente observados, formando<br />
grupamento de partículas com seu soro homólogo; e pela técnica de imunocitoquímica. Essas partículas<br />
mostraram marcação com 10nm de ouro coloidal. Em gel desnaturante, aproximadamente 5-6 bandas de<br />
RNA foram detectadas do vírus Araguari purificado. Em resumo, estes resultados, quando comparados aos<br />
da literatura, sugerem que este vírus pertença a família Orthomyxoviridae.<br />
310<br />
RAMOS, Patrícia Karla Santos. Evolução clínica e resposta humoral à inoculação experimental<br />
primária e secundária de Leishmania (Leishmania) Amazonensis no primata Cebus apella. 2000. 99 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw<br />
RESUMO: O objetivo deste estudo foi associar a resposta humoral com o curso clínico de infecções<br />
experimentais de Leishmania (Leishmania) amazonensis (IFLA/BR/67/PH8) no primata Cebus apella. Plasmas<br />
foram testados por ensaio imunoenzimático (ELISA) e "immunoblotting", usando antígenos de L. (L.)<br />
amazonensis e L. (V.) shawi. Todos os animais foram inoculados com promastigotas de fase estacionária na face<br />
dorsal da superfície da cauda. Um grupo de 4 animais foi inoculado respectivamente com 0,5x10 6 (A), 1X10<br />
6 (B), 2X10 6 (C) e 5x10 6 (D) de promastigotas. Outro, de 6 animais, foi inoculado com 2x10 de<br />
promastigotas. Títulos de ELISA foram baixos durante as infecções primárias dos animais A e B e elevados<br />
em C e D. Todos foram negativos com o antígeno heterólogo de L. (V.) shawi. As lesões dos animais C e D<br />
foram maiores. Distintas frações foram detectadas por "immunoblotting" durante diferentes fases das infecções.<br />
Uma banda de 97 kDa foi detectada no plasma de pré-infecção do animal A e uma banda de 46 kDa nos<br />
plasmas dos animais B e C. Poucas bandas foram detectadas na infecção primária com antígeno homólogo de<br />
L. (L.) amazonensis dos animais que haviam recebido pequeno número de parasitos vivos. Na infecção<br />
secundária, polipeptídeos específicos de 46 a 88 kDa foram detectados nos animais C e D. Durante o desafio
200<br />
bandas específicas foram detectadas nos macacos A, C e D. Um grande número de bandas foi detectado com<br />
o antígeno de L. (V.) shawi. Um resultado inesperado foi observado com plasmas de pré-infecção com o<br />
antígeno de L. (V) shawi. Uma banda de 46 kDa foi detectada em 5/6 macacos nascidos no Centro Nacional<br />
de Primatas (CNP) - Pará, mas não em 6/6 Cebus nascidos em outros centros. Com o antígeno de L. (L.)<br />
amazonensis um anticorpo específico de 46 kDa foi detectado em 3/6 dos macacos do CNP e em 5/6 dos<br />
outros centros. Variações nos níveis de IgG foram detectadas mais eficientemente com o antígeno homólogo<br />
durante as diferentes fases das infecções primária e secundária.<br />
311<br />
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão. Evolução cromossômica e filogenia de quatro espécies de<br />
morcegos nectavírus do Novo Mundo (Phyllostomidae - Chiropitera). 2000. 107 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros<br />
RESUMO: Estudaram-se os cariótipos de 20 espécimes de morcegos nectavírus do Novo Mundo<br />
pertencentes à subfamília Glossophaginae, espécies Glossophaga soricina (2n= 32, NF= 60), Lionycteris spurrelli (2n=<br />
28, NF= 50), Lonchophylla thomasi (2n=36, NF= 48) e Choeroniscus minor (2n= 20, NF=36). O material<br />
cromossômico foi submetido à coloração convencional e técnicas de bandeamento, além de marcação RON.<br />
Os dados obtidos foram comparados entre si e com os da literatura. As poucas homeologias entre os padrões<br />
de banda G das diferentes espécies indicaram que a seqüência evolutiva para elas, caso constituissem um<br />
grupo monofilético, seria: G. soricina, L. spurrelli, L. thomasi e C. minor. Essa proposta foi apoiada pela<br />
ocorrência de um aumento significativo na quantidade de heterocromatina constitutiva e no número de<br />
RONs na evolução dessas espécies. Os nossos resultados estão de acordo com dados da literatura, segundo<br />
os quais G. soricina pertence ao grupo cariotipicamente conservado (Glossophaga), assim como as espécies L.<br />
spurrelli, L. thomasi e C. minor, entre outras, ao grupo com uma acelerada evolução cariotípica (Choeronicteris).<br />
Entretanto, dados adicionais também sugerem que a diferença cromossômica em C. minor pode ser devido a<br />
uma evolução convergente, sendo a associação dessa espécie com as outras, provavelmente parafilética. As<br />
comparações entre C. minor (subfamília Glossophaginae) e A. lituratus (subfamília Stenodermatinae) mostram um<br />
par de cromossomos compartilhados (par 2 em C. minor e par 5 em A. lituratus). Enquanto que C. minor não<br />
apresenta nenhuma homeologia com as outras espécies de Glossophaginae analisadas.<br />
312<br />
ROCHA, Carlos Alberto Machado da. Caracterização molecular de camarões do estuário do rio Caeté e<br />
litoral do Município de Bragança, Pará, Brasil. 2000. 71f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2000.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: O estudo teve como objetivo central a caracterização molecular das principais espécies de<br />
camarões de interesse comercial do estuário do rio Caeté, Município de Bragança. As análises moleculares<br />
foram realizadas com espécimes coletadas em vários pontos do estuário: furo do Taici, furo da Ostra, furo do<br />
Café, vila de Ajuruteua e praia de Ajuruteua. A partir de um segmento de DNA de 443 pares de bases do<br />
gene mitocondrial rRNA 16S, foram observadas 13 seqüências totalmente diferentes entre as 19 que foram<br />
geradas: Penaeus subtilis (duas seqüências), P. paulensis (duas), P. schmitti (três) e M. rosenbergü (duas). Entretanto,<br />
quatro dessas seqüências (duas de P. schmitti e as duas de P. paulensis) foram geradas de indivíduos obtidos do<br />
litoral nordeste e sul brasileiro. As seqüências obtidas são importantes marcadores para análises filogenéticas<br />
dos camarões e, principalmente, como identificadores espécie-específicos para estudos de ciclo biológico da<br />
fauna de decápodos desta região. Além disso, as análises também geraram marcadores para duas espécies do<br />
litoral nordeste e sul do Brasil.
201<br />
313<br />
ROCHA, Emiliana Guerra da. Morfometria e densidade de neurônios NADPH-Diaforase positivos e o<br />
fator de ampliação cortical na área 17 do córtex visual da cutia (Dasyprocta aguti). 2000. 71 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A morfometria e densidade de neurônios NADPH-diaforase positivos foram estudadas ao longo<br />
da representação naso-temporal do "visual streak" na área 17 do córtex visual da cutia e correlacionadas ao<br />
Fator de Ampliação Cortical em área (Picanço-Diniz et al.,1991). Após a perfusão com formalina 10% ou<br />
paraformaldeído 4% em tampão fosfato (0,1 M / pH 7,2- 7,4), secções coronais de 200nm de espessura, de<br />
cinco hemisférios cerebrais, foram obtidas através de um vibrátomo. As secções foram reagidas pela<br />
histoquímica para NADPH-diaforase, usando-se o método indireto da enzima málica. Foram analisados 150 e<br />
90 neurônios das camadas infragranulares e substância branca, respectivamente, usando-se reconstruções bi e<br />
tri dimensionais. Neurônios NADPH-diaforase-positivos foram encontrados em maior densidade na região<br />
próxima à borda lateral de V1, onde o Fator de Ampliação Cortical em Área (FACA) é mais elevado. Esta<br />
região está incluída na representação binocular do campo visual nasal. Entretanto, a variação naso-temporal<br />
da densidade celular não foi diretamente proporcional à variação do FACA. As características métricas<br />
analisadas também revelaram diferenças morfológicas entre as células ao longo do eixo naso-temporal de V1,<br />
podendo ser indicativo de que o maior FACA na borda lateral de V1 esteja também relacionado às<br />
propriedades morfológicas destas células inibitórias. Assim, é razoável supor que outros fatores contidos nas<br />
projeções retino-geniculadas e genículo-corticais possam estar relacionados à gênese das assimetrias nasotemporais<br />
de representação do campo visual em V1.<br />
314<br />
SILVA, Adailton Moreira da. Estudo citogenético e evolução cromossômica em seis espécies<br />
amazônicas da subfamília Stenodermatinae (Chiroptera: Phyllostomidae). 2000. 125 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2000.<br />
Orientador: Júlio César Pieckzarka<br />
RESUMO: Os morcegos (ordem Chiroptera) são um grupo de mamíferos com capacidade de realizar o vôo<br />
verdadeiro. Possuem ampla distribuição e têm hábitos noturnos. Na presente dissertação, analisamos<br />
exemplares de 06 espécies da subfamília Stenodermatinae: Artibeus lituratus, A. jamaicensis, A. obscurus, Sturnira<br />
lillium, Uroderma bilobatum (citótipo 2n=42) e U. magnirostrum, coletados no Estado do Pará. Os cariótipos<br />
foram comparados por bandeamento G e C e pela marcação Ag-RON. As três espécies de Artibeus<br />
apresentam o mesmo número cromossômico (2n=30/31) e padrões de bandeamento G e C. Sturnira lillium<br />
apresenta 2n=30. A espécie Uroderma bilobatum apresenta 2n=42. U. magnirostrum apresenta cariótipo 2n=36. A<br />
comparação entre as espécies revela homeologias de cromossomos inteiros, braços e segmentos<br />
cromossômicos. Sturnira lillium apresenta o cariótipo similar ao de A. lituratus; diferenças podem ser<br />
visualizadas apenas em um par metacêntrico pequeno e nos cromossomos sexuais. U. bilobatum compartilha 5<br />
pares com U. magnirostrum, entre estes estão os comuns a todas as espécies (par 1 e 2 de U. bilobatum) e<br />
cromossomos exclusivos a ambas as espécies (par 15, 16 e 17 de U. bilobatum). U. magnirostrum compartilha 7<br />
pares submetacêntricos com Artibeus lituratus. Rearranjos do tipo inversão, translocação e fissão/fusão são<br />
requeridos para explicar a grande diferença existente entre as duas espécies de Uroderma, assim como são<br />
requeridos, também, para explicar a diferença entre os cariótipos de U. magnirostrum e A. lituratus. Sugere-se<br />
que o cariótipo de U. magnirostrum é primitivo em relação ao cariótipo de U. bilobatum. Os dados vêm<br />
confirmar a diferença na taxa de evolução cariotípica dentro da subfamília Stenodermatinae, onde um grupo<br />
apresenta alta taxa de evolução cariotípica e um outro apresenta baixa taxa de evolução cariotípica.
202<br />
2001<br />
315<br />
BICHARA, Cléa Nazaré Carneiro. Perfil epidemiológico da toxoplasmose humana na Área<br />
Metropolitana de Belém/PA: a experiência no serviço de parasitologia do Instituto Evandro Chagas. 2001.<br />
79 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: Realizou-se um estudo clínico epidemiológico prospectivo de 1.629 pacientes, referenciados para<br />
investigação laboratorial no Programa de Toxoplasmose do Instituto Evandro Chagas, Belém-PA. Os<br />
pacientes foram estratificados em cinco grupos de acordo com a forma clínica, e tiveram uma amostra de<br />
soro testada pela imunofluorescência indireta com pesquisa de anticorpos IgM e IgG. A soroprevalência geral<br />
foi de 78 %, assim distribuída: toxoplasmose na gravidez (80,8 %), toxoplasmose linfadenífica/febril (72,3 %),<br />
toxoplasmose ocular (90,3 %), toxoplasmose e HIV (78,9 %) e toxoplasmose congênita (69,2 %). A<br />
incidência foi de 5,1 %, predominando na forma linfadenífica/febril (8,0 %). A correlação da soroprevalência<br />
entre os grupos, e pelo teste binomial, mostrou-se significativa no grupo de toxoplasmose ocular (p
203<br />
aminotransferase (E.C 2.6.12 ALAT); Fosfoglucomutase (E.C 2.7.5.1, PGM); Glicose fosfato isomerase (E.C.<br />
5.3.1.9, GPI); Manose fosfato desidrogenase (E.C. 5.3.1.8, MPI); Glicose-6-fosfato desidrogenase (E.C.<br />
1.1.1.49, G6PD); Malato desidrogenase (E.C. 1.1.1.37, MDH); Aconitato hidratase (E.C. 4.2.1.3, ACON);<br />
Aminopeptidase (E.C. 3.4.11.1, PEP) e 6-Fosfogluconato desidrogenase (E.C. 1.1.1.44, 6PGDH). Os<br />
resultados da PCR confirmaram a localização do parasita do subgênero Viannia. O isolado reagiu com os<br />
clones VI-4B9-10, XLIV-2E9-E9, CXLII-1D6-B8, CXLII-3H1-B8, 2A9-B4, mas não apresentou perfil<br />
similar a qualquer uma das espécies conhecidas do subgênero Viannia da Amazônia brasileira. Similarmente,<br />
os perfis enzimáticos apresentados pelo parasita diferiram de todos aqueles das espécies conhecidas de<br />
Viannia com as quais foi comparado. Concluiu-se que o parasita de Lu. tuberculata representa uma nova<br />
espécie de Leishmania, dentro do subgênero Viannia.<br />
317<br />
CARMO, Ediclei Lima do. Pesquisa de anticorpos anti-toxoplasma gondii em pacientes portadores de<br />
lesão ocular toxoplásmica congênita ou adquirida. 2001. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: O Toxoplasma gondii é o principal responsável pelos casos de uveíte posteriores em todo o mundo.<br />
O diagnóstico preciso dessa forma de infecção é difícil, pois na maioria dos casos é presuntivo. Na<br />
toxoplasmose ocular é importante estabelecer se o quadro observado é decorrente de infecção congênita ou<br />
pós-natal. O objetivo desse estudo foi pesquisar anticorpos anti-T. gondii (IgG, IgM e IgA) no soro e fluidos<br />
intra-oculares de pacientes com manifestações oculares sugestivas de toxoplasmose e verificar a ocorrência de<br />
toxoplasmose adquirida pós-natal em nosso meio. A amostra desse estudo foi constituída de 29 pacientes<br />
com diagnóstico oftalmológico sugestivo de toxoplasmose. Foram inclusas também as genitoras de 18 desses<br />
pacientes. De todos foram coletados amostras de sangue e de 11 pacientes amostras de fluidos intra-oculares,<br />
sendo 9 de humor vítreo e 2 de humor aquoso. Das mães só foi coletada amostra de sangue. Os testes<br />
laboratorias utilizados foram: o Imunofluorescência Indireta (IFI) para detectar IgG e IGM e o ensaio<br />
imunoenzimático (ELISA) para IgG, IgM e IgA e avidez (IgG). Foi observada 100% de positividade de IgG<br />
nos dois testes e predomínio de títulos 320 no IFI. O Teste de ELISA detectou IgM em apenas 3 pacientes,<br />
dos quais 2 foram positivos para IgA. Todos os pacientes apresentaram alta avidez no soro. No grupo das<br />
mães, em 4 foi detectada IgM e dessas, duas possuíam também IgA. Uma das genitoras foi totalmente<br />
soronegativa. Das amostras de humor vítreo, em 5 foi detectada IgA e dessas, apenas 4 apresentaram IgG.<br />
Nas duas amostras de humor aquoso, foi detectado IgG e IgA. Nesse estudo, verificamos que: 1) há<br />
correlação entre positividade, alto título de IgG e quadro ocular sugestivo de toxoplasmose; 2) que a IgA<br />
intra-ocular pode ser importante marcador no diagnóstico e 3) há ocorrência da forma ocular adquirida pósnatal<br />
em nosso meio.<br />
318<br />
CARVALHO, Maria Ierecê Miranda de. Caracterização molecular de variantes da glicose-6-fosfato<br />
desidrogenase (G6PD) em populações da Amazônia. 2001. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2001.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: A deficiência da enzima G6PD é originada por mutações que reduzem a atividade e/ou<br />
estabilidade da enzima. A identificação das mutações responsáveis por essa enzimopatia representa uma<br />
abordagem inédita em populações da Amazônia. Com o objetivo de detectar defeitos moleculares básicos e<br />
os haplóticos associados às variantes da G6PD na Amazônia, foram triados através de métodos bioquímicos<br />
740 indivíduos de seis populações da região. A investigação molecular foi realizada em 77 indivíduos através<br />
da reação em cadeia pela polimerase, seguida de digestão com enzimas de restrição. O resultado da<br />
caracterização molecular revelou que 94,74 % dos enzimopênicos apresentavam o alelo G6PD*A - com o<br />
genótipo 376/202; e 5,26 % possuíam o alelo G6PD*A - com genótipo 376/968. A investigação de nove
204<br />
sítios de restrição no gene da G6PD possibilitou a identificação de seis haplótipos associados à variante<br />
G6PD*A, dos quais, três ainda não foram descritos na literatura. Foi observado um único haplótipo<br />
associado ao alelo G6PD*A - 376/202, e um outro ao alelo G6PD*A - 376/968. Desta forma, os dados<br />
obtidos por Biologia molecular demonstraram que: i) o alelo G6PD*A - é a principal causa de deficiência na<br />
Amazônia brasileira, com freqüência de 3,8 %, ll) o alelo G6PD*A - é mais recente que G6PD*A -; e iii) os<br />
três novos haplótipos observados no presente estudo resultam do processo de miscigenação étnica, ocorrido<br />
durante a colonização da Região Amazônica.<br />
319<br />
CARVALHO, Walther Augusto de. Efeito do metilmercúrio sobre a secreção de prolactina induzida<br />
por estresse de imobilização em ratos Wistar. 2001. 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Diariamente estamos expostos a diversos poluentes ambientais. Em condições atuais a<br />
distribuição destes é regida por um equilíbrio dinâmico, em grande parte, devido a processos biológicos que<br />
afetam seus mecanismos de síntese e degradação. Na Região Amazônica, o mercúrio pode ser facilmente<br />
encontrado a partir de fontes naturais e/ou artificiais, constituindo um risco à saúde pública, a partir da<br />
exposição ocupacional (mercúrio inorgânico) ou ambiental (mercúrio orgânico). A existência de ações nocivas<br />
relacionadas à intoxicação mercurial em diversos sistemas biológicos tem sido extensamente estudada nos<br />
últimos anos, especialmente no que se refere a mecanismos de toxicidade, proteção e indicadores de<br />
disfunção. No entanto, existe uma lacuna no conhecimento científico com relação aos sinais precoces de<br />
intoxicação. Neste último caso, hormônios hipofisários, como a prolactina, podem ser utilizados como<br />
sensíveis sinalizadores de intoxicação. Animais intoxicados com metilmercúrio apresentaram um aumento na<br />
resposta secretória de prolactina, esta em condição basal ou induzida por estresse. Por outro lado, o<br />
tratamento profilático com vitamina C - um anti-oxidante natural - é capaz de prevenir as disfunções<br />
induzidas pelo metilmercúrio sobre a resposta secretória de prolactina, em animais submetidos a condições<br />
estressogênicas.<br />
320<br />
CONDE, Valney Mara Gomes. Papel da adenosina na regulação de resposta secretória atrial a<br />
diminuição do fluxo de nutrientes. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A adenosina exerce efeitos potentes em muitos processos fisiológicos, incluindo a regulação da<br />
atividade cardíaca, sobre a qual pode atuar como um fator homeostático local, em condições normais ou<br />
alteradas de variação do seu metabolismo. A modulação da atividade contrátil, da perfusão coronariana e da<br />
síntese e secreção de outros fatores locais de proteção celular, como o Pertídeo Natriurético Atrial (ANP) e o<br />
Óxido Nítrico (NO), são alguns dos diversos efeitos induzidos por seus receptores externos de membrana.<br />
Nos propusemos a avaliar efeitos de bloqueadores específicos de recaptação ou degradação, de antagonistas e<br />
agonistas de adenosina, com o objetivo de estudar o significado funcional dos efeitos da adenosina intersticial<br />
sobre a secreção de ANP, síntese de Óxido Nítrico (NO) e consumo de Oxigênio (O2) em átrios direitos<br />
isolados de ratos albinos (Wistar) adultos e submetidos à diminuição de fluxo de perinfusão (50 %). A<br />
diminuição do fluxo de nutrientes induziu aumento da concentração de nitrato (µM), seguido de diminuição<br />
da concentração de ANP (pg/ml) no eluato e consumo de O2 pelo tecido, sugerindo que o aumento da<br />
síntese de óxido nítrico seja responsável pela inibição observada. Por outro lado, foi sugerida uma diminuição<br />
de responsividade de receptores a diferentes acúmulos de adenosina intersticial induzida por dipiridamol,<br />
posto que somente uma suave elevação da concentração de ANP, no eluato foi observada para menor e<br />
maior dose do bloqueador. A predominância de efeitos estimulatórios nessa condição foi confirmada pela<br />
inibição da liberação de ANP induzida por antangonistas de receptores A1 ou A2, sugerindo que uma ação
205<br />
tônica estimulatória da adenosina possa ocorrer em condições de fluxo diminuído. A potente elevação da<br />
concentração de ANP induzida por agonistas A3 sugere a participação deste receptor nestes mecanismos.<br />
321<br />
DINIZ, Felipe Monteiro. Padrões na estruturação de comunidades de mamíferos terrestres na<br />
América do Sul. 2001. 48 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Peter Mann de Toledo<br />
RESUMO: Na análise das causas que levam ao aparecimento de padrões das estruturas em comunidades de<br />
mamíferos terrestres da América do Sul, sempre foi um desafio conseguir um perfil exato dos processos<br />
evolutivos observáveis em larga escala. Neste trabalho, procura-se analisar os padrões de distribuição da<br />
mastofauna terrestre na América do Sul, procurando correlacionar as diferentes faunas com diferentes<br />
gráficos, utilizando um refinamento do método de cenogramas. Levaram-se em conta variáveis ecológicas que<br />
(alimentação, locomoção e porte) teriam influenciado a distribuição das espécies e o tamanho que<br />
apresentam. Verificou-se, também, a possibilidade de aplicação do método para a análise da fauna de<br />
mamíferos terrestres extintos na América do Sul. Os resultados apontam para a consistência do uso de tal<br />
metodologia nos conjuntos atuais e uma boa possibilidade de sua aplicação em comunidades extintas. Para<br />
tanto, considerações devem ser feitas acerca de lacunas de conhecimento sobre os padrões de distribuição das<br />
mastofaunas atuais, como as relações ecológicas e evolutivas entre os mamíferos e o Continente Sulamericano.<br />
322<br />
GOMES, Francinaldo Lobato. Morfologia, densidade, regularidade e cobertura dendrítica das células<br />
ganglionares M e P na retina do Sagüí comum, Callithrix jacchus. 2001. 137 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada<br />
RESUMO: Estuda a morfologia, a densidade, a cobertura dendrítica e a distribuição das células ganglionares<br />
retinianas M e P em retinas de Callithrix jacchus. As células ganglionares foram marcadas retrogradamente com<br />
biocitina, colocada no nervo óptico. A densidade foi calculada em mosaicos de células M e P, usando-se a<br />
análise da distância do vizinho mais próximo e o raio efetivo. A regularidade foi avaliada por meio do fator de<br />
empacotamento e do índice de regularidade. Morfologicamente, as células M e P do C. jacchus mostraram-se<br />
semelhantes às células M e P descritas em outros primatas do Novo e do Velho Mundo, não havendo<br />
diferença entre os subtipos interno e externo com relação ao tamanho de campo dendrítico. A densidade<br />
celular cai acentuadamente em direção à periferia da retina, com esta queda sendo mais acentuada na região<br />
temporal. O fator de cobertura para as células ganglionares retinianas M e P na retina do C. jacchus não se<br />
manteve constante ao longo da retina e esteve acima do valor encontrado em outros primatas. A razão entre<br />
células ganglionares retinianas M e P também não se manteve constante, diminuindo em direção à periferia<br />
nasal da retina. Os mosaicos de células ganglionares retinianas M e P são regulares na retina do C. jacchus. A<br />
proporção das células ganglionares P em relação ao total de células ganglionares cai acentuamente em direção<br />
à periferia nasal da retina, com provável aumento de células ganglionares de projeção retinotectal. Estes<br />
resultados indicam que as células ganglionares P exercem papel importante para a visão central dos primatas.<br />
323<br />
KHAYAT, André Salim. Avaliação da ação mutagênica e monitoramento genotóxico em pacientes<br />
portadores de anemia de células falciformes tratados com hidroxiuréia. 2001. 108 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano
206<br />
RESUMO: O desenvolvimento de terapias para a anemia de células falciformes tem recebido atenção<br />
especial, particularmente aquelas que envolvem prevenção ou inversão da polimerização da Hemoglobina<br />
defeituosa (HbS) nos eritrócitos. A Hidroxiuréia (HU) é um agente comumente usado no tratamento de<br />
doenças mieloproliferativas. O uso deste antitumoral em pacientes com anemia falciforme justifica-se pela<br />
capacidade que a droga possui de induzir um significativo e favorecido aumento nos níveis de hemoglobina<br />
fetal, produzindo uma diminuição na freqüência dos episódios vaso-oclusivos. Porém, doses inadequadas ou<br />
tratamentos prolongados com essa droga podem ser citotóxicos ou genotóxicos para os pacientes com<br />
anemia falciforme aumentando o risco para o desenvolvimento, principalmente, da leucemia aguda. Para<br />
evitar que fenômenos deste gênero aconteçam, é necessário monitorar as células dos pacientes tratados com<br />
este fármaco. A associação entre propriedades terapêuticas e genotóxicas da HU tornam os testes<br />
citogenéticos (índice miótico e aberrações cromossômicas) fundamentais no acompanhamento dos efeitos<br />
dessa droga. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação genotóxica desta droga in vitro em<br />
indivíduos hígidos e em pacientes com anemia falciforme, e in vivo em pacientes com esta anemia, utilizando<br />
cultura temporária de linfócitos. Os resultados dos experimentos in vitro em indivíduos hígidos nos permitem<br />
concluir que, a HU é citotóxica somente em células que estão sintetizando DNA durante o período de<br />
exposição à droga, exatamente por agir sobre a enzima ribonucleotídeo redutase, inibindo a divisão celular.<br />
No experimento in vitro, com pacientes portadores de anemia falciforme, a HU não demonstrou efeito<br />
citotóxico nem genotóxico nas doses e condições utilizadas. Por outro lado, nos experimentos in vivo, com<br />
pacientes portadores deste tipo de anemia, a HU somente apresentou citotoxidade na primeira dose. Este<br />
fenômeno não se repetiu nas outras doses, que apresentaram uma estabilidade fisiológica que se manteve até<br />
o final do experimento. Acreditamos que o organismo se adaptou a presença da droga e após um ano e dois<br />
meses de terapia, o aumento gradativo das dosagens não foi o suficiente para inibir a atividade da<br />
ribonucleotídeo redutase. Este fármaco pode ser considerado não genotóxico nas doses e condições utilizadas<br />
em nosso trabalho. Esses resultados sustentam as hipóteses levantadas na literatura que sugerem que à HU é<br />
menos mutagênica que outros agentes. Este fenômeno deve ser o resultado da HU não agir diretamente<br />
sobre o DNA, e sim sobre a ribonucleotídeo redutase. O acompanhamento citogenético de indivíduos<br />
submetidos à terapia com HU deve ser constante, pois a ausência de genotoxidade pode ser temporária,<br />
sendo também necessário observar o IM, onde alterações devem ser repassadas ao órgão de<br />
acompanhamento em hematologia, para uma análise auxiliar dos níveis hematológicos durante a terapia.<br />
324<br />
MARTINS, Luisa Caricio. Soroprevalência de anticorpos contra o antígeno CagA DA Heliobacter<br />
pylori em pacientes com úlcera gástrica. 2001. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: A infecção pela H. pylori é hoje considerada um dos maiores fatores na patogênese de um largo<br />
espectro de afecções, levando ao desenvolvimento de uma gastrite crônica ativa, com denso infiltrado celular<br />
na mucosa, que pode causar sérios danos à mucosa gástrica, podendo evoluir para gastrite atrófica, metaplasia<br />
e ulcerações gástricas. O grau de inflamação na mucosa gástrica varia de cepa para cepa, e de hospedeiro para<br />
hospedeiro. Embora a presença da cepa virulenta CagA+ seja um dos mais importantes fatores etiológicos<br />
para o surgimento de úlcera péptica, ainda não está estabelecido todos os mecanismos envolvidos na relação<br />
bactéria-úlcera péptica. Baseado nessa questão, esse estudo pretende contribuir para esclarecer os mecanismos<br />
de infecções da bactéria H. pylori e a associação das cepas tipo I no desenvolvimento da úlcera gástrica, bem<br />
como a relação destes com os grupos sangüíneos ABH e Lewis. Testes sorológicos foram utilizados para<br />
verificar a resposta tumoral contra a H. pylori e proteína CagA em pacientes com úlcera gástrica e<br />
caracterização fenotípica dos grupos sangüíneos ABH e Lewis. Nesse estudo, observamos uma alta<br />
prevalência (82%) da cepa tipo I entre os pacientes com úlcera gástrica e a associação desta com o grau de<br />
inflamação aumentado na mucosa gástrica. Em relação a distribuição dos fenótipos sangüíneos ABH e Lewis,<br />
obtivemos uma correlação significativa entre o fenótipo salivar Lewis b e a infecção pela H. pylori. Além do<br />
aumento da freqüência do fenótipo Lewis negativo não genuíno e do subgrupo A2 entre os pacientes. Baseado<br />
nos resultados obtidos neste estudo, nós concluímos que a presença da cepa tipo I está relacionada ao
desenvolvimento de inflamação aumentada na mucosa gástrica, favorecendo a formação de ulcerações<br />
gástricas. Assim como sua associação com fenótipo de grupo sangüíneo Lewis b.<br />
207<br />
325<br />
OLIVEIRA, Manuela França de. Morfologia funcional e desenho corporal da cintura pélvica e<br />
membros posteriores dos tamanduás (Mammalia: Xenarthra: Myrmecophagidae). 2001. 80 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Peter Mann de Toledo<br />
RESUMO: Entre os mamíferos, os Xenartros são, sem dúvida alguma, um grupo bastante singular no que diz<br />
respeito à morfologia, fisiologia e hábitos locomotores e alimentares. Dentro da ordem Xenarthra, a família<br />
Myrmecophagidae é a que tem recebido, nos últimos anos, menos atenção em termos de trabalhos sobre<br />
morfologia funcional e biomecânica, em especial dos membros posteriores. Visando contribuir para o<br />
enriquecimento do conhecimento biológico acerca da natureza morfofuncional e biomecânica dos membros<br />
posteriores (fêmur e tíbia) e cintura pélvica destes animais de gêneros Cyclopes (tamanduá), Tamanduá<br />
(tamanduá-de-colete) e Myrmecophaga (tamanduá-bandeira)], este trabalho propõe um estudo osteológico<br />
descritivo-comparativo destas estruturas, enfatizando os principais pontos, com reflexo na funcionalidade<br />
biomecânica ligada aos hábitos locomotores. Para isso, além das descrições osteológicas, foram tomadas vinte<br />
e três medidas pós-cranianas distribuídas entre a cintura pélvica, fêmur, tíbia, úmero e rádio. A partir de tais<br />
medidas, foram calculados treze índices osteométricos, os quais provaram ser eficazes na caracterização<br />
morfofuncional dos três gêneros mirmecofagídeos, além de separá-los biomecanicamente em seus estilos<br />
locomotores.<br />
326<br />
OLIVEIRA, Salma Gomes de. Perfil eletroforético da enzima glicose fosfato isomerase de isolados de<br />
Plasmodium vivax do nordeste da Amazônia brasileira. 2001. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: Quarenta e seis amostras de Plasmodium vivax, isoladas de pacientes procedentes de várias<br />
localidades da Amazônia ocidental foram analisadas pela técnica da eletroforese em gel de amido, quanto à<br />
presença de polimorfismo enzimático do sistema Glicose Fosfato Isomerase (GPI). A variedade de bandas<br />
encontradas caracteriza a existência de polimorfismo. O zimograma mostrou a presença de quatro variantes<br />
da enzima GPI, as quais foram semelhantes às encontradas por outros autores para isolados da Índia e do<br />
Brasil, no entanto encontramos uma variante, que denominamos "i", apresentando banda muito tênue, com<br />
mobilidade eletroforética entre os tipos I e IV. Os tipos I, II, III e IV, foram encontrados isoladamente ou<br />
combinados, dois a dois, entre si, sendo o tipo I o mais prevalente, tanto nas formas combinadas (30,2 %)<br />
como na forma isolada (21,7 %), apresentando-se amplamente distribuído. A banda "i" foi encontrada em<br />
12,5% das amostras em combinação com I, II ou IV. Um único isolado mostrou a combinação de três tipos<br />
isoenzimáticos: I, IV e i.<br />
327<br />
PENELA, Armando Sequeira. Comparação entre os métodos da imunohistoquímica com anticorpo<br />
policlonal, imunohistoquímica com anticorpo monoclonal G2D10 e histopatologia pela<br />
hematoxilina-eosina no diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana na Amazônia. 2001. 98 f.<br />
Dissertação. (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientador: Arival Cardoso de Brito
208<br />
RESUMO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença de grande importância no Estado<br />
do Pará. Sua incidência nesta região é comparável às maiores do globo. O diagnóstico da mesma, que consiste<br />
na identificação do parasita, nem sempre é fácil. A maioria dos pacientes, provenientes das zonas rurais,<br />
raramente procuram os centros especializados no início da doença, quando seria possível encontrar o agente<br />
biológico utilizando técnicas de rotina. Por outro lado, o emprego de técnicas de maior sensibilidade, idéias<br />
para as formas crônicas e incomuns da enfermidade, não estão disponíveis para uso rotineiro. Nos últimos<br />
dez anos, os chamados métodos imunohistoquímicos (IHQ), que utilizam anticorpos (AC) mono e<br />
policlonais, têm possibilitado maior precisão no encontro dos parasitas em tecidos. No presente estudo,<br />
foram comparadas a sensibilidade e a especificidade da técnica imunohistoquímica pela imunoperoxidase<br />
(Método ABC), utilizando-se o anticorpo monoclonal G2D10 e o anticorpo policlonal (desenvolvido pelo<br />
Instituto Adolfo Lutz) com o método tradicional da histopatologia pela hematoxilina-eosina (H&E), no<br />
diagnóstico de 40 amostras de tecidos fixados por formol, obtidos de biópsias de pele de 40 portadores de<br />
LTA, confirmados por cultura, todos procedentes da Região Amazônica. A sensibilidade do método da IHQ<br />
com G2D10 (62,5 %) foi superior à H&E (30 %) (p=0,0018; 'alfa'=0,05; pelo teste bimonal unilateral). A<br />
sensibilidade do método da IHQ com anticorpo policlonal (50%) foi superior à H&E (30%) (p=0,0339;<br />
'alfa'=0,05; teste bimonal unilateral). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre as<br />
sensibilidades dos dois métodos histoquímicos. A especificidade foi igual nos três métodos (100%). O valor<br />
preditivo positivo foi de 100 % nas 3 técnicas. Os valores preditivos negativos foram de 62,5 %; 55,6 % e<br />
47,2 % para IHQ com G2D10, IHQ com AC policlonal e H&E, respectivamente. A IHQ apresentou notável<br />
capacidade de identificar leishmanias com facilidade, rapidez e precisão em baixas resoluções (X 20-40). A<br />
histopatologia pela H&E necessita utilizar a técnica da imersão (X1000) para identificação dos parasitas. A<br />
IHQ com AC G2D10, apresentou maior nitidez na marcação do antígeno que a técnica com AC policlonal. A<br />
IHQ, especialmente com AC G2D10, mostrou-se um simples, rápido, eficiente e barato método de<br />
diagnóstico de LTA.<br />
328<br />
ROCHA, Márcia Cardoso. Análise da variabilidade genética em um rebanho bovino da raça Nelore<br />
(Bovidae : bos indicus , Linnaeus 1758) através de dois locos de minissatélite. 2001. 99 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Os bovinos são mamíferos da ordem Artiodactila, família Bovidae, tribo Bovini, na qual estão os<br />
gêneros Bos, Bison, Syncerus e Bubalus. Dados morfológicos e, posteriormente, moleculares têm gerado<br />
propostas de filogenia para a tribo Bovini, os quais divergem quanto ao posicionamento de algumas espécies e<br />
subgêneros. O gênero Bos inclui espécies selvagens (algumas ameaçadas e outras extintas) e domésticas.<br />
Nestas estão animais de grande importância econômica e social, como o gado zebu (Bos indicuss). Este se<br />
constitui de mais de 50 raças, difundidas em ampla distribuição geográfica. No Brasil, de acordo com a<br />
Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), existem oito raças zebuínas. Dentre elas está o rebanho<br />
Nelore, uma raça de destaque na pecuária nacional e pouco explorada em termos de conhecimento da<br />
variabilidade genética. Para a análise desta, o presente trabalho empregou marcadores moleculares do tipo<br />
minissatélite. Foram utilizados dois locos hipervariáveis: KBMS2 e BTGL1. Uma população de rebanho não<br />
aparentado, composta por 130 indivíduos foi analisada. Foram encontrados e seqüenciados oito alelos no loco<br />
KBMS2, o qual apresentou altos índices de Heterozigosidade e PIC, bem como PI. Os alelos deste loco estão<br />
em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O loco BTGL1 apresentou numerosos alelos e em baixas freqüências.<br />
Foram seqüenciados três alelos deste loco e os padrões de repetição, analisados. Foram encontrados variações<br />
muito estreitas de comprimento entre os alelos.<br />
329<br />
SANTOS, Carla Christiani Bastos dos. A Influência da salinidade no desenvolvimento e na<br />
susceptibilidade do Anopheles aquasalis (Díptera: Culicidae) ao Plasmodium falciparum. 2001. 82 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agopecuária,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
209<br />
RESUMO: O An. aquasalis é o principal vetor na área litorânea do Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a<br />
influência da salinidade no desenvolvimento e susceptilidade desta espécie ao P. falciparum. Para isso, foram<br />
realizados experimentos com água doce e diluições de água do mar (10, 20, 25, 50 e 100 %) utilizando ovos,<br />
larvas, pupas e adultos. Tanto os ovos quanto as larvas se desenvolveram melhor na diluição até 50 %, com<br />
relação às pupas, evoluíram a adultos provenientes das diluições salinas e foram maiores que os adultos<br />
oriundos da água doce. As fêmeas desta espécie não selecionaram o local de ovoposição, pois não houve<br />
correlação do número de ovos postos e teor de salinidade. Para avaliar a susceptilidade, espécimens de An.<br />
aquasalis (desenvolvidos em água doce e diluição de 10 % da água do mar) e An. darlingi (espécie controle)<br />
foram colocados para se alimentar em pacientes portadores de infecção por P. falciparum. Para a detecção de<br />
oocistos e de esporozoítos foi realizada a técnica de dissecção de intestino e glândulas salivares,<br />
respectivamente. Ambas espécies foram susceptíveis ao P. falciparum. Durante o estudo foram coletados 488<br />
mosquitos que foram testados pelo ELISA. Foram encontrados naturalmente infectados An. aquasalis (4,0 %),<br />
An. darlingi (0,8 %) e An. galvaoi (0,6 %). Os espécimes de An. aquasalis foram positivos para as três espécies<br />
de plasmódio humano, enquanto que os de An. darlingi e An. galvaoi foram positivos apenas para P. vivax<br />
variante VK210. O An. aquasalis e An. darlingi continuam tendo papel importante na transmissão de malária<br />
em Belém.<br />
330<br />
SARÁTY FILHO, Miguel. Papel da adenosina no controle hipotalâmico da sede em ratos submetidos<br />
à privação hídrica. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A sede é o resultado de um processo fisiológico natural, indutor de um comportamento<br />
compensatório ingestivo, para quase todas as espécies animais. O principal centro controlador dos<br />
mecanismos que processam a sede no hipotálamo está situado na região anteroventral do terceiro ventrículo,<br />
abrangendo os Órgãos Circunventriculares (OCVs), onde estão localizados neurônios especializados em<br />
detectar variações mínimas na osmolaridade e na concentração de sódio do Líquido Céfalo-raquidiano (LCR).<br />
Neurônios hipotalâmicos colinérgicos e angiotensinérgicos compõem as principais vias reguladoras da sede. A<br />
administração de antagonistas muscarínicos - como a atropina — e/ou angiotensinérgicos do tipo AT1 —<br />
como o lozartan — pode bloquear a sede natural induzida por privação hídrica. Por outro lado, a adenosina<br />
(um nucleosídeo purínico) parece modular a atividade secretória de neurohormônios hipotalâmicos,<br />
envolvidos com a regulação do balanço hidroeletrolítico. Nossos resultados mostraram que, a administração<br />
de R-phenilisopropil-adenosina (R-PIA), um agonista de receptores A1 ou um bloqueador de degradação e<br />
recaptação de adenosina (dipiridamol), potenciou ou recuperou a sede inibida por atropina e induzida por<br />
privação hídrica. Esta recuperação foi somente parcial para o bloqueio AT1, induzido por lozartan. O bloqueio<br />
da recaptação de adenosina não potenciou a sede induzida por privação, mas recuperou a sede inibida pelo<br />
bloqueio colinérgico (atropina), mimetizando ações de uma terceira via dipsogênica independente.<br />
Considerando-se que os derivados purina nucleotídeos estão espalhados em quase todas as células do<br />
organismo animal, inclusive neuronais, atuando como co-fatores para muitas reações bioquímicas celulares.<br />
Então essas substâncias podem estar possivelmente fazendo parte de algum mecanismo modulador dos níveis<br />
homeostáticos dos fluidos corporais, atuando no comportamento da sede (dipsogênico). O ATP, ADP e<br />
AMP, como são comumente conhecidos, devem mediar algum mecanismo que possa estar marcando cada<br />
passo dos processos que tornam esse comportamento tão evidente em quase todas as espécies. Os<br />
purinérgicos, ou propriamente a adenosina, provavelmente constituiem-se em mais um tipo de<br />
neuromodulador da sede induzida por privação de água.
210<br />
331<br />
SILVA, Ana de Nazaré Martins da. Susceptibilidade natural e experimental do Anopheles aquasalis<br />
(diptera: culicidae) e colonização em laboratório. 2001. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: A manutenção apropriada de mosquitos em condições de laboratório pode subsidiar diversos<br />
estudos, entre eles os de susceptibilidade a parasitos. O objetivo deste estudo foi avaliar a susceptibilidade do<br />
Anopheles aquasalis (Diptera : Culicidae), espécie importante para a transmissão de malária em Belém, às variantes<br />
do Plasmodium vivax (Vk210, VK247 e P. vivax - "like"). Assim, pacientes portadores de infecção malárica por<br />
esses plasmódios, alimentaram exemplares de An. aquasalis e de An. darlingi, espécies-controle, colonizados em<br />
laboratório. Todos os pacientes infectaram espécimes das duas espécies de anofelinos utilizadas nesse estudo,<br />
porém o An. darlingi foi mais susceptível do que o An. aquasalis. A tipificação do P. vivax nos pacientes foi<br />
realizada pela PCR (Reação de Cadeia em Polimerase), enquanto que nos mosquitos foi empregado o método<br />
de ELISA (Enzyme-Linked Imunosorbent Assay) para a identificação das variantes VK210 e VK247 do<br />
parasito. Houve total concordância na detecção da variante VK210 entre os pacientes e mosquitos<br />
correspondentes, enquanto que para a VK247, só foi encontrada concordância em um paciente. Infectividade<br />
natural de anofelinos coletados em Belém foi detectada em espécimes de An. aquasalis, An. darling e An.<br />
galvaoi. A primeira espécie apresentou as seguintes infecções: P. falciparum (2,5 %), P. vivax VK210 (0,8 %), P.<br />
vivax VK247 (0,2 %) e P. malariae (0,6 %) ; enquanto a segunda e a terceira espécies de anofelino estavam<br />
positivas somente para P. vivax VK210. O fato da maior proporção de mosquitos das duas espécies estudadas<br />
estar infectadas com a variante VK210, natural e experimentalmente, pode explicar a alta prevalência deste<br />
genótipo na população humana em Belém.<br />
332<br />
SIQUEIRA, Maria Lúcia Souza. Adenosina como fator local de regulação da secreção de peptídeo<br />
atrial natriurético. 2001. 57 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: O papel fisiológico da adenosina sobre a atividade cardíaca tornou-se uma referência a partir de<br />
1929, quando a adenosina passou a ganhar importância como uma substância mediadora de variadas ações<br />
fisiológicas. Sua atuação local regulando o fluxo sanguíneo coronariano em resposta a hipóxia, é hoje,<br />
considerada como uma das principais ações autócrino-parácrina da adenosina no sistema cardiovascular. A<br />
secreção de um hormônio peptídico no átrio, denominado de peptídeo natriurético atrial (ANP), o qual atua<br />
como natriurético, diurético e hipotensor, apresenta uma relação funcional muito próxima a da adenosina no<br />
controle do metabolismo cardíaco, uma vez que, tanto a adenosina quanto o ANP atuam como<br />
vasodilatadores coronarianos em resposta à diminuição da oferta de oxigênio. O papel local da adenosina<br />
intersticial regulando a secreção basal de ANP é o que nos propusemos a estudar neste trabalho, realizado<br />
com perinfusão de átrio isolado num fluxo de 0,5 ml/min a partir de testes farmacológicos com um<br />
bloqueador de recaptação de adenosina, inibidor de adenosina deaminase, agonistas e antagonistas seletivos<br />
de receptores A1 e A2. As hipóteses formuladas consideram: (1) que as respostas bifásicas induzidas por<br />
adenosina podem estar relacionadas à estimulação em doses baixas ou inibição em doses altas da secreção de<br />
ANP; (2) a inibição induzida pela administração de antagonistas individualmente sugere que a adenosina<br />
poderia atuar com uma ação tônico-estimulatória da secreção de ANP; (3) o bloqueio por CPT (8-ciclopentil-<br />
1,3-dimetilxantina/ antagonista A1) da ativação A1 por R-PIA (R(-)-N6-(2-fenilisopropil)adenosina) /<br />
agonista A1) e ausência de bloqueio por DMPX (3,7-dimetil-1-propargilxantina/ antagonista A2) sobre a<br />
inibição induzida por CGS (2-[p-(2-carboxietil) fenetil amina]-5´-N-etilcarboxiamido adenosina/ agonista A2),
sugere que a inibição da secreção de ANP dependa, exclusivamente, da ativação de receptor A1. Finalmente,<br />
outras abordagens experimentais devem ser conduzidas para a confirmação ou negação dessas hipóteses.<br />
211<br />
333<br />
XAVIER, Marília Brasil. Leishmaniose tegumentar americana: uma análise quantitativa das células de<br />
Langerhans em pacientes virgens de tratamento. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Realiza estudo quantitativo da densidade das células de Langerhans (CL) através de imunomarcação<br />
com anti CD1a, em espécimes obtidos de lesão de pacientes portadores de Leishmaniose Tegumentar<br />
Americana (LTA) virgens de tratamento, e de casos controles com pele normal. A densidade das CL foi<br />
significantemente maior nos pacientes do que nos controles e nos casos com maior tempo de doença. Em<br />
relação à carga parasitária, que está diminuída nos casos crônicos, a densidade das CL foi inversamente<br />
proporcional. A forma cutânea localizada (LCL) apresentou aumento da população celular quando<br />
comparada à forma difusa (LCD). Houve uma tendência ao aumento da densidade das CL nos casos de<br />
infecção por L.(L.) amazonensis em relação a L.(V.) sp. Em relação ao teste de hipersensibilidade tardia (Teste<br />
de Montenegro), a L.(L.) amazonensis apresentou comportamento peculiar por ser má indutora de imunidade<br />
celular, apresentando, nos casos e LCL, maior densidade nos pacientes Montenegro negativos do que nos<br />
Montenegro positivos, provavelmente por aumento da reposição celular, a fim de estimular a resposta imune.<br />
Esses resultados confirmam o papel importante das CL na LTA e sugerem que a L.(L.) amazonensis,<br />
provavelmente, constitui um bom modelo para estudar as CL como APC na LTA, devido ao seu<br />
comportamento clínico e imunológico espectral.<br />
2002<br />
334<br />
COSTA, Maurimélia Mesquita da. Soroepidemiologia de Chlamydia trachomatis e de Chlamydia<br />
pneumoniae em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e asma e em pacientes com<br />
doença coronariana isquêmica. 2002. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak<br />
RESUMO: As infecções causadas por Chlamydia trachomatis e por Chlamydia penumoniae têm distribuição<br />
variável em todo o mundo. O espectro de patologias associado às duas espécies inclui as doenças respiratórias<br />
e cardiovasculares. O presente estudo teve como objetivo descrever, através de métodos<br />
soroepidemiológicos, a prevalência de anticorpos para C. trachomatis e para C. pneumoniae em um grupo de 99<br />
pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e asma, e em 33 pacientes com doença<br />
coronariana isquêmica internados, respectivamente, no Hospital Universitário João de Barros Barreto e no<br />
Hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Para obtenção dos resultados, as amostras de<br />
soros foram submetidas à triagem através da técnica de imunofluorescência indireta para a pesquisa de<br />
anticorpos para o antígeno gênero-específico presente no sorotipo L2 de C. trachomatis. As amostras que<br />
reagiram positivamente foram posteriormente testadas através da reação de microimunofluorescência para a<br />
detecção de reatividade para um dos quinze sorotipos de C. trachomatis e para o sorotipo TWAR de C.<br />
peneumoniae. Entre os pacientes com DPOC e asma, a prevalência de anticorpos para o gênero Chlamydia foi de<br />
68 %, para C. pneumoniae, 30% enquanto para C. trachomatis, 43%. Entre os pacientes com doença coronariana<br />
isquêmica, as prevalências encontradas foram de 73 %, 21 % e 67 % para o gênero Chlamydia, para C.<br />
trachomatis e para C. pneumoniae.
212<br />
335<br />
FRANCO, Edna Cristina Santos. Análise comparativa da distribuição e número total de<br />
fotorreceptores em seis espécies de primatas do Novo Mundo: correlação com a hipótese do<br />
escalonamento neuronal. 2002. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada<br />
RESUMO: A variedade de espécies de primatas do Novo Mundo tem despertado o interesse em estudar estes<br />
animais em vários aspectos do seu sistema visual. Estudamos a variação de densidade e o número total de<br />
fotorreceptores em seis espécies de primatas do Novo Mundo: Alouatta coraya, Cebus apella, Saimiri ustius,<br />
Saguinus midas niger, Callithrix jacchus e Aotus sp. Utilizamos estes dados para testar a aplicação da hipótese do<br />
escalonamento neuronal proposta por Finlay e Darlington (1995) para prever a taxa de variação<br />
interespecífica do número total de cones e bastonetes nestes primatas. Os fotorreceptores foram contados em<br />
montagens planas ao longo dos meridianos horizontal e veritical. Linhas de isodensidade foram desenhadas e<br />
o número total de cones e bastonetes foi obtido a partir da integração dos valores de densidade celular ao<br />
longo da extensão da retina. Os nossos resultados demonstraram que o pico da densidade de cones foi similar<br />
para as espécies diurnas estudas: o Alouatta apresentou o maior pico da densidade de cones. O número total<br />
de cones foi bastante semelhante enquanto que o número total de bastonetes apresentou maior variação. O<br />
Aotus apresentou número total de cones inferior e número total de bastonetes superior em relação aos demais<br />
primatas. Este trabalho demonstrou que a hipótese de Finlay e Darlington é válida para explicar a variação do<br />
número total de cones e bastonetes nas retinas de primatas, com algumas ressalvas. A variação do número<br />
total de cones segue uma função linear somente quando retiramos os dados dos calitriquíneos. No caso dos<br />
bastonetes, o melhor ajuste acontecer quando omitimos o Aotus. Os resultados mostraram que o número<br />
total de cones varia menos do que o número total de bastonetes como previsto pela hipótese do<br />
escalonamento neuronal, mas que algumas espécies diminuem a força da correlação, sugerindo a contribuição<br />
de adaptações evolutivas específicas na gênese de determinadas características da organização retiniana.<br />
336<br />
GOMES, Patrick Abdala Fonseca. Estudo da susceptibilidade do primata Cercopithecus aethiops à<br />
infecção experimental por espécies de leishmania neotropicais: Leishmania (Leismania) amazonensis<br />
e Leishmania (Viannia) braziliensis. 2002. 52 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: Jeffrey Jon Shaw<br />
RESUMO: O uso de modelos animais é um dos principais fatores responsáveis pelos avanços na produção e<br />
desenvolvimento de vacinas contra diversos patógenos. Modelos murinos apresentam limitações quanto à<br />
susceptibilidade e resposta imune a leishmania. Assim, primatas não-humanos tornam-se uma boa opção, pois<br />
possuem uma grande similaridade filogenética com o homem. O objetivo deste estudo é investigar a<br />
susceptibilidade do primata Cercopithecus aethiops à infecção primária e secundária por leishmania (Leishmania)<br />
amazonensis e leishmania (Viannia) braziliensis e acompanhar o curso clínico e resposta de anticorpos IgG anti-<br />
Leishmania à infecção doença. Doze espécimes do primata, 6 machos e 6 fêmeas, divididos em 2 grupos de 6<br />
animais cada, nascidos e criados em cativeiro, foram experimentalmente inoculados com L. (L.) amazonensis<br />
(grupo 1) e L. (V.) braziliensis (grupo 2), posteriormente desafiados por L. (L.) amazonensis (grupo 1 e 2) e<br />
desafiados com L. (V.) braziliensis (grupo 1). O inóculo consistiu de promastigotas de cultura suspensas em<br />
solução salina glicosada (0,1ml) na concentração de 2 x 106 parasitas e foi administrado intradermicamente na<br />
face dorsal da cauda tricotomizada. Os animais foram cuidadosamente examinados semanalmente durante<br />
dois meses após inoculação (p.i.) e, posteriormente, mensalmente até cura total das lesões. Realizou-se biópsia<br />
da lesão de cada animal para diagnóstico parasitológico, por exame microscópico direto ou inoculação em<br />
hamster, e coleta de sangue para pesquisa de anticorpos. Antígenos para o Teste de ELISA foram preparados a<br />
partir de promastigotas de L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis. Na primoinoculação, todos os animais
213<br />
desenvolveram lesão e o período de incubação foi de 28 a 58 dias nos grupos 1 e 2. Verificou-se diferença<br />
estatisticamente significativa quanto ao tamanho máximo das lesões entre os dois grupos (p= 0.0008). No<br />
grupo 1, apenas um animal apresentou lesão ulcerada, e o restante, lesões nodulares (4 a 15mm de diâmetro),<br />
que começaram a regredir em torno de 5 meses p.i. Na infecção desafio (grupo 1), apenas 4/6 animais<br />
apresentaram lesões, aos 70 dias pós-desafio todos se curaram. No desafio heterólogo, todos os animais<br />
apresentaram lesões, sendo que 2 animais apresentaram lesões múltiplas e 2,5 anos p.d.h ainda permanecem<br />
com lesões. Diferenças significativas foram encontradas quando comparados o tamanho máximo das lesões<br />
entre as infecções (p= 0.0142, primo-inoculação e desafio heterólogo) e (p= 0.0019, desafio homólogo e<br />
heterólogo). No grupo 2, os animais apresentaram na sua maioria lesões ulceradas, e lesões múltiplas na cauda<br />
(7 a 23mm) e começaram a regredir somente após 485 dias p.i. Foi realizado o desafio heterólogo e 4 meses<br />
p.d.h nenhum animal apresentava lesão. O grupo 1 apresentou níveis significativos de anticorpos IgG quando<br />
utilizado antígeno homólogo. No grupo 2, verificaram-se resultados similares, onde o antígeno homólogo foi<br />
mais sensível. Quando comparados os dois grupos, verificou-se uma diferença significativa (p= 0.0063).<br />
Quanto à resposta secundária, detectaram-se anticorpos aos 21 dias p.d mantendo-se constantes até a cura<br />
das lesões, não se detectaram anticorpos com antígeno heterólogo. Quanto à resposta de anticorpos ao<br />
desafio heterólogo, detectaram-se títulos tanto com antígeno homólogo quanto com heterólogo. Quando<br />
comparados os títulos de anticorpos nas diferentes infecções no grupo 1, observaram-se diferenças<br />
estatisticamente significativas entre a primoinfecção e o desafio heterólogo (p = 0.0210) e quando se<br />
comparou o desafio homólogo com o heterólogo (p = 0.0016). Foi confirmada a susceptibilidade do primata<br />
Cercopithecus aethiops à infecção experimental por L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis e o curso clínico da<br />
doença assemelha-se muito ao observado no homem. A resposta de anticorpos foi antígeno específica, com<br />
títulos mais altos com antígeno homólogo. Logo, o primata C. aethiops pode ser considerado um bom modelo<br />
para estudos vacinais. Contudo, necessita-se de outras abordagens para sua completa indicação como modelo<br />
animal.<br />
337<br />
HAMOY, Moisés. Convulsões induzidas pelo extrato bruto de Clibadium sylvestre: um modelo<br />
experimental de epilepsia generalizada. 2002. 66 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em<br />
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: O extrato bruto aquoso das folhas da Clibadium sylvestre foi usado para caracterizar os seus efeitos<br />
convulsivantes. Ratos Wistar adultos e neonatos com até 10 dias de idade foram tratados intraperitonealmente<br />
com extrato, em doses de 125 e 500 mg/kg, doses efetiva e letal respectivamente. Para caracterizar as<br />
diferentes fases da atividade convulsivante do extrato, os animais foram observados logo após a sua<br />
administração, segundo a evolução das crises convulsivas e classificadas de acordo com a intensidade de<br />
apresentação. A injeção do extrato aquoso foi capaz de induzir alterações comportamentais, características de<br />
atividades convulsivantes, semelhantes a outros modelos experimentais de epilepsia. Em animais neonatos<br />
ocorreu um aumento da sensibilidade para a evolução das crises convulsivas a medida em que processou a<br />
maturação cerebral. A atividade da Na(+) K(+) ATPase no hipocampo, no "Status epileticus", apresentou-se<br />
diminuída em todas as fases, recuperando a atividade 24 horas após a crise convulsiva. Os resultados indicam<br />
que a Clibadium sylvestre contém princípio(s) ativo(s) que pode(m) induzir crises epileptiformes de maneira<br />
dependente da dose e apresentam grande potencial como instrumento para o estudo da epilepsia<br />
experimental.<br />
338<br />
LIMA, Eleonidas Moura. Estabelecimento e caracterização citogenética de uma linhagem de<br />
adenocarcinoma gástrico. 2002. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: O câncer gástrico é o segundo tipo mais freqüente entre as neoplasias. É a segunda causa mais<br />
importante de óbito no mundo. O Estado do Pará apresenta elevada incidência desta neoplasia e Belém, sua
214<br />
capital, está entre as primeiras cidades do mundo com registro de câncer gástrico, fato este que reitera a<br />
gravidade desta doença em nossa região, assim precisamos gerar informações para melhor entender a gênese<br />
desta neoplasia com o objetivo de modificar este quadro hoje bastante preocupante. O estabelecimento de<br />
linhagens de câncer gástrico é uma ferramenta para o alcance desses objetivos, praticamente todas as<br />
linhagens estabelecidas, segundo a literatura, foram desenvolvidas nos países asiáticos, sendo que os países<br />
ocidentais pouco contribuíram com esta tecnologia. Através de imortalização in vitro foi estabelecida e<br />
caracterizada citogeneticamente, na nossa dissertação, a linhagem ACP01. Trata-se da primeira linhagem de<br />
adenocarcinoma gástrico, estabelecida no Brasil. Após a análise cromossômica, a linhagem ACP01 revelou-se<br />
triplóide; com alterações estruturais nos cromossomos 1, 9, 10 e 17, apresentando de 1 a 3 cromossomos<br />
marcadores, crescendo em camada única, não organizada, semelhante a fibroblasto, com formação de focos,<br />
divisão heterogênea e ciclo celular de aproximadamente de 40 horas. Estes dados nos conduzem a um<br />
princípio multifatorial, onde a causa do câncer surgiria através de uma evolução de múltiplos estágios,<br />
envolvendo mudanças genéticas progressivas e expansão clonal. Desta forma, esperamos contribuir com a<br />
geração de informações que leve ao melhor entendimento deste "novo crescimento gástrico".<br />
339<br />
NASCIMENTO, Eliana da Silva. Investigação molecular de mutações betalassêmicas através de<br />
Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE) e seqüenciamento de DNA em pacientes<br />
com Volume Corpuscular Médio (VCM) reduzido. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-<br />
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2002.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: A talassemia- 'beta' é uma desordem hereditária, encontrada praticamente em todos os grupos<br />
étnicos humanos, muito embora seja mais freqüente em populações da região do Mediterrâneo (italianos,<br />
gregos e cipriotas), assim como em sírios e em judeus. Essa patologia também é relativamente comum em<br />
Portugal, em função da presença de povos mediterrâneos que, ao longo dos séculos, ocuparam o país,<br />
particularmente fenícios, gregos, romanos e árabes. No Brasil os dados são incompletos, mas admite-se que<br />
tenha distribuição heterogênea, em função das diferenças regionais em relação à mistura interétnica, em<br />
especial aos europeus. Nas Regiões Sul e Sudeste essa patologia tem sido encontrada particularmente em<br />
descendentes de europeus (italianos) e em descendentes de judeus. No Norte do Brasil não existem dados a<br />
respeito, mas o esperado é que as freqüências sejam menores do que as observadas nas Regiões Sul e Sudeste,<br />
em função da menor contribuição de italianos na população. Neste trabalho, amostras de sangue de 100<br />
pacientes anônimos da rede pública de saúde de Belém foram selecionadas com base no CVM (
215<br />
doença pode ser classificada em fases; crônica, acelerada e blástica. A fase crônica tem duração média de<br />
quatro a cinco anos; a fase a acelerada é uma transição para a fase seguinte e dura de três a seis meses; e, por<br />
fim, a fase blástica que é habitualmente fatal. O marcador genético da LMC é o cromossomo Philadelphia, que<br />
é resultado de uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22, t(9,22) (q34;q11). O proto-oncogene<br />
ABL (Abelson ) e o gene BCR("Breakpoint Cluster Region") estão envolvidos nesse rearranjo. A fusão ocorre<br />
entre a extremidade 3' do BCR e a extremidade 5' do ABL, produzindo o gene quimérico BCR-ABL que<br />
codifica uma proteína tirosina-quinase com elevada atividade, sendo este o evento patogenético fundamental<br />
da doença. Com a finalidade de analisar a distribuição das freqüências dos transcritos do gene BCR-ABL e<br />
propor protocolo para diagnóstico confirmatório de LMC, foram coletadas amostras de sangue periférico de<br />
70 pacientes diagnosticados hematologicamente com a doença. As amostras foram analisadas através da<br />
técnica de RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase a partir do RNAm). A maioria dos pacientes foi<br />
diagnosticada por esta metodologia (94,3 %) e a freqüência dos transcritos ficou assim distribuída: 35,7 % dos<br />
pacientes apresentaram o transcrito b3a2; 34,3 % b2a2; 10% b3a2; 7,1 % b3a3; 1,4 % b3a2 ela2; 5,7 %<br />
apresentaram resultado negativo para gene BCR-ABL; e 4,3 % encontraram-se em remissão molecular após<br />
transplante de medula óssea. Foram identificados dois grupos: um de bom prognóstico representado pelo<br />
transcrito b3a2 e outro de mau prognóstico representado pelo b3a3.<br />
341<br />
PANTOJA, Wendell Mauro Soeiro. Regulação da captação e liberação de [ 3 H]Gaba por atividade do<br />
transportador em células de retina de embrião de pinto: influência da fosforilação/defosforilação. 2002.<br />
59 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Recentes pesquisas sugerem que a atividade do transportador do ácido 'gama'-aminobutírico<br />
(GABA) possui ampla regulação. Este transportador, chamado GAT, possui sítios de fosforilação e<br />
desosforilação, e podem ser ativados por proteínas cinases dependentes de Adenosina Monofosfato Cíclico<br />
(AMPc), pela proteína cinase C (PKC) e podem ser desativados por proteínas fosfatases. Os efeitos de<br />
diferentes estimuladores e inibidores dos processos de fosforilação e defosforilação celular sobre o transporte<br />
do GABA foram investigados. A Caliculina A e o Ácido Okadáico, inibidores das proteínas cinases tipo 1A e<br />
2A, respectivamante, não foram capazes de inibiir a atividade do GAT, ao passo que, a Ciclosporina A, um<br />
inibidor da proteína fosfatase tipo 2B, também conhecida como Calcineurina, apresentou um efeito<br />
estimulatório sobre a captação do GABA e foi capaz de diminuir a liberação induzida pelo aminiácido<br />
excitatório glutamato. Por outro lado, a ausência de cálcio no meio de incubação inibiu a captação do GABA,<br />
mostrando a participação deste íon nos processos de fosforilação e defosforilação celular que modulam a<br />
atividade do GAT. O W7, um antagonista da calmodulina foi capaz de inibir a captação do GABA, ao passo<br />
que, BAPTA AM, um agente quelante do cálcio, apresentou resultados poucos significantes sobre a capitação,<br />
mostrando que a principal via de sinalização do cálcio é através da Ca ++ /Calmodulina. A atividade do GAT<br />
foi bloqueada pelos inibidores da proteína cinase A H89 e PKI e estimulada pelo ativador da adenilado<br />
ciclase, Forskolina, e pelo agente mimético do AMPc, 8-Br-AMPc, ao passo que, o estimulador da proteína<br />
cinase C, Forbol éster, bem como o seu inibidor, estaurosporina, não afetou a atividade do GAT. Estes<br />
resultados sugerem que o GAT tem sua atividade regulada por um processo mediado por calmodulina e que<br />
aparentemente envolve a atividade da calcineurina. A proteína cinase A pode, transentemente, estar envolvida<br />
na regulação do GAT, ao passo que a proteína cinase C demonstou não interferir no transporte do GABA<br />
em células de retina de embrião de pinto.<br />
342<br />
PEREIRA, Jacilea Maria. Diagnóstico molecular e a prevalência da talassemia alfa em indivíduos com<br />
anemia microcítica e hipocrômica na cidade de Belém (PA). 2002. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro
216<br />
RESUMO: A talassemia-(alfa) é uma deficiência de síntese de globinas do tipo (alfa), que pode acarretar a<br />
diminuição ou perda total de função da hemoglobina, dando origem a uma anemia do tipo microcítica ou até<br />
mesmo hemolítica. A talassemia-(alfa) é muito comum e, provavelmente, constitui a doença monogênica mais<br />
freqüente em todo o mundo, representada principalmente pela deleção - (alfa)3.7, encontrada com<br />
freqüências mais elevadas em populações mediterrâneas e africanas, e pela deleção - (alfa)4.2, encontrada com<br />
freqüências elevadas no sudeste Asiático e na Oceania. Neste trabalho, foi investigada a prevalência de<br />
talassemia-a em uma amostra da população de Belém constituída por indivíduos com anemia microcítica e<br />
hipocrômica, utilizando-se o método Reação em Cadeia da Polimerase, para detecção das mutações -(alfa)3.7,<br />
__MED e -(alfa)20.5. A prevalência da talassemia-(alfa) nos indivíduos portadores de anemia microcítica e<br />
hipocrômica foi 24%, sendo detectada apenas a deleção - alfa 3.7 (deleção de um gene alfa), subtipo (alfa)3.7I,<br />
com freqüência de 13,2%. Dos 24 indivíduos identificados com a deleção -a3.7I, 19 (79%)<br />
apresentaram o genótipo alfa-/alfa, clinicamente classificados como portadores silenciosos, e 5 (21%)<br />
apresentaram o genótipo alfa-/alfa-, classificados como portadores de traço talassêmico severo. Os resultados<br />
obtidos neste trabalho, que constitui a primeira investigação molecular de talassemia-alfa no Norte do Brasil,<br />
empregando protocolo baseado na Reação em Cadeia da Polimerase, justificam a implantação dos métodos<br />
de Biologia molecular aqui empregados como procedimento de rotina para a pesquisa de talassemia do tipo<br />
alfa na população de Belém, em particular em indivíduos com anemia discreta, com etiologia não esclarecida,<br />
ou pacientes com diminuição de VCM e HCM.<br />
343<br />
ROCHA, Daniela Cristiane da Cruz. Mapeamento citogenético comparativo de Saimiri boliviensis e<br />
Saimiri ustus com Homo sapiens e Saguinus oedipus por FISH-Multicor. 2002. 151 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka<br />
RESUMO: A citogenética molecular representa um enfoque novo que combina elementos da citogenética<br />
convencional e as metodologias da biologia molecular. Esse progresso resultou no desenvolvimento da<br />
Hibridização in situ Fluorescente (FISH) que consiste na detecção de pequenos segmentos de DNA ou RNA<br />
a partir de "sondas" específicas fluorescentes aos genes ou cromossomos alvo complementares. Uma variação<br />
desta técnica denominada Pintura Cromossômica se mostrou útil nos estudos de filogenia por meio do<br />
mapeamento físico e permite definir mais claramente a origem e a história evolutiva dos cariótipos analisados,<br />
contribuindo assim para um melhor entendimento da filogenia, taxonomia e evolução. Com este objetivo, os<br />
carótipos de duas espécies do gênero Saimiri (S. boliviensis e S. ustus) foram analisados, utilizando-se a técnica<br />
de FISH-Multicor com pools de sondas cromossomo-específicas de Homo sapiens e de Saguinus oedipus.<br />
Através da hibridização de sondas de humanos e de Saguinus oedipus no cariótipo das duas espécies de Saimiri<br />
foram observados 40 e 30 sinais de hibridizações, respectivamente. Os resultados mostram que ambas<br />
espécies analisadas do gênero Saimiri apresentaram a associação 2a/15b, característica específica dos<br />
Callitrichidae. Por este motivo, o gênero Saimiri foi incluído no mesmo lado formado pelos Callitrichidae,<br />
obervando-se também que a reorganização genômica ocorrida no início da radiação deste gênero permaneceu<br />
conservada, sendo seus cariótipos bastante conservados.<br />
344<br />
ROCHA, Fernando Allan de Farias. Caracterização de fotorreceptores na retina da cutia, Dasyprocta<br />
agouti. 2002 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Silene Maria Araújo de Lima<br />
RESUMO: Analisa-se a distribuição dos diferentes tipos de cones na retina de um roedor da Cavoidea, a cutia<br />
(Dasyprocta agouti). Utilizamos, para isto, anticorpos monoclonais que têm sido utilizados para a identificação<br />
dos cones S (JH-455) e cones M/L (JH-492). Na retina da cutia, os anticorpos distinguiram dois tipos de
217<br />
cones. JH-455 reconheceu um pequeno grupo de cones com densidade inferior a 600 cells/mm² na porção<br />
superior da retina. Sua densidade aumenta para aproxidamente 1.000 cells/mm² na região central e ventral. O<br />
anticorpo JH-492 reconheceu os cones M/L. A distribuição dos cones M/L, diferente dos cones S,<br />
apresentou uma alta densidade de células em uma faixa central horizontal, de maneira semelhante ao descrito<br />
para a distribuição das células ganglionares. Baseado em nossos achados, os cones M/L representam 90 % e<br />
10 % da população total de cones, respectivamente. A distribuição topográfica de cada subtipo de cone<br />
demonstra que os cones M/L apresentam um gradiente centro/periferia e uma assimetria dorso-ventral na<br />
retina. Os cones S, por outro lado, apresentaram somente uma assimetria dorso ventral. A regularidade do<br />
arranjo dos cones foi quantificada por meio de estatística (fator de empacotamento) que varia de distribuição<br />
aleatória (0) a um arranjo dos cones foi quantificada através de estatística (fator de empacotamento) que varia<br />
de distribuição aleatória (0) a um arranjo triangular (1). Nossos resultados mostraram que o mosáico celular<br />
formado pelos cones M/L é mais regular do que aquele formado pelos cones S.<br />
2003<br />
345<br />
LIBERAL, Siany da Silva. Efeitos do estradiol sobre alterações provocadas por alumínio nos níveis de<br />
peptídeo natriurético atrial e nitrato em ratas castradas. 2003. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2003.<br />
Orientador: Domingos Luíz Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A principal fonte de contaminação pelo alumínio é antropogênica. Sua vasta aplicação em<br />
materiais usados no cotidiano o qualifica como potencial agente contaminante e intoxicante, pelo fato de<br />
poder se conjugar a outros compostos, os quais, facilitam sua absorção, acúmulo e ações tóxicas nos tecidos.<br />
O alumínio pode provocar distúrbios na homeostase celular por (1) interferir em mecanismos de transdução<br />
de sinal, cuja principal conseqüência é a manutenção de concentrações elevadas de cálcio no citoplasma da<br />
célula; (2) interferir no metabolismo enzimático e produção de radicais livres de oxigênio, o que resulta quase<br />
sempre em resposta inflamatória; (3) bloquear o transporte axonal e a transmissão sináptica, comprometendo<br />
o funcionamento adequado dos circuitos neuronais. A retenção cerebral de alumínio pode tornar crônicos os<br />
distúrbios conduzindo o cérebro a uma falência progressiva. A célula atingida pode utilizar como recurso de<br />
proteção a síntese de óxido nítrico, o qual atua ativando mecânismos que diminuem os níveis de cálcio, a<br />
produção de radicais livres e inibem a resposta inflamatória, prevenindo o sofrimento e, por conseguinte a<br />
morte celular. Em casos mais drástricos o óxido nítrico pode induzir a morte programada da célula visando<br />
proteger o tecido como um todo de seu mau funcionamento. Uma outra substância, agora de ação<br />
extracelular, também ativa mecanismos celulares semelhantes aos do Óxido Nítrico (NO), é o Peptídeo<br />
Natriurético Atrial (ANP), um hormônio produzido no átrio, cérebro e outros tecidos, cuja função principal é<br />
evitar o excesso de sal e água no organismo. Adicionalmente, este hormônio pode atuar como um potencial<br />
agente antiinflamatório, reduzindo também a magnitude da resposta alérgica. A liberação destas duas<br />
substâncias pode ser regulada por estradiol, um hormônio sexual feminino com reconhecida ação protetora<br />
em diversas situações de agressão celular. Considerando estas premissas, o objetivo deste trabalho foi avaliar<br />
efeitos precoces do alumínio sobre a secreção de ANP e nitrato (um metabólico exclusivo do NO) em ratas<br />
castradas e submetidas à terapêutica substitutiva com estradiol. Para tal, ratas Wistar adultas foram<br />
ovariectomizadas e tratadas com estradiol (0,025 mg/Kg.dia) dois dias antes e durante a intoxicação por três<br />
dias com cloreto de alumínio (1,5 e 7,5 mg/Kg. dia) iniciada dezoito dias após a castração. As ratas foram<br />
sacrificadas pr decaptação 24 horas após o último dia de tratamento. Amostras de plasma e tecido cerebral<br />
(hipotálamo anterior e área septal) foram coletadas e armazenadas a - 70ºC para dosagem de ANP e nitrato.<br />
Os resultados mostraram um aumento significativo dos níveis de nitrato e ANP no plasma e nas áreas<br />
cerebrais após a intoxicação com alumínio. O tratamento associado com estradiol preveniu o aumento dos<br />
níveis de nitrato em todos os parâmetros analisados, o mesmo não ocorrendo com os níveis de ANP no<br />
plasma e na área septal, sugerindo uma regulação sítio específica, provavelmente dependente da presença de
218<br />
diferentes tipos de receptores para estradiol nos diversos tecidos produtores de ANP. Estes achados nos<br />
conduzem à hipótese de que o nitrato e o ANP podem funcionar como indicadores precoces de distúrbios da<br />
homeostase celular, já que tiveram seus níveis elevados na intoxicação subaguda por alumínio em ratas<br />
castradas e que o estradiol pode atuar prevenindo ou atenuando estes distúrbios secretores, provavelmente<br />
por mecanismos hábeis em neutralizar as ações do alumínio em suas células-alvo.<br />
346<br />
LIMA, Antonio Marcos Sousa de. Estudo das alterações cromossômicas em fibroadenomas da mama.<br />
2003. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: Os Fibroadenomas (FAs) representam a lesão proliferada benigna sólida mais comum da mama<br />
feminina, afetando mulheres preferencialmente com idade de 20 a 35 anos. São nódulos e bem marcados,<br />
com aspecto borrachoso, liso, geralmente não maior do que 4 cm. Apresentam-se como massas solitárias,<br />
sendo múltiplos em somente 20% dos casos. Sua causa é desconhecida. Apresentam sensibilidade aos<br />
hormônios estradiol e progesterona. A marca histológica característica é a proliferação dos componentes<br />
estromal e epitelial, podendo manifestar um largo espectro de alterações histopatológicas que vai desde<br />
mudanças proliferativas. Acredita-se não possuírem potencial de transformação maligna. Contudo, focos de<br />
células malignas são comumente vistos. Apesar da alta freqüência, resultados efetivos em estudos<br />
citogenéticos são raros. Um estudo citogenético foi realizado em culturas de dez FAs. Cariótipos normais<br />
foram vistos em 70 % dos casos, com o restante apresentando alterações citogenéticas clonais. Estas foram<br />
do tipo numéricas nos seguintes cromossomos: 1, 12, 16 e 21. A perda do cromossomo 21 foi a mais<br />
freqüente alteração encontrada nas amostras. Esta monossomia é também descrita em hiperplasias epiteliais.<br />
Similaridades de perdas envolvendo o cromossomo 16 em FAs, lesões hiperplásicas e malignas da mama,<br />
sugerem que o FA pode ser parte de uma seqüência progressiva de eventos que culmina em malignidade<br />
mamária. Por outro lado, o ganho do cromossomo 1 em FAs, visto também no carcinoma lobular in situ,<br />
carcinoma ductal in situ e carcinoma invasivo, mas não em tecidos hiperplásicos, sugere uma possível rota<br />
alternativa de transformação maligna, sem que a lesão passe pelo processo hiperplásico, contrariando o<br />
modelo hipotético de múltiplos estágios proposto para a carcinogênese da mama. Contudo, o sentido exato<br />
dessas mudanças permanece para ser elucidado. O número de anormalidades citogenéticas (numéricas e<br />
estruturais) em FAs é inumerável, envolvendo vários cromossomos, sem qualquer achado FA-específico,<br />
formando uma verdadeira "sopa de letrinhas".<br />
347<br />
PASSOS, Adelaide da Conceição Fonseca. Captação e liberação de serotonina regulada por receptores<br />
de glutamato em células da retina de aves. 2003. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação<br />
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Investiga o papel dos receptores de neurotransmissores na regulação dos sistemas de captação e<br />
liberação de serotonina, utilizando como modelo experimental culturas primárias de células embrionárias da<br />
retina de galinha. Nossos resultados demonstram que, a captação de serotonina é regulada pela ativação de<br />
receptores ionotrópicos de glutamato (cainato e NMDA), enquanto que a ativação de receptores<br />
metobotrópicos e de outros receptores neurotransmissores não mostraram regular esse transporte. Os<br />
receptores do tipo cainato inibiram a captação de serotonina mesmo em baixas concentrações do agonista,<br />
evidenciando um efeito específico sobre a atividade do transportador serotoninérgico. Os receptores NMDA<br />
inibiram a captação de serotonina somente em concentrações elevadas, enquanto os receptores AMPA não<br />
apresentaram nenhuma ação inibitória. O efeito inibitório sobre a captação de serotonina, induzido pela<br />
ativação dos receptores cainato e NMDA foi bloqueado pela presença de seus antogonistas seletivos. A<br />
ativação de receptores de glutamato do tipo cainato estimulou a liberação de serotonina e esse efeito<br />
estimulatório foi bloqueado pela presença de antagonistas desses receptores. A liberação de serotonina parece<br />
ser regulada por mecanismos vesiculares, visto que o bloqueio do transportador não influenciou na liberação
induzida por cainato. Esses resultados demonstram que, a ativação de receptores do tipo cainato desempenha<br />
um papel importatemente na regulação da captação e liberação de serotonina em células da retina de galinha.<br />
2004<br />
219<br />
348<br />
SILVA, Mônica Moreira da. Avaliação preliminar da transmissão da filariose linfática no Município de<br />
Belém, Pará, com base na reação em cadeia da polimerase para detecção de Wuchereria bancrofti<br />
em Culex quinquefasciatus. 2004. 29 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências<br />
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Habib Fraiha Neto<br />
RESUMO: O Município de Belém já foi considerado o maior foco de filariose linfática. Inquérito<br />
hemoparasitoscópico aí realizado em 1952 mostrou que 19,9% dos habitantes da capital eram portadores de<br />
microfilárias. Campanha de controle então iniciada, consistindo, basicamente, na detecção e tratamento ativo<br />
de casos humanos, logrou reduzir ao longo das cinco décadas transcorridas o índice de infecção a níveis<br />
extremamente baixos, que permitem hoje considerar o foco como em vias de extinção, induzindo as<br />
autoridades municipais a cogitarem de pleitear o título de eliminação. Impõe-se, entretanto, uma avaliação<br />
técnica da possibilidade de transmissão residual, mesmo porque ainda em 2001 foi detectado um caso<br />
autóctone, embora isolado, no Distrito de Icoaraci. Dentre os métodos mais indicados para essa avaliação,<br />
destaca-se o da detecção de Wuchereria bancrofti em mosquitos pela técnica da PCR. Neste estudo, foram<br />
realizadas coletas de mosquitos em 6.929 prédios da área urbana de Belém, randomicamente selecionados, no<br />
período de junho de 2002 a dezembro de 2003. Dentre os espécimes capturados, 49.579 correspondem a<br />
fêmeas de Culex quinquefasciatus, das quais 24.824 foram dissecadas para pesquisa de formas embrionárias de<br />
Wuchereria, não tendo sido constatada infecção natural em qualquer deles. À técnica da PCR foram submetidas<br />
2.600 fêmeas, provenientes dos Distritos Administrativos de Icoaraci, Mosqueiro, Entroncamento e<br />
Sacramenta, consideradas áreas críticas, por incluírem os locais achados dos últimos casos de infecção<br />
humana por Wuchereria no município. Os mosquitos, inteiros, foram separados em lotes de 50 espécimes. Em<br />
nenhum dos 52 lotes submetidos a exames neste projeto piloto ocorreu amplificação de DNA do parasito,<br />
caracterizando, portanto, total negatividade da amostra. Estes resultados reforçam a idéia de eliminação do<br />
foco de Belém, embora se recomende ainda prosseguimento do estudo, com uma amostragem mais<br />
representativa, tanto em número, como em extensão no âmbito do município.
220
221
222
2002<br />
223<br />
349<br />
BARROS, Ana Hilda Mescouto Figueiredo. Lagostas comerciais da costa do Pará: caracterização genética<br />
e identificação de estoques. 2002. 55 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: A pesca da lagosta das famílias Palinuridae e Scyllaridae é muito explorada comercialmente, sendo o<br />
Brasil um grande produtor mundial desses recursos naturais. Na costa norte brasileira, verifica-se uma extensa<br />
exploração e o Estado do Pará é um dos principais centros exportadores desse recurso pesqueiro, mas estes<br />
dados contrastam com a falta de informações sobre a identificação precisa das espécies. Para auxiliar na<br />
correta identificação desses crustáceos, o presente estudo tem como objetivo desenvolver marcadores<br />
moleculares de DNA, tal como o gene mitocondrial rRNA 16S, para as principais espécies comercializadas na<br />
costa paraense. Foram produzidas seqüências espécie-específicas para Pamulirus argus (Palinuridae) e Scyllarides<br />
delfosi (Scyllaridae). As espécies de P. argus de ocorrência do Pará foram comparadas com espécies do Rio<br />
Grande do Norte e Caribe e S. delfosi do Pará comparadas com espécies do Ceará, Pernambuco e com a S.<br />
nodifer (Scyllaridae). As espécies de P. argus que ocorrem no Caribe, Pará e Rio Grande do Norte formam<br />
populações distintas, embora exista maior similaridade entre os estoques brasileiros. A divergência<br />
nucleotídica de Scyllarides delfosi do Pará e de Pernambuco indicam a ocorrência de micro-diferenciação. Um<br />
dado interessante observado foi a grande divergência genética de S. delfosi do Ceará em relação aos indivíduos<br />
da mesma espécie de ocorrência no Pará e Pernambuco, e por outro lado a baixa divergência com S. nodifer, o<br />
que nos leva a sugerir que S. delfosi do Ceará pode ser uma outra espécie do gênero Scyllarides.<br />
350<br />
BRAGA, Cesar França. A Atividade pesqueira de larga escala nos portos de desembarque do estuário<br />
do rio Caeté, Bragança-Pará. 2002. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Dados estatísticos constituem elementos-chave de um projeto de pesquisa que sirva como base<br />
para estimar e predizer a captura periódica de pescado de uma determinada região a partir de uma série de<br />
capturas. O Projeto visa ao diagnóstico da atividade pesqueira de larga escala a partir do monitoramento dos<br />
desembarques nos principais portos do estuário do rio Caeté, Bragança-PA: Bacuriteua, Vila de Ajuruteua,<br />
Caratateua, Furo Grande, Tamatateua e Vila de Treme. Os dados sobre a captura foram coletados por meio<br />
de um censo, realizado de junho de 2000 a junho de 2001, digitalizados em um banco de dados analisados<br />
usando técnicas estatísticas unimultivariadas e multivariadas. Neste trabalho, consideramos pesca de larga<br />
escala a atividade de captura exercida por dois tipos de embarcação: os barcos industriais e os barcos de<br />
médio porte. De um total de 1.132 embarcações, 335 foram considerados barcos de pesca de larga escala. Os<br />
desembarques ocorreram apenas nas comunidades Bacuriteua e Bragança e produziram 1.061t de pescado, o<br />
que representa 20% do total desembarcado. Os barcos de médio porte foram de maior importância relativa<br />
na produção, desembarcando 70,39% da produção total de larga escala. Também foram importantes ao<br />
considerarmos os desembarques (78% dos desembarques totais de larga escala). Cerca de 72% das<br />
embarcações de larga escala eram procedentes de outros estados, destacando-se o Ceará (59%). Os aparelhos<br />
mais freqüentemente utilizados pelos barcos de larga escala foram a linha com bicicleta e a linha com caícos,<br />
que juntas foram usadas em 53% das viagens, produzindo 682t de pescado (64% da captura total). Na cidade<br />
de Bacuriteua ocorreu o maior desembarque, 63,89% do volume total, sendo que a maior parte foi<br />
desembarcada pelos barcos de médio porte (70,39% da produção total da frota de larga escala). No total, 52<br />
tipos de pescado foram capturados pelas unidades pesqueiras da frota de larga escala, e foram classificados<br />
em 47 espécies pertencentes a 25 famílias de peixes. O grupo dos pargos, várias espécies família Lutjanidae, foi<br />
o alvo principal das pescarias, correspondendo a 52% da produção total. Para análise de componentes
224<br />
principais foram escolhidas as produções das 10 principais espécies, que representavam juntas 90% da<br />
produção total. Foram extraídos 3 fatores que explicaram 60% da variância das amostras. O primeiro fator<br />
destacou as espécies com maior volume desembarcado na região bragantina e foi responsável por 25,48% da<br />
variabilidade dos dados. Este fator é caracterizado positivamente pela dominância de peixes capturados por<br />
anzóis como o pargo e a garoupa, e negativamente, pela predominância de peixes capturados com redes de<br />
malha como a serra e a canguira, sendo o número de pescadores a variável que mais afeta este fator. A receita<br />
total da pesca de larga escala, estimada para o período analisado, foi de mais de US$1.100.000. Só a<br />
comercialização do principal pescado desembarcado, os peixes da família Lutjanidae, geraram uma renda de<br />
mais de US$ 729.000. A receita bruta estimada por tipo de arte de pesca revela que pescaria de maior renda<br />
durante o período analisado a de linhas com bicicletas, com uma receita anual de quase US$ 500.000. Os<br />
barcos de médio porte apresentaram maior valor de CPUE, pois utilizaram um número maior de anzóis que<br />
os barcos industriais, o que contribuiu para a maior produção observada para este tipo de embarcação. Foram<br />
registradas 15 grandes áreas de pesca (pesqueiros), utilizadas pela frota de larga escala para as atividades de<br />
captura. O pesqueiro que apresentou a maior produtividade pesqueira foi o Cabo Norte, localizado na costa<br />
do Amapá, com uma produção total de mais de 619t capturadas.<br />
351<br />
CARVALHO, Muzenilha Lira. Aspectos da produtividade primária dos bosques de mangue do Furo<br />
Grande, Bragança-Pará. 2002. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: Estuda a queda da serapilheira e os padrões de fenologia na área do Furo Grande, Bragança -<br />
Pará, localizada entre as coordenadas 00º50'19,5"S e 46º38'14,9"W. Nos três sítios estudados (Sítio#01 -<br />
Misto; Sítio#02 - Avicennia germinans e Sítio#03 - Rhizophora mangle), sete coletores de serapilheira foram<br />
colocados em cada sítio. O material coletado mensalmente foi separado em componentes e seco até atingir<br />
peso constante. Vinte árvores foram marcadas em cada sítio, sendo 10 de Avicennia e 10 de Rhizophora para o<br />
estudo da fenologia. Visitas mensais registraram a quantidade de flores e frutos por árvore em escala ordinal.<br />
Os resultados mostraram que a produção total de serapilheira para a área do Furo Grande foi de 7,87<br />
ton.ha¹.ano¹, sendo a maior taxa a do Sítio#01 (9,83 ton.ha¹.ano¹), seguido pelo Sítio#02 (6,92 ton.ha¹.ano¹) e<br />
Sítio#03 (6,85 ton.há¹.ano¹), não havendo diferença significativa entre eles (ANOVA, p>0,05). As folhas<br />
apresentaram maior contribuição para a serapilheira (74% - 5,85 ton.ha¹.ano¹), sendo a diferença entre os<br />
componentes bastante significativa (ANOVA; F=28,06, gl=71, p
225<br />
tecnológicas existentes na região, esta atividade apresenta-se limitada à região estuarina e a pesqueiros<br />
próximos ao litoral. A dinâmica da pesca é definida pelas modificações na abundância dos recursos<br />
pesqueiros, estuarinos ou marinhos. Mudanças na atividade pesqueira estão relacionadas ao ciclo sazonal da<br />
pluviosidade. No período de estiagem, as capturas direcionam-se aos estoques de origem marinha, que se<br />
aproximam da costa. Nos outros períodos, as pescarias têm como alvo as espécies de hábito estuarino. A<br />
atividade pesqueira desembarcada na região do estuário do rio Caeté é realizada preferencialmente por<br />
embarcações com menos de 12 metros de comprimento. As principais artes de pesca são as redes de malha,<br />
as armadilhas fixas e as artes com linha e anzol. Entre as principais espécies capturadas foram identifcados 3<br />
grupos que apresentavam padrões comuns de captura. A pesca dos peixes bandeirado (Bagre bagre) e cangatá<br />
(Arius quadriscutis) foi definida como estuarina, ocorrendo principalmente nos períodos de chuvas e na<br />
transição ao período seco, realizada preferencialmente com linhas (espinhéis) em barcos de pequeno porte<br />
e/ou com canoas motorizadas. O cação e o peixe serra (Scomberomorus brasilienses) são peixes capturados na<br />
região costeira por barcos de pequeno porte que atuam com redes de emalhe nos períodos de maior<br />
precipitação. A captura das arraias (Dasyatis sp) e da pescada amarela (Cynoscion acoupa) ocorre<br />
preferencialmente na região costeira durante o período seco, com barcos de pequeno porte e/ou com canoas<br />
motorizadas usando linhas de espinhel. As 10 principais espécies desembarcadas respondem por 80% do total<br />
desembarcado, destacando a pescada gó (Macrodon ancylodon), o peixe serra e o bandeirado. Estima-se que<br />
foram desembarcadas 3.522 toneladas de pescados, provenientes de 21.133 desembarques que movimentaram<br />
cerca de R$ 4.083.286,96.<br />
353<br />
FIGUEIRA, Elder Augusto Guimarães. Caracterização da comunidade macrobentônica dos<br />
manguezais do Furo Grande, Bragança, Pará. 2002. 110 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-<br />
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: Investiga a comunidade macrobentônica que coloniza os manguezais da região próxima ao Furo<br />
Grande em Bragança, Pará. Coletas mensais foram realizadas em três subáreas de mangue, dada uma com<br />
aspecto fisiográfico distinto. Uma subárea apresenta bosque misto com árvores de Avicennia germinans e<br />
Rhizophora mangle, outra subárea é dominada por Avicennia germinans e uma terceira dominada por Rhizophora<br />
mangle. Um total de 3.954 organismos foram coletados, sendo distribuídos em cinco Filos (Nemertina,<br />
Mandibulata, Crustacea, Annelida e Mollusca), com dominância do grupo dos anelídeos poliquetas, que<br />
representaram 84,39 % dos invertebrados presentes neste estudo. A densidade para área do Furo Grande,<br />
como um todo, foi de 858 ind.m², sendo a subárea Mista a mais densamente povoada (963 ind.m²). O valor<br />
do Índice de Shannon-Weiner (H'=1,23) calculado para a área do Furo Grande foi relativamente baixo, assim<br />
como a eqüitabilidade (J'=0,343). Os invertebrados distribuíram-se de maneira agrupada no substrato, tanto<br />
na área do Furo Grande quanto em cada subárea. A salinidade, condutividade e oxigênio dissolvido foram os<br />
fatores abióticos que mostraram forte correlação com a comunidade.<br />
354<br />
GOCH, Ynglea Georgina de Freitas. A Comunidade íctica de uma lagoa no manguezal de Bragança,<br />
PA. 2002. 52 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus<br />
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Ulrich Saint-Paul<br />
RESUMO: Determina a composição da fauna íctica da lagoa Salina, no estuário do rio Caeté, no litoral norte<br />
do Brasil. Além disso, as modificações sazonais na distribuição das espécies de peixes e a influência dos<br />
fatores físico-químicos na estrutura desta comunidade íctica foram observadas, somadas às prováveis épocas<br />
de desova das espécies mais abundantes. Para tal, foram feitas coletas em três meses no período de seca<br />
(setembro, outubro e novembro de 2000) e três no período das chuvas (fevereiro, março e abril de 2001).<br />
Dezenove espécies de peixes foram capturadas na lagoa Salina, com uma CPUE em biomassa total de<br />
4705,17 g/m²/24 horas e uma CPUE em número de indivíduos de 26,3 ind/m²/24 horas. Não ocorreu uma
226<br />
diferença entre os valores de CPUE para seca e chuva, porém, houve uma diferença de captura entre os<br />
períodos de coleta (dia e noite). Os valores médios de diversidade e dominância na lagoa Salina foram 1,62 e<br />
027, respectivamente. Dos fatores abióticos estudados (oxigênio dissolvido, temperatura e salinidade), a<br />
salinidade foi quem apresentou uma maior diferença sazonal, variando de 0,7 a 25 ppm nos seis meses de<br />
coleta. As quatro espécies mais abundantes foram Achirus achirus, Centropomus pectinatus, Centropomus undecimalis<br />
e Mugil curema, sendo que apenas A. achirus e M. curema apresentaram picos de IGS em abril e setembro,<br />
respectivamente. A estrutura e composição da fauna íctica da lagoa Salina são altamente dependentes dos<br />
gradientes de salinidade e da precipitação, sendo que não foram encontradas significativas modificações<br />
temporais/sazonais nas ocorrências das espécies de peixes da lagoa.<br />
355<br />
MARQUES-SILVA, Nelane do Socorro. Variação no recrutamento de organismos incrustantes com<br />
ênfase nos mexilhões do gênero Mytella (SOOT-RYEN, 1955), no estuário do rio Caeté, Bragança,<br />
Pará. 2002. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus<br />
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Colin Robert Beasley<br />
RESUMO: As áreas estuarinas constituem alguns dos ecossistemas mais produtivos do mundo. Muitas<br />
espécies de peixes e invertebrados marinhos e de água doce o utilizam para desovar, devido à riqueza de<br />
nutrientes e outras condições ambientais que são adequadas ao desenvolvimento das larvas. Entre os<br />
invertebrados encontrados nos manguezais, os moluscos bivalves desempenham um papel importante como<br />
consumidores de material orgânico e fitoplâncton. Mexilhão é o nome vulgar dos bivalves da família Mytilidae<br />
que servem par a alimentação humana. No presente estudo foram selecionados dois canais de maré,<br />
denominados de Furo do Meio e do Furo do Café (3º e 4º pontes, respectivamente), Península de Bragança.<br />
Em cada ponto foram colocadas duas plataformas de ferro de 1 m², com placas de cerâmica e madeira, às<br />
profundidades de 2,5 e 3,5 m, fixada nos pilares da ponte através de cabos de aço. Foram registradas três<br />
espécies predominantes durante os 13 meses de estudo (Mytella falcata, Fistulobalanus citerosum e Crassostrea<br />
rhizophorae). As abundâncias maiores foram registradas quando a salinidade era baixa (F. citerosum),<br />
intermediária (M. falcata) e alta (C. rhizophoracea). As três espécies predominantes assentavam<br />
preferencialmente na cerâmica, no lado inferior das placas e na plataforma mais baixa.<br />
356<br />
PEIXOTO, Sandra Nazaré Bastos. Caracterização molecular e biologia reprodutiva de Macrobrachium<br />
amazonicum (crustacea, decapoda, palaemonidae). 2002. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-<br />
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2002.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Macrobrachium amazonicum corresponde ao camarão de água doce mais explorado comercialmente<br />
na Amazônia. Sua localidade típica é a bacia central do Rio Amazonas, na região de Manaus, sendo<br />
encontrada também em bacias costeiras brasileiras. A fecundidade, tamanho dos ovos e o número de estágios<br />
lavais desta espécie variam de acordo com as características do meio. Espécies de águas continentais<br />
geralmente apresentam um desenvolvimento larval abreviado e um número reduzido de ovos de grande<br />
tamanho. As espécies costeiras apresentam uma maior quantidade de ovos de grande tamanho. As espécies<br />
costeiras apresentam uma maior quantidade de ovos menores e a metamorfose das larvas planctônicas é<br />
dependente da água salobra dos estuários. Apesar de sua importância econômica e ampla distribuição<br />
geográfica, nenhum estudo genético com M. amazonicum foi realizado até o momento. Este trabalho tem<br />
como objetivo utilizar marcadores moleculares de DNA para caracterizar populações costeiras e continentais<br />
desta espécie, além da obtenção de parâmetros básicos da biologia reprodutiva de M. amazonicum no estuário<br />
do rio Caeté, Município de Bragança-PA. As seqüências do gene mitocondrial COI distinguem claramente<br />
três grupos geneticamente distintos (I) Goiás, (II) Santarém e (III) Costeiro do Pará. As sete populações do<br />
grupo costeiro apresentam grande similaridade genética e indicações de fluxo gênico entre elas. Os dados
227<br />
populacionais mostraram no estuário do rio Caeté um período reprodutivo aparentemente contínuo que<br />
diminui com o aumento da salinidade. A fecundidade máxima observada, obtida pela contagem total dos<br />
ovos aderidos aos pleópodos de fêmeas, foi de 3468 ovos, maior que a observada para a maioria das<br />
populações que fecham o ciclo em água doce.<br />
357<br />
SANTOS, Simoni Sousa dos. Caracterização genética, taxonomia molecular e biogeografia da<br />
pescada-gó (Macrodon ancylodon – Sciaenidae) da costa atlântica da América do Sul. 2002. 103 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: A família Sciaenidae é um importante recurso pesqueiro mundial, possuindo cerca de 70 gêneros e<br />
270 espécies. No Atlântico Sul esta família está representada por aproximadamente 21 gêneros e 57 espécies.<br />
A pescada-gó, Macrodon ancylodon, é a única espécie do gênero Macrodon e possui ampla distribuição ao longo<br />
da costa atlântica da América do Sul, ocorrendo desde a Venezuela até a Argentina. Duas regiões do genoma<br />
mitocondrial, rRNA 16S e Citocromo b, foram parcialmente seqüenciadas para avaliar o grau de diferenciação<br />
genética e geográfica de Macrodon ancylodon (Sciaenidae) da costa atlântica da América do Sul. As análises<br />
filogenéticas e de divergência nucleotídica mostraram a existência de dois grupos geneticamente distintos, um<br />
grupo contendo os indivíduos da Venezuela e Norte-Nordeste brasileiro e outro com os indivíduos do<br />
Sudeste-Sul do Brasil e Argentina. A baixa diferenciação genética e a falta de estruturação geográfica dentro<br />
dos grupos sugerem que cada grupo seja uma grande população panmítica. Por outro lado, a divergência<br />
genética entre os indivíduos dos diferentes grupos de Macrodon, com valores maiores ou iguais aos<br />
encontrados entre espécies distintas do mesmo gênero, sugere que existam duas espécies para o gênero ao<br />
longo de toda sua extensão, uma abrigando os espécimes da Venezuela até Pernambuco, e outra constituída<br />
pelos indivíduos de São Paulo até Argentina. Vários fatores podem ter influenciado na diferenciação genética<br />
de Macrodon, tais como, correntes marinhas superficiais, temperatura da água, glaciações do Pleistoceno e<br />
diferenças no período reprodutivo. Apesar do alto grau de diferenciação genética, existe uma grande<br />
similaridade morfológica entre as duas espécies o que nos leva a concluir que o gênero Macrodon é constituído<br />
de duas espécies crípticas.<br />
358<br />
SOUSA, Alexandra Regina Bentes de. Abordagem molecular para caracterizar espécies brasileiras de<br />
Peixe-Serra e Cavala (Scomberomorus, Scombridae, Perciformes). 2002. 59 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal<br />
do Pará, Bragança-PA, 2002.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: A família Scombridae abriga cerca de 50 espécies de peixes marinhos pelágicos, com distribuição<br />
mundial, e que são muito importantes para pesca esportiva e comercial. O gênero Scomberomorus pertence a<br />
esta família e reúne os peixes conhecidos como serra e cavala, recursos abundantes em toda a costa brasileira,<br />
que está representado por três espécies: Scomberomorus brasiliensis (serra), Scomberomorus cavalla (cavala), e<br />
Scomberomorus regalis (serra). O presente estudo teve como objetivo a caracterização genética das espécies de<br />
Scomberomorus de ocorrência na costa brasileira e para tal foram seqüenciados dois fragmentos do genoma<br />
mitocondrial, com diferentes taxas evolutivas (rRNA 16S e Cyt B) em exemplares de Scomberomorus do Pará,<br />
Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Paraná. Cladogramas inter e intra-específicos foram construídos, e foi<br />
possível confirmar a ocorrência das três espécies previamente registradas para o Brasil. Foram selecionados<br />
vários haplótipos moleculares que inequivocamente identificam cada umas destas espécies, sendo de grande<br />
importância para futuros estudos de monitoramento de estoques de serra e cavala da região. Adicionalmente,<br />
uma análise populacional em Scomberomorus brasiliensis de pontos geograficamente distantes, como Pará e<br />
Paraná, revelou que o peixe-serra possui uma grande capacidade de migração, e que aparentemente não existe
228<br />
estruturação genética nas populações de S. brasiliensis ao longo do litoral brasileiro. Tais resultados são<br />
importantes para estratégias de manejo e conservação dos estoques de peixe-serra.<br />
359<br />
VALE, Roseilza Souza do. Ecologia e ciclo reprodutivo da Castalia ambigua ambígua (Molluca :<br />
Bivalva) no rio Irituia, Municícpio de Irituia – Pará. 2002. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2002.<br />
Orientador: Colin Robert Beasley<br />
RESUMO: O ciclo reprodutivo de Castalia ambígua (Lamarck, 1819) no rio Irituia, Pará, Brasil, foi investigado<br />
durante setembro de 2000 a agosto de 2001. Para a realização das amostragens foram escolhidas três estações<br />
A, B e C com 100 cada uma. Para a captura do molusco bivalve empregou-se uma amostragem aleatória<br />
simples, realizando-se um sorteio de 20 pontos de coleta para cada estação. Em cada ponto sorteado foi<br />
coletada uma amostra de água para obtenção dos parâmetros abióticos. Posteriormente, o sedimento do<br />
fundo do rio foi amostrado usando um pegador de ferro para a obtenção dos espécimes. Os moluscos foram<br />
levados para o laboratório onde realizou-se a sexagem e posteriormente a triagem das demibrânquias internas<br />
das fêmeas para se estimar a fecundidade. Os resultados mostraram uma forte sazonalidade no ciclo<br />
reprodutivo, com picos reprodutivos no final da estação chuvosa. A maior proporção de fêmeas grávidas foi<br />
encontrada em maio e o maior valor de fecundidade média ocorreu em junho. Os bivalves fêmeas e machos<br />
mostraram-se sexualmente maduros com 11 mm e 11.4 mm de comprimento, respectivamente. Não foi<br />
verificada nenhuma relação entre o comprimento da concha e a fecundidade. Observou-se que o marsúpio<br />
ocupa a área posterior ventral na demibrânquia interna. Os gloquídios de Castalia ambigua ambigua possuem<br />
um comprimento antero-posterior de 0.27 mm e caracterizam-se pela presença de concha larval, gancho e o<br />
músculo adutor. De todos os parâmetros abióticos analisados, somente a transparência mostrou um<br />
correlação positiva com a fecundidade.<br />
2003<br />
360<br />
MAGALHÃES, André Luiz Perez. Distribuição espaço-temporal, densidade e biomassa das espécies<br />
de Pseudodiaptomus (Copepoda, Calanoida) no Estuário do Rio Caeté, Bragança, Pará. 2003. 52 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.<br />
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa<br />
RESUMO: A composição, densidade, biomassa e distribuição espaço-tempotal das espécies de copépodos da<br />
família Pseudodiaptomidae no estuário do rio Caeté foram estudadas neste trabalho. As amostras de plâncton<br />
foram obtidas por meio de arrastos horizontais na superfície da coluna d'água, utilizando-se uma rede cônicocilíndrica<br />
com malha de 300 µm e 40 cm de abertura de boca. As amostras foram imediatamente fixadas em<br />
formol neutro a 4 % e transportadas ao laboratório. Concomitantemente às coletas, foram analisadas<br />
amostras de água para determinação da salinidade superficial nos diferentes pontos de amostragem. O<br />
estuário do rio Caeté caracterizou-se por uma grande variação espacial e sazonal de salinidade, observando-se,<br />
ao longo do período estudado, valores que oscilaram entre 0,8 % (estuário interno) e 37,2 % (zona costeira).<br />
Foram registradas três espécies de Pseudodiaptomus: P. richardi, P. acutus e P. marchi. Os valores de densidade e<br />
biomassa variaram de 0,28-46,18 ind. m³ e 0,2 - 35 x 10² mg.m³ (P. richardi); 0,01 - 17,02 ind.m³ e 0,1 - 71,8 X<br />
10 ² mg.m³ (P. acutus); 0-32,20 ind.m³ e 0 -58,3 X 10² mg.m³ (P.marshi). A relação peso-comprimento foi do<br />
tipo exponencial para as espécies P. richardi (r. = 0,79; p
229<br />
361<br />
OLIVEIRA, Rosete da Silva. Reserva extrativista marinha: um processo em discussão em Porto do<br />
Campo, Augusto Corrêa. 2003. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.<br />
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro<br />
RESUMO: Discute a implementação da Reserva Extrativista Marinha na comunidade de Porto do Campo.<br />
Primeiramente aborda conceitos e historicização, política e o reconhecimento como Unidade de Conservação<br />
das Reservas Extrativistas. Depois se discute as Reservas Extrativistas Marinha e proposta de Novas<br />
Reservas, no contexto paraense. No terceiro momento, analisa-se a situação e implementação da RESEX<br />
Marinha no Município de Augusto Correa, mais especificamente em Porto do Campo vendo o modo de vida,<br />
território, uso dos recursos, os conflitos pelo uso dos recursos no passado e presente. Faz-se também uma<br />
caracterização e perfil da pesca na comunidade. No quarto momento, discute-se a implementação da RESEX,<br />
as ações políticas e a necessidade de sua implementação a partir do cenário político institucional e local. O<br />
que se conclui é que os recursos estão ameaçados pela exploração desordenada, uso de práticas predatórias<br />
originando vários conflitos entre comunitários, tendo na criação da RESEX uma expectativa muito grande,<br />
no sentido de minimizar esses conflitos internos e externos, mas também vê-se essa expectativa no sentido de<br />
proporcionar melhoria de vida para a população, pois transparece que a questão ambiental fica como segundo<br />
plano. A consolidação da RESEX esbarra na questão burocrática de cunho político, pois está faltando apenas<br />
a assinatura do Presidente da República.<br />
362<br />
RODRIGUES, Luciana de Moraes. Dinâmica populacional de uricica amarela (Cathorops spixii Sensu<br />
lato) (Teleostei: Ariidae), no estuário do rio Caeté, Bragança, Pará. 2003. 51 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal<br />
do Pará, Bragança-PA, 2003.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Exemplares de Cathorops spixii foram coletados bimestralmente, de outubro de 1996 a agosto de<br />
1997 no estuário do rio Caeté, Município de Bragança-Pará, com redes de arrastro, malhadeiras e puçá para<br />
descrever sua reprodução, crescimento, mortalidade e recrutamento. Estimou-se que 50 % dos indivíduos da<br />
população alcançaram a maturidade sexual com 11,6 cm de comprimento total. O desenvolvimento gonadal<br />
foi sazonal e a reprodução ocorreu tanto na estação seca, de agosto a dezembro, quanto na estação chuvosa,<br />
de fevereiro a abril. Gônadas no estádio de máximo desenvolvimento e estádios de pós-desova conformaram<br />
os dois períodos de reprodução da espécie. A relação comprimento/idade relativa estimada através de dados<br />
bimestrais de freqüências de comprimento foram consistentes com aqueles derivados das leituras de otólitos.<br />
A estimativa dos parâmetros de crescimento variaram de 26,7 a 33,5 cm para L e de 0,39 a 056 ano¹ para K. A<br />
análise do incremento marginal relativo mostrou que os anéis de crescimento foram depositados duas vezes<br />
por ano. O padrão bianual de formação dos anéis etários foi confirmado através da progressão modal e do<br />
nascimento arbitrário dos indivíduos mais jovens que entraram no estuário. A estimativa da mortalidade total<br />
(1,08 ano¹) foi similar à estimativa da mortalidade natural (0,91 - 1,52 ano¹), indicando ausência de<br />
mortalidade por pesca. O padrão de recrutamento da espécie apresentou dois pulsos anuais, confirmado os<br />
dois períodos de desova encontrados nos estudos sobre reprodução.<br />
363<br />
SANTOS, Sônia Maria Lima. Estudos genéticos e ecológicos da família Teredinidae (Mollusca:<br />
Bivalvia) do Pará. 2003. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,<br />
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.<br />
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro<br />
Co-orientador: Colin Robert Beasley
230<br />
RESUMO: A atual taxonomia para Teredinidae foi totalmente baseada em morfologia e, até hoje, nenhum<br />
estudo molecular foi publicado visando caracterizar e estabelecer as relações filogenéticas dentro deste grupo.<br />
Portanto, resolveu-se estudar as espécies da família Teredinidae do Pará testando a eficiência do gene<br />
rRNA16S. Os estudos moleculares mostraram que: Bankia fimbriatula, Neoteredo reynei e Psiloteredo healdi,<br />
encontradas no Pará, apresentam cada uma pelo menos cinco distintos haplótipos; existe um haplótipo reynei<br />
que difere em pelo menos oito sítios dos demais, indicando a existência de duas linhagens bastante distintas e<br />
simpáticas; as árvores filogenéticas apoiam o agrupamento de B. fimbriatula com Nausitora fusticula e de N.<br />
reynei com P. healdi, mas as distâncias genéticas não justificam a classificação destas espécies em duas<br />
subfamílias distintas. Dados ecológicos mostraram os seguintes resultados: ocorreu a maior diversidade em<br />
coletores tipo rodelas no mangue do Furo Grande, na área lamosa com a presença da N. reynei, Lyrodus<br />
pedicellatus, Teredo turnerensi, B. fimbriatula e Martesia striata, a última de outra família; a maior abundância por<br />
coletor foi registrada para N. reynei nesta área. Placas de madeira colocadas na praia da ilha Canela não<br />
mostravam sinal de deteriorização e neste hábitat o maior número de conchas vazias foi encontrado,<br />
indicando maior mortalidade. O período de acondicionamento da superfície de madeira para permitir a<br />
colonização de turus foi entre 5 a 7 meses e foi mais curto em hábitats úmidos e lamosos. Nos levantamentos<br />
de troncos fixos ao solo, a B. fimbriatula que possui maior resistência a dessecação, ocorreu em maior<br />
densidade na praia da ilha Canela. Não houve diferenças significativas em densidade média da N. reynei entre<br />
os locais.<br />
364<br />
VALE, Paulo Arthur Almeida do. Biologia reprodutiva do caranguejo Ucides cordatus cordatus<br />
(Linnaeus, 1763), no manguezal do estuário do rio Caeté, Bragança - Pará - Brasil. 2003. 48 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
Co-orientadora: Karen Diele<br />
RESUMO: Estuda a Biologia reprodutiva do caranguejo Ucides cordatus cordatus (Linnaeu, 1763) no manguezal<br />
do estuário do rio Caeté, Bragança (PA), durante o período de dezembro/2000. Foram coletados 12<br />
indivíduos em cada classe de 5 centímetros de largura de carapaça. Após a coleta os caranguejos foram<br />
lavados, ensacados e congelados. No laboratório os indivíduos foram descongelados à temperatura ambiente,<br />
novamente medidos e abertos para retirada das gônadas, que foram posteriormente classificadas quanto ao<br />
estádio gonadal. As fêmeas ovadas foram imediatamente sacrificadas e a massa de ovos foi fixada em formol<br />
a 10 % para posterior contagem. Os resultados possibilitaram identificar 5 estádios gonadais para fêmeas e 4<br />
para machos. O período reprodutivo correspondeu aos meses de dezembro a abril, sendo correlacionado ao<br />
aumento da precipitação e umidade do ar, bem como a uma queda da salinidade da água. O início do período<br />
reprodutivo, indicado por indivíduos com gônadas em maturação, apresentou valores significativos de<br />
correlação com os fatores abióticos analisados, onde a inspeção gráfica revelou sincronismo entre as maiores<br />
freqüências de indivíduos em maturação com os maiores valores dos fatores abióticos. As fracas correlações<br />
entre os fatores abióticos e as freqüências de indivíduos com gônadas maduras e esvaziadas indicou que os<br />
eventos reprodutivos ocorrem na transição do período seco para o chuvoso (gônadas esvaziadas) e na<br />
transição do período chuvoso para o seco (gônadas maduras). O tamanho em que 50% da população<br />
apresenta-se madura (LC) correspondeu a 3,51 e 4,02 c, para machos e fêmeas, respectivamente. Também foi<br />
possível, através do ajuste da curva logística, plotar a linha que corresponde ao segundo quartil (LC),<br />
revelando os valores de 3,79 (machos) e 4,30 cm (fêmeas). Os valores de LC correspondem a 5,10 e 5,57 para<br />
machos e fêmeas, respectivamente. A produção de ovos maduros mostrou correlação positiva com o<br />
tamanho da carapaça da fêmea, revelando um aumento do número de ovos à medida que ocorre um aumento<br />
da carapaça.
2004<br />
231<br />
365<br />
ANDRADE, Fernanda Atanaena Gonçalves de. Diversidade e ecologia de morcegos, com ênfase na<br />
família Phyllostomidae (Chiroptera: Mammalia), associada às florestas de mangue e terra firme na<br />
Fazenda das Salinas, Bragança - PA. 2004. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em<br />
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: Estuda a diversidade de alguns aspectos ecológicos da fauna de morcegos, com ênfase na família<br />
phyllostomidae, associada aos ecossistemas manguezal e terra firme da Fazenda das Salinas, Bragança, Pará.<br />
Quatro sítios de trabalhos foram escolhidos para realizar as campanhas bimestrais de capturas, durante um<br />
ciclo anual. As coletas foram efetuadas com redes neblina distribuídas entre quatro transecções, duas na terra<br />
firme e duas no manguezal. Durante as capturas das 18:00 à 01:00 h, foi obtido um total de 438 indivíduos de<br />
cinco famílias e vinte e três espécies, sendo 217 para a terra firme e e 221 para o manguezal. A família<br />
phyllostomidae foi a mais representada com 428 indivíduos. A análise comparativa entre os dois ecossistemas<br />
mostrou não haver diferença significativa no que diz respeito à quiropterofauna (anosim,r=0,001;p>0,05) e a<br />
análise de cluster para os quatro sítios de trabalho mostrou que há similaridade entre alguns sítios dos dois<br />
ambientes. Os horários de atividades das espécies mais abundantes não foram sobrepostos, bem como não<br />
foi registrada correlação significativa com a precipitação. Provavelmente, os dois ecossistemas funcionem<br />
como fontes diferenciadas de alimentos para as espécies de morcegos. Assim as "ilhas" de terra firme seriam<br />
uma fonte principal de frutos, visto que normalmente há maior disponibilidade de frutos neste sistema, ao<br />
passo que o manguezal poderia simplesmente funcionar, para os frugívoros, como corredor de acesso a essas<br />
"ilhas". Artibeus jamaicensis foi uma das espécies mais capturadas e exibiu um parão reprodutivo poliéstrico<br />
bimodal, além do mais, este também foi o padrão de distribuição das fêmeas lactantes ao longo do ano. O<br />
sucesso reprodutivo dos morcegos frugívoros parece estar relacionado com a estação seca. A guilda frugívora<br />
foi a mais abundante com 64% dos indivíduos capturados, não havendo, contudo, diferença significativa<br />
entre o número de indivíduos das guildas considerando os ambientes, mas somente quando as guildas foram<br />
comparadas entre si (anova, f=693; gl=2; p< 0,05). Por fim as altas taxas de captura da subfamília<br />
stenodermatinae e a presença de desmodus rotundus na área de estudos poderiam ser possíveis indicadores<br />
biológicos da qualidade ambiental dos bosques de terra firme da Fazenda das Salinas.<br />
366<br />
BRABO, Lucinéa Barbosa. Medidas de trocas gasosas de plantas de manguezal sob diferentes<br />
condições de salinidade e inundação em estufa e campo (Bragança - PA - Brasil). 2004. 46 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Em trabalhos de ecofisiologia vegetal, é importante que haja controle sobre fatores que possam<br />
influenciar nas respostas das plantas. No caso específico de estudos de fotossíntese, esse controle deve ser<br />
feito principalmente sobre as condições climáticas e de crescimento das plantas estudadas. Plantas jovens de<br />
mangue, presentes na península de Ajuruteua (Bragança-PA, Brasil), foram retiradas de seu habitat natural e<br />
adaptadas a condições de estufa. Na estufa, essas plantas foram submetidas a diferentes regimes de salinidades<br />
e de freqüência de inundação e esses resultados foram comparados com estudos de campo em áreas que<br />
possuíam diferenças na salinidade e na inundação. Os resultados das medidas de estufa mostraram que a<br />
salinidade foi o principal fator a influenciar os parâmetros de fotossíntese avaliados. Nas medidas de campo,<br />
o fator "área" foi o que mais apresentou significância para os parâmetros avaliados, e as diferenças entre as<br />
espécies avaliadas, nos dois locais, parecem refletir diferenças nas estratégias de uso da água.
232<br />
367<br />
CUNHA, Janice Muriel Fernandes Lima da. Relações filogenéticas entre espécies de Ariidae<br />
(Ostariophysi, Siluriformes) da costa brasileira através de seqüências de DNA mitocondrial. 2004. 99<br />
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Este trabalho é o primeiro a utilizar dados moleculares (seqüências de DNA mitocondrial) num<br />
estudo filogenético neste grupo de Siluriformes, com o objetivo de avaliar as relações filogenéticas entre<br />
espécies da família Ariidae e discriminar geneticamente espécies de Cathorops de ocorrência na região<br />
costeira/estuarina brasileira. Foram obtidas seqüências de DNA mitocondrial rRNA 16S de 85 indivíduos<br />
representantes de onze espécies de Ariidae, distribuídas nos gêneros: Arius, Bagre, Cathorops (51 seqüências) e<br />
Genidens, coletados em oito pontos na costa brasileira. As árvores obtidas por meio da abordagem de máxima<br />
parcimônia, máxima verossimilhança e agrupamento de vizinhos mostram que as espécies da família Ariidae<br />
da costa brasileira constituem um clado monofilético, em relação ao grupo externo que inclui as famílias<br />
Bagridae, Loricariidae, Callichiythidae, Cetopsidae, Pangasidae, Ictaluridae, Trichomycteridae e Malapteruridae. As espécies<br />
da costa brasileira do gênero tradicionalmente chamado Arius não pertencem a um agrupamento<br />
monofilético. Bagre é o gênero mais divergente entre os táxons analisados. Sugere-se uma especiação recente<br />
para o grupo de bagres estuarinos/marinhos do gênero Cathorops. A uricica-amarela (Cathorops spixii) apresenta<br />
uma diversidade haplotípica maior que a uricica-branca (Cathorops agassizii). Caracterizamos dois táxons que<br />
correspondem a espécies válidas do gênero Cathorops, sendo que existem ao menos duas espécies distintas de<br />
ocorrência na costa brasileira.<br />
368<br />
ELIAS, Marcos Pedro de Paiva. Diagnóstico da pesca de elasmobrânquios oriundos da costa norte<br />
brasileira e desembarcados nos portos da Região Bragantina (Pará). 2004. 82 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal<br />
do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Zélia Maria Pimentel Nunes<br />
RESUMO: Para a realização do diagnóstico sobre a pesca de tubarões e arraias capturados na costa norte<br />
brasileira e desembarcados na Região Bragantina, foram obtidas informações do Banco de Dados do<br />
Laboratório de Biologia Pesqueira da UFPA, no período de junho/2000 a junho/2001. As principais<br />
informações analisadas foram: tipo de embarcação, arte de pesca e pesqueiros utilizados na captura desses<br />
animais, assim como a produtividade pesqueira e a possível sazonalidade dessas capturas. Para complementar<br />
estes dados, foram realizados 60 entrevistas com armadores, pescadores e atravessadores nos portos de<br />
Bragança e Bacuriteua. Além disso, foi feito o acompanhamento da pesca de tubarões e arraias em um barco<br />
de médio porte no pesqueiro Canal Grande, na costa do Pará, utilizando-se a rede malhadeira. Constatou-se<br />
que 122,1t de tubarões e 65,2t de arraias foram desembarcadas durante o período analisado. O barco de<br />
pequeno porte foi responsável pela maior captura de tubarões e arraias. A rede malhadeira e o espinhel foram<br />
as artes de pesca responsáveis por 70 e 50% da captura de tubarões e arraias, respectivamente. Não houve<br />
correlação entre a captura de tubarões e de arraias e a precipitação pluviométrica ocorrida na região durante o<br />
período analisado, porém, houve um aumento na captura de tubarões durante o período de transição entre as<br />
estações seca e chuvosa. A melhor produtividade pesqueira na captura de tubarões e arraias foi obtida<br />
utilizando-se a rede malhadeira e o espinhel, respectivamente, pelos barcos de pequeno porte. A partir das<br />
informações obtidas nas entrevistas, observou-se que a pesca foi dirigida para a captura de tubarões, tendo<br />
como finalidade a obtenção de carne e, principalmente, de nadadeiras. As arraias foram capturadas<br />
acidentalmente, não sendo objetivo da pesca. Além disso, ocorreu a pesca secundária de tubarões e arraias<br />
durante a captura do Scomberomorus brasiliensis e da Cynoscion acoupa. Os tubarões mais procurados para<br />
obtenção de nadadeiras foram Carcharhinus limbatus, Sphyrna sp. e Carcharhinus leucas. Para a obtenção de carne<br />
foram comercializados os tubarões Carcharhinus porosus, Carcharhinus limbatus e Negaprion brevirostris. As arraias
mais utilizadas na comercialização da carne foram Aetobatus narinari, Dasyatis sp. e Rhinoptera sp. Verificou-se a<br />
prática do aviamento entre os atravessadores de nadadeiras e os armadores e pescadores de tubarões.<br />
233<br />
369<br />
FERNANDES, Jairo Santos. A Ocupação urbana de manguezais em Bragança-PA. 2004. 76 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro<br />
RESUMO: A ocupação de manguezais no Município de Bragança é um fenômeno relativamente recente e se<br />
insere no quadro das transformações nas formas de exploração dos recursos naturais no município. Este<br />
estudo teve por objetivo analisar o processo de ocupação de manguezais no bairro da Aldeia, em Bragança-<br />
PA. A metodologia constituiu-se de uma abordagem qualitativa e quantitativa, desenvolvida em três etapas: 1)<br />
descrição espacial da área de estudo; 2) identificação do perfil socioeconômico dos moradores e 3)<br />
identificação dos fatores que contribuem para a ocupação. Mapeamento com GPS (Global Position System),<br />
observação direta, entrevistas por meio de questionário com uma amostra de 40 famílias escolhidas<br />
aleatoriamente e entrevistas narrativas com 8 moradores foram as técnicas utilizadas para obtenção dos<br />
dados. A análise dos principais resultados revelou que a área do bairro da Aldeia apresenta-se, sob o aspecto<br />
da ocupação humana, dividida em três subáreas (Rua do Sal ou Rua do Iraque, Beco da Amizade e Beco<br />
Sônia Ferreira), cada uma estruturada em torno de um eixo principal que determina a distribuição espacial dos<br />
lotes e as áreas de circulação. As redes de serviços públicos incluem abastecimento de água e energia elétrica;<br />
a área não dispõe de sistemas telefônicos, rede de esgoto sanitário e de águas pluviais. Quanto ao aspecto<br />
socioeconômico, a análise das trajetórias das famílias mostrou a existência de cinco categorias sociais: 1)<br />
pescadores do litoral do Pará e do Maranhão (38%); 2) trabalhadores urbanos de Bragança (38%); 3)<br />
pescadores do Ceará (15%); 4) trabalhadores da Região Metropolitana de Belém (8%) e 5) agricultores da<br />
Microrregião Bragantina (5%). No que se refere à adaptação ao ecossistema manguezal, as práticas<br />
identificadas foram: 1) uso dos recursos naturais; 2) habitação sobre pilotis; 3) auto-construção de infraestrutura<br />
coletiva; 4) ligações irregulares às redes de serviços públicos e 5) relações de reciprocidade. A<br />
ocupação do manguezal em Bragança está ligada à migração de categorias sociais não homogêneas não se<br />
relacionando a fatores econômicos, mas também às representações e práticas engendradas pelos habitus dos<br />
grupos ocupantes.<br />
370<br />
GOMES, Ivanete Almeida. Turismo, ambiente e vida local: estudo na ilha de Ajuruteua, Bragança – Pará.<br />
2004. 153 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus<br />
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Maria Cristina Alves Maneschy<br />
RESUMO: Estudo realizado em duas vilas da ilha de Ajuruteua, no Município de Bragança, Estado do Pará.<br />
O cotidiano da população local sofre alterações provocadas pela presença do turismo de massa. O estudo tem<br />
como base teórica uma literatura sobre turismo como fenômeno social, sobre populações tradicionais na<br />
Amazônia, sobre mercado de trabalho, sobre ecologia e desenvolvimento. Objetivando fundamentar a análise<br />
das relações sociais, econômicas e culturais estabelecidas pelas populações da ilha em função do turismo de<br />
massa. A metodologia constituiu-se de pesquisa de campo com aplicação de formulários junto a uma amostra<br />
representativa de famílias nas vilas do Bonifácio e dos Pescadores. Um total de cem famílias foi investigado.<br />
Utilizou-se um formulário anual de caracterização socioeconômica e um de acompanhamento mensal, entre<br />
setembro de 2002 e agosto de 2003, para registrar a evolução da produção local e os impactos do turismo no<br />
cotidiano local das várias atividades. Entre os principais resultados destacam-se: 1) O turismo é um dos<br />
fatores que influi para uma maior pressão sobre o meio ambiente; 2) Os moradores aproveitam as<br />
oportunidades de renda advinda do turismo; 3) A exploração desordenada dos peixes e das árvores do<br />
manguezal é acelerada devido à demanda trazida pelo turismo; 4) As atividades dos grupos familiares<br />
obedecem à dinâmica da divisão sexual do trabalho e suas estratégias de produção estão ligadas<br />
principalmente à conciliação de suas atividades produtivas com algumas atividades sazonais. Assim, se
234<br />
quisermos que a ilha de Ajuruteua permaneça com seu ambiente atrativo durante muito tempo, diversas<br />
condições primordiais devem ser satisfeitas: o ordenamento dos espaços de modo a garantir a proteção do<br />
manguezal e controlar as fontes de poluição em processos de planejamento do desenvolvimento do turismo,<br />
dando -lhe subsídios para interagir de forma ativa nos processos econômicos, sociais, ambientais e culturais<br />
trazidos pelo turismo.<br />
371<br />
OLIVEIRA, Francisco Pereira de. Avaliação dos impactos sócio-ambientais de projetos de extensão no<br />
litoral bragantino - Bragança – Pará. 2004. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em<br />
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: O processo de avaliação de impactos ambientais vem demonstrando controvérsias e discussões<br />
no mundo das ciências. Isso se deve à diversidade de programas e projetos implementados para atender uma<br />
determinada população com objetivos de estabelecer políticas de manejo dos recursos naturais e do meio<br />
ambiente. Partindo desse contexto, surge a necessidade de alavancar o paradigma de avaliação de impactos<br />
socioambientais, uma vez que toda ação no meio ambiente reflete impactos, sejam positivos ou negativos,<br />
significativos e/ou duradouros. Para tanto, este trabalho visa avaliar os impactos socioambientais no litoral<br />
bragantino causados por projetos de extensão, assim como apresentar instrumentos de aconselhamento<br />
científico à tomada de decisão política, de planejamento, de negociação social e de gestão ambiental. Para tal,<br />
utilizou-se de técnicas para a compreensão das aspirações e da percepção dos atores sociais em relação ao<br />
desenvolvimento socioambiental. O procedimento metodológico pautou-se na pesquisa quali-quantitativa,<br />
utilizando um formulário com perguntas estruturadas e abertas como instrumento de coleta de informações e<br />
a gravação das entrevistas para uma análise fidedigna. Para a escolha da área de pesquisa foram delineados<br />
critérios como comunidade organizada e não organizada, a existência ou não de projetos de extensão nas<br />
mesmas. Para analisar os resultados do trabalho, utilizou-se os métodos estatística descritiva, análise de<br />
conteúdo e a análise de co-ocorrência do discurso. Concluiu-se a partir dessa análise que as aspirações dos<br />
atores sociais são mais ligadas ao crescimento de renda familiar do que à preservação do meio ambiente,<br />
assim como que os projetos de extensão, que têm como finalidade primária o manejo dos recursos naturais e<br />
a preservação do meio ambiente, não atendem às expectativas desses atores. E ainda, propõe-se um repensar<br />
quanto às medidas de co-manejo dos recursos naturais a partir de uma co-responsabilidade, numa perspectiva<br />
de avaliação contínua dos projetos de extensão, considerando na medida do possível, as aspirações dos atores<br />
sociais como precursoras das suas reais necessidades, e que a avaliação dos impactos socioambientais seja<br />
considerada desde a fase inicial dos projetos até a sua execução.<br />
372<br />
SAMPAIO, Dioniso de Souza. Comparação da macrofauna bentônica em bosques de mangue sob<br />
diferentes graus de degradação no Município de Bragança - Pará - Brasil. 2004. 84 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: A fauna bentônica desempenha um importante papel ecológico, tanto na ciclagem de nutrientes<br />
quanto na cadeia trófica estuarina, além da sua relevância econômica para as populações ribeirinhas<br />
tradicionais. O objetivo deste trabalho foi investigar a macrofauna bentônica nos manguezais do Município<br />
de Bragança-Pará, enfatizando-se o efeito da degradação dos bosques de mangue, bem como compreende<br />
alguns aspectos da ecologia desses animais. As coletas foram realizadas no Km17 da Rodovia PA-458 de<br />
fevereiro a dezembro/2002. A área de estudo foi dividida em três sítios de trabalho. Os sítios representam os<br />
seguintes ambientes: (Sítio#01) - Área Degradada (AD), (Sítio#02) - Área Semi-Degradada (ASD) e<br />
(Sítio#03) - Área Não Degradada (AND). Um total de 559 organismos foi coletado, sendo distribuídos em<br />
seis filos (Nemertinea, Mandibulata, Crustacea, Annelida, Mollusca e Cheliceriformes), com dominância da classe<br />
Polychaeta com 72% do total de invertebrados coletados. Os valores de densidade total para os sítios #01, #02<br />
e #03 foram 94, 713 e 941 ind.m-2, respectivamente. Os valores estimados de diversidade e equitabilidade
235<br />
para os Sítios de Trabalho foram os seguintes: Sítio#01 (H´=2,64; E=0,93), Sítio#02 (H´=2,01; E=0,63) e<br />
Sítio#03 (H´=1,81; E=0,58). Os invertebrados distribuíram-se de forma aleatória no Sítio#01 e de forma<br />
agrupada nos sítios #02 e #03. Os três sítios foram caracterizados por solos muito argilosos. Com a<br />
construção da rodovia o solo perdeu umidade, compactando-se e aumentando as taxas de salinidade,<br />
conseqüentemente, evitando a entrada dos organismos bênticos marinhos, diminuindo a abundância e<br />
densidade desses organismos. Contudo, houve uma substituição das espécies da macrofauna bentônica<br />
marinha por espécies de invertebrados terrestres, tornando a diversidade na área degradada (Sítio#01),<br />
equivalente àquela encontrada na área não degradada (Sítio#03). Em suma, esta é uma situação particular,<br />
onde o impacto causado pela rodovia afetou, sobremaneira, a distribuição e a composição desses organismos.<br />
373<br />
SANTANA, Daniela dos Santos. Composição florística e variação espaço-temporal dos parâmetros<br />
ambientais e da biomassa fitoplanctônica do estuário do rio Marapanim (Pará, Brasil). 2004. 113 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa<br />
RESUMO: O trabalho visa o estudo da composição florística e variação espaço - temporal dos parâmetros<br />
ambientais e da biomassa fitoplanctônica do estuário do rio Marapanim de modo a compreender o efeito<br />
dessas variáveis sobre a composição, distribuição e biomassa do fitoplâncton da área estudada. Para tanto,<br />
foram efetuadas amostragens trimestrais durante o período de novembro/2002 a setembro/2003, em maré de<br />
quadratura de lua minguante, durante as condições de maré enchente e vazante, em seis estações distribuídas<br />
ao longo do estuário. Foram efetuadas medidas in situ de parâmetros ambientais (transparência da água,<br />
temperatura, pH e salinidade). Foram também realizadas coletas de água para determinação de parâmetros<br />
abióticos (oxigênio dissolvido e material em suspensão) e bióticos (densidade, clorofila e feopigmentos). Para<br />
as análises qualitativas foram efetuados arrastos horizontais na subsuperfície, por meio da utilização de redes<br />
de plâncton com abertura de malha de 64 µm. Além da composição florística foram gerados dados de<br />
abundância relativa, freqüência de ocorrência, índices de diversidade e equitabilidade. O microfitoplâncton<br />
esteve bem representado na área estudada, apresentando 181 táxons. As variações espaço-temporais destes<br />
organismos estiveram associadas às variações sazonais dos parâmetros ambientais, sobretudo da precipitação<br />
pluviométrica, da concentração de material em suspensão e da penetração de luz na coluna d'água, os quais<br />
foram fatores condicionantes para o florescimento e desenvolvimento fitoplanctônico. As correntes de marés,<br />
a salinidade e os processos de ressuspensão de sedimentos atuaram também decisivamente para o grande<br />
número de espécies fitoplanctônicas (bênticas e epífitas), neríticas e oceânicas planctônicas identificadas. A<br />
densidade fitoplanctônica (céls. L-I) decresceu consideravelmente no período chuvoso, apresentando<br />
melhores condições de florescimento no período de estiagem, e as concentrações de clorofila a foram<br />
elevadas em comparação com as densidades registradas. O microfitoplâncton do estuário do rio Marapanim<br />
apresentou uma estrutura complexa com alta diversidade e valores de equitabilidade próximos aos observados<br />
para uma população com distribuição tendendo a uniformidade. Não obstante, a similaridade dos grupos é<br />
considerada baixa e os agrupamentos encontrados nas Análises de Cluster não estão claramente separados,<br />
possivelmente, em virtude da falta de barreiras físico-químicas e ecológicas que permitissem a segregação<br />
mais nítida dos táxons registrados.<br />
374<br />
SEDOVIM, Waldelice Maria da Rocha. Representação social de manguezal entre professores do ensino<br />
fundamental de Bragança – Pará. 2004. 143 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em<br />
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro<br />
RESUMO: O estudo "Representação social de manguezal entre professores do ensino fundamental de<br />
Bragança - Pará" teve por objetivos identificar as representações sociais de manguezal, elaborada pelos<br />
professores, como forma de compreender a sua rede de relações com o meio ambiente, analisar fontes<br />
icônicas de veiculação de informações sobre manguezal e caracterizar a abordagem didática pedagógica
236<br />
utilizada pelo professor no desenvolvimento dos temas manguezal e meio ambiente em meio escolar. O<br />
estudo foi desenvolvido com uma amostra de 94 professores, escolhidos aleatoriamente a partir de uma<br />
amostragem estratificada, considerando a área de localização da escola e o nível de ensino em que o professor<br />
atua. A metodologia, caracterizada por uma abordagem qualitativa e quantitativa, teve como técnicas de coleta<br />
de dados a entrevista por meio de questionário a associação de idéias com base da palavra indutora manguezal<br />
e a construção de um corpus de pintura de meio ambiente e manguezal, a partir de fotografias de muros e<br />
painéis existentes no município. A análise dos principais resultados mostrou que os conteúdos da<br />
representação social de manguezal foram simbolizados com os seguintes sentidos: 1) Ambiente com<br />
características específicas, constituído por animais e vegetais típicos que vivem em um substrato formado por<br />
lama e sujeito ao regime de marés, servindo de ambiente de desova e de criação (berçário) para muitas<br />
comunidades: animais que devem ser preservados e 2) Área provedora de recursos alimentares para a<br />
população humana, sobretudo do caranguejo. As atitudes favoráveis citadas consistiram de intervenções<br />
educativas por meio de encontros, palestras cursos e feiras culturais. Quanto à estrutura de representação<br />
foram identificadas sete categorias que refletiram a objetivação e a ancoragem de representação: 1) Manguezal<br />
como território de recursos; 2) Manguezal como paisagem; 3) Manguezal como reserva; 4) Manguezal como<br />
ambiente com características próprias; 5) Manguezal como problema; 6) Manguezal como lugar de vida de<br />
espécies e 7) Manguezal como locus cultural. A maioria das pinturas registradas no corpus icônico (81,48%)<br />
apresentou o meio ambiente estereotipado na paisagem natural mais geral em comparação com as que<br />
representaram o ambiente particularizado (18,52%) em que foi incluído o ecossistema manguezal. Entre as<br />
abordagens didático-pedagógicas sobre o tema manguezal, verificou-se o foco central em conteúdos<br />
relacionados a aspectos de preservação ambiental e a elementos relacionados à fauna e à flora. sobre o tema<br />
manguezal, verificou-se o foco central em conteúdos relacionados a aspectos de preservação e conservação<br />
ambiental e a elementos relacionados à fauna e à flora. As principais fontes para a obtenção desses conteúdos<br />
foram a Universidade Federal do Pará e os livros didáticos e paradidáticos; a aula expositiva foi o<br />
procedimento didático mais citado no desenvolvimento dos conteúdos. Sobre as práticas em Educação<br />
Ambiental houve três tipos de formulações: 1) Aspectos mais gerais da preservação, conservação,<br />
conscientização sobre o meio ambiente (rios, mangue, animais); 2) Aspectos mais específicos da realidade<br />
local, envolvendo a importância, a valoração e a destruição do manguezal e 3) Aspectos metodológicos<br />
relacionados ao trabalho do professor. Quanto às concepções sobre Educação Ambiental, evidenciou-se,<br />
como foco principal, uma concepção voltada à conscientização e sensibilização das pessoas e de preservação<br />
e conservação do meio ambiente. A compreensão das construções sociais que os professores fazem do<br />
ecossistema manguezal e a gestão pedagógica dessas construções em meio escolar impõem-se como etapa<br />
básica para a proposição de novas dimensões educativas na escola, visando a (re) orientar o pensamento e as<br />
ações docentes diante do desafio de construir uma nova forma de interpretação das relações no plano pessoal,<br />
social e ambiental.<br />
375<br />
SILVA, Ederly Santos. Relação entre solo e vegetação nos bosques de mangue do Furo Grande,<br />
Bragança – PA. 2004. 37 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,<br />
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: O estudo faz uma comparação entre a estrutura da vegetação e os atributos edáficos dos bosques<br />
de mangue do Furo Grande, Bragança-PA. Em campo foram realizadas medidas na estrutura da vegetação<br />
como Circunferência à Altura do Peito, Altura Total, Largura da Copa. No laboratório foram analisadas as<br />
propriedades físicas do solo como: os macronutrientes (Ca, Mg, Al, Na, K, F, S) e micronutrientes (Cu, Mn,<br />
Fe e Zn). Somente duas espécies de mangue foram registradas no bosque do Furo Grande; Rhizophora mangle e<br />
Avicennia germinans totalizando 1.211 indivíduos, sendo a espécie dominante a Avicennia germinans. Uma análise<br />
dos componentes principais dos dados abióticos do solo indicou cinco componentes dominantes, os quais<br />
explicam 89,2% das variações entre os fatores abióticos, indicando um ambiente salino e rico em nutrientes.<br />
A análise de Escalonamento Multi-Dimensional (EMD), realizada para os dados abióticos, indicaram (Stress=<br />
0,15). As variáveis mais importantes encontradas na Análise da Regressão Múltipla em ordem crescente de<br />
importância foram: C p=0,001, argila p0,05, sendo que as duas últimas
237<br />
variáveis não obtiveram significância. Através da variável abiótica dominância, confirmou-se à existência de<br />
bosques quase puros como no sítio#01 e sítio#02, sendo que o sítio#03 é misto contendo Avicennia germinans<br />
e Rhizophora mangle, porém obtendo-se o resultado das análises físico-químicas não houve a formação de<br />
mosaico na vegetação, em função talvez do pequeno tamanho da área de estudo (1 ha) ou talvez outros<br />
parâmetros abióticos que não foram medidos para a possível formação do mosaico. As variáveis bióticas não<br />
explicam o porquê dessas espécies se separam em diferentes bosques, talvez haja outros parâmetros abióticos<br />
que não foram medidos com freqüência de inundações, velocidade dos ventos, velocidade das correntes ou<br />
provavelmente pode ser apenas competição dos indivíduos colonizando a área.<br />
376<br />
SILVA, Iracely Rodrigues da. Estudo sócio-ambiental em Bacuriteua, Pará, Brasil: subsídios para o<br />
gerenciamento costeiro. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.<br />
Orientadora: Luci Cajueiro Carneiro Pereira<br />
RESUMO: A gestão ambiental na zona costeira é um processo dinâmico e democrático, que reconhece as<br />
interconexões entre sistemas costeiros e usos dos recursos naturais, mantendo um balanço entre a<br />
conservação dos ecossistemas e o desenvolvimento de atividades econômicas. O estudo socioambiental da<br />
área de Bacuriteua foi realizado através da caracterização do perfil socioeconômico da população, do uso dos<br />
recursos naturais e da ocupação territorial, visando contribuir com futuros planos de gerenciamento na zona<br />
costeira bragantina. O estudo foi realizado entre os meses de maio e outubro de 2003, utilizando-se<br />
questionários, entrevistas e observações diretas. Os resultados mostraram a existência de um rápido<br />
crescimento populacional em decorrência da presença das fábricas de pesca, uma alta taxa de desemprego e<br />
um baixo nível de escolaridade entre a população local. Os principais impactos das atividades antrópicas, na<br />
área de Bacuriteua, são: ocupação irregular, presença de resíduos sólidos (lixo), falta de saneamento básico e<br />
exploração da fauna e flora local. A solução de tais problemas perpassam pela implementação de uma política<br />
de gerenciamento costeiro que, a longo prazo, possa reduzir os impactos ambientais sociais dessa população.<br />
377<br />
SILVA JÚNIOR, Milton Gonçalves da. Crescimento e mortalidade de algumas espécies de peixes do<br />
estuário do rio Caeté, Bragança-PA. 2004. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação<br />
em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA,<br />
2004.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Os estuários tropicais apresentam condições propícias de alimentação, proteção e reprodução<br />
para muitas espécies de peixes, servindo para eles como locais de berçário, residência e crescimento. Portanto,<br />
o estudo dos parâmetros de crescimento e mortalidade é de vital importância em populações de peixes<br />
estuarinos, porque os seus resultados podem ser usados como instrumentos para o monitoramento de<br />
qualidade e preservação dos estoques e dos ecossistemas aquáticos. O presente trabalho visa: 1) uma revisão<br />
abrangente dos conhecimentos biológicos, distribuição geográfica e outras características ecológicas<br />
disponíveis de algumas espécies da fauna do rio Caeté e 2) determinar os parâmetros populacionais de<br />
crescimento, mortalidade e recrutamento, através da análise das freqüências de comprimento, utilizando o<br />
pacote computacional FISAT. O estudo foi realizado em períodos bimestrais com coletas de outubro de 1996<br />
a junho de 1997, no estuário do rio Caeté, Bragança - Pará, através de redes de arrasto, redes de espera e puçá<br />
manual, em quatro regiões do estuário, rio, baía, praia e um canal de maré, de acordo com o gradiente de<br />
salinidade. Um total de 8410 indivíduos, representados em 20 espécies foram analisados. Baseado nesses<br />
resultados pôde-se inferir sobre o comportamento e estrutura da ictiofauna, comparando seus comprimentos<br />
máximos alcançados no estuário com os descritos na literatura. Os resultados indicaram que Anchoa spinifer,<br />
Arius quadriscutis, Aspredinichthys filamentosus, Aspredo aspredo, Bagre bagre, Colomesus psittacus, Cynoscion<br />
microlepidotus, Odontognathus mucronatus e Pseudauchenipterus nodosus ocorreram em todos os bimestres do ano em<br />
que foram realizadas as coletas. Para estas nove espécies, a análise de progressão modal foi realizada pelo<br />
método de Bhattacharya e usando os dados de incremento de crescimento resultantes da ligação das médias,
238<br />
foram calculadas as seguintes taxas: 1) parâmetros de crescimento L∞ (cm) e K (ano -1 ), 2) taxas de<br />
mortalidade total, obtidas através da curva de captura convertida em comprimento e do método de Beverton<br />
& Holt (1956), 3) taxas de mortalidade natural pela equação empírica de Pauly (1980), 4) mortalidade por<br />
pesca e padrão de recrutamento. O modelo de rendimento por recruta para Anchoa spinifer, Arius quadriscutis e<br />
Bagre bagre foi calculado a partir da seleção de fio de navalha e seleção de ogiva comparando o Valor de Emax<br />
com a taxa de explotação atual. Após a análise dos dados, as informações biológicas e populacionais de todas<br />
as espécies estudadas foram resumidas em fichas.<br />
2005<br />
378<br />
CARMONA, Nadir Pereira. Filogenia molecular de arraias da costa norte brasileira. 2005. 89 f.<br />
Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade<br />
Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: As arraias pertencem à classe Chondrichthyes, que abriga também tubarões e quimeras. Há um<br />
consenso na literatura de que as arraias constituem um grupo monofilético, porém existem controvérsias<br />
quanto à organização dos táxons e sua hierarquia dentro do grupo. São cerca de 70 gêneros, que alguns<br />
autores arranjam em única ordem (Rajiformes), enquanto outros os organizam em várias ordens diferentes.<br />
As arraias são de grande importância econômica para a Região Norte do Brasil, sendo sua pesca bastante<br />
intensa. Entretanto, os dados sobre a estatística de pesca deste recurso são imprecisos, pois os exemplares<br />
desembarcados já estão processados, sem o dorso, a cabeça e a cauda, o que impossibilita a identificação em<br />
nível de espécie. Como a pressão de pesca sobre este grupo de peixes é grande na região, a única alternativa<br />
para uma avaliação precisa da diversidade de espécies e estudos de monitoramento genético de estoques é o<br />
emprego de análises de DNA para identificar o material comercializado nos mercados. O presente estudo<br />
gerou seqüências de DNA de parte do gene mitocondrial 16S para as espécies de arraias mais comuns da<br />
costa norte brasileira, e também para algumas espécies de água-doce. O marcador molecular utilizado foi<br />
muito efetivo em discriminar as espécies, sendo muito útil para análises de pedaços de arraias comercializadas<br />
nos mercados. Constatou-se que as espécies mais comuns comercializadas em Bragança pertencem aos<br />
gêneros Aetobatus (pintada), Dasyatis (bicuda, jereba, pedra), Gymnura (balé), Manta (jamanta) e Rhinopsera<br />
(azeite, morena). Além da identificação molecular, os dados de 16S permitiram a construção de um arranjo<br />
filogenético, que é congruente com alguns dos arranjos propostos com base em morfologia.<br />
379<br />
GOMES, Grazielle Fernanda Evangelista. Filogenia molecular de espécies da família Lutjanidae da<br />
costa norte brasileira e estrutura genética de populações de pargos vermelhos do Atlântico ocidental.<br />
2005. 104 f. Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Os Teleósteos representam 95% de todos os peixes existentes, com cerca de 25 mil espécies<br />
distribuídas em 38 ordens, 426 famílias e 4.064 gêneros. A ordem Perciformes destaca-se dentro dos Teleósteos<br />
por apresentar o maior número e diversificação de espécies. A família Lutjanidae, pertencente à ordem<br />
Perciformes, abriga espécies de peixes exclusivamente marinhas, de médio e grande porte, conhecidas no Brasil<br />
como pargos ou vermelhos, um grupo de grande importância econômica. Esta família é constituída por<br />
aproximadamente 20 gêneros e 125 espécies organizadas em cinco subfamílias: Etelinae, Apsilinae,<br />
Paradichthyinae, Lutjaninae e Caesioninae, mas apenas duas subfamílias com quatro gêneros são relatadas para a<br />
costa brasileira: Lutjaninae (Lutjanus, com nove espécies, e os monotípicos Ocyurus e Rhomboplites); Etelinae<br />
(Etelis, monotípico para o Atlântico ocidental). Na presente análise, foram utilizados fragmentos do genoma<br />
mitocondrial para avaliar as relações filogenéticas de algumas espécies de Lutjanidae da costa brasileira (usando
239<br />
os genes rRNA 16S e 12S), assim como avaliar a variabilidade genética de populações de Lutjanus purpureus da<br />
costa norte do Brasil, a espécie mais abundante e economicamente importante da área (usando a região<br />
controle ou Dloop). Os dados de 12S e 16S mostram de forma inequívoca que Lutjanus não é monofilético, já<br />
que não é possível separar Rhomboplites aurorubens e Ocyurus chrysurus do grupo de espécies deste gênero. Os<br />
dados de D-loop mostram que não existem diferenças entre populações de L. purpureus da costa norte do<br />
Brasil, revelando também que há fluxo gênico entre L. purpureus da costa norte do Brasil e L. campechanus da<br />
costa dos EUA e Golfo do México. Este último achado indica que estes dois pargos vermelhos possam na<br />
verdade ser populações de uma única espécie e não espécies distintas como amplamente aceito pela literatura.<br />
380<br />
GUIMARÃES, Danielly de Oliveira. Aspectos sócio-ambientais da praia de Ajuruteua, Bragança-PA<br />
(Brasil): subsídio para o gerenciamento costeiro integrado. 2005. 86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2005.<br />
Orientadora: Luci Cajueiro Carneiro Pereira<br />
Co-orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa<br />
RESUMO: A praia de Ajuruteua está localizada na zona costeira do nordeste paraense, a 36 km da cidade de<br />
Bragança. A ocupação da praia ocorreu a partir da década de 80, após a construção da rodovia PA-458 e,<br />
atualmente, é considerada a terceira praia mais freqüentada do Estado. Por outro lado, o crescimento rápido e<br />
desordenado e a falta de investimentos pelos órgãos governamentais e de organização comunitária vêm<br />
causando vários problemas socioambientais. Para conhecer os aspectos socioambientais da praia de<br />
Ajuruteua, alguns indicadores foram monitorados e um estudo integrado e multidisciplinar foi realizado para<br />
propor medidas de gestão costeira integrada. Ajuruteua possui cerca de 392 moradores permanentes, sendo<br />
108 famílias vivendo em cinco ruas incluindo a beira-mar. A população é de baixa renda e possui pouca<br />
escolaridade, sendo a principal fonte de renda, a pesca artesanal (comercial ou de subsistência) e o turismo<br />
(principalmente no mês de julho). A maioria das edificações é de madeira, construída sobre áreas de dunas e<br />
vegetação de mangue sem planejamento territorial. Entre os principais problemas ambientais, a erosão<br />
marinha se destaca por estar causando destruição em edificações no setor NW. A falta de infra-estrutura e<br />
serviços e.g. banheiros públicos, coletores de lixo, iluminação pública, postos de saúde, saneamento básico,<br />
água potável, etc. também são responsáveis por causar problemas socioambientais. Estudos realizados com a<br />
biota marinha local apontam que o ambiente ainda não se encontra afetado pelos problemas originados no<br />
continente. Apesar destes, a beleza natural, o clima, a tranqüilidade e a elevada quantidade de peixes são os<br />
principais fatores que atraem turistas e imigrantes para a vila. São sugeridas como propostas para gestão<br />
costeira integrada: A implementação de um Programa de Gestão Municipal, planejamento do uso da terra<br />
determinando áreas para conservação (e.g.mangue, dunas e outros), controle dos usos múltiplos dos recursos<br />
naturais, investimento governamental para infra-estruturas e serviços locais, monitoramento da zona costeira<br />
(físico, ecológico e sociais) para avaliar os reais impactos, promover a participação do público local,<br />
desenvolver trabalhos de extensão com a população promovendo a execução de programas de educação<br />
ambiental, incentivar associações e organizações dos setores da comunidade e divulgar o programa em rádio,<br />
tv, palestras e outros. Por fim, é necessário um programa de gerenciamento costeiro para conduzir o uso<br />
racional dos recursos naturais e melhorar a qualidade ambiental e de vida da população local. As políticas<br />
econômicas adotadas, a falta de incentivo ao turismo e um melhor planejamento sobre o uso e ocupação da<br />
praia dificultam a solução dos problemas existentes.<br />
381<br />
LIMA, Jô de Farias. Levantamento dos crustáceos Brachyura da penísula bragantina (estuário do rio<br />
Caeté), Pará-Brasil e descrição morfológica dos estágios larvais e pós-larvais de Armases benedicti e<br />
Pinnixa gracilipes. 2005. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.<br />
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa
240<br />
RESUMO: O estudo, por meio de um minucioso levantamento faunístico, descreve em detalhes a diversidade<br />
de crustáceos Brachyura que ocorrem na península Bragantina. Foram registradas 26 espécies pertencentes a 16<br />
gêneros e 8 famílias ao longo da costa. Cinco espécies foram consideradas como novas ocorrências para o<br />
Estado do Pará: Armases rubripes, Arenaeus cribrarius, Panopeus berrnuderjsjs, Jca thaveri. U vocator e três para a costa<br />
norte do Brasil, Arenaeus cribrarius, Panopeus hermudensis e U vocator. O levantamento faunístico realizado no<br />
presente estudo, também possibilitou a descrição detalhada dos estágios larvais e pós-larvais de Armases<br />
benedicti e Pinnixa gracilipes a partir de cultivos realizados em laboratório. No cultivo de Armases benedicti foram<br />
observados quatros estágios larvais e um megalopa. A duração de cada estágio larval foi 3, 2, 4, 4 e 13 dias,<br />
respectivamente. O período compreendido desde a eclosão até o surgimento do primeiro juvenil foi de 26<br />
dias. Duas diferenças morfológicas principais podem distinguir a. benedicti das demais espécies do gênero<br />
anteriormente descrita na literatura, a primeira é a presença de um pequeno espinho lateral na carapaça e a<br />
outra é o número e distribuição das cerdas do endópodo da maxila (2+2), o qual também difere das demais<br />
espécies da família, que apresentam a distribuição (2+3) exceto para Sesarma zerragonum (2+2). No cultivo de<br />
Pinnixa gracilipes foi verificado o número de cinco estágios larvais e wn megalopa. O primeiro megalopa surgiu<br />
24 dias após a eclosão. O período de duração de cada estágio larval foi 5, 4, 4, 5 e 6 dias, respectivamente.<br />
Morfologicamente P. gracilipes pode ser distinguido das demais espécies do gênero, pela presença de um<br />
pequeno espinho nas margens antero-laterais do telso e pelo diferente número de cerdas encontradas nas<br />
maxilas e maxilípedes ao longo do desenvolvimento larval.<br />
382<br />
SANTOS, Helane Súzia Silva dos. Levantamento da densidade, biomassa e área de bancos de<br />
mexilhões Mytella falcata (d´ORBIGNY, 1846), localizados em Nova Olinda, Augusto Corrêa, PA.<br />
2005. 73 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus<br />
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.<br />
Orientador: Colin Robert Beasley<br />
RESUMO: Nos estuários e manguezais são encontradas muitas espécies de invertebrados devido à riqueza de<br />
nutrientes e condições ambientais adequadas à adaptação destes organismos. Dentre eles, estão os moluscos<br />
bivalves Mytella falcata da família Mtytilidae, conhecidos vulgarmente como mexilhões, que servem de alimento<br />
para populações humanas, portanto têm importância econômica. O presente estudo foi feito em junho de<br />
2003 a janeiro de 2005, no estuário do rio Emboraí, localizado em Nova Olinda, no Município de Augusto<br />
Corrêa, Pará. Foram localizados quatro bancos de mexilhões, que apresentaram diferenças entre si<br />
relacionadas ao tipo de sedimento e à exploração antrópica, presente apenas em três dos bancos localizados.<br />
Cada banco teve sua área demarcada no início e final das coletas, onde foram verificadas as desdades médias<br />
(número de indivíduos por m²), o comprimento médio da concha (mm) e peso seco médio (g). Nos Bancos 2,<br />
3 e 4, houve diminuição da densidade até o desaparecimento total dos mexilhões, provavelmente devido à<br />
grande exploração antrópica, enquanto no Banco 1, houve diminuição da densidade, mas não houve<br />
desaparecimento do estoque, pois ele não foi explorado. Nos Bancos 2, 3 e 4, a exploração mudou a<br />
dispersão espacial dos mexilhões de agregada para aleatória. No Banco 1, durante todo o período de estudo a<br />
distribuição espacial dos mexilhões foi agregada. Em todos os bancos, houve tendência para o aumento do<br />
comprimento da concha e do peso seco ao longo do tempo e a freqüência de comprimento da concha<br />
mostrou o movimento de indivíduos distribuídos nas menores classes para as classes de maior comprimento<br />
da concha, indicando crescimento. Este padrão foi mais claro nos Bancos 2, 3 e 4. Provavelmente, o<br />
recrutamento ocorreu entre os meses de agosto a outubro devido à presença de indivíduos pequenos neste<br />
período. A variação do peso seco pode estar relacionada, em torno de 21 % a 59 %, com o comprimento da<br />
concha, mas outros fatores como reprodução e parasitismo podem ser responsáveis por esta variação. A<br />
utilização de fotografias digitais para estimar a densidade mostrou-se viável para a obtenção destes dados.<br />
Deve ser feito o controle da exploração dos mexilhões em Nova Olinda para evitar o desaparecimento dos<br />
bancos, através do levantamento prévio da área total de cada banco, tempo de permanência dos estoques e<br />
tamanho dos indivíduos. Em longo prazo deve ser estimulada fonte alternativa de renda para a população das<br />
comunidades locais.
241<br />
383<br />
VARELA, Eduardo Sousa. Filogenia molecular e filogeografia de ostras do mangue (Crassostrea) da<br />
costa brasileira com base em seqüências de Loci mitocindrias. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade<br />
Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.<br />
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro<br />
RESUMO: Ostras do mangue do gênero Crassostrea possuem distribuição contínua no litoral brasileiro. Para<br />
investigar a história evolutiva das populações de ostra Crassostrea rhizophorae, de ampla distribuição na costa<br />
leste e C. gasar, de ocorrência restrita a costa norte, seqüências parciais do gene mtDNA COI foram obtidas<br />
de 60 amostras da primeira espécie e de 120 da segunda. Não foi detectada evidência de estruturação<br />
populacional em nenhuma das espécies. Por outro lado, distintos padrões filogeográficos puderam ser<br />
observados por meio dos diferentes níveis de variação genética e desvios de neutralidade nas duas espécies. A<br />
genealogia do gene observada no presente estudo juntamente com as evidências da ocorrência transatlântica<br />
de C. gasar sugerem que a população da costa norte brasileira é recém colonizadora apresentando uma<br />
retenção de linhagem ancestral e pode ter passado por um processo de hitchhiking após efeito fundador. As<br />
medidas de coalescência revelaram que C. rhizophorae passou por uma expansão populacional súbita durante a<br />
penúltima transgressão do Pleistoceno há 197.000 anos.<br />
2006<br />
384<br />
ARRUDA, Cinthya Cristina Bulhões. Análise da variabilidade genética de Anomalocardia brasiliana<br />
(Gmelin, 1791) (Mollusca - Bivalvia) através de seqüências do gene mitocondrial COI. 2006. 48 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro<br />
RESUMO: O bivalve brasiliana, conhecido como berbigão, pode ser encontrado em toda a costa brasileira e<br />
representa um importante recurso socioeconômico para muitas comunidades costeiras. A fim de caracterizar<br />
geneticamente populações de A. brasilana de quatro pontos distintos do Brasil (Pará, Ceará, Paraíba, e Bahia) e<br />
testar a homogeneidade genética entre elas, foram obtidos dados de 123 seqüência de gene mtDNA COI.<br />
Somente a população do Ceará apresenta valor de Fs negativo e significativo, indicando que há desvio de<br />
neutralidade. Nenhuma das populações estudadas apresentou indícios de expansão populacional. Os valores<br />
de Fst mostraram que as populações do Ceará e Bahia representam um único estoque e que a população do<br />
Pará e da Paraíba apresentam estruturação populacional. Entretanto, os resultados da AMOVA indicaram que<br />
a maior porcentagem de diferenciação está entre está entre as populações, mas que as diferenças não são<br />
significativas. A estruturação verificada para a população do Pará, provavelmente ocorreu devido à ampla<br />
distância geográfica entre esta população e as demais. A população da Paraíba não compartilhou nenhum<br />
haplótipo com as demais populações da Região Nordeste do Brasil e a explicação para este isolamento pode<br />
estar na presença de uma barreira de recifes localizada na desembocadura do rio Mamanguape, onde foram<br />
coletadas as amostras. O tamanho efetivo de A. brasiliana calculado para a população desde o Pará até a Bahia<br />
foi em torno de 515 mil indivíduos.
242<br />
385<br />
BARBOSA, Roberta Sá Leitão. Interface conhecimento tradicional X conhecimento científico: um<br />
olhar interdisciplinar da etnobiologia na pesca artesanal em Ajuruteua, Bragança-Pará. 2006. 60 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientadora: Maria Cristina Alves Maneschy<br />
RESUMO: O uso racional dos recursos pesqueiros com vistas a sua conservação depende de um manejo bem<br />
estruturado e apoiado em informações sobre a biologia das espécies, que podem ser obtidas por meio do uso<br />
de ferramentas etnobiológicas. Assume-se ainda como de caráter fundamental o registro da utilização de<br />
recursos animais entre populações humanas. Nesse contexto, é realizado um levantamento do conhecimento<br />
de pescadores artesanais da vila dos Pescadores e vila Bonifácio (Ajuruteua- Pará) acerca de informações de<br />
padrões alimentares, comportamento, usos de habitat, migração e reprodução dos peixes da família Sciaenidae<br />
corvina (Cynoscion microlepidotus), cururuca (Micropogonias furnieri), gó (Macrodon ancylodon) e pescada amarela<br />
(Cynoscion acoupa). O presente estudo também aborda o uso terapêutico de peixes entre os pescadores<br />
artesanais dessas comunidades, além de identificar as preferências, restrições e tabus alimentares relacionados<br />
ao consumo de peixes. A metodologia consistiu na aplicação de formulários semi-estruturados, observação<br />
direta, marcação dos principais pontos de pesca apontados pelos pescadores, coleta e análise do conteúdo<br />
estomacal dos peixes. Os dados obtidos foram armazenados em um banco de dados, organizados em tabelas<br />
de cognição comparada, em esquemas de cadeia alimentar, e quanto a diferenças ontogenéticas, recebendo<br />
ainda tratamento estatístico. Os resultados apresentados revelam o saber acurado e detalhado dos pescadores<br />
de Ajuruteua. Foram relatados fenômenos etológicos relacionados à alimentação, fisiologia, reprodução e<br />
parasitismo. Os pescadores indicaram também as principais unidades espaciais ocupadas pelos peixes e<br />
prováveis razões para o deslocamento entre essas unidades. Não houve associação entre a idade atual dos<br />
pescadores e o conhecimento sobre aspectos reprodutivos dos peixes (p=0.406). De acordo com os<br />
pescadores entrevistados a dieta alimentar dos peixes corvina, cururuca, gó e pescada amarela esteve baseada<br />
principalmente no consumo de sardinha (Clupeidae/Engraulidae) e camarão. Há similaridade nos relatos sobre<br />
o conhecimento do hábito alimentar dos peixes fornecidos pelos pescadores, das informações disponíveis na<br />
literatura e nas análises de conteúdo estomacal. De um modo geral, verificou-se que os pescadores de<br />
Ajuruteua não fazem o uso de peixes na medicina popular. Vinte e seis animais, incluindo 1 crustáceo, foram<br />
considerados os peixes preferidos para os entrevistados. A rejeição ao consumo de alguns peixes esteve<br />
relacionada a aspectos como morfologia, gosto, cheiro, veneno e ocorrência dos peixes. Padrões encontrados<br />
em outros estudos para peixes sujeitos a tabus (peixes sujeitos a tabus X peixes medicinais/ posição na cadeia<br />
alimentar/ peixes de couro) não apareceram no presente trabalho. Os tabus parecem assumir um caráter mais<br />
simbólico que funcional entre os pescadores de Ajuruteua. Desta forma, é destacado no presente trabalho o<br />
papel fundamental da etnobiologia na obtenção de dados plausíveis para o manejo da pesca a partir do<br />
conhecimento de pescadores.<br />
386<br />
CARVALHO, Antonio Sérgio Silva de. Biologia e distribuição ecológica dos camarões Penaeidae<br />
(Crustácea; Decapoda) do estuário de Curuçá, Pará, costa norte do Brasil. 2006. 60 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Os camarões Penaeidae representam um dos recursos pesqueiros mais freqüentes e explorados nas<br />
regiões costeiras de todo o mundo. Nos estuários da costa norte do Brasil eles são pescados, ainda quando<br />
jovens, de forma artesanal e abastecem principalmente os mercados locais. As espécies de maior ocorrência<br />
nas capturas dos estuários paraenses são Farfantepenaeus subtilis (Pérez-Farfante, 1967), Litopenaeus schmitti<br />
(Burkenroad, 1936) e Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862). O objetivo deste trabalho foi determinar a
243<br />
composição, a abundância, distribuição espacial e temporal e a estrutura populacional dessas espécies de<br />
camarões Penaeidae capturadas no estuário de Curuçá, Pará. Coletas bimestrais, de julho/03 a julho/04, foram<br />
realizadas em oito pontos de amostragem, distribuídos em dois perfis desse estuário (rio Curuçá e furo<br />
Muriá), utilizando rede Modelo wing trawl. Os espécimes coletados foram acondicionados em sacos plásticos<br />
devidamente etiquetados, resfriados, e posteriormente contados, separados por sexo e identificados. Para cada<br />
camarão, foi efetuada a medida de comprimento da carapaça (Cc) e o peso total (Pt). Farfantepenaeus subtilis foi<br />
a espécie mais abundante, com 78,5 % do total, seguida por Litopenaeus schmitti e Xiphopenaeus kroyeri, com 11,5<br />
e 9,8 %, respectivamente. A maior abundância do camarão-rosa (F. subtilis) e do camarão-sete-barbas (X.<br />
kroyeri) foi obtida durante a estação chuvosa (p < 0,05), com densidade de 197,4 ind./1000m 2 e 23,7<br />
ind./1000m2, respectivamente, ambas registradas durante o mês de março/04. O camarão-branco (L. schmitti)<br />
foi significativamente mais abundante na estação seca (p < 0,05), e suas maiores densidades foram registradas<br />
em julho/03 (10,4 ind./1000m2) e março/04 (16,5 ind./1000m 2 ). Foram analisados 4818 espécimes de F.<br />
subtilis (2.262 fêmeas, 1.959 machos e 597 indivíduos de sexo indeterminado), 732 espécimes L. schmitti (346<br />
fêmeas, 231 machos e 155 indivíduos de sexo indeterminado) e 608 espécimes de X. kroyeri (352 fêmeas, 242<br />
machos e 14 indivíduos de sexo indeterminado). Os valores médios de comprimento de carapaça (Cc) e peso<br />
total (Pt) foram de 11,95 mm e 1,29 g para F. subtilis; de 15,32 mm e 3,67 g para L. schmitti e 12,78 mm e 0,97<br />
g para X. kroyeri, respectivamente. A proporção sexual total (machos:fêmeas) variou em favor das fêmeas para<br />
as três espécies estudadas, onde F. subtilis obteve uma proporção de 0,8:1, L. schmitti com 0,7:1 e X. kroyeri<br />
com 0,6:1, ambas diferindo significativamente (p < 0,05) do esperado de 1:1. Os camarões F. subtilis e L.<br />
schmitti obtiveram crescimento alométrico positivo, enquanto X. kroyeri apresentou crescimento alométrico<br />
negativo. Estes resultados demonstram o potencial do estuário de Curuçá como uma importante área para o<br />
desenvolvimento e manutenção deste recurso pesqueiro, dentro da costa norte brasileira.<br />
387<br />
COSTA, Vanessa Bandeira da. Estudo quali-quantitativo do fitoplâncton da praia de Ajuruteua<br />
(Bragança/Pará). 2006 91 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,<br />
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: Luci Cajueiro Carneiro Pereira<br />
RESUMO: A zona costeira é uma região caracterizada pela alta hidrodinâmica e alta diversidade biológica,<br />
estando sujeitas às contínuas alterações geradas por processos de origem continental e marinha. A dinâmica<br />
das comunidades fitoplanctônicas destas regiões é determinada, principalmente, pelos períodos de chuva e<br />
seca e pelos regimes dos ventos. Este trabalho objetiva determinar a estrutura e a dinâmica populacional do<br />
fitoplâncton da praia de Ajuruteua (Bragança, Pará, Brasil), avaliando a influência de alguns fatores abióticos<br />
sobre sua composição e distribuição espaço-temporal. As coletas foram realizadas no período de agosto/04 a<br />
junho/05, em três pontos (marés enchente e vazante) distribuídos ao longo da praia de Ajuruteua. Foram<br />
realizadas medidas superficiais de transparência, temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido e (pH) da água.<br />
As amostras destinadas ao estudo qualitativo do fitoplâncton foram obtidas por intermédio de filtração de<br />
400l de água superficial, através de uma rede de plâncton de 65 mm de malha, enquanto que aquelas<br />
destinadas ao estudo quantitativo e à quantificação da clorofila a foram coletas na superfície da água com o<br />
auxílio de transparência da água, salinidade e pH, com a ocorrências de valores significativamente mais<br />
elevados durante o período seco. Foram inventariados 123 e 82 táxons, nas amostras coletas com rede e<br />
garrafa, respectivamente, distribuídos entre as divisões Cyanophyta, Dinophyta e Bacillariophyta. As diatomáceas<br />
constituíram o grupo mais representativo do fitoplâncton da praia de Ajuruteua, apresentando a maior<br />
riqueza específica. Os fitoflagelados constituíram o grupo que apresentou as maiores densidades em ambos os<br />
períodos, seguidos pelas diatomáceas. As concentrações de clorofila a, a densidade e os índices de diversidade<br />
e equitabilidade apresentam valores mais elevados durante o período chuvoso, evidenciando o papel do<br />
regime pluviométrico sobre a dinâmica fitoplanctônica local, a qual parece ser o principal fator controlador da<br />
dinâmica destes organismos na praia de Ajuruteua.
244<br />
388<br />
FERNANDES, Carlos Manoel. Caracterização espaço-temporal das associações macrobentônicas em<br />
canais de maré da Planície Costeira Bragantina. 2006. 66 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: José Souto Rosa Filho<br />
RESUMO: Os manguezais apresentam características pouco favoráveis à manutenção da vida, os organismos<br />
que habitam esse tipo de ecossistema devem ser bem adaptados a grandes variações ambientais como<br />
salinidade, granulometria fina, matéria orgânica, regime hidrodinâmico, pH, oxigênio dissolvido, variações de<br />
temperatura, umidade e tempo de exposição. Dentre os componentes biológicos os bentos, compreendem<br />
organismos de diversas formas que passam toda a vida, ou parte dela, associados a um substrato. A<br />
macrofauna bentônica é composta por metazoários maiores de 0,3 mm, sendo dominada por Crustacea,<br />
Mollusca e Annelida. Apresentam importância econômica, cultural e ecológica. O trabalho descreveu as<br />
variações espaciais e temporais na estrutura das associações macrobentônicas de fundos moles, dentro e entre<br />
distintas unidades de habitat nos ambientes estuarinos na Planície Costeira Bragantina. As coletas foram<br />
realizadas em quatro canais de maré Taici, Ostra, Grande e Estiva, seguindo um gradiente crescente de<br />
salinidade ao longo da estrada Bragança-Ajuruteua, rodovia PA-458, em duas áreas (vegetada e não vegetada)<br />
e em duas ocasiões (período seco e chuvoso). Em cada área de amostragem foram retiradas três amostras de<br />
0,008m², e outra para matéria orgânica e granulometria. As amostras foram triadas com uma malha de 0,3<br />
mm e fixadas em formol a 10%. Os organismos foram identificados e contados. Foram calculadas, a<br />
densidade, riqueza, diversidade e a equitatividade entre períodos e canais de maré. Os testes utilizados foram:<br />
ANOVA, Homogeineidade, Análise de Similaridade (ANOSIM), o Índice de Similaridade Bray Curtis e MDS.<br />
Para a sua realização serão utilizados os aplicativos STATISTICA®, PRIMER® 4.0. De uma forma geral, os<br />
sedimentos foram compostos por silte e argila. Os valores de granulometria e salinidade mostram que a<br />
Península apresenta um gradiente, no qual as partículas e a salinidade dos furos tendem a aumentar em<br />
direção a costa. Foram coletadas um total de 10.864 organismos em 70 táxons pertencentes aos filos, Annelida<br />
(22 táxons), Mandibulata (20 táxons), Crustácea (16 táxons), Mollusca (6 táxons), Chelicerata (3 táxons), Nemertea<br />
(1 táxons), Phoronida ( 1 táxon) e Cnidária (1táxons) Os Annelida da classe Oligochaeta, os Poliquetos Streplospio<br />
benedicti (Spionidae), Notomastus lobatus (Capitellidae) foram os táxons dominantes. A dissimilaridade entre os<br />
períodos secos e chuvoso é de 61,89%. As maiores abundâncias foram registradas no período seco, sendo os<br />
Annelidas dominantes. Os Oligoquetos foram dominantes nas áreas não vegetadas, enquanto que os<br />
poliquetos foram dominantes nas áreas vegetadas. As maiores densidades foram encontradas nos furos com<br />
maiores salinidade, enquanto que as menores densidade foram encontradas no furo que apresentou as<br />
menores salinidade. A riqueza foi maior nas áreas vegetadas nas duas estações. Os maiores valores de<br />
equitatividade foram observados nas áreas vegetadas no período chuvoso, enquanto que no período seco os<br />
maiores valores foram encontrados nas áreas não vegetadas. Não houve diferenças na diversidade entre áreas<br />
e setações. Ocorreu no período seco a formação de dois grupos: o primeiro composto pelas amostras dos<br />
furos com salinidade maiores Ostra, Grande e Estiva, e o segundo pelas do taici com menor salinidade. A<br />
rotina SIMPER identificou os táxons mais importantes no período seco com similaridade de 40.18%;<br />
Oligochaeta 34,42%, Notomastus 23,56%, Acarina 9,24%, Streblospio 8,36% e Mediomastus 5,56%. No chuvoso a<br />
similaridade foi de 40,75%, sendo os táxons mais importantes Oligochaeta 46,49%, Notomastus 20,38%, Acarina<br />
13,43%, Sigambra 4,13%, Cossura 3,80% e Streblospio 2,85%.<br />
389<br />
GOMES, Cleidson Paiva. Ciclo sazonal de gametogênese em Mytella guyanensis (Mollusca Bivalvia).<br />
2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus<br />
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: Colin Robert Beasley<br />
RESUMO: Os manguezais são considerados ecossistemas de valor significativo quanto à produtividade<br />
animal e vegetal, e, portanto são áreas constantemente exploradas pelos habitantes locais. O mexilhão Mytella<br />
guyanensis é um exemplo de molusco que apresenta importância econômica e ecológica para o litoral norte do
245<br />
Brasil. Este estudo tem por finalidade descrever o ciclo reprodutivo da Mytella guyanensis por meio de estudos<br />
histológicos da gônada e do manto. Mensalmente 10 indivíduos foram coletados do manguezal do Município<br />
de Bragança (PA), e transportados até o laboratório, onde cada um dos espécimes foi pesado e teve o<br />
comprimento antero-posterior da concha medido. Depois, parte da gônada e do manto foi processada para<br />
microscopia óptica e os cortes foram corados pela Hematoxilina – Eosina (HE). A razão sexual na população<br />
estudada foi de 1:1. Não foram detectadas relações entre a produção gametogênica e o comprimento e peso<br />
dos animais. Houve uma relação entre a salinidade e o número médio de espermatozóides. O ciclo<br />
reprodutivo em Mytella guyanensis é caracterizado por épocas de desova continua que ocorrem durante o ano<br />
todo. Porém existem meses de intensa desova, como fevereiro e julho (na gônada) e entre junho e agosto (no<br />
manto), quando a maioria dos indivíduos maduros elimina seus gametas simultaneamente de forma a<br />
maximizar a fecundação.<br />
390<br />
MENDONÇA, José Ricardo Alfaia de. Decomposição foliar de Rhizophora l., Avicennia l. e<br />
Laguncularia gaertn. f. em um manguezal da Península de Ajuruteua, Bragança - Pará. 2006. 44 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de<br />
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes<br />
RESUMO: O processo de decomposição foliar tem um papel na ciclagem de nutrientes dos diversos<br />
ecossistemas. No manguezal, esse processo varia de acordo com a espécie e o local. O presente determina o<br />
tempo de decomposição foliar e as concentrações de nutrientes de Rhizophora mangle, Avicennia germinans e<br />
Laguncularia racemosa. Três experimentos foram montados no Furo Grande, Bragança-Pará, sendo cada<br />
experimento (Chão, Ar e Água) composto por quatro tratamentos (três espécies e um tratamento misto). A<br />
amostragem foi realizada em intervalos de 2, 9, 30, 44 e 58 dias. Conseqüentemente, cada experimento<br />
continha 96 amostras (4 amostras por tratamento X 4 tratamentosX 6 intervalos) perfazendo um total de 288<br />
amostras. Os resultados mostraram que no chão, L. racemosa decompôs mais rápido (t50=53 dias no 16° dia;<br />
R2= 0,920; k=-0,0131). No ar e na água A. germinans se decompôs mais rapidamente (t50=100 dias;<br />
k=0,0069; r2=0,719 e t50=22 dias; k= 0,0319, respectivamente), sendo R. mangle a espécie com o processo<br />
mais lento de decomposição para os três experimentos. O aumento do número de espécies (tratamento<br />
misto) não afetou as taxas de decomposição das folhas dessas espécies. A análise entre os experimentos, os<br />
tratamentos e os intervalos de tempo apresentou as maiores concentrações de nitrogênio e fósforo, indicando<br />
alta palatibilidade para invertebrados. Em suma, o processo de decomposição na água é mais rápido do que<br />
no chão e no ar, sendo A. germinans a espécie a decompor mais rapidamente do que as outras de espécies<br />
estudadas.<br />
391<br />
NEVIS, Andréia Barbosa das. Composição, abundância e estrutura populacional da família Portunidae<br />
(Crustacea, Decapoda) no estuário de Curuça, litoral norte do Brasil. 2006. 75 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade<br />
Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: A composição, a abundância e a estrutura populacional da família Portunidae no estuário de Curuçá<br />
foram estudados bimestralmente entre julho/03 e julho/04. As amostragens foram realizadas com rede de<br />
arrasto de fundo (wing trawl), durante o dia, na maré vazante e na lua minguante. Foi encontrado um total de<br />
427 organismos pertencentes a três espécies: C. bocourti, C. danae e C. ornatus. A espécie mais abundante e<br />
freqüente foi C. danae. A maior incidência de C. bocourti ocorreu na estação chuvosa e a de C. ornatus na<br />
estação seca. C. danae ocorreu com oscilações ao longo de todo o ano. A alternância das espécies pode ser<br />
interpretada como uma forma de evitar a competição entre grupos com preferências alimentares similares. A<br />
proporção de machos foi superior a de fêmeas para todas as espécies. O tamanho da primeira maturação<br />
sexual foi estimado em 92 mm para C. bocourti e 75 mm C. danae. Todas as espécies apresentaram maior
246<br />
freqüência de indivíduos em estádio gonadal “imaturo” durante o estudo. Para as três espécies, foi observada<br />
uma maior abundância de indivíduos de pequeno tamanho no estuário. A relação entre o peso total e a<br />
largura da carapaça mostrou diferenças significativas entre espécies e sexos. As informações encontradas<br />
neste trabalho mostram que as espécies possuem ciclos de vida diferenciados. Para se obter um estudo mais<br />
completo sobre estrutura populacional, as amostragens devem ocorrer dentro e fora do estuário, para assim<br />
se obter maior representatividade de todos os grupos etários.<br />
392<br />
QUADROS, Manoel Luciano Aviz de. Biologia reprodutiva, descrição morfológica do adulto, e<br />
desenvolvimento larval de uma nova espécie de Macrobrachium (Decapoda, Palaemonidae) da<br />
Região Amazônica. 2006. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa<br />
RESUMO: A família abriga espécies conhecidas como "camarões de água doce", os quais passam pelo menos<br />
uma fase da vida em ambiente dulcícola. Esta família apresenta ampla distribuição geográfica, sendo o gênero<br />
Macrobrachium o principal representante da família, com cerca de 210 espécies no mundo. No Brasil, ocorrem<br />
18 espécies nativas, algumas de grande interesse comercial. No nordeste paraense área de abrangência do<br />
presente estudo - ocorrem oito espécies de Macrobrachium, sendo M. acanthurus e M. amazonicum as mais<br />
comuns, e cujos estoques nativos são bastante explorados comrcialmente. Nesta região ocorre também a<br />
espécie exótica asiática M. resenbergii, importada para cultivo em ambiente fechado, mas que atualmente é<br />
bastante encontrada no ambiente natural. O presente estudo foi inicialmente delineado para avaliar a biologia<br />
reprodutiva de M. acanthurus no estuário do rio Caeté (Bragança-Pará) como espécie nativa potencial para<br />
cultivo. Entretanto, as análises preliminares revelaram a existência de um morfotipo similar a M. acanthurus,<br />
mas que após análise detalhada verificou-se que apresenta diferenças marcantes quanto à abundância sazonal,<br />
tamanho dos indivíduos, razão sexual, e outros aspectos de sua biologia reprodutiva. Análises genéticas desta<br />
nova forma mostraram elevadas divergências necleotídicas no gene mitocondrial citocromo Oxidase I (COI),<br />
sugerindo sua alocação ao status taxonômico de nova espécie, que foi então denominada de Macrobrachium<br />
paraensis. M. acanthurus apresenta um pico reprodutivo durante a estação chuvosa, enquanto M. paraensis se<br />
reproduz durante todo o ano, apresentando um pico no período de estiagem da região. Morfologicamente, M.<br />
paraensis pode ser distinguido de M. acanthurus quanto à configuração do rosto, coloração e morfologia do<br />
segundo para de preiópodos. Quanto à ontogenia, M. paraensis apresenta um desenvolvimento larval<br />
prolongado, com 10 estágios de zoea, e estas larvas podem ser distinguidas das de M. acanthurus em diversas<br />
estruturas, dentre as quais se destaca o desenvolvimento da antênula, maxila, maxilípedes e pereiópodos.<br />
Todos estes dados da presente análise corroboram a conclusão de que Macrobrachium sp. é uma nova espécie<br />
para a região costeira amazônica.<br />
393<br />
SILVA, Daiane Evangelista Aviz da. Variações espaço-temporais das associações macrobentônicas<br />
sujeitas a contaminação ambiental no Estuário Guajará (Belém-PA, Brasil). 2006. 60 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: José Souto Rosa Filho<br />
RESUMO: Descreve a variação espaço-temporal da estrutura das associações macrobentônicas de fundos<br />
inconsolidados do Estuário Guajará (Belém-Pará), mediante a comparação entre ocasiões e locais de<br />
amostragem. Foram estabelecidos 11 locais de amostragem: nove próximos de fontes de lançamento de<br />
efluentes (contaminados) e dois afastados (referências). As amostragens foram realizadas em ocasiões do<br />
período seco (dezembro de 2004 e setembro de 2005) e chuvoso (março e junho de 2005). Foram coletadas<br />
em cada local, em cada ocasião, quatro amostras biológicas, utilizando-se um pegador de fundo tipo Petersen<br />
(0,039 m 2 ). Paralela à amostragem biológica, foram coletadas: 1) amostras de sedimento, para a determinação<br />
da textura, conteúdos de matéria orgânica, fósforo total, nitrogênio total e concentrações de metais pesados<br />
(Cu, Cr, Ni, Zn, Fe2O3), e 2) amostras de água em superfície, para a determinação de pH, sólidos totais
247<br />
dissolvidos, condutividade elétrica, temperatura, oxigênio dissolvido, demanda química de oxigênio, fósforo<br />
inorgânico dissolvido, fosfato, nitrito, nitrato e amônia. Para análise dos dados, foram utilizadas técnicas<br />
univariadas (ANOVA, IDM, Teste de Caswell), distribucionais (comparação de curvas de k-dominância) e<br />
multivariadas (ANOSIM, MDS, CLUSTER). A macrofauna foi constituída por poucos táxons (26 taxa),<br />
essencialmente de anelídeos. Os resultados demonstraram variação espacial e temporal significativa na<br />
estrutura das associações macrobentônicas. As mudanças temporais apresentaram como principal evento a<br />
alternância de dominância entre Polychaeta e Oligochaeta, o primeiro grupo dominando as ocasiões sob menor<br />
reflexo das chuvas (dezembro e março) e o segundo os meses subseqüentes. As mudanças espaciais foram<br />
associadas principalmente ao gradiente horizontal de sais. Em geral, locais próximos aos pontos de<br />
lançamento de efluentes urbanos apresentaram maiores densidades de organismos, sem perda de diversidade.<br />
Dado que o principal contaminante lançado é o esgoto doméstico, rico em matéria orgânica, sugere-se que<br />
algumas áreas vêm sofrendo enriquecimento orgânico em níveis ainda favoráveis à bioestimulação. Contudo,<br />
o registro de elevada densidade e/ou dominância de táxons indicadores de contaminação, altos valores de<br />
compostos nitrogenados e demanda de oxigênio na água, aumento da concentração de compostos orgânicos<br />
e metais pesados no sedimento, alertam para a perda potencial da qualidade ambiental, com impactos mais<br />
negativos sobre a biota.<br />
394<br />
SOUSA, Eliane Brabo de. Composição, ecologia e variação temporal do fitoplâncton na ilha Canela<br />
(Bragança-Pará-Brasil). 2006. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia<br />
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.<br />
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa<br />
RESUMO: A Zona Costeira Amazônica (ZCA) é considerada uma região de extrema prioridade para a<br />
conservação da sua biodiversidade. Neste sentido, estudos sobre a variação sazonal e nictemeral da<br />
composição e biomassa do fitoplâncton e sua relação com os fatores físico-químicos da água foram realizados<br />
em uma estação fixa (00º46'37.2"S-046º43'24.5"W), localizada na zona de arrebentação de uma ilha costeira<br />
amazônica brasileira (ilha Canela-PA), durante os meses de setembro e dezembro de 2004 (período seco),<br />
março e junho de 2005 (período chuvoso) em marés de sizígia, com amostragens realizadas em intervalos<br />
regulares de três horas, durante 24 horas. Os parâmetros hidrológicos medidos foram: salinidade,<br />
temperatura, pH, oxigênio dissolvido e o percentual de saturação do oxigênio. As amostras destinadas à<br />
análise qualitativa do fitoplâncton foram obtidas a partir da filtragem de 400 l de água da camada<br />
subsuperficial da zona de arrebentação, através de uma rede planctônica (65µm de abertura de malha) e<br />
fixadas com formol neutro a 4%. Para os estudos quantitativos do fitoplâncton e para a determinação de<br />
clorofila a foram coletadas amostras na superfície da coluna d’água. A salinidade apresentou variação sazonal<br />
significativa caracterizando o ambiente como eualino-polialino. Os demais fatores variaram entre os meses de<br />
estudo. As águas da ilha Canela foram classificadas como saturadas e alcalinas. A biomassa fitoplanctônica<br />
variou entre 2,43 (dezembro/2004) a 8,70 mg.L-1 (setembro/2004). Foram identificados 130 táxons incluídos<br />
nas divisões: Cyanophyta (2 táxons), Bacillariophyta (115 táxons) e Dinophyta (13 táxons). As espécies abundantes<br />
e muito freqüentes que caracterizaram o ambiente foram: Asterionellopsis glacialis, Dimeregramma minor,<br />
Skeletonema sp. e Thalassiosira subtilis. Três espécies foram registradas como novas ocorrências: Dimeregramma<br />
minor, Triceratium pentacrinus e T. biquadratum. Os fitoflagelados dominaram quantitativamente o fitoplâncton<br />
local, chegando a compor 76% da comunidade fitoplanctônica, seguidos pelas diatomáceas. As maiores<br />
densidades do fitoplâncton foram registradas durante o período chuvoso (média= 1.870.000 Cel.L-1)<br />
correlacionando-se diretamente com a as altas diversidade (média= 2,8 bits. cel-1) e equitabilidade (média=<br />
0,70) das espécies possivelmente provocadas pelo fluxo das marés, ondas e correntes litorâneas que agem na<br />
zona de arrebentação da ilha, e principalmente pela baixa salinidade encontrada durante este período, que em<br />
conjunto permitiram uma maior homogeneidade da comunidade composta por populações de espécies<br />
planctônicas neríticas, oceânicas, ticoplanctônicas, eurialinas e polialóbias. Os ventos e a precipitação<br />
pluviométrica foram os principais fatores condicionantes tanto dos parâmetros hidrológicos como da<br />
densidade fitoplanctônica.
248<br />
2007<br />
395<br />
ABRUNHOSA, Jacqueline Pompeu. Aspectos morfofisiológico de Goniopsis cruentata (Latreille, 1803)<br />
(Decapoda: Crapsidae), cultivado em laboratório. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2007.<br />
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa<br />
RESUMO: Examina o efeito da salinidade sobre a sobrevivência e desenvolvimento larval do caranguejo de<br />
mangue Goniopsis cruentata. Fêmeas ovígeras foram capturadas manualmente no Furo do Café, nordeste do<br />
Estado do Pará, em março de 2006. Sete diferentes salinidades foram testadas (5-35, com intervalos de 5<br />
entre cada tratamento). As zoeae de G. cruentata foram alimentadas com a microalga Thalassiosira sp. e rotíferos<br />
Brachionus sp.. A partir do estágio zoeae III, as larvas também foram alimentadas com náuplios recémeclodidos<br />
de Artemia. Alta mortalidade foi observada em todos os tratamentos, no entanto, algumas larvas<br />
tiveram sucesso na mudança para o estágio seguinte somente na salinidade de 25.<br />
396<br />
COSTA, Kelli Garboza da. Composição e variação temporal do zooplâncton do estuário do rio<br />
Taperaçu (Bragança-Pará-Brasil). 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.<br />
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa<br />
RESUMO: Variações nictemeral e sazonal do zooplâncton no estuário do rio Taperaçu (Norte do Brasil,<br />
Pará) e o efeito dos parâmetros hidrológicos sobre a dinâmica destes organismos foram estudados nos meses<br />
de setembro de 2004 (período seco), março de 2005 (período chuvoso) e setembro de 2005 (período seco).<br />
As coletas foram realizadas durante marés de sizígia em intervalos de 2 horas durante um período de 24<br />
horas. As amostras foram coletadas na superfície da água por meio de arrastos horizontais de 3 minutos com<br />
auxílio de uma rede de plâncton com abertura de malha de 120 µm provida de fluxômetro (Hydrobios, Kiel).<br />
Medidas simultâneas de salinidade, pH, oxigênio dissolvido e temperatura foram realizadas na superfície da<br />
coluna d’água com um analisador multi-parâmetros (WTW-304i). O estuário apresentou uma elevada variação<br />
na salinidade (9,1-40) com características mesohalinas a polihalinas/marinhas durante os períodos<br />
chuvoso/2005 e seco/2005, respectivamente. Os parâmetros hidrológicos apresentaram diferenças<br />
significativas (p
249<br />
RESUMO: Descreve os aspectos socioambientais de duas importantes comunidades (Tamatateua e Acarajó),<br />
integrantes da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçú, localizada na planície costeira do Município de<br />
Bragança, nordeste do Estado do Pará (Norte do Brasil). Esta Unidade de Conservação está inserida em uma<br />
das maiores áreas contínuas de manguezal do mundo. Para avaliar de forma integrada os diferentes aspectos<br />
socioambientais destas comunidades, entrevistas, aplicação de questionários, bem como observação direta e<br />
mensuração de alguns potenciais fatores de degradação ambiental foram realizados com o objetivo de<br />
contribuir com a implantação de futuros planos/programas de Gestão Integrada nesta Unidade de<br />
Conservação. De acordo com os resultados, foi observado que a maior parte destas populações é de baixa<br />
renda, com baixo nível de escolaridade, e tem na agricultura familiar e na pesca artesanal as principais fontes<br />
de subsistência e/ou renda. As comunidades apresentam um baixo índice de condição de vida e moradia,<br />
decorrente da falta de infra-estrutura e serviços públicos disponíveis, bem como da precariedade dos aspectos<br />
físicos e sanitários das moradias. Os principais problemas ambientais detectados/analisados estão<br />
relacionados a dois aspectos principais: à deficiência dos serviços públicos, principalmente, à falta de<br />
saneamento básico (coleta de lixo, abastecimento de água tratada, e a rede de canalização e tratamento de<br />
esgoto) e ao uso inadequado dos recursos naturais. Estes fatores vêm comprometendo a qualidade dos<br />
recursos hídricos e do solo, bem como vêm causando a redução dos recursos pesqueiros e florestais<br />
(principalmente àqueles relacionados ao ecossistema de manguezal). Embora as comunidades tenham<br />
consciência sobre a necessidade de preservação dos ecossistemas locais, a degradação dos recursos naturais<br />
vêm ocorrendo de forma progressiva. A falta de investimento por parte das autoridades governamentais<br />
(escolas, atendimento médico, saneamento básico, etc.) e a falta de atuação das associações comunitárias<br />
existentes são fatores que têm contribuído com a intensificação dos problemas socioambientais. Por fim,<br />
torna-se imprescindível a implantação de um programa/plano de Gestão Integrada nesta Unidade de<br />
Conservação para garantir a preservação da mesma, bem como a utilização de forma sustentável dos recursos<br />
naturais locais.<br />
398<br />
RODRIGUES, Rosa Maria da Silva. Análise da variabilidade genética da pescada amarela (Ccynoscion<br />
acoupa – Sciaenidae) da costa norte brasileira baseada no seqüênciamento da região controle do<br />
DNA mitocondrial. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,<br />
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: A família Sciaenidae é um importante recurso pesqueiro mundial com cerca de 70 gêneros e 270<br />
espécies. É amplamente distribuída nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, ocorrendo principalmente em<br />
águas marinhas e estuarinas. Cynoscion acoupa é um dos peixes cianídeos mais explorados na costa norte do<br />
Brasil, tendo em média cerca de 16.000 toneladas desembarcadas a cada ano. Apesar de sua importância<br />
econômica, poucos estudos genéticos têm sido realizados com esta espécie, principalmente, em nível<br />
populacional. O presente estudo avaliou a variabilidade genética de C. acoupa da costa norte brasileira usando<br />
300 seqüências da região controle do DNA mitocondrial. Os resultados mostram que a população apresenta<br />
uma alta diversidade haplotípica, porém, baixa diversidade nucleotídica, que associada com os desvios de<br />
neutralidade observados através dos valores negativos e significantes dos testes D e Fs, sugerem um passado<br />
de expansão populacional. A diversidade e a divergência genética de C. acoupa mostraram-se baixa quando<br />
comparada com a de dois cianídeos e outros dois Perciformes também explorados economicamente. A baixa<br />
divergência genética observada na população pode ser resultado de uma coalescência recente entre os<br />
haplótipos. A hipótese de expansão demográfica foi avaliada e vários testes foram realizados para rejeitar ou<br />
não a expansão. Os resultados confirmam que o estoque de C. acoupa da costa norte está em processo de<br />
recente expansão demográfica. As informações obtidas neste estudo são de grande importância e podem ser<br />
úteis em futuros planos de manejo que potencializem o uso sustentável deste importante recurso pesqueiro da<br />
costa norte do Brasil.
250<br />
399<br />
SANTA BRÍGIDA, Erikson Luiz. Variabilidade genética dos peixes serra<br />
(Scomberromorusbrasiliensis) e cavala (Scomberomorus cavalla) (Scombridae, Perciformesi) da costa<br />
brasileira através da alça do genoma mitocondrial. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,<br />
Bragança-PA, 2007.<br />
Orientador: Marcelo Vallinoto<br />
RESUMO: A família Scombridae compreende peixes epipelágicos bem adaptados a longas migrações e que são<br />
importantes para a pesca comercial e recreativa em todo o mundo. Duas espécies desta família têm muita<br />
importância para as capturas comerciais, o serra (Scomberomorus brasiliensis) e a cavala (S. cavalla), que ocorrem<br />
em simpatria ao longo de suas áreas de ocorrência no Brasil. Há algumas evidências de sobre-exploração<br />
destas espécies em algumas áreas, mas não há estudos genéticos para avaliar a variabilidade genética delas na<br />
presente área. Portanto, o objetivo foi avaliar a variabilidade genética de indivíduos da costa brasileira usando<br />
a região da Alça-D do DNA mitocondrial. De acordo com os resultados, há somente uma população<br />
pamítica de S. brasiliensis, que possui altos níveis de diversidade haplotípica e nucleotidíca e que está em<br />
processo de expansão demográfica populacional. Em relação a S. cavalla, não foi observada estruturação<br />
geográfica e não houve evidência de expansão. Os níveis de diversidade haplotípica e nucleotídica<br />
encontrados foram moderados e baixos, respectivamente. Os resultados apontam para duas diferentes<br />
conclusões, de que apesar da alta variabilidade de S. brasiliensis, a sobre-exploração pode estar afetando esses<br />
estoques, pois os altos níveis de variabilidade natural mascaram os efeitos da sobre-exploração e inicialmente<br />
isso não é detectável até que seja severo e geralmente irreversível; e os moderados níveis de variabilidade de S.<br />
cavalla poderiam ser conseqüência de tal sobre-exploração. Os resultados poderiam ser usados em futuros<br />
estudos de manejo, contudo, é necessário comparar com estudos em outras populações e associar este estudo<br />
com o uso de outras ferramentas moleculares, tais como os microssatélites, para confirmar os resultados.<br />
400<br />
SIMITH, Darlan de Jesus de Brito. Indução do assentamento e metamorfose da megalopa do<br />
caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Decapoda: Ocypodidae). 2007. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,<br />
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.<br />
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa<br />
RESUMO: Megalopas de várias espécies de caranguejos decápodos são capazes de retardar o assentamento e<br />
a metamorfose na ausência de estímulos físico-químicos característicos do habitat parental. No presente<br />
estudo, substâncias químicas liberadas por caranguejos adultos conspecíficos e interespecíficos (Goniopsis<br />
cruentata, Uca spp. e Callinectes danae), diversos tipos de substratos (lamoso, arenoso e pedaços de Rhizophora<br />
mangle em decomposição) e ainda a água estuarina foram experimentalmente avaliados como estímulos em<br />
potencial para indução destes fenômenos nas megalopas do caranguejo-uçá, Ucides cordatus. Os estímulos<br />
químicos de U. cordatus induziram a metamorfose das megalopas com elevadas e significativas taxas de muda<br />
para o estágio de caranguejo juvenil (entre 89 e 100 %) e reduziram a duração média da fase de megalopa<br />
(entre 13,10 ± 0,37 e 20,72 ± 0,67 dias), a qual foi ligeiramente mais curta na presença de ambos os estímulos<br />
dos machos e das fêmeas (11,63 ± 0,40 dias) do que somente na presença dos estímulos dos machos (12,00 ±<br />
0,34 dias) ou das fêmeas (12,29 ± 0,29 dias) individualmente no cultivo. De todos os caranguejos<br />
interespecíficos, somente G. cruentata e Uca spp. (exceto U. maracoani) estimularam a muda das megalopas de<br />
U. cordatus (20 e 10 % de muda, respectivamente). No entanto, os estímulos de G. cruentata retardaram a<br />
metamorfose (por 30,30 ± 1,48 dias), ao contrário dos estímulos de Uca spp. (23,80 ± 2,08 dias). A segunda<br />
maior eficiência na indução da metamorfose foi proporcionada pela presença do substrato lamoso no cultivo<br />
(entre 67 e 76 %). Entretanto, o substrato lamoso coletado nas margens de um canal estuarino, retardou a<br />
metamorfose (entre 20,30 ± 1,19 a 21,17 ± 0,87 dias), ao contrário da presença do substrato lamoso oriundo<br />
do interior das tocas de U. cordatus (16,08 ± 1,01 dias). No cultivo com a presença de ambos os estímulos
251<br />
químicos dos conspecificos e do substrato lamoso das tocas, não houve um aumento significativo na taxa de<br />
muda, porém a duração da fase de megalopa foi significativamente mais curta (12,80 ± 0,49 dias) do que na<br />
presença individual do substrato lamoso das tocas. Os demais estímulos testados proporcionaram reduzidas<br />
taxas de muda (< 20 %) e retardaram a metamorfose (entre 18,13 ± 1,93 e 21,50 ± 3,45 dias). Nos cultivos<br />
com ausência dos estímulos (controle), as taxas de muda foram baixas (entre 2 e 26 %), havendo retardo da<br />
metamorfose (entre 14,46 ± 0,57 dias e 39 dias) e a maioria das megalopas sofreram mortalidade após 44,35<br />
± 2,78 e 68,51 ± 2,07 dias. Os resultados mostraram que a fase de megalopa é flexível e dependente de<br />
estímulos físico-químicos para o sucesso do assentamento e metamorfose para juvenil. Os estímulos<br />
poderiam auxiliar as megalopas durante o recrutamento, aumentando as chances de sobrevivência, além de<br />
proporcionar um rápido desenvolvimento, reduzindo desta forma os riscos de predação no plâncton. Os<br />
estímulos químicos de caranguejos adultos, particularmente dos conspecíficos, e possivelmente os biofilmes<br />
microbianos presentes no substrato lamoso, poderiam indicar um habitat específico e favorável ao<br />
assentamento, dentro dos manguezais, além de induzir a metamorfose junto à população conspecífica. Assim,<br />
os juvenis poderiam se desenvolver próximo ou no interior das tocas dos conspecíficos, onde possivelmente<br />
as condições de alimento e refúgio são mais favoráveis. Estas indicações fornecem fortes evidências sobre a<br />
ecologia dos juvenis de U. cordatus.
252
253
254
2004<br />
255<br />
401<br />
DAHAN, Elias David. Verificação da associação da variabilidade genética da alfa-1-antitripsina e do<br />
fator de necrose tumoral com a asma brônquica. 2004. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: A asma brônquica é uma desordem inflamatória crônica, complexa, na qual estão envolvidos<br />
fatores genéticos e ambientais. A inflamação das vias aéreas na asma é regulada, predominantemente, por<br />
células do sistema imunológico e por uma vasta rede de citocinas que interagem mutuamente e com as vias<br />
aéreas. O exato desempenho funcional de cada citocina na fisiopatologia da asma ainda necessita ser<br />
completamente estabelecido. A presente investigação teve como objetivo comparar a distribuição dos alelos S<br />
e Z do gene da A1AT e do polimorfismo do gene do TNF-alfa (-308 G/A) em uma população de 110<br />
asmáticos, divididos em dois níveis de severidade da asma (com 54 pacientes no nível da doença moderada<br />
persistente e 56 pacientes no nível da doença severa persistente). Os genótipos da A1AT e do TNF-alfa (-308<br />
G/A) foram determinados pela técnica de digestão enzimática (polimorfismo no comprimento dos<br />
fragmentos de restrição). O polimorfismo no promotor do gene do fator de necrose tumoral TNF-alfa (-<br />
308G/A), citocina pró-inflamatória que participa da reação inflamatória em pacientes com asma,<br />
contribuindo para a hiperreatividade brônquica, não foi na presente investigação, associado com a doença ou<br />
com o aumento da hiperreatividade brônquica, nos níveis de severidade sintomática mais graves da doença.<br />
402<br />
LAURENTINO, Rogério Valois. Epidemiologia molecular do vírus linfotrópico de células T humanas<br />
tipo I e tipo II (HTLV-I e HTLV-II) co-infectando pacientes portadores do vírus da<br />
imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1). 2004. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Antonio Carlos Rosário Vallinoto<br />
RESUMO: No Brasil, as co-infecções HIV-1/HTLV-I/II são relativamente altas e estão associadas a fatores<br />
de risco como a relação sexual com múltiplos parceiros e o uso de drogas intravenosas. O presente estudo<br />
teve como objetivo avaliar, por meio de técnicas sorológicas e moleculares, a epidemiologia da co-infecção<br />
pelo HTLV em pacientes soropositivos para o HIV-1 procedentes dos Estados do Pará e do Amapá. Foram<br />
coletadas 169 amostras de sangue total de pacientes infectados pelo HIV-1, sendo 117 do Estado do Pará e<br />
52 do Estado do Amapá, no período de novembro de 1998 a maio de 2002. Os soros foram testados para a<br />
presença de anticorpos anti-HTLV-I/II, utilizando um método imunoenzimático (OethoDiagnostic Inc., USA).<br />
Para a confirmação da infecção pelo HTLV e identificação do tipo e dos subtipos, as amostras sororreagentes<br />
tiveram suas células mononucleadas do sangue periférico submetidas à extração de DNA. Uma Reação em<br />
Cadeia da Polimerase em duas etapas (Nested PCR), foi utilizada para a ampliação de três regiões genômicas<br />
do DNA próviral do HTLV (pX, env e 5'LTR). Os produtos amplificados foram submetidos à análise de<br />
RFLP, usando-se as endonucleases TaqI, DraI, SacI, ApaI e XhoI. Das 169 amostras analisadas, apenas seis<br />
(3,5 %) apresentaram sororeatividade para anti-HTLV-I/II no ELISA. Todas as amostras eram procedentes<br />
do Estado do Pará, não sendo verificadas a infecção entre os pacientes do Estado do Amapá. As amostras<br />
soropositivas foram submetidas à amplificação de um fragmento de 159pb do gene pX. A análise pela<br />
endonuclease TaqI mostrou que quatro eram HTLV-II (66,7 %) e duas eram HTLV-I (33,3%). As quatro<br />
amostras classificadas como HTLV-II foram submetidas à amplificação de uma região de 630pb do gene env<br />
e, após a digestão com a endonuclease XhoI, verificou-se à presença de um perfil de RFLP característico dos<br />
subtipos HTLV-IIa e HTLV-IIc. A análise filogenética a partir da seqüência nucleotídica da região 5'LTR<br />
confirmou a ocorrência do subtipo IIc. As amostras positivas para HTLV-I tiveram amplificado e<br />
seqüenciado um fragmento de 800pb da região 5'LTR que demonstrou um perfil de RFLP característico do<br />
Grupo Cosmopolita, subtipo Transcontinental. Os resultados obtidos são reflexos da epidemiologia dos
256<br />
retrovírus HIV-1 e HTLV em Belém e confirmam resultados prévios que demonstravam a maior prevalência<br />
do HTLV-II em relação ao HTLV-I, fato esse que é distinto de outras áreas urbanas do Brasil.<br />
403<br />
MARTINS, Lívia Caricio. Caracterização taxonômica do Vírus minaçu (isolamento Be AR 548794) um<br />
possível novo arbovírus. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biologia de<br />
Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos<br />
RESUMO: Na Amazônia brasileira, já foram isolados 190 tipos diferentes de arbovírus, e 34 deles estão<br />
associados à infecção humana. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de estudos para caracterizar<br />
novos isolamentos desses vírus. O objetivo desse trabalho foi realizar a caracterização taxonômica do Vírus<br />
Minaçu (Be AR 548794), obtido de um lote de Oclherotatus scapularis capturados em Minaçu-GO, utilizando as<br />
técnicas de: inóculo viral em cultivos de células VERO e clone C6/36, testes sorológicos (IH, FC e IFI), teste<br />
de sensibilidade ao desoxicolato de sódio (DCA), técnicas de microscopia eletrônica de transmissão,<br />
eletroforese do ARN viral (PAGE) e ensaio experimental em camundongos recém-nascidos infectados com o<br />
Minaçu pela via intracerebral para análise histológica (HE) e imuno-histoquímica (IHQ). O vírus Minaçu se<br />
replicou e produziu efeito citopático em células VERO, sendo positivo por IFI. As células C6/36 se<br />
mostraram refratárias ao vírus mostrando resultados negativos por IFI. Por FC não foi observado<br />
cruzamento sorológico do Minaçu com soros imunes dos arbovírus isolados no Brasil, observando reação<br />
somente com o soro imune anti-Minaçu. As partículas do Minaçu destituídas de envelope viral apresentaram<br />
tamanho médio de 75nm de diâmetro, as quais foram vistas apenas no citoplasma celular e não possuem<br />
hemaglutinina para glóbulo de ganso. Por PAGE o ARN mostrou que o vírus Minaçu possui um genoma<br />
com dez segmentos. Nos animais inoculados com o vírus Minaçu, alterações anátomo-patológicas (necrose e<br />
apoptose) por HE foram observadas no cérebro, fígado, coração, baço e nos rins. A IHQ desses tecidos<br />
usando o sistema de peroxidade mostrou presença de antígenos virais em todos os órgãos, porém com mais<br />
intensidade no cérebro, fígado e coração. Com base nos resultados obtidos, o vírus Minaçu foi classificado na<br />
família Reoviridae, gênero Orbivirus como um novo vírus para a ciência.<br />
404<br />
MEDEIROS, Daniele Barbosa de Almeida. Caracterização do vírus Rio Preto (Be AR 540870): um<br />
possível novo arbovírus isolado de flebotomíneos (Díptera: Psychodidae) capturados no Amazonas. 2004. 97 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos<br />
RESUMO: O vírus Rio Preto (Be AR 540870) foi isolado a partir de flebotomíneos capturados no Município<br />
de Rio Preto da Eva, Estado do Amazonas, Brasil, em 1995, sendo considerado um vírus não grupado/não<br />
classificado. O objetivo deste trabalho foi classificar o vírus Rio Preto em um táxon viral, baseando-se nas<br />
características físico-químicas e propriedades antigênicas, bem como descrever a morfogênese viral e as<br />
alterações celulares associadas à infecção experimental. Camundongos recém-nascidos mostraram<br />
suscetibilidade à infecção pelo vírus Rio Preto, apresentando sinais de doença a partir do 4º dia pósinoculação<br />
(p.i.). Células Vero e cultura primária de neurônios murino apresentaram efeito citopático, no 4º<br />
dia p.i. e 2º dia p.i., respectivamente. A presença viral foi confirmada por imunofluorescência indireta e<br />
Fixação de Complemento (FC). Testes de FC mostraram ausência de reação entre antígenos de cérebro do<br />
vírus Rio Preto e soros hiperimunes de arbovírus e de outros vírus não-grupados/não-classificados. A reação<br />
positiva restringiu-se ao seu soro homólogo. O teste de hemaglutinação utilizando eritrócitos de ganso<br />
mostrou ausência de hemaglutinina. O vírus Rio Preto mostrou-se sensível ao desoxicolato de sódio,<br />
sugerindo presença de envelope viral. A análise ultraestrutural de cérebro de camundongos infectados<br />
mostrou partículas virais esféricas e envelopadas, com 80nm de diâmetro, apresentando o complexo de Golgi<br />
como local da morfogênese viral. Estas partículas foram encontradas em células morfologicamente<br />
semelhantes aos neurônios com alterações celulares como tumefação e morte celular. Os resultados sugerem<br />
que o vírus Rio Preto trata-se de um novo possível arbovírus pertencente à família Bunyaviridae.
257
258
2005<br />
259<br />
405<br />
CARVALHO, Leônidas Olegário de. Identificação de genes expressos no pedúnculo óptico do<br />
caranguejo Ucides cordatus (decapoda, ocypodidae) e correlação fisiológica entre genes ortólogos.<br />
2005. 108 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Mini-bibliotecas de cDNA foram construídas a partir de pedúnculos ópticos do caranguejo Ucides<br />
cordatus para avaliar os genes expressos durante o período de ocorrência de muda no nordeste do Pará-Brasil.<br />
Foram obtidos cinco animais adultos com tamanho acima de 6,5 cm de largura de carapaça. Depois de<br />
dissecados os pedúnculos ópticos e selecionadas as amostras da retina, tecido muscular e trato protocerebral,<br />
foram conservadas em RNAlater e extraído o RNA total com Trizol. O mRNA foi isolado com Oligotex e<br />
purificado para produção dos perfis de ORESTES (Open Reading Frame ESTs) utilizando iniciadores<br />
arbitrariamente selecionados. Depois de purificados os perfis, as bandas foram ligadas em plasmídeos<br />
pGEM®-T da PROMEGA. Os vetores foram submetidos à transformação em bactérias por eletroporação e<br />
seqüenciados em aparelho MegaBace 1000. As seqüências foram submetidas ao Sistema Genérico de<br />
Anotações de ESTs e ao BLASTn contra o GenBank. Seqüências de baixa qualidade ou contaminantes foram<br />
descartadas da análise. Foram identificadas 198 ORESTES de genes não descritos (genes novos), 122<br />
ORESTES de peptídeos e 242 de nucleotídeos não redundantes ortólogas a diversos organismos. Destes<br />
transcritos foram avaliadas as correlações fisiológicas do neuropeptídeo precursor do hormônio dispersor de<br />
pigmentos, das opsinas retinianas (BCRH1 e BCRH2), dos peptídeos estruturais (actina I, actina alfa, cadeia<br />
tubulínica alfa II e alfa tubulina II) e dos agentes de defesa orgânica (peptídeo antimicrobiano pulsátil,<br />
calreticulina, prosaposin e citocromo P450). Este trabalho propiciou uma amostragem adequada do<br />
transcriptoma das estruturas do pedúnculo óptico durante um período determinado do ciclo de vida do<br />
animal, e a correlação da expressão dos peptídeos identificados em busca dos controles morfológicofuncionais<br />
do caranguejo Ucides cordatus.<br />
406<br />
FRAGA, Elmary da Costa. Filogenia molecular de mugilídeos e análise populacional em mugil (M.<br />
cephalus, M. Lisa e M. platanus). 2005. 120 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Inferências filogenéticas baseadas apenas em caracteres morfológicos não têm possibilitado<br />
esboçar com clareza as relações taxonômicas em alguns grupos de peixes, principalmente entre os mugilídeos,<br />
devido sua morfologia ser extremamente conservada, sendo necessário o uso de informações adicionais de<br />
seqüências de DNA. A família Mugilidae (Mugiliformes), mundialmente distribuída e contendo 14 gêneros e<br />
64 espécies, está representada na costa Atlântica da América do Sul por somente um gênero, Mugil, com cerca<br />
de sete espécies. Como se trata de um grupo de peixes muito explorado para consumo e considerando<br />
algumas discordâncias importantes na lista de espécies da costa brasileira, o presente trabalho gerou uma<br />
filogenia molecular para as espécies mais freqüentes do gênero Mugil, e avaliou também o grau de<br />
estruturação genética de M. liza, M. platanus e M. cephalus, cuja taxonomia é questionada nas diferentes<br />
classificações. A filogenia com dados de rRNA 16S e Citocromo b sugere a monofilia de Mugil e revela três<br />
grupos de espécies para costa brasileira: grupo I com M. hospes e Mugil sp.; grupo II com M. incilis e M. curema e<br />
o grupo III com M. liza e M. platanus. Os resultados com marcadores moleculares contribuem para melhor<br />
identificar as espécies de mugilídeos do Atlântico ocidental, e podem servir de subsídios para aprimorar<br />
chaves de classificação e tomadas de decisões sobre estratégias de manejo e conservação dos estoques nativos<br />
e aqueles explorados para piscicultura.
260<br />
407<br />
MARTINS, Luisa Caricio. Infecção pelo Helicobacter pylori: diagnóstico de cepas virulentas e interações<br />
genéticas com o hospedeiro. 2005. 131 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Genética e<br />
Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: Aproximadamente 20% dos indivíduos infectados pelo H. pylori desenvolvem doenças<br />
clinicamente significantes, tais como, úlceras pépticas e adenocarcinoma gástrico. E não se conhecem quais os<br />
fatores bacterianos do hospedeiro e do ambiente que são determinantes críticos à predisposição dessas<br />
diferentes manifestações clínicas da infecção pelo H. pylori. Nesse estudo, investigamos se o polimorfismo da<br />
região promotora do gene IL-1B (-511 e -31) e do IL-1RN e o polimorfismo dos alelos vagA e do gene cagA<br />
do H. pylori podem influenciar na clínica da infecção pelo H. pylori e se estão associados com as características<br />
histopatológicas. Um número total de 197 pacientes com doenças gastrintestinais e 103 voluntários saudáveis<br />
foram estudados. O polimorfismo do IL-1B (-511 3 -31) foi genotipado pela reação em cadeia da polimerase<br />
associada a análise de polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição enzimática (PCR-RFLP), o<br />
número variável do "tanden repeat" do gene IL-1RN, a genotipagem dos alelos vagA, o gene cagA das cepas<br />
bacterianas. As biópsias gástricas foram avaliadas histologicamente. Encontramos uma associação significante<br />
entre as cepas s1/m1/cagA positivas e o desenvolvimento de patologias graves, assim como com os elevados<br />
graus de inflamação crônica, infiltrado neutrofílico e a presença de metaplasia na mucosa gástrica. Portadores<br />
simultâneos dos alelos IL-1B - 511C, IL-1B - 31T e IL-1RN2 demonstraram uma aumento no risco de<br />
desenvolver câncer gástrico, com odds ratio de 7.3. Contudo, não observamos associação entre os genétipos Il-<br />
1B e IL-1RN e a infecção pelo H.pylori. Nossos resultados demonstraram qual a produção da IL-1B e a<br />
infecção pelo H. pylori, quando associadas podem exacerbar o dano a mucosa e aumentar o risco de eventual<br />
neoplasia.<br />
408<br />
RAMOS, Alessandra de Rezende. Aspectos celulares e moleculares do processo infeccioso Crinipellis<br />
perniciosa no cacaueiro. 2005. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka<br />
RESUMO: O cacau (Theobroma cacao) é uma espécie que teve seu cultivo iniciado pelos Maias por volta de 600<br />
a.C. Atualmente, é plantado em cerca de 5 milhões de hectares em áreas de terras tropicais com uma<br />
produção anual de 3,194 milhões de toneladas. Os principais problemas na produção se devem,<br />
principalmente, a doenças fúngicas. Destas, a vassoura-de-bruxa é a responsável por grandes perdas na<br />
cacauicultura brasileira. Esta enfermidade é causada por um fungo basidiomiceto, Crinipellis perniciosa, de difícil<br />
controle, sendo as medidas tomadas para seu combate baseadas, principalmente, em medidas fitossanitárias,<br />
na busca por clones resistentes e na aplicação de fungicidas cúpricos. Medidas que são caras, laboriosas ou<br />
prejudiciais ao meio ambiente. Nos últimos cinco anos, houve a intensificação das pesquisas para que a<br />
biologia do fungo fosse desvendada, assim como seu modo de interagir nos tecidos do hospedeiro. Para isso,<br />
as modernas ferramentas da biologia molecular estão sendo usadas. Neste sentido, o presente trabalho<br />
apresenta quatro tipos de abordagens para contribuir ao conhecimento dos aspectos celulares e moleculares<br />
da interação cacau x C. perniciosa. Primeiramente, análises protéicas em géis bidimensionais de calli de cacau<br />
identificaram padrões diferenciais de expressão após a exposição ao fungo. Em particular, foi observada uma<br />
dinâmica no que diz respeito à síntese e degradação de várias proteínas durante exposição ao fungo. A<br />
segunda abordagem consistiu no acompanhamento do processo infeccioso em calli de cacau, de uma<br />
variedade resistente e outra suscetível, utilizando microscopia eletrônica de varredura. Os resultados<br />
demonstraram que em calli da variedade suscetível há uma colonização mais agressiva do micélio de C.<br />
perniciosa que nas variedades resistentes. O isolamento de um gene que codifica uma proteína antimicrobiana<br />
compôs a terceira abordagem deste trabalho. Dessa maneira, o gene Osm1 de cacau foi identificado e<br />
caracterizado, codificando uma proteína PR (relacionada a Patogênese) da família 5 do tipo osmotina.
261<br />
Proteínas desta família possuem atividades antifúngicas, além de estarem envolvidas nas respostas de<br />
resistências a estresses osmóticos e climáticos. Por último, houve a busca por compostos naturais com<br />
atividade antifúngica, como alternativa mais econômica para o controle de C. perniciosa. Neste sentido, foram<br />
iniciados os experimentos com componentes de nim (Azadirachta indica), que demonstram inibir a germinação<br />
e o crescimento de micélio de C. Perniciosa. Acredita-se que as informações geradas neste trabalho, somadas ao<br />
que já é conhecimento sobre cacau e C. perniciosa, ajudarão no esclarecimento desse patossistema.<br />
409<br />
SANTOS, Marcelo Soares dos. Análise de populações naturais de Eudocimus ruber (Ciconiformes<br />
Threskionithitae) através de marcadores microssatélites: implicações para a conservação da espécie.<br />
2005. 227 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: Eudocimus ruber, conhecida no Brasil comumente como “Guará” é uma espécie típica de regiões de<br />
mangue e anteriormente apresentava distribuição por grande parte do litoral brasileiro. Contudo, devido,<br />
provavelmente, à ação antrópica sobre seu hábitat, esta espécie apresentou um intenso declínio populacional,<br />
ficando restrita à apenas algumas colônias localizadas na costa dos estados do Maranhão, Pará, Amapá e a<br />
uma pequena população registrada na cidade de Cubatão/SP a cerca de vinte anos. Neste trabalho analisamos<br />
os aspectos genéticos de cinco de populações remanescentes de E. ruber com a utilização de marcadores<br />
microssatélites obtidos através da construção de uma biblioteca genômica enriquecida e com marcadores<br />
heterólogos obtidos a partir de outra espécie da família Threskiornithidae, além de uma análise preliminar<br />
realizada com marcadores AP-PCR. Os níveis da variabilidade genética observada variaram de baixo<br />
(microssatélites) a moderado (marcadores AP-PCR) e podem estar associados a eventos ancestrais do tipo<br />
“gargalo de garrafa” e flutuações demográficas significativas, com a similaridade entre as populações podendo<br />
estar associada então a expansões populacionais posteriores. As populações analisadas também apresentaram<br />
um nível de estruturação próximo ao apresentado por populações com baixo fluxo gênico entre si, aspecto<br />
que pode estar associado a um grau de fidelidade de sítio maior do que geralmente é relacionado a esta<br />
espécie. A falta de monitoramento e de informações básicas atualizadas sobre as populações impede que<br />
correlações entre os aspectos genéticos, as relações interpopulacionais e a viabilidade destas populações sejam<br />
estabelecidas. As populações analisadas apresentam características importantes que possibilitam seu<br />
enquadramento como diferentes Unidades de Manejo, entretanto, um número maior de estudos incluindo<br />
aspectos ecológicos é necessário para a determinação do real status de conservação desta espécie. A<br />
classificação de E. ruber como espécie não ameaçada na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção deve<br />
ser revisada, principalmente devido ao aparente declínio populacional e à falta de informações, podendo esta<br />
espécie ser provisoriamente enquadrada como Espécie Deficiente em Dados. As populações de Eudocimus<br />
ruber podem estar sujeitas a diferentes pressões ecológicas cuja manutenção pode culminar com o<br />
desaparecimento das colônias remanescentes. A identificação dos vetores de ameaça é imprescindível para o<br />
estabelecimento de estratégias conservacionistas que visem a manutenção desta espécie, cujo desaparecimento<br />
se constituiria em uma perda inestimável não só para a avifauna, mas também para a biodiversidade brasileira<br />
como um todo.<br />
410<br />
VIANA, Maria das Neves Silva. Ecologia molecular de quelônios do gênero Podocnemis (Pleurodira:<br />
Pelomedusidae) da Amazônia Brasileira. 2005. 157 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Os quelônios são encontrados em locais diversos como lagos, rios, mares e pântanos, desertos e<br />
florestas. Na Amazônia, muitas espécies, principalmente as maiores, são capturadas pelas populações locais<br />
para consumo da carne e dos ovos, e também para comercialização no mercado negro, conseqüentemente,<br />
algumas delas são consideradas pelo CITES como vulneráveis a dependentes de conservação. O gênero
262<br />
Podocnemis compreende seis espécies das quais quatro podem ser facilmente encontradas na Amazônia<br />
brasileira. Podocnemis expansa (tartaruga da Amazônia) e P. unifilis (tracajá), com maior tamanho, são as espécies<br />
mais consumidas nos estados do Pará e Amazonas. Após a permissão para a criação em cativeiro, através da<br />
portaria 142/92 do IBAMA, estas espécies vêm sendo exploradas comercialmente, entretanto pouco se<br />
conhece sobre a estrutura populacional. Podocnemis sextuberculata, conhecida popularmente como iaçá, pitiú e<br />
cambéua, largamente distribuída na bacia amazônica no Brasil, Colômbia, Peru e Equador é bastante<br />
consumida nos locais onde já não existem as de maior tamanho. Podocnemis erythrocephala (irapuca), considerada<br />
a menor espécie do gênero, é encontrada em rios de água preta e clara e seus afluentes, habitando<br />
preferencialmente pequenos lagos de águas transparentes. No presente trabalho foram seqüenciadas regiões<br />
do DNAmt de quatro espécies do gênero Podocnemis, coletadas em bacias hidrográficas dos Estados do Pará e<br />
Amazonas: a Região Controle e fragmentos dos genes ND1 e 16S, também foi estudada a transferência de<br />
iniciadores de microssatélites desenhados para P.expansa para outras três espécies do gênero. Para as<br />
seqüências da região controle destas espécies, os resultados da AMOVA evidenciaram, com poucas exceções,<br />
ausência de diferenciação genética nas comparações entre populações analisadas para as espécies. Tais<br />
exceções envolveram a presença de barreiras geográficas como corredeiras (rio Jaú) entre as populações de P.<br />
erythrocephala, e as características particulares de um rio (rio Jarauacá) entre as populações de P. unifilis, as<br />
demais podem ser consideradas como populações panmíticas. Os resultados dos testes de transferibilidade de<br />
primers, realizados com nove marcadores desenvolvidos para P. expansa, evidenciaram que oito marcadores<br />
amplificam as outras espécies de Podocnemis e quatro são potencialmente úteis quanto à possibilidades de<br />
serem utilizados para avaliar a variabilidade genética entre as populações. As análises filogenéticas utilizando a<br />
região controle do DNAmt e fragmentos dos genes ND1 e 16S, tanto com dados individuais confirmaram a<br />
monofilia do gênero Podocnemis em relação aos grupos externos, que foram representados pelos gêneros<br />
Peltocephalus e Pelomedusa e Dipsochelys. De acordo com as árvores obtidas nas análises filogenéticas as espécies<br />
P. sextuberculata e P. erythrocephala foram agrupadas como espécies irmãs em quase todas as análises seguidas<br />
por P. unifilis e P. expansa. Quando comparamos estes resultados com as características apresentadas pelos<br />
blocos de repetição e microssatélites encontrados dentro da região controle das espécies deste gênero,<br />
evidenciamos conflitos com relação à posição de cada espécie. Se considerarmos os blocos de repetição e os<br />
microssatélites encontrados na região controle do DNAmt o dado irmão formado por estas duas espécies são<br />
os extremos opostos em relação a esta característica sendo a P. erythrocephala a mais simples, apresentando<br />
apenas um bloco de repetição, e a P. sextuberculata a mais complexa de todas com cinco a oito blocos de<br />
repetição e microssatélites com unidades TA muito longas variando entre 11 e 14 repetições. Estes resultados<br />
podem indicar que a evolução dos microssatélites dentro da região controle não está relacionada com a<br />
evolução dos genes mitocondriais estudados. Esperamos que os resultados apresentados aqui possam<br />
contribuir para o conhecimento da estrutura populacional, comportamento reprodutivo e relações<br />
filogenéticas entre as espécies do gênero Podocnemis.<br />
2006<br />
411<br />
ASSUMPÇÃO, Paulo Pimentel. Análise citogenética molecular de adenocarcinomas gástricos. 2006.<br />
104 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: Os carcinomas são caracterizados por alterações citogenéticas complexas e grande mistura gênica,<br />
decorrentes da Instabilidade Cromossômica. O adenocarcinoma gástrico é um dos tumores mais freqüentes<br />
no mundo, apresentando ainda elevada mortalidade. Os eventos genéticos da carcinogênese gástrica ainda<br />
não estão inteiramente definidos. Estudos citogenéticos apresentaram historicamente grandes limitações em<br />
função da dificuldade de obtenção de metáfases de boa qualidade. As técnicas de citogenética molecular<br />
permitiram, recentemente, significativo incremento do conhecimento das alterações cromossômicas destes<br />
tumores. Dentre as alterações cromossômicas mais freqüentes destaca-se a ocorrência de trissomia do
263<br />
cromossoma 8. Objetivando identificar aberrações numéricas no cromossoma 8 em adeocarcinomas<br />
gástricos, 16 amostras de tumores primários foram estudadas por FISH interfásico com sonda centromérica e<br />
a trissomia deste cromossoma foi observada em todas as amostras estudadas, confirmando resultados prévios<br />
de citogenética clássica. A trissomia do cromossoma 8 foi também encontrada por citogenética clássica e por<br />
FISH interfásico na linhagem ACPO 1 de adenocarcinoma gástrico estabelecida a partir de um tumor<br />
primário, por nosso grupo de pesquisa. Adicionalmente foram estudados 21 adenocarcinomas gástricos<br />
primários por Hibridação Genômica Comparativa (CGH), no intuito de identificar ganhos ou perdas<br />
cromossômicas ao longo do genoma e sua relação com dados clínicos e histológicos. Ganhos no cromossoma<br />
8 foram uma vez mais confirmados e o achado mais significativo foi a presença de ganhos na região 8q24,<br />
onde está localizado o gene C-MYC, em todos os casos de adenocarcinomas do tipo intestinal de Lauren com<br />
metástases. O aumento do número de cópias deste gene em tumores do tipo intestinal avançados foi também<br />
evidenciado pela técnica de FISH com sonda para este gene, fortalecendo a hipótese de amplificações de C-<br />
MYC estarem relacionadas à maior agressividade e presença de metástases em adenocarcinomas gástricos do<br />
tipo intestinal. Evidenciaram-se ainda diferentes alterações entre os tipos intestinal e difuso de Lauren,<br />
sugerindo a existência de vias genéticas distintas nestes tumores.<br />
412<br />
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de. Estimativas de tempo de divergência em platirrinos e<br />
filogenia molecular e fitogeografia dos uacaris, parauacus e cuxius. 2006. 100 f. Tese (Doutorado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: Os estudos disponíveis na literatura que tratam do cálculo das datas de divergências entre<br />
platirrinos usam abordagens metodológicas que não consideram a variação nas taxas de evolução molecular e<br />
usam procedimentos de calibração que, atualmente, são questionadas. Neste trabalho, seqüências de DNA de<br />
cinco genes nucleares não ligados foram utilizadas, com métodos bayesianos, para o estudo dos tempos de<br />
separação entre as principais linhagens de platirrinos. A calibração do relógio molecular foi feita com<br />
múltiplos pontos baseados no registro fóssil dos platirrinos. Os valores obtidos para as datas de divergência<br />
sugerem tempos mais antigos para as separações intergenéricas do que calculado em estudos anteriores, com<br />
o evento que originou a atual diversidade dos platirrinos calculada em 30 milhões de anos. A exploração dos<br />
dados aponta que as diferenças entre os diferentes trabalhos se deve aos procedimentos de calibração e à<br />
variações na taxa de evolução. Dentre os platirrinos, os Pitheciini (gêneros Pithecia, Chiropotes e Cacajao) formam<br />
um grupo monofilético consensualmente estabelecido com base em critérios morfológicos, ecológicos e<br />
moleculares. A fitogeografia desses três gêneros foi avaliada com base nas seqüências completas do gene<br />
mitocondrial codificador do Citocromo b. Árvores filogenéticas foram construídas com métodos de Máxima<br />
Parcimônia, Máxima Verossimilhança e de Análises Bayesianas. Quando a amostragem era adequada para<br />
análises populacionais, empregou-se a Análise Filogeografica de dados Agrupados para o estudo de processos<br />
histórico-demográficos que moldaram a estrutura genética atual nas espécies estudadas. Cálculos de tempo de<br />
divergência foram feitos usando metodologia bayesiana, com pontos de calibração baseados nos intervalos de<br />
confiança obtidos na análise citada acima. Os resultados são, em parte, concordantes com a taxonomia<br />
vigente, baseada em dados morfológicos. Alguns táxons de Pithecia e Cacajao, definidos pela coloração da<br />
pelagem, apresentam pouca diferenciação molecular. Por outro lado, em Cacajão e Chiropotes, linhagens<br />
independentes não reconhecidas pela taxonomia foram encontradas. Os táxons analisados trazem uma<br />
historia evolutiva dinâmica, influenciada por diferentes fatores em diferentes períodos geológicos.<br />
413<br />
LIMA, Karla Valéria Batista. Epidemiologia molecular da tuberculose resistente à rifampicina. 2006.<br />
101f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider
264<br />
RESUMO: O controle da tuberculose no Brasil tem sido dificultado por inúmeros fatores de caráter<br />
socioambientais e tecnológicos. Este trabalho tem como objetivo investigar epidemiologicamente a<br />
tuberculose, genotipar as cepas de Mycobacterium tuberculosis e avaliar a utilização do “rifoligotyping” como técnica<br />
aplicada ao monitoramento da resistência aos tubérculos táticos. Foram investigadas 108 cepas resistentes a<br />
rifampicina, obtidas de pacientes com tuberculose pulmonar, diagnosticados no período de 1998 a 2003, no<br />
estado do Pará. A amostragem representou 43,7% (108/247) da população de cepas resistentes identificadas<br />
nesse período. Toda a população de bacilos investigados foi reidentificada por PCR-multiplex e confirmada<br />
como M. tuberculosis. As freqüências de falência e abandono de tratamento para tuberculose foram de 32,4%<br />
(35/108) e 22,2% (24/108), respectivamente. Entre os casos com alta por cura 13,8% (15/108) recidivaram.<br />
Ao avaliar os sintomas da tuberculose no momento do diagnóstico 72,2% (78/108) dos casos foram<br />
caracterizados como crônico-evolutivos. A genotipagem das 108 cepas de M. tuberculosis resistentes a<br />
rifampicina por meio de RFLP-IS6110 evidenciou 33,3% (36/108) de agrupamentos, destes 44,4% (16/36)<br />
foram confirmados por MIRU. Vinte cepas apresentaram menos de seis seqüências do IS6110 com<br />
agrupamento em 95,0% (19/20) destas por RFLP-IS6110. Surpreendentemente, a diversidade genotípica<br />
determinada para o MIRU foi maior para as cepas com mais de 6 cópias do IS6110. Seis cepas apresentaram<br />
monorresistência à rifampicina, as demais apresentaram resistência associada a outras drogas. O ensaio<br />
“rifoligotyping” foi realizado para 70 cepas, permitindo a detecção de 88,6% (62/70) das cepas resistentes. Uma<br />
amostra de 12 cepas submetidas a “rifoligotyping” foi seqüenciada para controle de qualidade do ensaio,<br />
observando 100% (12/12) de concordância com a análise por seqüênciamento do fragmento mais variável do<br />
gene rpoB. As freqüências de mutações nos códons 531, 526 e 516 foram de 54,3%, 18,6%, 5,7%,<br />
respectivamente. Os dados de resistência primária, da epidemiologia descritiva e da genotipagem sugerem<br />
elevada transmissão da tuberculose resistente no Pará. A técnica “rifoligotyping” apresentou-se promissora, com<br />
elevada sensibilidade, podendo ser aplicada como ensaio preliminar para monitoramento da resistência em<br />
amostragem representativa da população notificada como caso novo de tuberculose. Os resultados sugerem<br />
um alerta aos programas de controle da tuberculose reforçando a necessidade de novo inquérito nacional,<br />
incluindo avaliação da resistência por “rifoligotyping” e genotipagem da população de Mycobacterium tuberculosis.<br />
414<br />
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues. Comportamento meiótico e evolução dos cromossomos<br />
sexuais na família Phyllostomidae (Chiroptera): análise por hibridação in situ com fluorocromos. 2006.<br />
211 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka<br />
RESUMO: Foram feitas análises citogenéticas, clássica e molecular, em células mitóticas e meióticas em treze<br />
espécies de quirópteros pertencentes a cinco subfamílias de Phyllostomidae (Chiroptera), com sistemas de<br />
determinação sexual cromossômica dos tipos simples, múltiplo e composto. Os resultados revelaram que as<br />
espécies com sistema simples XX/XY, compartilham 22 homeologia entre os cromossomos sexuais X e Y.<br />
Nas células mitóticas e meióticas, os principais rearranjos responsáveis pela variação do sistema sexual<br />
simples da família Phyllostomidae são as translocações do tipo autossomo-Xq e subseqüente autossomo-Yp,<br />
que originaram os sistemas de determinação sexual cromossômica dos tipos múltiplos XX/XY1Y2 e<br />
composto neo-XX/XY. Através de FISH multicor em células meióticas pode-se observar a independência de<br />
comportamentos entre segmentos XpY1 originais e XqY2 e XY originais e neo-XY, observada nos<br />
cromossomos sexuais das espécies de Carolliinae e de Stenodermatinae, com sistemas múltiplo e composto,<br />
respectivamente. Este comportamento provavelmente é devido ao bloco heterocromomático (Artibeus e<br />
Uroderma) e a região organizadora de nucléolo (Carollia) que bloqueiam o efeito de difusão de inativação<br />
para a região autossomal do X. As seqüências teloméricas intersticiais (ITS) encontradas em células mitóticas<br />
e meióticas de C. perspicillata, C. brevicauda e Uroderma bilobatum coincidem com regiões de BC positivas, sendo<br />
que em U. bilobatum a ITS encontrada no X representa a região de fusão A-X que levou ao sistema múltiplo<br />
neste animal. A partir dos dados inéditos de FISH multicor, pode-se comparar o comportamento meiótico<br />
dos cromossomos sexuais nos três sistemas sexuais, analisar variações na condensação dos eixos diferenciais<br />
de X e Y originais e autossomos-sexuais e, descrever o pareamento entre segmentos originais X-Y (região<br />
pseudoautossomal) e A-X, sugerindo atividade gênica nessas regiões durante a meiose. O cromossomo 15 de
Phyllostomus hastatus rearranjado nos Xq de Artibeus cinereus e de Uroderma magnirostrum, representa uma<br />
sinapomorfia que provavelmente mantém-se conservada em todas as espécies da subfamília Stenodermatinae.<br />
265<br />
415<br />
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão. Analises cromossômicas e filogenia em roedores do gênero<br />
Proechimys (Echimiyidae – Rodentia). 2006. 100 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi<br />
RESUMO: As espécies do gênero Proechimys são amplamente distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais<br />
do Novo Mundo. Apresentam uma classificação sistemática polêmica, devido a pouca diferenciação<br />
morfológica e grande variabilidade cariotípica. Graças a essas características são poucos os estudos<br />
filogenéticos no gênero. Objetivando contribuir para o esclarecimento da evolução de Proechimys, oito espécies<br />
tiveram seus cariótipos comparados, sendo cinco deste trabalho, Proechimys steerei, P. cuvieri, P. roberti, P. simonsi<br />
e P. sp. 9, cujas espécies foram capturadas em três Estados (Acre, Amazonas e Pará) da Amazônia brasileira, e<br />
quatro de trabalhos já publicados, P. longicaudatus, P. sp.1, P. sp.2, e P. sp.7. Para a caracterização citogenética<br />
das espécies, usou-se dados de coloração convencional, bandeamentos G e C, e marcação de NORs. Para a<br />
construção do cladograma foi utilizado o programa PAUP, usando o método da máxima parcimônia. As<br />
espécies cariotipadas neste trabalho apresentaram as seguintes fórmulas cariotípicas: P. steerei (2n= 24, NF=<br />
42), P. cuvieri (2n=28, NF= 48), P. roberti (2n= 30, NF= 54), P. simonsi (2n= 32, NF= 56) e P. sp. 9 (2n= 36,<br />
NF= 58). A análise filogenética mostra uma única árvore mais parcimoniosa com a seguinte representação<br />
(TAP + (PSP1 + (PSP9 + ((PRO + PSI) + (PSP7 + (PCU + (PLO + PSP2). As espécies demonstraram<br />
diferenças cariotípicas inter e intra-específicas, por inversões pericêntricas e rearranjos Robertsonianos. Os<br />
dados evolutivos obtidos indicam uma tendência à redução do número diplóide.<br />
416<br />
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro. Estudos citogenéticos comparativos por bandeamento e<br />
pintura cromossômica (zoo-fish) em Callicebus (Platyrrhini - Primates). 2006. 133 f. Tese<br />
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi<br />
RESUMO: O gênero Callicebus compreende 28 espécies classificadas em cinco grupos filéticos: donacophilus,<br />
moloch, cupreus, torquatus e personatus. O grupo personatus é endêmico da mata atlântica, enquanto os demais<br />
ocorrem principalmente em matas de terra firme na Amazônia. Estudos citogenéticos neste gênero<br />
demonstraram uma extensa variação cariotípica, com números diplóides de 2n=16 em C. lugens (Grupo<br />
torquatus) até 2n=50 em C. hoffmannsi, C. bernhardi e C. pallescens (Grupos moloch e donacophilus). Os cariótipos<br />
com 2n=50 são considerados plesiomórficos e os principais rearranjos envolvidos na variação cariotípica do<br />
grupo são do tipo fusão, fissão e inversão. Neste trabalho, foram descritos os cariótipos de C. cupreus, C.<br />
dubius, C. nigrifrons, C. personatus e C. coimbrai. O cariótipo de C. personatus foi mapeado por pintura<br />
cromossômica usando-se sondas de cromossomos humanos. Dados de bandeamento G e pintura<br />
cromossômica foram utilizados em uma análise filogenética intra-genérica. C. nigrifrons apresentou 2n=42<br />
cromossomos, enquanto C. personatus e C. coimbrai apresentaram cariótipos com 2n=44 sem distinção aparente<br />
por bandas G, C e NOR. A diferença entre os números diplóides foi explicada por uma fusão/fissão cêntrica.<br />
C. personatus apresentou 39 sinais de hibridização por lote haplóide autossômico. A fissão do segmento<br />
HSA2a e as associações HSA20/13, 3c/8b, 1b/1c, 21/3a/15a/14 são derivadas para C. personatus. As<br />
associações HSA15b/7b, 22/2a/22, 16b/.
266<br />
417<br />
VIEIRA, José Ricardo dos Santos. Identificação de alterações nucleotídicas no gene do LDLR para o<br />
diagnóstico molecular de hipercolesterolemia familiar pelo método de SSCP por eletroforese capilar<br />
fluorescente. 2006. 165 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Mais de 800 diferentes mutações foram identificadas no gene do receptor celular da lipoproteína<br />
de baixa densidade (LDLR) que causam o aumento da concentração plasmática de colesterol que caracteriza a<br />
hipercolesterolemia familiar (HF). Mutações no gene da apoliproteína B (APOB) e PCSK9 também podem<br />
levar a desordens genéticas clinicamente similares a HF. Quando a presença de sintomas é detectada, a<br />
doença arterial coronariana (DAC) está, freqüentemente, em estágio avançado, o que apóia o<br />
desenvolvimento de métodos para o diagnóstico molecular precoce. Para estudar a importância da<br />
identificação de mutações funcionais e polimorfismos no gene do LDLR para o diagnóstico molecular de HF,<br />
foram investigadas por meio de análise de HD/SSCP em eletroforese capilar, todas as regiões codificadoras e<br />
junções intron-éxons do gene do LDLR de 37 pacientes sul-africanos com um diagnóstico clínico de HF bem<br />
estabelecido e 12 pacientes da Amazônia brasileira portadores de DAC com hipercolesterolemia<br />
(>7mmol/L), mas sem diagnóstico clínico de HF. Seqüenciamento de DNA foi realizado nas amostras que<br />
apresentaram diferentes padrões de CE-HD-SSCP. Para ampliar o estudo da relação entre SNPs com HF e<br />
fatores de risco para DAC, foram determinadas as freqüências genotípicas de seis SNPs (IVS7 +10, A370T,<br />
R450R, N570N, V633V e R723R) em 120 indivíduos brasileiros não portadores de DAC. Um estudo<br />
adicional, para determinar a possível relação do SNP A370T com fatores de risco para DAC, foi realizado em<br />
uma população de 2.659 indivíduos britânicos saudáveis pertencentes a um estudo prospectivo de cinco anos.<br />
Um total de 46 alterações nucleotídicas foram identificadas, onde oito correspondiam a mutações funcionais<br />
presentes somente em 16 pacientes sul-africanos, sendo cinco delas presentes no domínio ligante do gene do<br />
LDLR (C146Y, D200G, D206E, Q233P e S285L), duas no domínio homólogo ao precursor do EGF (C356Y<br />
e R385Q) e uma deleção de três pares de base na região promotora (-92 del CTC). Dentre as 38 mutações não<br />
funcionais, 14 eram silenciosas (36,8%) e 24 estavam localizadas em zonas intrônicas sem correlação a sítios<br />
regulatórios (63,2%). Todas as mutações funcionais já haviam sido previamente descritas e sete das mutações<br />
não funcionais (18,4%) foram descritas pela primeira vez nesse trabalho. Não foi identificada mutação<br />
funcional em nenhum paciente da Amazônia brasileira o que sugere que a hipercolesterolemia desse grupo<br />
está relacionada a causas poligênicas ou a mutações funcionais em outros genes. O método CE-SSCP<br />
demonstrou alta sensibilidade (97,8%) na triagem de alterações nucleotídicas no gene do LDLR, porém a<br />
análise de CE-HD demonstrou-se ineficaz em detectar 71,1% das alterações nucleotídicas. Nenhum caso de<br />
caso de falso positivo foi detectado, porém o método de CE-SSCP não foi capaz de identificar o SNP R723R<br />
nem a maioria das variantes polimórficas em homozigose, o que comprova a possibilidade de resultados<br />
falsos negativos para outras alterações nucleotídicas em homozigose não descritas neste trabalho. Em 33 das<br />
46 alterações nucleotídicas (71,7%) pôde ser estabelecido um padrão gráfico de CE-HD/SSCP específico a<br />
ela, contudo em fragmentos com mais de duas alterações nucleotídicas esta relação foi impossível. A análise<br />
conjunta da relação dos seis SNPs e de 20 haplótipos identificados nos cromossomos da amostra composta<br />
por pacientes e não pacientes portadores de HF e DAC não apresentou resultados significativos em relação à<br />
ocorrência dessas doenças, à exceção do SNP A370T e do haplótipo 121111 que apresentaram um risco três e<br />
cinco vezes aumentado para HF, respectivamente (também para DAC, no caso do haplótipo), quando<br />
analisados isoladamente. Os resultados, entretanto podem estar sob viés da diferente composição étnica da<br />
amostragem. O alto número de mutações silenciosas identificadas entre pacientes HF pode significar que haja<br />
alguma relação com a patogenia da HF. Não foi comprovada nenhuma associação significante entre os<br />
genótipos do SNP A370T e aumento de risco para DAC ou AVC nos indivíduos britânicos. Foi detectada<br />
uma interação significante entre o alelo polimórfico do SNP A370T e valores diminuídos de IMC em relação<br />
ao risco para DAC, porém sem identificação de mecanismo biológico plausível que justifique tal interação.
2007<br />
267<br />
418<br />
COSTA, Maria Rosa Travassos da Rosa. Caracterização genética de eqüídeos da raça marajoara por<br />
microssatélites. 2007. 93 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: Caracteriza geneticamente a raça eqüina Marajoara que é uma das mais importantes da região<br />
Amazônica, sendo originada no Brasil, mais especificamente na ilha de Marajó. Esta raça, bastante difundida e<br />
utilizada nas fazendas da ilha, é mantida em conservação no Banco de Germoplasma Animal da Amazônia<br />
Oriental — BAGAM, da Embrapa, sendo altamente adaptada às condições climáticas e ao relevo que<br />
caracterizam essa região. Foram utilizadas amostras da raça Marajoara (54), Puruca (47), Mangalarga (30),<br />
Puro Sangue Inglês coletado no Brasil (47), Árabe coletado no Brasil (25), Pantaneiro (63), Lusitano (93),<br />
Árabe coletado na Espanha (48), Asturcon (39), Pura Raça Espanhola (60), Puro Sangue Inglês coletado na<br />
Espanha (46), Losino (59), Mallorquina (30), Menorquina (69) e Potoka (27). Foram utilizados 22 iniciadores<br />
(HTG4, AHT4, HMS7, ASB2, ASB17, HMS6, ASB23, HTG1O, HMS3, LEX33, T287, T294, T297, T301,<br />
T312, T321, T325, T333, T341, T394, T343 e T344) amplificados pelo método de Reação em Cadeia da<br />
Polimerase (PCR). Os produtos da PCR foram separados em gel desnaturante de poliacrilamida 6%. Foram<br />
detectados 236 alelos, com média igual a 7,5 alelos/locus, variando entre 16 e 6 alelos. As médias de Conteúdo<br />
de Informação Polimórfica (PIC) e as heterozigosidades observada (Ho) e esperada (He), conforme as raças<br />
estudadas, foram respectivamente, 0,7610, 0,7873 e 0,7413. A estimativa da estatística F de Wright (1978)<br />
mostrou que a variação entre as raças foi maior (Fst 8,1%) do que dentro delas (Fis 0,78%), demonstrando<br />
que a diferenciação genética neste estudo foi maior entre as raças do que dentro de cada uma delas. Foram<br />
observados poucos desvios em relação ao equilíbrio de Hardy — Weinberg. A menor distância genética<br />
observada foi entre a raça Marajoara e a Puruca seguida da Mangalarga. Os resultados sugerem que a raça<br />
Marajoara representa um grupo genético claramente distinto de outras raças excetuandose a Puruca que pode<br />
ser utilizada como reservatório de genes para a mesma, com razoável variabilidade genética. Medidas de<br />
conservação e manejo devem ser intensificadas nesse importante recurso genético brasileiro a fim de evitar a<br />
sua descaracterização e perda de identidade genética.<br />
419<br />
NEGRÃO, Andréa Maria Góes. Identificação direta e indireta da Leptospira spp em bubalinos<br />
(Bubalus bubalis) destinados ao abate, provenientes da Microrregião do Arari, Arquipelágo do<br />
Marajó, Estado do Pará. 2007. 113 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e<br />
Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: Foi comprovado a presença da Leptospira spp por meio de técnicas de demonstração direta e<br />
indireta em bubalinos pertencentes a 10 rebanhos da microrregião do Arari, Arquipélago do Marajó, Estado<br />
do Pará. Foram utilizados a Soroaglutinação Microscópica (SAM) e a Macroaglutinação Rápida (MAR) como<br />
testes sorológicos, e o Isolamento em meio de cultura e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), como<br />
técnicas de demonstração direta do agente. Foi encontrado 53% de animais positivos pela SAM e os<br />
sorovares mais prevalentes foram Butembo (49,05%), Hardjo (40,57%), Autumnalis (3,77%), Pomona e<br />
Castelionis (1,87% cada) e Bratislava, Pyrogenes e Shermani (0,95% cada). Pela MAR, a prevalência<br />
encontrada foi de 27,5% de positivos, sendo que 19,5% dos animais mostraram-se positivos aos dois testes.<br />
Todos os rebanhos mostraram-se prevalentes aos dois testes, com variação de 30 a 75%, pela SAM e 15 a<br />
50%, pela MAR. Pelo isolamento por meio de cultura, foi demonstrado a Leptospira spp. em 13 bubalinos.<br />
Destes, em dez animais foi demonstrado o agente somente no rim, em dois animais foi demonstrado no rim e<br />
na urina, e em um animal, somente na urina. Os sorovares reatores nos animais positivos ao isolamento renal<br />
foram: Butembo (seis amostras), Hardjo (cinco amostras) e Autumnalis (1 amostra). Nas amostras urinárias,
268<br />
somente o sorovar Hardjo foi reagente. A PCR não demonstrou a bactéria em nenhuma amostra renal e<br />
urinária. Conclui-se que nos rebanhos bubalinos marajoaras estudados, a leptospirose está bastante difundida,<br />
inclusive com a presença da Leptospira spp em amostras renais e/ou urinárias.<br />
420<br />
SILVA, Simoni Santos da. Filogeografia, estrutura genética populacional e taxonomia molecular de<br />
Macrodon ancylodon (Perciformes, Sciaenidae) do Atlântico Sul Ocidental, utilizando dados do<br />
DNA mitocondrial. 2007. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
421<br />
YOSHIOKA, France Keiko Nascimento. Caracterização imunofenotípica de células dendríticas<br />
diferenciadas a partir de monócitos de indivíduos sintomáticos e assintomáticos para PET/MAH<br />
infectados pelo HTLV-1. 2007. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus humano, agente<br />
causador da leucemia de células T do adulto e da paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao<br />
HTLV-1 (PET/MAH). Recentemente, estão sendo investigados os efeitos causados pela infecção do vírus na<br />
biologia das células dendríticas (CD). Estas são células apresentadoras de antígenos importantes no início da<br />
resposta imune e no controle e/ou eliminação da infecção viral. O objetivo deste estudo foi gerar CD<br />
imaturas e maduras diferenciadas a partir de monócitos a fim de caracterizá-las imunofenotipicamente e<br />
detectar a expressão do mRNA do DC-SIGN (dendritic cell-specific intercellular adhesion molecule 3 grabbing<br />
nonintegrin), também conhecido como CD209, em indivíduos assintomáticos e em pacientes sintomáticos para<br />
PET/MAH infectados pelo HTLV-1. A metodologia utilizada para a realização da quantificação da expressão<br />
do mRNA do DC-SIGN foi feita por PCR quantitativo em tempo real. As CD imaturas e maduras foram<br />
geradas a partir de monócitos do sangue periférico e obtidas após o cultivo, por 5 dias, com 100 ng/mL GM-<br />
CSF e 50 ng/mL lL-4 in vitro e as CD maduras foram obtidas após mais 48 h de cultivo com 20 ng/mL TNFα<br />
and 20 ng/mL PGE2. O fenótipo das CD imaturas e maduras foi determinado por citometria de fluxo.<br />
Neste estudo a carga proviral foi 1,14 vez menor em indivíduos assintomáticos do que em pacientes<br />
sintomáticos para PET/MAH. A expressão do marcador CD209 nas CD imaturas foi mais alta nos pacientes<br />
sintomáticos e assintomáticos do que nas CD maduras dos indivíduos do grupo controle, apesar dessa<br />
expressão não ter sido estatisticamente significativa. Além disso, nenhuma correlação foi encontrada entre o<br />
mRNA do CD209 e a expressão imunofenótipica do CD209 na superfície das CD. A análise imunofenotípica<br />
das CD mostrou um aumento significativo apenas da expressão do marcador CD86 (p=0,0042), nas CD<br />
maduras dos indivíduos assintomáticos, após o estímulo de maturação, diferente das expressões dos<br />
marcadores CD80 (p=0,0025), CD86 (p=0,0012), CD11c (p0,0062), observadas nas CD maduras dos<br />
indivíduos do grupo controle. Nos paciente PET/MAH o estímulo de maturação não foi estatisticamente<br />
significativo. De modo geral, apesar dessas diferenças encontradas, a expressão dos marcadores em ambos os<br />
grupos (assintomáticos e sintomáticos) tiveram níveis mais baixos de expressão do que nos indivíduos do<br />
grupo controle. Esses dados podem contribuir no entendimento da imunidade do hospedeiro contra o<br />
HTLV-1, trazendo informações importantes sobre a patogênese desta infecção.
269
270
2003<br />
271<br />
422<br />
LIMA, Patrícia Danielle Lima de. Avaliação in vitro da ação mutagênica da rotenona em linfócitos<br />
humanos. 2003. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: A rotenona é um pesticida botânico de grande utilização, possuindo propriedades inseticidas,<br />
acaricidas e pesticidas. Este pesticida é extraído de plantas da família das leguminosas, das espécies de Derris<br />
spp e Lonchocarpus spp. A exposição à rotenona é sugerida como um possível fator de risco ao desenvolvimento<br />
da Doença de Parkinson. O objetivo desta dissertação é investigar a ação mutagênica da rotenona avaliando o<br />
efeito indutor de aberrações cromossômicas sob as diferentes fases do ciclo celular e a formação de cometas<br />
em linfócitos humanos; o efeito citotóxico do pesticida também foi avaliado através do cálculo do Índice<br />
Mitótico (IM). As concentrações de rotenona utilizadas foram de 1, 1,5 e 2 mg/ml. O substrato de análise foi<br />
o sangue periférico de indivíduos hígidos. A análise do IM revelou que a rotenona é citotóxica em todas as<br />
concentrações nas fases G1/S, S e G2 do ciclo celular. Na fase G1, a rotenona não apresentou citotoxicidade<br />
na concentração de 1 mg/ml. Nesta mesma fase, foi demonstrada a presença de endoreduplicações e<br />
poliploidias, nas concentrações de 1 e 1,5 mg/ml. Alterações cromossômicas foram encontradas nas fases<br />
G1/S e S do ciclo celular, sendo encontradas mais quebras e gaps na fase S do que na fase G1/S do ciclo. No<br />
Teste do Cometa, o experimento com sangue total revelou um aumento na freqüência de cometas nas<br />
concentrações de 1,5 e 2 mg/ml. No mesmo teste, o experimento com linfócitos isolados, todas as<br />
concentrações apresentaram genotoxicidade. Estes resultados demonstram efeito citotóxico e genotóxico do<br />
pesticida na fase de replicação do DNA. A presença de endoreduplicações revela efeito da rotenona sobre o<br />
aparelho mitótico indicando que a mesma apresenta ação antitumoral. Os níveis de genotoxicidade<br />
encontrados no Teste do Cometa confirmam os achados citogenéticos encontrados neste trabalho.<br />
Concluímos que a rotenona é genotóxica e citotóxica nas concentrações testadas. Outras abordagens serão<br />
necessárias para se conhecer mais profundamente o modelo biológico da ação deste pesticida.<br />
423<br />
MARINHO, Anderson Nonato do Rosário. Mutações na região controle do DNA mitocondrial em uma<br />
amostra de indivíduos jovens e idosos da população de Belém. 2003. 85 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: O mtDNA corresponde ao material genético extranuclear, com formato circular e 16.569 pb. O<br />
mtDNA é herdado de forma exclusivamente materna. A taxa de evolução (mutação) é elevada cerca de 10 a<br />
17 vezes mais rápida que do DNA nuclear. Quando surge uma mutação no mtDNA, é criada uma população<br />
mista de seqüências normais e mutantes, definido como heteroplasmia. Estudos demonstram que o acúmulo<br />
de mutações somáticas no mtDNA contribui para o processo de envelhecimento com a observação de<br />
mutações de pontos em idosos, não evidenciadas em jovens. Existem evidências ligando o processo de<br />
envelhecimento com mutações mitocondriais e com a produção de radicais livres de oxigênio. Assim, neste<br />
trabalho foi feito um estudo de identificação e comparação, das mutações somáticas da alça-D do mtDNA,<br />
em uma amostra de mulheres idosas e de meia idade com seus descendentes diretos (filhos ou netos) da<br />
população de Belém, modelo este de comparação jamais desenvolvido no estudo de mutações somáticas. Para<br />
tanto, foi utilizado o seqüenciamento direto para identificar mutações somáticas e seqüências em<br />
heteroplasmia e posterior clonagem dessas últimas para identificação dos pontos mutados. Os resultados<br />
demonstraram que em 9,7% das amostras de seqüenciamento direto e 75% das amostras clonadas<br />
apresentaram mutações somáticas, com as mutações somáticas sendo evidenciadas a partir da meia idade.<br />
Demonstrando que o aparecimento das mutações somáticas está provocando distúrbios no funcionamento
272<br />
das mitocôndrias e influenciando o processo de envelhecimento, podendo levar, até mesmo, ao aparecimento<br />
de doenças neuro-degenerativas.<br />
424<br />
MENEZES, Elytânia Veiga. Análise da variabilidade genética em bovinos da raça simental utilizando<br />
como ferramenta loci micro e minissatélites. 2003. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva<br />
RESUMO: A raça Simental é uma das raças mais antigas do mundo. É originária da Suíça e foi introduzida no<br />
Brasil em 1905. Apresenta grande importância econômica devido às características de dupla aptidão, por isso<br />
é a raça campeã na venda de sêmen e muito importante para o cruzamento industrial. Com o objetivo de<br />
avaliar a variabilidade genética de animais da raça Simental no Brasil e testar a utilização de marcadores<br />
moleculares para o controle genealógico, foram utilizados os microssatélites INRA 063 e INRA 005 e os<br />
minissatélites KBMS2 e BTGL. O isolamento de DNA de 160 animais da raça Simental foi realizado a partir<br />
de leucócitos e a amplificação dos fragmentos foi realizada através da PCR. As análises estatísticas foram<br />
realizadas nos Programas Genepop 3.1 e Popgene 32. As análises dos índices de polimorfismo na população<br />
estudada indicou baixa diversidade genética, evidenciando elevado índice de endocruzamento, efeito do<br />
fundador, gargalo de garrafa e efeito Wahlund na população avaliada. As estimativas de PIC (Conteúdo<br />
Polimórfico Informativo) e PE (Poder de Exclusão) demonstraram que o conjunto de loci polimórfico aqui<br />
utilizado precisa ser aumentado para gerar melhor eficiência no controle genealógico.<br />
425<br />
PALHA, Teresinha de Jesus Brabo de Ferreira. Análise da variabilidade do cromossomo Y na população<br />
de Belém (PA). 2003. 136 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: Segundo o último censo estatístico brasileiro, a população de Belém do Pará é formada por cerca<br />
de 1.300.000 habitantes, a maioria deles autodenominados de mestiços. Historicamente, o processo de<br />
miscigenação que formou a população de Belém foi muito complexo, incluindo a miscigenação preferencial<br />
entre homens europeus e mulheres indígenas, nos primeiros 150 anos e, posteriormente, com mulheres<br />
indígenas e/ou africanas. Polimorfismos de sistemas genéticos ligados ao cromossomo Y constituem uma<br />
poderosa ferramenta para a investigação de eventos evolucionários e podem apresentar aplicações efetivas na<br />
genética forense. Marcadores genéticos ligados ao cromossomo Y, como os microssatélites, demonstram um<br />
elevado nível de diversidade genética, de forma que permitem um poder significante de discriminação entre<br />
indivíduos. No presente trabalho foi investigada uma amostra de 200 indivíduos do sexo masculino da<br />
população de Belém, em relação a nove sistemas de microssatélites e a dois sistemas bialélicos, todos eles<br />
ligados ao cromossomo Y. Os dados obtidos foram utilizados para realizar estimativas de mistura interétnica<br />
acumulada, de forma a permitir a quantificação do processo de cruzamento interétnico direcionado, que teria<br />
ocorrido nas populações miscigenadas brasileiras, especialmente no Norte do país. Os dados foram<br />
empregados, ainda, para testar se esses sistemas de microssatélites podem ser empregados nas análises de<br />
vínculo genético entre indivíduos desta população. No conjunto de microssatélites investigados foram<br />
identificados 84 alelos diferentes (média de 9.3 alelos por locus). A estimativa de diversidade genética global<br />
corresponde a 99,99% e a estimativa de diversidade haplotípica, que corresponde ao Poder de Discriminação<br />
e a Chance Média de Exclusão, do conjunto de sistemas é da ordem de 99,95%. De um modo geral, todas as<br />
estimativas de variabilidade genética aqui realizadas podem ser consideradas como elevadas, o que nos<br />
permite concluir que os nove sistemas Y-STR’s investigados podem ser utilizados com segurança em testes de<br />
identificação de vínculo genético, na população de Belém. As estimativas de miscigenação, obtidas através de<br />
Y-STR’s, demonstram a contribuição de 86,5% de linhagens masculinas européias, 7% de linhagens<br />
ameríndias e 6,5% de africanas. As estimativas de mistura interétnica, utilizando os marcadores bialélicos<br />
ligados ao cromossomo Y, demonstram a contribuição de 89% de linhagens masculinas européias, 8%
273<br />
africanas e 3% ameríndias. Em ambos os casos, a contribuição de linhagens européias é muito elevada. Essas<br />
estimativas estão de acordo com os registros históricos, que relatam a existência exagerada de acasalamentos<br />
direcionados envolvendo homens europeus e mulheres africanas e ameríndias.<br />
426<br />
PINTO, Giovanny Rebouças. Caracterização citogenética de pacientes com sinais e sintomas de<br />
síndromes mielodisplásicas do Estado do Pará 2003. 157 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) são doenças hematopoiéticas clonais comuns, que afetam<br />
predominantemente idosos, caracterizadas por displasia medular, citopenia e freqüente evolução para<br />
leucemia mielóide aguda. Em 1982, O Grupo Franco-Americano-Britânico (FAB) propôs uma classificação<br />
para as SMD baseada em características morfológicas no sangue periférico e medula óssea. Pouco tempo<br />
depois, a análise citogenética provou ser uma ferramenta no refinamento do prognóstico pelo uso do Sistema<br />
de Escore Prognóstico Internacional (IPSS), assim como na evidência de clonalidade dessas doenças. Por esa<br />
razão, um grupo da Organização Mundial de Saúde (OMS) recentemente propôs uma nova classificação para<br />
as SMD, baseada em modificações significantes das propostas FAB e na inclusão da análise cromossômica. O<br />
objetivo deste trabalho foi a caracterização citogenética de pacientes com sinais e sintomas de SMD, pelas<br />
propostas da OMS e a aplicação do IPSS. Essa amostra foi composta de 17 pacientes, 13(76,47%) puderam<br />
ser analisados com sucesso, uma vez que não obtivemos metáfases de 4(23,53 %). Cariótipo normal foi<br />
observado em 12 (92,3 %) e em apenas 1 (7,7 %) a de (3) (p25) como anormalidade clonal. Os genes de<br />
interesse mapeados no cromossomo 3p são: o gene XPC em 3p25.1 e FANCD2 e VHL em 3p25-26. Quatro<br />
pacientes tiveram características clássicas de SMD, enquanto excluímos a possibilidade de serem portadores<br />
de SMD ou sugerimos alguns meses de observação antes do diagnóstico, para os outros. Naqueles quatro<br />
com SMD não foi possível aplicar o IPSS e as propostas da OMS, pois faltavam informações fundamentais:<br />
as contagens de blastos medulares e de sideroblastos em anel. Os resultados obtidos neste trabalho justificam<br />
a implementação das análises citogenéticas como rotina para o estudo das SMD, particularmente em<br />
pacientes com displasia hematopoiética moderada.<br />
427<br />
REGO, Péricles Sena do. Hipótese filogenética para a família Pipridae (aves: passeriformes) a partir<br />
do gene mitocondrial rRNA 16S. 2003. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: As relações filogenéticas entre dezessete espécies de piprídeos são inferidas a partir das seqüências<br />
de 547 bases do gene mitocondrial rRNA 16S. Nesta análise também foram incluídos um indivíduo da família<br />
Cotingidae e quatro representantes da família Tyrannidae, utilizados como grupo externo. A composição<br />
nucleotídica encontrada no segmento do gene 16S mostrou-se similar àquelas já descritas para outras aves. A<br />
topologia das árvores filogenéticas obtidas pelos métodos de evolução mínima, agrupamento de vizinhos,<br />
máxima verossimilhança, máxima parcimônia e análise bayesiana mostraram-se semelhantes nos pontos de<br />
altos valores de confiabilidade. Os resultados indicam que os piprídeos compõem um grupo monofilético,<br />
sendo os gêneros Neopelma e Tyranneutes pertencentes a esta família. Já os gêneros Schiffornis e Piprites<br />
mostraram-se separados desta família. Dentro do grupo composto pelos piprídeos, observou-se também a<br />
formação de dois dados, o primeiro contendo os gêneros Antilophia, Chiroxiphia e Manacus, e o segundo<br />
formado pelas espécies do gênero Pipra. Este último dado mostrou-se monofilético, negando a hipótese de<br />
parafiletismo para este gênero. Por meio dos resultados obtidos neste trabalho é sugerida uma hipótese<br />
filogenética molecular para a família Pipridae a partir dos oito gêneros analisados.
274<br />
428<br />
RODRIGUES, Elzemar Martins Ribeiro. Análise da variabilidade genética de 11 sistemas de<br />
microssatélites na população de Belém (PA). 2003. 108 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: A cidade de Belém, capital do Estado do Pará, foi fundada em 1616. Segundo o IBGE, no início<br />
deste século, a população de Belém estava formada por aproximadamente 1,3 milhões de habitantes, a<br />
maioria dos quais considerados como miscigenados. O processo de miscigenação da população de Belém foi<br />
muito complexo incluindo, no início, a miscigenação de europeus e indígenas. A partir da segunda metade do<br />
século XVIII, chegaram os africanos que ajudaram a formar o atual quadro de mistura dos três grupos étnicos<br />
principais, característico das populações do Norte do Brasil. No presente trabalho trabalho, nós investigamos<br />
a variabilidade genética presente em uma amostra de 325 indivíduos da população de Belém, em relação a 11<br />
sistemas genéticos autossômicos (D3S1538, VWA, TH01, D21S11, D7S820, D18S51, D5S818, D13S317,<br />
TPOX, D16S539 e CSF1PO), selecionados do CODIS (Sistema unificado de DNA Indexado), com o<br />
objetivo maior de testar se esses sistemas de microssatélites podem ser utilizados para quantificar a<br />
contribuição de populações ameríndias, européias e africanas em populações miscigenadas e se eles podem<br />
ser empregados nas análises de vínculo genético entre indivíduos desta população. As estimativas de mistura<br />
interétnica acumulada, demonstraram que esta amostra da população de Belém, apresenta 46% de<br />
contribuição de genes europeus, 34% de contribuição de genes africanos e 20% de ameríndios. Na<br />
investigação realizada foi identificado um total de 108 alelos diferentes (média de 9.8 alelos por oubl). As<br />
estimativas de heterozigosidade (média de 80%), de poder de discriminação (média de 93%), de conteúdo de<br />
informação de polimorfismo (média de 77%) e de poder médio de exclusão de paternidade (média de 60%)<br />
são consideradas como elevadas. A utilização conjunta desses 11 sistemas de microssatélites permite<br />
discriminar um indivíduo entre mais de um bilhão de pessoas, podendo, então, os mesmos serem utilizados<br />
com segurança nos testes de identificação de vínculo genético, na população de Belém. O trabalho<br />
desenvolvido serviu de base para estabelecer um protocolo laboratorial de amplificar em uma única reação,<br />
diferentes sistemas de microssatélites (PCR Multiplex) para serem utilizados no Serviço de Investigação de<br />
Paternidade oferecido pelo Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará.<br />
429<br />
SELIGMANN, Igor Chamon Assumpção. Ausência de genotoxicidade e ativação de macrófagos<br />
peritoneais murinos tratados in vitro com o composto medicamentoso Método Canova. 2003. 54 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: O Método Canova é um produto homeopático desenvolvido a partir de tinturas derivadas do<br />
Aconitum napellus, Bryonia alba, Thuya occidentalis, Lachesis trigonocephalus e Arsenicum album diluídos em água<br />
destilada e álcool neutro. Ensaios in vivo e in vitro demonstraram que o Método Canova atua sobre macrófagos<br />
peritoneais de camundongo, promovendo sua ativação, diminuindo a liberação do fator de necrose tumoral e<br />
aumentando a produção de óxido nítrico. Os macrófagos ativados estimulam os linfócitos, para que estes<br />
aumentem seu efeito citotóxico, no caso de crescimento tumoral ou infecção. O presente trabalho teve como<br />
objetivos verificar possíveis efeitos genotóxicos ou citotóxicos deste composto, seus índices de ativação in<br />
vitro de macrófagos e a influência de tal ativação em culturas de linfócitos humanos e murinos. Macrófagos<br />
foram coletados da cavidade peritoneal de camundongos. As células foram plaqueadas tanto em meio<br />
DMEM quanto RPMI. Após o plaqueamento, a cultura foi então mantida por 48h a 370 em 5%CO2, na<br />
presença ou ausência do composto. Os macrófagos foram então processados para microscopia de luz, para a<br />
confirmação da ativação dos mesmos, e o sobrenadante foi então utilizado como meio de cultura e<br />
desenvolvimento de linfócitos de sangue periférico. Por meio da utilização do índice mitótico, analisamos a<br />
divisão celular em culturas de linfócitos de sangue periférico murinos e humanos. Os linfócitos foram
275<br />
cultivados na presença de fitohemaglutinina, nos sobrenadantes das diferentes culturas de macrófagos<br />
peritoneais murinos. Foram também formados grupos, os quais não foram cultivados em sobrenadantes, mas<br />
que foram expostos a diferentes concentrações de Método Canova. Para os experimentos, foram utilizadas<br />
amostras de sangue de dezoito pessoas hígidas, assim como, 140 camundongos da espécie Mus musculus. Foi<br />
observada uma taxa de ativação de macrófagos significativamente maior nas amostras tratadas com Método<br />
Canova. Através de microscopia de luz, essa ativação pôde ser identificada pela visualização de células mais<br />
espraiadas, pela presença de núcleos grandes e lobulados, além de citoplasma bastante claro e vacuolizado. Os<br />
dados obtidos também mostraram que não houve variação significativa entre o índice mitótico ou a<br />
freqüência de aberrações cromossômicas dos diferentes tratamentos com Método Canova. Estes dados são<br />
importantes, pois demonstram ausência de genotoxicidade e citotoxicidade in vitro do Método Canova nas<br />
concentrações testadas, além de um provável mecanismo imunomodulador in vivo através da ativação de<br />
macrófagos. Cabe ressaltar que a interação linfócitos-macrófagos é ainda objeto de estudo por parte da<br />
ciência, por este motivo, outras experiências ainda precisam ser realizadas, na tentativa de elucidar o<br />
mecanismo de ação deste importante composto.<br />
430<br />
SILVA FILHO, Ednaldo da. Diversidade e relações genéticas de seis raças de cavalo. 2003. 104 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva<br />
RESUMO: Os cavalos são animais domésticos que desempenham funções básicas na agricultura, lazer, saúde<br />
e economia. No Brasil, a criação de cavalos iniciou durante o período colonial e atualmente podemos<br />
encontrar uma variedade de raças com várias aptidões, desde tração até montaria. As raças Marajoara, Puruca,<br />
Puro Sangue Inglês, Mangalarga Marchador, Brasileiro de Hipismo e Quarto de Milhas são raças bem<br />
organizadas no Brasil e exercem variadas funções dentro do quadro de atividades eqüestres. O objetivo deste<br />
trabalho é analisar a diversidade genética e as relações gênicas entre as seis raças utilizando três locos<br />
microssatélites (VHL20, HTG4 e HMS7) úteis em rotina de paternidade de cavalos associados a métodos<br />
estatísticos. Todas as raças apresentaram alta variabilidade genética, as heterozigosidades médias variaram<br />
entre 0,766 a 0,846, PIC 0,551 a 0,868, poder de exclusão acumulada de 0,902 a 0,969 e poder de<br />
discriminação acumulado entre 0,983 a 0,995. As proporções de Hardy-Weinberg foram significantes nas seis<br />
raças devido ao baixo tamanho efetivo populacional. Todas as raças demonstraram diferenças significativas<br />
nas freqüências alélicas e genotípicas, assim como os níveis moderados de diferenciação genética (Fst=0,093 e<br />
Rst=0,103). As distâncias genéticas demonstram as grandes divergências dos cavalos Marajoara e Puruca com<br />
as demais raças as quais não apresentam raças formadoras em comum.<br />
2004<br />
431<br />
AMAZONAS, Kennie Kelly dos Santos. Associação de polimorfismos de microssatélites e genes do<br />
complexo principal de histocompatibilidade com anemia aplástica. 2004. 98 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos<br />
RESUMO: Anemia Aplástica (AA) é uma patologia caracterizada por pancitopenia periférica e é considerada<br />
idiopática em 50 a 70% dos casos, apresentando como principal mecanismo etiológico a supressão<br />
imunológica da hematopoiese. A predisposição genética para esta doença foi descrita por poucos estudos e<br />
está relacionada ao Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC), que é uma região de 3,6 Mb<br />
localizada no cromossomo 6 e contém vários genes altamente polimórficos. Estudos envolvendo a região de
276<br />
classe II do MHC têm associado a suscetibilidade à AA com o alelo HLA-DRB1*15. Poucos estudos<br />
descreveram associação com HLA-DRB1*04 e HLADRB1*11, como alelos protetores. O presente estudo<br />
objetiva investigar a variabilidade de microssatélites e loci HLA em pacientes com AA e o papel desse<br />
polimorfismo na predisposição a essa doença. As regiões de classe I, II e III foram mapeadas com<br />
microssatélites [DRA(CA), BAT2(CA), TNFd, HLA-BC(CA) e D6S510] e genes HLA [HLA-A, -B and –<br />
DRB1], objetivando detector outras possíveis regiões associadas com AA. Após com a população de Belém,<br />
investigada para os mesmos marcadores, os resultados sugeriram associação de AA com os loci HLA-DRB1<br />
(pc=0,020) and BAT2(CA) (pc
277<br />
no braço curto do cromossomo 6, na região 6 p21.31 e contém muitos genes envolvidos com a resposta<br />
imune inclusive genes HLA. Associações com a região de classe II têm sido relatadas. Entretanto, raros<br />
estudos envolvendo classe I foram realizados e não há nenhum estudo envolvendo marcadores de classe III.<br />
A investigação da variabilidade dos genes MHC é tecnicamente difícil devido ao seu alto grau de<br />
polimorfismo. Uma abordagem alternativa é o mapeamento genético indireto de regiões predisponentes por<br />
marcadores microssatélites. O presente estudo tem por objetivo mapear regiões de suscetibilidade do MHC<br />
pelo uso de marcadores microssatélites ao longo de todo o MHC. Associações dos marcadores com o sexo,<br />
classificação de prognóstico e resposta à toxicidade do tratamento também foram investigadas. A amostra foi<br />
constituída de 54 pacientes de LLA e 56 indivíduos saudáveis como controles. Os loci investigados foram<br />
DRA(CA) (classe II), BAT2(CA) e TNFd (classe III), HLABC-CA e D6S510(classe I). Novos alelos foram<br />
descritos, provavelmente em conseqüência do alto grau de miscigenação na população brasileira. Uma forte<br />
associação com classe III e a ausência de associação com classe II sugere que a principal região de<br />
predisposição está localizada próximo a BAT2(CA), sendo a associação de classe II secundária. As amostras<br />
de LLA apresentaram menor diversidade genética e menor desequilíbrio de ligação, permitindo sugerir o<br />
modelo do efeito do fundador para explicar a origem da predisposição genética a LLA, onde todo haplótipo<br />
suscetível surgiu de um único haplótipo ancestral. A ausência de associação com o sexo, classificação de<br />
prognóstico e desenvolvimento de mucosite precisa ser confirmada com estudos em uma amostra maior.<br />
434<br />
MOTTA, Fábio José Nascimento. Instabilidade de microssatélites em tumores gástricos na população<br />
paraense 2004. 79 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Maria Lúcia Harada<br />
RESUMO: O câncer gástrico é o segundo tipo de neoplasia mais comum no mundo depois do câncer de<br />
pulmão. Belém, capital do Estado do Pará é a 11ª cidade no mundo em registros de casos dessa neoplasia,<br />
sugerindo que fatores ambientais, como a dieta, estejam envolvidos na carcinogênese gástrica. Estudos<br />
anteriores sugerem que tumores MSI apresentam características distintas daqueles MSS, como ocorrência<br />
precoce e melhor prognóstico. O presente estudo tem como objetivo avaliar a instabilidade de microssatélites<br />
– MSI – em cinco 10Gi (BA T2S, BAT26, D2S123, DSS346 e D17S2S0), em pacientes submetidos à<br />
gastrectomia, e sua associação com características clínico-patológicas e dieta. Tecidos tumoral e normal de 64<br />
pacientes dos Hospitais Ofir Loyola e João de Barros Barreto foram analisados por PCR-SSCP em gel de<br />
poliacrilamida 8%, corados por nitrato de prata. Os Teste Exato de Fisher, T - Student e x2 foram utilizados<br />
nas análises de associação. A faixa etária mais acometida dos pacientes foi inferior a observada em outras<br />
populações. Não foram observadas diferenças significativas entre MSI e tipos histopalógicos e invasão da<br />
parede estomacal. Pacientes com tumor MSI apresentaram um menor comprometimento linfonodal,<br />
apoiando a hipótese de bom prognóstico. Associação positiva foi obtida somente entre ingestão freqüente de<br />
defumados e o fenótipo MSI, embora outras variáveis analisadas aumentem o risco de ocorrência de<br />
instabilidade. A população paraense apresenta uma das mais elevadas taxas de MSI no mundo (64%). Nossos<br />
resultados sugerem que os marcadores analisados são adequados para avaliação do prognóstico.<br />
435<br />
PEIXOTO, Raquel Lima. Predisposição genética da púrpura trombocitopênica idiopática na<br />
população de Belém, mapeada por microssatélites no complexo principal de histocompatibilidade.<br />
2004. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos<br />
RESUMO: A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma doença autoimune caracterizada pela baixa<br />
contagem de plaquetas e sangramentos mucocutâneos. É estimada a incidência de 100 casos em 1 milhão de<br />
pessoas por ano. A PTI refere-se à trombocitopenia, na qual doenças associadas à trombocitopenia foram<br />
excluídas. É caracterizada pela produção de auto-anticorpos dirigidos contra proteínas da membrana<br />
plaquetária, mais comum contra o complexo glicoproteico Iib/IIIa. O presente trabalho teve como objetivo
278<br />
principal o mapeamento de ligação da região do MHC com sete marcadores, seis de microssatélites e HLA<br />
DRB1, para identificar genes predisponentes a PTI, além de investigar possíveis genes moduladores da<br />
resposta ao tratamento. Foram estudados 64 pacientes que não possuíam doenças associadas dentre um<br />
grupo de 110 pacientes adultos. Foi investigada a presença de auto-anticorpos anti-plaquetários e a<br />
genotipagem de microssatélites. Vinte e um pacientes que apresentaram anticorpos antiplaquetários (33%) e<br />
não portavam doenças associadas foram genotipado para HLA-DRB1. A variabilidade genética observada<br />
entre pacientes foi equivalente à observada na população de Belém, tanto para microssatélites quanto para<br />
HLA-DRB1. O tamanho amostral reduzido pode ser a principal causa da não detecção de associação entre os<br />
marcadores estudados e a resposta ao tratamento com corticóides. Os resultados mostram uma associação<br />
significativa entre o microssatélite DQIV e PTI com produção de anticorpos antiplaquetários, e também um<br />
excesso de homozigotos para esse microssatélite, contrário do que apresenta os controles. Observou-se<br />
associação dos microssatélites DRA(CA) e BAT2(CA) com a PTI, sendo esta última associação<br />
provavelmente secundária, gerada por desequilíbrio de ligação. O trabalho sugere que exista uma região em<br />
torno do microssatélite DRA(CA) responsável pela susceptibilidade ao desenvolvimento de PTI sem a<br />
produção de anticorpos anti-glicoproteinas plaquetárias ou com a produção destes anticorpos em títulos<br />
muito baixos. Enquanto que na região próxima ao microssatélite DQIV possuiria genes predisponentes ao<br />
desenvolvimento de PTI com produção de altos níveis desses anticorpos. Os resultados confirmaram a<br />
associação da PTI com genes de classe II do MHC, e pela primeira vez está sendo descrita a associação com<br />
microssatélites.<br />
436<br />
SANTOS, Ana Cecília Feio. Implicações antropológicas e biológicas da variação do DNA<br />
mitocondrial em uma população urbana (Santarém-PA). 2004. 79 f. Dissertação (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: A origem e expansão das populações da Amazônia têm sido alvo de inúmeras pesquisas e<br />
discussões acadêmicas, uma vez que os povos que lá habitam foram formados de uma maneira única,<br />
culturalmente e etnicamente. Neste estudo, investigamos a contribuição étnica em 160 indivíduos de<br />
Santarém, uma população urbana e tri-híbrida, localizada às margens do rio Amazonas. Foram utilizados vinte<br />
e um marcadores genéticos do mtDNA: i) deleção de 9pb da região V; ii) vinte polimorfismos analisados por<br />
digestão com endonucleases (RFLP). Esses 21 marcadores definem os haplogrupos de Ameríndios, Africanos<br />
e Europeus. Adicionalmente foram seqüenciadas amostras do mtDNA de 60 indivíduos para a primeira<br />
região da alça-D do mtDNA, com a finalidade de inferir sobre a sua contribuição étnica. Os resultados<br />
obtidos quanto à contribuição das matrilinhagens dos principais grupos étnicos foram de: i) 82,4% (131) são<br />
de origem ameríndia, sendo que: (29,6% pertencem ao haplogrupo A; 25,1% pertencem ao haplogrupo B;<br />
18,9% ao haplogrupo C; 8,8% ao haplogrupo D); ii) 14,5% (23) são de origem africana (6,3% do macrohaplogrupo<br />
L e 8,2% pertencem ao macro-haplogrupo L3). Iii) 2,5% são de origem européia; iv) para 0,6%<br />
não foi possível inferir a origem. Observamos ainda que 25% (13) dos haplótipos apresentavam dois tipos de<br />
haplogrupos, um definido por RFLP e o outro pelo sequenciamento. Esse tipo de fenômeno já foi observado<br />
em populações ameríndias por Santos et al. (1996).<br />
437<br />
SILVA, Flavio Ricardo Leal da. Análise da variabilidade de dez marcadores bialélicos do cromossomo<br />
Y na população de Belém do Pará. 2004. 66 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: A formação da população de Belém surgiu da miscigenação de africanos, ameríndios e europeus.<br />
Para investigar a contribuição de cada um desses grupos na população, são realizados estudos com mtDNA e<br />
com marcadores no cromossomo Y para determinar a contribuição feminina e masculina, respectivamente, de<br />
um determinado grupo étnico. Neste trabalho analisamos a presença de marcadores bialélicos YAP, M 168, f
279<br />
M96, M89, M09, M175, M74, M173, M242 e M03 (DYSI99) do cromossomo Y, para caracterização dos<br />
haplogrupos I, 11, 111, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X. Para tanto foram selecionados 160 indivíduos do sexo<br />
masculino da população de Belém, não aparentados, do serviço de investigação de paternidade do<br />
Laboratório de Genética Humana e Médica da UFPA. Os resultados obtidos na presente investigação foram<br />
utilizados para realizar estimativas da mistura interétnica acumulada, de forma a permitir a quantificação do<br />
processo de cruzamento interétnico direcionado, que teria ocorrido nas populações miscigenadas brasileiras,<br />
especialmente no Norte do país. As estimativas de miscigenação, obtidas através de marcadores bialélicos do<br />
Y-DNA, demonstraram a contribuição de 85% de europeus, 9% de africanos e 6% de ameríndios em Belém.<br />
Essas estimativas corroboram com os dados históricos, que relatam a existência de acasalamentos<br />
direcionados entre homens europeus e mulheres ameríndias e africanas.<br />
438<br />
SILVA, Juliana Araripe Gomes da. Filogenia molecular de representantes do gênero Saguinus<br />
(Hoffmannsegg, 1807) através de genes mitocondriais. 2004. 116 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Horácio Schneider<br />
RESUMO: No trabalho foram seqüenciados 512 pares de bases do gene mitocondrial rRNA 165 para 52<br />
indivíduos pertencentes a 10 táxons de Saguinus para inferência das relações filogenéticas dentro do gênero.<br />
Em uma segunda análise concatenamos as seqüências do gene 16S com 957 pares de base do gene ND1 para<br />
um representante de cada táxon amostrado. Uma seqüência de Cebus apella retirada do GenBank foi ainda<br />
utilizada como grupo externo. A topologia representativa para as duas análises mostrou um posicionamento<br />
mais basal de S. fuscicollis seguido de uma politomia formada pelo clado S. midas/ S. niger/ S. bic%r/ S.<br />
martinsi, o clado dos bigodudos (S. imperator/S. mystax/ S. labiatus), S. oedipus e S. leucopus. Uma próxima relação<br />
entre S. midas e S. niger foi confirmada, assim como entre S. biocolor e S. martinsi. A monofilia dos sagüis<br />
bigodudos também foi confirmada, sendo S. mystax e S. labiatus mais proximamente relacionados. A proposta<br />
de classificação do gênero a partir do padrão de pelagem facial não foi completamente apoiada por nossos<br />
resultados, tendo o caráter face nua, surgido mais de uma vez durante a evolução do gênero. Nossos dados<br />
não resolveram a relação entre S. oedipus e S. leucopus, a qual permanece incerta. A. divergência observada entre<br />
os dois indivíduos de S. imperator sugere ainda a existência de duas espécies de sagüi imperador.<br />
439<br />
VINSON, Christina Cleo. Isolamento de microssatélites em espécies madeireiras para avaliação da<br />
sustentabilidade genética em planos de manejo. 2004. 130 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa de Pósgraduação<br />
em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2004.<br />
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio<br />
RESUMO: O manejo de florestas naturais é um importante sistema de produção no processo de<br />
desenvolvimento da Amazônia. No entanto, quando variáveis ecológicas e genéticas são consideradas como<br />
densidade populacional, distribuição espacial, sistema de reprodução e dispersão de sementes. Neste sentido,<br />
conhecer estas variáveis e/ou processos é fundamental para estimar os impactos causados pelas atividades do<br />
manejo. Os marcadores moleculares constituem uma importante ferramenta para estudo da variabilidade<br />
genética das espécies. Microssatélites ou Seqüências Simples Repetidas (SSR) são repetições curtas (1-6 pb) e<br />
randômicas, abundantes e uniformementes distribuídas no genoma das plantas, tipicamente codominantes,<br />
multialélicos e altamente polifórmicos, estes marcadores permitem a discriminação precisa de indivíduos<br />
proximamente relacionados.
280<br />
2005<br />
440<br />
CARDOSO, Greice de Lemos. Modulação genética da heterogeneidade fenotípica da anemia<br />
falciforme no Estado do Pará. 2005. 90 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: Cento e trinta pacientes com anemia falciforme residentes em Belém, PA, foram agrupados em<br />
dois fenótipos clínicos principais, de acordo com a gravidade das manifestações, sendo o Grupo 1 constituído<br />
por pacientes com manifestações mais graves, e investigados em relação a sistemas genéticos (TNF-α, IL-10,<br />
Fator V, MTHFR, talassemia alfa (deleção 3,7), e haplótipos βS), considerados como possíveis indicadores da<br />
gravidade das manifestações. As análises realizadas nos dois grupos de pacientes e na amostra controle<br />
revelaram diferenças estatisticamente significativas para as mutações TNFalfa*A e IL10*A, com freqüências<br />
menores no Grupo 2, e para o fator V de Leiden com freqüência mais elevada no Grupo 1, sugerindo que<br />
esses sistemas genéticos apresentam algum efeito na severidade das manifestações clínicas da doença. A<br />
ausência de resultados estatisticamente significativos, em especial em relação aos haplótipos βS e à talassemia<br />
alfa (deleção 3,7), constitui achado não esperado, uma vez que estudos realizados por outros pesquisadores<br />
têm sugerido que o haplótipo Banto apresentaria um alto risco para o desenvolvimento de manifestações<br />
clínicas mais graves e irreversíveis, e que a associação com o gene da globina alfa (deleção 3,7) atenuaria a<br />
gravidade dessas manifestações. Desse modo, os resultados observados corroboram aqueles obtidos por<br />
outros autores que também não observaram qualquer tipo de associação entres esses polimorfismos e as<br />
manifestações clínicas da doença da anemia falciforme. No presente estudo, esses resultados podem ser<br />
devidos a vários fatores, tais como: (i) o baixo poder de detecção de qualquer tipo de associação devido ao<br />
pequeno número de pacientes quando divididos nos dois grupos de manifestações clínicas; (ii) a idade desses<br />
pacientes (em sua maioria jovem), uma vez que ainda não apresentam manifestações clínicas mais severas que<br />
são usualmente mais prevalentes em adultos, enquanto que em pacientes com idades acima de 20 anos pode<br />
haver um déficit de pacientes mais gravemente afetados uma vez que as crises dolorosas constituem um fator<br />
de risco de mortalidade em pacientes adultos; (iii) influência do tratamento medicamentoso amplamente<br />
empregado nos pacientes com anemia falciforme. Além disso, é importante ressaltar que em populações<br />
miscigenadas, onde grande parte dos pacientes são heterozigotos compostos para diferentes haplótipos, o<br />
efeito destes sobre a gravidade da doença é menos clara.<br />
441<br />
CARVALHO, Bruno Maia. Populações afro-descendentes da Amazônia: o resgate das interações sóciobiológicas<br />
de um povo pelo mtDNA. 2005. 144 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: Historicamente, o processo de formação das populações da Amazônia envolveu três grupos<br />
étnicos principais: o africano, o ameríndio e o europeu. As conseqüências genéticas desses processos têm sido<br />
alvo de intensas investigações por meio de polimorfismos clássicos e Biologia molecular. Com a finalidade de<br />
contribuir para estas análises, o presente trabalho investiga por meio do DNA mitocondrial (mtDNA) sete<br />
comunidades afro-descendentes de diferentes regiões da Amazônia. No total analisou 301 indivíduos, não<br />
relacionadas pelo lado materno, (sendo 97 da população de Pacoval, 32 da população de Trombetas, 45 de<br />
Curiaú, 33 de Mazagão, 34 do Marajó, 31 de Tamauari e 29 de Pitimandeua), por meio de 23 RFLPs<br />
(marcadores de linhagens mitocondriais ameríndias, africanas e européias), a deleção de 9pb da região V e o<br />
seqüenciamento automático da primeira região hipervariável do mtDNA. Como resultado, observou-se a<br />
presença de 51,9% de linhagens mitocondriais de origem ameríndias distribuídas entre os quatro haplogrupos<br />
principais (13,3% - A; 12,0% - B; 11,3% - C e 15,3% - D). Em seguida tem-se a contribuição de linhagens<br />
africanas com 46,9% (2,4% - L0; 10% - L1; 11,6% - L2 e 22,9% - L3), e uma pequena contribuição de duas
281<br />
linhagens européias, 0,6% (haplogrupos K e T). Adicionalmente, encontrou-se a dois haplótipos atípicos<br />
(0,6%). Por meio da metodologia utilizada, foi detectada a presença de resultados divergentes (entre análises<br />
de RFLPs e de seqüenciamento da HVS-I), assim como haplótipos não usuais, representados por haplótipos<br />
compostos e haplótipos complexos em linhagens ameríndias (haplogrupo C) e em linhagens africanas<br />
(principalmente no haplogrupo L3e). Diferenças significativas foram observadas quanto ao estoque de<br />
linhagens mitocondriais africanas que compões as diferentes regiões da Amazônia. Este fato é decorrente de<br />
uma possível distribuição diferenciada dos escravos africanos que chegavam na Região Amazônica. Os<br />
resultados biológicos, por meio do mtDNA permitiram o resgate de parte das interações biológicas e sociais,<br />
ocorridas no passado, entre dois grupos principais, o africano, e o ameríndio, durante o processo de formação<br />
e expansão das comunidades afro-brasileiras de Amazônia. Dessa forma, essas populações revelam-se como<br />
espaços de resistências a uma política escravista vigente nos séculos XVII e XVIII, que uniram a força e a<br />
sabedoria do negro africano e do nativo ameríndio.<br />
442<br />
MORAES, Mateus Fuchshuber. Estudo de seis polimorfismos em genes relacionados ao sistema<br />
imune em pacientes com hanseníase no Estado do Pará. 2005. 76 f. Dissertação (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria intracelular<br />
obrigatória que cresce preferencialmente no interior de macrófagos e das células de Schwann. O Brasil possui a<br />
maior prevalência desta doença e o segundo maior número de casos. O Estado do Pará possui uma das<br />
maiores incidências de hanseníase do país, sendo considerado um Estado endêmico. A hanseníase apresentase<br />
sob diversas formas clínicas podendo apresentar bacilos, ou não, nas lesões. As formas bacilíferas são<br />
chamadas de multibacilares e as que não apresentam bacilos são ditas paucibacilares. O padrão de resposta<br />
imune à infecção é o fator que irá determinar a progressão da hanseníase para as formas multibacilares ou<br />
paucibacilares. Este trabalho investiga seis polimorfismos em cinco genes relacionados ao sistema imune, que<br />
parecem estar associados com alterações qualitativas ou quantitativas na expressão destes genes. Foram<br />
incluídos no estudo 116 pacientes com hanseníase (96 MB e 20 PB). Para a tipagem dos polimorfismos,<br />
foram empregadas as técnicas da PCR e digestão por endonucleases, seguidas de eletroforese em gel de<br />
poliacrilamida a 7% e em gel de agarose a 2%. Os resultados demonstraram que nenhum dos polimorfismos<br />
pôde ser associado, de maneira isolada, com a progressão da hanseníase. As análises das combinações alélicas<br />
demonstraram que a combinação formada pelos alelos TNF- 308*G / IL-12ß1188*A / IL-6-174*C parece<br />
estar fortemente associada com o desenvolvimento de hanseníase paucibacilar. A despeito dos resultados aqui<br />
obtidos, julgamos necessário um estudo mais aprofundado com um número de amostras maior, para que se<br />
possa inferir com mais precisão acerca das associações entre os polimorfismos aqui estudados e a progressão<br />
da hanseníase.<br />
443<br />
MELO, Mauro André Damasceno de. Variabilidade e diferenciação genética em três populações<br />
naturais de macaco da noite (Aotus infulatus). 2005. 98 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva<br />
RESUMO: Os animais do gênero Aotus, também conhecidos como macaco da noite, macaco da coruja,<br />
douroucouli ou mirikinha são primatas do Novo Mundo de pequeno porte que se estendem desde o Panamá<br />
até a Argentina. Para se avaliar a variabilidade e distância genética das populações naturais de Aotus infulatus,<br />
de ambas as margens do rio Tocantins, antes da construção da Hidrelétrica de Tucuruí, cinco marcadores<br />
heterólogos foram utilizados: Ap 74, Ab 04, Ab 06, Ab 10 e Ab 13. Após o isolamento do DNA de 58<br />
animais coletados nas atividades de resgate, realizou-se a amplificação dos fragmentos desejados através da<br />
reação em cadeia da polimerase (PCR), a diversidade genética foi estimada a partir de um grupo de 12
282<br />
indivíduos da base 1, 37 da base 3; ambos localizados na margem esquerda do rio e 9 indivíduos da base 4 na<br />
margem direita. As análises estatísticas foram realizadas pelos Programas POPEGENE 1.31, GENEPOP<br />
3.1D, RST CALC, GENECLASS 1.0 e BOTTLENECK. Os dados indicam que as três populações<br />
compartilham uma elevada similaridade nos níveis de heterozigozidade, variando de 0.44 a 0.48. Os<br />
resultados mostraram a presença de alelos exclusivos: quatro encontrados na base 1, dez na base 3 e dois na<br />
base 4. Os níveis de distância genética demonstram que, apesar de serem pouco diferenciadas (Fst: 0,08),<br />
existe certo distanciamento genético entre as populações das margens opostas. Não se observou a presença<br />
de nenhum fenômeno recente de redução do número efetivo de indivíduos das populações.<br />
444<br />
NASCIMENTO, Aline Lira do. Estudos citogenéticos em peixes das subfamílias Astonotinae,<br />
Geophaginae e Cichlassomatinae (Perciformes, Cichlidae) do Pará. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi<br />
RESUMO: Entre os Perciformes, a família Cichlidae é uma das maiores em número de espécies dulcícolas. Na<br />
Amazônia existem mais de 100 espécies de ciclídeos, as quais despertam grande interesse comercial. As<br />
relações filogenéticas desta família ainda não foram bem esclarecidas, existindo no momento análises<br />
filogenéticas baseadas em caracteres morfológicos e moleculares. Nove espécies de ciclídeos foram estudadas<br />
neste trabalho, sendo uma da subfamília Astronotinae (Astronotus ocellatus), duas da subfamília Geophaginae<br />
(Geophagus cf. proximus e Satanoperca cf. jurupaari) e seis de subfamília Cichlasomatinae (Caquetaia spectabilis,<br />
Hypselecara temporalis, Symphysodon aequifasciatus, Heros sp., Mesonauta festivus e Pterophyllum scalare). Seis espécies<br />
apresentaram 2n = 48 e apenas duas tiveram 2n maior que 48. O Número Fundamental variou de 52 a 106.<br />
Todas apresentaram cariótipo constituído por cromossomos M-SM e ST-A. O bandeamento C revelou<br />
blocos de heterocromatina constitutiva tipicamente centroméricos, entretanto foram observados blocos<br />
intersticiais, distais e braços inteiramente heterocromáticos em algumas espécies. Apenas M. festivus<br />
apresentou NOR múltiplas. As demais apresentaram apenas um par de NOR, a qual variou quanto ao tipo<br />
cromossômico envolvido e à posição no cromossomo. Os dados cariotípicos existentes na literatura mais os<br />
resultados obtidos neste trabalho ainda não permitem uma reconstrução filogenética baseada em dados<br />
citogenéticos, mas permitem inferir sobre quais rearranjos cromossômicos estão envolvidos no processo de<br />
evolução cariotípica da família Cichlidae. As diferenças observadas entre os cariótipos das espécies analisadas<br />
neste trabalho são explicadas principalmente por inversões pericêntricas, entretanto há outros mecanismos<br />
como fissões, fusões, translocações e adição de heterocromatina atuando na diversificação dessas espécies.<br />
445<br />
OLIVEIRA, Darleise de Souza. Genotipagem do vírus da Hepatite C (VHC) circulante na população<br />
de Belém. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria Lúcia Harada<br />
RESUMO: A hepatite C é um problema de saúde global, com aproximadamente 500 milhões de portadores<br />
do vírus causador da doença. O VHC pertencente à família Flaviviridae, gênero Hepacivirus e possui um<br />
genoma de RNAta simples. Atualmente, são reconhecidos 6 genótipos e diversos subtipos para o VHC.<br />
Alguns destes, como 1ª, 2ª e 2b, apresentam distribuição geográfica mundial, enquanto outros (5ª e 6ª) são<br />
encontrados em regiões específicas. No Brasil, estudos têm mostrado uma maior prevalência dos genótipos 1<br />
e 3, seguidos do genótipo 2. Na Região Amazônica, estudos sobre a identificação e distribuição dos genótipos<br />
de VHC circulantes são escassos. Este estudo tem como objetivo identificar o genótipo de VHC presente em<br />
amostras de sangue de pacientes e de candidatos a doador de sangue, VHC-positivos pelo Teste de PCR em<br />
tempo real, atendidos pela Fundação HEMOPA. Foram obtidas as seqüências nucleotídicas parciais da região<br />
5’UTR do genoma viral através de seqüenciamento automático. Estas foram alinhadas com Programa Clustal<br />
W, incluindo seqüências da literatura representantes dos seis genótipos de VHC. As análises filogenéticas
283<br />
foram realizadas com o programa PAUP*, pelos métodos de Máxima Verossimilhança e Agrupamento de<br />
Vizinhos, usando o modelo evolutivo determinado pelo Programa MODELTEST 3.0. Das amostras<br />
analisadas, 82% eram do sexo masculino e 18% do sexo feminino. Os resultados revelaram a presença<br />
somente dos genótipos 1 e 3 (93,4% e 6,7%, respectivamente). Estes dados concordam com a literatura<br />
quanto aos genótipos, porém a freqüência do genótipo 1 é levemente superior às descritas para as demais<br />
regiões do Brasil. Para os genótipos 2 e 3 foram descritos, respectivamente, cinco e quatro resíduos<br />
nucleotídicos característicos, além de resíduos sugestivos para identificação do subtipo 3ª e discriminação<br />
entre os subtipos 2ª e 2b. As análises filogenéticas sugerem uma maior proximidade evolutiva entre os<br />
genótipos 3 e 4.<br />
446<br />
PAULO, Tatiana Freitas. Polimorfismos de inserções ALU em populações afro-brasileiras e indígenas<br />
da Amazônia. 2005. 101 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos<br />
RESUMO: As populações amazônicas foram formadas por três grupos étnicos principais: o indígena, o<br />
europeu e o africano. Populações isoladas, ou com um relativo isolamento, são uma fonte excelente de<br />
investigação de diferenças genéticas entre povos de grupos étnicos distintos. Neste trabalho, nós investigamos<br />
quatro polimorfismos de inserção ALU (ACE, APO, PV92 e FXIIIB), em cinco populações indígenas e<br />
quatro de origem africana, para estimar a variabilidade genética e para testar se estes sistemas são (ou não)<br />
bons marcadores de ancestralidade (MA). Verificamos que os sistemas ACE e FXIIIB podem ser<br />
considerados bons Marcadores de Ancestralidade Indígena (MAI) e que nenhum dos sistemas pode ser<br />
considerado bom Marcador de Ancestralidade Européia (MAE) ou Marcador de Ancestralidade Africana<br />
(MAA). Estatísticas de transmissão de genes, nas populações afro-brasileiras demonstraram que somente<br />
Pacoval possui desequilíbrio de ligação (ACE e APO), possivelmente decorrente de subestruturação<br />
populacional causada por miscigenação recente. Quanto aos valores de mistura interétnica acumulada,<br />
Pacoval e Tartarugueiro parecem ter experimentado um intenso processo de mistura; enquanto que Pontal e<br />
Curiaú parecem estar isoladas do ponto de vista genético. Nossas estimativas podem ser decorrentes da<br />
inadequação dos sistemas genéticos empregados como MAA e MAE. Alternativamente, em populações de<br />
tamanho efetivo pequeno, com um relativo isolamento, como Curiaú e Pontal, podem ocorrer flutuações de<br />
freqüências alélicas, as quais podem mascarar um resultado mais verossimilhante.<br />
447<br />
PERNA, Sirnoel José Quaresma. Genotipagem do sistema sangüíneo Duffy em indivíduos infectados<br />
com P. vivax da população de Marabá, PA. 2005. 56 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: O sistema sangüíneo Duffy é definido por três alelos comuns: FY*A e FY*B que codificam os<br />
antígenos Fy a e Fy b , respectivamente, e FY*O, uma mutação (T-33C) na região promotora do gene e que abole<br />
a expressão do gene Fy nos eritrócitos. Esse alelo é o mais comum em Afro-Americanos e em Negros<br />
Africanos e raramente encontrado em outras populações. Além da importância em transfusões sangüíneas, o<br />
antígeno de Duffy, identificado como um receptor de quimiocina, também é um receptor essencial para que<br />
merozoítas de P. vivax possam penetrar nos eritrócitos. Isto responde pela associação com a completa<br />
resistência para infecção pelo P. vivax na maioria Centro-Oeste Africano, onde quase todos os indivíduos são<br />
homozigotos para o alelo FY*O. Informações sobre esse polimorfismo eritrocitário são escassas no Brasil.<br />
Neste trabalho, compara-se a distribuição de genótipos do sistema sangüíneo Duffy em 52 pacientes com<br />
infecção por Plasmodium vivax e em 51 controles sadios do Município de Marabá, PA. A tipagem molecular do<br />
sistema sangüíneo Duffy foi realizada por método de PCR com uma combinação de primers alelos-específicos<br />
para quatro reações diferentes. Na amostra de indivíduos infectados foram identificados os três alelos mais
284<br />
comuns do sistema Duffy (FY*A, FY*B, FY*O), porém a distribuição de genótipos encontra-se em<br />
desequilíbrio de Hardy-Weinberg. As freqüências genotípicas do sistema Duffy em pacientes infectados foram<br />
significativamente diferentes daquelas observadas nos controles não-infectados pelo P. vivax, sobretudo em<br />
relação ao genótipo FY*0/FY*O: seis indivíduos homozigotos (12%) para o alelo FY*O foram identificados<br />
entre os controles sadios, mas nenhum na amostra de pacientes com malária vivax. Esse resultado está de<br />
acordo com o esperado, considerando-se que os homozigotos para o alelo FY*0 são refratários à infecção<br />
pela malária de P. vivax. No entanto, as freqüências alélicas foram similares nas duas amostras, sugerindo-se<br />
que a pressão seletiva exercida pelo P. vivax em relação aos homozigotos FY*O/FY*O, apesar de ter alterado<br />
o equilíbrio entre as proporções genotípicas, ainda não foi suficiente para modificar significativamente as<br />
freqüências gênicas nessa população.<br />
448<br />
PLAUTZ JÚNIOR, Helio Longoni. Relações evolutivas em Aotus illiger 1811 (Platyrrhini, Cebidae)<br />
baseadas em seqüências de DNA mitocondrial. 2005. 96 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva<br />
RESUMO: Assim como para a maioria dos platirrinos, a sistemática de Aotus, o único primata neotropical de<br />
hábitos noturnos, encontra-se sob discussão principalmente baseada em dados citogenéticos e morfológicos.<br />
Um banco de dados composto de seqüências da subunidade II do gene mitocondrial citocromo c oxidase foi<br />
utilizado na tentativa de elucidar as relações filogenéticas dos macacos da noite. As seqüências de 549 pares<br />
de bases foram analisadas pelos métodos de máxima paromônia, máxima verossimilhança e agrupamento de<br />
vizinhos. As árvores filogenéticas obtidas forneceram topologia similar para os 12 espécimes compreendendo<br />
sete espécies da classificação de Hershkovitz, falhando no apoio à monofilia das espécies de pescoço vermelho,<br />
mas claramente apresentando quatro grupos principais: (1) A. nancymai (sul do rio Amazonas) agrupando-se<br />
com (2) A. lemurinus griseimembra, A. brumbacki e A. vociferans (ao norte do rio Amazonas); (3) A. infulatus<br />
provenientes do rio Tocantins e da ilha do Marajó agrupando-se com A. azarae azarae em uma posição mais<br />
basal e (4) A. nigriceps. Apesar desta incongruência entre as populações do norte e do sul, os resultados são<br />
corroborados por estudos citogenéticos e morfológicos anteriores, fornecendo uma nova organização para o<br />
gênero e permitindo o levantamento de hipóteses a respeito da diversificação dos macacos da noite na<br />
formação da bacia amazônica durante a transição dos períodos Plioceno/Pleistoceno.<br />
449<br />
ROCHA, Ângela Pereira da. Caracterização molecular da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase em<br />
populações humanas da Amazônia. 2005. 105 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação<br />
em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: A enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) possui papel fundamental na manutenção<br />
dos eritócitos. Mutações que afetem seus sítios catalíticos ou a estabilidade estrutural de suas subunidades<br />
podem provocar diversas manifestações clínicas tais como: icterícia neonatal, anemia hemolítica e anemia<br />
crônica. Esta deficiência afeta cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Populações de origem<br />
africana e européia apresentam alta freqüência deficiente para a enzima G6PD. Uma vez que estas etnias<br />
contribuíram de forma efetiva no processo de formação de algumas populações da Amazônia brasileira, é<br />
importante a caracterização molecular das principais variantes. No presente estudo, investigamos quatro<br />
populações humanas da Região Amazônica pertencentes ao Estado do Pará: Santana (n=161); Trombetas<br />
(n=108); Altamira (n=101) e pacientes deficientes de G6PD de Belém (n=25). As amostras de sangue foram<br />
coletadas utilizando o EDTA como anticoagulante. Estas foram triadas bioquimicamente por Teste de<br />
Redução da Metehemoglobina e eletroforese em gel de agarose a 0,9% para a detecção de deficientes, que<br />
foram posteriormente analisados por RFLPs para a detecção das mutações mais freqüentes: 202 G ® A (Nla<br />
III),376 A ® G (Fok I). Todos os indivíduos que possuíam o genótipo G6PD*A – ou G6PD*A foram<br />
caracterizados haplotipicamente através dos seguintes polimorfismos: 1.116 G ® A, (PSt I), 1.311 C ® T (Bcl
285<br />
I ), 611 C ® G (Pvu II) e 163 C ® T (BspH I). Os haplótipos foram analisados de acordo com Tishkoff et al.,<br />
2001 e Vulliamy et al. 1991. Como resultados obtivemos: i) a freqüência do alelo G6PD*A -376/202 em<br />
Santana (PA), Trombetas (PA) e Altamira (PA) foi de 0,145, 0,040 e 0,045, respectivamente; ii) a freqüência<br />
do alelo G6PD* A nas populações supracitadas foram: 0,013, 0,066 e 0,000; iii) foi observada uma grande<br />
variabilidade haplotípica na população de Santana (PA). O haplótipo mais freqüente associado ao alelo<br />
G6PD*A-376/202 foi: +/+/+/-/+/ - encontrado em 83% e 80% dos indivíduos de Santana (PA) e<br />
Altamira (PA), respectivamente. Trombetas (PA) por sua vez apresentou apenas um haplótipo: +/+/+/-/-/-<br />
; v) por meio de seqüenciamento foi encontrada uma nova variante com uma mutação não sinônima<br />
Asp228Asn que, por estar localizada na interface dimérica da G6PD, sugerimos ser esta mutação responsável<br />
por manifestações.<br />
450<br />
SAMPAIO, Vanderson de Souza. O Genoma mitocondrial de Cebus Capucinus (Cebidade, Primates).<br />
2005. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro<br />
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva<br />
RESUMO: O gênero Cebus é um dos grupos de primatas mais utilizados como modelos para pesquisa<br />
biomédica e é também objeto de estudo nas áreas ecológica e comportamental. A difícil classificação das<br />
espécies pertencentes a esse gênero é devida a uma predisposição dos indivíduos a uma variação individual<br />
muito grande. A espécie Cebus capucinus é utilizada no presente trabalho como modelo para a abordagem de<br />
seqüenciamento de genomas mitocondriais. O uso do genoma mitocondrial como ferramenta para estudos<br />
evolutivos tem provado ser uma boa abordagem. Esse genoma tem demonstrado ser uma rica fonte de<br />
informações sobre a evolução dos organismos, e o seqüenciamento do mesmo pode dar uma idéia mais geral<br />
desse processo evolutivo (Boore, 1999). A abordagem de seqüenciamento utilizada no presente trabalho é o<br />
Método de Shotgun, que tem como característica peculiar, a necessidade de um robusto suporte de<br />
bioinformática, que é uma subárea comum biologia computacional responsável pelo armazenamento,<br />
organização e análise da informação gerada por um projeto genoma. O presente trabalho tem como principal<br />
objetivo o desenvolvimento de um protocolo padrão para o sequenciamento e a análise dos genomas<br />
mitocondriais dos macacos do Novo Mundo utilizando como modelo a espécie Cebus capucinus, bem como a<br />
análise das particularidades desse genoma e a publicação das seqüências em bancos de dados disponíveis na<br />
Internet. A ferramenta MitoGen 1.0, bem como sua versão voltada para a internet: o WmitoGen 1.0, criadas a<br />
partir da união de vários módulos utilizados na implementação do pipe/ine de tratamento e montagem das<br />
seqüências, se mostraram eficientes para o que se propõem. Com exceção dos genes ND2, COXII e ATP6,<br />
que se encontram parcialmente representados, os demais genes foram completamente seqüenciados e<br />
encontram-se representados nos três contigs obtidos ao final do seqüenciamento. Foram anotados também 14<br />
dos 22 tRNAs geralmente encontrados nos genomas mitocondriais de vertebrados. A genômica comparativa<br />
revelou, entre outras coisas, que o ND6 é o gene que apresenta maior taxa de evolução, enquanto que o<br />
COX1 é o de menor taxa evolutiva.<br />
451<br />
SANTOS, Ney Pereira Carneiro dos. Polimorfismos no gene da Paraoxonase 1 (L55M e Q192) em<br />
populações humanas do Brasil. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: As doenças cardiovasculares são consideradas como uma das principais causas de morte em<br />
países industrializados. O risco de desenvolver Doença da Artéria Coronariana (DAC) é diferente entre povos<br />
de diferentes regiões geográficas. Populações de um mesmo grupo étnico podem ter risco aumentado de<br />
desenvolver CAD, dependendo de mudanças de condições de vida desses povos. O gene da Paraoxonase 1<br />
possui dois polimorfismos estruturais (L55M e Q192R) que podem estar associados com o risco de<br />
desenvolver DAC. Devido às possíveis associações desses polimorfismos com o risco do desenvolvimento de<br />
DAC; ao fato que pouco se conhece a respeito desses polimorfismos em populações neo-brasileiras e que
286<br />
nada se conhece a esse respeito em populações indígenas do Brasil, o presente trabalho procurou investigar<br />
os polimorfismos (L55M E Q192R) em uma amostra de 259 indígenas de dez tribos da Amazônia brasileira e<br />
em uma amostra de 544 indivíduos de Porto Alegre – RGS, formada por portadores de CAD (322<br />
indivíduos) e por um grupo controle (222), de forma a testar sobre possíveis associações com o risco de<br />
desenvolver (ou de ter agravada a sua condição) essa doença. Quanto à distribuição genotípica e haplotípica,<br />
as dez tribos indígenas investigadas são relativamente homogêneas entre si, mas são diferentes de populações<br />
européias e mesmo asiáticas. A comparação com outras populações mundiais revela que, dentre todas, os<br />
ameríndios têm as freqüências mais elevadas de ambos os alelos L (PON1 55) e R (PON1 192), exatamente<br />
aqueles considerados como alelos de risco para o desenvolvimento de CAD. Os resultados observados em<br />
relação a amostra de pacientes com DAC, quando comparados a amostra controle, sugerem que a presença<br />
do alelo L (PON1 55) é um fator de aumento de risco de desenvolver doença da artéria coronariana e que em<br />
associação com o tabagismo pode até duplicar o risco de desenvolver CAD entre os portadores desse alelo.<br />
Nossos dados sugerem ainda que portadores de genótipos compostos MMQQ têm risco reduzido de<br />
desenvolver CAD e que o polimorfismo Q192R não pode ser associado com o risco de desenvolver essa<br />
doença.<br />
452<br />
SUÁREZ, Pablo. Estudos citogenéticos em espécies dos gêneros Leptodactylus Fitzinger 1883 e Bufo<br />
laurenti 1768, (Amphibia, Anura). 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka<br />
RESUMO: Quatro espécies de Leptodactylus (L. leptodactyloides, L. petersii, L. macrosternum e L. fuscus) e duas<br />
subespécies do grupo Bufo granulosus (B. goeldii e B. g. mirandaribeiroi) foram estudadas citogeneticamente,<br />
utilizando técnicas de coloração convencional como Giemsa, Bandeamento C e impregnação por AgNO 3<br />
para detecção de Regiões Organizadoras de Nucléolos (NOR). As espécies do gênero Leptodactylus analisadas<br />
apresentaram o mesmo número diplóide (2n=22), cujos números fundamentais (FN) variaram de 36 (L.<br />
leptodactyloides) a 44 (L. petersii, L. macrosternum e L. fuscus). Inversões pericêntricas poderiam estar envolvidas<br />
nas diferenças observadas nos FNs. Constrições secundárias (SC), quando presentes, foram evidenciadas no<br />
cromossomo 8, em posição variada dependendo da espécie. Em todos os casos as SC coincidem com a<br />
localização da banda Ag-NOR. Em L. leptodactyloides essa região apresenta um bloco heterocromático C<br />
positivo. Diferença nos números, localização e tamanho das bandas heterocromáticas intersticiais foram<br />
detectadas entre as espécies analisadas, evidenciando variação inter-específica no padrão de bandeamento C.<br />
As duas subespécies pertencentes ao grupo Bufo granulosus apresentaram o número diplóide de 22<br />
cromossomos bibraquiados (FN=44), em que as marcas Ag-NOR foram evidenciadas na região terminal do<br />
braço longo do cromossomo 5. Não foram evidenciadas diferenças cromossômicas associadas ao sexo. A<br />
morfologia cromossômica de ambas as subespécies é basicamente a mesma. Contudo, pequenas diferenças no<br />
padrão de bandeamento C foram detectadas. A informação genética disponível sugere alta afinidade<br />
cariotípica entre as espécies pertencentes ao grupo granulosos, e a localização das Ag-NOR podeira<br />
apresentar uma sinapomorfia do grupo.<br />
2006<br />
453<br />
AMARAL, Paulo José Siqueira do. Estudos citogenéticos comparativos no gênero Cebus (Cebidae,<br />
Primates) utilizando bandeamentos cromossômicos e zoo-fish. 2006. 152 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka
287<br />
RESUMO: Os primatas do gênero Cebus (Cebidae-Primates) estão divididos em dois grupos de espécies: o com<br />
tufo, monoespecífico, representado por Cebus apeila e o grupo sem tufo formado por quatro espécies: Cebus<br />
albifrons, Cebus capucinus, Cebus griseus e Cebus kaapori. Considera-se que o gênero Cebus apresenta um<br />
cariótipo pouco diferenciado do ancestral dos platirrínios, com o número diplóide variando de 52 a 54<br />
cromossomos. Os cariótipos das espécies de Cebus possuem como característica comum a presença de<br />
grandes blocos de heterocromatina constitutiva, basicamente nas regiões intersticiais e terminais, com<br />
variação intraespecífica e intraindividual, poucos cromossomos metacêntricos, uma grande quantidade de<br />
acrocêntricos e presença de constrição secundária em dois pares acrocêntricos pequenos. A taxonomia de<br />
Cebus é considerada uma das mais confusas dentre todos os mamíferos neotropicais, pois as espécies<br />
apresentam grande variação, havendo também divergência quanto ao número de espécies e subespécies.<br />
Estudos citogenéticos adicionais neste gênero, como a pintura cromossômica, são muito importantes para<br />
defini-lo mais precisamente. O presente trabalho foi realizado a fim de comparar as homologias<br />
cromossômicas entre as espécies do gênero Cebus e organizar as espécies intragenericamente. Para essa<br />
análise, foram realizados experimentos de Bandeamento G, C e pintura cromossômica com sondas<br />
cromossomo-específica de humanos e Saguinus oedipus. Os resultados revelam que os espécimes estudados<br />
apresentam cinco associações conservadas quando comparadas com o possível cariótipo ancestral dos<br />
Platyrrhini (5/7, 2/16, 10/16, 14/15, 8/18 e 3/21), as autapomorfias 8/15/8 em C. albifrons e 12/15 em C.<br />
griséus. Além disso, encontramos nessa última espécie uma associação jamais vista nos Primatas do novo<br />
mundo 5/16/7, somente em S. boliviensis encontramos uma associação similar envolvendo os cromossomos<br />
humanos 5/16/2. A variação do número diplóide de 2n= 54 para 52 é resultado de uma fusão/fissão<br />
cêntrica, seguida de inversões.<br />
454<br />
BRASILIENSE, Danielle Murici. Caracterização molecular de Pseudomonas isoladas de ecossistemas<br />
aquáticos do Estado do Pará. 2006. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria Lúcia Harada<br />
RESUMO: O gênero Pseudomonas é um dos mais diversos e ecologicamente significantes grupos de bactérias.<br />
Ocupam uma grande diversidade de habitats na natureza, podendo ser encontrados no solo, água, sedimento,<br />
entre outros. Também podem estar em associação com plantas e animais, como agente de doenças. A espécie<br />
P. aeruginosa é a mais importante do ponto de vista clínico, uma vez que pode causar infecções oportunistas,<br />
principalmente infecções hospitalares. No presente estudo, foram analisadas 138 amostras de Pseudomonas<br />
coletadas de dois Igarapés (Combú e Paracuri), do Estado do Pará, com o objetivo de avaliar a diversidade<br />
dessas bactérias nestes ambientes através do seqüênciamento da região de transcrito interno 1 (ITS1), e<br />
verificar a presença de genes de interesse ambiental: MerR, MerT, MerP e MerA, presentes no operon de<br />
resistência ao mercúrio e também do gene Nahac, envolvido na degradação de hidrocarbonetos aromáticos<br />
policíclicos (HAP). Foram obtidas 122 seqüências da região ITS1, que foram analisadas, juntamente às<br />
seqüências disponíveis na literatura, pelo Método de Agrupamento de Vizinhos e de Máxima<br />
Verossimilhança, utilizando o programa PAUP. A grande maioria das linhagens foi identificada como P.<br />
aeruginosa (n=118), sendo que as quatro restantes foram P. fluorescens. A comparação dos isolados de P.<br />
aeruginosa revelou uma baixa diversidade genética, fato que tem sido descrito na literatura para esta espécie.<br />
Entre os isolados não foram identificados catabolizadores de HAP, entretanto um isolado do Igarapé Combú<br />
apresentou o operon Mer.<br />
455<br />
CALCAGNO, Danielle Queiroz. Análise da aneuplodia do cromossomo 8, do nível de amplificação e<br />
expressão do gene C-MYC em adenocarcinomas gástricos no Estado do Pará. 2006. 107 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano
288<br />
RESUMO: O câncer gástrico é o terceiro tipo de câncer mais freqüente no mundo. No Norte do Brasil, o<br />
Estado do Pará apresenta elevada incidência dessa neoplasia. Os mecanismos genéticos envolvidos com essa<br />
patologia ainda não são totalmente esclarecidos. Foi utilizado o método de Hibridação in situ fluorescente<br />
(FISH) para avaliar o grau de aneuploidia do cromossomo 8 e nível de amplificação do gene C-MYC em 18<br />
adenocarcinomas gástricos, e a técnica de imuno-histoquímica para avaliação da expressão do C-MYC<br />
somente em sete destas amostras. Todos os casos estudados, tanto em tumores do tipo intestinal quanto do<br />
tipo difuso de Laurén, apresentaram aneuploidias do cromossomo 8 e amplificação do gene C-MYC. Não foi<br />
observada uma diferença estatisticamente significativa (p0.05). A expressão da proteína C-MYC foi observada<br />
em todos os casos estudados. A imunoreatividade no tipo intestinal foi predominantemente no núcleo, e no<br />
tipo difuso foi tanto nuclear quanto citoplasmática. Em conclusão, as diferentes alterações entre os tipos<br />
histológicos de Laurén, encontradas nesse trabalho, sustenta a hipótese que o tipo intestinal e difuso seguem<br />
diferentes vias genéticas. Entretanto, mais amostras devem ser avaliadas por imuno-histoquímica para<br />
confirmar este resultado.<br />
456<br />
CARVALHO, Tarcísio André Amorim de. Análise molecular no gene da enzima 21 – hidroxilase em<br />
pacientes com hiperplasia adrenal congênita do Estado do Pará. 2006. 135 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: João Farias Guerreiro<br />
RESUMO: A Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) é um distúrbio genético autossômico recessivo<br />
resultante de disfunções enzimáticas da via metabólica do colesterol, cuja etiologia está ligada a deficiência da<br />
enzima 21-hidroxilase (21OH) em 95% dos casos. Esse processo resulta em pseudohermafroditismo<br />
feminino, por acúmulo de substrato da enzima 21OH e aumento da síntese de andrógenos nas glândulas<br />
adrenais. Com a finalidade de identificar o perfil das mutações mais freqüentes no gene CYP21 que causam<br />
deficiência de 21-hidroxilase no Estado do Pará, 46 pacientes com HAC foram analisados por meio de PCR,<br />
seguida de seqüenciamento automático de DNA. As mutações mais freqüentes foram a IVS2 A/C®G (37%),<br />
Q318X (13%), V281L (13%), INS 1761T (9,8%), P30L (7,6%) e Cluster E6 (7,6%). As mutações I172N<br />
(2,2%), R356W (1,1%) e Del 8nt (1,1%) apresentaram freqüências mais baixas. O genótipo heterozigoto<br />
composto foi encontrado em 61% dos pacientes e em 2 indivíduos não foi detectada nenhuma mutação. O<br />
polimorfismo normal mais freqüente foi o K102R (48,9%), seguido do N493S (34,8%), S268T (6,5%),<br />
N183E (4,6%) e S205T (1,1%). As freqüências das mutações detectadas nos pacientes com HAC do Estado<br />
do Pará, em geral, apresentaram-se similar ao observado em outros estudos, sendo a mutação IVS2A/C®G a<br />
mais freqüente. Foram encontradas cinco possíveis mutações novas, L226Q, A265V, G274E, M283K e<br />
A362S. Os resultados indicam que outras mutações no gene da enzima 21OH, ou em outra envolvida na<br />
biossíntese nas adrenais, possam estar presentes nos pacientes que não apresentaram as mutações<br />
investigadas, ou a presença de dois polimorfismos combinados esteja influenciando o genótipo nestes<br />
indivíduos.<br />
457<br />
CASTRO, Luciana Santos Serrão de. Identificação de mutações no gene GJB2 em indivíduos com<br />
surdez pré-lingual não-sindrômica de Belém, Pará. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos
289<br />
RESUMO: A surdez é o defeito sensorial mais freqüente em seres humanos, podendo ter diferentes causas<br />
ambientais ou hereditárias. Em países desenvolvidos, estima-se que um em cada 1.000 nascidos manifesta<br />
algum tipo de surdez e mais de 60% de casos sejam de origem genética. No Brasil, muito pouco ainda é<br />
conhecido sobre surdez hereditária. Estima-se que quatro em cada mil recém-nascidos manifestem algum tipo<br />
de deficiência auditiva e que a freqüência da surdez causada por fatores genéticos seja da ordem de 16%,<br />
enquanto os 84% restantes dos casos sejam causados por fatores ambientais e de etiologia desconhecida. As<br />
várias formas de surdez hereditária já identificadas são muito raras, com exceção de uma, causada por<br />
mutações no gene GJB2 que codifica a Conexina 26. As conexinas representam uma classe de família de<br />
proteínas responsáveis pela formação de canais de comunicação entre células adjacentes (Gap Junctions), esta<br />
comunicação entre células adjacentes é fundamental para o crescimento e para a diferenciação de tecidos. Até<br />
o presente, foram descritas 102 mutações do gene GJB2 que estão associadas com surdez hereditária. Três<br />
mutações se destacam por apresentarem freqüência elevada em grupos populacionais específicos: 35delG<br />
entre europeus e entre a população brasileira; l67delG entre Judeus Askenazitas; e 235delG entre asiáticos.<br />
Neste trabalho, foi realizada a análise molecular de toda a seqüência codificadora do gene GJB2 (Conexina<br />
26) em uma amostra constituída de 77 indivíduos não aparentados, com surdez esporádica pré-lingual, nãosindrômica<br />
da população de Belém. Mutações no gene da Conexina 26 foram observadas em 40% da amostra<br />
(31/77). A mutação 35delG foi observada em sete (9%) pacientes e sendo observada em 80% (8/10) dos<br />
alelos mutados. Duas outras mutações foram observadas: V95M e M34T, ambas no estado heterozigoto e em<br />
dois diferentes indivíduos, O polimorfismo V27l foi observado em 22 indivíduos com freqüência alélica de<br />
15.5%. Neste trabalho, as freqüências observadas de mutações são equivalentes a freqüências observadas em<br />
outras populações anteriormente estudadas. Esses resultados indicam que mutações no gene GJB2 são<br />
importantes causas de surdez em nossa região.<br />
458<br />
FINOTELO, Liane Fiúza de Mello. Filogenia cromossômica da subfamília Pitheciinae (Platyrrhini,<br />
Primates) por citogenética clássica e pintura cromossômica. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi<br />
RESUMO: A subfamília Pitheciinae é constituída pelos gêneros Pithecia, Chiropotes e Cacajao. Estes gêneros são<br />
constituídos por espécies altamente ameaçadas de extinção, e em função disso, o conhecimento acerca desses<br />
animais ainda é bastante escasso em várias áreas da Biologia, inclusive em relação a trabalhos citogenéticos.<br />
No presente trabalho, foram estudados os cariótipos das espécies Pithecia irrorata e Cacajao calvus rubicundus<br />
utilizando técnicas de citogenética clássica e molecular. Os resultados obtidos por bandeamentos G, C, NOR,<br />
Cromomicina A 3 e por hibridização in situ, com sondas cromossomo-específicas humanas e de Saguinus<br />
oedipus, permitiram determinar as características cromossômicas das espécies em estudo, além de permitir uma<br />
análise cromossômica comparativa entre as mesmas e Chiropotes utahicki, observando assim suas homeologias e<br />
diferenças cariotípicas, além de contribuir para uma melhor definição da filogenia desse grupo. Os resultados<br />
revelam que os pitecíneos apresentam todas as associações encontradas no possível cariótipo ancestral dos<br />
Platyrrhini e que a monofilia desta subfamília deve-se a três caracteres sinapomórficos (2ª/10b, 15/14<br />
acrocêntrico, 19 acrocêntrico). Além disso, cada uma das três espécies se diferencia por apresentarem algumas<br />
autapomorfias. A análise filogenética mostra ainda que o gênero Pithecia ocupa uma posição mais basal<br />
estando mais próximo do ancestral platirrino e que C.c.rubicundus e C.utahicki apresentam-se intimamente<br />
relacionados, em função de características sinapomórficas exclusivas dessas duas espécies.<br />
459<br />
HAMOY, Igor Guerreiro. Estrutura genética do Arapaima gigas (Teleostei, Osteostei, Osteoglossidae)<br />
em lagos de várzea no médio rio Amazonas, inferida por marcadores microssatélites. 2006. 87 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos
290<br />
RESUMO: O Arapaima gigas é o maior peixe de água doce dos trópicos, podendo medir até 3 m de<br />
comprimento e pesar cerca de 200 Kg. Uma das formas mais importantes de avaliar a viabilidade de<br />
populações naturais é estimar sua diversidade genética. Na maioria das espécies de peixes, esse tipo de<br />
investigação tem sido centrada na análise da variabilidade de marcadores microssatélites. Neste trabalho<br />
descrevemos o desenvolvimento de um painel multiplex de oito marcadores microssatélites para Arapaima<br />
gigas. Utilizamos este sistema de genotipagem multiplex para averiguar o fluxo gênico, o nível de variabilidade<br />
genética e a subestruturação populacional presente em populações naturais de Arapaima do baixo rio<br />
Amazonas. Foram coletadas 190 amostras de Arapaima gigas, capturados em diferentes lagos no baixo<br />
Amazonas, Estado do Pará, Brasil. Quantificamos o nível de variabilidade genética detectada com este painel<br />
multiplex utilizando a heterozigosidade observada (HO), analisamos ainda o nível de fluxo gênico e a<br />
subestruturação destas populações. O fluxo gênico e a heterozigosidade encontrados no presente trabalho<br />
foram elevados e similares ao descrito na literatura, a subestruturação populacional encontrada variou de<br />
pequena a moderada em todas as análises. O painel multiplex de oito microssatélites desenvolvido neste<br />
trabalho mostrou-se capaz de quantificar a variabilidade genética presente na população de Arapaima gigas<br />
investigada. Os resultados indicam que este sistema pode ser usado como uma metodologia rápida, de baixo<br />
custo e elevado poder de discriminação para avaliação de variabilidade de populações naturais de Arapaima<br />
gigas.<br />
460<br />
LEITE, Daniela Soares. Investigação de Aneuploidias do cromossomo 21 em fibroadenomas da mama<br />
por hibridação in situ fluorescente. 2006. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
RESUMO: Fibroadenoma (FA) é uma lesão benigna de mama que ocorre em cerca de 25% das mulheres,<br />
sendo que 13 a 20% delas podem apresentar múltiplos FA. Este tumor é mais comumente diagnosticado em<br />
mulheres jovens, com idade entre 20 e 36 anos. Os FA não estão diretamente relacionados ao câncer de<br />
mama. Transformações malignas dos componentes epiteliais são relatadas em 0.02-0.3% dos casos, em geral<br />
originando carcinoma lobular in situ. FA apresentam heterogeneidade de achados citogenéticos, envolvendo<br />
diferentes cromossomos, o que aumenta a dificuldade de definir a etiologia e o entendimento da<br />
tumorigênese mamária, bem como uma possível associação destas alterações com o começo e a progressão<br />
do tumor e um posterior desenvolvimento de carcinoma. Hibridização in situ fluorescente é uma técnica que<br />
permite detectar seqüência de DNA em cromossomos metafásicos e núcleos interfásicos. O objetivo deste<br />
estudo foi investigar, usando FISH, a existência de alterações numéricas no cromossomo 21 em FA da mama<br />
e para tanto, foram investigadas amostras de FA de quinze mulheres de Belém-PA, onde a população é<br />
resultado de uma miscigenação entre três grupos étnicos: Ameríndios, Africanos e Europeus. Sete deles<br />
mostraram alteração clonal do cromossomo 21, e a presença de um sinal (monossomia) variou de 24,5% a<br />
43,5% das células analisadas. A monossomia do cromossomo 21 não é um achado freqüente no câncer de<br />
mama, isto sugere que a monossomia encontrada está pouco relacionada com as transformações malignas em<br />
câncer de mama. As alterações cromossômicas em FA são conseqüências do processo proliferativo, e a<br />
presença de aneuploidias em tecidos em proliferação proporciona uma base para uma continua não-disjunção.<br />
O estudo de proliferações benignas e a comparação com alterações cromossômicas nas suas contrapartes<br />
malignas resultariam em um melhor entendimento da ação dos genes no processo proliferativo, e quais destes<br />
levam as células a sofrem transformação maligna e se tornarem invasivas.<br />
461<br />
LEITE, Mauro de Meira. Repertório dos genes KIR na população de Belém e em imigrantes<br />
portugueses. 2006. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia<br />
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos
291<br />
RESUMO: Os genes KIR (Killer cell immunoglobulin-like receptors – Receptores imunoglobulina-símiles de células NK<br />
[Natural Killer]) desempenham papel fundamental na resposta imune inata, codificando receptores de<br />
superfície celular que efetuam o reconhecimento das moléculas de HLA Classe I nas células alvo,<br />
estabelecendo um controle no padrão de expressão das mesmas nas células do organismo. Quando este<br />
padrão se apresenta alterado, as células NK, por intermédio de seus receptores (entre estes os KIR), destroem<br />
a célula alterada. Para descrever a variabilidade genética do complexo KIR na população de Belém e em<br />
imigrantes portugueses no Pará, usando esta informação para inferir sobre a história biológico-demográfica<br />
destas populações na Amazônia, foram investigados 15 loci KIR. A amostra de Belém é constituída de 69<br />
indivíduos não aparentados e a amostra de portugueses 27 voluntários. Os fenótipos foram definidos com<br />
base na combinação da presença ou ausência dos loci investigados. As relações entre as populações foram<br />
evidenciadas pela análise de componentes principais, através do programa SPSS 3.0. Belém e portugueses<br />
partilham de uma semelhança genética bastante profunda e possuem um grau de variabilidade bem superior<br />
ao da maioria das populações da literatura. A freqüência do haplogrupo A em Belém está de acordo com o<br />
esperado, tomando como base os estudos de mistura racial para a população de Belém. Belém encontra-se<br />
eqüidistante de ameríndios e asiáticos, em termos de diferenciação genética. O heterogêneo padrão de<br />
desequilíbrio de ligação observado para diferentes populações humanas, parece ser indicativo da ação de<br />
fatores estocásticos como migração e deriva genética e/ou pressões seletivas locais.<br />
462<br />
MENESCAL, Luciana Alcantarino. Análise comparativa da expressão do gene da miostatina em<br />
diferentes músculos em gado nelore (Bos indicus). 2006. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
RESUMO: O fator de crescimento e diferenciação 8 (GDF-8) é membro da superfamília de crescimento e<br />
diferenciação β e codifica uma proteína reguladora negativa do crescimento muscular denominada miostatina.<br />
Mutações neste gene estão relacionadas com o fenótipo de musculatura dupla freqüentemente encontrado em<br />
algumas raças de gado como Belgian Blue e Piamontês, que tem como características, além do aumento da massa<br />
muscular, diminuição da massa da maioria dos outros órgãos e diminuição da gordura intramuscular e tecido<br />
conjuntivo. A miostatina é predominantemente expressa nos músculos esqueléticos, mas já foi descrita em<br />
adipócitos, coração e glândulas mamárias. O GDF-8 regula a progressão do ciclo celular dos mioblastos<br />
através da hipofosforilação da proteína retinoblastoma, via inativação do complexo ciclina E-cdk2 pela<br />
proteína p21. A proteína também afeta a transição da fase G2 para M durante a mitose nos mioblastos e a<br />
ativação das células satélites. Neste trabalho, a expressão do gene da miostatina foi mensurada nos músculos<br />
semimembranosus, semitendinosus e glúteo bíceps de nove bovinos adultos da raça Nelore (Bos indicus) e no<br />
músculo semitendinosus de quatorze animais em desenvolvimento gestacional por meio da técnica de PCR em<br />
tempo real. Todos os valores de p não foram significantes com valor de alfa 0,05 indicando que não há<br />
diferença na expressão do gene da miostatina entre esses músculos e nem entre as diferentes idades do<br />
desenvolvimento estudadas.<br />
463<br />
SCERNI, Ana Carolina Costa. Monitoramento com PCR quantitativo para BCR-ABL de pacientes<br />
portadores de leucemia mielóide crônica em tratamento com mesilato de imatinib. 2006. 77 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos<br />
RESUMO: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa originada pela expansão<br />
clonal da célula hematopoiética pluripotente, caracterizada pela translocação cromossômica recíproca<br />
t(9;22)(q 34 ;q 11 ), que resulta na junção BCR-ABL no cromossomo 22q-, o cromossomo Philadelphia (Ph). Esse<br />
gene quimérico codifica uma proteína citoplasmática com atividade tirosina quinase constitutiva, responsável
292<br />
pela transformação celular e efeitos leucemogênicos. Este trabalho teve como objetivo: discriminar e<br />
quantificar os transcritos principais do gene quimérico BCR-ABL em leucócitos do sangue de pacientes com<br />
LMC durante o tratamento com mesilato de imatinib para verificar se existe relação entre a ação da droga e o<br />
tipo de transcrito; verificar se os níveis de expressão antes do início do tratamento exercem algum papel na<br />
resposta a terapia e avaliar a freqüência das remissões moleculares. Foram acompanhados 57 pacientes, por<br />
um período médio de 21 meses (variação 4 - 46 meses) em quatro intervalos ao longo do tratamento: antes do<br />
início do tratamento, 1 ├ 15, 15 ├ 30, ≥ 30 meses após o início do tratamento. Esses pacientes foram<br />
submetidos à técnica de PCR Quantitativo em Tempo Real (QRT-PCR) durante o acompanhamento. Foi<br />
observada diferença significativa dos níveis de expressão BCRABL entre os transcritos B2A2 e B3A2 nos<br />
intervalos 1 ├.15 e ≥ 30 meses (P=0,0247 e P=0.0049, respectivamente), sendo B2A2 mais sensível ao<br />
imatinib. A expressão antes do início do tratamento apresentou valor preditivo a partir do trigésimo mês de<br />
terapia (P=0.0017; R 2 = 0.4571). A maioria dos pacientes 49 (86%) continuaram expressando BCR-ABL,<br />
enquanto apenas 8 (14%) atingiram níveis indetectáveis. Os resultados desse estudo indicam que a ação do<br />
mesilato de imatinib é capaz de modificar a história natural da LMC, demonstrando tendência de melhor<br />
prognóstico para os pacientes que apresentam o transcrito B2A2, sugerindo que os transcritos, pelo menos os<br />
tipos principais, devam não somente ser quantificados, mas também discriminados e monitorados durante<br />
todo o tratamento e que a expressão antes do início do tratamento tem valor preditivo a partir do trigésimo<br />
mês de terapia, identificando grupos de bons e maus respondedores em pelo menos 46% dos pacientes, mas a<br />
doença residual é raramente eliminada.<br />
2007<br />
464<br />
ALVES, Erik Artur Cortinhas. Investigaçção de mutações no éxon 10 do gene do receptor de<br />
tireotrofina em pacientes com hipoteroidismo congênito. 2007. 56 f. Dissertação (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Luiz Carlos Santana da Silva<br />
Co-orientadora: Ândréa Kely Campos Ribeiro dos Santos<br />
RESUMO: O Hipotireoidismo Congênito (HC) é a doença endócrina mais comum, que em regiões iodo<br />
suficientes, afeta cerca de 1:3000 a 1:4000 recém-nascidos. O HC é uma doença metabólica hereditária<br />
relacionada aos defeitos no desenvolvimento da glândula tireóide e na síntese, secreção e ação dos hormônios<br />
T3 e T4. Caso não seja diagnosticado e tratado precocemente, o HC ocasiona distúrbios no metabolismo do<br />
indivíduo afetado, como por exemplo, alterações no desenvolvimento do cérebro e do esqueleto (atraso do<br />
desenvolvimeto neuropsicomotor). Estudos comprovam que mutações nos fatores de transcrição (TTF2,<br />
TTF1 e PAX-8) e no gene do receptor de TSH (TSHR) são responsáveis por essa doença. O TSHR é<br />
responsável por ativar o metabolismo da tireóide via proteína G. O éxon 10 do gene TSHR é o éxon com<br />
maior número de mutações que explicam os casos de HC primário causados por perda de função do TSHR.<br />
O presente estudo teve como objetivo investigar as mutações presentes no exon 10 do gene TSHR<br />
causadoras de HC em pacientes do estado do Pará tratados na Unidade de Referência Especializada Materno<br />
Infantil e Adolescente (UREMIA). Foram encontradas três alterações nucleotídicas: a transição de G>A no<br />
códon 459 (GCG—>GCA - A459A), a transição de G>A no códon 645 (CTG—>CTA — L645L) e uma<br />
transversão de C>G códon 727 (GAC—>GAG — D727E). A partir da análise dos prontuários foi possível<br />
dividir os pacientes com HC em dois grupos. O grupo 1 (80% da amostra) apresentou valores de TSH<br />
elevado e T4 livre abaixo do normal; o grupo 2 (20% da amostra) apresentou a dosagem de TSH elevada e T4<br />
livre normal. A análise clínica dos pacientes com HC não é preponderante para a realização do diagnóstico<br />
nesse pacientes, mas os achados clínicos descritos nesse trabalho corroboram os sinais e sintomas presentes<br />
nos indivíduos com HC.<br />
465
293<br />
BASTOS, Heitor Burlamaqui. Estrutura genética de Alouatta belzebul (primates, platyrrhini) da área<br />
de influência da UHE-Tucuruí. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética<br />
e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider<br />
466<br />
GUIMARÃES, Adriana Costa. Estudos de Aneuploidias, expressão e status de metilação no gene TP16<br />
em tumores gástricos no Estado do Pará. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação<br />
em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano<br />
467<br />
MILHOMEM, Susana Suely Rodrigues. Estudos cromossômicos em espécies do gênero Gymnotus<br />
(Gimnotidae – Gymnotiformes). 2007. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi.<br />
RESUMO: Este trabalho descreve sete populações do gênero Gymnotus. Duas simpátricas, provenientes da<br />
ilha do Marajá-PA (G. mamiraua e G. cf. carapo) e as outras cinco (G. cf. carapo) de Benfica, Capanema, São<br />
Miguel do Guamá, Ponta de Pedras e Almeirim. Os estudos cariotípicos demonstraram dois cariótipos<br />
distintos para G. cf. carapo Linnaeus, um com 2n=42 (30M/SM+12ST/A) e o outro com 2n=40<br />
(28M/SM+12ST/A). G. mamiraua Albert & Crampton, possui 2n=54 (50M/SM+4ST). A região organizadora<br />
de nucléolo (NOR) foi encontrada na porção distal do braço curto do par 20 em G. cf. carapo com 2n=42 e na<br />
mesma posição no par 19 em G. cf. carapo com 2n=40, em G. mamiraua está presente na região intersticial do<br />
par 1. Em ambas as espécies (G. mamiraua e todas as populações de G. cf. carapo) a coloração com DAPI<br />
mostrou um padrão concordante com o do bandeamento C, enquanto que a CMA3 mostrou marcações<br />
semelhantes ao padrão da NOR. Os novos dados e a revisão de dados citogenéticos em Gymnotus,<br />
apresentados nesta dissertação, confirmam a hipótese de que G. carapo é um complexo de populações com<br />
cariótipos distintos ou um complexo de espécies crípticas. As duas espécies simpátricas podem ser<br />
reprodutivamente isoladas por mecanismos pré-zigóticos (como a estrutura da descarga do órgão elétrico) ou<br />
por barreiras pós-zigóticas (como a fórmula cariotípica). O entendimento das estruturas citogenéticas de G.<br />
carapo e G. mamiraua poderá auxiliar na compreensão dos processos evolutivos dessas espécies.<br />
468<br />
MOREIRA, Caroline Aquino. Uso do diepoxibutano em cultura de linfócito para diagnóstico de<br />
Anemia de Faconi por citogenética e citometria de fluxo. 2007. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos<br />
RESUMO: A anemia de Fanconi (AF) é uma doença autossômica recessiva, caracterizada por anormalidades<br />
congênitas, instabilidade cromossômica, hipersensibilidade do DNA celular à agentes clastogênicos e um<br />
aumento da predisposição para o desenvolvimento de vários tipos de câncer. A característica mais marcante<br />
desta síndrome é a alta sensibilidade de suas células ao agente clastogênico Diepoxibutano (DEB), assim o<br />
diagnóstico diferencial desta síndrome é dado principalmente pela citogenética, quando adicionado o DEB<br />
(Teste DEB) em cultura, há um aumento do número de quebras cromossômicas, tornando tal método o<br />
“padrão ouro” para o diagnóstico da AF. As células dos pacientes portadores de AF possuem anormalidades<br />
no ciclo celular, onde uma porcentagem aumentada de células na fase G2/M, a quantificação por citometria<br />
de fluxo das células acumuladas nessa fase constitui uma importante ferramenta no diagnóstico desta doença.<br />
O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência dos métodos de citogenética e de citometria de fluxo, de<br />
cultura de linfócitos com e sem uso de DEB, para a caracterização e diagnóstico da AF, para tal<br />
desenvolvemos uma técnica de análise por citometria de fluxo ainda inédita na literatura. A amostra foi<br />
composta de 11 pacientes diagnosticados primariamente como portadores de anemia aplástica. Dois pacientes
294<br />
foram diagnosticados como portadores de AF igualmente, tanto pela análise citogenética, quanto citometria<br />
de fluxo, demonstrando que o uso do DEB na citometria de fluxo também constitui uma poderosa<br />
ferramenta para o diagnóstico da AF.
295
296
2005<br />
297<br />
469<br />
PINHEIRO, Maria da Conceição Nascimento. Exposição mercurial e defesas antioxidantes em<br />
mulheres ribeirinhas da Amazônia. 2005. 166 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Analisaram-se os efeitos do mercúrio sobre o sistema antioxidante celular quando a exposição<br />
humana àquele metal ocorre através da dieta, focalizando mulheres que vivem em comunidades ribeirinhas da<br />
Amazônia. Previamente, os efeitos do mercúrio sobre o sistema antioxidante foram estudados apenas em<br />
pessoas expostas ocupacionalmente ao vapor de mercúrio, havendo uma grande carência de informação na<br />
exposição humana ao mercúrio pela dieta, especialmente em mulheres ribeirinhas da Amazônia. Visando<br />
contribuir para a compreensão de alguns aspectos da toxicodinâmica do mercúrio e na identificação de<br />
biomarcadores de lesão celular precoce, este estudo tem por objetivo avaliar os efeitos do mercúrio da dieta<br />
sobre os níveis de glutationa e a atividade das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase e catalase) em<br />
mulheres ribeirinhas de diferentes áreas geográficas do Estado do Pará, na Amazônia brasileira. Participaram<br />
87 mulheres, sendo 28 de São Luiz do Tapajós, 39 de Barreiras (duas comunidades da bacia do Tapajós) e 20<br />
mulheres de Panacauera (comunidade da bacia do Tocantins). As amostras de cabelo foram processadas para<br />
análise de Hg-total através da espectrofotometria de absorção atômica e as amostras de sangue para<br />
determinação dos níveis de glutationa e atividade das enzimas antioxidantes. A concentração média de Hgtotal<br />
em amostras de cabelo das mulheres de Panacauera foi 3,61 ± 0,30ig/g, em Barreira 13,20 ± 1,21 j.ig/g<br />
e em São Luiz do Tapajós 14,48 ± 1,31ig/g. Foi observada diferença altamente significativa na comparação<br />
entre Panacauera e cada comunidade do Tapajás (p
298<br />
2006<br />
470<br />
FREIRE, Marco Aurélio Moura. Reatividade de neurópila, distribuição e morfometria de neurônios<br />
reativos à NADPH diaforase no isocórtex de roedores. 2006. 147 f. Tese (Doutorado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Antônio Pereira Júnior<br />
Co-orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: O padrão geral de reatividade de neurópila e a distribuição e morfometria dos neurônios reativos<br />
para NADPH diaforase (NADPH-d) foram avaliados ao longo do isocórtex de quatro espécies de roedores<br />
de portes e hábitos distintos: camundongo (Mus musculus), rato (Rattus rattus), cutia (Dasvprocra agouti) e paca<br />
(Cuniculus paca). O padrão de reatividade da NADPH-d revelou a localização das áreas sensoriais primárias em<br />
todas as espécies, especialmente o campo de barris nas espécies de menor porte. No córtex parietal da paca<br />
há a presença de estruturas similares aos barris encontrados em roedores de menor porte. Nas quatro<br />
espécies, dois subgrupos de neurônios reativos à NADPH-d foram identificados - neurônios do tipo I<br />
(maiores e com arborização dendrítica exuberante) e do tipo II (menores e mais fracamente reativos). Na paca<br />
e na cutia, a distribuição dos neurônios do tipo I é semelhante, havendo uma maior concentração de células<br />
nas regiões anterior e lateral das camadas supragranulares. Nas camadas infragranulares, a distribuição tende a<br />
ser mais homogênea. Nas quatro espécies, o número de neurônios é muito maior na substância cinzenta que<br />
na branca. No campo de barris de rato e camundongo, os neurônios da região dos septos possuem uma<br />
arborização dendrítica mais complexa que aqueles do interior dos barris, o mesmo sendo notado quando se<br />
compara a área SI com as áreas AI e VI nestas espécies. Uma avaliação qualitativa apontou uma arborização<br />
dendrítica mais elaborada nos neurônios do tipo 1 ao longo das regiões anterior e lateral das camadas<br />
supragranulares de paca e cutia. Os resultados de distribuição celular estão em concordância com o padrão<br />
observado em outras espécies filogeneticamente afastadas, sugerindo que tal padrão de distribuição é uma<br />
característica geral do isocórtex dos mamíferos. Já o padrão diferencial na arborização dendrítica dos<br />
neurônios do tipo I possivelmente reflete um circuito neuronal específico nas diferentes áreas corticais.<br />
471<br />
XAVIER, Marília Brasil. Estudo clínico e imunopatológico da hanseníase em pacientes co-infectados<br />
pelo vírus da imunodeficiência humana. 2006. 167 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: A hanseníase é altamente prevalente no mundo e com a epidemia da aids, espera-se aumento de<br />
casos de co-infecção entre essas moléstias. Com o objetivo de avaliar aspectos clínicos e imunopatológicos da<br />
hanseníase em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), realizou-se um estudo<br />
transversal, considerando o momento do diagnóstico da hanseníase em 31 pacientes portadores de HlV/aids.<br />
Concluiu-se que formas clínicas tuberculóides (TT e BT) foram mais prevalentes mesmo em pacientes com<br />
aids e aspecto não usual de lesão ulcerada foi observada em freqüência muita baixa. Reação reversa (RR) foi<br />
altamente prevalente mesmo em pacientes com níveis baixos de CD 4+ periférico. As neurites hansênicas<br />
foram altamente prevalentes em RR, apontando a possibilidade de interação neurotrópica dos agentes. O<br />
surgimento da hanseníase foi altamente significativo entre o 1° e 6° mês após o início da terapêutica<br />
antiretroviral, sugerindo ser a hanseníase uma doença associada à reconstituição imunológica. Alta taxa de<br />
alergia à lepromina foi observada em formas tuberculóides e positividade associada à presença de RR. Não<br />
houve aumento da resposta humoral ao M. leprae avaliada através de ELISA antiglicolipídeo fenólico 1 (anti-<br />
PGL-1) em pacientes de formas tuberculóides, mesmo em fase de aids. A presença de auto-anticorpos<br />
antifator do crescimento do nervo (anti-NGF) foi encontrada nas diversas formas clínicas, sugerindo ser o<br />
NGF importante no mecanismo de dano neural, mesmo em pacientes imunossuprimidos. Macrofágos
299<br />
CD68+ e linfócitos T de memória CD45R0 + foram evidenciados em lesões de todas as formas através de<br />
imunohistoquímica demonstrando a manutenção de resposta imune celular macrofágica e que a<br />
imunossupressão pelo HIV não parece afetar a migração de células T de memória para o sítio da lesão. A<br />
citocina de perfil Th2, TGF-1 apresentou baixa expressão em lesões tuberculóides e maior expressão em<br />
formas BB e BV, sugerindo sua importância na formação do granuloma, mantendo, portanto o padrão da<br />
resposta imune ao M. leprae mesmo na presença do HIV. Os achados corroboram para afirmações de que<br />
tais moléstias, embora concomitantes, cursam de forma pouco dependente.<br />
2007<br />
472<br />
OLIVEIRA, Ricardo Bezerra de. Efeitos do metilmercúrio sobre a morfologia de neurônios do córtex<br />
visual do gato. 2007. 97 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia<br />
Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: A utilização do Hg e de seus derivados faz com que toneladas desse metal sejam lançadas<br />
anualmente no meio ambiente. Esse lançamento pode pôr em risco a saúde de milhares de pessoas, podendo<br />
até mesmo levar à morte, como aconteceu no Japão nos anos 60. Embora muitos estudos experimentais de<br />
neurointoxicação pelo metilmercúrio tenham utilizado como modelo o sistema visual de mamíferos, a<br />
neuropatologia axonal e dentrítica permanece por ser investigada em detalhe. Este estudo tem como objetivo<br />
contribuir para isso investigando alterações precoces na morfologia de neurônios do córtex visual do gato.<br />
Para tal, estudamos a morfologia de duas populações de neurônios: os neurônios lisos, estudados através da<br />
atividade histoquímica da NADPH-diaforase e de neurônios espinhosos através do neurotraçador biocitina.<br />
Assim, os animais experimentais foram divididos em 04 grupos. Cada grupo (n=6) recebeu diferentes doses<br />
de MeHgCl, via oral, na seguinte ordem: grupo 1 (MeHg 0,25mg/Kg/30 dias) com sobrevida após a última<br />
dose de 6 meses; grupo 2 (MeHg 0,25mg/Kg/30 dias) com sobrevida de 24h.; grupo 3 (MeHg 6,4mg/Kg),<br />
dose única com sobrevida de 30 dias; o grupo 4 foi o grupo controle. Após os períodos de sobrevida os<br />
animais foram anestesiados e perfundidos. Amostras de cérebro, fígado e rins foram utilizadas para a<br />
determinação da concentração de Hg inorgânico e MeHg por fluorescência atômica e cromatografia gasosa.<br />
Todos os cérebros foram cortados em fatias de 200pm e em seguida submetidos à reação histoquímica para<br />
NADPH-diaforase. No grupo 3, 24h antes da perfusão, foi injetado, na área visual, através de iontoforese, a<br />
biocitina que foi depois revelada utilizando-se o método da diaminobenzidina (DAB) e sulfato de níquel e<br />
amônio. Após as reações histoquímicas, os cortes foram montados em lâminas e os neurônios foram<br />
analisados com auxílio de microscopia óptica e câmara clara (neurônios lisos), bem como também utilizamos<br />
microscópio óptico acoplado a câmera de vídeo com utilização do software Neurolúcida para reconstrução e<br />
análise dos terminais axonais. Os resultados mostram que a atividade da NADPH-diaforase foi reduzida nos<br />
ramos dendríticos de 4ª e 5ª ordem nos grupos 1 e 3 com latência de pelo menos 30 dias associada ao<br />
aparecimento desse efeito. Em nossos experimentos, os neurônios espinhosos apresentaram redução nas<br />
densidades de botões, pontos de ramificações e segmentos quando comparados ao controle (p
300<br />
473<br />
SAITO, Cezar Akiyoshi. Sensibilidade temporal e espectral das células ganglionares retinianas M e P<br />
de primatas neotropicais. 2007. 153 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Neurociências<br />
e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Os primatas são os únicos mamíferos que possuem células ganglionares M e P na retina. Eles<br />
podem ser divididos em prossímios e antropóides, sendo que estes últimos compreendem os catarríneos<br />
(comumente chamados de antropóides do Velho Mundo) e platirríneos (comumente chamados de<br />
antropóides do Novo Mundo ou Neotropicais). Todos os catarríneos até então estudados, incluindo o<br />
homem, são diurnos e têm visão tricromática. Por outro lado, os platirríneos podem ser diurnos ou noturnos<br />
e a grande maioria possui um polimorfismo sexual quanto à visão de cores: todos os machos são dicromatas e<br />
as fêmeas podem ou não ser tricromatas. No presente trabalho, foram estudados três platirríneos: Alouatta<br />
(diurno e tricromata), Cebus macho (diurno e dicromata) e Aotus (noturno e monocromata). Foi<br />
correlacionado os diferentes estilos de vida e a presença ou não do polimorfismo sexual com as propriedades<br />
temporais e espectrais das células ganglionares retinianas M e P. Foram obtidos registros in vivo de células<br />
parafoveais isoladas usando microeletródios de metal e vidro. Os seguintes estímulos foram usados: pulsos de<br />
luminância e de cor para classificar a célula em fásica ou tônica; oscilações temporais de luminância e de cor<br />
para levantar a função de transferência de modulação temporal; dois LEDs, 554 e 638 nm foram modulados<br />
em contrafase e em diferentes proporções ou em diferentes fases relativas mas com a mesma amplitude para<br />
estudar as propriedades espectrais. Em todos os primatas estudados foram encontradas células ganglionares<br />
fisiologicamente classificadas como células M e P. As respostas celulares aos pulsos e oscilações temporais<br />
foram similares àquelas de catarríneos: foram observadas células fásicas com um mecanismo de controle de<br />
ganho de contraste, classificadas como M, e células tônicas e lineares classificadas como P. As células do<br />
Alouatta e do Cebus são dominadas pelos sinais dos cones e as do Aotus pelos sinais dos bastonetes. As células<br />
P do Alouatta têm oponência cromática como em catarríneos, enquanto as células P do Cebus macho e do<br />
Aotus não têm oponência cromática, sendo “cegas para a cor”. Os resultados corroboram os achados<br />
morfológicos de que as vias M e P estão presentes tanto em catarríneos quanto platirríneos. As células<br />
ganglionares M e P dos platirríneos são similares, qualitativamente, às células dos catarríneos quanto às<br />
propriedades temporais, mas bastante diferentes quanto às propriedades espectrais.
301
302
2004<br />
303<br />
474<br />
AGUIAR, Márlison José Lima de. Determinação da sensibilidade espectral em células horizontais de<br />
carpa através da utilização da fotometria com variação luminosa heterocromática (FVLH). 2004. 70 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Manoel da Silva Filho<br />
Co-orientadora: Dora Fix Ventura<br />
RESUMO: A capacidade em detectar movimento, imagem e cor foi um grande avanço adaptativo na<br />
evolução das espécies. Contudo, pouco se sabe sobre como é feito o processamento de cor. Nesse trabalho,<br />
usando a técnica de Fotometria com variação Luminosa Heterocromática, determinaremos a sensibilidade<br />
relativa das células horizontais de carpa (Cyprinus carpio) a dois comprimentos de onda (550 e 628 nm) – com a<br />
finalidade de verificar se há a presença de um ponto de nulo, quando são apresentados em contrafase, em<br />
situação de isolamento de cones – indicando somação das entradas dos respectivos fotorreceptores.<br />
Concluiu-se que há ponto de cancelamento nas células horizontais do tipo H1, demonstrando que estas<br />
respondem aos estímulos de forma equivalente às H1 de primatas; as células H2 e H3, que são bifásicas, não<br />
apresentam o ponto de nulo mostrando oponência similar à encontrada nas células bipolares (midget-centro-<br />
OFF) de primatas; as HB de carpas responderam de forma similar as suas, com o ponto de nulo deslocado no<br />
eixo do x.<br />
475<br />
BASTOS, Gilmara de Nazareth Tavares. Efeito antiinflamatório e antinociceptivo de Physalis angulata<br />
(Camapu) em ratos inibição da PGE2 e óxido nítrico. 2004. 108 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Este estudo, identifica as possíveis ações antinociceptiva e antiinflamatória do extrato aquoso de<br />
raízes de Physalis angulata (EAPa), conhecido no Brasil como “Camapu”. O EAPa administrado por i.p. ou<br />
p.o., 0,5 e 1 hora antes do agente álgico na dose de (10-30 mg/kg) promoveu uma inibição significante nas<br />
contrações abdominais causada por ácido acético, com valores de 1D50 de 18.5 (17.4-19.8) e 21.5 (18.9-24.4)<br />
mg/kg e inibições de 83±8 e 66±5%, respectivamente. O EAPa (10-60 mg/kg, i.p.) também causou uma<br />
inibição da segunda fase de dor induzida por formalina, com um valor de lD50 de 20.8 (18.4 – 23.4) mg/kg e<br />
inibição de 100%. O tratamento de ratos com EAPa (60 mg/kg, i.p.) ou com morfina (10 mg/kg, i.p.)<br />
produziu um aumento do tempo de reação no teste de placa-quente. Estes resultados demonstram que EAPa<br />
promoveu antinocicepção contra a dor visceral induzida por ácido acético e inibição da dor inflamatóna<br />
induzida por formalina em ratos. Para estudar o efeito deste extrato no processo flogístico, a bolsa de ar foi<br />
induzida subcutaneamente no dorso de ratos dos animais e um processo inflamatório foi produzido<br />
injetando-se 1% de carragenina no nono dia depois da preparação de bolsa de ar. Os ratos foram tratados<br />
intraperitonealmente com veículo (salina): Indometacina; ou EAPa (0.5mg; 1mg e 5mg/kg), uma hora antes<br />
da administração de carragenina. Dezesseis horas depois da aplicação do agente de flogístico, os animais<br />
foram sacrificados por excesso de éter e os exsudatos libertados naquela área foram retirados e analisados. A<br />
atividade da ADA, os metabolitos do óxido de nítrico e os níveis de PGE2 foram usados como mediadores<br />
inflamatórios. A indometacina e EAPa promoveram uma inibição significativa do processo inflamatório<br />
induzido por carragenina quando comparados com o grupo controle. O EAPa (0.5mg/kg) teve pouco efeito<br />
nos parâmetros analisados. Em contraste, 1mg/kg de EAPa apresentou efeito antiinflamatório significativo.<br />
O volume de exsudato, o número total de células, os metabólitos de óxido de nítrico, a atividade da ADA e<br />
os níveis de PGE2 diminuíram em 50%, 41%, 60%, 20% e 41% respectivamente, enquanto no grupo tratado<br />
com 5mg/kg, a inibição foi maior (84%, 80%, 70%, 43%, 75% respectivamente) para os mesmos parâmetros<br />
analisados. Os valores foram representados por média ± SEM, e estatisticamente analisados usando-se a
304<br />
ANOVA, seguida do post hoc Newman-Keuls. Diferenças foram consideradas significantes quando *p
305<br />
células/mm 2 em Pitangus sulphuratus, 46.094 e 46.563 células/mm 2 em Myiozetetes cayanensis e de 43.438 e 44.375<br />
células/mm 2 em Phaeomyias murina. O tamanho dos pencários dos neurônios variou em diferentes<br />
excentricidades retinianas. Na periferia temporal das retinas dos tiranídeos analisados observou-se uma maior<br />
concentração de neurônios com corpos celulares > 200 j.im 2 para Pitangus sulphuratus e > 150 j.tm 2 para<br />
Myiozetetes cayanensis e Phaeomyias murina, sugerindo a presença de uma área de células gigantes. Do ponto de<br />
vista funcional, a presença de uma fóvea associada a uma área temporal pode subsidiar uma alta resolução<br />
espacial para captura de insetos pelas espécies de tiranídeos. Não obstante, mesmo com estratégias de<br />
forrageamento diferentes, as espécies de tiranídeos compartilham um padrão de organização topográfica da<br />
densidade neuronal comum. Já em relação a Lonchura striata, a presença de uma fóvea seria de grande valia<br />
para a obtenção de grãos, mas também seria esperada a presença de uma área dorso-temporal que<br />
proporcionaria uma maior acuidade no campo visual inferior. A partir da análise topográfica da retina de<br />
outras espécies de passeriformes, poder-se-á identificar que tipos de especializações são compartilhados entre<br />
espécies com requerimentos visuais diferentes bem como inferir o momento em que uma determinada<br />
topografia surgiu na história filogenética de aves.<br />
478<br />
FONTES JÚNIOR, Enéas de Andrade. Investigação das possíveis atividades antinociceptiva e<br />
antiinflamatória do estrato etanólico de raiz de Pouteria ramiflora Radlk. 2004. 73 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira<br />
Co-orientadora: Damaris Silveira<br />
RESUMO: O uso de plantas na medicina popular, visando ao tratamento de algumas patologias, sejam<br />
centrais ou periféricas, pode ter alguma base científica. O objetivo do presente estudo foi investigar as<br />
atividades antinociceptivas e antiinflamatórias do extrato etanólico da raiz de Pouteria ramiflora (EEPr). Para<br />
esta pesquisa foram usados camundongos suíços machos, com 3 meses de idade. A toxicidade do extrato foi<br />
testada. Doses nas faixas de 100, 500 ou 1.000 mg/kg, administradas por gavagem, foram usadas para avaliarse<br />
a toxicidade aguda. Nesta investigação, os camundongos foram observados quanto a qualquer mudança<br />
comportamental por um período de 4h a partir da administração do EEPr. Essas observações também foram<br />
realizadas com 12 e 24h. Os animais toleraram a dose de 100 mg/kg, sem ocorrer nenhuma espécie de<br />
toxicidade ou mortalidade. As mortes ocorreram somente com as doses de 500 ou 1.000 mg/kg. Três<br />
modelos experimentais de nocicepção foram usados para examinar o efeito analgésico do EEPr, envolvendo<br />
tanto estímulos nociceptivos químicos (ácido acético e formalina), quanto térmico (placa aquecida). Os<br />
extratos das plantas e os solventes foram todos dados por gavagem, 1h antes dos estímulos químicos ou<br />
térmicos. Os controles positivos, morfina ou indometacina, foram usados para comparar as respostas<br />
farmacológicas dos EEPr. A atividade antiinflamatória foi estudada em ratos Wistar (n=4), através do modelo<br />
da bolsa de ar, com inflamação induzida por carragenina (1 mg/kg). A partir do exsudato inflamatório, foram<br />
feitas culturas de células para examinar as concentrações de óxido nítrico e a atividade da adenosina<br />
deaminase. Os resultados mostraram uma inibição das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético,<br />
aumentado tempo de reação no teste da placa quente e uma inibição da primeira (0-5 mm) e segunda fases<br />
(15-30 mm) no teste da formalina. O EEPr foi capaz de inibir a migração celular, a síntese de óxido nítrico e a<br />
atividade da adenosina deaminase, com efeitos mais potentes que a indometacina. Tomados em conjunto, os<br />
resultados sugerem uma potente atividade antinociceptiva e antiinflamatória dos EEPr em doses que não<br />
apresentaram toxicidade aguda. Os exatos mecanismos de ação que estão envolvidos com essas respostas<br />
ainda não foram identificados até o presente momento. Estudos complementares devem ser realizados na<br />
tentativa de se conhecer, não somente os exatos mecanismos analgésicos e antiinflamatórios apresentados<br />
pelos EEPr, mas também quais os seus constituintes que estão diretamente relacionados com aquelas<br />
atividades.
306<br />
479<br />
FURTADO, Adriano Penha. Fatores antifúngicos associados ao córion de culicídeos. 2004. 85 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Ana Claudia do Amaral Melo<br />
RESUMO: Os insetos representam um grande interesse para estudos científicos, principalmente por<br />
manterem uma íntima relação com outras espécies. Neste aspecto, destacamos a interação inseto-fungo e a<br />
capacidade que os insetos apresentam de organizar uma resposta imune bastante eficiente e imediata. A<br />
maioria dos estudos sobre a imunidade em insetos está relacionada aos adultos e fases imaturas. Pouco se<br />
sabe sobre a resposta imune em embriões. O embrião é isolado do meio externo por uma membrana<br />
protéica, o córion, que é secretado pelas células foliculares do ovário no final da ovogênese. O cárion deve<br />
proteger o embrião dos ataques de microorganismos e garantir o sucesso da reprodução. O objetivo principal<br />
deste trabalho foi investigar os fatores antifúngicos presentes no córion dos ovos de Aedes aegypti e Anopheles<br />
gambiae, relacionando estes fatores com as principais alterações nas estruturas celulares de Aspergillus niger. O<br />
extrato bruto de córion (EBC) de A. aegypti foi capaz de retardar o desenvolvimento de A. niger. A análise<br />
ultraestrutural mostrou profundas alterações morfológicas do fungo, com uma completa desorganização<br />
celular na presença de EBC. Foram purificados dois fatores antifúngicos liberados pelo córion de A. aegypti e<br />
A. gambiae através de gel filtração. O fator antifúngico 38min (FA38) de A. aegypti apresentou uma massa<br />
molecular estimada de 1,86kDa, enquanto, o fator antifúngico 14min (FA14) de A. gambiae apresentou uma<br />
massa molecular estimada bem maior que 66kDa. Apenas o FA38 foi testado para ação fungiostática.<br />
480<br />
GUIMARÃES, Leda Rezende Cardoso. Atividade leishmanicida do alcalóide julocrotina isolado da<br />
planta Cróton pullei var Glabrior e sua ação na interação parasito – célula hospedeira. 2004. 91 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Edilene Oliveira da Silva<br />
RESUMO: Na Região Amazônica brasileira, as leishmanioses constituem um grave problema de saúde<br />
pública, principalmente devido à presença de diversas espécies de Leishmania. A quimioterapia é um dos<br />
tratamentos mais eficazes, porém, embora existam várias drogas leishmanicidas, em geral são bastante tóxicas,<br />
de custo elevado e requerem tratamento a longo prazo. O presente estudo tem como objetivo analisar o<br />
efeito da droga julocrotina, alcalóide isolado da planta Cróton pullei Var Glabrior, no protozoário Leishmania (L.)<br />
amazonensis. Este composto induziu uma redução dose-dependente de 54% na proliferação do parasito com<br />
uma concentração de 79 μM em 72 h e uma inibição de 80% na sobrevivência de amastigotas nas mesmas<br />
condições. A viabilidade, analisada por colorimetria, dos macrófagos tratados com a droga foi mantida. A<br />
análise da iNOS por imunofluorescência, histoquímica e produção de NO pela reação de Griess indicaram<br />
que a droga parece estimular a produção de NO em macrófagos infectados e não infectados. A análise<br />
ultraestrutural mostrou que a julocrotina induziu alterações morfológicas significativas nos parasitos tratados.<br />
Em promastigotas, observou-se tumefação mitocondrial, condensação da cromatina e aparecimento de<br />
membranas concêntricas na bolsa flagelar. Entretanto, amastigotas intracelulares apresentaram vacuolização e<br />
figuras de mielina no citoplasma. Estes resultados demonstram que a julocrotina é um potente agente antiproliferativo<br />
contra formas promastigotas e amastigotas de L. (L.) amazonensis através de um mecanismo que<br />
parece ser dependente da produção de NO.<br />
481<br />
LEÃO, Renato Augusto Carvalho. Estresse oxidativo e atuação do sistema antioxidante como<br />
removedor de radicais livres no sangue periférico de pacientes hansenianos. 2004. 73 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
307<br />
RESUMO: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobactenum Ieprae com um amplo<br />
espectro clínico e imunopatológico. Entre os mecanismos de defesa desenvolvidos pelo hospedeiro está a<br />
geração de radicais livres, os quais promovem a destruição do bacilo. Os radicais livres são produzidos dentro<br />
das células por reações endógenas, geralmente oxidativas, que ocorrem em processos metabólicos normais, e<br />
também em condições anormais, como na inflamação causada por doenças infecciosas. Este trabalho visa<br />
estudar a atividade de substâncias antioxidantes e sua relação com o estresse oxidativo gerado na resposta à<br />
hanseníase. Foram realizados experimentos com as enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT),<br />
além do antioxidante glutationa (GSH) e a participação do óxido nítrico (NO) como indicador da presença de<br />
radicais livres. Os resultados foram comparados com um grupo controle e aqueles de pacientes sem<br />
tratamento e em tratamento com PQT. Os resultados obtidos indicam um aumento de até 280% dos níveis<br />
dos antioxidantes, bem como dos metabólitos do óxido nítrico (596%) em relação ao controle, sugerindo<br />
estresse oxidativo severo nos pacientes hansenianos. Os pacientes em tratamento mostram um aumento de<br />
até 87% nos níveis de antioxidantes comparados ao controle, reduzindo a geração de radicais livres em<br />
relação aos indivíduos sem tratamento. Portanto, a medida do balanço entre defesas antioxidantes e a<br />
presença de radicais livres pode ser uma excelente ferramenta de estudo dos níveis de estresse oxidativo e sua<br />
contribuição na evolução da hanseníase.<br />
482<br />
MAUÉS, Luís Antônio Loureiro. Ação do metilmercúrio sobre a liberação basal de prolactina em<br />
cultura de células GH3B6. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
Co-orientador: Domingos Luiz Wanderley Picanço Diniz<br />
RESUMO: Este trabalho investiga o efeito do MeHg sobre a liberação de PRL em cultura de células<br />
mamosomatotrópicas GH3B6 e a participação do sistema nitrérgico neste fenômeno. O teste de viabilidade<br />
celular demonstrou que o MeHg promoveu uma diminuição da viabilidade somente na concentração máxima<br />
testada de 100µM, no entanto, o co-tratamento com L-NARG foi capaz de impedir parte deste<br />
comprometimento, tanto em 2 h quanto em 6 h de exposição, sugestivo de que a síntese de NO estimulada<br />
por MeHg, seja um dos meios de agressão à viabilidade destas células. Quanto à ação do MeHg na liberação<br />
de PRL, foi observado um efeito bifásico dose dependente no tratamento por 2h com o MeHg. Na<br />
concentração de 0,5µM, foi observado um aumento da PRL liberada no meio, porém em concentrações<br />
maiores como 1µM, 10µM e 100µM houve uma diminuição na liberação deste hormônio. No entanto, este<br />
fenômeno bifásico não foi observado em 6h de intoxicação, apresentando apenas uma diminuição na<br />
concentração de PRL com 1µM e 10 µM de MeHg. Contudo o co-tratamento com LNARG foi capaz de<br />
impedir a diminuição na liberação de PRL em 1µM e 10µM de MeHg tanto em 2h quanto em 6h de<br />
incubação, sugestivo de que tal diminuição na liberação de PRL seja decorrente da atividade da NOS<br />
estimulada pelo MeHg. Complementando estes dados, a análise de imunofluorescência para tubulina e PRL<br />
em 2h de intoxicação demonstrou alteração acentuada apenas na concentração de 100µM, sugestivo de que<br />
nesta concentração a diminuição na liberação de PRL, deve-se muito mais em virtude de uma desestruturação<br />
do citoesqueleto do que da ação direta do NO, já que o co-tratamento com L-NARG nesta concentração de<br />
MeHg não foi capaz de impedir a diminuição na liberação deste hormônio.<br />
483<br />
MIRANDA, Moysés dos Santos. Avaliação de um sistema de cultivo de baixo custo na produção in<br />
vitro de embriões bovinos. 2004. 75 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi
308<br />
RESUMO: Um dos desafios da técnica de produção in vitro (PIV) de embriões bovinos é a diminuição de seus<br />
custos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de um sistema de cultivo experimental e de baixo<br />
custo, no cultivo de embriões bovinos. O sistema consistiu de um recipiente cilíndrico de acrílico com tampa<br />
superior, parcialmente mergulhado em banho maria a 39°C e conectado a um cilindro contendo mistura<br />
gasosa (5% de CO2, 5% de 02 e 90% de N2). Foram realizados três experimentos. Os dois primeiros<br />
experimentos avaliaram a eficácia deste sistema experimental no cultivo de embriões bovinos produzidos in<br />
vitro e o terceiro verificou a eficácia da utilização do sistema em todas as etapas do processo de PIV. No<br />
experimento Piloto, ovócitos foram maturados e ativados partenogeneticamente em estufa tradicional de CO2<br />
e então cultivados em dois sistemas: PADRÃO (meio CR2 suplementado com 3mg/ml de BSA e 10% de<br />
SFB em estufa tradicional de CO2) ou EXPERIMENTAL (meio SOF suplementado com 3mg/ml de BSA e<br />
5% de SFB no sistema experimental de cultivo). No experimento 1, ovócitos foram maturados e fecundados<br />
in vitro em estufa de tradicional de CO2, e cultivados no sistema PADRÃO ou EXPERIMENTAL. No<br />
Experimento 2 ovócitos foram maturados, fecundados e cultivados in vitro separadamente no sistema<br />
PADRÃO ou no sistema EXPERIMENTAL. A análise da clivagem não revelou diferença estatística entre os<br />
dois sistemas de cultivo em nenhum dos três experimentos (p>0,05). Também não foi observado nenhum<br />
efeito do sistema utilizado sobre a taxa de mórula/biastocisto ao sétimo dia de cultivo tanto no experimento<br />
Piloto quanto no Experimento 1 (p>0,05). Entretanto no Experimento 2, a utilização do sistema<br />
EXPERIMENTAL em todas as etapas do processo de PIV resultou em decréscimo da taxa de<br />
mórula/blastocisto em comparação ao sistema tradicional (p0,05). Estes resultados<br />
mostram que é possível cultivar eficazmente embriões bovinos produzidos in vitro de forma alternativa e mais<br />
barata que o convencional.<br />
484<br />
SENA, Chubert Bernardo Castro de. Autoanticorpos contra fator de crescimento de nervo (NGF) em<br />
pacientes com hanseníase. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento<br />
RESUMO: Autoanticorpos contra o fator de crescimento de nervo (NGF) foram observados no soro de<br />
pacientes com hanseníase, o que podem explicar os níveis baixos de NGF nesta doença. A presença destes<br />
anticorpos pode resultar em desmielinização crônica de fibras sensoriais autonômicas que contribuem para<br />
neurite, inflamação e perda de nocicepção cutânea. Os níveis destes anticorpos em pacientes reacionais não<br />
diferem dos pacientes sem reação. Porém, quando o soro de pacientes reacionais tratados com ciclosporina A<br />
(CsA) foi analisado uma diferença notável foi observada, com títulos baixos de anti-NGF que assemelham-se<br />
aos indivíduos sem a doença (grupo controle). Para confirmar estes resultados, a atividade biológica dos<br />
anticorpos anti-NGF foi analisada in vitro pelo bloqueio da diferenciação de células PCI2, induzida por NGF,<br />
com a adição de soro de pacientes com hanseníase ao meio de cultura. Estes resultados sugerem que<br />
anticorpos anti-NGF estejam presentes no soro de pacientes com hanseníase e que estes podem ter influência<br />
sobre o acometimento de neurites.<br />
2005<br />
485<br />
ANDRADE, Anderson Cleyton Ferreira de. Efeitos da intoxicação por manganês e retenona sobre o<br />
sistema nigroestriatal de ratos Wistar: avaliação comportamental e imuno-histoquímica. 2005. 98 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada<br />
Co-orientador: Edmar Tavares da Costa
309<br />
RESUMO: Evidências epidemiológicas e experimentais sugerem que agentes ambientais como pesticidas e<br />
metais podem potencializar mecanismos fisiopatogênicos relacionados à degeneração de neurônios<br />
dopaminérgicos na Doença de Parkinson. Provavelmente, diversos modos de exposição podem contribuir<br />
para o aparecimento da doença, mesmo eventos de exposição que estejam bastante separados temporalmente.<br />
Este trabalho avalia se a exposição ao cloreto de manganês por via oral (VO) durante o período neonatal<br />
potencializaria efeitos neurotóxicos do pesticida rotenona administrado na fase adulta. Ratos machos Wistar<br />
foram tratados do 1º ao 212 dia de vida por VO com 50 mg/kg/dia de MnCI2 (Mn) ou veículo. Entre 4-5<br />
meses de idade, os animais foram infundidos por via endovenosa (EV) com 2-3 mg/kg/dia de rotenona em<br />
solução de 1:1 de DMSO/PEG, por 14-28 dias; animais controles receberam veículo. A análise<br />
comportamental foi feita antes, no 72 e no 14 dia de tratamento; analisou-se a ambulação, o n 2 de<br />
levantamentos e o grooming. Após o sacrifício, secções encefálicas foram processadas para imunomarcação de<br />
neurônios dopaminórgicos e glia. Após análise, verificou-se que o número de levantamentos foi<br />
significativamente menor nos animais intoxicados com rotenona em relação aos que receberam veículo.<br />
Entretanto, não se observou potencialização relacionada à exposição neonatal ao Mn ++ . Não houve<br />
diferenças significativas entre tratados e controles nos dois outros parâmetros comportamentais avaliados.<br />
Apenas um animal tratado com rotenona apresentou degeneração de terminais dopaminérgicos no estriado.<br />
Não foi observada diferença significativa no n2 de neurônios TH-positivos na Substância Negra Compacta<br />
(SNpc) comparando-se os grupos tratados com rotenona e veículo. A exposição ao Mn no período neonatal<br />
não alterou o n 2 de neurônios TH imunoreativos da SNpc. Comparações entre ratos Wistar e Lewis tratados<br />
com rotenona mostrou que os ratos Lewis apresentaram alterações comportamentais semelhantes as de ratos<br />
Wistar. Entretanto, os animais da linhagem Lewis apresentaram maior susceptibilidade à rotenona do que os<br />
animais da linhagem Wistar no que se refere à presença de lesão histopatológica estriatal. Em conclusão, a<br />
infusão EV de rotenona provocou diminuição do comportamento de levantamento de risco, e a exposição<br />
neonatal ao Mn não influenciou a neurotoxicidade da rotenona em animais da linhagem Wistar. Os nossos<br />
resultados sugerem que a linhagem Wistar é mais resistente aos efeitos da exposição sistêmica à rotenona.<br />
486<br />
SANTOS, Suzane Câmara Tourinho dos. Citoarquitetonia, padrões de reatividade da enzima citocromo<br />
oxidase e morfometria dos neurônios NADPH-Diaforase positivos em diferentes segmentos da<br />
medula espinhal da cutia (Dasyprocta prymnolopha). 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Wallace Gomes Leal<br />
Co-orientador: Antônio Pereira Jr.<br />
RESUMO: O presente estudo, descreve a citoarquitetonia, o padrão de reatividade da enzima citocromo<br />
oxidase, e a distribuição dos neurônios NADPH-diaforase positivos (NADPH-d+) em diferentes segmentos<br />
da medula espinhal da Cutia (Dasyprocta prymnolopha). O padrão citoarquitetônico da medula espinhal da cutia é<br />
semelhante ao encontrado em outros mamíferos. Os neurônios NADPH-d+ foram observados em todas as<br />
lâminas dos segmentos medulares estudados (intumescências cervical e lombar e segmentos torácicos),<br />
embora ocorram em maior número na intumescência cervical e, em termos de distribuição laminar, no corno<br />
dorsal e na substância cinzenta intermediária. Os neurônios NADPH-d+ apresentaram morfologia bastante<br />
variada em todos os segmentos e regiões analisados, incluindo neurônios bipolares pobremente ramificados e<br />
neurônios multipolares com extensa arborização dendrítica. A reatividade enzimática tanto para a<br />
NADPHdiaforase quanto para a citocromo oxidase foi mais intensa na substância gelatinosa do corno dorsal<br />
dos segmentos cervical e torácico. Em um mesmo segmento da medula espinhal, existem mais células no<br />
corno dorsal e na substância intermediária do que no corno ventral. Nas comparações intersegmentos, a<br />
intumescência cervical foi a região que apresentou o maior número de células nadph-d+. A análise<br />
morfométrica quantitativa mostrou que a árvore dendrítica dos neurônios NADPH-d+ do corno dorsal e da<br />
substância cinzenta intermediária são mais ramificadas que em outras regiões. Os neurônios dos segmentos<br />
cervicais são mais ramificados que os dos outros segmentos estudados, embora apenas na substância cinzenta<br />
intermediária houvesse diferença significativa entre os segmentos cervical e lombar. Além disso, os neurônios
310<br />
do corno dorsal dos segmentos cervical e lombar foram os que apresentaram os maiores valores de área de<br />
cobertura dendrítica. Como esperado, os neurônios do corno ventral foram os que apresentaram as maiores<br />
áreas de corpo celular em todos os segmentos da medula espinhal. Estes resultados demonstram que os<br />
neurônios NADPH-d+ são mais numerosos e possuem árvores dendríticas mais complexas em regiões<br />
(como dorsal e substância cinzenta intermediária) cervicais da medula espinhal relacionadas com o<br />
processamento de informações sensonais periféricas provenientes do membro anterior, bastante utilizado<br />
pela cutia na escavação e manipulação de alimentos.<br />
487<br />
SERRA, Raphael Borges. Importância dos hormônios tireoidianos na Síndrome Alcoólico Fetal. 2005.<br />
86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira<br />
RESUMO: Os estudos dos mecanismos de ação do álcool têm permitido um melhor entendimento de como<br />
esta droga atua no cérebro desencadeando um distúrbio tão complexo quanto ao do alcoolismo. As<br />
exposições de longa duração ao etanol produzem várias alterações nas funções do sistema nervoso central,<br />
bem como modificações comportamentais, que podem caracterizar a Síndrome Alcoólico-Fetal (FAZ). É<br />
bem sabido que a dependência a esta droga é um dos mais sérios problemas de saúde do mundo e não há<br />
nenhuma terapia eficaz para tratar ou pelo menos prevenir os danos causados pelo consumo dela. Neste<br />
estudo, nosso objetivo foi verificar os aspectos comportamentais relacionados com a interferência da terapia<br />
hormonal T3 nas proles de ratas que consumiram álcool durante a gravidez. As análises foram realizadas<br />
através de modelos/testes experimentais em animais, usados para avaliar sinais neurológicos, locomoção,<br />
ansiedade e depressão. Para esta pesquisa, ratas grávidas receberam etanol 20% p/v (6.5 g/kg/dia, via oral)<br />
durante 21 dias e durante mais 21 dias pós-natal. Tão logo as proles nasceram, elas receberam salina ou<br />
hormônio T3 (0,05 mg/kg, s.c., volume of injeção: 100 g/kg). Todos os comportamentos foram realizados<br />
com as proles aduilas, com 2 meses de idade (n=10 animais/tratamento). O presente estudo mostrou que<br />
ratos com a Síndrome Alcoólico-Fetal não alterou a atividade locomotora e reduziu a percentagem de<br />
freqüência e do tempo de entradas nos braços abertos no teste do labirinto em cruz elevado, comportamento<br />
este sugestivo de resposta ansiogênica. Foi também observado um aumento no tempo de imobilidade no teste<br />
do nado forçado, sugestivo de comportamento depressivo. Tomados em conjunto, os resultados sugerem que<br />
a terapia hormonal com T3, administrada nos cinco primeiros dias pós-natal para prevenir os sinais e/ou<br />
sintomas da Síndrome Alcoólico-Fetal, pelo menos nesta dose (0,05 mg/kg) e/ou nos modelos experimentais<br />
animais, aqui usados, não mostrou ser uma farmacoterapia eficaz para prevenir os efeitos prejudiciais<br />
produzidos pela administração do álcool durante a vida intra-uterina. Certamente, experimentos adicionais<br />
devem ser conduzidos objetivando um melhor entendimento de como essa terapia pode influenciar no<br />
tratamento do alcoolismo.<br />
488<br />
SOUZA, Givago da Silva. Avaliação da sensibilidade ao contraste de luminância humana através do<br />
potencial cortical provocado visual transiente: comparação com resultados obtidos psicofisicamente.<br />
2005. 273 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Manoel da Silva Filho<br />
RESUMO: O presente trabalho compara a função de sensibilidade ao contraste espacial de luminância (CSF)<br />
obtida eletrofisiologicamente através do potencial cortical provocado visual transiente (VECP) com a CSF<br />
psicofísica dinâmica e estática. Seis indivíduos hígidos foram testados monocularmente. Os estímulos<br />
utilizados foram circulares, 5° de campo visual, composto por redes senoidais horizontais, isocromáticas,<br />
luminância média de 40 cd/m 2 Os registros eletrofisiológicos foram obtidos a partir de estímulos com<br />
freqüências espaciais de 0,4 cpg, 0,8 cpg, 2 cpg, 4 cpg, 8 cpg e 10 cpg, revertendo abruptamente em 1800 de<br />
fase espacial com 1 Hz de freqüência temporal. Para os testes psicofísicos foram mostrados estímulos com<br />
0,4 cpg, 0,8 cpg, 1 cpg, 2 cpg, 4 cpg, 6 cpg, 8 cpg e 10 cpg, com a mesma configuração espaço-temporal da
311<br />
eletrofisiologia (dinâmica) e apresentação estática. A regressão linear variação da amplitude do componente<br />
P100 do VECP em função do logaritmo do contraste do estímulo foi utilizada para estimar o contraste limiar,<br />
ou seja, a sensibilidade. Para estimar a sensibilidade psicofísica foi empregado o método do ajuste. A CSF<br />
obtida eletrofisiologicamente encontrou maior correlação com àquela obtida psicofisicamente de forma<br />
dinâmica, a qual mostrou diminuição da sintonia passa-banda quando comparada com a CSF psicofísica<br />
estática. Este trabalho conclui que a sensibilidade ao contraste espacial de luminância obtida<br />
eletrofisiologicamente e psicofisicamente mostram melhor correspondência quando obtidas com as mesmas<br />
condições espaciais e temporais do estímulo.<br />
489<br />
WALSH-MONTEIRO, André. Identificação de neuropeptídeos relacionados ao controle do balanço<br />
energético no hipotálamo de búfalo d’água (Bubalus bubalis). 2005. 131 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Silene Maria Araújo<br />
Co-orientador: Artur Luiz Silva<br />
RESUMO: O desenvolvimento da bubalinocultura brasileira representa uma das mais importantes atividades<br />
do agronegócio nacional. O objetivo deste estudo é descrever, nestes animais, a distribuição hipotalâmica de<br />
três diferentes neuropeptídeos envolvidos no controle de peso corporal, já descritos em uma variedade de<br />
outros mamíferos. Animais adultos pertencentes à Cooperativa SOCIPE, Belém/PA, tiveram seus encéfalos<br />
dissecados e fixados com paraformaldeído 4% em tampão fosfato de sódio 0,1M acrescido de sacarose a<br />
20%. O hipotálamo foi seccionado no plano frontal. Em uma das séries realizou-se a técnica de coloração de<br />
Nissl de maneira a estudar a citoarquitetonia do hipotálamo de búfalo. Através de técnicas de<br />
imunohistoquímica, podemos observar imunoreatividade ao neuropeptídeo Y (NPY-ir) em neurônios dos<br />
núcleos arqueado e paraventricular principalmente. A imunoreatividade ao MCH (MCH-ir) foi detectada na<br />
área hipotalâmica lateral, e a imunoreatividade para o transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART-ir)<br />
em neurônios dos núcleos arqueado, paraventricular e na área hipotalâmica lateral. Estes peptídeos têm sido<br />
relacionados ao controle do peso corporal em mamíferos. A compreensão da regulação do peso corporal<br />
pelos núcleos hipotalâmicos é crucial para o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos no<br />
controle do balanço energético em búfalos. Esse tipo de análise poderá nos conduzir ao desenvolvimento de<br />
novas tecnologias que propiciem o aumento e qualidade do rebanho.<br />
2006<br />
490<br />
CORDEIRO, Marcela da Silva. Uso da água de coco (Cocos nucifera) como meio de manutenção de<br />
oócitos bovinos imaturos para produção in vitro de embriões. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: O estresse oocitário causado pelas condições de transporte até o laboratório é um dos fatores<br />
limitantes para a difusão comercial da técnica de produção in vitro de embriões (PIVE). Por este motivo, a<br />
utilização de um meio de manutenção que forneça maior viabilidade aos complexos cumulus-ovócito (COCs)<br />
durante os longos períodos de transporte é fundamental. O trabalho avalia a eficiência da solução à base de<br />
água de coco como meio de manutenção de COCs bovinos imaturos. COCs obtidos de ovários provenientes<br />
de abatedouro foram selecionados e distribuídos entre os Grupos: Controle – submetidos a MIV<br />
imediatamente após a seleção; Grupos H-6, H-9 e H-12 – mantidos em TCM 199-Hepes acrescido de 10% de<br />
SFB, antibióticos e piruvato, durante 6, 9 e 12h, respectivamente; Grupos C-6, C-9 e C-12 – oócitos mantidos<br />
em solução de água de coco (75% de água de coco + 25% de água ultrapura) com 25 mM de Hepes, 10%
312<br />
SFB, antibióticos e piruvato, durante 6, 9 e 12h, respectivamente. As taxas de metáfase II, clivagem,<br />
biastocisto e blastocisto eclodidos foram submetidas à ANOVA em nível de significância de 5%.<br />
Experimento 1: para avaliar a capacidade de sofrer maturação nuclear in vitro ao COCs foram submetidos ao<br />
processo de MIV por 18* e 24h, independente do tempo de manutenção. As taxas de M II dos Grupos H-9<br />
(85.96 ± 8.5%), C-9 (88.39 ± 6.4%), H-12 (87.85 ± 5.8%) e C-12 (87.16 ± 3.5%) com 24h de MIV foram<br />
estatisticamente inferiores (p0,05) dos grupos H-9, C-9, H-12 e C-12 com 24h de MIV com<br />
relação o Grupo Controle (89.29 ± 2,9%,). Experimento 2: neste segundo experimento os COCs, após 6, 9 e<br />
12 horas de manutenção e 18, 15 e 12h de MIV foram fecundados e cultivados in vitro para análise<br />
quantitativa do desenvolvimento embrionário pré-implantacional. Houve uma redução significativa (p
313<br />
RESUMO: As aminoacidopatias representam um importante grupo dos Erros Inatos do Metabolismo (EIM).<br />
Os distúrbios na hidroxilação do aminoácido fenilalanina (Phe) são denominados de Hiperfenilalaninemias<br />
(HPA). As HPA são provocadas pela deficiência da enzima hepática fenilalanina hidroxilase (PAH) ou<br />
alterações no metabolismo do cofator tetrahidrobiopterina (BH4). As HPA por deficiência de PAH são<br />
genericamente denominadas de Fenilcetonúria (PKU). Este trabalho teve como objetivos principais:<br />
identificar mutações específicas e comuns no gene da PAH e estabelecer a incidência das mesmas na amostra<br />
em estudo; identificar e caracterizar mutações raras e/ou novas e tentar estabelecer uma correlação genótipo<br />
— fenótipo nos pacientes. Amostras de sangue total de 13 pacientes com PKU, em tratamento na Unidade<br />
de Referência Especializada Materno-Infantil e do Adolescente (UREMIA) do Estado do Pará, foram<br />
submetidas ao procedimento de extração de DNA (Método do Fenol-Clorofórmio). Posteriormente, regiões<br />
(éxons e suas regiões adjacentes) específicas do gene da fenilalanina hidroxilase (PAH) foram amplificadas por<br />
PCR e analisados por digestão com endonucleases de restrição, análise de polimorfismos conformacionais de<br />
cadeia simples (SSCP) e seqüenciamento direto do DNA. A análise molecular destes pacientes, identificou 10<br />
alterações diferentes, sendo 8 mutações (I65T, R158Q, R261Q, L242F, L249F, IVS10nt-11g>a, R408W e<br />
Y414C) e 2 polimorfismos (IVS2nt19t>c e V245V). Neste estudo foi identificado 44% dos alelos mutantes,<br />
sendo as alterações mais freqüentes: as mutações IVS10nt-11g>a (12,0 %) e L249F (8,0 %) e os<br />
polimorfismos IVS2nt19t>c (15 %) e V245V (23 %). A maioria destas alterações (40%) se localiza no éxon 7<br />
e suas regiões adjacentes e 80 % destas alterações afetam o domínio catalítico enzimático, situado entre os<br />
éxons 5 e 12. Dos 13 pacientes com PKU analisados, 3 pacientes tiveram o genótipo definido. Os genótipos<br />
identificados foram: IVS10nt-11g>a/ Y414C; L242F/R158Q e IVS10nt-11g>a/ IVS10nt-11g>a.<br />
493<br />
GOMES, Bruno Duarte. Determinação das elipses de discriminação de cor através da estimulação<br />
com redes senoidais cromáticas e registro do potencial cortical evocado visual transiente: comparação<br />
com resultados obtidos através de métodos psicofísicos. 2006. 371 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de<br />
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Manoel da Silva Filho<br />
Co-orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: No presente trabalho, limiares de diferença cromática foram estimados com potencial cortical<br />
evocado visual (PCEV). Seis tricromatas normais (24 ± 1 anos de idade) e um deutan (26 anos de idade)<br />
foram testados. Os estímulos consistiram de redes senoidais cromáticas isoluminantes de pares de<br />
cromaticidade localizados ao longo de quatro direções de cor centralizados em dois pontos de referência<br />
(Elipse 2: u’= 0,219; v’=O,480. Elipse 3: u’= 0,225; v’= 0,415) no diagrama de cromaticidade da CIE<br />
(Comission Intemationale de I’Eclairage) 1976. A fotometria com flicker heterocromático (HFP) foi usada<br />
para obter a isoluminância individual para todos os pares de cromaticidade das redes. A freqüência espacial de<br />
2 cpg. O modo de apresentação foi de períodos onset (300 ms) 1 offset (700 ms). Foi encontrado um pico<br />
negativo no PCEV, relacionado à diferença cromática: quando a diferença cromática aumentou, a amplitude<br />
aumentou e a latência diminuiu. As respostas em amplitude do PCEV foram colocadas em função da<br />
diferença cromática entre as distâncias no espaço de cor CIE 1976 das cromaticidades das redes. Os limiares<br />
de diferença cromática foram localizados no espaço de cor como elipses de MacAdam. Nos tricromatas<br />
normais, as elipses tiveram tamanho pequeno e foram orientadas verticalmente, com baixa excentricidade. No<br />
indivíduo deutan, as elipses tiveram tamanho maior, com excentricidades altas e orientadas em direção ao<br />
ponto conpunctual deutan. Os limiares do PCEV foram similares aos obtidos por dois testes psicofísicos<br />
usando redes, sendo, porém menores do que os limiares obtidos, usando os estímulos pseudoisocromáticos<br />
do teste de Mollon-Reffin. Conclui-se que, o PCEV transiente pode ser usado como um método objetivo<br />
para o estudo da discriminação cromática em indivíduos tricromatas normais e dicromatas.
314<br />
494<br />
LIMA, Rafael Rodrigues. Resposta inflamatória aguda e lesão axonal após lesão excitotóxica<br />
experimental do estriado. 2006. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Wallace Gomes Leal<br />
RESUMO: Resposta inflamatória e lesão axonal são importantes componentes da fisiopatologia de doenças<br />
neurodegenerativas agudas, como trauma cerebral e da medula espinhal e acidente vascular encefálico. No<br />
entanto, poucos estudos experimentais foram realizados para a elucidação dos padrões temporais destes dois<br />
eventos patológicos no mesmo modelo experimental. No presente estudo, avaliou-se a resposta inflamatória e<br />
lesão axonal após indução de lesão estriatal aguda por NMDA em ratos Wistar adultos. Para isso,<br />
microinjeções estereotáxicas de 80 nmol de NMDA foram utilizadas como agente indutor da lesão. Animais<br />
controle foram injetados com solução salina estéril. Animais injetados com NMDA e controle foram<br />
perfundidos com solução salina a 0.9 % e paraformaldeído a 4%, 1, 3 e 7 após a indução da lesão<br />
excitotóxica. Após microtomia, secções foram coradas pela técnica de hematoxilina & eosina para avaliação<br />
da área da lesão assim como realizada imunohistoquímica para neutrófilos (anti-MBS-1),<br />
macrófagos/micróglia ativados (anti-ED1) e lesão axonal (anti-p-APP). No tempo de sobrevida de 1 dia,<br />
observou-se intenso recrutamento neutrofílico, reduzindo-se em intensidade ao 3° dia. Neutrófilos não foram<br />
observados no tempo de sobrevida de 7 dias. Células ED1+ foram observadas 1 dia após a lesão primária,<br />
mas o número destas células aumentou consideravelmente entre 3 e 7 dias pós lesão, atingindo o pico<br />
máximo de recrutamento ao 7º dia. Axônios lesados foram observados com uma distribuição esparsa apenas<br />
7 dias após a injeção de NMDA. As células inflamatórias localizaram-se preferencialmente na SC, o que foi<br />
concomitante com a perda progressiva da mesma. Os resultados mostram uma correlação espacial entre o<br />
aumento do número de macrófagos/microglia ativados e axônios lesados em um tempo de sobrevida mais<br />
tardio após lesão estriatal aguda. Estudos futuros, utilizando técnicas de microscopia eletrônica, devem<br />
confirmar a presença de axônios lesados no parênquima estriatal no tempo de sobrevida observado no<br />
presente estudo.<br />
495<br />
RIBAS, Simone Augusta. Influência dos índices antropométricos na determinação do perfil lipídio em<br />
estudantes da rede de ensino pública e privada do município de Belém/Pará. 2006. 144 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Luiz Carlos Santana da Silva<br />
RESUMO: A existência da associação entre o excesso de peso em relação à altura e o aumento dos níveis da<br />
hipoproteína de baixa densidade (LDL) e diminuição dos níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL) tem<br />
sido tema de discussão em vários estudos envolvendo crianças e adolescentes. Tal situação pode conduzir em<br />
longo prazo, às doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e arteriosclerose, principais<br />
fatores de risco para doenças cardiovasculares. Objetivo: Investigar a influência do índice de massa corporal e<br />
da distribuição da gordura corporal no perfil lipídico (PL) em estudantes da rede de ensino pública e<br />
particular. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, prospectivo, sendo avaliados 874 escolares<br />
pareados por tipo de rede de ensino, na faixa etária entre 6 e 19 anos, divididos em 422 do sexo masculino e<br />
452 do sexo feminino. Para obtenção dos dados antropométricos foram mensurados peso e estatura, para o<br />
cálculo do índice de massa corporal (IMC); pregas cutâneas e perímetro do braço (PB) para o cálculo do<br />
percentual de gordura e da área de gordura do braço (AGB) e a circunferência da cintura (CC) para análise do<br />
padrão de distribuição da gordura. O PL foi composto pelo colesterol total (CT) e frações (LDL-c e HDL-c)<br />
e triglicerídeo (TG). Resultados: Quanto à prevalência, observou-se que 194 (22,2%) apresentaram IMC<br />
acima percentil 85, 258 (29,5%) percentual de gordura elevado, 92 (10,1%) CC acima do percentil 90 e<br />
81(9,3%) AGB acima do percentil 90. Quanto ao PL: 6,4% dos escolares apresentaram hipercolesterolemia,<br />
15,9% hipertrigliceredemia, 5,7% LDL - colesterol elevado e 28,1% HDL - colesterol baixo na amostra,<br />
constatando que 424 (48,5%) indivíduos apresentaram algum tipo de alteração do perfil lipídico. Ao verificar<br />
a associação dos índices antropométricos com as alterações do PL, observou-se que o IMC e o percentual de
315<br />
gordura foram consideradas as variáveis preditoras, sendo o primeiro, o melhor indicador para explicar<br />
qualquer alteração na lipidemia. Quanto à faixa etária, as crianças e os adolescentes da faixa de 10 a 12 anos<br />
foram os grupos etários que merecem destaque na investigação de outros fatores de risco, devido terem<br />
apresentado as maiores taxas de dislipidemia (64,5 e 51%). Conclusão: Esses achados demonstram a<br />
importância em se diagnosticar o mais cedo possível o perfil lipídico, principalmente se este já apresentar<br />
associação com outro fator de risco como a obesidade.<br />
496<br />
SANTANA, Maxwell Barbosa de. Efeitos do flutriafol sobre a liberação in vivo de dopamina no núcleo<br />
estriado de ratos: um estudo mediante microdiálise cerebral. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Lílian Rosana Ferreira Faro<br />
Co-orientador: Rafael Durán Barbosa<br />
RESUMO: O flutriafol é um pesticida da classe dos triazóis, cuja utilização na agricultura vem crescendo nos<br />
últimos anos por ser um eficiente substitutivo de outros fungicidas clássicos. A ação deste pesticida sobre o<br />
SNC é pouco conhecida, no entanto, quando se considera outros fungicidas na mesma classe, como o<br />
triadimefon, é descrito que este provoca hiperatividade e comportamentos esteriotipados em roedores, sendo<br />
estes efeitos associados a alterações na transmissão dopaminérgica no SNC. No presente trabalho, estudou-se<br />
os efeitos da administração de diferentes concentrações de flutriafol (1, 6,6, e 12 mM) sobre a liberação in vivo<br />
de dopamina e de seus metabólitos, ácido dihidroxifenilacético (DOPAC) e ácido homovanílico (HVA), no<br />
núcleo estriado de ratos, usando a técnica de microdiálise cerebral acoplada à Cromatografia Líquida de Alta<br />
Eficácia com detecção eletroquímica. A administração intraestriatal de 6,6 e 12 mM de flutriafol produziu<br />
aumentos significativos nos níveis extracelulares de dopamina (1223±305% e 3093±345%, em relação aos<br />
níveis basais, respectivamente), assim como de DOPAC e HVA. De acordo com estes resultados, o flutriafol<br />
poderia provocar aumentos nos níveis de dopamina extracelulares através de uma indução da liberação<br />
exocitótica ou de uma ação sobre o transportador de dopamina (DAT). Tendo em vista estas hipóteses,<br />
buscou-se comprovar o possível mecanismo de liberação de dopamina induzida pelo flutriafol, para tanto<br />
administrou-se 6,6 mM de flutriafol juntamente com TTX, meio Ringer sem cálcio ou sem sódio e meio com<br />
alta concentração de KCI. Quando o flutriafol foi administrado em um meio Ringer sem cálcio ou sem sódio,<br />
observou-se que os níveis extracelulares de dopamina reduziram-se 92% e 70%, respectivamente, em relação<br />
à liberação observada com a perfusão de flutriafol em meio Ringer normal. Do mesmo modo, observou-se<br />
que a perfusão intraestriatal de flutriafol em animais pré-tratados com TTX (10 µM) ou com reserpina (10<br />
mg/kg) produziu aumentos na liberação de dopamina que foram 73% e 86% menores, respectivamente, que<br />
aqueles observados em animais sem pré-tratamento. Em outro grupo experimental, investigou-se o possível<br />
envolvimento do DAT na liberação de dopamina induzida pelo flutriafol, através da administração de<br />
nomifensina, um bloqueador deste transportador, juntamente com flutriafol. Os resultados indicaram que os<br />
aumentos nos níveis de dopamina induzidos pelo flutriafol não dependem de uma ação deste pesticida sobre<br />
o DAT. Em conjunto, esses resultados sugerem que a liberação in vivo de dopamina estriatal induzida pelo<br />
flutriafol parece ser mediada por um mecanismo exocitótico, cálcio, sódio e TTX dependente, sendo este<br />
mecanismo independente do DAT.<br />
497<br />
SANTOS, Daniel Valle Vasconcelos. Propriedades eletrofisiológicas passivas e ativas de neurônios da<br />
camada I no córtex visual do rato. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Manoel da Silva Filho<br />
RESUMO: A camada I é a mais externa de todas as lâminas neocorticais. Suas principais características são a<br />
escassez neuronal quando comparadas com as outras camadas e a presença de neurônios GABAérgicas que,<br />
em última análise, ajudam a inibir e regular a complexa rede neural composta pelos buquês apicais de todos os<br />
neurônios piramidais que chegam de camadas mais profundas. Sua má formação está associada ao
316<br />
aparecimento de diversas patologias neurológicas e psiquiátricas em seres humanos. Neste estudo,<br />
procuramos descrever as propriedades passivas e ativas de membrana dos neurônios presentes nesta camada,<br />
assim como, analisar o efeito do potencial de membrana e da concentração de Ca +2 extracelular sobre as<br />
propriedades de disparo. Utilizamos a técnica de patch clamp em modo whole cell para registrar os disparos de<br />
244 células estimuladas por pulsos de corrente despolarizantes e hiperpolarizantes em fatias cerebrais da área<br />
17 de ratos Wistar com idades entre 14 e 21 dias. Nossos resultados indicam haver, pelo menos, seis padrões<br />
de disparos próprios de interneurônios. Três deles, até então, não haviam sido descritos na camada 1. São<br />
eles: células fast-spiking não acomodantes (fast-spiking clássicas); células regular-spiking non pyramidals; células<br />
apresentando períodos quiescentes (stuttering); células Iate-spiking; células low-threshold spiking e células com<br />
disparos característicos de células imaturas. Concluímos que as correntes de repolarização dos ec das células<br />
da camada 1 são dependentes tanto da tensão de membrana quanto da disponibilidade de Ca +2 extracelular,<br />
porém esta última parece não ser tão essencial sobre a geração dos PPHr, característicos de interneurônios<br />
corticais.<br />
498<br />
SANTOS, Emanoel Oliveira dos. Padrões de distribuição de heterocromatina e regiões organizadoras<br />
de nucléolos em “cascudos” (Siluriformes, Loricariidae) do rio Xingu. 2006. 99 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Edivaldo H. C. de Oliveira<br />
RESUMO: Três espécies de cascudos - Glyptoperichthys xinguensis, Pseudacanthicus sp., Scobinancistrus aureatus -<br />
pertencentes à família Loricariidae, do rio Xingu-PA, foram estudados citogeneticamente usando marcação<br />
convencional por Giemsa, bandeamento C, Ag – NOR e marcação DAPI. O número diplóide foi o mesmo<br />
nas espécies, com 2n=52. Contudo, algumas diferenças cromossômicas puderam ser identificadas. Nenhum<br />
heteromorfismo cromossômico sexual foi identificado. Blocos de heterocromatina constitutiva apresentaram<br />
uma distribuição similar entre as espécies, nas regiões pericentroméricas e nas regiões distais nos braços<br />
longos de alguns pares. Alguns desses blocos foram marcados pelo DAPI, indicando riqueza de bases A-T.<br />
Ag-NOR foi encontrada no braço longo de um par subtelocêntrico e subtelo/acrocêntrico, exceto em<br />
Glyptoperichthys xinguensis na qual a marcação Ag-NOR foi num par submetacêntrico. Os resultados<br />
demonstraram que essas espécies, possuindo número diplóide similar, algumas diferenças cromossômicas<br />
poderiam ser usadas em sua identificação.<br />
499<br />
SOUZA, Renata Duarte de. Resposta inflamatória aguda, lesão axonal e desmielinização após<br />
isquemia focal experimental no estriado de ratos adultos. 2006. 86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa<br />
de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Wallace Gomes Leal<br />
RESUMO: Durante doenças neurodegenerativas agudas e crônicas, uma cascata de eventos patológicos que<br />
inclui resposta inflamatória, excitotoxicidade e estresse oxidativo, induz perda tecidual secundária, tanto na<br />
substância cinzenta quanto na branca. Lesão axonal e desmielinização são alterações histopatológicas<br />
importantes da fisiopatologia destas doenças. Apesar disso, poucos estudos têm investigado estes eventos<br />
ocorridos após lesão isquêmica do sistema nervoso central (SNC). Nesta dissertação, descrevemos os padrões<br />
de resposta inflamatória aguda, de lesão axonal e da bainha de miellina, após lesão isquêmica focal induzida<br />
por microinjeções de 10 pmoles de endotelina-1, no estriado de ratos adultos. Os animais foram perfundidos<br />
nos tempos de sobrevida 1,3 e 7 dias após as referidas injeções. Secções de 20 µm obtidas foram coradas pela<br />
hematoxilina e marcadas por imunohistoquímica para neutrófilos (anti-MBS-1), macrófagos/microglia<br />
ativados (anti-ED1), lesão axonal (antißAPP) e mielina (anti-MBP). Foram realizadas contagens dos números<br />
de neutrófilos e macrófagos nos tempos de sobrevida especificados, bem como, as comparações entre os<br />
grupos foram feitas por análise de variância com correção de Tukey, considerando-se como nível de variância<br />
P< 005. Houve recrutamento de neutrófilos e macrófagos para o parênquima estriatal, tanto para o sítio de
317<br />
injeção de endotelina-1 como para regiões circunjacentes. O pico máximo de recrutamento de neutrófilos<br />
ocorreu no primeiro dia pós-lesão, diminuindo nos tempos de sobrevida subseqüentes. Macrófagos ativados<br />
foram evidenciados no estriado isquêmico a partir do primeiro dia pós-lesão, mas o recrutamento máximo<br />
destas células inflamatórias ocorreu entre 3 e 7 dias. Danos progressivos à bainha de mielina nos tratos de<br />
substância branca foram observados principalmente nos tempos de sobrevida mais tardios. Não foi<br />
encontrada lesão axonal em nenhum dos tempos de sobrevida avaliados. Os resultados da presente<br />
dissertação sugerem que a inflamação aguda e a desmielinização progressiva, mas não a lesão ao cilindro<br />
axonal, são importantes componentes da lesão isquêmica estriatal aguda.<br />
2007<br />
500<br />
CABRAL, André dos Santos. Análise comparativa das propriedades eletrofisiológicas passivas e ativas<br />
de células piramidais das camadas corticais do córtex visual do rato. 2007. 146 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Manoel da Silva Filho<br />
RESUMO: Os neurônios piramidais contribuem com aproximadamente 85% das células do córtex cerebral<br />
do rato. São células excitatórias espinhosas as quais participam tanto de conexões locais como a distância,<br />
sendo responsáveis por grande parte do processamento cortical. Neste trabalho, realizou-se uma análise<br />
quantitativa e comparativa da eletrofisiologia básica de 92 células piramidais distribuídas nas camadas II/III,<br />
IV, V e VI do córtex visual primário do rato, de animais na faixa etária de 14 a 17 dias pós-natal, utilizando a<br />
técnica de Patch-clamp na configuração whole-cell através da fixação da corrente da membrana plasmática. O<br />
objetivo principal foi obter dados de normalidade para essas características. Para tanto, aferiu-se os valores<br />
das propriedades passivas como potencial de repouso da membrana plasmática, resistência de entrada e<br />
constante de tempo, bem como das propriedades de disparo tais como, limiar de disparo, amplitude do<br />
potencial de ação, tempo na metade da amplitude do potencial de ação, tempo de despolarização, tempo de<br />
repolarização e freqüência de disparo. Observou-se que tais características são bastante heterogêneas variando<br />
de uma camada para outra, e em alguns casos, essa variação ocorre dentro da mesma camada. Alguns<br />
trabalhos aportam que essa variação deve-se provavelmente as diferenças morfológicas existentes neste grupo<br />
de células, tanto na mesma camada quanto em camadas diferentes. A característica comum dessas células é a<br />
forma de resposta a qual se caracteriza por um aumento da freqüência de disparo no primeiro intervalo em<br />
função do aumento da corrente de estímulo, a qual decai nos períodos subseqüentes. Os dados aqui<br />
mostrados estão de acordo com a literatura pesquisada que utilizaram semelhante metodologia.<br />
501<br />
PEIXOTO, Marília Sakamoto. Fatores de risco ao infarto agudo do miocárdio, em ratos submetidos à<br />
associação de etanol e/ou metilmercúrio. 2007. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2007.<br />
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira<br />
RESUMO: O infarto do miocárdio tem o alcoolismo crônico como um dos fatores de risco, no entanto,<br />
vários trabalhos têm mostrado que o consumo de doses moderadas de álcool, em especial o etanol (EtOH),<br />
pode ser útil na prevenção de eventos cardiovasculares. O metilmercúrio (MeHg), ao contrário, tem sido<br />
associado ao infarto do miocárdio. Entretanto, a associação entre essas duas substâncias necessita ser<br />
considerada para futuras investigações. Nosso objetivo, portanto, foi avaliar as alterações bioquímicas de<br />
animais adultos expostos ao EtOH e/ou MeHg durante a vida intra-uterina, como fatores de risco para o<br />
infarto agudo do miocárdio. Ratas Wistar, grávidas (n=12), foram divididas em 04 grupos, sendo que dois<br />
receberam 6,5 g/kg de álcool (22,5% p/v, v.o.) por 21 dias, e mais 21 dias pós-desmame. Os dois outros
318<br />
grupos receberam água de torneira. O MeHg foi administrado em um dos grupos de EtOH e em grupo<br />
controle, em dose única de 8 mg/kg (v.o.) no 15°. Dia. Ao atingir 3 meses, os machos das proles, em jejum<br />
de 6h, passaram por atividade física exaustiva de natação, por no mínimo 50 min, em piscina redonda com<br />
água a temperatura ambiente. A seguir, os animais foram anestesiados com quetamina e sacrificados. O<br />
sangue foi retirado para análise bioquímica (CPK, CK-mB, DHL, glicose, colesterol e frações, triglicerídios,<br />
GGT, TGO, TGP, uréia e creatinina), verificando-se aumentos significativos (p 0,05) entre as células analisadas. Os valores encontrados para as<br />
variáveis foram semelhantes com os dados da literatura.<br />
503<br />
SILVA, Joanilson Guimarães. Estudo dos efeitos neuroprotetores da minociclina nos padrões de<br />
ativação, degeneração glial e desmielinização no estriado e cápsula interna de ratos adultos<br />
submetidos à lesão excitotóxica. 2007. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.<br />
Orientador: Wallace Gomes Leal<br />
RESUMO: Estudos recentes sugerem que processos degenerativos na substância branca são fatores<br />
importantes para o surgimento de déficits funcionais durante doenças neurogenerativas agudas, incluindo<br />
lesão aguda da medula espinhal e acidente vascular encefálico. Demonstrou-se experimentalmente que a<br />
tetracilina sintética minociclina possui efeitos neuroprotetores nestas condições patológicas, os quais são<br />
associados à sua propriedade antiinflamatória através da inibição da resposta microglial e do bloqueio da<br />
ativação de enzimas pró-inflamatórias. No presente estudo, investigamos os efeitos neuroprotetores da<br />
minociclina sobre componentes da substância branca após lesão excitotóxica induzida por microinjeções de<br />
N-metil-d-aspartato (NMDA) no estriado de ratos adultos. Os animais foram profundamente anestesiados e<br />
injetados com 80 nmol de NMDA. Minociclina (90 mg/kg) ou solução salina estéril foi administrada (i.p) 2<br />
horas após a injeção do neurotóxico, seguida de administrações suplementares (45mg/kg) em intervalos de 12
319<br />
horas durante dois dias. Os animais foram perfundidos após os tempos de sobrevida de 1, 3 e 7 dias.<br />
Realizou-se análise histopatológica básica em secções coradas com hematoxilina ou violeta de cresila.<br />
Avaliou-se por imunohistoquímica os padrões de astrocitose (anti-GFAP), de ativação microglial/macrofágica<br />
(anti-ED1), comprometimendo da bainha de mielina (anti-MBP), degeneração de oligodendrócitos (anti-<br />
TAU-1) e apoptose (anti-caspase 3) através de imunocitoquímica. Microinjeções de NMDA induziram perda<br />
tecidual progressiva no parênquima estriatal, concomitante com ativação microglial/macrofágica e astrocitose.<br />
Uma perda significativa de oligodendrócitos (células TAU-1+) foi observada 3 dias após a lesão excitotóxica.<br />
Estas células gliais foram imunopositivas para caspase-3, evidenciando a participação de mecanismos<br />
apoptóticos relacionados a este processo degenerativo. Houve perda de reatividade para proteína básica de<br />
mielina (MBP) entre três e 7 dias pós-lesão . O tratamento com minociclina inibiu significativamente (P
320
321
322
2004<br />
323<br />
505<br />
BORGES, Sérgio Henrique. Avifauna do Parque Nacional do Jaú: um estudo integrado em biogeografia,<br />
ecologia de paisagens e conservação. 2004. 284 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Vários estudos de comunidades biológicas enfatizam a importância de fatores ecológicos<br />
operando em escalas locais. Estudos mais recentes têm desafiado esta tendência, ao valorizar processos<br />
operando em escalas regionais e incorporando a importância de eventos históricos únicos estruturando<br />
comunidades específicas. É necessário adotar uma abordagem multidisciplinar e de larga escala na<br />
investigação da diversidade biológica. A avifauna da Amazônia está entre as mais ricas em espécies do mundo.<br />
Parte dessa diversidade é explicada por padrões de distribuição entre habitats - (beta-diversidade).<br />
Comparações de riqueza de espécies de aves ocupando habitats similares (alfa-diversidade) sugerem que as<br />
espécies tropicais usam o espaço ecológico em regiões temperadas. Além disso, várias espécies tropicais<br />
exploram nichos ecológicos únicos. Entre os mecanismos hipotéticos responsáveis pela especiação de aves na<br />
Amazônia estão aqueles que enfatizam: a) a importância dos rios como barreiras biogeográficas, b) a suposta<br />
existência de refúgios florestais no Pleistoceno, c) a especiação ocorrendo ao longo de gradientes ecológicos,<br />
d) eventos geológicos como incursões marinhas ou eventos tectônicos, o corridos durante o Mioceno. Os<br />
estudos ornitológicos assumem papel fundamental na elaboração de estratégias de conservação da<br />
biodiversidade amazônica, principalmente na identificação de áreas prioritárias para conservação. Entre as<br />
prioridades de pesquisas ornitológicas para a Amazônia estão: a) revisões taxonômicas e estudos sistemáticos<br />
que auxiliem na delimitação mais refinada da unidade básica da biodiversidade (espécies), b) testes rigorosos<br />
das hipóteses biogeográficas já propostas, o que requer a expansão de coletas de aves e a incorporação de<br />
metodologias modernas, como a sistemática molecular e sistemas de informações geográficas, c) estudos<br />
ecológicos de escala regional que incorporem a importância da diversidade entre habitats para a estruturação<br />
de comunidades locais, d) estudos de pequena e larga escala investigando os efeitos de atividades<br />
antropogênicas sobre a diversidade de aves e outros organismos. O objetivo geral desse estudo é analisar a<br />
diversidade de aves de uma região específica da Amazônia - o Parque Nacional do Jaú - sob estas perspectivas<br />
distintas e complementares.<br />
2005<br />
506<br />
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto. Aves da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Brasil: composição,<br />
distribuição ecológica e efeitos da exploração madeireira de baixo impacto. 2005. 246 f. Tese (Doutorado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: Uma comunidade de aves de sub-bosque foi estudada em floresta de terra firme na Floresta<br />
Nacional do Tapajós. Como resultado, a avifauna é caracterizada do ponto de vista ecológico e é apresentada<br />
a lista taxonômica das espécies registradas com dados sobre habitat, microhabitat, abundância, sociabilidade<br />
intraespecífica e interespecífica e a dieta de cada espécie. Também foi investigado: 1) a contribuição das<br />
clareiras naturais para a diversidade de aves de sub-bosque; 2) o efeito da exploração madeireira de baixo<br />
impacto sobre a comunidade de aves de sub-bosque com amostragens antes e depois da exploração; 3) e o<br />
efeito da exploração madeireira de baixo impacto em clareira e em sub-bosque. As análises são baseadas em
324<br />
dados quantitativos obtidos com o uso de redes de captura ao longo de cinco anos e desenvolvidas no nível<br />
das espécies e de guildas.<br />
507<br />
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas. Avifauna do estado de Roraima: biogeografia e conservação. 2005. 589 f.<br />
Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Apresenta uma lista comentada e atualizada da avifauna do Estado de Roraima. Primeiro,<br />
apresenta-se uma caracterização de Roraima. Segundo, apresenta-se um histórico completo da exploração<br />
ornitológica do Estado. Terceiro, define-se como a lista foi preparada e os critérios utilizados. Por fim,<br />
apresenta-se uma lista comentada de todas as espécies registradas para Roraima até hoje. Para a confecção da<br />
lista de espécies do estado, utilizamos três procedimentos básicos: análise bibliográfica, estudo de espécimens<br />
em museus e trabalhos de campo. Como resultados foram registradas 736 espécies de aves para Roraima.<br />
Estas espécies estão distribuídas em 72 famílias e 22 ordens. Os Paleognathae possuem 08 espécies e os<br />
Neognathae possuem 728 espécies. Os Passeriformes possuem 418 espécies, sendo 258 espécies da subordem<br />
Tyranni e 116 da subordem Passeres. Vinte e sete espécies são listadas pela primeira vez para Roraima. A<br />
grande maioria das espécies em Roraima (705) é residente. Trinta e uma espécies são migratórias. Destas, 30<br />
são migrantes regulares e apenas uma, Stercorarius parasiticus, parece ser acidental. Entre as espécies migratórias<br />
regulares, 3 espécies (10%) são migrantes austrais e 28 (90%) migram da região neártica. Dentre as aves<br />
registradas em Roraima, nenhuma está citada na Lista Oficial Brasileira de Animais Ameaçados de Extinção.<br />
Entretanto, duas espécies são consideradas como globalmente ameaçadas segundo os critérios da IUCN,<br />
sendo uma classificada como vulnerável (Synallaxis kollari) e outra como em perigo (Cercomacra carbonaria). O<br />
registro de 736 espécies de aves supera todas as estimativas anteriores para a avifauna de Roraima e<br />
representa cerca de 57% de todas as espécies de aves encontradas na Amazônia. O número de espécies de<br />
aves registradas no estado de Roraima certamente sofrerá acréscimos com a realização de novos estudos<br />
ornitológicos, caso estes sejam direcionados principalmente para algumas áreas pouco amostradas.<br />
2006<br />
508<br />
CORRÊA, Honorly Kátia Mestre. Ecologia de dois grupos de sagüis-brancos, Mico argentatus<br />
(Linnaeus 1771) em um fragmento florestal natural, Santarém-Pará. 2006. 148 f. Tese (Doutorado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientadora: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Apresenta os resultados de um estudo de longo-prazo sobre ecologia e comportamento de dois<br />
grupos silvestres de Mico argentalus em um fragmento florestal natural, isolado por uma matriz de vegetação<br />
de savana, na região de Alter do Chão, Amazônia central. Os grupos, denominados Cm1 e Cm2 foram<br />
habituados e monitorados durante 12 meses em 2000 e quatro meses em 2001 (Cm1) e sete meses em 2000 e<br />
três meses em 2001 (Cm2). Análises de variação temporal envolveram três períodos sazonais distintos<br />
(Chuvosa-Início. Chuvosa-Final e Seca) em 2000, e a comparação longitudinal dos meses julho e setembro<br />
em 2000-2001. Análises das relações entre as variáveis ecológicas (abundância de principais recursos: frutos e<br />
insetos) e os padrões ecológicos e comportamentais entre os grupos foram estabelecidos. Os grupos<br />
apresentaram composições e tamanhos diferentes, que variaram entre 4-8 e 8-11 membros, em Cm1 e Cm2,<br />
respectivamente. Os dados quantitativos foram coletados utilizando-se a amostragem de varredura<br />
instantânea com amostras de um minuto de duração a cada intervalo de cinco minutos, durante todo o<br />
período de atividade diária do grupo. Os resultados mostraram que ambos os grupos gastam mais da metade
325<br />
do tempo em forrageio e alimentação. A dieta foi constituída de frutos, néctar, gomas e presa animal<br />
(invertebrados, principalmente ortópteros, formicídeos e coleópteros, além de lagartos e anfíbios). O<br />
tamanho total da área dos grupos Cm1 e Cm2 em 2000 foram respectivamente, 11,5 ha e 14,6 ha. As<br />
comparações sazonais mostraram uma similaridade entre grupos na alocação sistemática de mais tempo ao<br />
comportamento de forrageio e alimentação na medida em que os recursos não gomíferos se tornavam mais<br />
escassos. Já a análise longitudinal, além de apresentar uma redução de 30% na precipitação em 2001, mostrou<br />
uma mudança considerável na composição e distribuição espacial dos dois grupos. Assim, diferentes aspectos<br />
da comparação entre grupos pareceram refletir a influência destes diferentes fatores, com padrões opostos<br />
nos dois grupos. O aspecto geral mais importante parece ter sido o registro de padrões bem diferentes, além<br />
de similaridades importantes em grupos que ocupam quase o mesmo espaço, e a variabilidade das condições<br />
do habitat entre as estações e entre os anos. As estratégias comportamentais identificadas pareceram ser<br />
reflexo, tanto da variabilidade e flexibilidade comportamental, já conhecidas para os calitnquídeos, como de<br />
condições ecológicas impostas pela variabilidade na disponibilidade dos recursos num fragmento reduzido.<br />
509<br />
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis. Ecologia, pesca e conservação dos peixes na Floresta Nacional<br />
de Caxiuanã (Municípios de Melgaço e Portel – Pará – Brasil). 2006. 205 f. Tese (Doutorado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
Co-orientador: Wolmar Benjamin Wosiacki<br />
RESUMO: Apresenta e analisa aspectos sinecológicos e autoecológicos da ictiofauna da Floresta Nacional de<br />
Caxiuanã, descrevendo os padrões de uso desses recursos pelas comunidades ribeirinhas e pela pesca<br />
comercial da região. Os aspectos ecológicos foram analisados com base em coletas experimentais seguidas de<br />
análises de rotina para caracterização da estrutura de comunidade, bem como para análises de estrutura<br />
populacional e ecologia alimentar de quatro espécies da família Auchenipteridae. Os dados sobre a pesca foram<br />
obtidos por meio de entrevistas com comunitários e pescadores locais. Dentre os sistemas hídricos da região<br />
de Caxiuanã, podemos distinguir dois tipos de ambientes, os rios (Caxiuanã, Pracupi, Cariatuba e igarapé<br />
Caquajó) e as baías (dos Botos e de Caxiuanã). As baías apresentaram maior diversidade, riqueza e biomassa,<br />
além de um número elevado de espécies exclusivas, quando comparadas com os rios. Acredita-se que tais<br />
valores estão relacionados com a maior complexidade ambiental e a maior extensão das áreas ripárias<br />
(interface terra-água), quando comparadas com os rios. Devido à sua localização, a região recebe tanto a<br />
influência da maré quanto da oscilação sazonal da vazão do rio Anapu, porém ambas com intensidade<br />
bastante reduzida. Este fato explica a aparente ausência de diferenças estruturais nas comunidades de peixes<br />
da região de Caxiuanã entre os períodos de cheia e de seca. Além disso, a pequena variação temporal nas<br />
características ambientais, parece resultar em uma diminuição no aporte de alimento e no fornecimento de<br />
abrigo para a ictiofauna. Os aspectos autoecológicos de quatro espécies de cachorro-de-padre<br />
(Auchenipter/chthys longimanus, Auchenipterus nuchalis, Parauclienipterus sp. e Tatia intermédia) (Auchenipteridae)<br />
indicam padrões distintos, demonstrando muitas vezes variações espaciais e temporais na sua estrutura<br />
populacional e na alimentação. Dentre as variações temporais mais marcantes estão aquelas relacionadas à<br />
alimentação das espécies, como os índices de importância alimentar e de repleção. Muitas vezes a atividade<br />
alimentar está relacionada à disponibilidade e localização do recurso. Verificou-se que os recursos pesqueiros<br />
encontram-se, de maneira geral, pouco explorados na região, uma vez que a pesca exclusivamente de<br />
subsistência. As baías dos Botos e de Caxiuanã representam os locais onde ocorre a pesca comercial com uma<br />
pequena exploração dos recursos. Nestas áreas, observam-se pescadores comerciais “bate-vara”, vindo de<br />
áreas adjacentes, que muitas vezes ocasionam conflitos locais, principalmente por posse do recurso.
326<br />
510<br />
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço. Atividades repelente e inseticida de óleos essenciais de Piper spp<br />
Linnaeus da Amazônia em Anopheles marajoara Galvão e Damasceno, Stegomyia aegypti Linnaeus<br />
(Díptera:Culicidae) e Solenopsis saevissima Fr. Smith (Hymenoptera:Formicidae). 2006. 246 f. Tese<br />
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Ana Yoshi Harada<br />
RESUMO: O controle de mosquitos e formigas tem sido realizado, durante décadas, no mundo, usando<br />
inseticidas químicos sintéticos primariamente organoclorados e secundariamente organofosforados e<br />
piretróides. Estes inseticidas causam impacto negativo ao meio ambiente, danos à saúde humana e por<br />
pressão seletiva, a evolução de populações resistentes. O ressurgimento das pesquisas com derivados vegetais<br />
ocorreu, em razão da necessidade de novos compostos bioracionais, que possibilitem o controle de pragas,<br />
sem maiores danos para o homem e o ambiente. Este estudo visou avaliar as atividades inseticida e repelente<br />
de óleos essenciais de Piper aduncumn L, P. marginatum Jacq var. anisatum Kunth C.DC. P. marginatum Jacq var.<br />
marginatum, P. divaricatum G. Mey e P. calosum Ruiz e Pav em Anopheles marajoara . Stegomyia uegypti e em<br />
operárias de Solenopsis saevissima, em laboratório. Os métodos utilizados nos ensaios biológicos seguiram os<br />
protocolos padrões, consultados em estudos similares. Os óleos essenciais das cinco espécies de Piper<br />
produziram mortalidade média acima de 50% nas espécies de insetos testadas. As estimativas das<br />
concentrações letais (CL 50, CL 90 e CL 95) determinadas para todos os óleos sugerem que o maior potencial<br />
inseticida foi produzido pelo óleo de P. aduncum e o menor pelo óleo de P. callossum . Nos testes de avaliação<br />
da atividade repelente as estimativas das dosagens efetivas (ED 50. ED 90 e ED 95) apontam o óleo de P.<br />
aduncum como o mais ativo e o de Piper callosum como o de menor proteção contra picadas dos mosquitos.<br />
Com este estudo, espera-se contribuir para o desenvolvimento de métodos de controle de baixo custo, não<br />
tóxicos para humanos e animais, adaptados à realidade regional e obter elevado grau de aceitação e aplicações<br />
futuras pela comunidade.<br />
511<br />
SOUZA, Luciane Lopes de. Ecologia das florestas do baixo Japurá, Amazonas, Brasil. 2006. 335 f. Tese<br />
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Os padrões de riqueza, diversidade, composição e abundância de espécies foram analisados em<br />
dois hectares de terra firme, três de igapó e quatro de florestas de várzea no Baixo Japurá. Embora a riqueza<br />
florística por meio da técnica de rarefação, tenha se mostrado maior na terra firme, sítios de várzea e igapó<br />
foram mais diversos do que os de terra firme, segundo o índice de Simpson (1-D) e de Shannon-Weaver (H’).<br />
Por outro lado, um sítio de igapó e outro de várzea foram os mais pobres e menos diversos em relação aos<br />
demais. As florestas do baixo Japurá foram dominadas por poucas espécies de alta densidade e por uma<br />
maioria de espécies raras. A composição florística variou entre os ambientes estudados, especialmente nas<br />
florestas inundáveis de várzea. Myristicaceae e Lecythidaceae foram as famílias mais abundantes na terra firme,<br />
Sapotaceae e Fabaceae no igapó, e Annonaceae, Apocynaceae, Euphorbiaceae e Urticaceae na várzea. Eschweilera coriacea<br />
(Fabaceae) e Pouteria elegans (Sapotaceae) foram as espécies mais importantes na terra firme e igapó,<br />
respectivamente, enquanto que na várzea Malouetia lama quarina (Apocynaceae) foi a mais abundante na restinga<br />
alta, Plerocarpus amazonicus (Fabaceae) na restinga baixa e Cecropia laiiloba (Urticaceae) no chavascal. A similaridade<br />
foi maior entre sítios do mesmo ambiente do que entre ambientes distintos, com exceção de alguns sítios de<br />
várzea que são mais similares a outros ambientes. Estima-se que 43% das diferenças observadas na<br />
composição florística entre os sítios podem ser explicadas pela distância geográfica. No geral, os resultados<br />
revelam que os padrões de riqueza e diversidade no baixo Japurá foram distintos de outras áreas amazônicas,<br />
diferentemente do que ocorreu com os padrões de abundância, contudo os ambientes aluviais foram mais<br />
similares entre si floristicamente do que com florestas de terra firme.
327
328
1997<br />
329<br />
512<br />
SOUZA, Suely Basílio de. Dimorfismo sexual quanto ao tamanho em três espécies de sabiás<br />
amazônicos (aves passeriformes: turdidae). 1997. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em<br />
Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 1997.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Três espécies de sabiás se substituem ecologicamente nas florestas primárias e secundárias na<br />
Amazônia Oriental: Turdus albicollis, T. fumigatus e T. leucomelas. Estas três espécies são monocromáticas, isto é,<br />
machos e fêmeas possuem plumagem semelhante. O que não se conhecia é se estas espécies são também<br />
monomórficas, isto é, se machos e fêmeas possuem tamanho igual. Estudos nas florestas mexicanas indicam<br />
que algumas aves monocromáticas Neotropicais são de fato cripticamente dimórficas, ou seja, machos e<br />
fêmeas diferem estatisticamente em tamanho quando técnicas estatísticas apropriadas são usadas. Este<br />
trabalho teve três objetivos principais: (a) avaliar o padrão de dimorfismo sexual quanto ao tamanho em T.<br />
albicollis phaeopygus, T. fumigatus fumigatus e T. leucomelas albiventer; (b) contribuir para o estudo do dimorfismo<br />
sexual quanto ao tamanho em aves monocromáticas Neotropicais e (c) fornecer subsídios para o estudo<br />
ecológico-evolutivo do gênero Turdus, em particular, e da família Turdidae, em geral. A hipótese de trabalho<br />
era que as três espécies de Turdus analisadas seriam cripticamente dimórficas, tais como os outros<br />
passeriformes florestais estudados nas florestas mexicanas. Concluiu-se que das três espécies estudadas, duas<br />
são monomórficas (T. f. fumigatus e T. a. phaeopygus) e uma é cripticamente dimórfica (T. l. albiventer). Na única<br />
espécie cripticamente dimórfica, machos diferem significativamente das fêmeas quanto ao comprimento da<br />
asa, cauda, tarso e unha do quarto dedo. Mesmo assim, a função linear discriminante gerada, não permite uma<br />
sexagem segura dos espécimes. A razão de as três espécies de Turdus mostrarem-se monomórficas ou<br />
cripticamente dimórficas talvez esteja associada ao seu comportamento pré-reprodutivo. Durante o período<br />
de acasalamento, a vocalização seria um instrumento mais importante de atração de fêmeas e determinação<br />
do território do que a plumagem ou o tamanho. Assim, existiria forte pressão seletiva sobre a vocalização dos<br />
machos e fraca ou inexistente pressão seletiva sobre o tamanho do corpo. Sugere-se a realização de mais<br />
estudos de dimorfismo sexual em outras espécies de Turdus e de análise filogenética deste gênero, para se<br />
esclarecer a evolução dos padrões de dimorfismo sexual em sabiás.<br />
1998<br />
513<br />
GIESE, Elane Guerreiro. Origem e desenvolvimento do revestimento tegumentar no bacu-pedra,<br />
Lithodoras dorsalis (Valenciennes 1840) (Siluriformes, Doradidae). 1998. 59 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Lithodoras dorsalis, vulgarmente conhecido como bacu-pedra, é uma espécie de peixe da família<br />
Doradidae, que se caracteriza pela presença de um escudo lateral discoidal, formado por placas ósseas,<br />
sobreposto à linha lateral. Diferentemente dos doradídeos, descritos anteriormente por outros autores, L.<br />
dorsalis apresenta como peculiaridade uma propriedade de hiperossificação dérmica, da qual resulta em uma<br />
forte carapaça óssea, principalmente nos indivíduos adultos. Este trabalho tem como objetivo descrever a<br />
origem e formação dessa carapaça óssea, bem como correlacionar este carácter com o crescimento e<br />
maturação sexual da espécie. Durante o período de um ano, coletaram-se 320 espécimes, dos quais foram<br />
obtidas lâminas histológicas de cortes de pele e de gônadas. Os cortes foram analisados e classificados<br />
segundo o grau de ossificação, com o propósito de correlacioná-los com os períodos de maturação sexual.<br />
Através da análise dos tamanhos e estádios de maturidade tiraram-se conclusões sobre as estratégias de<br />
migração reprodutiva, que parece iniciar juntamente com a estação das chuvas, no mês de dezembro, e
330<br />
ocorrer a partir do estuário, à jusante, em direção ao interior. O ambiente estuarino parece ter importante<br />
função de criatório da espécie, pois grande quantidade de indivíduos jovens foram ali capturados.<br />
Comprovou-se também que o desenvolvimento da propriedade hiperossificante está relacionado ao<br />
crescimento e envelhecimento dos indivíduos dessa espécie. Indivíduos maiores possuem uma grande<br />
quantidade de placas, dando-lhe o aspecto pétreo conferido à espécie.<br />
514<br />
IWANAGA, Simone. Atelíneos (Primates, Atelidae) do Estado de Rondônia: distribuição, abundância,<br />
ecologia e status de conservação. 1998. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: O Estado de Rondônia abriga representantes dos três gêneros amazônicos da subfamília Atelinae<br />
(Primates, Platyrrhini): Alouatta seniculus, Ateles belzebuth chamek e Lagothrix lagothricha cana. Neste estudo, a<br />
abundância local dos três atelineos foi estimada em 32 sítios do Estado com base em levantamentos de<br />
transecção linear e sua distribuição geográfica foi redefinida por observações diretas durante os<br />
levantamentos quantitativos, entrevistas com moradores e a investigação de 3 sítios adicionais. Aspectos<br />
básicos do comportamento de grupos sintópicos dos três gêneros de atelineos foram registrados em um dos<br />
sítios. Os resultados confirmam a ampla distribuição de A. b. chamek, diminuem a área de distribuição<br />
conhecida para L.I. cana, e reforçam a descontinuidade na distribuição de A. seniculus (provavelmente<br />
relacionada à exploração de habitats específicos) e a ocorrência de um quarto táxon (Alouatta caraya) no<br />
Estado. Mostram que em sítios sintópicos, L.l. cana tende a ser mais abundante à A.b. chamek ou A. seniculus e<br />
que as contagens grupais obtidas durante os levantamentos podem fornecer médias de tamanho grupal<br />
subestimadas para o cálculo de estimativas de densidade, em função de pequenas amostras, comportamento<br />
das espécies e sazonalidade. Não foram obtidos dados conclusivos sobre sobreposição de nichos entre<br />
atelineos sintópicos, mas aparentemente, A.b. chamek e L.l. cana têm a mesma preferência por frutos macios,<br />
sendo que L.l. cana é capaz de explorar frutos com maior grau de dureza se comparada à A.b. chamek.<br />
Também indicaram que L.l. cana e A.b. chamek podem ser relativamente tolerantes, pelo menos a curto prazo,<br />
aos efeitos de colonização no Estado, já que estas espécies mostraram-se abundantes mesmo em fragmentos<br />
de mata e parecem sofrer menos a pressão de caça em comparação com outros sítios da Amazônia.<br />
1999<br />
515<br />
BERNARDI, José Antônio Renan. Composição e diversidade de espécies da anurofauna da Estação<br />
Científica Ferreira Penna, Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil. 1999. 64 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: Compara a composição da anurofauna dos 4 principais habitats (mata de terra firme, capoeira,<br />
igapó e vegetação aquática) existentes nas áreas de dois igarapés de água preta (igarapé Arauá e Laranjal),<br />
pertencentes à Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), localizada na Floresta Nacional de Caxiunã<br />
(FLONA de Caxiuanã), Pará, Brasil. As amostragens nas duas áreas foram feitas através de transectos<br />
medindo 850m de comprimento por 10m de largura. As duas áreas dos igarapés foram amestradas nos quatro<br />
períodos do ano relacionados à precipitação (período de transição chuva/seca, seca, transição seca/chuva e<br />
chuva). Para a comparação entre as áreas e entre os habitats foram utilizados os índices de diversidade de<br />
Shannon-Weiner e índice de similaridade de Jaccard. No total das amostragens, foram registrados 924<br />
indivíduos pertencentes a 29 espécies, distribuídas em 15 gêneros e 5 famílias. Quanto aos habitats, a mata de<br />
terra firme apresentou maior diversidade. O número de espécies registradas foi maior no período de chuvas.<br />
Este estudo associado aos estudos de Ávila-Pires e Hoogmoed (1997) contabilizam 41 espécies de anuros
331<br />
para a região, um número muito alto para Amazônia oriental, reforçando a hipótese de que a baixa<br />
diversidade de espécies de anuros normalmente associada a esta região possa ser fruto do baixo número de<br />
inventários realizados até o presente.<br />
516<br />
CAMARGO-ZORRO, Maurício. Biologia e estrutura populacional das espécies da família Sciaenidae<br />
(Pisces: Perciformes) no estuário do rio Caeté, Município de Bragança, Pará-Brasil. 1999. 87 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: O estudo estima a biomassa média e caracteriza a distribuição espaço-temporal dos peixes da<br />
família Sciaenidae no estuário do rio Caeté, no litoral norte do Brasil, com ênfase nas espécies Stellifer rastrifer,<br />
Stellifer naso, Macrodon ancylodon e Cynoscion microlepidotus. Estimam-se parâmetros biológicos como a idade da<br />
primeira maturação sexual (L50), os períodos de desova, a relação peso-comprimento, hábitos alimentares, a<br />
sobreposição das dietas, o consumo médio de alimento por unidade de peso (Q/B), bem como a estrutura e<br />
dinâmica populacional. Para tal, durante o período outubro de 1996 a agosto de 1997, foram feitas 6 coletas<br />
bimensais, no estuário do rio Caeté. Onze espécies de peixes da família Sciaenidae foram coletadas. A biomassa<br />
média da família Sciaenidae foi de 0,840g/m 2 . A distribuição espacial da biomassa no sistema foi relacionada<br />
com a dinâmica de recrutamento e reprodução das espécies. Assim, os juvenis das espécies S. rastrifer, S. naso e<br />
M. ancylodon distribuíram-se nas áreas mais internas do estuário e os adultos nas áreas externas, com maiores<br />
teores de salinidade. Os valores de L50 foram estimados em 10cm, 10,7cm e 21,5cm, respectivamente. Foram<br />
determinados para essas três espécies dois períodos anuais de reprodução, que definiram dois períodos de<br />
recrutamento, cada corte apresentando diferentes parâmetros de crescimento. As relações peso-comprimento<br />
foram do tipo alométrico positivas, sem mostrar diferenças significativas entre sexos. Foi achada uma<br />
mudança na composição da dieta relacionada com o tamanho da espécie. Assim o zooplâncton foi comum<br />
nos indivíduos jovens, para ser substituído por juvenis de crustáceos decápodos, poliquetas e juvenis de<br />
peixes nos indivíduos maiores. O grau de sobreposição das dietas variou durante o desenvolvimento<br />
ontogênico das espécies. A relação Q/B mostrou que as espécies menores como S. rastrifer e S. naso<br />
consumem anualmente maior proporção de alimento em relação ao seu peso corporal, ao ser comparado com<br />
as espécies maiores M. ancylodon e C. microlepidotus. Os resultados demonstraram maiores taxas de crescimento,<br />
menores comprimentos para cada idade e menor longevidade para os peixes do estuário do Caeté, quando<br />
comparados com as mesmas espécies em latitudes maiores.<br />
517<br />
KETELHUT, Suzana Maria. Avaliação das comunidades de formigas em uma área de extração<br />
madeireira. 1999. 115 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências<br />
Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Ana Yoshi Harada<br />
RESUMO: Apresenta um estudo comparativo entre as comunidades de formigas existentes em uma floresta<br />
primária e dois tipos de sistemas de extração de madeira (Manejado e Tradicional) em uma área Tropical<br />
localizada em Paragominas, PA. Formigas foram amostradas através de pitfall-traps (Majer & Delabie 1994) em<br />
transetos de 200m separados 100m entre si. Diferenças na diversidade da fauna de formigas entres habitats<br />
foram testadas por meio de Índices de Diversidade (Shannon, Simpson and Fisher's Alpha), e Protocolos de<br />
Estimativa de Riqueza (Colwell & Coddington 1994). A composição de espécies foi avaliada empregando<br />
Análises de Afinidade (Scheiner 1992) e Índices de Similaridade (Jaccard and Morisita-Horn). No total, 134<br />
espécies de formigas, pertencentes a sete subfamílias, e 42 gêneros foram identificadas na área toda. Destas,<br />
90 foram encontradas na Floresta Primária, 90 no Corte Manejado e 84 no Sistema de Corte Tradicional.<br />
Diferenças entre a Diversidade e Similaridade entre habitats apenas puderam ser detectadas quando<br />
comparados transectos/habitats. Quando os índices foram comparados através dos valores absolutos<br />
calculados para cada habitat, a diferença desaparece. Os resultados dos Protocolos de Estimativa de Riqueza
332<br />
empregados indicam que a fauna de formigas foi igual entre os habitats e sugerem que a fauna está submetida.<br />
Variações periódicas na temperatura e umidade podem ter um forte efeito, igualmente nas estimativas de<br />
Diversidade e de Riqueza nos habitats estudados. Análises na composição mostram que a fauna de formigas é<br />
similar entre os habitats e, apesar desta similaridade, pudemos detectar através da Análise de Afinidade uma<br />
alta Diversidade de Mosaico, a qual sugere que a comunidade é composta por gradientes muito complexos,<br />
assim diferenças na composição poderão estar ocorrendo em escalas menores.<br />
518<br />
MENDES, Fabrício Lemos de Siqueira. Alimentação, distribuição espacial a sazonal das espécies de<br />
Arius (Suliriformes, ariidae) do estuário amazônico. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado<br />
em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 1999.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Pertencente à ordem dos Siluriformes, a família Ariidae compreende os brages marinhos e<br />
estuarinos os quais distribuem-se pelas costas de todos os continentes, habitando áreas costeiras de região<br />
tropical e subtropical, onde vivem em águas de pouca profundidade, com fundo arenoso ou lodoso. No<br />
estuário amazônico, no estado do Pará, encontram-se 7 espécies pertencentes ao gênero Arius (A. couma,<br />
A.parketi, A. rugispinis, A. quadricutis, A. grandicassis, A. phrygiatus e A. proops. O objetivo deste estudo é<br />
identificar os hábitos alimentares, sobreposição alimentar e espacial, distribuição espacial e sazonal das<br />
espécies de Arius (Suliriformes, Ariidae) do Estuário Amazônico. As coletas foram realizadas durante o período<br />
de agosto a outubro de 1996, de fevereiro a abril e agosto a outubro de 1997. Os indivíduos foram capturados<br />
com rede de fundo sem porta da frota piramutabeira do estuário Amazônico. Existem dois grupos de<br />
espécies do gênero Arius: as espécies que se alimentam de crustáceos (A. rugispinis, A. quadriscutis, A.<br />
grandicassis, A. phrygiatus e A. proops) e as espécies que se alimentam de peixes (A. couma, A. parkeri). Com<br />
relação a sobreposição alimentar todas as espécies apresentam um certo grau sobreposição alimentar, assim<br />
como a sobreposição espacial. A. couma e A. phrygiatus estão mais abundantes nos estratos de profundidade<br />
entre 5- 10 m e A. rugispinis, A. quadriscutis, A. grandicassis, A. parkeri e A. proops nos extratos de 10-20 m. A.<br />
phrygiatus e é a única espécie que apresenta maior abundância durante o inverno e as demais espécies aparecem<br />
tanto no verão como no inverno.<br />
519<br />
PERES, Ariadne da Costa. A Comunidade zooplanctônica em um canal de maré no estuário do rio<br />
Caeté, Bragança (Pará, Brasil). 1999. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,<br />
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Poucos são os estudos realizados sobre zooplâncton em estuários na região bragantina do Estado<br />
do Pará. Este trabalho foi realizado em um canal de maré, denominado de Furo do Chato, próximo à<br />
localidade de Ajuruteua, Mnicípio de Bragança, no litoral do Estado do Pará, e teve por objetivo estudar a<br />
composição qualitativa e quantitativa do zooplâncton, bem com as variações sazonais em função das variáveis<br />
ambientais. Durante o período de agosto/96 a janeiro/97, foram feitas oito campanhas a cada três semanas,<br />
com obtenção de amostras a cada duas horas, durante 24 horas. O Furo do Chato é um canal de maré com<br />
forte influência costeira. Assim, a maior parte dos representantes dos zooplânctos encontrados são de origem<br />
costeira. Além de componentes holoplanctônicos e meroplanctônicos, as amostras de zooplâncton no Furo<br />
do Chato apresentaram representantes da fauna bentônica. Dez filos foram identificados: Protozoa, Mollusca,<br />
Chordata, Annelida, Cnidaria, Arthropoda, Urochordaata, Chaetognatha, Nematoda e Bryozoa. A classe Copepoda teve<br />
maior representatividade, tanto pela densidade, pela biomassa como pela freqüência de ocorrência nas<br />
amostras. As categorias mais abundantes e freqüentes (>40%) foram Pseudodiaptomus marshi, Acartia lilljeborgi,<br />
A. tonsa, Harpacticoida, Sagitta sp., Oikopleura dioica, Cnidaria, Isopoda, zoeas de caranguejo, pó-larvas de camarão e<br />
alevinos de peixes. Aa abundâncias médias foram baixas (1,07 indiv./m³ e 16,43 mg/m³). A comunidade do<br />
zooplâncton é mais abundante nos meses de transição do que no período seco. As maiores abundâncias<br />
ocorreram em geral à noite e durante as marés de sizígia. Contudo, o ciclo diário de marés, a salinidade e as
fases lunares não influenciaram a variabilidade do zooplâncton como um todo, mas apenas em algumas<br />
categorias isoladamente.<br />
333<br />
520<br />
ROCHA, Mônica Monteiro Barros da. Levantamento da quiropterofauna (Mammalia: chiroptera) da<br />
ilha de Cotijuba - PA, com observações sobre sua ecologia. 1999. 116 f. Dissertação (Mestrado) - Curso<br />
de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense<br />
Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar<br />
RESUMO: Investigações sobre a quiropterofauna da Amazônia revelam a ocorrência de no mínimo 135<br />
espécies regionais, de hábitos alimentares variados - insetívoras, frugívoras, polinívoras, carnívoras e<br />
hematófagas. Os morcegos contribuem ao equilíbrio da biota amazônica por diferentes meios, por exemplo,<br />
controle populacional de insetos, dispersão de sementes e polinização. Potencialmente perigosos à saúde<br />
humana são os hematófagos portadores do vírus rábico. Os objetivos do estudo foram assim definidos: (a)<br />
levantamento das espécies da ordem Chiroptera presentes na Ilha de Cotijuba - PA; (b) descrições do período<br />
de atividade, alimentação, reprodução e abrigos das diferentes espécies; (c) análise de diagnóstico de raiva dos<br />
quirópteros hematófagos coletados. Foram encontradas 31 espécies, duas delas necessitando ainda de estudos<br />
mais detalhados para a confirmação taxonômica. A maioria é de espécies frugívoras, isto é, dispersoras<br />
potenciais da flora local (por exemplo, Carollia spp, Artibeus spp, Uroderma spp). Duas espécies hematófagas<br />
foram observadas: Desmodus rotundus (cerca de 8% da amostra) e Diaemus youngi (menos de 1% da amostra). A<br />
pesquisa do vírus rábico foi negativa, mas ainda há registros de agressões de morcegos a ribeirinhos e animais<br />
domésticos, exigindo análises laboratoriais de novas amostras, com finalidade de monitoramento sanitário.<br />
521<br />
SOUZA, Luciane Lopes de. Comportamento alimentar e dispersão de sementes por Guaribas<br />
(Alouatta belzebul) na Estação Científica Ferreira Penna (Caxiuanã/Melgaço/Pará). 1999. 168 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: O comportamento de dois grupos silvestres de guaribas (Alouatta belzebul) foi monitorado na<br />
Estação Científica Ferreira Penna (Pará) ao longo de um período de 13 meses em 1997/98, visando registrar<br />
suas características ecológicas, principalmente sua dieta e a dispersão de sementes. Dados comportamentais<br />
quantitativos foram obtidos através do método de varredura instantânea. Os guaribas foram sempre pouco<br />
ativos, dedicando mais da metade de seu tempo ao descanso e proporções bem menores às atividades de<br />
locomoção, alimentação e comportamento social. A utilização da área de vida foi fortemente influenciada pela<br />
distribuição de recursos alimentares, especialmente fontes de frutos. A composição básica da dieta foi<br />
folívora-frugívora, embora no inverno (novembro-abril) o item mais consumido foi fruto (54,1 % de registros<br />
para o grupo principal, denominado "L", enquanto no verão (maio-agosto), folhas foram muito mais<br />
consumidas (84,5 %, grupo L). O tempo de passagem das sementes pelo trato digestivo foi em média<br />
22:49±6:12 h, e sementes ingeridas foram dispersadas a uma distância média de 172,0± 113,8 m , embora esta<br />
distância tenha sido significativamente maior no inverno. As taxas de germinação de sementes registradas em<br />
testes realizados no campo e no laboratório foram inclusivos a respeito dos efeitos da ingestão sobre sua<br />
viabilidade. Em apenas alguns casos, como Ficus guianensis, a principal fonte de fruto, a taxa de germinação de<br />
sementes ingeridas foi significativamente maior em comparação com o controle (Não-ingeridas). Mesmo<br />
assim, em nenhum caso a ingestão teve efeito negativo marcante sobre a viabilidade. De um modo geral, o<br />
presente estudo reforça a idéia de que A. belzebul é um guariba típico, ecologicamente, embora relativamente<br />
frugívoro, exercendo um papel importante no ecossistema de floresta amazônica como dispersor de<br />
sementes.
334<br />
522<br />
TORRES, Marcelo Ferreira. Variação sazonal e espacial da estrutura de comunidades dos peixes<br />
demersais da região de foz dos rios Amazonas e Tocantins/PA (0º 10'S-2º 30'N-47º 50'W-50º 30'W).<br />
1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade<br />
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: A composição, abundância e freqüência de ocorrência das espécies de peixes demersais do<br />
estuário amazônico foram estudadas em três áreas delimitadas pelos estratos de profundidade de 5-10m, 10-<br />
20m e 20-50m. Os objetivos principais deste estudo são os de comparar a diversidade, abundância e<br />
distribuição das espécies de peixes demersais, nestas três áreas, durante um ciclo hidrológico, e avaliar a<br />
influência dos fatores ambientais sobre a estrutura da comunidade. As amostragens foram feitas a bordo de<br />
dois navios da frota industrial piramutabeira, com uma rede de arrasto sem porta, em seis cruzeiros com<br />
duração de quinze dias cada, divididos entre os períodos seco (entre março e abril/97) e chuvoso (entre<br />
agosto e setembro/97). Foram capturados 91 espécies em 237 amostragens e as ordens mais diversificadas<br />
foram Perciformes e Siluriformes, que juntas apresentaram cerca de 70% das famílias e 42 % das espécies. As<br />
famílias Scianidae e Ariidade foram as mais diversificadas, representando juntas 25% do número de espécies.<br />
As espécies mais abundantes numericamente no inverno foram M. ancylodon (56,2%) e B. vaillantii (13,6%), e<br />
no verão M.ancylodon (31%) e S. rastrifer (15,8%). Na área 1 B. vaillantii e M. ancylodon, foram as mais<br />
abundantes em ambos os períodos, o mesmo acontecendo para M. ancylodon e S. rastrifer na área 2, e para M.<br />
ancylodon e B. bagre na área 3. As espécies mais freqüêntes nas amostragens foram M. ancylodon (40,9%) e A.<br />
spinifer (35%) no inverno, e M. ancylodon (45,6%) e A. grandicassis (38,4%) no verão. Na área 1, B. vaillantii e B.<br />
flavicans tiveram maior freqüência de ocorrência nas amostragens, para os dois períodos; o mesmo<br />
acontecendo para M. ancylodon e B. bagre, na área 2; e para M. ancylodon e A. spinifer, na área 3. As espécies<br />
dominantes foram: M. ancylodon, no inverno (56% dos exemplares coletados); e M. ancylodon, S. rastrifer e A.<br />
quadriscutis no verão, que representaram 61% das capturas. Na área dominaram B. vaillantii e M. ancylodon<br />
(73%), no inverno e, no verão, as duas espécies já citadas mais A. grandicassis (53%) no verão e, na área 3,<br />
apenas M. ancylodon (70% no inverno e 49% no verão). Os padrões de distribuição foram principalmente<br />
influenciados pela salinidade. A área 1, apresentou a maior diversidade e equitabilidade em relação às outras.<br />
Na área 2, a riqueza de espécies foi maior e, na área 3, houve uma maior dominância. Três comunidades de<br />
peixes foram identificadas na região: uma composta de espécies de águas continentais que exploram as áreas<br />
rasas entre 5 a 20m; outra é composta de espécies resistentes ao gradiente salino, com ampla distribuição no<br />
estuário, principalmente na faixa dos 10 a 20m; e a terceira é composta de espécies marinhas que se<br />
distribuem pelas áreas mais profundas do estuário, desde os 10 até a faixa dos 50m.<br />
2000<br />
523<br />
ANJOS, Claudinéia Ramos dos. Entomofauna decompositora de carcaças de porcos na região de<br />
Belém, Pará, Brasil, com ênfase na família Calliphoridae (Diptera). 2000. 123 f. Dissertação (Mestrado)<br />
- Curso de Mestrado em Zoologia. Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém,<br />
2000.<br />
Orientadora: Maria Cristina Espósito<br />
RESUMO: O trabalho visou estudar o desenvolvimento da sucessão entomológica em carcaças de porcos e a<br />
influência do tamanho da carcaça sobre esta sucessão; verificando quais espécies são de potencial interesse<br />
forense para a Região Amazônica, enfatizando as espécies de dípteros da família Calliphoridae por sua grande<br />
abundância nestes recursos e comprovou interesse forense. Visando alcançar estes objetivos, quatro porcos<br />
mortos foram expostos em uma área urbana de Belém, e diariamente eram realizadas coletas tanto de insetos<br />
adultos como de larvas, as quais eram criadas até a emergência do adulto com a finalidade de se verificar quais
335<br />
espécies utilizaram as carcaças como substrato de oviposição. Além disso, foram feitas análises de<br />
desenvolvimento ovariano em fêmeas de califorídeos, tal análise foi usada como indicadora do tipo de<br />
utilização da carcaça (alimentação e/ ou oviposição). Um total de 195.940 artropodos foram coletados sobre<br />
as carcaças, destes os mais abundantes pertenciam as ordens Díptera 98,20% e Coleóptera (1,23%). Dos<br />
192.416 dípteros coletados, as famílias mais abundantes foram Calliphoridae (10,96%) Muscidae (17,91%) e<br />
Sarcophagidae (10,79%). Foi confirmado um padrão de sucessão entomológica que ocorre em carcaças da<br />
Região Amazônica, na qual os dípteros da família Calliphoridae são os primeiros a chegar sendo seguidos pelos<br />
dípteros das famílias Sarcophagidae, Muscidae e Stratyomiidae; após estes, os dípteros da família Phoridae, são<br />
mais freqüentemente vistos e por fim, os coleópteros só são detectados nos últimos dias da decomposição. O<br />
tamanho foi um fator que influenciou somente a abundância dos insetos decompositores coletados e criados,<br />
mas não a sucessão entomológica, nem a diversidade, a composição ou o número de táxons dos insetos<br />
decompositores. A classificação para os estágios de decomposição proposta por Bornemissza (1957) foram<br />
observados e ajustados para a presente pesquisa, obteve-se assim uma caracterização dos estágios de<br />
decomposição para a região de Belém do Pará. O processo de decomposição observada ocorreu mais<br />
rapidamente quando comparados a outros trabalhos. As espécies exóticas do gênero Chrysomya estão<br />
dominando a fauna de dípteros de carcaças e causando um deslocamento nas espécies nativas colonizadoras<br />
de carcaças. Os estágios de putrefação e putrefação escura parecem ser os mais atrativos às espécies da família<br />
Calliphoridae, mas somente as espécies exóticas do gênero Chrysomya mostraram significativa preferência tanto<br />
para se alimentar como para ovipor em carcaças nestes estágios.<br />
524<br />
ASSUNÇÃO, Maria Ivaneide da Silva. Pesca, alimentação e ecologia reprodutiva e embrionária de<br />
Carataí (Pseudauchenipterus nodosus) (Siluriformes, Auchennipteridae) no rio Marapanim,<br />
Marapanim, Pará. 2000. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia. Universidade<br />
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Apresenta informações sobre a pesca, alimentação, reprodução e desenvolvimento embrionário<br />
do Carataí, Pseudauchenipterus nodosus, com base em material coletado do rio Marapanim, PA, no período de<br />
dezembro de 1998 a abril de 1999. Para tal, foram realizadas coletas diárias e quinzenais, utilizando-se curral,<br />
tapagem e cerca, em quatro trechos do rio: na baía, no funil estuarino, nas porções média e superior. Foi<br />
confirmada que a pesca era realizada durante o período reprodutivo da espécie, sendo a maior parte da<br />
produção vendida nos municípios vizinhos. Os dados de captura ao longo do rio destacaram a porção<br />
superior (33%) e média (44%) como os trechos mais produtivos do rio Marapanim e indicaram que o Carataí<br />
realiza movimento ascendente regido pela lua. A espécie ingeriu maiores proporções de alimento no trecho de<br />
água túrbida, principalmente nos córregos de maré, sendo sua dieta composta por anelídeos, artrópodes,<br />
moluscos e peixes. As observações locais e a distribuição das freqüências dos ovários nos estádios maduro, de<br />
reprodução e esvaziado indicaram que o Carataí desova no trecho de água doce e limpa, nas margens do rio e<br />
dos igarapés, sob floresta não perturbada. As desovas ocorrem durante os últimos picos das marés máximas<br />
de sizígia, e após a retração das marés, os ovos são incubados no solo por cerca de 11 dias até a sizígia<br />
seguinte, sob temperatura de 22 a 27,5ºC. Após a eclosão, enquanto a maré não chega, os embriões<br />
permanecem na casca e, quando escapam desta, sobrevivem no solo por cerca de duas horas. Esses embriões<br />
eclodiam precocemente, aparentando pouca percepção do ambiente. A interferência na reposição anual de<br />
Carataí no rio Marapanim pareceu depender mais da distribuição das chuvas locais e da integridade da floresta<br />
do que da pesca.<br />
525<br />
LAMEIRA, Ana Paula Guimarães. Determinação de alguns parâmetros da Biologia reprodutiva e<br />
produtiva da paca fêmea (Agouti paca LINNAEUS, 1744) criada em cativeiro. 2000. 49 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2000.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi
336<br />
RESUMO: O estudo teve o propósito de determinar as características reprodutivas básicas de pacas criadas<br />
em cativeiro, tais como: duração do ciclo estral, duração do período gestacional, intervalo do parto ao<br />
primeiro cio pós-parto, duração do intervalo entre partos, além do número de produtos por parto e da<br />
proporção sexual. Foram utilizados treze animais, todos criados em cativeiro no Biotério da Universidade<br />
Federal do Pará sendo que os dados foram obtidos através de técnicas colpocitológicas, exceto aqueles<br />
relacionados à determinação do produto por parto e à proporção sexual, os quais foram observados<br />
diretamente após o parto. O período médio encontrado para o ciclo estral foi de 32,5 ± 3,69 (n=20) dias<br />
sendo classificado em quatro fases: proestro, estro, metaestro e diestro. Estes resultados indicam que esta<br />
espécie tem poliestro com reprodução contínua. Quanto ao período gestacional, dois resultados foram<br />
obtidos: 147,5 ±2,83 (n=2) dias para fêmeas cujo último cio foi confirmado com a presença de<br />
espermatozóides na lâmina). 146,7 ± 6,43 (n=3) dias para fêmeas que tiveram a confirmação do início da<br />
gestação apenas pelas características clínicas do último cio antes do parto, confirmado através da<br />
caracterização da lâmina. Os filhotes apresentaram, ao nascer, olhos abertos, corpo completamente coberto<br />
de lâmina. Os filhotes apresentaram, ao nascer, olhos abertos, corpo completamente coberto de pêlos,<br />
movimentos ativos e capacidade de comer alimentos sólidos dentro de dois dias. O peso médio foi de 605,9<br />
± 87,47 g (n=12) para as fêmeas e de 736,7 ± 108,41 g (n=14) para os machos. Dos 38 nascimentos<br />
ocorridos no Biotério, nenhum foi gemelar, embora a paca seja capaz de produzir gêmeos. O intervalo entre<br />
partos foi de 187,3 ± 8,48 (n=15) dias e dentro de 35,6 ± 5,22 (n=5) dias ocorreu o primeiro cio pós-parto.<br />
Estes resultados podem servir de base para futuros trabalhos que tenham como objetivo o estudo de<br />
parâmetros reprodutivos de animais silvestres através da biotecnologia. Além disso, criatórios bem manejados<br />
de pacas podem tornar-se, no futuro, fonte de alimentação com qualidade e fonte de renda acarretando, desta<br />
maneira, a garantia da preservação da espécie.<br />
526<br />
SALDANHA, Nélio. Caracterização da comunidade de quirópteros (Mammalia) em áreas naturais e<br />
manejadas da Floresta Nacional do Tapajós, PA - Brasil. 2000. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.<br />
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar<br />
RESUMO: Os quirópteros representam 25% da mastofauna mundial. São os mamíferos neotropicais mais<br />
diversificados e abundantes. A Amazônia brasileira apresenta cerca de 128 espécies de morcegos registradas.<br />
Eles possuem uma grande variabilidade morfológica, a qual os permite ocupar diferentes nichos tróficos no<br />
ecossistema. São eficientes na dispersão de sementes, polinização e no controle biológico de insetos e<br />
constituem ótimos bioindicadores do estado e das dinâmicas sofridas por esses ecossistemas. O presente<br />
estudo objetivou caracterizar a quiropterofauna de uma região da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Brasil,<br />
em áreas de floresta primária, capoeira de um experimento de corte seletivo de madeira. O nível de impacto<br />
sobre a comunidade de morcegos desse manejo e da área de capoeira foi comparado aos testemunhos de<br />
mata primária em cada habitat e em seus microhabitats, ou fisionomias: matrizes de sub-bosques, clareiras e<br />
pátios de armazenamento de madeira. A comparação se deu através de análises de distribuição, diversidade,<br />
abundância, número de espécies e densidade das guildas. Foram amostradas 55 espécies, a maioria frugívoras,<br />
representantes de seis famílias. Ao comparar o número de espécies e a diversdade, as áreas de exploração<br />
exibem algum impacto, mas não tão acentuado como as áreas de capoeira. As amostras sugerem que a<br />
vegetação secundária proporciona uma maior densidade de quirópteros na comparação entre habitats. Mas<br />
poucas espécies são favorecidas por esta estrutura de vegetação. As guildas mais favorecidas nesta vegetação<br />
são de morcegos frugívoros/onívoros e insetívoros aéreos. A comparação entre fisionomias sugere que os<br />
quirópteros de sub-bosque evitam espaços abertos na vegetação. Os processos de sucessão aqui observados<br />
apresentam dinâmicas que necessitam de acompanhamento periódico, para a formulação de um modelo mais<br />
próximo da realidade.
2001<br />
337<br />
527<br />
CHARVET-ALMEIDA, Patricia. Ocorrência, Biologia e uso das raias de água doce na Baía de Marajó<br />
(Pará, Brasil), com ênfase na biologia de Plesiotrygon iwamae (Chondrichthyes: Potamotrygonidae).<br />
2001. 213 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: O presente estudo incluiu espécimes da família Potamotrygonidae, única dentre os elasmobrânquios<br />
que possui todos representantes exclusivamente em águas doces, e foi desenvolvido na região estuarina da<br />
baía de Marajó nas ilhas de Cotijuba e Colares, durante os meses de maio, agosto, outubro e dezembro de<br />
2000. As coletas incluíram os gêneros Plesiotrygon, Potamotrygon, Paratrygon e um quarto gênero que está<br />
atualmente em processo de descrição. Informações relacionadas a freqüência de ocorrência e biomassa<br />
indicam uma predominância de Potamotrygon spp. e de Plesiotrygon iwamae nesta região, sendo o tamanho das<br />
raias selecionado pelos aparelhos de pesca. Observações mais específicas sobre a alimentação e biologia<br />
reprodutiva da espécie P. iwamae foram realizadas. As análises de conteúdo estomacal, realizadas através do<br />
Índice de Importância Relativa (IRI), apontaram esta espécie como uma consumidora de crustáceos e peixes.<br />
Observações macroscópicas de órgãos reprodutivos de machos e fêmeas foram efetuadas. Os resultados<br />
indicaram que esta espécie apresenta viviparidade aplacentária com matrofia-trofodermata. Provavelmente<br />
seu ciclo reprodutivo é sazonal, está ligado a oscilações de salinidade e muitas fêmeas são capturadas ao<br />
aproximarem-se das margens da baía para reproduzirem. As raias de água doce nesta região são<br />
rotineiramente capturadas predominantemente para fins de consumo, medicinal e ornamental. Um grande<br />
número de acidentes com ferroadas de raias e respectivos tratamentos foram observados em ambas as<br />
localidades. A conservação das espécies de raias de água doce requer maiores conhecimentos sobre sua<br />
biologia, um acompanhamento de sua exploração e eventuais medidas de manejo.<br />
528<br />
ESTUPIÑÁN-TRISTANCHO, Ruth Amanda. Variação geográfica de Osteocephalus taurinus<br />
Steindachner, 1862 (Amphibia: Anura: Hylidae). 2001. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado<br />
em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: David Conway Oren<br />
RESUMO: Osteocephalus taurinus é uma espécie nominal de ampla distribuição na Amazônia e nos llanos do<br />
Orinoco. Sua grande variação morfológica indica que se trata de um complexo de espécies. O presente estudo<br />
examina a variação geográfica de vários caracteres morfológicos e morfométricos da espécie nominal, avalia a<br />
hipótese de tratar-se de fato um complexo de espécies; e testa a teoria da atual distribuição das formas,<br />
através de padrões biogeográficos, ecológicos e de regímen de precipitação já definidos. A partir de 431<br />
espécimes estudados, foram selecionadas 16 populações, nas quais foram analisados 20 caracteres anatômicos<br />
internos, 14 caracteres morfométricos e seis caracteres morfológicos externos. Através de análises estatística e<br />
mapas de isolinhas evidenciou-se que O. taurinus não se trata de um complexo de espécies e sim possui uma<br />
grande variação intra e interpopulacional das caraterísticas morfométricas e morfológicas. Simultaneamente,<br />
foram observados caracteres anatômicos internos polimórficos. O primeiro componente obtido através de<br />
uma análise de componentes principais mostra uma variação clinal do tamanho corporal ao longo da<br />
distribuição geográfica total, mais evidente nos machos. Em outros caracteres analisados, a variação ficou<br />
independente do clima. O padrão espacial do tamanho indicou que as formas maiores ocorrem nas terras<br />
baixas da Amazônia, onde a vegetação de floresta ombrofila divide as áreas de cerrado ao norte e ao sul do<br />
continente sul americano. Nestas últimas áreas, ocorrem com maior intensidade as formas menores. Esta<br />
distribuição espacial não se explicou através das divisões propostas por outros autores para Amazônia, o que<br />
pode ser devido a um mascaramento gerado pela grande variação intrapopulacional. O modelo espacial do<br />
tamanho corporal de O. taurinus não corresponde a um padrão de isolamento por distância, o que pode
338<br />
sugerir que a colonização da espécie em algumas áreas seja recente. Este estudo confirma a hipótese da<br />
origem do gênero no início do Plioceno, o que indica que O. taurinus teria tido tempo suficiente para se<br />
dispersar antes do surgimento dos Andes como barreira geográfica.<br />
529<br />
KALIF, Kemel Amim Bittencourt. Impactos da exploração madeireira sobre a fauna de formigas e<br />
conseqüências para a remoção de sementes florestais na Amazônia oriental. 2001. 62 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientador: Paulo Roberto de Souza Moutinho<br />
RESUMO: A exploração madeireira na Amazônia atinge anualmente cerca de 1,5 milhões de hectares de<br />
floresta. Esta atividade promove mudanças estruturais e microclimáticas na floresta, que potencialmente<br />
afetam a diversidade e a composição das espécies animais. Como grande parte das sementes florestais são<br />
dispersas por animais, a regeneração dos ambientes explorados através de técnicas de extração madeireira<br />
com impactos reduzidos mantém sua integridade original, não afetando os mecanismos de dispersão de<br />
sementes. Tomando as formigas como um grupo animal ecologicamente representativo e integrado aos<br />
processos de regeneração, via dispersão e predação de sementes, foi avaliado neste trabalho se (1) a<br />
exploração madeireira afeta a fauna (diversidade e composição de espécies) destes insetos, se (2) planos de<br />
exploração de baixo impacto são capazes de preservá-la e se (3) a exploração afeta a eficiência ecológica das<br />
formigas na remoção (dispersão ou predação) de sementes. Os efeitos da exploração madeireira sobre a<br />
diversidade e a composição de espécies de formigas, bem como sobre a remoção de sementes florestais<br />
realizadas por estes insetos, foram investigadas em três ambientes de floresta, no Município de Paragominas,<br />
Estado do Pará: uma floresta que sofreu exploração madeireira convencional (FC), outra floresta explorada<br />
por técnicas de extração de baixo impacto (FB) e uma floresta primária, como controle (FP).<br />
530<br />
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis. Diversidade distribuição e estrutura da comunidade de peixes na<br />
Estação Científica Ferreira Penna: Amazônia Oriental. 2001. 135 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: A conservação da biodiversidade nos ecossistemas aquáticos é um dos desafios mais importantes<br />
e difíceis que se enfrenta o mundo atual. De acordo com as informações disponíveis, a biodiversidade dos<br />
ecossistemas aquáticos é pobremente conhecida, quando se compara com ecossistemas terrestres tropicais. A<br />
carência nesta área inclui o conhecimento sistemático e taxonômico das espécies, suas relações filogenéticas,<br />
biogeográficas e ecológicas. A primeira questão aqui abordada é a caracterização do ambiente, onde se<br />
observou a ocorrência de uma variação espacial quanto às características ambientais ao longo dos rios,<br />
principalmente pelas variáveis morfológicas (largura e profundidade), destacando-se os trechos inferiores,<br />
caracterizados por uma zona de transição entre rio e lago. A questão seguinte é a estimativa de riqueza de<br />
peixes na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). Para isto utilizou-se de protocolos com várias técnicas<br />
de captura, e obteve-se 130 espécies, sendo que 39 foram apenas separadas como morfoespécie, indicando<br />
que aproximadamente 30% da fauna pode ser nova para a ciência ou não possui uma literatura adequada para<br />
a identificação. Mesmo assim, acredita-se que o conjunto de espécies coletadas no inventário representou<br />
razoavelmente a ictiofauna da área. A terceira e última questão é caracterizar as comunidades ictias e explicitar<br />
o padrão de distribuição das espécies em relação aos habitats investigados. Pode-se observar que a composição<br />
de espécies nas comunidades seguiu o padrão de substituição e adição. A maior diversidade de espécie foi<br />
observada em geral para os trechos finais dos rios. O aumento no volume d’água e na área de alguns habitats<br />
nos rios possibilita que os mesmos sejam explorados por um número maior de indivíduos e por novas<br />
espécies.
339<br />
531<br />
PIRKER, Lilianne Esther Mergulhão. Determinação da idade e crescimento da Piramutaba<br />
Brachyplatystoma vaillantii (Valenciennes, 1840) (Siluriformes: Pimelodidae) capturada no estuário<br />
amazônico. 2001. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do<br />
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Neste trabalho, foram analisados exemplares de piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii)<br />
provenientes de pescarias experimentais no estuário amazônico. Para o estudo de determinação da idade<br />
foram analisados acúleos das nadadeiras peitorais e dorsais, opérculos, otólitos (lapillus) e vértebras. Da<br />
análise destas estruturas rígidas foi concluído que a vértebra é a estrutura mais adequada para determinar a<br />
idade da piramutaba, pois esta estrutura apresentou 59% de anéis nítidos e uma boa correlação entre o seu<br />
raio e o comprimento furcal do peixe (r2 = 0,9889 e P
340<br />
grupos, um com oito membros e o outro com pelo menos vinte, foram identificados durante o<br />
monitoramento. Como em outros membros do gênero, a formação de subagrupamentos (fissão-fusão), uma<br />
proporção relativamente alta de fêmeas na população e uma dieta frugívora parecem ser características de A.<br />
marginatus. O estudo deixa clara a situação crítica da espécie na região, frente à ocupação humana, e a<br />
necessidade urgente tanto de deter o processo de fragmentação de habitat como de implantar novas unidades<br />
de conservação.<br />
533<br />
SANTOS, Emerson Monteiro dos. Estudo de Simuliidae (diptera: nematocera) e seus criadouros em<br />
igarapés do Município de Santo Antônio do Tauá, Estado do Pará, Brasil. 2001. 110 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense<br />
Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: Inocêncio de Souza Gorayeb<br />
RESUMO: Considerando a grande importância dos simulídeos (piuns e borrachudos) do ponto de vista bioecológico,<br />
médico e veterinário, desenvolveu-se este estudo sobre as espécies do gênero Simulium que se<br />
criam em igarapés do Município de Santo Antônio do Tauá, Estado do Pará, Brasil. Os estudos foram<br />
desenvolvidos pelas seguintes metodologias: observações diretas dos criadouros nos igarapés; instalação de<br />
criadouros artificiais para a colonização por simulídeos; análise das freqüências de picadas em pessoas durante<br />
o dia; coletas e amostragens da entomofauna associada aos habitats aquáticos; amostragens qualitativas e<br />
quantitativas da vegetação nos criadouros; análises físico-químicas da água dos igarapés e criadouros; análises<br />
de fatores climáticos locais; e morfometria das larvas para a determinação do número de estádios larvais de<br />
Simulium quadrifidum. Estudou-se a entomofauna aquática e a respectiva abundância relativa de Simuliidae em<br />
dois igarapés. As espécies Simulium perflavum, Simulium quadrifidum, Simulium incrustatum e Simulium goeldii foram<br />
coletadas. As formas imaturas de Simulium perflavum foram as predominantes em ambientes perturbados com<br />
águas claras. Simulium quadrifidum foi predominante em ambientes com pouca alteração, de águas pretas, com<br />
baixos teores de nutrientes. Simulium incrustatum foi mais abundante em ambientes arbustivos e somente em<br />
águas claras. Simulium goeldii foi registrada apenas em áreas de matas primárias (com pouca alteração) e mais<br />
abundante em águas pretas. Os fatores que mais interferiram na colonização natural dos substratos artificiais<br />
por Simuliidae foram as constantes oscilações no nível d’água durante o período quando em que substratos<br />
ficaram expostos nos igarapés. A entomofauna aquática apresentou-se abundante no período seco.<br />
Constatou-se pela primeira vez a antropofilia da espécie Simulium incrustatum no Pará. Esta espécie mostrou<br />
dois picos diários de freqüência de picadas em voluntários, um pela manhã e outro à tarde. Houve diferenças<br />
significativas na freqüência de picadas entre áreas com tipos diferentes de vegetação nos mesmos períodos, e<br />
alta correlação negativa com a temperatura do ar, apenas na área de capoeira e no período seco. Determinouse,<br />
pela primeira vez, o número de estádios larvais de Simulium quadrifidum e registrou-se a ovipostura de suas<br />
fêmeas somente pela parte da tarde, às 16:30h. Novos registros de predadores de adultos de simulídeos foram<br />
acrescentados.<br />
534<br />
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas. Análise biogeográfica da avifauna de uma área de transição cerradocaatinga<br />
no centro-sul do Piauí, Brasil. 2001. 103 p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em<br />
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: Vários autores têm sugerido que a fauna de vertebrados do cerrado e da caatinga não são<br />
distintas, mas que a fauna da caatinga é somente um subconjunto da fauna do cerrado. A razão para isso seria<br />
a extensa mistura destas faunas durante os períodos glaciais do quaternário, levando a um processo de<br />
homogeneização biótica. Esta hipótese, porém, nunca foi testada com aves. Neste trabalho, é avaliado a<br />
distribuição das espécies de aves ao longo de uma área de transição entre o cerrado e a caatinga no centro-sul<br />
do Piauí, a fim de verificar se as avifaunas destes dois biomas seguem as três predições da hipótese de<br />
homogenização. A distribuição das espécies de aves foi estudada com base em estudos de campo,<br />
complementados por registros da literatura e de espécimens em museus. As espécies presentes na área de
341<br />
transição foram classificadas em duas categorias (amplamente distribuídas e que reconhecem as bordas entre<br />
os biomas) e segundo a proferência de habitat (dependente, semi-dependente a independente de floresta).<br />
Espécies encontradas na área de estudo são amplamente distribuídas (69.7%), embora algumas (30.3%)<br />
reconheçam a borda entre o cerrado e a caatinga. A presença de espécies que são sensíveis a borda não<br />
apóiam a primeira predição da hipótese de homogeneização. A avifauna da caatinga não é um subconjunto da<br />
fauna do cerrado, pois ambas as regiões apresentam espécies endêmicas. Espécies que tem seus centros de<br />
distribuição no cerrado ou na caatinga não são encontradas nos mesmos sites ao longo da área de transição,<br />
indicando que ocupam diferentes paisagens, por conseguinte, a distribuição das espécies de aves ao longo da<br />
transição entre o cerrado e a caatinga não dão suporte para as três maiores predições da hipótese de<br />
homogeneização.<br />
2002<br />
535<br />
COSTA, Robson Gil Neris. Caracterização morfológica de Liophis reginae semilineatus (Wagler,1824)<br />
e Liophis reginae macrosomus (Amaral,1935), e o status taxonômico de Liophis oligolepis Boulenger,<br />
1905. 2002. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal<br />
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Ana Lúcia da Costa Prudente<br />
RESUMO: Analisa um total de 249 espécimes das subespécies de Liophis reginae que ocorrem no Brasil<br />
(Liophis reginae macrosomus e Liophis reginae semilineatus), com o objetivo de caracterizar morfologicamente os<br />
dois táxons e verificar a validade de Liophis oligolepis, táxon considerado sinônimo de Liophis reginae semilineatus.<br />
Considerou 22 dados merísticos e 18 morfométricos. Os complexos osteológicos cefálicos e hemipenianos<br />
foram analisados comparativamente entre os táxons. Foram identificadas, utilizando MANOVA, diferenças<br />
sexuais significativas em variáveis mensuradas da cabeça e do corpo. Uma análise da função discriminante<br />
(AFD) foi utilizada em sexos separados para maximizar a separação, num espaço multivariado, dos três<br />
táxons definidos a priori: Liophis reginae semilineatus, Liophis reginae macrosomus e Liophis oligolepis. Os escores dos<br />
espécimes machos separaram claramente Liophis reginae semilineatus de Liophis oligolepis, no eixo da primeira<br />
função discriminante, e Liophis reginae semilineatus de Liophis reginae macrosomus, na segunda função. Em fêmeas,<br />
a primeira função discriminante separou Liophis oligolepis de Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae<br />
macrosomus. Na AFD de Liophis oligolepis e Liophis reginae semilineatus, considerando os dois sexos juntos, houve<br />
uma diferenciação entre os dois táxons na primeira função discriminante. A mesma análise foi feita para<br />
Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus, sendo observado uma separação destes táxons na<br />
primeira função discriminante. Verificou-se alguns exemplares de Liophis reginae semilineatus, Liophis reginae<br />
macrosomus além de suas áreas de distribuição. Para verificar se estes e os outros exemplares, ocorrentes nas<br />
áreas de distribuição citadas em bibliografia (1983), formavam o mesmo grupo, foi feita uma análise da<br />
função discriminante. Esta análise ilustrou que as novas ocorrências pertencem ao mesmo grupo dos<br />
exemplares que estão distribuídos segundo a literatura. A morfologia hemipeniana não diferiu entre Liophis<br />
reginae semilineatus, Liophis oligolepis e Liophis reginae macrosomus. Os três táxons apresentam crânios semelhantes<br />
no aspecto geral, porém existem diferenças no osso parietal de Liophis reginae semilineatus e Liophis oligolepis. O<br />
status taxonômico de Liophis oligolepis foi definido com base nos caracteres merísticos, morfométricos e<br />
morfológicos. As subespécies Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus deverão ser reavaliadas no<br />
futuro, para a verificação de seus status, incrementando o número de exemplares e incluindo as outras duas<br />
subespécies (Liophis reginae reginae e Liophis reginae zweifeli).
342<br />
536<br />
FERREIRA, Ana Cássia Sarmento. Determinação de puberdade em cutias (Rodentia: Dasyproctidae)<br />
criadas em cativeiro, através da quantificação das células espermatogênicas. 2002. 77 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientador: Otávio Mitio Ohashi<br />
RESUMO: A cutia (Dasyprocta spp) é um roedor de médio porte, que apresenta o hábito de enterrar parte de<br />
seus alimentos, principalmente sementes, é considerado um dispersor em potencial, pois contribui com o<br />
reflorestamento natural. Por ser uma espécie muito procurada para consumo na área rural da Amazônia, o<br />
manejo em cativeiro e o conhecimento dos seus aspectos reprodutivos são formas alternativas para a criação<br />
de programas de produção e preservação dessa espécie com potencial econômico. O objetivo do presente<br />
trabalho foi determinar o período que ocorre a puberdade, caracterizar os estádios do Ciclo do Epitélio<br />
Seminífero (CES), determinar a freqüência relativa dos estádios, calcular o rendimento geral da<br />
espermatogênese e o índice das células de sertoli. Foram utilizados 7 grupos com idade variando de 4 a 17<br />
meses, os animais foram divididos em G1 (4 e 5 meses, n=4), G2 (6 e 7 meses, n=4), G3 (8 e 9 meses, n=4),<br />
G4 (10 e 11 meses, n=3), G5 (12 e 13 meses, n=4), G6 (14 e 15 meses, n=3) e G7 (16 e 17 meses, n=2). Ao<br />
atingir a idade programada os animais foram castrados, sob anestesia, e as amostras testiculares após<br />
biometria foram fixadas em ALFAC por 24 horas, submetidas ao processamento histológico de rotina, foram<br />
realizados cortes de 5 mm de espessura e os tecidos obtidos corados com HE. As fases de desenvolvimento<br />
reprodutivo, incluindo a puberdade, foram determinadas através da quantificação das células<br />
espermatogênicas de 10 túbulos seminíferos/animal com o contorno circular, os quais se encontravam no<br />
estádio I do CES, previamente caracterizado pelo método da morfologia tubular, que apresentou oito estádios<br />
do CES, e de 20 túbulos seminíferos/animal que não apresentavam espermatogênese completa, o número<br />
real das células foi obtido através da correção dos números brutos pelo diâmetro nuclear/nucleolar médio e<br />
espessura do corte histológico. Para determinar a freqüência relativa, 100 túbulos seminíferos de cada animal<br />
que já havia atingido a puberdade foram analisados. Os pesos corporal e testicular apresentaram correlações<br />
significativas com a idade e entre si. O peso corporal e biometria testicular aumentaram significativamente<br />
(P
343<br />
537<br />
MARTINS, Simone de Souza. Efeitos da fragmentação de habitat sobre a prevalência de parasitoses<br />
intestinais em Alouatta belzebul (Primates, Platyrrhini) na Amazônia Oriental. 2002. 86 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Estudos parasitológicos em populações naturais de primatas neotropicais são relativamente raros,<br />
existindo poucos dados disponíveis sobre o guariba-de-mão-ruiva, Alouatta belzebul. No presente estudo,<br />
populações de A. belzebul foram amostradas em cinco locais na área do reservatório da Usina Hidrelétrica de<br />
Tucuruí, no sudeste da Amazônia brasileira, correspondendo à margem direita do rio Tocantins. As áreas de<br />
coleta incluíram a floresta contínua e fragmentos de habitats em ilhas, com tamanhos que variaram de 180 a<br />
484 hectares. O principal objetivo deste estudo foi a avaliação dos efeitos da perturbação do habitat sobre os<br />
padrões de infestação por endoparasitas. A densidade populacional foi estimada para cada ponto de coleta<br />
usando o método de transecção linear, que variou de 100-108 km percorridos por ponto. Amostras fecais<br />
foram coletadas de seis a quatorze grupos em cada local, com um total de 40-46 amostras por ponto (n =<br />
212). As amostras fecais foram fixadas em MIF e observadas através de microscópio óptico, com aumentos<br />
de até 400x. A densidade populacional variou entre 66,4 e 191,5 indivíduos por km 2 . No total, 76,4% das<br />
amostras foram positivas para pelo menos uma espécie de endoparasita. Foram identificadas doze táxons de<br />
endoparasitas, oito de helmintos e cinco de protozoários. Amostras individuais apresentaram até cinco<br />
diferentes espécies de endoparasitas. Em cada local de coleta, o número de espécies identificadas variou entre<br />
seis e doze e as taxas de infecção ficaram entre 67,5% e 86%. Não foram encontrados padrões sistemáticos na<br />
diversidade de parasitas ou nas taxas de infecção em relação a variáveis como, tamanho de população,<br />
densidade ou fragmentação de habitat. A diversidade e as taxas de infecção variaram mais entre os dois pontos<br />
de floresta contínua que nos locais fragmentados e, no geral, foram menores nos locais com menor densidade<br />
populacional. A única exceção foi o Trypanoxyuris minutus, um oxiurídeo bastante comum transmitido através<br />
do contato direto, para o qual foi encontrada uma correlação forte entre as taxas de infecção e a densidade<br />
populacional. No geral, foram encontradas poucas evidências capazes de sustentar a hipótese de que a<br />
fragmentação do habitat tem um efeito sistemático nos padrões de infestação em A. belzebul. Contudo,<br />
recomenda-se a realização de mais estudos detalhados antes de se estabelecer conclusões definitivas.<br />
538<br />
MELO, Cláudia Cristina de Souza de. Considerações sobre anatomia funcional e adaptativa de alguns<br />
Sigmodontinae (Mammalia: Rodentia: Muridae). 2002. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientador: Peter Mann de Toledo<br />
RESUMO: Entre os mamíferos, os pequenos roedores compõem um grupo singular. Devido sua grande<br />
reprodutiva e adaptabilidade aos diferentes habitats tornaram-se animais em plena explosão evolutiva.<br />
Filogeneticamente, o grupo ainda não está bem caracterizado e apresenta fortes similaridades morfológicas<br />
para os roedores Sigmodontinae da Serra dos Carajás. Através de estudos das características externas e de alguns<br />
ossos do pós-crânio relacionados ao hábito locomotor observamos que: 1) a preferência de habitat dentro da<br />
região da Serra dos Carajás entre os roedores estudados, parece não estar relacionada a um padrão<br />
filogenético; 2) não foi possível estabelecer uma correlação entre as características ecológicas e as principais<br />
feições morfológicas do pós-crâneo ligadas ao desenho corporal entre os Sigmodontinae; 3) a morfologia do<br />
úmero e fêmur contém forte sinal filogenático característco de subfamília Sigmodontinae 4) os índices<br />
intermembral, crural e braquial não foram eficazes na caracterização dos vários modos de locomoção entre os<br />
roedores Sigmodontinae.<br />
539
344<br />
PINTO, Gabriel Silva. Análise morfométrica em cinco espécies do gênero Mabuya FITZINGER, 1825<br />
(Squamata: SCINCIDAE). 2002 28 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires<br />
RESUMO: Analisa a variação da forma do corpo ao longo da ontogenia em Mabuya agilis Boulenger, 1887; M.<br />
bistriatra (Spix, 1825); M. guaporicola Dunn, 1936; M. macrorhyncha Hoge, 1946 e M. nigropunctata (Spix, 1825),<br />
espécies sul-americana de lagartos, buscando definir as diferenças interespecíficas em termos de suas<br />
proporções corporais, qual o papel de um possível crescimento alométrico no desenvolvimento da forma<br />
adulta de cada espécie, e se as diferenças observadas poderiam estar associadas às diferenças nos habitats<br />
ocupados por cada espécie. Para isso foi utilizada a análise de componentes principais (PCA), para estimar<br />
tanto as trajetórias antogenéticas como o crescimento alimétrico de cada espécie. Dados sobre os habitats<br />
ocupados por cada espécie foram compilados da literatura. A inclinação da reta indicando a trajetória<br />
ontogenética foi significativamente diferente entre Mabuya guaporicola e todas as demais espécies, e entre M.<br />
bistriata e M. nigropunctata. A análise dos coeficientes alométricos permitiu constatar que: a redução relativa dos<br />
membros, associados com um alongamento do corpo em Mabuya guaporicola, foi alcançada através da redução<br />
das mãos, pés e, especialmente, dos dígitos; em M. agilis houve um alongamento do corpo; M. macrorhyncha<br />
apresentou a região da cintura escapular robusta, especialmente alta, e as mãos com uma redução acentuada;<br />
em M. bistriata os braços são relativamente curtos e coxa e tíbia alongados; e M. nigropunctata, comparado com<br />
a demais espécies estudadas, foi a espécie cuja forma do corpo menos se alterou ao longo do crescimento.<br />
Por meio desses resultados, juntamente com os dados obtidos da literatura sobre o habitat ocupado por cada<br />
espécie estudada, foi concluído que algumas especializações morfológicas encontradas poderiam ser<br />
explicadas como adaptações funcionais ao uso de seus habitats.<br />
540<br />
SANTOS, Ricardo Rodrigues dos. Ecologia de cuxiús (Chiropotes santanas) na Amazônia Oriental:<br />
perspectivas para a conservação de populações fragmentadas. 2002. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Programa<br />
de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Encontrados na Amazônia brasileira do Maranhão ao Amazonas e Rondônia, os cuxiús (Chiropotes<br />
albinasus e Chiropotes satanas) são primatas especializados na predação de sementes. Visando caracterizar<br />
padrões de atividade e exploração de recursos alimentares, dois grupos sociais (IG e B4) de C. satanas foram<br />
monitorados entre julho e novembro de 2001, na área de influência do reservatório da UHE de Tucuruí (PA).<br />
O grupo IG (C. s. utahicki), de 24 indivíduos, ocupa uma ilha de 100 ha e o grupo B4 (C.s. satanas), com 27<br />
indivíduos, habita uma área de mata contínua, ambas protegidas pela Eletronorte S. A. Dados quantitativos<br />
foram coletados em amostras de varredura, com intervalo de 5 min, realizadas continuamente durante 5 dias<br />
por mês. Observações complementares foram registradas de forma ad libitum durante todo o trabalho de abril<br />
a novembro. Um total de 5490 registros foram coletados para o grupo IG (apenas o comportamento<br />
alimentar do grupo B4 foi analisado aqui), que foram distribuídos entre alimentação (58,8%), deslocamento<br />
(30,8%), parado (9,5% e outras atividades (0,9%). Estas proporções variaram consideravelmente entre meses.<br />
Cento e dez espécies diferentes de plantas foram exploradas pelos cuxiús, mas não foi observada insetivoria.<br />
Como esperado, o componente maior da dieta foi semente em ambos os casos (grupo IG: 75,6 %, n=2721<br />
registros, grupo B4: 49,6%, n=1865). Flor, fruto, broto foliar e o mesocarpo de cocos de palmeiras<br />
completaram a dieta. Padrão semelhante na variação do consumo de diferentes itens foi observado nos dois<br />
grupos entre setembro e novembro. A diversidade taxonômica da dieta do grupo IG foi maior do que a do<br />
B4, como também foi a área de vida (100 contra 57 ha). Não foi encontrado um padrão sistemático de<br />
variação no tamanho de agrupamento de forrageio. Os resultados do estudo indicam um potencial muito<br />
grande para a conservação a longo prazo de populações remanescentes de cuxiús na paisagem fragmentada da<br />
região.
2003<br />
345<br />
541<br />
ALMEIDA, Maurício Pinto de. Pesca, policromatismo e aspectos sistemáticos de Potamotrygon<br />
scobina Garman, 1913 (Chondrichthyes: Potamotrygonidae) da região da ilha de Colares - Baía de<br />
Marajó - Pará. 2003. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal<br />
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: O estudo incluiu espécimes da Família Potamotrygonidae, única dentre os elasmobrâquios em que<br />
todos os representantes são exclusivamente de água doce. Este trabalho foi desenvolvido na região estuarina<br />
da baía de Marajó, na ilha de Colares, durante os meses de maio, agosto, outubro e dezembro de 2000,<br />
dezembro de 2001 e março de 2002. As coletas compreenderam os gêneros Plesiotrygon, Potamotrygon, Paratrygon<br />
e um quarto gênero não escrito, totalizando 723 exemplares capturados. Informações relacionadas à<br />
freqüência de ocorrência e biomassa indicaram uma predominância nesta região do gênero Potamotrygon, em<br />
especial da espécie P. scobina. O tamanho das raias capturadas foi influenciado pelos aparelhos de pesca.<br />
Observações sobre os padrões de coloração dorsal, estrutura de tamanho e sexual da espécie P. scobina foram<br />
realizadas. Os resultados da análise estatística multivariada e da genética molecular para P. scobina, mostraram<br />
que os morfotipos comumente definidos com base em padrões de coloração dorsal não se referem na<br />
realidade a espécies distintas. Três novos padrões de coloração dorsal para subadultos/adultos e dois novos<br />
padrões para juvenis foram observados em P. scobina. Os caracteres externos analisados para a referida espécie<br />
mostraram uma ampla variação em forma, adulta. As raias de água doce nesta região são rotineiramente<br />
capturadas predominantemente para fins como alimento, medicinais e ornamentais. A conservação das<br />
espécies de raias de água doce requer maiores conhecimentos sobre sua biologia e taxonomia para<br />
acompanhamento de sua exploração e eventuais medidas de manejo.<br />
542<br />
D'HORTA, Fernando Mendonça. Variação geográfica, zonas de integração e especiação no Complexo<br />
Icterus cayanensis chrysocephalus (Aves: icteridae). 2003. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: O Complexo Icterus cayanensis-chrysocephalus apresenta um intrincado padrão de variação em<br />
plumagem e tamanho corpóreo. São reconhecidos tradicionalmente para o grupo seis táxons: Icterus<br />
chrysocephalus, I cayanensis cayanensis. I cayanensis tibialis, I. cayanensis tibialis, I. cayanensis valenciobuenoi, I. cayanensis<br />
periporphyrus e I. cayanensis pyrrhopterus, que se substituem geograficamente ao longo de grande parte da América<br />
do Sul. Neste estudo foi feita a descrição dos padrões de variação geográfica. Foram diagnosticadas quatro<br />
espécies, à luz do conceito filogenético de espécie: Icterus cayanensis (Amazônia Meridional), Icterus chrysocephalus<br />
(Amazônia setentrional), Icterus tibialis (Caatinga) e Icterus pyrrhopterus (Chaco); os táxons I. cayanensis<br />
valenciobuenoi e I. cayanensis periporphyrus foram sinonimizados. Entre as formas amazônicas (Chrysocephalus e<br />
Cayanensis), foi detectada a presença de uma zona híbrida mais extensa do que aquela reportada na literatura.<br />
No Brasil Central, foi diagnosticada a maior zona de intergradação conhecida para aves, com<br />
aproximadamente 2.300 km de extensão, produto do intercruzamento entre Icterus tibialis e Icterus pyrrhopterus,<br />
formas distribuídas pela Caatinga e Chaco, respectivamente. Postula-se que as zonas de intergradação<br />
diagnosticadas neste estudo são produtos do intercruzamento de populações previamente diferenciadas em<br />
isolamento geográfico.
346<br />
543<br />
LIMA, Jucivaldo Dias. Composição e diversidade de serpentes em um mosaico de habitats no<br />
Município de Urbano Santos, Maranhão. 2003. 62 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em<br />
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ulisses Galatti<br />
RESUMO: Este estudo apresenta os resultados de um ano de observações de campo para amostragens da<br />
fauna de serpentes em um mosaico de habitats, abrangendo matas de terra firme e inundável, plantações de<br />
eucalipto e áreas abertas, na Fazenda Santo Amaro, Município de Urbano Santos, Maranhão. A região é<br />
dominada por vegetação de Cerrado e possui clima tropical megatérmico, com total pluviométrico anual em<br />
torno de 1800 mm. O ano de estudo (2001) apresentou-se mais seco que a média anual, com 1197,5 mm. As<br />
amostragens foram realizadas durante 24 excursões quinzenais, com duração de quatro dias cada, entre<br />
janeiro e dezembro de 2001. Estas amostragens totalizaram 768h/observador de procuras visuais diurnas e<br />
noturnas, onde os diferentes habitats foram amostrados por sorteios randomizados, nos diversos horários do<br />
dia, obtendo o mesmo número de horas de amostragem nas diferentes épocas do ano. Foram capturadas 114<br />
serpentes, representadas por seis famílias, vinte e sete gêneros e trinta e duas espécies. Para cada espécie são<br />
apresentadas informações sobre o tamanho, período de atividade, classe etária, habitat e microhabitat. Das 32<br />
espécies amostradas na área, seis foram registradas pela primeira vez para o Maranhão como, Apostolepis<br />
cearensis, Helicops leopardinus trigeminus, Psomophis joberti, Waglerophis merremii e Micrurus ibiboboca. Em geral, a<br />
maioria das espécies registradas tem distribuição Amazônica. Entre as espécies da área, 40,1 % foram<br />
arborícolas, 25 % fossóreas/criptozóicas, 21,9% terrícolas e 12,5% aquáticas, embora algumas espécies<br />
ocuparam mais de um microhabitat. A maioria das espécies ocorreu nos ambientes de mata de terra firme, mata<br />
inundável e área abereta. A similaridade entre os habitats da área, de modo geral, foi muito baixa, sendo que<br />
apenas a mata de terra firme e área tiveram mais de 60 % de espécies em comum. A menor<br />
complementariedade de fauna ocorreu entre os habitats "mata de terra firme" e "área aberta" e "mata<br />
inundável" e "área aberta". Em relação a outras áreas, a maior similaridade entre as áreas ocorreu com as<br />
serras e maciços e o Estado do Ceará. A riqueza estimada para a área, segundo os índices e estimadores<br />
utilizadores nas análises, indica que o número de espécies observadas está abaixo do estimado, que variou<br />
entre 38 (bootstrap) e 58 (Chão 2) espécies. Esses resultados representam uma primeira contribuição sobre a<br />
diversidade de serpentes na região e oferece subsídios para possíveis programas de monitoramento da fauna<br />
de serpentes e da situação dos habitats na área.<br />
544<br />
PEREIRA, Rodolfo Fernando Moraes. Ictiologia na Amazônia brasileira de Diogo Nunes (1538) a<br />
Landi (1772): a visão dos viajantes e naturalistas que trataram de sua ictiofauna durante este período. 2003.<br />
230 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: Nelson Papavero<br />
RESUMO: Este trabalho visou reunir e disponibilizar informações sobre a ictiofauna da Amazônia, segundo<br />
vários escritos do século XVI ao XVII. Consultaram-se fontes documentais de várias bibliotecas e arquivos, e<br />
dos documentos selecionados procedeu-se à identificação taxonômica das espécies neles referidas. Também<br />
se fizeram observações com base nas referências textuais e iconográficas disponíveis, de forma a acrescentar<br />
informações consideradas de relevância zoológica. Constatou-se que, devido à definição então vigente do<br />
conceito de "peixe", um estudo da ictiologia do período precisaria incluir também informações sobre espécies<br />
de outros táxons aquáticos que não agnatos, elasmobrânquios e teósteos. No início do Período Colonial, a<br />
idéia de peixe era generalizada simplesmente como pescado, e não havia muita preocupação em inventariar a<br />
ictiofauna do Novo Mundo. Mais tarde, alguns dos visitantes da região puseram-se a descrever e ilustrar a<br />
ictiofauna de maneira mais específica: nessa fase em que se dava mais detalhamento às espécies de peixes,<br />
destacam-se o texto atribuído ao Fr. Cristovão de Lisboa (1625-1631), o códice do arquiteto Antônio<br />
Giuseppe Landi (1772) e principalmente o manuscrito do Pe. João Daniel (1758-1776) - o qual se revelou um<br />
pioneiro do movimento conservacionista da Amazônia. Os visitantes que vieram à região careciam, no geral,<br />
de formação acadêmica específica e, servindo a funções várias alheias à Ciência, não seguiam uma
347<br />
metodologia que se pudesse chamar de científica. Devido ao fato de seus manuscritos não terem sido<br />
divulgados ou sequer impressos, por vários motivos, o conhecimento neles produzido não foi cumulativo ou<br />
analítico, e não teve influência significativa no desenvolvimento da Ictiologia. Por outro lado, os naturalistas<br />
que efetivamente não estiveram na Amazônia puderam trazer principalmente da obra de Georg Marcgrave<br />
(1648) e de exemplares coletados nas possessões holandesas da América do Sul, e incluindo-o num grande<br />
sistema classificatório que mais tarde despertaria o interesse de outros cientistas em conhecer a ictiofauna<br />
amazônica.<br />
545<br />
SILVA, Alessandra de Azevedo Rodrigues da. Polinização de Cacauí (Theobroma speciosum Willd. ex<br />
Spreng. - Sterculiaceae): implicações para conservação. 2003. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de<br />
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins<br />
RESUMO: O cacauí (Theobroma speciosum) é uma fruteira típica da Região Norte, cujas flores sapromiofílicas<br />
atraem dípteros. Os recursos que os insetos utilizam são muito variados e entre eles estão as flores, que<br />
podem ser utilizadas como alimento e local para reprodução. Este trabalho visou fazer uma comparação do<br />
sistema de polinização de T. speciosum em duas áreas de preservação distintas, contribuindo para a avaliação<br />
das estratégias de conservação da espécie. O trabalho foi realizado nos anos de 2000 a 2002, no Centro de<br />
Pesquisa do Trópico Úmido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/CPATU) e na<br />
Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn/MPEG). Foram realizados estudos sobre estrutura populacional e<br />
fenologia de T. speciosum nas duas áreas de preservação, observação comportamental dos insetos no campo,<br />
coletas de insetos visitantes das flores de cacauí, análise de carreamento de pólen pelos insetos e verificação<br />
dos insetos emergentes no laboratório. As árvores de cacauí, em ambos os locais, florescem em períodos mais<br />
secos e frutificam em períodos mais úmidos. As populações de cacauí nas duas áreas diferem pela distribuição<br />
espacial e etária dos seus indivíduos. A falta de jovens e subadultos na área de preservação ex situ, mostra<br />
falha no “turn over” populacional, demonstrando fragilidade no sistema estabelecido. As inflorescências de T.<br />
speciosum são utilizadas por uma grande diversidade de invertebrados. Nove ordens de insetos, e pelo menos<br />
duas ordens de outros invertebrados, visitaram as flores de cacauí. As ordens com maior quantidade de<br />
indivíduos foram Hymenoptera, Thysanoptera, Diptera e Coleoptera. Os visitantes das flores de cacauí foram<br />
classificados como: oportunistas, predadores e polinizadores. Drosofilídeos foram indicados como<br />
polinizadores de T. speciosum, com a possibilidade da participação de alguns forídeos. As guildas dos<br />
drosofilídeos foram distintas nas duas áreas de preservação e mais diversa na área de preservação in situ.<br />
Quatro espécies foram comuns às duas áreas. A perda de diversidade e alteração na composição na guilda de<br />
polinizadores parece não ter afetado a população de T. speciosum na área de preservação ex situo. No caso em<br />
estudo o sistema de polinização, apesar de profundamente alterado, ainda apresenta sinais de viabilidade.<br />
546<br />
SILVA, Suleima do Socorro Bastos da. Comportamento alimentar do Cuxiú-preto (Chiripotes satanas)<br />
na área de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí-Pará. 2003. 104 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, construída em 1985, criou um lago de 2.430 km² (3º43'-5º15'S,<br />
49º12'-50º00'W) que isolou populações do cuxiú-preto (Chiropotes satanas), um primata ameaçado de extinção<br />
em uma série de ilhas e outros fragmentos de habitat. Este estudo foi realizado em dois pontos na margem<br />
direita do lago, um na mata contínua (T4) e outro em uma ilha de 16,3 hectares (Su), com grupos de 34 e sete<br />
indivíduos, respectivamente. O objetivo principal foi avaliar a influência da fragmentação de habitat sobre o<br />
comportamento de forrageiro dos cuxiús. Dados básicos foram coletados em amostras de varredura de um<br />
minuto de duração e cinco de intervalo, e o comportamento de forrageio foi registrado em maiores detalhes<br />
através da amostragem de árvore focal e de todas as ocorrências. As categorias comportamentais básicas
348<br />
foram locomoção, descanso, forrageio, alimentação e interação social, com algumas subcategorias. De julho a<br />
dezembro de 2002, foram obtidos 3.501 registros (varredura) para o grupo T4 e 835 para o grupo Su. O<br />
orçamento de atividades de T4 foi 55,8% de locomoção, 21,7% alimentação, 16,1% descanso, 3,6% forrageio,<br />
com 2,8% de interação social. No caso de Su, a alimentação foi registrada em uma proporção semelhante<br />
(22,4%), mas foi registrada uma proporção significativamente menor de locomoção (45,9%) e maior de<br />
descanso (27,0%). Uma diferença grande foi encontrada também no número de espécies vegetais exploradas<br />
por seus recursos alimentares, sendo 40 por T4 (maior família Arecaceae) e apenas 22 por Su (maior família<br />
Lecythidaceae), porém não foi encontrada uma diferença significativa na diversidade de suas dietas. A<br />
composição da dieta dos dois grupos foi significativamente diferente, sendo o item mais utilizado por T4 as<br />
sementes imaturas (o mesocarpo de frutos de palmeiras também foi importante), enquanto o consumo de<br />
flores - praticamente todas da espécie Alexa grandiflora (Leguminosae) - foi muito alto no grupo Su. As<br />
diferenças entre grupos parecem estar relacionadas, pelo menos parcialmente, à diferença no tamanho da área<br />
de vida, que foi de 68,9 hectares para T4 e apenas 16,3 ha (toda a área da ilha) para Su. Aspectos do<br />
comportamento dos membros do grupo Su, como as taxas altas de descanso e consumo de flores, parecem<br />
refletir efeitos da fragmentação de habitat sobre sua ecologia, com implicações negativas para sua<br />
sobreviviência a longo prazo. Espera-se que estes resultados contribuam de forma significativa para o<br />
desenvolvimento de estratégias efetivas de conservação tanto deste importante primata, como também da<br />
paisagem fragmentada da Amazônia oriental.<br />
547<br />
SOUZA, Augusto César Paes de. Descrição cariotípica de peixes dos gêneros Baryancistrus,<br />
Parancistrus, Peckoltia e Ancistrus (Ancistrinae, Loricariidae) da Bacia Amazônica. 2003. 130 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Júlio César Pieczarka<br />
RESUMO: A subfamília Ancistrinae é uma das mais diversificadas entre os Loricariidae, incluindo cerca de 200<br />
espécies distribuídas em 26 gêneros. Esses peixes são facilmente reconhecidos pela presença de placas ósseas<br />
dispostas em séries ao longo do corpo e pela presença de boca em posição ventral anterior. São vulgarmente<br />
conhecidos por acaris, bodós, cascudos. As espécies da subfamília Ancistrinae representam um importante<br />
recurso socioeconômico, constituindo uma das mais importantes atividades comerciais no Município de<br />
Altamira-PA. Foram analisadas, por meio das técnicas convencionais (Giemsa, bandeamento C e Ag-NORs)<br />
e técnica de fluorocromo (Cromomicina A3), nove espécies de peixes da subfamília Ancistrinae pertencentes a<br />
quatro gêneros (Baryancistrus, Parancistrus, Peckoltia e Ancistrus). As espécies do gênero Baryancistrus revelaram<br />
um número diplóide 2n= 52 e NF=104. A NOR foi encontrada em posição intersticial no braço curto de um<br />
par cromossômico do tipo meta/submetacêntrico. A espécie B. aff. niveatus apresentou grandes blocos<br />
heterocromáticos ricos em pares de bases G-C como apomorfia, sendo esta espécie considerada como mais<br />
derivada cariotipicamente entre os Baryancistrus. As espécies do gênero Parancistrus apresentaram uma estrutura<br />
cariotípica muito similar àquela encontrada em Baryancistrus, apresentando as Regiões Organizadoras de<br />
Nucléolos como uma provável sinapomorfia entre os dois gêneros. Os representantes do gênero Peckoltia<br />
possuem número diplóide 2n=52 e NF=102. Todas as espécies analisadas apresentaram grandes blocos<br />
heterocromáticos, envolvendo quase todos os braços longos de alguns pares cromossomos do tipo<br />
submetacêntricos e subtelocêntricos, sendo esta característica uma provável sinapomorfia para este grupo. A<br />
NOR foi localizada no braço longo de um par de cromossomos submetacêntricos em P. vittata e em no<br />
máximo três cromossomos nas espécies Peckoltia sp. 1 e Peckoltia sp.2. A espécie Ancistrus ranunculus foi a<br />
que apresentou o cariótipo mais derivado entre as espécies estudadas, com o número diplóide igual a 48<br />
cromossomos e NF = 80. As análises citogenéticas feitas até agora sugerem que os principais eventos de<br />
diversificação cariotípica para os Ancistrinae foram às inversões, a exceção de Ancistrus ranunculus que<br />
apresentou também rearranjos Robertsonianos.
349<br />
548<br />
TRAVASSOS, Alessandra Elisa Melo. Biologia reprodutiva e hábito alimentar de Dendrophryniscus<br />
minutus (Melin, 1941) (Amphibia: Bufonidae) na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará. 2003. 47 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ulisses Galatti<br />
RESUMO: Este estudo teve como objetivo examinar características da Biologia reprodutiva, condição<br />
nutricional e hábito alimentar do anuro de serapilheira Dendrophyniscus minutus por meio de indivíduos<br />
coletados na Estação Científica Ferreira Pena, Floresta Nacional de Caxiuanã no período de abril de 1997 a<br />
abril de 1998. Uma amostragem de 166 espécies foi examinada para obtenção de medidas de comprimento<br />
rostro-cloaca, massa de corpos de gordura, diâmetro, massa e número de óvulos nas fêmeas, e volume dos<br />
testículos em machos. O hábito alimentar da espécie foi determinado através da análise dos conteúdos<br />
estomacais. A estrutura da população amostrada indicou um padrão com a predominância de indivíduos<br />
adultos, incluindo fêmeas grávidas, nos meses de chuva, e o recrutamento de juvenis no início da estação<br />
seca. Igualmente, o diâmetro e a massa de óvulos no ovário, utilizados como indicadores de estágio de<br />
desenvolvimento gonadal, foram maiores na estação chuvosa. Entre os machos, os maiores valores de<br />
volume dos testículos também apareceram em fevereiro e abril, mas não houve um padrão evidente de<br />
correlação com a precipitação. O consumo de alimento não apresentou um padrão claro de variação entre os<br />
meses não foi correlacionado à massa do corpo de gordura. As medidas de corpos de gordura foram<br />
positivamente correlacionadas aos estágios de desenvolvimento dos óvulos em fêmeas, indicando que<br />
acúmulo de gordura e desenvolvimento gonadal podem ocorrer simultaneamente. A composição da dieta da<br />
espécie foi constituída basicamente de formigas, ácaros e cupins, invertebrados abundantes no folhiço na área<br />
de estudo.<br />
2004<br />
549<br />
BARREIROS, José Augusto Pereira. Inventário da Araneofauna ( Arachnida, Araneae ) de serapilheira<br />
na Estação Científica Ferreira Penna, Pará, Brasil. 2004. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo<br />
RESUMO: A Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), com aproximadamente 33.000 hectares, está<br />
localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, com o objetivo de implementar um protocolo estruturado<br />
de inventário da fauna de aranhas de serapilheira, nos períodos chuvoso e seco. As aranhas foram segregadas<br />
através da combinação das técnicas de triagem manual e de extratores de Winkler. Estas amostras foram<br />
provenientes de cinco parcelas. Três parcelas estão localizadas em mata de terra firme (LBA-EXP, LBA-CON<br />
e TF-IMC) e duas em mata de igapó (IG-N e IG-S). Uma das parcelas de terra firme sofre estresse hídrico<br />
(LBA-EXP), sendo a chuva ecluída do solo por meio de painéis e calhas. Foram coletados 2.230 indivíduos<br />
(5,6 indivíduos /m², em média), pertencentes a 34 famílias. Sete famílias foram representadas apenas por<br />
animais imaturos: Nesticidae, Pisauridae, Gnaphosidae, Mimetidae, Deinopidae, Oxiopidae, Oxiopidae, Uloboridae. As<br />
famílias mais abundantes foram Salticidae, Theridiidae, Ctenidae, Oonopidae e Linyphiidae. Foi obtido um total de<br />
876 indivíduos adultos, atribuídos a 120 espécies ou morfo-espécies, em 27 famílias. As espécies com maior<br />
abundância relativa foram Styposis sp. 3(Theridiidae) com 16,55 % do total de indivíduos adultos, pseudanapis sp.<br />
1 (Anapidae) com 6,96 %, Meioneta sp.1 (Linyphiidae) com 6,39 %, oonopidae sp.1 com 5,59 % e salticidae sp. 1<br />
com 4,56 %. Para a maioria das análises, foram excluídas 15 espécies consideradas como ocasionais na<br />
serapilheira.
350<br />
550<br />
GUIMARÃES, Delma Gomes. Contribuição ao conhecimento da fauna anofélica antropofílica da<br />
praia da Saudade na ilha de Cotijuba - Belém - Pará: uma área endêmica da malária. 2004. 82 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: Bento Melo Mascarenhas<br />
RESUMO: Apesar da sua localização perto de Belém, Pará, a ilha de Cotijuba tem sido assolada por surtos de<br />
malária durante os últimos anos, principalmente nos meses de abril e maio. A ilha faz parte de arquipélago<br />
situado às margens da baía do Marajó, a 29 km de Belém, constituindo uma parte insular dessa cidade, e<br />
possui uma área de cerca de 60 km² e uma costa de 20 km de praias, que corresponde a 66% da área total da<br />
ilha. Por causa da epidemia, tornou-se necessário conhecer as espécies de anofelinos vetores da malária na<br />
ilha. Nos anos de 2002 a 2004, foram realizadas coletas periódicas de larvas e adultos de mosquitos e os seus<br />
criatórios foram localizados e caracterizados. Os imaturos foram coletados com auxílio de conchas e em<br />
bandejas plásticas. Para os adultos, utilizou-se o método de captura manual com isca humana. Duas coletas de<br />
adultos na floresta foram realizadas, uma no período seco e outra no período chuvoso, com duração de 24<br />
horas ininterruptas. Seis coletas bimensais no peridomicílio foram registradas, apenas duas espécies em<br />
atividade atacando o homem, Anopheles (Nyssonrhynchus) aquasalis e Anopheles (Anopheles) intermedius. A. aquasalis<br />
foi mais freqüente no peridomicílio, enquanto A. intermedius teve maior freqüência na floresta. Verificou-se<br />
que o maior número de casos de malária na ilha ocorre dois meses depois do início das chuvas, no mês de<br />
maio. Na ilha de Cotijuba, como um todo, existem quatro lagos que são os possíveis criatórios de anofelinos<br />
da ilha. O lago da Gabriela é o principal criatório da ilha de Cotijuba, sendo responsável por 42% dos casos<br />
de malária na ilha no ano de 2003. As condições climáticas, o comportamento dos residentes e a falta de<br />
recursos para o efetivo controle dos vetores da doença, entre outros fatores, favorecem a persistência de<br />
malária na ilha de Cotijuba.<br />
551<br />
HERNÁNDEZ RUZ, Emil José. A Morfologia de Stenocercus dumerilii Steindachner (1867)<br />
(Squamata, Iguanidae) e suas implicações filogenéticas. 2004. 56 f. Dissertação (Mestrado) - Programa<br />
de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires<br />
RESUMO: O estudo teve por objetivo incluir Stenocercus dumerilii (Seindachner, 1867) no contexto dos estudos<br />
filogenéticos recentes, realizados com Tropidurinae*. Apresenta-se uma descrição da escutelação, crânio,<br />
cintura escapular, esqueleto abdominal e hemipênis, com ênfase nos caracteres utilizados na literatura em<br />
análises filogenéticas envolvendo o gênero Stenocercus. O estudo baseou-se em 65 exemplares fixados, dois<br />
exemplares diafanizados e dois hemipênis evertidos. Constatou-se que S. dumerilii apresenta as características<br />
utilizadas para definir o gênero Stenocercus, dentro de sua definição atual, assim como os táxons<br />
hierarquicamente superiores que o incluem. Algumas diferenças observadas são um único par de costelas<br />
xifisternais, cauda deprimida, escamas pós-supraciliares projetadas em forma de "chifre" (também presentes<br />
em S. tricristatus) e escamas pareitais, pós-perietais e occipitais aumentadas, em seqüência longitudinal. Ao<br />
contrário do que tem sido considerado anteriormente, a espécie não apresenta grande parte das características<br />
do denominado "grupo Ophryoessoides". As principais características de S. dumerilii que o separam deste grupo<br />
são o arranjo das escamas supraoculares e posteriores da cabeça e a distância entre os pares de costelas pósxifisternais.<br />
Conclui-se que S. dumerilli se enquadra bem nos Tropidurinae* e no gênero Stenocercus, mas não faz<br />
parte do chamado "grupo Ophryoessoides".<br />
552<br />
RICETTI, Janael. Inventário de aranhas (Arachnida, Araneae) em quatro fitofisionomias da Serra do<br />
Cachimbo, Novo Progresso, Pará, Brasil. 2004. 65 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Mestrado em<br />
Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo
351<br />
RESUMO: Realiza um inventário da fauna de aranhas na Serra do Cachimbo, dentro do Campo de Provas<br />
Brigadeiro Velloso, Município de Novo Progresso, Pará. As coletas ocorreram em duas expedições, uma na<br />
estação seca (agosto e setembro de 2003) e outra na chuvosa (março e abril de 2004). Cada expedição contou<br />
com a participação de três coletores. O esforço de amostragem foi de 240 amostras, sendo 96 por meio de<br />
guarda-chuva entomológico e rede de varredura, 96 por meio de coleta manual noturna e 48 por triagem<br />
manual e extratores de Winkler. Foi comparada a diversidade de aranhas de quatro tipos de vegetação,<br />
compreendendo áreas de floresta ombrófila aberta, a mata de galeria ao entorno do rio Formiga, áreas de<br />
cerrado (savana arbórea) e áreas de campina. As coletas resultaram em um total de 4.964 indivíduos, dos quais<br />
2.724 adultos. Foram identificadas 397 morfoespécies em 37 famílias, sendo as mais abundantes Theridiidae,<br />
Salticidae e Araneidae e as mais especiosas Salticidae, Araneidae e Theridíidae. As espécies representadas por<br />
apenas um indivíduo somaram 40% do total e apenas duas espécies apresentaram mais de cem indivíduos. As<br />
curvas de riqueza de espécies estimadas atingiram entre 473 (bootstrap) e 674 (jackknífe) espécies. A maior<br />
diversidade alfa (Índice de Shannon-Wiener) foi encontrada em floresta ombrófila, seguida pela mata de galeria,<br />
campina e cerrado. A maior diversidade beta (Índices de Jaccard e Morisita-Horn.) foi encontrada entre a<br />
floresta e a campina e as menores entre a floresta, cerrado e mata de galeria. A estação seca apresentou mais<br />
espécies que a chuvosa, porém essa diferença não foi detectada na campina. Uma análise de componentes<br />
principais revelou que algumas espécies demonstraram especificidade pelas vegetações fechadas e outras pela<br />
vegetação aberta da campina. Estas diferenças na diversidade e na composição taxonômica entre as<br />
vegetações podem ser explicadas devido a variações de recursos alimentares (presas), recursos espaciais<br />
(refúgios e substrato para fixação de teias) e fatores microclimáticos (temperatura e umidade) de cada<br />
fitofisionomia. O coletor mais experiente coletou mais espécies e os demais mostraram números de espécies<br />
semelhantes. As diferenças de abundância entre as amostras de cada coletor não foram significativas. As<br />
coletas noturnas mostraram-se mais eficientes para detectar as diferenças entre a riqueza das fisionomias. Os<br />
métodos guarda-chuva entomológico/rede de varredura e coleta de serapilheira não apresentaram diferenças<br />
significativas para riqueza de espécies.<br />
553<br />
RUFFEIL, Luis Augusto Araújo dos Santos. Abundância, reprodução, caça de subsistência e<br />
conservação de jacarés na Terra Indígena Uaçá, Amapá, Brasil. 2004. 57 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2004.<br />
Orientador: Ronis da Silveira<br />
RESUMO: Estudou-se na Terra Indígena (T.I.) Uaçá, entre setembro de 2002 e março de 2003, a<br />
distribuição, a abundância, a estrutura dos tamanhos, a razão sexual e a reprodução do jacaré-açu<br />
(Melanosuchus niger) e do jacaretinga (Caiman crocodilus crocodilus). Também, estudou-se a caça de subsistência de<br />
jacarés praticada pelos indígenas. A T.I. Uaçá localiza-se no Município de Oiapoque, Estado do Amapá, no<br />
extremo nordeste da Amazônia brasileira, fronteira com a Guiana Francesa. Esta área tem 470.164 ha e é<br />
habitada por aproximadamente 5.000 índios das etnias Karipuna, Palikur e Galibi-Marworno. Na região, ocorrem<br />
florestas de terra firme (50%), cerrados (15%) e campos sazonalmente alagados, onde executou-se esta<br />
pesquisa (35%). M niger ocorreu nos três rios (145 km) e nos cinco lagos (20,2 km) em que fez-se<br />
levantamentos noturnos, e possivelmente distribui-se por toda a área de campos da T.I. Uaçá. C. crocodilus<br />
ocorreu apenas nos levantamentos do lago Tupaia e do rio Uaçá, e representou somente 0,2 % dos 3042<br />
jacarés que localizei nos levantamentos. A densidade média de M niger foi de 18,4 jacarés por quilômetro de<br />
margem percorrida, com máximo de 114 jacarés/km no lago Txipok. Oitenta e três por cento dos 776 M niger<br />
tinham o comprimento rostro-anal (CRA) menor que 100 cm, indicando uma população com potencial de<br />
crescimento. As estruturas dos tamanhos observadas para esta espécie foram semelhantes nos rios e lagos. A<br />
razão sexual (machos:fêmeas) de M niger foi, em média, de 2:1, nos rios e 1,9:1, nos lagos. Os únicos quatro C.<br />
crocodilus capturados eram machos. Localizei 18 ninhos de M niger nas margens dos rios, e 21 nos lagos<br />
periféricos a estes. Dos 39 ninhos, 16 foram utilizados pelos indígenas na alimentação, um foi destruído pelo<br />
fogo e 22 tiveram destino desconhecido. Encontrei 45 jacarés caçados para alimentação, sendo que 53% eram<br />
C. crocodilus, 38% M niger e 9% eram jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus). Os 12 C. crocodilus caçados medidos
352<br />
eram subadultos, com 20 < CRA < 60 cm. Sete M niger medidos também eram subadultos, com 40 < CRA <<br />
90 cm, e somente um tinha 150 cm de CRA. Medi três dos quatro P. trigonatus caçados, que eram de 50 <<br />
CRA < 80 cm. C. crocodilus pode estar ameaçado de extinção biológica local pela caça de subsistência, e a<br />
proibição dessa atividade é urgente. A caça de subsistência de M niger, se não for devidamente planejada,<br />
também poderá ameaçar essa espécie em um futuro próximo. A continuidade das pesquisa para a elaboração<br />
de um plano de conservação e manejo é uma importante forma de garantir a manutenção das populações de<br />
crocodilianos na Terra Indígena Uaçá .<br />
554<br />
SILVA, Bianca Bentes da. Diagnóstico da pesca no litoral paraense. 2004. 138 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2004.<br />
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum<br />
RESUMO: Na Região Norte, convivem vários sistemas de pesca que vão desde os de subsistência até<br />
pescarias industriais com embarcações mais sofisticadas na captura e, em cujas empresas receptoras, há maior<br />
apoio tecnológico para o beneficiamento do pescado. Um levantamento do estado atual da pesca no litoral do<br />
Estado do Pará, segundo aspectos econômicos, sociais e ecológicos, foi realizado visando estabelecer linhas<br />
de ação para o melhoramento sustentável deste setor. Foram delimitados sistemas de produção por meio de<br />
um processo de subdivisão sucessiva da atividade pesqueira segundo características da frota, prática ou arte de<br />
pesca, recurso explorado, ambiente alvo, residência, relações de trabalho e renda do pescador e o grau de<br />
isolamento da localidade onde há concentração de atividade pesqueira. Para tal foram elaborados e aplicados<br />
questionários às lideranças locais, empresas pesqueiras, mercados e pescadores. Foram realizadas 575<br />
entrevistas distribuídas entre os pescadores dos sistemas (524), comunidades (13), mercados (5), colônias (8),<br />
associações (13) municípios (9) e empresas pesqueiras (3). Assume-se a coexistência de 20 sistemas de<br />
produção dos quais 3 são industriais, 3 artesanais de larga escala e 14 artesanais de pequena escala. Os<br />
sistemas industriais são voltados à captura do pargo, piramutaba e camarão rosa, e todos se apresentam em<br />
estado de sobre-exploração. Utilizam petrechos como redes de arrastões, covos ou manzuás, em embarcações<br />
com casco de aço com autonomia média de 30 dias de pesca e com alguma tecnologia para comunicação e<br />
busca de cardumes, além da mecanização da captura. As pescarias industriais produzem grande quantidade de<br />
rejeito que é descartado na maioria das vezes. Os pescadores destes sistemas são em geral colonizados, e têm<br />
maior poder aquisitivo e social (escolarização, instrução profissional, moradia e assistência à saúde) que a<br />
média da classe, porém atuam apenas como mão-de-obra na atividade, já que não são detentores de<br />
embarcações e/ou apetrechos de pesca. As pescarias de larga escala atuam na captura do pargo e da lagosta,<br />
utilizando embarcações de médio porte (maiores que 12m com casco de madeira) com autonomia média de<br />
15 dias de viagem e alguma (rara) tecnologia de comunicação e/ou localização dos cardumes. Os pescadores<br />
destes sistemas são em sua maioria colonizados, não são detentores de embarcações e/ou petrechos e são<br />
fortemente dependentes dos atravessadores. A pesca tradicional, artesanal ou de pequena escala, realizada em<br />
toda a costa, responde por 90% das pescarias do Estado do Pará e atua em regiões estuarinas e costeiras,<br />
voltadas principalmente para a captura da serra, cioba, cavala, pescada amarela, gurijuba, pescada-gó, além de<br />
recursos estuarino-fluviais como a dourada e a pescada branca. São pescarias que utilizam uma grande<br />
variedade de artes, com diferentes graus de seletividade e por produtores autônomos ou com relações de<br />
trabalho baseadas em parcerias. Os pescadores destes sistemas representam a parcela mais empobrecida de<br />
toda a população pesqueira do Estado do Pará. De modo geral, grande parte da comercialização do pescado<br />
não gera impostos nem para o Estado nem para os municípios. O Estado do Pará permanece ainda como<br />
exportador de matéria-prima e conta com um atual cenário de sobre-explotação de mais de 2/ 3 dos estoques<br />
pesqueiros de interesse comercial, conseqüência de um modelo de livre acesso aos recursos, excessivos<br />
investimentos em tecnologia de pesca e a sobre-capitalização das empresas. O fortalecimento das<br />
organizações sociais dos pescadores, a disseminação de técnicas de conservação e manuseio do pescado,<br />
educação ambiental e garantia do cumprimento da legislação pesqueira poderiam ser tomadas como metas<br />
para o ordenamento do setor pesqueiro no Estado do Pará.
353<br />
555<br />
SOUZA, Manuella Andrade de. Padrões de distribuição e a conservação das aves passeriformes da<br />
caatinga. 2004. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Centro de<br />
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: José Maria Cardoso da Silva<br />
RESUMO: A caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, localizada principalmente na Região Nordeste, é um<br />
dos ecossistemas menos conhecidos do ponto de vista científico e também um dos mais ameaçados e<br />
transformados pela ação humana. Foram determinadas as áreas com maior riqueza de passeriformes, como<br />
estas espécies estão distribuídas na região e como utilizam o habitat. Além disso, também foi testada a<br />
eficiência das unidades de conservação da caatinga e das áreas prioritárias definidas pelo PROBIO na<br />
proteção de táxons endêmicos e ameaçados da região. Os 273 táxons de passeriformes registrados para<br />
caatinga, em sua maioria (66%), dependem, direta ou indiretamente, das florestas da região para sobreviver.<br />
Foram registrados 37 táxons endêmicos à região, sendo 26 dependentes de florestas. As áreas de maior<br />
riqueza de espécies estão diretamente relacionadas com a diversidade de habitats. Foram identificadas 10 áreas<br />
prioritárias mais importantes para a conservação de táxons endêmicos e ameaçados de passeriformes. As<br />
unidades de conservação da caatinga além de cobrirem apenas uma pequena extensão da região, não<br />
representam bem os táxons endêmicos e ameaçados do bioma. Assim, um sistema eficiente de conservação<br />
para a caatinga deve incluir toda a diversidade paisagística existente na região, dando prioridade para unidades<br />
de conservação nas áreas compostas pelos encraves florestais e caatingas adjacentes.<br />
556<br />
TRINCA, Cristiano Trapé. Caça em assentamento rural no sul da floresta amazônica. 2004. 53 f.<br />
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu<br />
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Este trabalho investiga os efeitos sobre as populações de mamíferos silvestres das atividades de<br />
caça praticadas por sitiantes de um assentamento rural na floresta amazônica do norte do Estado de Mato<br />
Grosso. A segunda parte do assentamento Japuranã, na qual foram realizadas com 17 moradores.<br />
Informações adicionais foram coletadas informalmente, durante todo tipo de contato com assentados durante<br />
o período de estudo. A maioria dos assentados são provenientes dos estados do Sul e Sudeste do Brasil.<br />
Tipicamente, são trabalhadores rurais, semi-analfabetos, com baixa renda mensal. As principais técnicas de<br />
caça praticadas são a “espera”, “cachorros” e “excursão”. A carne de caça se mostrou um elemento<br />
importante na alimentação, aparecendo em cerca de um terço das refeições. A atividade de 14 caçadores foi<br />
monitorada entre maio e novembro de 2003, neste período eles abateram 113 mamíferos de 17 espécies.<br />
Análises da estrutura da população baseadas em crânios foram possíveis para apenas as espécies de porco-domato,<br />
Tayassu pecari (queixada) e Pecari tajacu (cateto). A análise indicou que a situação da estrutura da<br />
população do T. pecari e do P.tajacu é sensível e poderia seriamente ser afetada se a pressão da caça aumentar.<br />
Estimou-se a extração de 4096,3 kg de biomassa em uma área de aproximadamente 38 km², representando<br />
um consumo médio de carne de 0,268 kg/pessoa por dia. Levantamentos populacionais de transecção linear<br />
foram realizados em três pontos, dois no assentamento e um em uma área vizinha de floresta contínua, como<br />
"controle", na qual a caça não é praticada. Num percurso total de 108 km, foram registradas quinze espécies e<br />
sua abundância foram maiores em ambos os pontos do assentamento em comparação com o controle. A<br />
abundância de ungulados (porcos-do-mato e veado), os principais alvos dos caçadores, também foi maior no<br />
assentamento (ambos os pontos de coleta) em comparação com o controle. Isto sugere claramente que a caça<br />
ainda não teve um impacto significativo sobre as populações de mamíferos do assentamento, em termos de<br />
sua abundância, pelo menos. A maior parte da atividade de caça foi de subsistência (85,8 %), a restante foi<br />
para o controle de animais predadores de criações domésticas (8,0 %) ou depredatória (6,2%), neste caso,<br />
basicamente para a proteção dos cachorros durante perseguições. Apesar desta pressão, a abundância relativa<br />
de mamíferos na área do assentamento sugere que a caça seja sustentável a curto prazo (três anos),<br />
possivelmente em função da abundância natural de mamíferos na região, e a densidade populacional humana<br />
ainda baixa. Entretanto, esta situação pode durar pouco, já que o desmatamento e a conseqüente
354<br />
fragmentação de habitat na área do assentamento é um processo contínuo, e a caça ocorre sem qualquer<br />
controle. Os resultados deste estudo fornecem uma base importante para o desenvolvimento de planos de<br />
manejo para a fauna local, envolvendo a comunidade local, órgãos fiscalizadores, o governo e instituições de<br />
pesquisa. Serão fundamentais tanto para conservação das espécies como pelo melhor aproveitamento dos<br />
recursos de caça pelos sitiantes locais.<br />
557<br />
TRINDADE, Rosimeire Lopes da. Maruins (Dptera: Ceratopogonidae) que atacam o homem no litoral<br />
atlântico e estuário do rio Pará, Estado do Pará, Brasil. 2004. 83 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.<br />
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb<br />
RESUMO: A família Ceratopogonidae tem aproximadamente 5.360 espécies, das quais 205 são extintas. Estas<br />
espécies estão distribuídas em 125 gêneros. As espécies de Culicoides estão entre as menores moscas<br />
hematófagas do mundo, medindo de um a três milímetros de comprimento. Mais de 1400 espécies têm sido<br />
identificadas em todo o mundo, das quais 96% , obrigatoriamente, sugam sangue de mamíferos (inclusive<br />
humanos) e aves, tendo sua principal importância como vetores de viroses humanas e de animais. Apesar da<br />
importância epidemiológica, são poucos os trabalhos realizados no Brasil sobre biologia, comportamento de<br />
ataque e ecologia das espécies de Ceratopogonidae que sugam o homem. Este trabalho teve como objetivo fazer<br />
o levantamento das espécies de Ceratopogonidae que ocorrem em áreas costeiras do Estado do Pará, estudando<br />
as atividades horárias de ataque das espécies a procura do repasto sanguíneo no ser humano e fornecer<br />
informações básicas importantes para definição de períodos menos e mais problemáticos por causa do ataque<br />
destes dípteros. Foram dois os pontos amostrados na região costeira do Estado do Pará, um no litoral<br />
atlântico a nordeste do Estado do Pará (Município de Belém). As coletas foram realizadas mensalmente de<br />
abril e outubro de 2003, utilizando-se isca humana e armadilhas CDC. Foram coletados 4083 exemplares de<br />
Ceratopogonidae distribuídos em 9 espécies pertencentes a seis gêneros, sendo 620 exemplares provenientes de<br />
Outeiro distribuídos em 29 espécies pertencentes a cinco gêneros e 3463 exemplares provenientes de<br />
Marapanim de nove espécies, pertencentes a quatro gêneros. A fauna da região litorânea mostrou-se bastante<br />
diferente da zona do estuário do rio Pará, sendo Leptoconops brasiliensis a única espécie comum aos dois pontos<br />
amostrados. Em Outeiro as espécies mais abundantes foram Culicoides batesi e Culicoides denisae e em Marapanim<br />
Culicoides maruim e Culicoides phlebotomus. As espécies Culicoides crucifer e Culicoides daviesi coletadas em Outeiro<br />
são registradas pela primeira vez no Brasil e Culicoides denisae e Culicoides phlebotomus tiveram suas distribuições<br />
ampliadas ao Estado do Pará. Em Outeiro encontrou-se correlação negativa significativa entre a temperatura<br />
e a atividade de antropofilia por horas do dia de Culicoides batesi , Culicoides crucifer e Culicoides paramaruim e<br />
correlação positiva significativa com a umidade relativa do ar. Em Marapanim Culicoides maruim apresentou<br />
correlação negativa significativa com a temperatura positiva significativa com a umidade do ar. Em Outeiro,<br />
de acordo com os horários de ataque das duas espécies mais abundantes (C. batesi e C. denisae), principalmente,<br />
durante o período seco do ano, as pessoas são mais incomodadas pelos maruins pela parte da manhã das<br />
05h00min as 09h00min e menos intensamente no período da tarde a partir das 16h00min e se estendendo<br />
pela noite.<br />
2005<br />
558<br />
AMARAL, João Valsecchi. Diversidade de mamíferos e uso da fauna nas reservas de desenvolvimento<br />
sustentável Mamirauá e Amanã – Amazonas – Brasil. 2005. 161 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: José de Sousa e Silva Júnior
355<br />
RESUMO: A parte mais setentrional da Amazônia ocidental tem sido pouco estudada no que diz respeito à<br />
diversidade de mamíferos, especialmente a área correspondente aos interflúvios Içá-Japurá e Japurá-Negro,<br />
no Brasil. Essa fauna, além das de aves e répteis, vem sendo constantemente impactada pela atividade<br />
humana onde pode se destacar a caça. O objetivo desta dissertação foi iniciar o levantamento sistemático da<br />
diversidade da mastofauna das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã em diferentes<br />
habitats, e o seu uso pela população humana local. Uma listagem atualizada das espécies de mamíferos foi<br />
gerada para os interflúvios Içá-Japurá e Japurá-Negro, bem como para cada área amostrada. A caça e suas<br />
implicações sobre esta fauna, além das de aves e répteis, foi analisada em seis comunidades da RDS Mamirauá<br />
e quatro comunidades da RDS Amanã, de forma a gerar subsídios para o manejo dessas Unidades de<br />
Conservação. Para tanto, foram realizadas expedições para o levantamento da mastofauna existente e o<br />
monitoramento da atividade de caça em 10 comunidades por um período de dois anos. O estudo realizado<br />
representou o primeiro levantamento sistemático sobre a diversidade de mamíferos de Amanã, que<br />
considerou todas as ordens presentes na região. Também, a lista da mastofauna produzida para Mamirauá<br />
representou um acréscimo de 25% em relação às listas anteriores. Foram identificadas 57 espécies de<br />
mamíferos na área da reserva Amanã e 40 espécies na área da reserva Mamirauá. Os resultados já obtidos<br />
esclareceram questões sobre a identidade de algumas espécies de mamíferos das reservas. A diversidade de<br />
mamíferos das duas áreas estudadas foi determinante para os padrões de caça encontrados no período de<br />
estudo. A atividade de caça em Amanã seguiu o principal padrão da atividade na Amazônia, onde mamíferos<br />
herbívoros e aves de grande e médio porte foram as espécies mais caçadas e estas representaram a maior<br />
porcentagem no peso abatido. O principal padrão da atividade de caça encontrado em Mamirauá, se<br />
caracterizou por ter os quelônios, primatas e aves, de grande e médio porte, como as espécies mais caçadas<br />
durante o período de estudo. Foram apresentadas considerações acerca do estabelecimento de estratégias de<br />
manejo de fauna cinegética para as áreas de estudo, esperando contribuir para um futuro modelo de uso<br />
sustentável da fauna silvestre nas reservas, que leve em consideração aspectos biológicos, econômicos e<br />
culturais da região.<br />
559<br />
BRAGANÇA, Alexandre José Machado. Pesca, alimentação e crescimento do Amure, Gobioides<br />
broussonetii Lacepède, 1800 (Pisces: Gobiidae ) no estuário amazônico, Município de Vigia - Pará.<br />
2005. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do<br />
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Gobioides broussonetii é o maior membro da família Gobiidae, e está distribuído no Atlântico<br />
Ocidental dos Estados Unidos até o Rio Grande do Sul. É abundante na foz do rio Amazonas onde habita as<br />
águas salobras dos manguezais. Além de ser um importante elo na cadeia trófica do estuário amazônico, é um<br />
recurso pesqueiro explorado por pescadores artesanais. Estudaram-se aspectos da pesca, alimentação,<br />
reprodução e crescimento de Gobioides broussonetii na baía de Marajó, Município de Vigia, Pará, Brasil, entre<br />
setembro de 2003 e agosto de 2004. Exemplares para estudo foram adquiridos de pescadores locais e<br />
informações sobre a pesca foram obtidas através da observação de campo e entrevistas com os pescadores.<br />
No estudo da alimentação foi analisada a composição dos itens alimentares encontrados nos estômagos. A<br />
análise reprodutiva abordou aspectos do período reprodutivo e tamanho da 1ª maturação gonadal. Foram<br />
estimados os parâmetros de crescimento, utilizando o método indireto baseados nas análises das medidas de<br />
comprimento total de 1.155 exemplares. G. broussonetii é conhecido como amurés no estuário amazônico e é<br />
capturada no fundo lodoso em águas rasas, sendo utilizada como isca na pesca comercial. De maneira geral é<br />
uma espécie fitáfaga. Análises de conteúdo estomacal revelaram que algas da espécie Coscinodiscus concinus são<br />
alimentos mais consumidos. Há maior conteúdo estomacal durante a estação seca (julho a dezembro). O<br />
período entre janeiro e junho corresponde a época de atividade reprodutiva para essa espécie na área de<br />
estudo. O comprimento médio da primeira maturação gonadal foi de 23,9 cm. A razão sexual observada foi<br />
de 1:1. Os resultados obtidos neste estudo indicam que G. Broussonetii usa o estuário amazônico como local de<br />
alimentação e reprodução. A análise macroscópica das gônadas indicou uma época de reprodução durante o<br />
inverno (janeiro a junho), com apenas um período de desova por ano entre fevereiro e abril. Foram<br />
encontrados nove grupos etários de G. broussonetii no estuário amazônico. Estimaram-se os valores de L ¥ =
356<br />
67,36 (K=0,205 ano-1 , f = 3,014). A relação peso-comprimento apresentou diferenças significativas entre<br />
machos e fêmeas, com as fêmeas que pesam mais que os machos.<br />
560<br />
CAMARGO, Carolina Cigerza de. Ecologia comportamental de Alouatta belzebul (Linnaeus, 1766) na<br />
Amazônia Oriental sob alteração antrópica de habitat. 2005. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: Dois grupos de guaribas-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul) foram monitorados na ilha de<br />
Germoplasma (Tucuruí, Pará), entre abril e setembro de 2004, enfatizando a ecologia comportamental destes.<br />
Os dois grupos de estudo apresentavam tamanho e composição social semelhantes, mas habitavam diferentes<br />
tipos de floresta: floresta nativa (grupo P) e plantação de espécies arbóreas nativas (grupo Q). Dados<br />
comportamentais quantitativos foram obtidos através da amostragem de varredura instantânea com duração<br />
de três minutos e intervalos de dez minutos. O método "todas as ocorrências" foi empregado para registro de<br />
atividades raras, como interações sociais e interespecíficas. O repouso foi a atividade predominante em ambos<br />
os grupos (P: 67,3%, e Q: 61,9%), seguido de alimentação (P: 15,7%, e Q: 21,4%) e deslocamento (P: 15,8%,<br />
e Q: 15,5%). A diferença entre os grupos foi significativa apenas para repouso e alimentação. A dieta foi<br />
folívora-frugívora, complementada basicamente por flores. Não foi observada uma variação sazonal na<br />
composição da dieta de ambos os grupos de estudo. O grupo da mata nativa (P) ocupou uma área de vida de<br />
5,25 ha, e o grupo da plantação (Q), 5,50 ha. Entretanto, o percurso diário médio percorrido pelo grupo P foi<br />
maior (612 m, contra 541 m pelo grupo Q). Ambos os grupos utilizaram preferencialmente seus habitats<br />
originais, e preferiram o estrato superior da floresta. As interações interespecíficas foram pacíficas, e as<br />
interações sociais foram pouco observadas. Os resultados do presente estudo apresentam maiores<br />
similaridades com os estudos de A. belzebul realizados em fragmentos de Mata Atlântica do que aqueles<br />
realizados na Amazônia (floresta contínua). Isto pode sugerir que a fragmentação de habitat pode ser mais<br />
determinante no padrão de atividades dos animais do que as características do bioma. De uma maneira geral,<br />
os resultados aqui obtidos concordam com o padrão típico de Alouatta, descrito na literatura.<br />
561<br />
COSTA, Luiz Rodolfo Ferreira da. Ecologia de lagos da planície inundada do Baixo Tapajós:<br />
diversidade estruturada da comunidade de peixes e percepções socioeconômicas dos moradores de Alter do<br />
Chão, Santarém-PA. 2005. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Na planície alagável do Baixo Tapajós, durante um período de dois anos, nove lagos foram<br />
estudados de modo a caracterizar a estrutura de comunidade de peixes em relação às características<br />
ambientais dos lagos (variação espacial) e ao avanço da estação seca (efeito temporal) (Capítulo I). As espécies<br />
capturadas foram documentadas fotograficamente e tiveram a sua abundância e distribuição demonstradas<br />
através de gráficos (Capítulo II). A importância de diferentes atividades econômicas para a subsistência das<br />
famílias de moradores da vila de Alter do Chão, como a pesca e o turismo, foram investigados (Capítulo III).<br />
562<br />
COSTA, Sue Anne Regina Ferreira da. A Comunidade de tubarões (Chondrichthyes: Selachii: Galea) da<br />
formação Pirabas, neógeno da Amazônia Oriental. 2005. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Peter Mann de Toledo<br />
RESUMO: A comunidade de tubarões (Selachii:Galea) proveniente da Formação Pirabas pode ser considerada<br />
como uma das mais representativas e de maior diversidade entre as unidades do Neógeno da América do Sul.<br />
A presença de 8 gêneros permitiu elaborar hipóteses sobre a reconstrução da cadeia trófica envolvendo
357<br />
outros elementos da paleofauna de vertebrados, assim como também serviu como um indicador<br />
paleoecológico adicional que corrobora dados anteriores sobre a reconstituição dos parâmetros<br />
paleoambientais da unidade geológica. Foi realizada uma revisão taxonômica das espécies previamente<br />
conhecidas para a Formação Pirabas, cuja composição da paleocomunidade de tubarões foi a seguinte:<br />
Carcharhinus sp.1, Carcharhinus sp.2, Carcharhinus sp.3, Carcharhinus priscus, Sphyrna magna, Hemipristis serra,<br />
Carcharodon mega/odon, /surus sp., Ging/ymostoma serra, Ging/ymostoma ob/iquum. Novas coletas possibilitaram a<br />
expansão de 31 exemplares, depositados em museus brasileiros, para 231 novos indivíduos, incluindo material<br />
microscópico. Esta coleta serviu para aumentar o conhecimento sobre a diversidade e aspectos<br />
paleoecológicos dos grupos representados.<br />
563<br />
MELO, Ana Ely Esteves de Oliveira. Riqueza de espécie e uso de habitats por mamíferos terrestres de<br />
médio e grande porte no alto rio Marmelos, Manicoré (AM). 2005. 91 f. Dissertação (Mestrado) -<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2005.<br />
Orientadora: Andréa Ferreira Portela Nunes<br />
RESUMO: A ausência de um consenso sobre as prioridades de conservação de mamíferos, e a escassez de<br />
inventários completos dificulta ações eficazes de conservação dessas espécies na Amazônia. Dentro desse<br />
contexto, a região do alto rio Marmelos ao sul do Amazonas, ainda pouco conhecida e ameaçada por<br />
exploração madeireira e expansão agropecuária, é considerada prioritária para a realização de inventários.<br />
Dessa forma, foi realizado no período de 25 de julho a 10 de setembro de 2004 um estudo objetivando<br />
identificar a riqueza e uso de habitats por mamíferos terrestres de médio e grande porte nessa região. Para<br />
tanto, foram empregados métodos indiretos (registro de pegadas) e diretos (avistamento) em um esforço<br />
amostral que totalizou 228 km percorridos em transecções lineares. Nas quatro formações vegetais<br />
amostradas (mata aberta, mata densa, savana parque e campo cerrado), foi registrado um total de 50 espécies,<br />
sendo 14 através de entrevistas com moradores e 36 através de observações dos animais ou das suas pegadas.<br />
Destas espécies, 18 encontram-se sob algum grau de ameaça segundo a lista vermelha da IUCN e 8 espécies<br />
segundo o IBAMA. O método de pegadas foi o que registrou o maior número de espécies e de forma mais<br />
rápida. A maior fração (45,45%) das espécies terrestres registradas apresentou um comportamento generalista,<br />
utilizando tanto os habitats florestais, como as formações abertas, corroborando a tendência descrita na<br />
literatura para áreas com formações vegetais similares. Sendo a mata aberta em particular o ambiente que<br />
abrigou o maior número de espécies, além de ser o habitat mais utilizado.<br />
564<br />
MÜHLEN, Eduardo Matheus Von. Consumo de proteína animal em aldeias de terra firme e de várzea<br />
da terra indígena Uaçá, Amapá, Brasil. 2005. 46 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação<br />
em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Ronis da Silveira<br />
RESUMO: Estudou-se, entre abril e junho de 2004, o consumo de proteína animal em sete aldeias de terra<br />
firme e oito aldeias de várzea na Terra Indígena (TI) Uaçá utilizando calendários diários de consumo. A TI<br />
Uaçá localiza-se no Município de Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, e faz divisas com as<br />
Terras Indígenas Juminã e Galibi e com o Parque Nacional de Cabo Orange. A TI Uaçá é habitada por<br />
aproximadamente 4.500 índios das etnias Palikur, Karipuna e Galibi-Marworno em uma área de 470.164 ha, onde<br />
ocorrem grandes porções de campos sazonalmente alagados (várzeas), terra firme e pequenas manchas de<br />
cerrado. Durante o período de estudo, que na região corresponde à época de cheias, foram distribuídos 243<br />
calendários em 83 casas das aldeias de terra firme e em 160 casas das aldeias de várzea. Cada calendário era<br />
composto por um conjunto de desenhos representando as diferentes fontes de proteína animal disponíveis<br />
para o consumo e os moradores marcavam em cada dia o que haviam consumido. Nas análises utilizou-se<br />
somente 55 calendários das aldeias de terra firme e 113 de várzea que tinham mais de 40% do total de dias<br />
disponíveis preenchidos. A carne de fauna e o pescado foram as fontes de proteína animal mais<br />
freqüentemente utilizadas na alimentação dos moradores tanto de terra firme como de várzea. Itens
358<br />
comercializados, como a carne de frango, conservas enlatadas e carne de gado foram menos consumidos<br />
pelos índios, sendo, porém, mais utilizados nas aldeias de terra firme do que na várzea. Os mamíferos foram a<br />
classe de vertebrados silvestres mais consumida na terra firme, seguido pelos répteis e pelas aves. Na várzea,<br />
não foram encontradas diferenças significativas entre o consumo de mamíferos e répteis, que foram mais<br />
consumidos do que as aves. Dentre os grupos de vertebrados consumidos, os ungulados foram os mais<br />
freqüentes na dieta dos habitantes da TI Uaçá, sendo os mais consumidos na terra firme e, juntamente com<br />
os crocodilianos, os mais consumidos também na várzea. Este estudo será a base para um futuro plano de<br />
manejo de fauna para a TI Uaçá, vista a importância da carne de fauna para a alimentação dos moradores da<br />
área, que em breve sofrerá os impactos causados pelo asfaltamento de uma rodovia que corta seu território e<br />
pela construção de uma linha de energia ligando Oiapoque à Macapá e que também passará por dentro da<br />
área.<br />
565<br />
MUNIZ, Izaura da Conceição Magalhães. Desenvolvimento do dimorfismo nos macacos de cheiro<br />
(Saimiri VOIGT, 1831). 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: José de Souza e Silva Júnior<br />
RESUMO: O gênero Saimiri Voigt, 1831 é conhecido vulgarmente como macaco-de-cheiro. Distribui-se por<br />
toda a Amazônia e parte da América Central. Neste gênero, observa-se a existência de diferenças sexuais no<br />
padrão de coloração da pelagem, no tamanho e forma dos dentes caninos e, ainda, um ciclo espermatogênico<br />
anual nos machos, caracterizado pela aquisição de gordura subcutânea, denominada de "condição de<br />
engorda". Durante este período, os machos apresentam um aumento de peso variando de 15 a 20%. O<br />
presente estudo teve como objetivo investigar o dimorfismo sexual em Saimiri sciureus, comparando os<br />
resultados com os de cinco outras espécies de Saimiri (S. cassiquiarensis, S. juruanus, S. ustus, S. boliviensis e S.<br />
vanzolinii). Para tanto, foram analisados 610 espécimes pertencentes às coleções do Museu Paraense Emílio<br />
Goeldi (MPEG), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNUFRJ) e Museu de Zoologia<br />
da Universidade de São Paulo (MZUSP). As classes etárias foram determinadas de acordo com a morfologia<br />
da arcada, descrita com base na seqüência eruptiva dos dentes de leite e permanentes. Foram coletados dados<br />
sobre caracteres cromáticos, onde se analisou a coloração da mancha pré-auricular de fêmeas em relação ao<br />
processo de erupção dentária, morfologia craniana para verificação de diferenciação etária e sexual, além de<br />
vinte e uma medidas cranianas, analisadas através do Teste "T" de Student. A partir dos resultados obtidos,<br />
constatou-se que não existem diferenças na coloração da pelagem entre classes sexuais anteriores à idade<br />
adulta em nenhum dos sexos. Não foram observadas diferenças na coloração da pelagem entre classes de<br />
idade em machos. A mancha pré-auricular enegrecida é um caráter exclusivo de fêmeas adultas, mas não está<br />
estritamente relacionada à ontogenia. O aparecimento do dicromatismo sexual na pelagem não é sincronizado<br />
com o aparecimento do dimorfismo na morfologia do crânio, especialmente dos dentes. Diferenças sexuais<br />
visíveis macroscopicamente, como tamanho e forma da caixa craniana, forma da face, distância bi-zigomática<br />
e forma da mandíbula, podem ser evidenciadas a partir da idade subadulta. Observou-se também que o<br />
dimorfismo sexual, para todas as espécies, é mais bem evidenciado em variáveis relacionadas ao aparato<br />
mastigatório. Além disso, diferenças sexuais na morfologia dos ossos do crânio podem ser claramente<br />
observadas entre os indivíduos subadultos de qualquer táxon. Os machos se tornam maiores do que as<br />
fêmeas a partir da idade subadulta, e o caráter mais conspícuo do dimorfismo sexual é o comprimento do<br />
canino. Cada espécie difere das demais por apresentar exclusividade em alguma variável (ou conjunto de<br />
variáveis) morfométricas, evidenciando dimorfismo sexual.<br />
566<br />
PIMENTA, Flávio Eduardo. Uso de habitats por mamíferos terrestres de médio e grande porte na<br />
Serra do Cachimbo, PA. 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia,<br />
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Andréa Ferreira Portela Nunes
359<br />
RESUMO: Mamíferos neotropicais de médio e grande porte são ainda pouco estudados. Na Amazônia as<br />
lacunas no conhecimento científico sobre este grupo ocorrem principalmente pela dificuldade da realização<br />
de estudos mais completos durante curtos períodos de tempo e recursos financeiros limitados. Para<br />
minimizar estes problemas, métodos indiretos de estudá-los têm sido utilizados como alternativa aos métodos<br />
tradicionais e por isso foram aplicados neste trabalho. Com o intuito de se detectar como a comunidade local<br />
de mamíferos de médio e grande porte faz uso do habitat, através da comparação da freqüência de uso de<br />
diferentes fitofisionomias obtida por meio da contabilização de pegadas, pretende-se contribuir para a<br />
conservação e identificação de áreas de alto valor biológico para as espécies estudadas. A riqueza de espécies e<br />
a freqüência relativa de uso de habitats foram analisadas de forma comparativa entre a campina, a savana<br />
arbórea aberta (Campo Cerrado), a savana arbórea densa (Cerradão) e a floresta ombrófila através de três<br />
visitas à área de estudo. Foram obtidos registros de 33 espécies, distribuídas em 8 ordens, 18 famílias e 29<br />
gêneros. As formações fitofisionômicas na área de estudo não diferiram em termos da presença de espécies,<br />
com exceção da fauna de primatas, que é particular de formações florestais. Entretanto, com relação ao uso<br />
de habitats, foram demonstradas tendências distintas na freqüência de uso de cada formação fitofisionômica<br />
pelas diferentes espécies. A maioria das espécies registradas pelo método de detecção de pegadas parece<br />
sofrer os efeitos da variação sazonal do regime de chuvas. Além disso, parecem depender mais das formações<br />
fitofisionômicas florestais. Isto fica claro quando é demonstrada uma maior diversidade e uso dos habitats<br />
florestados pelas espécies estudadas. Entretanto, são versáteis na ocupação dos diferentes tipos de habitat,<br />
com exceção de espécies arborícolas. Sendo assim, a Serra do Cachimbo apresenta uma fauna rica e<br />
diversificada, talvez devido ao fato desta região apresentar uma mesclagem de elementos fitofisionômicos<br />
distintos, o que favoreceria tanto espécies com preferências por habitats florestais quanto savanoides.<br />
567<br />
PRAXEDES, Catarina de Lurdes Bezerra. Inventário dos drosofilídeos (Diptera) associados a frutos, na<br />
Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil. 2005. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins<br />
RESUMO: Descreve a diversidade de Drosophilidae (Diptera) frugívoros, da Floresta Nacional de Caxiuanã,<br />
Melgaço, Pará, Brasil, mediante a implementação de um protocolo estruturado. Entre 2003 e 2004, foram<br />
realizadas duas expedições, onde se procederam coletas com armadilhas contendo isca de banana fermentada,<br />
distribuídas em 12 transectos de 1 km , sendo dois deles em cada um dos seis interflúvios ao norte da baía de<br />
Caxiuanã, na Estação Científica Ferreira Pena, Flona Caxiuanã. Foi obtido um total de 4.320 indivíduos,<br />
distribuídos em 35 táxons, pertencentes aos gêneros Drosophila, em sua maioria, e Neotanygastrella. A espécie<br />
dominante foi D. willistoni com 33,96% dos indivíduos coletados, seguido por D. paulistorum (21,94%), D.<br />
sturtevanti (18,73%), D. tropicalis (11,3golo) e D. equinoxialis (37%). Cinco espécies cosmopolitas do grupo<br />
melanogaster ocorreram em Caxiuanã, porém a freqüência do grupo foi apenas de 1,75%. As curvas de<br />
acumulação de espécies, com 315 amostras, aproximaram-se da assíntota, com estimativas que variaram entre<br />
40 e 53 espécies para Caxiuanã. O estimador Chão 2 produziu curvas que chegaram a estabilização, com<br />
estimativa de 50 espécies. As análises da matriz de incidência e abundância mostraram que os sítios são<br />
similares entre si, compartilhando entre 40% e 66% em composição (Jaccard), com distribuições de<br />
abundância praticamente iguais (Morisita entre 85% e 100%). O percentual de completitude do inventário<br />
(7g%) indica que seriam necessárias somente 83 amostras adicionais (21% de incremento de esforço, sem<br />
adição de singletons), para acessar a diversidade total de Drosophilidae na Flona Caxiuanã. Estes resultados<br />
refletem bem a eficiência do método utilizado para estimar diversidade de drosofilídeos de frutos. Das 23<br />
espécies do subgênero Sophophora, identificadas nesse estudo, foram registradas 4 novas ocorrências para o<br />
Brasil (D. dacunhai, D. milleri, D. saltans e D. septentriosaltans) e 8 para Amazônia brasileira (D. austrosaltans, D.<br />
dacunhai, D. magalhaesi, D. milleri, D. neocordata, D. neoelliptica, D. saltans e D. septentriosaltans).<br />
568
360<br />
SANTOS, Ronildon Miranda dos. Efeito da fragmentação florestal sobre a estrutura da comunidade de<br />
drosofilídeos (Diptera) no extremo sul da Amazônia. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins<br />
RESUMO: Perturbações ambientais freqüentemente provocam alterações na estrutura da paisagem e na<br />
diversidade faunística. Dados referentes ao histórico de degradação, estrutura ambiental e coleta de espécies<br />
foram obtidas em 30 fragmentos florestais de vários tamanhos nos Municípios de Alta Floresta e Apiacás, sul<br />
da Amazônia, com o intuito de examinar como a comunidade de Drosophilidae responde à alteração florestal.<br />
Os resultados mostraram grande heterogeneidade entre os fragmentos florestais, porém a diversidade de<br />
espécies foi semelhante entre os maiores e mais conservados e os menores com alto grau de degradação. Um<br />
total de 10.692 indivíduos de Drosophilidae, divididos em 62 táxons, foram coletados. Não foi observada<br />
relação entre tamanho dos fragmentos florestais e diversidade de espécies. Entretanto, a abertura do subbosque<br />
foi uma das variáveis ambientais que mais contribuiu para a diminuição da diversidade. A estimativa<br />
de riqueza de espécies para a região ficou em torno de 100 espécies. A estrutura de abundância das<br />
comunidades foi mais similar entre os fragmentos florestais do que a composição de espécies. Cerca de 34%<br />
da riqueza total esteve restrita à borda florestal e 19% ao centro dos remanescentes, 400 das espécies foram<br />
comuns a ambos os habitats. Algumas espécies de drosofilídeos responderam a um gradiente de distância<br />
matriz-centro florestal. D. malerkotliana, S. latifasciaeformis e Z. indianus decresceram suas freqüências com a<br />
proximidade do centro, por outro lado, as espécies do grupo willistoni aumentaram em abundância. O<br />
principal efeito da fragmentação florestal sobre a comunidade de drosofilídeos foi a alteração drástica na<br />
composição de espécies, com a matriz do habitat sendo determinante na composição faunística do fragmento.<br />
569<br />
SOUZA, Danni Roberto Santos de. Revisão taxonômica do gênero neotropical Xeropigo Pickard-<br />
Cambridge (Araneae, Corinnidae, Corinninae). 2005. 62 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Zoologia, Museu Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo<br />
RESUMO: O gênero Xeropigo O. Pickard-Cambridge é revisado, com a proposição de sete espécies novas<br />
neotropicais: X candango, com base em machos e fêmeas de Brasília, Distrito Federal e Goiás, Brasil; X<br />
rheimsae, com base em machos de Goiás, Brasil; X camilae, com base em machos e fêmeas do Norte e Centro-<br />
Oeste do Brasil; X cotijuba, com base em machos e fêmeas do Norte e Centro-Ooeste do Brasil; X pachitea,<br />
machos e fêmeas de Huánuco e Cajamarca, Peru; X perene, com base em fêmeas de Junin e Loreto, Peru; X<br />
brescoviti com base em machos de Beni, Bolívia. As espécies anteriormente conhecidas, X tridentiger (O. Pickard-<br />
Cambridge, 1869), espécie-tipo, descrita da ilha de Santa Helena, mas também registrada nas Américas do sul e<br />
Central e X smedigaari (Caporiacco, 1955), do norte da Venezuela e Trinidad, são rediagnosticadas sendo<br />
fornecidos novos registros e ilustrações de X tridentiger. Uma chave dicotômica para todas as nove espécies<br />
conhecidas, bem como um mapa de distribuição georreferenciado para as espécies aqui propostas são<br />
também fornecidos.<br />
570<br />
VIEIRA, Tatiana Martins. Aspectos da ecologia do Cuxiú de Uta Hick, Chiropotes Utahickae<br />
(Hershkovitz, 1985), com ênfase na exploração alimentar de espécies arbóreas da ilha de<br />
Germoplasma, Tucuruí-PA. 2005. 122f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.<br />
Orientador: Stephen Francis Ferrari<br />
RESUMO: A criação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, em 1985, inundou uma área de 2.400 km 2 de floresta,<br />
originando centenas de ilhas de tamanhos diferentes, onde diversos organismos, dentre eles os cuxiús<br />
(Chiropotes spp.), tiveram suas populações fragmentadas. A área de estudo, ilha de Germoplasma possui 129 ha<br />
e abriga uma população de Chiropotes utahickae, atualmente com 23 membros, já estudada por Santos (2002). O
361<br />
objetivo principal deste estudo foi descrever aspectos da ecologia do cuxiú de Uta Hick e caracterizar a<br />
exploração alimentar de espécies arbóreas. A metodologia utilizada foi baseada em oito dias de coleta mensal<br />
de dados, utilizando-se o método de varredura instantânea de um minuto de duração e cinco de intervalo,<br />
aplicado paralelamente às amostragens de árvore-focal e fruto-focal, intercalando-se estes dois tipos. As<br />
principais categorias comportamentais foram alimentação, deslocamento, forrageio, repouso e interação<br />
social. Foram obtidos 11.277 registros de varredura, 259 de árvore-focal e 711 de fruto-focal durante o<br />
período de março a agosto de 2004. Foram gastos 50,6% do tempo em deslocamento, 31,9% em alimentação,<br />
10,6% em repouso, 5,4% em forrageio e 1,2% em interação social. A dieta foi composta principalmente de<br />
semente imatura (31,7%), mesocarpo imaturo (21,2%), fruto maduro (18,3%) e flores (14,4%). A comparação<br />
com o estudo de Santos (2002) sugere diferenças longitudinais e sazonais. Os frutos explorados variaram de<br />
0,4 cm a 15,3 cm de comprimento e as sementes, de 0,1cm a 2,3 cm. Os cuxiús foram considerados<br />
predadores para 74,2% das 31 espécies analisadas. Não houve relação significativa entre o tamanho das<br />
sementes e o tipo de interação. Também não existiu relação significativa entre a distância de deposição das<br />
sementes e o tamanho destas, sugerindo que o transporte de sementes pelos cuxiús pode estar ligado a outros<br />
fatores (dimensão da copa, tamanho do subagrupamento). Após vinte anos de isolamento, os cuxiús<br />
pareceram apresentar um padrão comportamental típico do gênero Chiropotes. Esta tolerância ao ambiente<br />
fragmentado, pareceu ser evidenciada nesse estudo, pelo intenso consumo do mesocarpo imaturo de ingás<br />
(Inga spp.) e de flores de castanheira (Bertholletia excelsa). Flores parecem ser um recurso importante para os<br />
cuxiús da área de influência do reservatório de Tucuruí (Santos, 2002; Silva, 2003). Este trabalho vem<br />
contribuir para o conhecimento da ecologia da espécie, ressaltando que o monitoramento das populações nas<br />
áreas do reservatório de Tucuruí precisa ser continuado a fim de que se reúna mais informações a respeito da<br />
sua organização social, dieta e interferência na comunidade vegetal, necessárias para o planejamento de<br />
medidas de manejo e conservação.<br />
2006<br />
571<br />
ALBUQUERQUE, Adna Almeida de. A Pesca do tamoatá Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)<br />
(Suluriformes: Callichthyidae), na ilha do Marajó – foz amazônica. 2006. 58 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: Ronaldo Borges Barthem<br />
RESUMO: Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) (Siluriformes, Callichthyidae) é um peixe de médio porte,<br />
conhecido na Amazônia brasileira como tamoatá, sendo o principal recurso pesqueiro da ilha de Marajó. A<br />
pesca do tamoatá é realizada de forma artesanal, principalmente na região do lago Arari, Município de Santa<br />
Cruz do Arari, sendo que sua comercialização nos centros urbanos é feita por intermédio de barcos<br />
conhecidos como geleiras. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos da pesca do tamoatá na ilha de<br />
Marajó e relacionar a abundância desta espécie com os dias gastos pelas geleiras para completar a sua carga e<br />
com a quantidade de chuva. A pesca artesanal comercial do tamoatá é aqui descrita com base em observações<br />
de campo e entrevistas com pescadores, sendo realizada basicamente por redes de arrasto e no período de<br />
estiagem, quando o nível da água do rio e do lago Arari está baixo. A estimativa de abundância do tamoatá na<br />
ilha de Marajó foi baseada na relação entre o total desembarcado no porto do Ver-o-Peso, em Belém e o<br />
número de dias que os barcos geleira esperam para encher suas umas. A precipitação foi medida pela estação<br />
meteorológica de Soure, situada na porção leste da ilha de Marajó. A análise de covariância (ANCOVA) dos<br />
dados mensais referentes aos anos 1994 a 2004 apontou uma relação significativa entre estas variáveis, sendo<br />
o total desembarcado apresentando-se diretamente proporcional ao número de dias-geleiras e inversamente<br />
proporcional à chuva mensal. Por outro lado, observou-se ainda uma relação significativa entre o volume de<br />
chuva anual e o peso total de pescado capturado. Esta relação parece explicar a diminuição do desembarque<br />
do tamoatá nos dois períodos amostrados.
362<br />
572<br />
ARAÚJO, Ivanei Souza. Estrutura e influência da sazonalidade na comunidade de borboletas da<br />
subfamília Ithomiinae (Lepidóptera: Nymphalidae) na Estação Científica Ferreira Penna, Melgaço,<br />
Pará. 2006. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense<br />
Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: William Leslie Overal<br />
RESUMO: As borboletas do grupo Ithomiinae são caracterizadas por espécies estritamente neotropicais,<br />
consideradas modelos de anéis miméticos e apresentam uma taxonomia relativamente bem conhecida. Por<br />
estas razões são freqüentemente utilizadas como indicadores biológicos. O presente estudo teve como intuito<br />
caracterizar a comunidade de Ithomiinae em uma área de floresta ombrófila densa (terra firme), localizada na<br />
Estação Científica Ferreira Penna (Floresta Nacional de Caxiuanã), Município de Melgaço, Estado do Pará,<br />
além de testar a eficiência do protocolo de captura deste grupo. Para isto foram realizadas coletas em uma<br />
área de 500 x 500 m, utilizando dois métodos. O primeiro foi o de armadilhas contendo isca de folhas e<br />
inflorescências de Heliotropium indicum dentro de cinco parcelas amostrais de 100 x 100 m, sendo que cada uma<br />
continha cinco pares de armadilhas (uma sub-bosque e outra no dossel da floresta). O outro método foi o de<br />
coletas com redes entomológicas entre as parcelas. O período da amostragem foi nos meses de julho, outubro<br />
de 2004 e janeiro a novembro de 2005 (cinco dias de coleta mensais). Com um esforço total de 2000<br />
armadilha horas por mês e 40 redes horas por mês foram registrados 1.844 indivíduos de Ithomiinae,<br />
pertencentes a 14 espécies. As espécies Hypothyris ninonia (Hübner, [1806]) e Napeogenes rhezia (Geyer, [1834])<br />
foram as espécies mais abundantes. Foi encontrada uma diversidade homogênea tanto no sentido horizontal<br />
quanto vertical, apesar de ser observada uma preferência da maioria das espécies pelo ambiente de subbosque.<br />
Foi registrada uma predominância de machos na comunidade da área. Como o grupo apresenta<br />
diferenças comportamentais entre indivíduos machos e fêmeas, essa predominância de machos nos registros<br />
pode ser resultado de uma seleção dos métodos na captura dos espécimes. Não foi encontrada uma diferença<br />
significativa entre a riqueza de espécies registrada pelos diferentes métodos, apesar de três espécies serem<br />
obtidas exclusivamente pelas redes, e outras duas pelas armadilhas de isca. Houve uma predominância nos<br />
registros de Melhona sp. pelas redes entomológicas, sugerindo uma atração diferenciada da espécie pela isca<br />
utilizada. Verificou-se uma correlação negativa entre o número de indivíduos coletados e o aumento dos<br />
índices de pluviosidade. O estudo apresentou uma baixa riqueza de espécies com amostragem intensiva, a<br />
comunidade é representada por espécies abundantes e raras, e apresenta oscilações na abundância conforme a<br />
precipitação pluviométrica. As armadilhas de sub-bosque foram mais eficientes. Sugere-se para Ithomiinae a<br />
utilização de somente armadilhas no sub-bosque com isca de Heliolropium indicum.<br />
573<br />
CANDIANI, David Figueiredo. Sobre o gênero Tenedos O. Pickard-Cambridge, 1897 (Araneae,<br />
Zodariidae), com a descrição de quatro espécies novas do Brasil e do Peru. 2006. 51 f. Dissertação<br />
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo<br />
RESUMO: São propostas quatro espécies novas de Tenedos O. Pickard-Cambridge, 1897. T garoa sp. n. do<br />
Parque do Estado, São Paulo, São Paulo, Brasil; T. kuruaya sp. n. de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil; T. preslesi<br />
sp. n. de Barra dos Bugres, Mato Grosso, Brasil; T. nancyae sp. n. de Panguana, Huanuco, Peru. Storena major<br />
(Keyserling, 1891) e S. minor (Kcyserling. 1891) ambas conhecidas de Blumenau, Santa Catarina, Brasil e S.<br />
hirsuiu Meilo-Leitão, 1941 conhecida de Rio Negro, Paraná, Brasil, são transferidas para Tenedos e redescritas.<br />
S. major e S. minor são descritas pela primeira vez com base em material adulto. É apresentada chave<br />
dicotômica para machos e fêmeas das espécies brasileiras do gênero Tenedos.
363<br />
574<br />
FEITOSA, Darlan Tavares. Morfologia hemipeniana de 11 espécies do gênero Micrurus Wagler, 1824<br />
na Amazônia brasileira, com redescrição de Micrurus filiformis (Günther, 1859) e Micrurus paraensis<br />
Cunha & Nascimento, 1973 (Serpentes, Elapidae). 2006. 169 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de<br />
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Ana Lúcia da Costa Prudente<br />
RESUMO: O gênero Micrurus reúne serpentes de hábitos semi-fossoriais, terrestres e semiaquáticos,<br />
distribuídas desde o Sul dos Estados Unidos até o Sul da Argentina. Entre as cerca de 66 espécies atualmente<br />
válidas, 25 são registradas para a Amazônia brasileira. Com o objetivo de ampliar o conhecimento das<br />
serpentes do gênero Micrurus na Amazônia brasileira, foram levantados neste trabalho dados de lepidose,<br />
hemipênis e distribuição geográfica de 544 exemplares de 11 espécies. O presente trabalho compreende dois<br />
capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma descrição comparativa dos hemipênis de 11 espécies de<br />
Micrurus. Baseado nos resultados obtidos nas análises dos exemplares foi elaborada diagnose, padrão de<br />
desenho e coloração, descrição e representação do hemipênis e mapa de distribuição geográfica para cada<br />
táxon. Neste capítulo são apresentadas descrições inéditas dos hemipênis de M hemprichii ortoni e M paraensis<br />
além de variações morfológicas até então não descritas da morfologia hemipeniana das espécies. O segundo<br />
capítulo apresenta uma descrição mais detalhada de duas espécies, M filiformis e M paraensis, com base na<br />
morfologia externa e hemipênis.<br />
575<br />
FERNANDES, Willian Ricardo da Silva. Estudo sobre a distribuição da malária no Pará e sua<br />
correlação com fatores ambientais e socioeconômicos. 2006. 106 f. Dissertação (Mestrado) - Programa<br />
de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Ana Luisa Kerti Mangabeira Albvenaz<br />
RESUMO: A malária é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Plasmodium que<br />
completam seu ciclo de desenvolvimento alternando entre hospedeiros humanos e mosquitos do gênero<br />
Anopheles. No contexto mundial, constitui um grave problema de saúde pública que afeta principalmente os<br />
países em desenvolvimento de clima tropical e subtropical. No Brasil, acredita-se que 99,5% dos casos<br />
registrados de malária encontram-se na Amazônia Legal. Muito do sucesso deste agravo nesta região deve-se<br />
a fatores biológicos e ambientais que favorecem níveis altos de vetores, além de fatores sociais que<br />
comprometem os esforços para controlar a doença. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar o perfil<br />
epidemiológico da malária no Pará, durante uma série histórica (1999 - 2003), analisando a influência de<br />
variáveis ambientais e socioeconômicas sobre a prevalência dos casos. Para tal foram calculados os Índices<br />
Parasitários Anuais (IPA) de cada município e, através de um SIG, estes dados foram georreferenciados e<br />
estudados de forma temporal e espacial. Dados sobre o desmatamento no Estado foram analisados, através<br />
de uma regressão por permutação, para tentar explicar a variação temporal da malária. Para o estudo espacial<br />
foi testada (regressão múltipla) a influência das variáveis: temperatura, pluviosidade, altitude, educação,<br />
longevidade e renda, sobre a prevalência da malária. No estudo temporal, a malária apresentou uma tendência<br />
decrescente no Estado, entretanto, apenas 31 municípios apresentaram a mesma tendência, não houve<br />
tendência crescente, os 112 municípios restantes apresentaram tendência estável. Além disso, muitos<br />
municípios alternaram aumento e diminuição dos casos ao longo da série, indicando uma boa ação de<br />
controle, mas uma fraca atuação da vigilância. Neste contexto, o desmatamento parece influenciar a série<br />
temporal da malária, obteve-se resultados significativos em dois (2001 e 2002) dos três anos estudados. No<br />
estudo espacial o modelo final adotado, apesar de um baixo poder explicativo (R2=0.31), apresentou três<br />
variáveis significativas: número de meses secos, renda e educação. No entanto, o resultado das duas primeiras<br />
não se apresenta de uma forma direta, sendo reflexo de outras atividades. Apesar da escala adotada e de<br />
problemas na agregação dos dados (só estão disponíveis por município), este trabalho apresenta resultados<br />
relevantes que podem auxiliar os gestores da saúde (ou de endemias) a direcionar ações de controle para as<br />
áreas apontadas como críticas, atuando nos fatores de maior significância, obtendo assim melhor<br />
aproveitamento dos recursos humanos e materiais disponíveis.
364<br />
576<br />
FONSECA, Rodrigo Teixeira D’Alincourt. Diversidade da quiropterofauna (Mammalia) no Parque<br />
Ecológico de Gunma, Santa Bárbara do Pará. 2006. 119 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar<br />
RESUMO: O implemento de Unidades de Conservação constitui um dos meios para se evitar a perda de<br />
biodiversidade nas regiões de influência das grandes metrópoles, e o monitoramento de certos grupos<br />
zoológicos nessas unidades pode contribuir ao êxito de programas conservacionistas locais. O Parque<br />
Ecológico de Gunma (PEG), com área de 540 hectares administrada pela Associação Gunma Kenjin-Kai do<br />
Norte do Brasil, protege um remanescente florestal no Município de Santa Bárbara do Pará, região da Grande<br />
Belém, Estado do Pará, constituído principalmente por fitofisionomias de terra firme e igapó. Este trabalho<br />
tem por objetivo oferecer um perfil taxonômico e ecológico da quiropterofauna (Mammalia) nos limites do<br />
Parque e seu entorno. A análise quantitativa incluiu medidas de esforço de captura, riqueza e diversidade,<br />
assim como uma avaliação da estrutura de comunidades por Escalonamento Multidimensional (MDS),<br />
considerando-se as fisionomias vegetais principais e duas áreas selecionadas de terra firme. Num conjunto de<br />
seis campanhas, de julho a dezembro de 2005, identificaram-se 37 espécies de morcegos, distribuídas em<br />
cinco famílias. Contudo, em nenhum ambiente as curvas de rarefação atingiram a assíntota. Os Índices de<br />
Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Simpson (D) foram de 1,86 e 0,69, respectivamente. Carollia perspicillata<br />
exibiu a mais alta abundância relativa, abrangendo 50% das capturas, mas de modo distinto entre fisionomias<br />
com aproximadamente 59% em terra firme e 32% em lgapó. O achado de Neonycleris pusilla representa a<br />
segunda ocorrência do táxon para o Estado do Pará. As estimativas de diversidade foram mais elevadas no<br />
igapó (H’ = 1,91; [1 –D] = 0,80) do que na terra firme (H’ = 1,71; [1-DJ = 0,63), apesar da pequena área do<br />
primeiro (3,3% da extensão do PEG) e da maior riqueza de espécies da segunda. Isto pode refletir o fato de<br />
que a quase totalidade das capturas se deu nos meses mais secos do ano na região, quando em tese haveria<br />
tropismo das espécies por espaços de maior oferta hídrica. Assim, parece imperativo complementar o<br />
levantamento com amostragens na estação chuvosa para uma descrição fidedigna da quiropterofauna do<br />
PEG. Confirmando-se o previsto, a comparação de duas áreas de terra firme com distintos graus de alteração<br />
apontou maior diversidade de quirópteros na área mais conservada. A importância do PFG como Unidade de<br />
Conservação pode ser atestada pela presença de espécies sob risco (vulneráveis ou quase ameaçadas), p.ex. N.<br />
pusilla e Tonatia carrikeri. Verificou-se a ameaça de interferências antrópicas sobre os seus ecossistemas devido<br />
principalmente à proximidade com áreas rurais e urbanas. O monitoramento da riqueza e dinâmica ecológica<br />
dos morcegos no Parque Ecológico de Gunma pode evitar a extinção local de táxons raros, assim como a<br />
proliferação de outros, que em situações especiais se tornam ameaçadores à saúde humana, caso do<br />
hematófago Desmodus rothundus, potencial hospedeiro e transmissor do vírus rábico.<br />
577<br />
FURTADO, Ivaneide da Silva. Efeito das clareiras de ação petrolífera sobre a composição de<br />
Drosophilidae (Díptera) na Bacia do rio Urucu, Coari-Amazonas. 2006. 107 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins<br />
RESUMO: Os drosofilídeos são indicadores das condições do ecossistema em relação aos efeitos do<br />
desmatamento das florestas tropicais úmidas, atuando indiretamente como ferramentas para a criação de<br />
estratégias de conservação dos grandes biomas. Foi conduzido um estudo na área petrolífera do Urucu - AM,<br />
com o intuito de comparar a riqueza e diversidade de espécies de drosofilídeos entre os habitats de clareiras<br />
artificiais (jazidas), naturais e floresta contínua. No período de 2003 a 2005, foram realizadas três excursões,<br />
nas quais foram utilizadas armadilhas contendo isca de banana fermentada. Para tal, foram utilizados 33 sítios:<br />
11 clareiras naturais, 16 clareiras artificiais e seis transectos em floresta contínua. Além disto, foi testada<br />
experimentalmente no campo a capacidade de nove espécies desenvolverem-se nos dois habitats estudados.
365<br />
Foram capturados 7.652 insetos, dentre os quais 4.354 pertencentes à ordem Diptera (56.90%), distribuídos<br />
em 24 espécies de Drosophilidae, pertencentes a dois subgêneros: Sophophora e Drosophila. O padrão de<br />
abundância das espécies foi diferente entre os habitats. O subgrupo willistoni representou 60.54% do total de<br />
drosofilídeos, mais concentrado nas áreas de mata (79,09%). O segundo subgrupo mais abundante foi<br />
ananassae, representando 10.40% do total de drosofilídeos, concentrado nas jazidas (35.36%). As curvas de<br />
acumulação de espécies, com 227 amostras não tenderam à assíntota, com estimativas que variaram de 24 a<br />
34 espécies. A análise de similaridade no coeficiente de Jaccard mostra 55% de semelhança entre os habitats de<br />
clareira natura e jazida, enquanto para Morisita ficou em torno de 98.1% entre a mata e clareira natural. Em<br />
relação ao experimento, D. malerkotliana foi a única espécie do subgrupo ananassae que emergiu em todos os<br />
habitats, apresentando diferenças significativas de emergência entre estes (ANOVA. p
366<br />
RESUMO: Subfamília Dipsadinae engloba 22 gêneros da fauna de colubrídeos neotropicais e 24 outros<br />
considerados Incertae sedis, mas com caracteres comuns aos dipsadíneos. Os gêneros Dipsas, Sibon,<br />
Sibynomorphus e Tropidodipsas formalmente compõem a tribo Dipsadini a qual é considerado um grupo<br />
monofilético bem fundamentado. A tribo é caracterizada por serpentes que apresentam um alto grau de<br />
especialização morfológica, relacionado ao modo de alimentação e adaptações ao habitat em que vivem. O<br />
gênero Dipsas inclui aproximadamente 32 espécies, distribuídas do México até a América do Sul, é constituído<br />
por serpentes de corpo delgado e alongado, com cabeça curta e proeminente, olhos grandes, pupilas verticais<br />
e ausência de sulco mentoniano. As espécies são notavelmente variáveis na coloração, número de escamas e<br />
outros caracteres morfológicos. Essa extrema variação tem dificultado a definição dos limites entre as<br />
espécies e a interpretação de padrões de variação geográfica. A grande variação morfológica dos caracteres<br />
presentes nas espécies D. catesbyi e D. pavonina, associada à dificuldade de identificação dos táxons e à escassez<br />
de informações sobre as suas distribuições geográficas justificam a necessidade de uma análise mais detalhada<br />
destas espécies. Para tal, o presente estudo foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo corresponde à<br />
análise da variação individual, sexual e geográfica de D. catesbyi e D. pavonina, e a comparação dos caracteres<br />
morfológicos entre as duas espécies. O segundo corresponde à análise da macroestrutura das glândulas<br />
cefálicas nestas duas espécies, relacionando-as com outros táxons de Dipsadinae.<br />
580<br />
LIMA, Janaina Reis Ferreira. Composição e riqueza de espécies de anuros (Amphibia) em fragmentos<br />
florestais no lago de Tucuruí, Pará. 2006. 48 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em<br />
Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Ulisses Galatti<br />
RESUMO: A perda e fragmentação de habitats representam sérios riscos à manutenção das espécies de<br />
anfíbios na Amazônia. Neste estudo, determinamos a composição, a riqueza e abundância das espécies de<br />
anuros em fragmentos florestais nas Zonas de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS) estabelecidas no Lago de<br />
Tucuruí, leste do Pará. Os anuros foram amostrados através de transectos em doze fragmentos de diferentes<br />
tamanhos distribuídos igualmente entre as duas ZPVS. Uma na margem direita (ZPVS-D) e outra na margem<br />
esquerda (ZPVS-E) do Lago. Os animais foram registrados por meio dos métodos de procura ativa e<br />
armadilhas de interceptação e queda. De janeiro a julho de 2005 registramos 2.370 indivíduos de 35 espécies<br />
de anuros. Destas espécies, 30 foram encontradas na ZPVS-E (13 exclusivas) e 22 na ZPVS-D (cinco<br />
espécies exclusivas). Sete estimadores de riqueza de espécies foram obtidos com o auxílio do Programa<br />
Estimates ® . Para a maioria dos estimadores, as curvas de acumulação de espécies tenderam a certa<br />
estabilidade. Entretanto, as estimativas de riqueza de espécies variaram entre os estimadores, sendo a<br />
estimativa Bootstrap a mais baixa (38 espécies) e Jackknifè a mais alta (45 espécies). A combinação das espécies<br />
de anuros observadas neste estudo com nove espécies registradas na Coleção Herpetológica do Museu<br />
Paraense Emilio Goeldi resultaram num total de 44 espécies, indicando que os estimadores de riqueza de<br />
espécies tiveram um bom desempenho. A similaridade de espécies de anuros foi maior entre os fragmentos<br />
de uma mesma ZPVS do que entre fragmentos do mesmo tamanho. A riqueza de espécies foi positivamente<br />
e significativamente relacionada com o tamanho, mas não com o grau de isolamento dos fragmentos. Não<br />
houve relação significativa do número de indivíduos observados por fragmento e o tamanho dos fragmentos.<br />
A diferença na composição e riqueza de espécies encontradas entre as duas ZPVS indicam certa<br />
complementariedade entre as duas unidades para a conservação da anurofauna local, assim como a<br />
necessidade de maior esforço de amostragem de anuros, principalmente através da ampliação da área de<br />
estudo, para uma melhor compreensão destas diferenças e suas implicações.<br />
581<br />
RIBEIRO JÚNIOR, Marco Antônio. Avaliação de cinco métodos de captura de lagartos em diferentes<br />
ambientes na Amazônia. 2006. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia,<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires
367<br />
RESUMO: Devido à necessidade de se obter bons inventários compreendendo eficientes listas de riqueza,<br />
abundância e composição da diversidade faunística de uma determinada região, estudos sobre o sucesso de<br />
metodologias de captura se tornam imprescindíveis. Embasado nesta necessidade, foram comparadas a<br />
eficiência de cinco métodos de captura de lagartos, sendo eles armadilha de interceptação e queda (AIQ) com<br />
baldes de 351, AIQ com baldes de 621, armadilhas de cola, armadilhas de funil e transeção (coleta ativa<br />
delimitada por tempo-espaço), no período de janeiro a junho de 2005, na área pertencente à Jari Celulose<br />
S.A., localizada no Município de Almeirim, norte do Estado do Pará. As cinco técnicas foram aplicadas em<br />
três ambientes, sendo monocultura de eucalipto, mata secundária e primária, contando com cinco réplicas<br />
para cada ambiente. Com um esforço total de 2.100 estações/noite de AIQ de 351, 630 estações/noite de<br />
AIQ de 621, 3.324 armadilhas/noite de cola, 4.900 armadilhas/noite de funil e 150 horas/homem de<br />
transeção, foram registrados 1.472 lagartos pertencentes a 29 espécies em toda a área da Jari, sendo 11<br />
espécies em eucalipto, 15 em mata secundária e 25 em mata primária. Em comparação padronizada por<br />
números de indivíduos coletados, as AIQ de 351 e 621 apresentaram a maior riqueza de espécies registrada<br />
em todos os ambientes. Quanto à abundância relativa das espécies capturadas as armadilhas de cola e funil<br />
registraram predominantemente uma espécie, enquanto as AIQ apresentaram uma melhor distribuição dos<br />
indivíduos por espécie capturada nos três ambientes. As famílias Gymnophthalmidae e Teiidae foram melhor<br />
registradas pelas AIQ, enquanto que lagartos arborícolas ou semi-arborícolas (Polychrotidae) foram mais<br />
coletados pelas armadilhas de cola. Quando comparados os sucessos de captura de um mesmo método entre<br />
plantação de eucalipto, mata secundária e primária, as AIQ de 351 apresentaram sucesso similar entre os<br />
ambientes, enquanto as AIQ de 621 e armadilhas de funil apresentaram sucesso de captura maior em<br />
plantação de eucalipto, e armadilhas de cola e transeção em ambientes de mata. Porém, quando o sucesso por<br />
unidade de captura foi comparado em um mesmo ambiente uma hora/homem de transeção se mostrou a<br />
unidade mais eficiente, assim como o melhor retorno com relação ao custo/beneficio por unidade de captura<br />
e espécime capturado. As AIQ de 351 e 61 não apresentaram diferenças quanto à porção capturável da<br />
comunidade em todos os três ambientes, obtendo uma composição similar de registros. As armadilhas de cola<br />
obtiveram registros complementares às AIQ, com uma composição da comunidade registrada diferente. O<br />
tamanho do balde das AIQ não influenciou no registro de lagartos, obtendo riqueza de espécies, abundância e<br />
composição da comunidade similares em todos os ambientes, porém as AIQ de 351 apresentaram custo por<br />
unidade de captura e espécime coletado menor que as AIQ de 62 1. No caso de um inventário de curta<br />
duração (AER) as AIQ de 351 apresentaram as maiores riqueza de espécies registradas em todos os<br />
ambientes, sendo esta técnica aconselhada para uma Avaliação Ecológica Rápida. As armadilhas de funil<br />
registraram os maiores lagartos, enquanto que as transeções os menores. Quanto à taxa de mortalidade<br />
apresentada pelos métodos, as armadilhas de cola obtiveram os maiores valores, sendo aconselhada a revisão<br />
das armadilhas mais de uma vez ao dia a fim de diminuir a perda de exemplares. Por meio deste trabalho<br />
pretende-se fornecer subsídios para futuros planejamentos de inventário de lagartos, assim como auxiliar<br />
planos de manejo para o grupo.<br />
582<br />
TEIXEIRA, Frederico Machado. A Composição de scarabaeidae (Coleóptera) coprófagos na região de<br />
Alter do Chão, Pará: a influência dos biomas Amazônia e cerrado e da sazonalidade e os efeitos de tamanho<br />
de área, isolamento e proximidade de estradas. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-<br />
Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Ana Luisa Kerti Mangabeira Albvenaz<br />
Co-orientadora: Roberta de Melo Valente<br />
RESUMO: Investiga o efeito do tamanho das ilhas de floresta, de suas distâncias para a floresta contínua<br />
(isolamento) e para as estradas adjacentes sobre a comunidade de Scarabaeidae coprófagos. Amostras foram<br />
coletadas em 24 ilhas de floresta semidecídua, entre 0,5 e 360 ha, em uma matriz de savana amazônica e em<br />
oito locais em mata contínua predominantemente secundária, semidecídua, na região de Alter do Chão,<br />
Santarém, Pará. Os Scarabaeidae foram coletados com armadilhas do tipo pitfall com isca (fezes humanas) em<br />
dois períodos sazonais (seca e chuva). Para cada ponto de coleta foram instaladas 10 armadilhas distribuídas<br />
em dois transectos de 250m distantes 100m entre si. Em cada transecto foram colocadas 5 armadilhas<br />
distantes 50m entre si. Para cada local de coleta, foi registrado o DAP de todos os caules com diâmetro igual
368<br />
ou superior a 5cm, em quatro transectos de 250 x 2m, sendo estes dados utilizados para derivar os índices da<br />
estrutura da vegetação (diâmetro médio e número de indivíduos). A área, perímetro e as distâncias das ilhas<br />
para a floresta contínua foram calculadas, utilizando-se respectivamente as extensões “X-Tools e Nearest<br />
Features v3.6d” para ArcView sobre o mapa da área digitalizado a partir de uma imagem de Landsat TM de<br />
1996. Os exemplares coletados foram identificados com a ajuda de bibliografia especializada e de<br />
especialistas. Para a caracterização da fauna, as espécies encontradas foram comparadas com uma lista de<br />
espécies gerada a partir de publicações para o cerrado, Amazônia e ecótonos de transição (floresta-ceifado)<br />
brasileiros. Para avaliar a robustez da amostragem, foram empregadas curvas de rarefação e obtidas<br />
estimativas de riqueza empregando-se diversos estimadores. Para a análise dos padrões das comunidades, foi<br />
feita uma análise (INMDS) (Semi-strong Hibrid Multidimensional Scaling), utilizando- se a distância de Bray-<br />
Curtis. Foram encontrados 18 gêneros e 36 espécies pertencentes aos biomas do cerrado e da Amazônia, mas<br />
não foi possível ter uma noção completa da parcela de cada bioma representada neste ecótono de transição<br />
savana-floresta, uma vez que as amostras não foram suficientes para o levantamento exaustivo da riqueza de<br />
Scarabaeidae. A ordenação mostrou uma tendência de agrupamento das florestas contínuas e de separação<br />
destas das ilhas de floresta. Apesar de o levantamento ter registrado um maior número de espécies nas ilhas<br />
de floresta que nas áreas de floresta contínua, as comunidades apresentaram um forte padrão hierárquico [P<br />
(T< 14,87°)
369
370
371
372
1995<br />
373<br />
583<br />
ANDRADE, Rosemary Ferreira de. Políticas de desenvolvimento regional, migração, urbanização e<br />
saúde na Amazônia brasileira com ênfase ao Município de Macapá. 1995. 138 f. Dissertação (Mestrado)<br />
- Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Maria José Pompílio<br />
RESUMO: A pesquisa foi realiza com ênfase no Município de Macapá/AP-BR, tendo como objetivo<br />
identificar os processos de urbanização, migração e saúde e suas implicações de saúde desta população. Os<br />
dados foram obtidos através de uma pesquisa bibliográfica aprofundada, utilizando-se para análise dos<br />
resultados a teoria geral dos sistemas. Visando ressaltar as partes críticas de cada fase, dividiu-se este estudo<br />
em cinco segmentos referentes ao período de 1940 a 1990 de acordo com os resultados obtidos, conclui-se<br />
que a intensidade e extensão de endemias, epidemias e outras doenças estão associadas a caotização do<br />
sistema de saúde.<br />
584<br />
BITAR, Maria Amélia Fadul. Aleitamento materno: um estudo etnográfico sobre os costumes, crenças e<br />
tabus ligados a esta prática. 1995. 202 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: Identificaram-se e conheceram-se os costumes, crenças e tabus ligados à prática do aleitamento<br />
materno em um grupo de mulheres residentes na zona rural, na localidade de Itapuá no estado do Pará. Para<br />
tal, realizamos um estudo etnográfico dentro de uma perspectiva êmica. Para a coleta de dados, utilizamos a<br />
observação participante do cenário onde o estudo se desenvolveu, a qual se processou seguindo as quatro<br />
fases preconizadas por Leininger, em conjunto com as entrevistas realizadas com quinze informantes,<br />
moradores desta comunidade e que já tinham tido experiências com aleitamento anteriormente os mesmos<br />
foram validados e um tema emergiu, expressando as concepções das mulheres em relação ao aleitamento<br />
materno e o desvendamento de alguns aspectos da cultura que permeiam esta prática dentre as mesmas. Os<br />
achados deste estudo permitiram ter uma visão dos aspectos culturais relacionados ao aleitamento materno.<br />
Ao final, apontamos alguns caminhos considerados importantes para a sua promoção.<br />
585<br />
CALDERARO, Dalila Teixeira. Perfil das enfermeiras dos centros de saúde de Rio Branco – Acre:<br />
perspectivas de mudanças. 1995. 117 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Creso Machado Lopes<br />
RESUMO: Trata de um estudo do tipo exploratório- descritivo desenvolvido com 18 enfermeiros que<br />
trabalham em centro de saúde em Rio Branco /AC. O estudo apresenta o perfil destes enfermeiros. Os dados<br />
foram levantados através de questionário contendo questões abertas e fechada, sendo as mesmas, em sua<br />
maioria, quantificadas e verificadas suas freqüências. Após a análise e discussão dos dados, estes deixam claro<br />
a necessidade de maior investimento das instituições nos profissionais-enfermeiros por meio de sua<br />
qualificação em cursos em nível de especialização e até mesmo mestrado e doutorado a fim de melhorar a<br />
demanda das necessidades reais da comunidade.
374<br />
586<br />
CORRÊA, Iolanda Maria Silva. Representações sobre saúde das lideranças de uma comunidade em<br />
luta pela cidadania: uma referência para a ação. 1995. 169 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado<br />
em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi conhecer as representações sociais sobre saúde das lideranças de<br />
uma comunidade em luta política pela cidadania. O marco teórico adotado foi a teoria das representações<br />
sociais, fundamentando-se na proposta metodológica construída por Bardin, foi feita a análise do discurso<br />
dos oito líderes entrevistados, organizada a partir de quatro temas centrais: a sua saúde, a saúde da família, a<br />
saúde da comunidade e luta por saúde/ movimento popular por saúde, e treze categorias de análise.<br />
Constatou-se que a representação sobre saúde das lideranças do bairro do Jurunas / Belém-PA se constrói a<br />
partir da assistência à saúde em todos os níveis. A atribuição de responsabilidades pela solução dos problemas<br />
de saúde e compartilhada entre o estado, a população e a família. O MOPS evidencia-se como instrumento de<br />
luta e formula pautas de reivindicações que visam potenciais transformações. As representações de saúde<br />
sinalizam para alianças entre os profissionais de saúde e a comunidade, entre os diversos movimentos, entre<br />
as lideranças e o estado, dentre outros.<br />
587<br />
DUARTE, Maria Selma Carvalho Frota. Perfil psico-social de adolescentes autores de atos infracionais<br />
do Programa de Liberdade Assistida – Comunitária – PLAC – uma contribuição da enfermagem.<br />
1995. 260 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elisa da Silva Feitosa<br />
RESUMO: A pesquisa está voltada para o estudo dos adolescentes autores de atos infracionais que se<br />
encontrava na época no Programa de Liberdade Assistida Comunitária (PLAC), sendo desenvolvido pelo<br />
juizado da infância e da adolescência na 24ª vara cível de Belém, para execução das medidas sócio-educativa<br />
de liberdade assistida, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cap. 4, art. 112. O estudo foi<br />
realizado no período de maio a outubro de 1995, cujo objetivo foi verificar as condições psico-sociais destes<br />
adolescentes, para que através destas, caracterizar o seu perfil psico-social, identificar os tipos de o como<br />
instrumento de coleta de dados. Apresentamos referencial teórico baseado em diversos autores que discutem<br />
aspectos relativos à adolescência / adolescentes quanto a fatores de risco, tipos de violência praticados contra<br />
esses fatores determinantes da marginalização e delinqüência juvenil. E ainda, assuntos de interesse do ECA,<br />
juizado da infância e da juventude do programa desenvolvido no mesmo.<br />
588<br />
MOTA, Zandra da Silva e. Tendências na formação do enfermeiro: formamos para manter ou para<br />
transformar. 1995. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: Descreve as tendências pedagógicas desenvolvidas no cotidiano de um Curso de Enfermagem, no<br />
que se refere às práticas acadêmicas vivenciadas por alunos docentes. Foi norteado pelas tendências<br />
pedagógicas e pela construção da Dra. Rosita Salpe, a partir de Libaneo (1994) e Luckesi (1994). Foi<br />
desenvolvida uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso em curso de enfermagem da cidade de Belém.<br />
Utilizamos entrevista, questionário e análise documental procurando identificar as tendências que<br />
predominam no curso, através da análise das categorias em estudo. Podemos constatar que a unidade em<br />
estudo na fala dos discentes, embora não tenham uma prática progressista, mas em nível de discurso<br />
conseguem se expressar com mais facilidade.
375<br />
589<br />
NEVES, Jane Monteiro. Evidenciando o pensar para rever o fazer enfermagem: concepções dos<br />
usuários do Centro de Saúde do Guamá sobre saúde–doença e práticas populares de saúde–doença. 1995. 108<br />
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: O estudo propõe compreender as representações sociais do processo saúde-doença. Em sua<br />
trajetória, um breve histórico busca resgatar as várias concepções de saúde-doença em vários momentos da<br />
vida da sociedade, retratando o imaginário e a prática popular no que se refere à saúde-doença. Apresenta um<br />
suporte teórico que enfatiza a mudança de paradigma e suas implicações neste processo. Os conceitos de<br />
mundo, do homem e de saúde-doença trazem elementos que reforçam o elo entre a prática popular e a<br />
prática oficial, como dois componentes essenciais para a construção de conceitos e/ou teorias que tem<br />
suporte ao paradigma econômico–político-cultural, em interações e relações com o meio onde vive.<br />
590<br />
PACHECO, Amariles Maria das Graças Ferreira. O Ser paciente em uma unidade de terapia intensiva –<br />
uma abordagem fenomenológica. 1995. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: Este estudo é resultado de minhas inquietações como enfermeira e docente no mundo vida dos<br />
pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva / UTI, e tem como objetivo compreender sua<br />
vivência nesta unidade. Para isso, utilizei-me da abordagem fenomenológica porque, através dessa trajetória,<br />
eu estarei apreendendo a essência do fenômeno, sem me prender aos motivos que o determinaram. Como<br />
forma de desvelar o fenômeno, busquei nos depoimentos de 10 pacientes essa compreensão, usando como<br />
questão norteadora: Como você se sentiu na UTI e o que significou para você ter sido um paciente em uma<br />
UTI? A análise compreensiva assistir o ser humano na totalidade de sua existência.<br />
591<br />
RÊGO, Deolinda da Graça. Diferenciação e integração no sistema de enfermagem do Hospital<br />
Universitário João de Barros Barreto. 1995. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientador: Alacoque Lorenzini Erdmann<br />
RESUMO: A contingência é ainda um campo de conhecimento da administração pouco explorado na<br />
organização de sistemas de saúde e de enfermagem. Esta abordagem contrapõe-se aos ditames burocráticos<br />
frequentemente empregados na organização de serviços públicos (na realidade brasileira), ao afirmar que na<br />
organização nada é absoluto, tudo é relativo, tudo depende. Neste enfoque, o presente estudo representa o<br />
delineamento da situação organizacional de uma instituição hospitalar pública de ensino, em fase de<br />
reestruturação, através de pesquisa exploratória e descritiva de abordagem qualitativa, voltada para a definição<br />
de situação compõem um referencial para as demais fases do processo de organização do hospital, assim<br />
como, para o ensino e pesquisa de administração em Enfermagem.<br />
592<br />
SILVA, Telma Francisca Carvalho Frota e. Discentes recém–ingressados no Curso de Enfermagem da<br />
Universidade Federal do Pará, 1995 – motivações e expectativas. 1995. 203 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Elisa da Silva Feitosa<br />
RESUMO: A pesquisa e um estudo exploratório descritivo envolvem 53 discentes recém-ingressados no<br />
Curso de Graduação em Enfermagem, via vestibular, no período de maio a outubro de 1995, em Belém do
376<br />
Pará. Frente à situação, o problema detectado a cada semestre por ocasião da matrícula é relativo à opção não<br />
consciente / madura pelo curso, por um número significativo de discentes consolidou a expectativa de<br />
averiguarmos cientificamente a opinião e expectativas dos sujeitos da pesquisa sobre o curso de enfermagem<br />
e a ocorrência ou não de orientação/informação educacional / vocacional / profissional relativo ao mesmo.<br />
Diante análise dos recém-ingressados a carreira profissional sob uma ótica reflexiva e crítica, frente aos limites<br />
das diferentes profissões e particularmente das questões relativas ao processo de trabalho. Em face às<br />
confederações finais do estudo, fica o indicativo de que deve haver um trabalho compartilhado entre<br />
enfermeiros e orientadores educacionais de cursos de 1º e 2º graus, voltados à população discente deste.<br />
Diante do exposto podemos afirmar ter o presente estudo alcançado os objetivos propostos.<br />
593<br />
SOUZA, Raimunda Bandeira de. Conhecimento e percepção dos docentes e discentes sobre a<br />
utilização de fitoterapia por pacientes hospitalizados. 1995. 185 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.<br />
Orientadora: Maria Elizabeth Van den Berg<br />
RESUMO: Neste estudo, a autora procura verificar as noções que os docentes e discentes dos cursos de<br />
graduação das universidades da Amazônia Oriental, (02 em Belém/PA e 01 em Macapá/AP), têm quanto à<br />
utilização da fitoterapia em ações de saúde, seu papel e relacionamento com outros procedimentos ou linhas<br />
terapêuticas, tentando identificar o modo de aquisição de seu conhecimento sobre práticas e usos de plantas<br />
medicinais, procurando sua postura perante a utilização de fitoterapia por parte de pacientes em tratamento<br />
sobre sua responsabilidade. Buscou-se principalmente subsídios para comprovar a hipótese da existência de<br />
um consenso não só nesta matéria, adequando-se a realidade regional e as tendências mundiais de<br />
diversificações das práticas de atendimento à saúde, porém tendo um sólido embasamento científico para<br />
orientar os pacientes hospitalizados e a população em geral.<br />
1998<br />
594<br />
CUNHA, Maria Heliana Chaves Monteiro da. Estratégia de sobrevivência entre famílias da Perimetral e<br />
representações sobre planejamento familiar. 1998. 170 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Rosa Elizabeth Acevedo Marin<br />
RESUMO: Focaliza o planejamento familiar enquanto serviço oferecido pela Rede Oficial de Saúde.<br />
Apresenta uma abordagem sobre sua origem, atuação e operacionalização, enquanto prática criada para<br />
intervir em realidades sociais distintas. Tem como objetivo desvendar as representações que os diversos<br />
arranjos familiares possuem sobre o controle da fecundidade e do planejamento familiar organizado em<br />
algumas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Belém. Partiu da suposição que entre as estratégias de<br />
sobrevivência das famílias entrevistadas, é possível registrar e inferir estratégias de reprodução. Busca<br />
conhecer o significado de “Planejamento Familiar” dentro das famílias estudadas, com a perspectiva de<br />
dimensionar e refletir como técnicas e teorias instrumentalizar intervenções em determinados espaços sociais.<br />
Para alcançar os objetivos propostos, trabalhou-se com a pesquisa qualitativa, apoiada na teoria das<br />
representações sociais. As informações coletadas foram submetidas a dois processos de análise: processo<br />
descritivo e análise do conteúdo com base em BARDIN. Os resultados evidenciaram uma representação<br />
fragmentada do planejamento familiar, servindo para apontar a lacuna de conhecimento sobre a ferida<br />
terminologia reprodutiva. Evidenciou, também, um modelo reprodutivo adotado em grande escala no<br />
contexto do estudo – a esterilização – que é utilizada como mais uma estratégia de sobrevivência via estratégia<br />
de reprodução.
377<br />
595<br />
SILVA, Ana Gracinda Ignácia da. A Participação do usuário e a qualidade da assistência de<br />
enfermagem. 1998. 163 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Elizabeth Teixeira<br />
RESUMO: Desvenda as representações sociais de usuários de um hospital público paraense sobre a qualidade<br />
da assistência de enfermagem hospitalar. Foram caracterizados em suas representações: o cotidiano<br />
hospitalar, o cuidar como forma de assistir em enfermagem e a qualidade dessa assistência. As concepções<br />
teóricas da representação social, a partir de Serge Moscovici, com uma abordagem qualitativa, foram as bases<br />
teórico-metodológicas utilizadas para o reconhecimento da realidade estudada. Além disso, as concepções das<br />
teorias de qualidade e a do cuidar apoiaram a análise dessa pesquisa. A qualidade da assistência de<br />
enfermagem foi desvendada a partir de três temas emergentes: 1- o usuário no contexto da representação, o<br />
cotidiano hospitalar; 2- o encontro do usuário com a enfermagem no cuidar; 3- a qualidade da assistência de<br />
enfermagem. As representações, apresentadas nesses temas, indicaram dimensões de qualidade para a<br />
assistência de enfermagem hospitalar, permitindo uma construção hermenêutica com base nos princípios de<br />
Hayes (1996), que demonstraram uma representação social de qualidade envolvendo a expectativa de um<br />
cotidiano, que respeite o doente como cidadão; de presença constante dos profissionais e de assistir, através<br />
de ações de cuidar, que reflitam competência e relação de empatia.<br />
596<br />
TORRES, Vera Lúcia Scaramuzzini. Velhice numa cidade do trópico. 1998. 142 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Rosa Elizabeth Acevedo Marin<br />
RESUMO: Nos dias de hoje, compreender a velhice no microcosmo da cidade de Belém exige dos estudiosos<br />
desprender-se da orientação exclusivamente biológica ou demográfica e aproximar-se do conhecimento<br />
tomado por empréstimo de outras áreas do saber. As histórias de vida de 13 citadinos e suas experiências<br />
constituem o material para refletir a velhice indo ao encontro de um referencial teórico e de conceitos<br />
encadeados, a saber: experiência, vivência, imagem, memória, modernidade com o nuclear na velhice. Da<br />
análise das narrativas emergem os temas: as relações dos velhos com o mundo do trabalho, da família e das<br />
transformações neste século, assim como a morte e a imagem que de si fazem. O olhar lançado sobre a<br />
velhice posiciona-se na sua multidimensionalidade e complexidade.
378
379
380
1997<br />
381<br />
597<br />
CAVALCANTE, Vânia Lúcia Noronha. Papilomavírus humano associado a lesões de cérvix uterina.<br />
1997. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Arival Cardoso de Brito<br />
RESUMO: Com a finalidade de contribuir para um melhor conhecimento do eventual papel do<br />
Papilomavírus Humano (HPV) na etiopatogênese do câncer cervical na Região Norte do Brasil, estudou-se a<br />
prevalência do vírus em 228 mulheres portadoras de lesões de cérvix uterina, atendidas no Instituto Ofir<br />
Loyola (IOL), em Belém, Pará, no período de março de 1992 a maio de 1996. As pacientes foram submetidas<br />
à biópsia de colo uterino, sendo o material coletado encaminhado para histopatologia e pesquisa de HPV por<br />
diferentes técnicas laboratoriais. Para fins de análise, as participantes foram distribuídas em 3 grupos, de<br />
acordo com o diagnóstico histopatológico. O grupo A foi constituído de 155 mulheres com carcinoma<br />
epidermóide invasor ou adenocarcinoma, o grupo B de 54 portadoras de neoplasia intraepitelial cervical grau<br />
II ou III (NIC II e NIC III) e o C, de 19 pacientes com cervicite crônica. Pelas técnicas de PCR e<br />
hibridização por dot-blot, registraram-se prevalência de HPV em 70,3%, 63,0% e 36,8% das mulheres reunidas<br />
nos grupamentos A, B e C, respectivamente. O tipo de HPV predominante foi o 16, que representou 60,4%<br />
das amostras positivas do grupo A e 54,5% daquelas do grupo B. Os HPV tipo 16, 18 e 33 representaram<br />
71,4% dos detectados no grupo C. Em 155 das 228 amostras testadas por PCR, realizou-se também a técnica<br />
de hibridização in situ (HIS) com sondas para detectar HPV 6/11, 16/18 e 31/33/35. A prevalência de HPV<br />
registrada por essa técnica foi de 17,4%, enquanto que por PCR observou-se, nas mesmas amostras,<br />
percentual positivo de 65,2%. No que diz respeito a outros fatores, também tidos como implicados no<br />
desenvolvimento de carcinomas e lesões precursoras em cérvix uterina, verificou-se que cerca de 40% das<br />
mulheres dos grupos A e B admitiram iniciação sexual precoce (com 15 anos ou menos). Entretanto, a<br />
maioria referiu de 1 a 3 parceiros, não caracterizando comportamento sexual promíscuo. Os dados aqui<br />
apresentados, a exemplo do que se registrou em outros estudos conduzidos em diversas áreas geográficas,<br />
sustentam a hipótese de que o HPV desempenha um importante papel na etiologia dos carcinomas de colo<br />
uterino e neoplasias intraepiteliais cervicais. Contudo, investigações adicionais e mais amplas devem ser<br />
realizadas, com vistas a uma melhor compreensão das características epidemiológicas da infecção por HPV,<br />
na Região Amazônica.<br />
598<br />
LIBONATI, Rosana Maria Feio. Avaliação dos níveis séricos de cortisol e dehidroepiandrosterona em<br />
pacientes com malária por Plasmodium falciparum não-complicada. 1997. 99 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 1997.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar o comportamento dos níveis séricos de cortisol e<br />
dehidroepiandrosterona (DHEA) em pacientes com malária por Plasmodium falciparum. Como o cortisol<br />
apresenta um efeito imunossupressor e o DHEA um efeito imunoestimulador, estudou-se a correlação entre<br />
os níveis destes esteróides e a condição clínica do paciente de malária. A amostra constou de 24 pacientes<br />
com malária por P. falciparum não-complicada, sendo 18 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com idade<br />
variando de 15 a 47 anos, 12 primoinfectados e 12 multi-infectados, provenientes de área endêmica de malária<br />
da Amazônia. Coletaram-se amostras diárias de sangue de 20 em 20 minutos no pré-tratamento (D0), 24<br />
horas após o início da medicação (D1) e no 8º dia de acompanhamento (D7), quando o paciente já se<br />
encontrava assintomático. Todos os pacientes apresentavam parasitemia negativa em D7. Dosaram-se: os<br />
níveis séricos de cortisol em D0, D1 e D7; DHEA em D0 e D7; os níveis de anticorpos totais IgG anti-P.
382<br />
falciparum, anti- P. vivax, e anticorpos IgM anti-P. falciparum em D0. Comparam-se os níveis séricos de cortisol<br />
dos três dias, concluindo-se que os níveis de cortisol eram significativamente mais elevados em D0 do que<br />
nos outros dias. Foram correlacionados os níveis de cortisol com a parasitemia, obtendo-se como<br />
significativas as correlações entre cortisol D0 e parasitemia D1, assim como cortisol D1 com parasitemia D1,<br />
levando-se a deduzir que o cortisol pode interferir na resposta inicial à terapêutica de pacientes com malária<br />
por P. falciparum. O cortisol foi correlacionado com a temperatura, tempo de evolução da doença, níveis de<br />
anticorpos IgG anti-P. falciparum, não se obtendo resultados estatisticamente significativos, levando a inferir<br />
que a temperatura não interfere nos níveis de cortisol e o mesmo não interfere nos níveis de anticorpos, e não<br />
apresenta variações importantes com o tempo de evolução da doença. Os níveis de DHEA em D0 foram<br />
significativamente mais elevados do que em D7, apesar dos pacientes estarem sintomáticos há mais de um<br />
dia, já que um estímulo mantido do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) leva a uma diminuição deste<br />
esteróide. O DHEA foi correlacionado com a parasitemia, obtendo-se um resultado significativo na<br />
correlação DHEA D0 com parasitemia D1. A correlação entre cortisol e DHEA em D0 não foi significativa<br />
(p = 0,057), porém este resultado leva a crer que o DHEA acompanha o aumento dos níveis de cortisol.<br />
Obteve-se uma correlação negativa entre DHEA e tempo de evolução de doença, apesar destes níveis<br />
estarem aumentados no pré-tratamento. Calculou-se a correlação parcial entre cortisol, DHEA e temperatura,<br />
concluindo-se que a temperatura interfere positivamente na correlação cortisol e DHEA. Uma vez que a<br />
febre reflete o momento em que ocorre a lise das hemácias secundária a esquizogonia, provavelmente esta lise<br />
com conseqüente liberação de citocinas serve como um fator agudizador da estimulação do eixo HPA,<br />
sugerindo que a liberação dos dois hormônios apresenta mecanismo comum. A correlação entre DHEA e<br />
anticorpos não foi significativa, portanto o DHEA não deve interferir na produção de anticorpos de<br />
pacientes com malária por P. falciparum.<br />
599<br />
PINTO, Ana Yecê das Neves. Plasmodium vivax: avaliação da resposta de anticorpos IgG em crianças<br />
expostas à malária. 1997. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo<br />
de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: As estratégias atuais de combate à malária estimulam o conhecimento mais profundo dos<br />
mecanismos de defesa humana antiplasmodiais. A cooperação de anticorpos citofílicos com monócitos<br />
sangüíneos, facilitando a fagocitose de células infectadas, tem mostrado ser um mecanismo efetivo nesta<br />
defesa. Estudos comparativos entre populações semi-imunes e não imunes têm sido feitos a fim de identificar<br />
o padrão de imunoglobulinas nestas populações. Somando-se a estes, o presente trabalho objetivou avaliar a<br />
resposta de anticorpos IgG anti-P.vivax (lgG anti-PV), subclasses citofílicas: IgG1 e IgG3 – e não citofílicas:<br />
IgG2, em crianças com malária por P.vivax. Foram avaliadas 34 crianças portadoras de malária vivax,<br />
diagnosticadas pela gota espessa, acompanhadas desde a fase aguda até o último controle de cura, as quais<br />
tiveram seus níveis de anticorpos IgG anti-PV e subclasses mensurados pela técnica de imunoflüorescência<br />
indireta. Os pacientes foram subdivididos em dois grupos: priminfectados (n=28) e pacientes com história de<br />
malária anterior o (n=6). A média geométrica dos títulos de anticorpos IgG anti-PV foi a demonstrada nos<br />
diferentes períodos relativos ao controle de cura, sendo que os níveis de anticorpos mensurados durante a<br />
fase aguda (dias zero e sete) foram comparados (Teste T de Student). Níveis de anticorpos IgG anti-PV foram<br />
correlacionados com parasitemia e tempo de doença, (Correlação de Spearman). Sinais e sintomas clínicos<br />
foram descritos em ambos os subgrupos. A proporção de indivíduos positivos e negativos quanto as<br />
subclasses foi comparada nos dois subgrupos (teste exato de Fisher). Os resultados mostraram um aumento<br />
inicial dos títulos de IgG anti-PV entre o dia zero (D0) e o dia sete (D7), sendo esta diferença significativa<br />
(p=0,027), independente de exposição anterior ou não à malária. Aos 60, 120 e 180 dias pós-tratamento,<br />
obteve-se uma curva descendente de títulos, com as seguintes proporções de respostas positivas: aos 60 dias:<br />
95,2%, com títulos variando entre 40 e 2560; aos 120 dias: 62,5%, com variação de 40 e 320; e aos 180 dias<br />
apenas 28,5% de positivos, com variação entre 40 e 160. Foi encontrada correlação positiva entre tempo de<br />
doença e níveis de anticorpos totais entre indivíduos priminfectados. As médias geométricas dos títulos de<br />
anticorpos IgG anti-PV subclasses encontradas em D0 foram: IgG1 (598,41) > IgG3 (4,064) > IgG2 (1,422).<br />
Não ocorreram diferenças entre proporções de indivíduos positivos e negativos para as subclasses de IgG
383<br />
anti-PV, quando se comparou priminfectados e pacientes sem história anterior de malária. Concluiu-se que,<br />
no grupo estudado: 1) Ocorre inicialmente aumento de anticorpos IgG anti-PV entre o primeiro e oitavo dia<br />
de tratamento; 2) Os níveis de anticorpos totais anti-PV declinam gradativamente durante o controle de cura:<br />
4,76% dos pacientes apresentaram resultados negativos até D60, 37,5% até D120, e 71,42% até 180 dias após<br />
o início do tratamento 3) Não há associação entre parasitemia assexuada no dia zero e títulos de anticorpos<br />
IgG anti-PV no primeiro e oitavo dias de tratamento; 4) Em crianças expostas a ataques anteriores, quanto<br />
maior o tempo de evolução da doença, maiores são os níveis de anticorpos, ao contrário do que ocorreu com<br />
crianças priminfectadas; 5) Não há correlação entre títulos de anticorpos anti-PV totais e presença de<br />
esplenomegalia; 6) Houve predominância de anticorpos citofilicos (lgG1 > IgG3) sobre os anticorpos não<br />
citofilicos, na amostra estudada.<br />
600<br />
SILVA, Rita do Socorro Uchôa da. Estudos de dose adequada da droga Ro 42-1611 (arteflene) no<br />
tratamento da malária por Plasmodium falciparum. 1997. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: A resistência crescente do P. falciparum aos antimaláricos habitualmente empregados torna urgente<br />
a avaliação de novas drogas. O Ro 42-1611 é um antimalárico derivado da planta chinesa Arlabotrys uncinatus.<br />
Usado apenas na África em três trabalhos no tratamento da malária por P. falciparum, tem sua ação<br />
desconhecida em sul-americanos com esta doença. Apesar do efeito antimalárico ter sido comprovado, ainda<br />
não se encontrou a dose adequada para o tratamento supressivo do P. falciparum. Avaliar a tolerância à<br />
toxicidade e à eficácia de três diferentes doses do Ro 42-1611 no tratamento da malária por P. falciparum é o<br />
que objetiva este trabalho. O estudo foi realizado em Marabá-Pará, caracterizando-se por ser aberto,<br />
prospectivo e randomizado; incluiu pacientes voluntários, adultos, masculinos, de peso corporal até 80 kg;<br />
febris ou com outros sintomas constitucionais de malária e com gota espessa positiva para P. falciparum (≥200<br />
e ≤50.000 parasitas/mm³ de sangue). Grupos de estudo: I -1.500 mg de 12/12 horas por 1 dia; II -1.500 mg<br />
de 12/12 horas por 2 dias e III -1.500 mg de 12/12 horas por 3 dias. Todos os pacientes foram tratados em<br />
regime hospitalar, sendo avaliados no pré-tratamento através de: dados pessoais e biométricos, sinais e<br />
sintomas, uso de medicação concomitante, temperatura por meio, freqüência respiratória, pressão arterial,<br />
eletrocardiograma, parasitemia, exames hematológicos e bioquímicos. A partir do início da terapêutica, a<br />
avaliação destes parâmetros foi feita seguindo protocolo próprio, incluindo a anotação de efeitos colaterais. A<br />
análise de variância de Friedman foi usada para avaliar os valores obtidos nos exames hematológicos e<br />
bioquímicos. Foram selecionados 16 pacientes, sendo 5 alocados no grupo I, 6 no II e 5 no III. Idade variou<br />
de 17 a 41 anos (média: 26,6), peso corporal de 44 a 72 kg (média: 54,9), parasitemia assexuada inicial de 200 a<br />
40.000 formas/mm³ de sangue, sendo os grupos homogêneos quanto a estas variáveis. A febre desapareceu<br />
no mínimo com 9 e no máximo com 48 horas a partir do início da terapêutica. A avaliação do traçado<br />
eletrocardiográfico e da pressão arterial não mostrou alterações significativas. O desaparecimento da<br />
parasitemia assexuada ocorreu em média com 53,6 horas, não se evidenciando diferenças estatísticas e<br />
significantes entre os grupos (p=0,7264). Houve uma diminuição significativa entre o pré-tratamento (D0) e o<br />
terceiro (D2) e oitavo (D7) dias de acompanhamento quanto os níveis de hematócrito (p=0,0046), um<br />
aumento no número de leucócitos entre D2 e D7 (p=0,0171) e plaquetas entre D0 e D7, assim como entre<br />
D2 e D7 (p< 0,0001). Entre D0 e D7 detectou-se diminuição nos níveis de bilirrubina total (p=0,0024),<br />
fosfatase alcalina (p=0,0195) e uréia (p=0,0168). Efeitos colaterais foram em geral leves ou moderados e de<br />
curta duração. Do total de pacientes, 87,5% obtiveram desaparecimento da parasitemia assexuada, porém<br />
apenas 2 (12,5%) curaram ambos incluídos no grupo III. Nenhum dos esquemas posológicos usados foi<br />
adequado para a cura desta doença. Talvez em estudos posteriores usando a droga em maior dose ou por<br />
maior número de dias ou ainda associando-a a outros antimaláricos, possa obter-se eficácia adequada.
384<br />
601<br />
VENTURA, Ana Maria Revorêdo da Silva. Malária por Plasmodium vivax na infância e na<br />
adolescência: aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. 1997. 139 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
1997.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: As crianças, assim como os adultos, são susceptíveis em adquirir malária, apresentando<br />
manifestações clínicas de intensidade variável na dependência do seu grau de imunidade e da espécie de<br />
plasmódio causadora da infecção. Com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico, clínico e laboratorial da<br />
malária por P. vivax foram avaliadas 100 crianças entre 0-14 anos de idade, de ambos os sexos, com<br />
diagnóstico positivo para P. vivax (gota espessa), no Ambulatório do Programa de Malária do Instituto<br />
Evandro Chagas, Belém - Pará, no período de janeiro de 1995 a novembro de 1996. Em relação à faixa etária,<br />
os adolescentes foram os mais acometidos pela doença (37,0%). Os casos autóctones representaram 34,0% da<br />
casuística, evidenciando a presença do paludismo nos núcleos urbanos da Região Amazônica. A febre, em<br />
88,0% das crianças se constituiu na principal manifestação clínica inicial da doença. No 1° dia de atendimento<br />
(D0), a febre, o calafrio e a cefaléia (tríade malárica) ocorreram respectivamente em 97,0%, 91,0% e 85,0%,<br />
enquanto que a hepatomegalia em 29,0% e a esplenomegalia em 46,0% das crianças. Entre palidez e anemia,<br />
avaliada pela taxa de hemoglobina, houve uma correlação significativa (p < 0,05), verificando-se que entre as<br />
crianças pálidas, 89,2% eram anêmicas. A hemólise parece ter sido a causa básica da anemia, tendo também<br />
contribuído para sua instalação o retardo no diagnóstico (média de 12,5 dias) e o parasitismo intestinal por<br />
ancilostomídeos. Neste estudo, a desnutrição parece não ter exercido qualquer influência sobre a anemia.<br />
Com a terapêutica, observou-se um declínio tanto, no percentual de crianças com tríade malárica, como no<br />
percentual de crianças com parasitemia assexuada, sendo este declínio de maior intensidade na tríade malárica.<br />
Outros sinais e sintomas (palidez, astenia, artralgia, cefaléia, colúria) ocorreram por um período de tempo<br />
maior do que o da tríade malárica, em geral, persistindo até 14 dias. As complicações presentes durante ou<br />
imediatamente após o tratamento, em 5,0% das crianças, foram pneumonia, broncopneumonia, impetigo<br />
generalizado, gastroenterite e exantema de etiologia não definida. Em relação à metodologia empregada para<br />
avaliação da hepatoesplenomegalia, a ultrassonografia abdominal mostrou-se mais sensível do que a palpação<br />
abdominal. Com o tratamento instituído, as taxas de hemoglobina, os reticulócitos e o Volume Corpuscular<br />
Médio (VCM) tiveram um aumento significativo de D0 (primeiro dia de terapêutica) para D7 (oitavo dia de<br />
terapêutica). Entretanto, em relação à concentração da hemoglobina corpuscular média (CHCM) houve uma<br />
diminuição significativa nos valores encontrados em D7 quando comparados aos valores de D0,<br />
possivelmente à custa de uma menor oferta de ferro para a medula óssea.<br />
602<br />
WEIRICH, Judith. Infecção congênita pelo citomegalovírus: estudo realizado na Fundação Santa Casa de<br />
Misericórdia do Pará. 1997. 124 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical,<br />
Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: O citomegalovírus é um vírus de DNA pertencente à família Herpesviridae, subfamília Betaherpesvirinae.<br />
Sua distribuição é universal e pode causar infecções congênitas e perinatais, assim como durante a<br />
infância e na idade adulta. É um dos principais patógenos responsáveis pela morbidade e mortalidade em<br />
pacientes imunocomprometidos. Foi estudada a incidência da infecção congênita pelo citomegalovírus, na<br />
maternidade da Fundação Santa Casa Misericórdia do Pará, no período de novembro de 1994 a maio de 1995.<br />
A amostra trabalhada constou de 663 recém-nascidos e suas respectivas mães. O peso dos recém-nascidos<br />
variou de 900 a 5.450 g, com uma média de 3.046g. Em 11,4% das crianças foi observado baixo peso ao<br />
nascer. A avaliação pelo isolamento do vírus da saliva dos 663 recém-nascidos, através da inoculação em<br />
células primárias de fibroblasto de prepúcio humano, mostrou 3,2% (21) de positividade. A pesquisa de<br />
anticorpos IgM específicos para o CMV, através do Método ELISA, utilizando-se sangue do cordão umbilical<br />
do mesmo grupo de recém-nascidos foi positiva em 2,1% (14). Para o diagnóstico da infecção congênita pelo<br />
CMV, a análise estatística pelo Teste de McNemar dos Pares Discordantes (p)=0,0233 e Teste do Qui-
385<br />
Quadrado da Homogeneidade (p)
386<br />
ARAÚJO, Eliete da Cunha. Sífilis congênita: incidência em recém-nascidos. 1998. 102 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientadora: Eloisa Flora de Arruda Moura<br />
RESUMO: A sífilis congênita (SC) vem ocupando um lugar de destaque no mundo todo, desde que se<br />
observou um aumento no número de casos, a partir dos meados de 1980. Apesar do fato de ser uma doença<br />
perfeitamente prevenível, a SC permanece como um importante problema de saúde pública. O objetivo deste<br />
trabalho foi verificar a incidência de SC em neonatos. A pesquisa foi realizada na Maternidade da Fundação<br />
Santa Casa de Misericórdia do Pará, no período de maio a setembro de 1996. Foram entrevistadas 361 mães e<br />
realizado o exame físico de seus recém-nascidos (RN). Os soros das puérperas e neonatos foram testados<br />
através de três métodos: um não treponêmico, Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) e dois<br />
treponêmicos, Fluorescent Treponemal Antibody Absorption (FTA-Abs) e Enzime-Linked Immunosorbent Assay<br />
(ELISA) Imonuglobulina M (IgM) foi dado o diagnóstico de SC em 9,1% dos conceptos: no que diz respeito a<br />
outros fatores relacionados com a doença, encontrou-se que 39,4% dos recém-natos com sífilis, apresentaram<br />
algum sinal sugestivo da infecção; 36,4% das puérparas com sífilis não realizaram pré-natal; 12,1% dessas<br />
puérparas confessaram consumir drogas e a maioria tinha história pregressa de natimortalidade e aborto. A<br />
bissexualidade paterna foi significativamente maior no que diz respeito aos recém-natos com sífilis em<br />
comparação aos sem a moléstia. Investigações mais amplas devem ser realizadas para melhor compreensão<br />
das características epidemiológicas da infecção na Região Amazônica, e para adoção de medidas adequadas<br />
para seu controle e erradicação.<br />
605<br />
CARTÁGENES, Paulo Roberto Brito. Infecção pelo HCV em uma unidade de diálise em Belém –<br />
Pará: desempenho de testes imunoenzimáticos em relação à técnica de Biologia Molecular. 1998. 120 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Compara o desempenho de quatro kits para detecção do anti-HCV, por enzimaimunoensaio,<br />
frente à detecção do HCV-RNA por meio de reação em cadeia pela polimerase (PCR), em 19 funcionários<br />
(FC) e 66 pacientes, sendo 54 submetidos à hemodiálise (HD) e 12 à diálise peritoneal (DP), em uma unidade<br />
de diálise em Belém, Pará. A pesquisa do anti-HCV foi realizada com kits de 3 gerações do Ortho, Ubi,<br />
BioChem e Abbott. A amplificação e quantificação de HCV-RNA foram realizadas utilizando-se kits do<br />
Roche. A concordância de resultados entre os quatro kits imunoenzimáticos foi de 89,5% entre os<br />
funcionários e 81,8% entre os pacientes. A prevalência do anti-HCV variou de 34,1 a 37,5% entre a<br />
população estudada, e de 42,4 a 47% entre os pacientes. O HCV-RNA foi detectado em 25 (37,9%) dos<br />
pacientes, dos quais 24 eram submetidos à hemodiálise. Não foi detectada infecção pelo HCV entre os<br />
funcionários. Não houve diferença estatística à análise dos índices de sensibilidade, especificidade e valores<br />
preditivos, entre os quatro kits em relação ao PCR, contudo, deixou-se de identificar, na dependência do kit<br />
utilizado, de 12,5 a 20% de indivíduos infectados pelo HCV. Não se observou correlação entre infecção pelo<br />
HCV e aumento nas aminotransferases. Foi possível mostrar correlação estatística entre a infecção pelo HCV<br />
e o tratamento por hemodiálise, tempo de tratamento superior a seis meses de idade dos pacientes superior a<br />
cinqüenta anos. Além disso, houve alta prevalência de portadores do HBV (13%) entre os hemodialisados.<br />
606<br />
FIGUEIREDO, Érika Maria Riebisch de. Adenopatia cervical turbeculosa em crianças: aspectos<br />
epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. 1998. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.<br />
Orientador: Manuel Ayres<br />
RESUMO: A tuberculose constitui um sério problema de saúde pública, sendo o M. tuberculosis o principal<br />
agente da doença no Brasil. Entre as formas extra pulmonares, a ganglionar periférica é uma das mais
387<br />
freqüentes na infância, apesar de pouco estudada. Com o objetivo de avaliar a incidência e conhecer os<br />
aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais da tuberculose ganglionar foram atendidas no ambulatório<br />
do Hospital Ofir Loyola, no período de janeiro de 1995 a dezembro de 1996, 73 crianças entre 0-14 anos, de<br />
ambos os sexos, portadoras de linfadenopatia cervical. A amostra foi dividida em dois grupos: o primeiro<br />
constituído por 61 crianças com adenopatias de outras etiologias e o segundo formado de 12 pacientes com<br />
etiologia tuberculosa. Nesse período, para as adenopatias tuberculosas, a taxa anual de incidência na área<br />
metropolitana de Belém, por 100 mil habitantes, foi de 1,03 e para o grupo de outras etiologias a incidência<br />
foi de 4,27 e 6,15 para os anos de 1995 e 1996, respectivamente. Verificou-se que a maioria das adenopatias<br />
na infância foram inespecíficas (64,4%), entretanto, quando consideradas somente as de etiologia conhecida,<br />
o risco relativo de ser tuberculose foi de 1,17. A análise comparativa entre os dois grupos não revelou<br />
diferença estatisticamente significativa no que tange à faixa etária, sexo, estado nutricional, apresentação<br />
clínica inicial, cadeias ganglionares comprometidas e características dos linfonodos. Em ambos, foi observada<br />
maior incidência em pré-escolares e no sexo masculino. O comprometimento do estado nutricional pode ter<br />
contribuído para o aumento da morbidade em 41,7% dos casos de tuberculose. A presença de massa cervical<br />
constitui a queixa principal nos dois grupos, embora durante o exame tenha sido constatado<br />
comprometimento ganglionar generalizado em 75,1% das crianças com adenopatia tuberculosa. Quanto à<br />
duração dos sintomas, os casos de adenopatia tuberculosa foram atendidos a partir do primeiro mês de<br />
doença e tiveram como manifestação clínica abscesso frio em 25% dos casos. A fonte de infecção foi<br />
identificada em 1/3 dos pacientes. A reação tuberculínica com leitura ≥10mm foi positiva em 63,6% das<br />
crianças tuberculosas. Entre os exames bacteriológicos realizados, a cultura constituiu o elemento<br />
fundamental para o diagnóstico de tuberculose, obtendo-se 100% de positividade nos exames realizados; a<br />
baciloscopia foi de menor importância. O exame histopatológico com lesão granulomatosa compatível com<br />
tuberculose foi observado em 88,9% dos casos. O comprometimento pulmonar associado esteve presente em<br />
27,3% das crianças tuberculosas. A resposta à terapêutica com esquema padronizado pelo Ministério da<br />
Saúde foi satisfatória, não tendo sido observados efeitos colaterais aos medicamentos utilizados.<br />
607<br />
MESQUITA, Francisco Carlos Lopes de. Descrição de outras doenças sexualmente transmissíveis em<br />
pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana Tipo 1. 1998. 107 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 1998.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Noventa pacientes soropositivos para o HIV-1 foram estudados, visando-se a descrição de<br />
manifestações clínicas e de marcadores de outras doenças sexualmente transmissíveis, assim como de fatores<br />
demográficos e comportamentais que possam estar relacionados com a infecção pelo HIV-1 e em pacientes<br />
com SIDA/ AIDS. A maioria dos entrevistados (83,3%) foi do sexo masculino, apresentou a média de idade<br />
31,4 anos (variando entre 18 e 60 anos) e a distribuição da renda familiar mensal mostrou que 79,5% tinham<br />
um ganho inferior a cinco salários mínimos. Pelos menos um tipo de droga foi consumido por 51,1%, sendo<br />
que 20,7% usaram drogas não medicamentosa de uso injetável. Destes, 94,4% referiram antecedentes de<br />
doenças sexualmente transmissíveis. A observação dos hábitos sexuais revelou que 41,6% eram bissexuais,<br />
38,2% heterossexuais e 20,2% eram homossexuais. Cerca de 51,1% dos bissexuais usaram drogas injetáveis e<br />
todos referiram a prática de sexo anal e foram positivos para a presença de anticorpos para Chlamydia. A<br />
média de idade da primeira relação sexual com penetração foi de 14,7 anos, enquanto que a média de idade<br />
em que ocorreu a primeira doença sexualmente transmissível foi de 20,6 anos. A quase totalidade (95,5%) dos<br />
entrevistados teve múltiplos parceiros sexuais, antes do conhecimento da soropositividade para o HIV- 1.<br />
Dentre os 90 soropositivos, 73,3% referiram antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis. Destes,<br />
82,2% referiram a presença de secreção uretral, de sífilis e de herpes simples. No momento da avaliação,<br />
36,6% (33/90) apresentaram secreção uretral, anal e/ou vaginal, lesão genital, anal, perianal e/ou adenopatia<br />
inguinal, assim discriminado: Secreção (51,1%), vesículas (18,1%), lesão verrucosa (18,1%), Adenopatias<br />
iguinais (18,1%), úlceras (12,1 %) e pápulas (6%). A reação do VDRL foi positiva em 13,7% (11/80), sendo<br />
que neste grupo, 90,9% referiram a prática do sexo anal e 81,8% revelaram antecedentes de DST. Cerca de
388<br />
96,4% (81/84) apresentaram anticorpos para Chlamydia, sendo que 81,8% revelaram a prática do sexo anal e<br />
72,8% relataram antecedentes de DST.<br />
1999<br />
608<br />
MIRANDA, Esther Castello Branco Mello. Carcinoma hepatocelular e as infecções pelos vírus das<br />
hepatites B e C na Amazônia Oriental: estudo clínico-sorológico e de biologia molecular. 1999. 170 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientadora: Ermelinda do Rosário Moutinho da Cruz<br />
RESUMO: Com o objetivo de contribuir para um melhor conhecimento do eventual envolvimento das<br />
infecções pelos vírus das hepatites B e C, na etiopatogenia do carcinoma hapatocelular (CHC) na Amazônia<br />
Oriental, estudaram-se 36 pacientes internados em três hospitais públicos em Belém (PA), de janeiro de 1992<br />
a março de 1999. Os critérios de inclusão adotados foram: o clínico, associado à imagenologia compatível,<br />
níveis séricos de alfafetoproteína (AFP) acima de 400ng/ml e/ou histopatologia compatível. Foram avaliados<br />
os aspectos clínicos, exames bioquímicos e hematológicos, imagenologia, histopatologia, níveis séricos de<br />
AFP e exames sorológicos das hepatites B e C. A presença dos ácidos nucléicos virais, o HBV-DNA e o<br />
HCV-RNA, foi avaliada a partir da detecção no soro pela reação em cadeia da polimerase. Observou-se um<br />
predomínio do sexo masculino (p
389<br />
609<br />
OLIVEIRA, Consuelo Silva de. Eficácia clínica da vacina tetravalente (RRV – TV) contra rotavírus em<br />
Belém, Pará. 1999. 122 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de<br />
Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.<br />
Orientador: Nildo Alves Batista<br />
RESUMO: Acumula-se evidências presentemente, indicando que o efetivo controle das gastroenterites por<br />
rotavírus só poderá ser alcançado com o advento de um imunizante eficaz para uso nos primeiros meses de<br />
vida. Com o objetivo de avaliar a eficácia da vacina geneticamente rearranjada, rhesus-humana, tetravalente<br />
(RRV-TV, 4x10 4 pfu/dose) frente aos parâmetros clínicos mais relevantes das gastroenterites por rotavírus,<br />
procedeu-se ao reexame de 91 episódios diarréicos em crianças no âmbito de uma investigação prévia<br />
conduzida em Belém, Pará, Brasil. As informações para o estudo foram obtidas a partir de dados contidos em<br />
fichas utilizadas na rotina de vigilância dos episódios diarréicos, bem como daqueles com registro clínico<br />
diário enquanto persistisse a diarréia. A eficácia relativa foi especificamente avaliada frente aos seguintes<br />
indicadores clínicos de gravidade: a) duração da diarréia; b) número máximo de evacuações<br />
líquidas/semilíquidas por dia; c) duração dos vômitos; d) número máximo de vômitos/24h; e) febre<br />
(temperatura retal); f) desidratação; e g) necessidade de tratamento. A gravidade clínica global das<br />
gastroenterites por rotavírus foi determinada por um sistema de escores (somatória máxima de 20 pontos)<br />
que permitiu classificar os episódios diarréicos em: leves (0-8), moderados a severos (9-14) e muito graves<br />
(>14). Uma significativa (p14. Taxas similares de eficácia frente<br />
às infecções mistas (35%) e puras (37%) foram registradas nos dois anos de estudo. Embora não se tenha<br />
registrado proteção quanto aos casos leves (escores de 0 a 8), a RRV-TV foi 75% (p=0,02) eficaz contra os<br />
episódios mais graves de gastroenterites por rotavírus; houve tendência à proteção contra todos os quadros<br />
diarréicos e os puros, com escores clínicos de 9 a 14: 44% (p=0,06) e 45% (p=0,08), respectivamente. Os<br />
resultados do estudo sustentam o conceito vigente de que a RRV-TV parece proteger seletivamente contra os<br />
quadros diarréicos revestidos de maior gravidade clínica.<br />
2000<br />
610<br />
BARROS, Vera Lúcia Reis Souza de. Arbovírus Morumbi (Phlebovirus: Bunyaviridae) – estudo<br />
histopatológico e imuno-histoquímico do fígado na infecção experimental em camudongos:<br />
comparação entre as vias cerebral, intraperitoneal e subcutânea. 2000. 113 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2000.<br />
Orientador: Venâncio A. Ferreira Alves<br />
Co-orientadora: Amélia P. A. Travassos da Rosa<br />
RESUMO: O vírus Morumbi é membro do sorogrupo Phlebotomus fever (família Bunyaviridae: gênero Phlebovirus)<br />
nativo da Região Amazônica. Seu vetor é desconhecido, mas supõem-se ser transmitido por flebotomíneos.<br />
Foi isolado em 1988 de ser humano apresentando quadro febril agudo. Este arbovírus, quando inoculado em<br />
camundongo por via cerebral, demonstrou viscerotropismo, induzindo inclusive lesões no fígado do animal<br />
inoculado. Com os objetivos de: i) estabelecer as características anátomo-patológicas e imuno-histoquímicas
390<br />
em fígado de camundongos albinos Swiss recém-nascidos experimentalmente infectados pelo vírus Morumbi;<br />
ii) verificar se o vírus apresenta hepatotropismo diferenciado na dependência de inoculação pelas vias<br />
cerebral, peritoneal ou subcutânea; iii) caracterizar detalhadamente os padrões anátomo-patológicos<br />
seqüenciais no fígado; iv) demonstrar a localização do antígeno viral no tecido hepático ao longo da infecção<br />
experimental; v) estudar possíveis inter-relações entre os achados anátomo-patológicos e os imunohistoquímicos.<br />
Foram estudados experimentalmente 71 camundongos Swíss recém-nascidos (dois e três dias),<br />
distribuídos ao final do experimento como segue: 21 animais inoculados por via intracerebral (IC), 21 por via<br />
intraperitoneal (IP) e 29 animais inoculados por via subcutânea (SC). Utilizou-se a dose infectante 5,0DL<br />
50/0,02ml de suspensão de vírus. Outros trinta animais que não receberam inóculos foram utilizados como<br />
grupo controle. Subgrupos de oito animais (seis inoculados e dois do grupo controle) foram sacrificados<br />
diariamente a intervalos de 24 em 24 horas, até 96 horas para os grupos IC e IP e até 120 horas para o grupo<br />
SC. Fragmentos de fígado de todos os animais foram fixados em solução de formalina neutra a 10%,<br />
incluídos em parafina, de onde foram obtidos cortes de 5 μm que foram corados pela técnica de<br />
hematoxilina-eosina para análise morfológica e, cortes adicionais, foram submetidos à técnica de imunohistoquímica<br />
(Sistema Envision, DAKO, USA), utilizando a fosfatase alcalina e soro hiperimune do vírus<br />
Morumbi preparado em camundongos jovens, para detecção de antígeno viral. Foram estudados seis<br />
parâmetros de lesão em áreas portais e nove outros nos lóbulos, que foram semiquantificados numa escala<br />
que variou de zero (0) a três cruzes (+++), onde zero significou ausência de lesão e três cruzes lesão intensa.<br />
À microscopia óptica ficou evidente que o vírus Morumbi inoculado em camundongos por três diferentes<br />
vias induz lesões em áreas portais e lobulares, caracterizando uma hepatite aguda com presença de<br />
corpúsculos acidófilos, semelhantes aos corpúsculos de Councilman – Rocha Lima, de distribuição irregular<br />
nos lóbulos, cujo aparecimento foi observado 24 horas pós-inoculação (p.i.) e atingiu o máximo de<br />
intensidade às 72 horas p.i. em animais inoculados por via IP. O exame imuno-histoquímico mostrou<br />
presença leve de antígeno viral a partir de 24 horas p.i. no grupo IC e a partir de 48 horas p.i. nos grupos IP e<br />
SC, havendo certo paralelismo em relação à intensidade de lesão morfológica, tendo-se observado o máximo<br />
de detecção de antígeno viral em animais inoculados por via IP e sacrificados às 72 horas p.i. A distribuição<br />
geral de antígeno foi observada especificamente nos lóbulos hepáticos, no citoplasma de hepatócitos íntegros<br />
e necrosados e no interior de células de Kupffer, não havendo preferência por nenhuma das três zonas do<br />
lóbulo. Concluiu-se que: i) o modelo de infecção experimental em camundongos foi excelente para o estudo<br />
das lesões causadas pelo vírus Morumbi, podendo ser selecionada a via IP como referencial; ii) em todas as<br />
vias utilizadas (IP, IC e SC) se confirmou a infecção pelo vírus Morumbi com marcante detecção de seu<br />
antígeno, no tecido hepático de camundongos Swiss; iii) a presença de antígeno do vírus Morumbi no fígado<br />
desses camundongos associou-se ao aparecimento de hepatite aguda, com necrose focal; iv) hepatite intensa<br />
pôde ser observada em fígado de camundongos sacrificados 72 h p.i. com o vírus Morumbi por via IP, o que<br />
não foi verificado com as outras duas vias; v) a hepatite aguda mostrou-se limitada, neste experimento,<br />
tendendo a desaparecer na maioria dos camundongos inoculados, com avançar das horas; vi) colestase não foi<br />
alteração freqüente na hepatite experimental pelo vírus Morumbi, quando inoculada por via IC, IP e SC; vii) o<br />
antígeno do vírus Morumbi teve predominância pela localização intracitoplasmática, padrão granular, nos<br />
hepatócitos e células de Kupffer; viii) antígeno viral foi detectado em fragmento hepático de animais<br />
experimentalmente inoculados com o vírus Morumbi, a partir das 24 horas via IC e a partir de 48 horas nas<br />
vias IP e SC.<br />
611<br />
BRÍGIDO, Helena Andrade Zeferino. Prevalência de anticorpos para HTLV em indivíduos atendidos<br />
em um centro de diagnóstico para Anti-HIV. 2000. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: As pesquisas relativas às infecções pelos vírus HTLV I e II têm crescido nos últimos anos, com o<br />
advento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, por também ser causada por um retrovírus. E, ainda, e<br />
caso de co-infecção, a AIDS tem maior precocidade em seu desenvolvimento com modificações, inclusive<br />
dos parâmetros de acompanhamento e início de terapêutica antiretroviral. Devido a isto, foi feito um estudo<br />
com o objetivo de determinar a soroprevalência de Anti-HTLV I e II na comunidade que procura um Centro
391<br />
de Testagem de Anti-HIV. Foram obtidas amostras sangüíneas de 588 usuários da Unidade de Referência<br />
Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias (URE-DIPE), além de 292 usuários do Instituto<br />
Evandro Chagas (IEC) e 295 doadores de sangue do Centro Hemoterápico do Pará (HEMOPA). Foram<br />
utilizados os métodos de ELISA em duplicata e Western Blot. Na URE-DIPE, o heterossexual foi a categoria<br />
de exposição predominante na procura de testagem Anti-HIV, em ambos os sexos, com 499 pessoas (84,9<br />
%), entretanto, após análise dos resultados de Anti-HTLV, não houve diferença significante nas amostras<br />
seoropositivas de indivíduos heterossexuais comparando com os homossexuais, demonstrando que a<br />
vulnerabilidade está presente independente da opção sexual. A soropositividade foi constatada em 7 usuários<br />
(1,2 %), com detecção exclusiva do Anti-HTLV I. A co-infecção HTLV/HIV ocorreu em 3 casos,<br />
correspondentdo a 0,5 % do total estudado. No IEC, a soropositividade foi encontrada em 2 casos (0,7 %) de<br />
Anti-HTLV I e II. Comparando.<br />
612<br />
DOMINGUES, Jenifer. Determinação de mercúrio total em cabelo e sua relação com o<br />
desenvolvimento psicomotor de crianças, na comunidade de Barreiras, Pará .2000. 90 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2000.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: O mercúrio é um elemento mineral metálico sem função fisiológica no organismo humano, sendo<br />
tóxico aos seres vivos em geral, nas suas diferentes formas físico-químicas (composto inorgânico e orgânico)<br />
podendo levar a diferentes efeitos tóxicos orgânicos. Em especial na Amazônia, “pulmão do mundo” o<br />
desajuste ecológico tem feito vítimas silenciosas. Vários são os fatores como o crescente desmatamento, as<br />
inundações das florestas por hidroelétricas, que levam a um aumento da quantidade de mercúrio no ambiente,<br />
nos animais e no homem, e o maior e mais importante de todos os fatores a exploração mineral aurífera,<br />
descontrolada, que entre 1980 a 1988 foi responsável por mais de 80% da produção total de ouro do País,<br />
utilizando para cada grama extraída de ouro 1 a 5 gramas de mercúrio. Vários estudos mostram que a queima<br />
do amalgama é extremamente tóxica a curto e a longo prazo, aos trabalhadores locais, levando à alterações<br />
nos pulmões, SNC, rins, testículos, olhos, pele e mucosas.<br />
2001<br />
613<br />
CORRÊA, Maria do Perpétuo Socorro Costa. Neurocriptococose pediátrica no Estado do Pará: espectro<br />
de achados tomográficos na infecção por Cryptococcus neoformans var. gattii. 2001. 84 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2001.<br />
Orientador: Luiz Carlos Severo<br />
RESUMO: Mostra-se o espectro de lesões cerebrais, através de tomografia computadorizada, na<br />
neurocriptococose da infância, por Cryptococcus neoformans var. gattii, no Estado do Pará. Analisamos os<br />
achados tomográficos de onze crianças (menores de 13 anos de idade), com infecção comprovada do sistema<br />
nervoso central por Cryptococcus neoformans var. gattii, internados no Hospital Universitário João de Barros<br />
Barreto, Belém PA, entre janeiro de 1992 a dezembro de 2000. A neurocriptococose foi definida pela<br />
identificação de leveduras encapsuladas ao exame microscópico, isolamento de Cryptococcus neoformans do<br />
líquor e identificação positiva da variedade gattii, através do meio composto de Canavanina, glicina e azul-debromotimol<br />
com, pelo menos, o estudo tomográfico no momento do diagnóstico. A idade das crianças<br />
estudadas variou entre 6 a 12 anos, com média de 8,8 anos. Cinco eram meninos e seis meninas. Os principais<br />
achados clínicos foram cefaléia, febre e rigidez de nuca (n=11), náuseas e vômitos (n=10). O tempo médio<br />
entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 4,2 semanas (variando de 2 a 8 semanas). Todas as
392<br />
tomografias de crânio foram anormais. Em todos os pacientes foram observados nódulos hipodensos. As<br />
demais anormalidades tomográficas observadas foram: 6 pacientes com hidrocefalia, 9 com atrofia difusa e 5<br />
com associação de hidrocefalia e atrofia difusa. Descreve-se, pela primeira vez, achados tomográficos em série<br />
de casos de neurocriptococose por Cryptococcus neoformans var. gattii em crianças imunocompetentes. Este<br />
estudo mostra que esta infecção desenvolve múltiplos nódulos hipodensos, especialmente na região dos<br />
gânglios da base e na substância branca cerebral. As lesões, aparentemente progridem para importante atrofia<br />
da substância branca, com dilatação ventricular e proeminência de sulcos cerebrais, provavelmente,<br />
conseqüência de hidrocefalia compensatória. Em geral, estes pacientes apresentaram alterações leves do<br />
córtex cerebral.<br />
614<br />
ESTEVES, Paulo Sérgio Cardoso. Correlação clínico laboratorial na amebíase intestinal. 2001. 70 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: O diagnóstico clínico da amebíase intestinal continua sendo meramente presuntivo, o diagnóstico<br />
de certeza depende sempre de confirmação laboratorial. Com o objetivo de correlacionar os achados clínicos<br />
com a pesquisa do coproantígeno GIAP de Entemoaba histolytica, por teste imunoenzimático, foram estudados<br />
105 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 13 e 60 anos, provenientes de demanda passiva do serviço<br />
ambulatorial de clínica médica da Polícia Militar. A prevalência da amebíase intestinal encontrada por<br />
coproacopia foi de 13,33% (14/105) e por ELISA 24,76% (28/105). Houve diferença estatisticamente<br />
significativa na prevalência desta protozoose quando os métodos foram comparados (p < 0,05 – McNemar)<br />
entre os enteroparasitas, detectados por métodos coproscópicos de rotina destacaram-se: Endolimax nana com<br />
61,90% (65/105), Blastocytis hominis 28,57% (30/105), Entamoeba. Coli 18,10% e Giardia lamblia em<br />
5,71(06/105). Entre os helmintos, os mais prevalentes foram o Trichiuris com 4, 78 (5/105) e de Ascaris<br />
lumbricoides em 3,81% (4/105). A prevalência desses parasitoses na população estudada foi compatível com a<br />
casuística regional. No estudo da sintomatologia dos pacientes com Teste de ELISA positivo, 73,08%(19/26)<br />
relataram um ou mais sintomas sugestivos de amebíase intestinal, observando-se cólicas intestinais em<br />
46,15% (12/26), diarréia sem elementos anormais em 42,31% (11/26), tenesmo em 3,85% (1/26) e<br />
constipação intestinal em 11,54% (3/26). A presença desses sintomas quando comparada com os casos<br />
clinicamente idênticos, porém com teste de ELISA negativo, não apresentaram significância estatística (p ><br />
0,05 – McNemar). Quando a diarréia mucosanguinolenta, esta foi referida por 4,76% (5/105) do total<br />
estudado, porém a associação com o teste ELISA positivo foi constatada em 3,84% (1/26) dos pacientes<br />
revelando-se estatisticamente significativa quando comparada com os pacientes com teste ELISA negativo.<br />
Os resultados deste estudo demonstraram as dificuldades da correlação clínico-laboratorial na amebíase<br />
intestinal, devido à inespecificidade de apresentação das síndromes clínicas e sua amplitude de diagnósticos<br />
diferenciais, aliados as possibilidades de equívocos que os métodos diagnósticos usualmente empregados<br />
podem fornecer. Recomenda-se a inclusão do teste de ELISA no diagnóstico da amebíase intestinal como<br />
recurso indispensável na clínica, embora ele não dispense o exame coproparasitológico, por ser capaz de<br />
identificar somente um patógeno. A E. histolytica.<br />
2002<br />
615<br />
CANIZARES, Vivian Susi de Assis. Situação vacinal de crianças atendidas em uma unidade de saúde<br />
na cidade de Porto Velho. 2002. 73 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim
393<br />
RESUMO: Analisa a situação vacinal de 173 crianças de 0 a 2 anos de idade atendidas na Policlínica Hamilton<br />
Raulino Gondin situada num bairro periférico da cidade de Porto Velho, Rondônia. Os dados foram colhidos<br />
de maio a setembro de 2001 e obtidos por meio de entrevistas realizadas com o acompanhante da criança<br />
mediante a aplicação de formulário padronizado. Por meio deste instrumento foram analisadas as carteiras de<br />
vacina das crianças, tendo como critério o aprazamento das doses e colhidas informações referentes aos<br />
aspectos socioeconômicos e culturais da família onde a criança está inserida. Os resultados mostraram que os<br />
maiores percentuais de atrasos encontrados foram 6,4% para a vacina contra a febre amarela e 5,8% para as<br />
vacinas contra sarampo (1ª e 2ª dose) e contra o Haemophilus influenza tipo b-Hib 3ª dose. Dentre os motivos<br />
de atrasos vacinais pesquisados o de maior relevância foi a falta de informação da mãe ou responsáveis.<br />
Estudando os fatores socioeconômicos e culturais da família das crianças da amostra, evidenciou-se<br />
predominância de mães jovens, com idade entre 19 e 25 anos. Em relação ao grau de escolaridade do<br />
acompanhante das crianças, detectamos o percentual de 63,0% para o I grau incompleto. Analisando a renda<br />
das famílias das crianças do estudo observou-se que 29,5% vivem com rendimento compreendidos entre 1 e<br />
2 salários mínimos.<br />
616<br />
CARDOSO, Maria do Socorro Oliveira. Avaliação clínica em doadores de sangue portadores dos vírus<br />
linfotrópicos de células T de humanos. 2002. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos<br />
RESUMO: Os vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo I e II (HTLV-I/II) são retrovírus que podem<br />
ser transmitidos por transfusão de sangue. Estes vírus estão associados com Paraparesia Espástica Tropical<br />
(PET), leucemia/linfoma de células T do adulto (L/LTA) e outras doenças sistêmicas imunomediadas. O<br />
presente estudo teve como objetivo investigar sinais clínicos de patologias associadas a esses vírus para<br />
utilizar na triagem clinica de candidatos à doação de sangue. Usou procedimentos padronizados para<br />
avaliação clínica de 30 doadores de sangue soropositivos para HTLV-I/II, confirmados pela técnica de<br />
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), matriculados no ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical da<br />
UFPA. Paralelamente, por meio de interrogatório clínico complementar, estudou-se grupo controle com 40<br />
candidatos à doação de sangue escolhidos aleatoriamente, que tiveram resultados sorológicos negativos. Dos<br />
30 pacientes examinados, verificou-se que 23 eram portadores de HTLV-I e 07 HTLV-II. Na avaliação<br />
clínica, 15 pacientes (50%) não referiram queixas, sendo que 12 pacientes com queixas exclusivamente<br />
neurológicas. Observou 05 pacientes com formigamentos; 05 com diminuição da força muscular; 04 com<br />
constipação intestinal; 02 com parestesia; 02 com nódulos subcutâneos; 01 com incontinência urinária; 01<br />
com visão borrada; 01 com diminuição da libido. No grupo controle, 05 candidatos (12,5%) referiram<br />
queixas. Os resultados indicam que diminuição da força muscular e formigamento devem ser questionados na<br />
triagem clínica prévia à doação de sangue para reduzir risco de infecção transfusional.<br />
617<br />
CESAR, Kátia Lamarão Vieira. Análise higiênico-sanitária da carne do caranguejo-uça, comercializada<br />
em dois municípios litorâneos do Estado do Pará. 2002. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: Entre os produtos de origem animal, o caranguejo é tido como um dos alimentos mais<br />
susceptíveis ao processo de deterioração devido à sua composição química específica, atividades de enzimas<br />
autolíticas e ao pH próximo da neutralidade. Além destes fatores intrínsecos relacionados ao crustáceo, o<br />
processo de extração de suas “carnes” é realizado, na grande maioria das vezes, em condição higiênicosanitária<br />
insatisfatória, ocasionando, assim, um alto teor de contaminação destas. Com objetivo de analisar a<br />
qualidade microbiológica, microscópica e parasitológica da carne de caranguejo comercializada em dois<br />
municípios do Pará (São Caetano de Odivelas e Bragança), foram pesquisadas 30 amostras da carne<br />
adquiridas dos catadores, nos seus pontos de catação. Na análise microbiológica, observou-se presença, em
394<br />
níveis elevados, de coliformes fecais e S. aureus, em ambos os municípios, entretanto a Salmonella (S. panamá<br />
sorogrupo D) foi detectada somente em Bragança/Vila de Caratateua. Ressalta-se que grande parte dos<br />
pontos de catação apresentou suas amostras fora dos padrões legais vigentes na atual legislação brasileira. A<br />
análise microscópica revelou constante presença de sujidades (fragmentos e lascas de pau, semente, fibra e<br />
lascas de origem vegetal, pelo humano, excremento e larva de inseto). Contudo, a análise parasitológica foi<br />
negativa para a detecção de cistos de protozoários (E. histolytica/E. díspar e G. lamblia). Os resultados revelam<br />
a precariedade das condições higiênico-sanitárias das amostras pesquisadas, indicando desta forma a<br />
necessidade de ser criado, por parte das autoridades competentes, um registro do Ministério da Agricultura e<br />
Secretaria da Agricultura do Estado, para que o beneficiamento e a comercialização deste produto sejam<br />
feitos de acordo com as normas sanitária brasileira e estadual.<br />
618<br />
CÉZAR, Marinês Rodrigues dos Santos Avaliação da exposição ao mercúrio e seus compostos em mães<br />
e seus recém-nascidos em Porto Velho. 2002. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim<br />
RESUMO: Estudou-se 103 binômios mãe-filho nascidos em hospitais da cidade de Porto Velho-RO, durante<br />
os meses de novembro/2000 até fevereiro/2001. Foram analisadas amostras de cabelo da mãe e do recémnascido,<br />
sangue materno, placenta e cordão umbilical. As coletas das amostras foram realizadas no momento<br />
do parto. Aplicou-se questionário à mãe onde se registrou informações relevantes para o risco de<br />
contaminação mercurial e/ou malformações. Os produtos da gestação que apresentaram mal formação foram<br />
incluídos no estudo. A medida da exposição ao metilmercúrio foi feita utilizando os biomarcadores coletados<br />
e realização de técnicas através de método de espectofotometria de absorção atômica pelo vapor frio.<br />
Utilizou-se o fator prático de conversão total em mercúrio que é de 0,90 a 0,92. Após análise e estudo<br />
estatístico as principais conclusões foram: o consumo de bebida alcoólica durante a gravidez, dentre outras<br />
variáveis, não influenciou no aparecimento de malformações, especialmente os Defeitos de Tubo Neural<br />
(DTN) a maioria das malformações encontradas foi DNT (66,6%) que foram significantemente<br />
correlacionadas com os níveis de mercúrio total no cabelo do recém-nascido; os níveis de mercúrio total, na<br />
placenta e no cordão umbilical, foram equivalentes.<br />
619<br />
JESUS, Maria do Socorro Bandeira de. Diagnóstico de enteroparasitoses em uma comunidade rural de<br />
Mirante da Serra, Rondônia, Brasil. 2002. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: As enteroparasitoses estão entre as infecções mais comuns no homem, apresentando-se com<br />
maior intensidade em países subdesenvolvidos por estarem diretamente relacionadas às condições higiênicosanitárias.<br />
Este estudo tem por objetivo investigar a presença de enteroparasitoses causadores de doença ao<br />
homem, em uma comunidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) no Estado de<br />
Rondônia. No acampamento Pe. Ezequiel, Município de Mirante da Serra, RO, foram utilizados os métodos<br />
direto e de sedimentação espontânea em água para detecção e identificação das formas parasitárias de<br />
protozoários e helmintos em material fecal de residentes do mesmo e o teste de ELISA (Ensaio<br />
imunoenzimático) para detecção de coproantígeno específico, anti-GIAP (proteína de aderência inibidora da<br />
galactose, de Entamoeba histolytica (Techlab. Blacksburg, VA, USA). Foram examinados 313 amostras fecais<br />
pelo teste coproscópicos e 186 pelo Teste de ELISA. A prevalência encontrada foi de 33,5% sendo a E.<br />
histolytica, Giardia lamblia e os ancilostomídeos os parasitas patogênicos mais freqüentes. Não foram<br />
encontradas diferenças significativas entre parasitismo e idade, mas entre agente causador da infecção e sexo<br />
houve significância entre E. histolytica e sexo feminino. Não foi possível determinar fator(es) de risco<br />
relacionado(s) às infecções. Quanto ao resultado do ELISA, foi detectado um número maior de amebíase<br />
intestinal por este método do que por coproscopia. Considerando ser o acampamento uma área rural sem
395<br />
infra-estrutura ideal, o baixo parasitismo encontrado foi surpreendente. Todavia, a estrutura alternativa do<br />
local somado à organização social do grupo, consciência comunitária e formação básica em saúde constitui<br />
fatores preponderantes para a prevenção e/ou controle das enteroparasitoses.<br />
620<br />
LACERDA, Dailton Alencar Lucas de. Prevenção de incapacidades físicas causadas pela hanseníase<br />
na 1ª Região de Saúde, Ji-Paraná, Rondônia. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: A hanseníase, doença endêmica no Brasil, de caráter crônico, que afeta principalmente o<br />
tegumento cutâneo e os nervos periféricos. Também pode afetar a bucofaringe. Este trabalho objetivou<br />
realizar estudo sobre a Prevenção de Incapacidades (PI) em Hanseníase, na Primeira Região de Saúde de<br />
Rondônia, no Programa para Eliminação e Controle da Hanseníase com sede no município de Ji-Paraná, que<br />
envolve o atendimento sistemático aos portadores de Hanseníase de 16 municípios circunvizinhos. Utilizouse<br />
como instrumento de coleta um levantamento de dados nos mapas de controle e relatórios da 1ª Região de<br />
Saúde de todos os indivíduos atendidos no programa no período de 2000 e 2001, considerando-se faixa etária,<br />
sexo, forma clínica e grau de incapacidade. Foram estudados 331 indivíduos, na faixa etária de 10 a 84 anos de<br />
ambos os sexos. Numa etapa posterior, foi analisado o cruzamento dos dados acima mencionados com<br />
outros estudos feitos a respeito do assunto. Baseado nos resultados encontrados e discutidos ficou<br />
evidenciado a importância do diagnóstico precoce, do tratamento imediato pelo uso da poliquimioterapia e da<br />
prevenção de incapacidades como meio de estacionar ou regredir lesões advindas do acometimento dos<br />
nervos periféricos e pele, encontrados em algumas formas da hanseníase, principalmente, na Tuberculóide e<br />
Dimorfa, que são as de maior freqüência na área estudada.<br />
621<br />
MARQUES, Rejane Corrêa. Avaliação da exposição ao mercúrio e seus compostos sobre o<br />
desenvolvimento neuropsicomotor em crianças de Porto Velho. 2002. 100 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2002.<br />
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim<br />
RESUMO: Estudaram-se 100 binômios mãe-fillho para verificação dos níveis de mercúrio total ao<br />
nascimento e o curso da exposição pós-natal sobre o desenvolvimento e crescimento de lactentes durante o<br />
primeiro semestre de vida, na cidade de Porto Velho. Para avaliação da exposição pré-natal, verificaram-se os<br />
níveis de mercúrio total ao nascimento, em amostras de cabelo da mãe e recém-nascidos, placenta, cordão<br />
umbilical e sangue materno. Os recém-nascidos foram submetidos a exame clínico e físico de rotina. As mães<br />
responderam um questionário com informações relevantes na busca de fatores de risco para a acumulação<br />
mercurial ou que poderiam afetar o desenvolvimento neuropsicomotor na semana em que completavam seis<br />
meses de idade. O teste de Gesell foi o instrumento utilizado para avaliação do desenvolvimento<br />
neuropsicomotor. Também foi coletada uma nova amostra de cabelo da criança para verificação dos níveis de<br />
mercúrio total aos seis meses de idade. Todos os dados foram analisados, comparados e submetidos a<br />
tratamento estatístico. Das vinte e três crianças (26%) que apresentaram atraso no desenvolvimento<br />
neuropsicomotor, 11 eram do sexo masculino e 12 eram do sexo feminino. Estas alterações foram<br />
correlacionadas com os níveis de mercúrio total no cabelo da criança ao nascer e aos seis meses de vida.<br />
Também foram encontradas correlações estatisticamente significantes entre o perímetro cefálico e os níveis<br />
de mercúrio total nas diversas amostras estudadas.
396<br />
622<br />
MOREIRA, Lucinda Maria Dutra de Souza. Prevalência de anticorpos anti-vírus da hepatite A em<br />
escolares no Município de Porto Velho, Rondônia. 2002. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim<br />
RESUMO: A avaliação da prevalência de anticorpos contra o vírus da Hepatite A foi realizada no período de<br />
setembro a dezembro de 2000, em 185 escolares de níveis socioeconômico distintos, na faixa etária entre seis<br />
e quinze anos, em duas escolas no município de Porto Velho, Rondônia, utilizando teste imunoenzimático<br />
comercial (DiaSorin) para detecção de anticorpos anti-VHA Totais e IgM. Foram avaliados 90 escolares de<br />
nível socioeconômico médio e alto, procedentes de Escola Privada, e 95 de baixo nível socioeconômico, de<br />
Escola Pública. Dos 90 escolares da Escola Privada, 45 (50%) apresentaram positividade ao teste para<br />
detecção de anticorpos anti-VHA Totais e deste, 4 (8,9%) foram soropositivos ao anti-VHA IgM, enquanto<br />
na Escola Pública, dos 95 estudantes, 90 (94,7%) apresentaram anticorpos anti-VHA Totais e destes, apenas 1<br />
(1,1%) apresentou anticorpos anti-VHA IgM (p< 0,05). As faixas etárias entre 12 e 14 anos na Escola<br />
Privada, e 8 e 10 anos na Escola Pública, apresentaram maior prevalência de anticorpos anti-VHA. Não<br />
houve diferença significativa de prevalência de anti-VHA entre os sexos, nos dois grupos estudados (p>0,05).<br />
Fatores como renda familiar, destino dos dejetos domiciliares e qualidade de água consumida também foram<br />
estudados e relacionados à prevalência de anti-VHA, apresentando diferenças significativas entre os grupos.<br />
Os resultados deste estudo mostraram que a HVA é endêmica na região, e que, medidas, como melhoria nas<br />
condições sanitárias do município, são necessárias para diminuir a propagação do VHA na população.<br />
623<br />
NEVES, José Joaquim de Oliveira. Malária no Pará: estudo do quadro clínico e laboratorial nas infecções<br />
causadas pelo Plasmodium vivax, na atualidade. 2002. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: A malária é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior problema de<br />
Saúde Pública na atualidade e os estudos produzidos mais recentemente apontam para algumas mudanças em<br />
termos clínicos e padrões laboratoriais. Com o objetivo de detectar essas mudanças, foram estudadas as<br />
manifestações clínicas e laboratoriais da infecção malárica causada pelo Plasmodium vivax. O estudo<br />
caracterizou-se por ser longitudinal e prospectivo, tendo sido realizado no Instituto Evandro Chagas (IEC),<br />
na cidade de Belém, no período de novembro de 2001 a junho de 2002. A metodologia utilizada constou de<br />
diagnóstico pelo exame da gota espessa e por acompanhamento clínico e laboratorial de pacientes portadores<br />
de malária por P. vivax, durante todo o tratamento. Foram avaliados 127 pacientes nos aspectos<br />
epidemiológico, clínico e laboratorial, incluindo sexo, cor, profissão, procedência da infecção, período de<br />
incubação e persistência de cefaléia, calafrios e febre, além de outros sintomas ao final do tratamento. A<br />
avaliação laboratorial inclui densidade parasitária e exames relacionados à coagulação sanguínea, além de<br />
hemograma completo, aminotransferases, bilirrubinas, fosfatase alcalina, uréia e creatinina séricas. Dados do<br />
presente estudo demonstram uma ocorrência maior de casos entre estudantes e donas de casa como o perfil<br />
epidemiológico relacionado ao tipo de ocupação dos doentes portadores de malária atendidos em área<br />
urbana. O presente ensaio corrobora estudos anteriores relativos à ação esquizonticida da cloroquina em um<br />
tempo médio de 48 a 72 horas e revela significativa plaquetopenia até hoje não muito estudada em malária<br />
por P. vivax, e apesar deste achado, as provas de coagulação sangüíneas não mostraram alterações<br />
significantes. A palidez cutâneo-mucosa em D7 foi observada em 124 dos 127 pacientes estudados, embora<br />
este dado não tenha obrigatoriamente correlação com o achado de anemia.
397<br />
624<br />
PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira. Aspectos clínicos e epidemiológicos dos acidentes por arraias nos<br />
Distritos de Mosqueiro e Outeiro, Belém-Pará-Brasil. 2002. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: As águas da Baía de Marajó tornam-se doce nos meses de maior precipitação pluviométrica e<br />
salobra no outro período, o que torna possível o encontro de arraias da família Potamotrygonidae e exemplares<br />
de águas marítimas, as quais são providas de ferrões pontiagudos e retrosserilhados que, ao penetrarem nas<br />
vítimas, danificam o tegumento que recobre as células glandulares de veneno, expondo os tecidos a toxina,<br />
levando ao aparecimento de manifestações clínicas. Empregou-se um modelo observacional e descritivo da<br />
prevalência para avaliar os aspectos clínicos e epidemiológicos de 116 acidentes por arraias, ocorridos nos<br />
Distritos de Mosqueiro e Outeiro, Belém-Pará, no período de julho de 1999 a agosto de 2001. Estes<br />
ocorreram, principalmente, em Mosqueiro (80,2%) com maior freqüência no sexo masculino (63,8%), no<br />
grupo etário dos adolescentes e de adultos (38,8% e 50,0%), respectivamente, no mês de julho (37,9%). Em<br />
todas as marés houve vítimas, porém, com menor freqüência na preamar (4,3%). A maioria dos acidentes<br />
ocorreu no fundo do rio com areia (49,1%) e no período vespertino (62,1%), as arraias mais capturadas nas<br />
praias de Mosqueiro foram da família Potamotrygomidae. As vítimas socorridas na primeira hora em 79,3% dos<br />
casos, sendo o membro inferior a região mais atingida em 84,5%, particularmente o pé (75,0%). Todos os<br />
pacientes apresentaram manifestações clínicas locais, com dor em 99,1% e cianose em 42,2% dos casos. Os<br />
sintomas sistêmicos estiveram presentes em 14,6%, sendo a tontura (6,0%) e a sudorese (5,2%) os mais<br />
encontrados. A pressão arterial acima do normal presente em 6,0%, e a taquicardia em 9,5%. O debridamento<br />
foi o manejo cirúrgico mais utilizado (94,5%). Retornaram para reavaliação somente 18,1% dos pacientes, dos<br />
quais, 33,3% evoluíram com necrose e 28,6% com infecção local. Não houve significância estatística na<br />
correlação entre evolução clínica, os tratamentos instituídos e o tempo entre o acidente e o início do<br />
atendimento médico. Conclui-se que os acidentes por arraias são um importante agravo de saúde para a<br />
população que apesar das complicações locais, as vítimas não apresentam quadro grave. O período das águas<br />
salobras parece que influencia no aumento de casos.<br />
625<br />
PAULA, Soraya Nedeff de. Diarréia aguda: avaliação dos sinais de alarme na estratégia da atenção integrada<br />
às doenças prevalentes na infância. 2002. 54f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.<br />
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim<br />
RESUMO: A estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) consiste em<br />
reduzir a mortalidade e morbidade infantil mediante a adaptação de um enfoque que inclui melhorar os<br />
sistemas de saúde, a capacidade dos trabalhadores de saúde, e as práticas familiares e comunitárias, por meio<br />
de educação dos pais ou responsáveis sobre o conhecimento dos sinais de alarme na doença diarréica. Com o<br />
objetivo de avaliar o conhecimento das mães ou responsáveis sobre os sinais de alarme na diarréia aguda,<br />
foram coletadas informações de 174 mães ou responsáveis por crianças menores de cinco anos com diarréia<br />
aguda no Hospital Infantil Cosme e Damião de Porto Velho-Rondônia, no período de março a maio de 2001,<br />
utilizando-se o formulário padrão do AIDPI. Os resultados mostraram que 64,36% das mães desconhecem<br />
os sinais de alarme na diarréia aguda, 59,20% das mães fornecem pouco alimento durante um processo<br />
diarréico, 92% das mães conhecem que se deve administrar maior quantidade de líquidos na diarréia aguda.<br />
Considerando os achados do presente trabalho consideramos válida a aplicação da estratégia do AIDPI no<br />
Hospital Infantil Cosme e Damião de Porto Velho.
398<br />
2003<br />
626<br />
AQUINO, Eulália Gonçalves de. Parasitismo intestinal: estudo epidemiológico em dois grupos<br />
socioeconômicos distintos de uma população infantil de Porto Velho - RO. 2003. 97 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: As infecções parasitárias apresentam-se de forma endêmica em diversas áreas do Brasil. A<br />
investigação estimou a prevalência de enteroparasitas em 200 crianças de 2 a 13 anos pertencentes a duas<br />
classes socioeconômicas distintas, média e baixa, no período de abril a junho de 2001, na cidade de Porto<br />
Velho, RO. E também analisou os fatores contextuais de risco de maior importância epidemiológica. As<br />
amostras de fezes foram examinadas pelos métodos Direto e Sedimentação Espontânea. A população de<br />
nível socioeconômico médio (A) composta por 100 indivíduos, apresentou um índice de positividade de 18%,<br />
sendo o parasita mais prevalente, Giardia lamblia (52,4%), seguido por Ascaris lumbricoides (19,0%), Trichuris<br />
trichiura (14,3%), Enterobius vermicularis (4,8%), Hymenolepis nana (4,8%) e Endolimax nana (4,8%). No grupo de<br />
nível socioeconômico baixo (B), a positividade atingiu 56% dos indivíduos, sendo também Giardia lamblia<br />
(28,9%) o mais prevalente, seguido por Entamoeba coli (22,7%), A. lumbricoides (14,4%), T. Trichiura (8,3%), E.<br />
vermicularis (7,2%), H. nana (4,1%), E. nana (4,1%), E. histolytica (4,1%), Ancylostomidae (3, 1%) e leveduras<br />
(3,1%). A ocorrência de mais de um parasita por indivíduo foi maior no grupo B (46,4%), sendo que o<br />
parasitismo foi mais prevalente entre as crianças com sintomas gastrintestinais em ambos os grupos A e B. As<br />
parasitoses intestinais afetaram igualmente meninos e meninas, negroides e caucasóides e ocorreram<br />
igualmente nas duas faixas etárias de crianças menores e maiores de cinco anos, contudo as crianças com<br />
menos de cinco anos de grupo A apresentaram predomínio de infecção por protozoários da espécie G.<br />
lamblia. A baixa renda salarial e residências com número elevado de pessoas coabitando e sem rede de<br />
abastecimento de água se constituíram em fatores de risco socioeconômicos que favorecem a elevada<br />
prevalência das parasitoses intestinais. As condições de anemia e estado nutricional também foram avaliadas e<br />
não mostraram associação significantes com enteroparasitoses, nos diferentes grupos socioeconômicos. Logo,<br />
a elevada prevalência de crianças, em especial de baixo nível socioeconômico, com parasitismo intestinal,<br />
anemia e com desnutrição aguda moderada, reflete as precárias condições de saúde pública na cidade de Porto<br />
Velho-RO.<br />
627<br />
ATHAYDE, Aidalucy do Socorro Costa de. Forma oligossintomática da Leishmaniose visceral<br />
americana: aspectos clínico e soroepidemiológico. 2003. 94 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado<br />
em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: A Leishmaniose visceral americana (LVA) é doença infecciosa, não contagiosa de evolução crônica,<br />
com altos índices de morbi-mortalidade, sendo o Brasil detentor de 90% dos casos notificados no continente<br />
Americano. No entanto, ainda não estão esclarecidos de forma objetiva os sinais e sintomas da forma<br />
subclínica da doença, ocasionando retardo ou confusão no diagnóstico da infecção. Neste sentido, o presente<br />
trabalho propôs-se a acompanhar clínica e sorologicamente a população previamente definida, a fim de<br />
caracterizar a forma oligossistomática da LVA e estudar a prevalência e incidência da infecção. Foram<br />
acompanhados 307 indivíduos infectados ou não pela Leishmania chagasi, crianças e adultos, pertencentes a 61<br />
famílias, moradores da localidade Cabresto, Barcarena-Pará, triados por meio de exame clínico e laboratorial,<br />
com base na sorologia para LVA por técnica de imunofluorescência indireta, no período de janeiro/2000 a<br />
janeiro/2001. Para o cálculo da incidência da infecção e determinantes clínicos foram excluídos da amostra 06<br />
pacientes que já haviam desenvolvido a forma clássica da doença em período anterior. A análise estatística foi<br />
realizada com auxílio do programa EPIINFO 6.04 e BioEstat 2.0 e os testes aplicados foram o Qui-quadrado,
399<br />
Teste Exato de Fisher e Teste G. No momento do primeiro exame (triagem sorológica), 34 (11%) pacientes<br />
tiveram sorologia positiva para a infecção, entretanto 06 desses pacientes já haviam desenvolvido as<br />
manifestações clássicas da LVA, transcorridos os 12 meses da pesquisa surgiram mais 09 indivíduos com<br />
sorologia positiva de títulos maiores ou iguais a 1/320, perfazendo um total de 43 (14%) pacientes infectados<br />
pelo parasita. Entre os pacientes infectados: as faixas etárias de maior predominância foi o sexo masculino<br />
com 28 (65,1 %); os sinais e sintomas manifestos ou percebidos pelos indivíduos oligossintomáticos (5,5%),<br />
foram: palidez cutâneo-mucosa, adenite, sopro cardíaco, perda de peso, hepatomegalia, distensão abdominal e<br />
tosse. A taxa de incidência da infecção foi de 2,9%. Nenhum dos pacientes infectados apresentou<br />
exacerbação dos sintomas ou manifestou semelhança com a forma aguda da doença, durante os doze meses<br />
de estudo, mesmo quando apresentavam títulos mais elevados da sorologia, compatíveis com àqueles de<br />
pacientes da forma clássica da LVA.<br />
628<br />
AZEVEDO, Maria do Socorro Marques. Ciclosporina A no eritema nodoso hansênico com<br />
manifestações sistêmicas: avaliação clínica, laboratorial e histopatológica. 2003. 87 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Arival Cardoso de Brito<br />
RESUMO: O ENH é séria intercorrência aguda ou subaguda que acomete pacientes das formas dimorfavirchowiana<br />
e virchowiana da classificação de Ridley e Jopling. Neste estudo, foi utilizada uma droga<br />
imunorreguladora, a ciclosporina A, com o propósito de avaliar a eficácia nesta reação, cujo tratamento<br />
depende de medicamentos como a talidomida, que tem contra-indicações formais e corticóides, que<br />
provocam dependência, entre outros danos. Foram selecionados dez doentes de ENH com sintomas<br />
sistêmicos; todos haviam passado por vários episódios desta reação e faziam uso contínuo e prolongado de<br />
prednisona em doses elevadas e ocasionalmente, de talidomida. Os pacientes tomaram ciclosporina A em<br />
doses de 3-5 mg/kg/dia durante um período de 90 dias. Realizaram exames laboratoriais nos dias zero, 150 e<br />
600 de uso da ciclosporina A e também o histopatológico das lesões de ENH ( antes do tratamento e com 60<br />
dias). Os exames laboratoriais solicitados foram: hemograma e leucograma; TGO; TGP: uréia e creatinina.<br />
Detectou-se leucocitose em graus entre moderado e elevado em 70% dos casos, mas evoluiu para leucocitose<br />
leve até o término do acompanhamento na mesma percentagem dos doentes. O exame bioquímico não<br />
mostrou alterações significantes, com exceção da elevação da TGO em um caso, da TGP em outro, além de<br />
dois pacientes que mostraram aumento da uréia e creatinina, mas que posteriormente, normalizaram sem<br />
precisar de medidas adicionais. Os achados histológicos encontrados no primeiro exame foram representados<br />
em 40% dos doentes, por dermatite granulomatosa e em 30%, por dermatite nodular. Na segunda análise,<br />
houve mudança para dermatite perivascular superficial e profunda em 50% dos casos e para paniculite septal<br />
em 20%; isto denota melhora histológica compatível com a melhora dos sintomas verificada nos primeiros<br />
quinze dias de terapêutica. A ação da ciclosporina A se revelou benéfica, principalmente na sintomatologia<br />
sistêmica, com exceção dos casos que se acompanhavam de neurite; desta forma, a ciclosporina A pode ser<br />
uma opção para a melhoria clínica das reações hansênicas tipo 11.<br />
629<br />
AZEVEDO, Valéria Nascimento da Gama Freqüência das neoplasias intra-epiteliais cervicais em<br />
mulheres portadoras do vírus da imunodeficiência humana. 2003. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2003.<br />
Orientador: Fábio André Souto Lima<br />
RESUMO: Dentre as manifestações ginecológicas mais importantes nas mulheres soropositivas para o HIV,<br />
estão o câncer do colo uterino e as neoplasias intraepiteliais cervicais que lhe são as lesões precursoras. Neste<br />
estudo foram analisadas 36 mulheres soropositivas para o vírus da imunodeficiência humana e 54<br />
soronegativas, com a finalidade de analisar a freqüência de lesões precursoras do câncer uterino cervical.<br />
Todas as pacientes foram submetidas ao exame clínico ginecológico, colheita de colpocitologia cérvico-
400<br />
vaginal, colposcopia e à biópsia genital quando o exame colposcópico revelava achados anormais. Nas<br />
pacientes soro positivas foram quantificados os linfócitos com receptores CD4 e verificado a aderência ao<br />
esquema antiretroviral. Os resultados demonstraram que a freqüência das neoplasias intraepiteliais cervicais<br />
foi semelhante nos dois grupos estudados. Observamos ainda que a maioria das pacientes soropositivas<br />
apresentava contagem de CD4 acima de 200 células / mm³, ou seja, eram consideradas imunocompetentes. E<br />
que trinta e três pacientes das trinta e seis estudadas eram aderentes ao esquema antiretroviral. Concluímos<br />
que as mulheres HIV soropositivas consideradas imunocompetentes e em uso de antiretrovirais apresentaram<br />
freqüência de neoplasias intra-epiteliais cérvico-uterinas semelhantes às mulheres soronegativas incluídas<br />
neste estudo. Observamos, ainda, que o HPV é importante co-fator no desenvolvimento das neoplasias intraepiteliais<br />
cervicais.<br />
630<br />
BARBOSA, Heloisa Helena Moreira de Moraes. Perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose<br />
pulmonar atendidos na Unidade Básica de Saúde da Pedreira. 2003. 78 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: A tuberculose pulmonar continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública em todo o<br />
mundo, inclusive no Brasil. A situação de controle se agrava com a dificuldade de implantar-se um programa<br />
eficiente pela desproporção entre necessidades e recursos disponíveis e pela limitada cobertura e utilização da<br />
capacidade instalada de atenção, e no fim da década de 80 pela propagação do HIV. Com o objetivo de traçar<br />
o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos na Unidade Básica de Saúde da<br />
Pedreira, no município de Belém do Pará, foram estudados 143 pacientes de ambos os sexos e de todas as<br />
faixas etárias com diagnóstico de tuberculose, no período de janeiro de 2001 a julho de 2002. Aspectos<br />
analisados: sinais e sintomas, baciloscopia, raio-X de tórax, comunicantes intradomiciliares, história de<br />
tuberculose na família, tempo entre o início dos sintomas e o o início do tratamento, tipos de alta do<br />
tratamento, procedência, grau de escolaridade, recidivas, ocupação, qualificação da ocupação, renda familiar,<br />
refeições diárias, situação da moradia, tipo de parede, número de janelas, número de cômodos x número de<br />
moradores, água encanada, luz elétrica e tipo de fossa do banheiro, práticas de tabagismo e etilismo.<br />
Resultados: o sintoma mais freqüente foi a tosse com 89,51 %; a baciloscopia positiva correspondeu a 60,01<br />
%; os achados radiológicos com infiltração corresponderam a 42,86 %; 84,62 % dos pacientes possuem pelo<br />
menos um comunicante intradomiciliar; 57,34 % apresentaram pelo menos um caso de tuberculose na<br />
família; 65,04 % demoraram 2 meses para começar o tratamento após os sintomas terem iniciado; 94,23 %<br />
receberam alta por cura; 3,85 % altas por abandono e 1,92 % altas por óbito; 78 % procederam de Belém; 7<br />
% são analfabetos e 51,75 % possuem primeiro grau incompleto; 11,19 % de recidivas; das pessoas que<br />
possuem ocupação 68,49 % não possuem qualificação; 86 % apresentaram renda familiar inferior a 6 salários<br />
mínimos; 43,68 % praticam o etilismo. Conclui-se que o sexo e a faixa etária predominantes foram<br />
respectivamente o masculino e de 16 a 45 anos; as condições socioeconômicoculturais e de moradia são<br />
muito precárias. Sendo fundamental entender que esta é uma das doenças que mais claramente coloca em<br />
evidência a sua determinação social. Os processos biológicos da saúde são, portanto, parte da vida social da<br />
coletividade, desta forma, a saúde e a doença são tomadas como pílos de um mesmo processo que se<br />
constitui como uma parte da totalidade maior que é a vida. Palestra de educação sanitária é, portanto, meio<br />
educativo, criando hábito de saúde que certamente contribuirá para um melhor desenvolvimento das<br />
potencialidades do ser humano. Este estudo corrobora pesquisas anteriores.<br />
631<br />
BASSO, Rosely Valéria. Soroprevalência da infecção por Helicobacter pylori em crianças de diferentes<br />
níveis socioeconômicos em Porto Velho-Rondônia. 2003. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo
401<br />
RESUMO: Investiga a soroprevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em 200 crianças da cidade de Porto<br />
Velho, Rondônia, subdivididas em dois grupos de 100 crianças da classe média alta e de classe baixa. A<br />
prevalência da soropositividade variou consideravelmente de acordo com o nível socioeconômico, sendo que<br />
enquanto 51% das crianças do baixo nível eram positivas para a infecção pelo H. pylori, somente 24%<br />
daquelas do nível médio-alto eram positivas. As características da população infantil relacionadas com o sexo,<br />
raça e dieta não representaram fatores de risco para a aquisição da infecção, porém a maioria das crianças<br />
infectadas pertencia à faixa etária de cinco ou mais anos independente do nível sócioeconômico. A<br />
probabilidade da infecção pelo H. pylori foi analisada com relação aos principais fatores de risco<br />
socioeconômico, em que as populações de baixa renda apresentaram maior prevalência para a infecção que as<br />
populações de nível médio-alto, evidenciando que as precárias condições de higiene e saneamento,<br />
relacionado com o nível socioeconômico das famílias de baixa renda, torna-as muito mais propensas a definir<br />
o perfil epidemiológico da infecção correlacionando com os contatos íntimos entre as pessoas, facilitando a<br />
transmissão oral-oral e/ou fecal/oral desta bactéria. A distribuição fenotípica dos grupos sanguíneos ABO<br />
entre os indivíduos infectados e não-infectados mostrou que a soro-reatividade ao H. pylori foi maior entre as<br />
crianças do grupo sanguíneo pertencentes ao fenótipo O, sugerindo que há uma maior susceptibilidade<br />
genética destas crianças para a infecção pelo H. pylory.<br />
632<br />
BERG, Ana Virgínia Soares Van Den. Investigação da presença do vírus linfotrópico de células T<br />
humanas em leucemia linfóide aguda na infância. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos<br />
RESUMO: Os vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo I e II (HLTV-I/II) apresentam genoma de<br />
ácido ribonucléico (RNA) e infectam geralmente células CD4+, com relação endêmica em determinadas áreas<br />
como Japão e Caribe com predomínio maior ou menor em outras regiões; na Amazônia brasileira as<br />
pesquisas estão correlacionadas principalmente à população indígena. Estes vírus estão associados a doenças<br />
malígnas, desordens neurológicas e imunodeficiências, ocasionando viremia por longo período, sem<br />
manifestações clínicas. O HTLV é considerado agente etiológico da Leucemia/ linfoma de célula T do adulto<br />
(L/LTA) e Parapasemia espática tropical/Mielopatia associada ao HTLV-I (PET/HAM) dentre outras. Este<br />
estudo tem como objetivo investigar a presença de HTLV e determinar o tipo mais freqüente (HTLV-I ou<br />
HTLV-II) em crianças com Leucemia Linfóide Aguda, matriculadas no serviço de referência para Câncer em<br />
Belém, observando a via de transmissão pelo aleitamento materno, os sintomas neurológicos relacionados<br />
com a infecção, a revisão bibliográfica pertinente. A pesquisa dos vírus foi realizada pela técnica de PCR<br />
(Reação em Cadeia da Polimerase), que permite a distinção entre HTLV-I e HTLV-II. Foram observados os<br />
parâmetros de idade, sexo, lesões cutâneas, marcha e transfusão sanguínea por meio de porcentagens. O<br />
HTLV-I foi positivo em uma criança do sexo feminino, sem relação com transmissão por aleitamento<br />
materno, e não houve o envolvimento do HTLV como agente etiológico de neoplasia de células linfóide na<br />
faixa etária pediátrica.<br />
633<br />
CAMPOS, Marliane Batista. Estudos in vitro da infectividade de espécies de Leishmania do<br />
subgênero viannia em macrófagos peritoneais de camundongo Balb/c. 2003. 78 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: Os parasitos do gênero Leishmania apresentam variações de infectividade intra e inter específicas.<br />
Entretanto, são escassas as informações a respeito da infectividade das espécies de Leishmania do Novo<br />
Mundo, principalmente, daquelas encontradas na Região Amazônica brasileira, onde, até o presente momento<br />
são conhecidas seis espécies pertencentes ao subgênero Viannia causadoras de L TA. Diante disso, o objetivo<br />
do presente trabalho foi investigar, in vitro, o comportamento da infectividade de 5 espécies de Leishmania do
402<br />
subgênero Viannia em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c e sua correlação com a produção de<br />
óxido nítrico pelos macrófagos infectados. Trinta cepas de Leishmania foram distribuídas em seis grupos<br />
iguais, de acordo com as espécies seguintes: I- L. (V) braziliensis/LCL, II-L. (V) braziliensis/LCM, 111- L. (V)<br />
guyanensis, IV –L. (V) shawi, V –L. (V) naiffi e VI- L. (V) lainsoni. As cepas foram cultivadas em meio RPMI<br />
suplementado com 10% de soro bovino fetal e 1% de penicilina-gentamicina, até atingir a fase estacionária de<br />
cultivo, quando foram usadas para infectar macrófagos na proporção de 4 parasitos/macrófago. As culturas<br />
foram incubadas a 35°C e 5% de CO 2 e após 24h, as lamínulas foram coradas com Giemsa para contagem<br />
do número de parasitos e determinação do índice de infecção, enquanto a concentração de NO (nitrito) foi<br />
calculada pelo método de Griess. Observou-se que as cepas de L. (V) braziliensis/LCM apresentaram o maior<br />
índice de infecção (385), sendo este significativamente maior (p
403<br />
635<br />
CARTÁGENES, Vivian Lúcia Aslan D’Annibale. Estudo soroepidemiológico da infecção pela bactéria<br />
Helicobacter pylori em crianças e suas respectivas mães: avaliação dos fatores de risco. 2003. 137 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: Uma investigação com o objetivo de estudar a soroprevalência da infecção pela bactéria<br />
Helicobacter pylori foi realizada em 100 crianças, entre 1 e 12 anos, no Hospital Universitário João de Barros<br />
Barreto, em Belém, Brasil, e em suas respectivas 100 mães. Analisaram-se possíveis fatores de risco<br />
relacionados à infecção e possíveis associações da infecção entre as mães e seus filhos, inclusive por cepas<br />
CagA. Colheram-se amostras de sangue e saliva de todos os participantes e fezes das crianças. A sorologia<br />
anti-H. pylori foi realizada pela hemaglutinação indireta e a anti-CagA por Elisa. Os fenótipos ABH e Lewis no<br />
sangue foram determinados por hemaglutinação direta e na saliva por dot-blot Elisa. Pesquisaram-se antígenos<br />
da bactéria em 79 amostras de fezes das crianças por um Elisa de captura. Informações pessoais e familiares<br />
foram obtidas através de um questionário padrão. A soroprevalência nas crianças foi de 50,0% e nas mães de<br />
86,0%. A soroprevalência nas crianças aumentou com a idade (p < 0,05) e com o hábito de freqüentarem<br />
creche ou escola (p < 0,05). Os métodos Elisa de captura e hemaglutinação indireta apresentaram<br />
desempenhos semelhantes nas crianças, sendo que nas de 1 a 4 anos observaram-se maiores discordâncias (p<br />
< 0,05). Mães infectadas representaram fator de risco para infecção em seus filhos (p < 0,05), sobretudo mães<br />
com cepas CagA (p < 0,05). Procedência de municípios com 100 mil habitantes ou mais (p < 0,05), água<br />
encanada (p < 0,05), ausência de instalações sanitárias (p < 0,05) e de saneamento na residência (p < 0,05)<br />
representaram risco para infecção familiar. A transmissão da H. pylori foi facilitada pelas precárias condições<br />
de higiene e saneamento, conglomerados urbanos e por contatos íntimos entre as crianças e mães, mediante<br />
as rotas de transmissão fecal-oral, oral-oral e/ou gastro-oral.<br />
636<br />
COSTA, Airton Leite. Cobertura vacinal e fatores associados à não vacinação contra Hepatite B em<br />
área rural do Município Alto Paraíso, Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. 2003. 95 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Luiz Hidelbrando Pereira da Silva<br />
RESUMO: Estudo realizado no período compreendido entre junho de 2001 e julho de 2002, em área rural do<br />
Município de Alto Paraíso, Estado de Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. Tem como objetivos<br />
determinar a cobertura vacinal contra a hepatite B e identificar os motivos da não vacinação. A população de<br />
estudo inclui 460 indivíduos, compreendendo 216 crianças e 244 adolescentes na faixa etária de zero a 19<br />
anos de idade. Estudo descritivo com base em inquérito domiciliar, utilizando a metodologia de amostragem<br />
por conglomerado, inquérito vacinal individual e aplicação de inquéritos semi-estruturados para identificar os<br />
possíveis motivos da não vacinação. Os procedimentos adotados incluíram o recadastramento populacional<br />
de 191 famílias e conseqüente levantamento de dados das condições de moradia, saneamento e renda familiar<br />
e avaliação da composição, forma de organização e processo de trabalho da Equipe de Saúde da Família. Os<br />
resultados encontrados apontam cobertura vacinal contra a hepatite B de 45,0% calculada pelo método<br />
estatístico. Em crianças a cobertura vacinal encontrada foi de 71, 5% e em adolescentes de 21,7%. Índices<br />
significativamente inferiores aos registrados e oficializados pelo município e calculados pelo método<br />
administrativo. Os principais motivos da não vacinação incidem na deficiência de informação e/eu orientação<br />
em saúde. Em usuários adolescentes o medo da injeção é o principal motivo da não vacinação. A intensa<br />
mobilidade social, as deficiências de comunicação e de acessibilidade geográfica, a extensa área geográfica<br />
ocupada pela população e o fato da vacinação exigir três doses vacinantes, intercaladas de zero a seis meses,<br />
indicam a necessidade da utilização de estratégias de vacinação não tradicionais e extramurais, associadas à<br />
utilização de recursos e procedimentos originais, regionais e inovadores, para atingir índices satisfatórios de<br />
cobertura vacinal.
404<br />
637<br />
COSTA, Helena Meika Uesugui. Soroprevalência de Hepatite A associado a fatores de risco em<br />
comunidade ribeirinha urbana-Vila Candelária, Porto Velho, Amazônia Ocidental, Brasil. 2003. 64 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: Este trabalho realizou-se a partir de inquérito domiciliar, durante o mês de outubro de 2001, em<br />
uma comunidade ribeirinha urbana denominada Vila Candelária, situada no Município de Porto Velho,<br />
Estado de Rondônia, Região Norte, Brasil. O estudo teve como objetivos, determinar a soroprevalência de<br />
hapatite A e estabelecer possíveis relações com fatores de risco associados. Participaram cento e quarenta e<br />
três indivíduos, de ambos os sexos, na faixa etária correspondente entre zero e oitenta anos. Os<br />
procedimentos consistiram em cadastramento dos participantes, levantamento de dados acerca das condições<br />
de moradia, saneamento, renda familiar e coleta de material biológico. O método empregado para detecção de<br />
anticorpos totais contra o vírus da hepatite A, foi o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), utilizando-se<br />
kit comercial da marca DiaSorin, com especificação; ETI-AB-HAVK-3 (P001652). Os valores de<br />
soroprevalência encontrados foram de 41,6%; 55,5%; 66,6%; 88% e 100%, para as faixas etárias<br />
correspondentes de 0 a 4 anos; 5 a 9 anos; l0 a 14 anos; 15 a 19 anos e acima de 40 anos de idade,<br />
respectivamente. Os resultados obtidos mostram uma soroprevalência total de 86%, considerada alta, embora<br />
com tendência a redução, verificada entre os mais jovens, na faixa etária de até 19 anos de idade, o que talvez<br />
possa ser atribuído a disponibilização de abastecimento público de água na localidade, que ocorreu a partir de<br />
1982. Enfatiza ainda, a importância da realização de mais pesquisas, as quais servem de parâmetro para<br />
priorizar investimentos em programas sociais como habitação, saúde e saneamento básico, que se traduzem<br />
em bem-estar da coletividade em geral.<br />
638<br />
FREITAS, Virginia Tereza Neta. Perfil epidemiológico e prevalência de doenças sexualmente<br />
transmissíveis em escolares da área urbana no Município de Porto Velho-Rondônia. 2003. 88 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais<br />
comuns em todo o mundo, principalmente entre os adolescentes, pois eles são mais vulneráveis em relação à<br />
sexualidade, tanto em países industrializados como nos em desenvolvimento. Este estudo tem por objetivo<br />
investigar a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis em escolares da rede pública municipal de<br />
ensino da área urbana do Município de Porto Velho, Estado de Rondônia. Foram investigados 122 alunos da<br />
Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Joaquim Vicente Rondon, na faixa etária de 11 a 19 anos,<br />
por meio de questionário de autopreenchimento e coleta de amostras de sangue, secreção uretral e vaginal. O<br />
método sorológico ELISA (Ensaio imunoenzimático) e a bacterioscopia pelo método de Gram foram os<br />
testes utilizados para detecção e identificação de DST. 84,4% dos estudantes responderam saber o que é uma<br />
DST, 82,8% informaram que usavam preservativo durante as relações sexuais para prevenir DST, 11,5% não<br />
utilizavam o preservativo e 5,7% afirmaram que selecionavam seus parceiros sexuais. Examinou 83 amostras<br />
de soro pelo teste ELISA e 41 esfregaços corados pelo método de Gram. A prevalência encontrada para<br />
Chlamydia foi de 65,3% no sexo feminino e 34,6% no sexo masculino. Os agentes biopatogênicos encontrados<br />
com mais freqüência foram Gardnerella vaginalis, Candida albicans e Trichomonas vaginalis.<br />
639<br />
GADELHA, Maria Apolonia da Costa. Prevalência da infecção pelo vírus da Hepatite B em duas<br />
comunidades ribeirinhas de afluentes do Tocantins. 2003. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende
405<br />
RESUMO: A infecção por vírus da Hepatite B atinge cerca de 5% da população mundial, existindo áreas de<br />
alta, intermediária e baixa endemicidade de acordo com a variação dos índices de prevalência. O estudo<br />
objetiva avaliar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) em duas comunidades ribeirinhas de<br />
afluentes do Tocantins, com o intuito de contribuir com programas de controle de hepatites virais para a<br />
Região Amazônica. Foram avaliados 58 pacientes residentes no município de Igarapé Miri (Panacauera e<br />
Pindobal Grande). A pesquisa dos marcadores sorológicos para o VHB (HbsAg, anti-HBs e anti-HBc),<br />
revelou, ausência do HbsAg em ambas as comunidades; enquanto que o anti-HBc mostrou-se positivo em<br />
3,84% dos pacientes em Panacauera e em 12,5% no Pindobal Grande. O anti-HBs apresentou positividade de<br />
3,84% em Panacauera e de 6,25% em Pindobal Grande. Diante destes resultados, constatamos que os índices<br />
de prevalência da infecção pelo VHB em ambas as comunidades foram baixos em relação aos encontrados<br />
em outras áreas da Amazônia. No entanto, esses marcadores devem ser considerados em possíveis doadores<br />
das comunidades estudadas e a ocorrência da hepatite pós-transfusional. A prevenção pela vacinação deve ser<br />
realizada, pois os indivíduos dessas comunidades por apresentarem fatores de riscos ficam predispostos a<br />
infecção e a possibilidade de evoluírem para a cirrose e o hepatocarcinoma.<br />
640<br />
JENNINGS, Yara Lúcia Lins. Caracterização isoenzimática e por anticorpos monoclonais dos agentes<br />
da Leishmaniose tegumentar americana (LTA) na mesorregião do Baixo Amazonas, Estado do Pará,<br />
Brasil. 2003. 129 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências<br />
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: Existe uma diversidade de espécies de Leishmania prevalentes na Região Amazônica associadas à<br />
LTA configurando a etiologia múltipla da doença e, apesar do conhecimento da elevada ocorrência desta<br />
protozoose na Mesorregião do Baixo Amazonas, a oeste do Estado do Pará, quase nada era sabido sobre os<br />
agentes etiológicos da doença na referida área. Nesse sentido, o presente trabalho propôs-se a caracterizar por<br />
eletroforese de isoenzimas as amostras de Leishmania isoladas de pacientes procedentes da Mesorregião do<br />
baixo Amazonas, verificando a existência da correlação geográfica das espécies encontradas com a sua<br />
distribuição regional previamente conhecida, e ainda, verificando a presença de variação intraespecífica. A<br />
caracterização das 43 amostras de Leishmania foi feita por eletroforese em gel de amido utilizando sete<br />
sistemas enzimáticos (6PGDH, PGM, G6PD, MPI, GPI, ASAT e ALAr), comparando seus perfis<br />
eletroforéticos com os perfis das sete cepas-referência das espécies conhecidas da região. As amostras foram<br />
testadas previamente por imunofluorescência indireta com o uso de um painel com 23 anticorpos<br />
monoclonais (sistema biotina-avidina) apenas como uma triagem. A caracterização isoenzimática das amostras<br />
permitiu o seguinte resultado: 11 (25,28%) amostras de L.) braziliensis, 20 (46,50%) de L.) guyanensis, 2(4,60%)<br />
de L. (L.) amazonensis, 4 (9,30%) de L. (V) shawi e 6 (13,95%) de L.) lainsoni. A eletroforese isoenzimática<br />
apresentou elevado poder discriminatório para a identificação das amostras estudadas, permitindo concluir<br />
que esta técnica representa uma importante ferramenta para a caracterização dos parasitos do gênero<br />
Leishmania. Nas cepas de L. (V) braziliensis, observou-se pela primeira vez na Mesorregião do Baixo Amazonas<br />
a ocorrência de variação intraespecífica revelada pela presença de três serodemas. Nas cepas de L. (V)<br />
guyanensis, observou-se a presença de duas variantes, uma que apresentou reatividade com o monoclonal B 19<br />
(espécie-específico), porém com variação nas enzimas 6PGDH e PGM, e a segunda, sem reatividade para este<br />
monoclonal e com perfis eletroforéticos semelhantes ao da cepa-referência L.) guyanensis especialmente nas<br />
enzimas 6PGDH, porém com tribandas, e na PGM, consideradas os melhores marcadores enzimáticos pelo<br />
seu elevado poder discriminatório. Dessa forma, descreveu-se pela primeira vez a ocorrência de diferentes<br />
espécies de Leishmania dennotrópicas na Mesorregião do Baixo Amazonas, as quais já têm registro na Região<br />
Norte do Brasil, sugerindo a transmissão simpática das espécies encontradas na referida área estudada.
406<br />
641<br />
MAGNO, Ismaelino Mauro Nunes. Perfil do marcador bioquímico de lesão miocárdica<br />
creatinoquinase-mb (ck-mb) em pacientes com leptospirose atendidos na cidade de Belém-PA.<br />
2003. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa<br />
RESUMO: Avaliou-se o perfil da creatinoquinase-MB em pacientes com leptospirose internados no Hospital<br />
Universitário João de Barros Barreto, na cidade de Belém-PA, no período de janeiro de 2002 a junho de 2003,<br />
através de um estudo transversal, no qual foi caracterizado os achados clínicos e o perfil do referido marcador<br />
bioquímico de lesão miocárdica. Foram relacionados os perfis séricos de creatinoquinase-MB,<br />
creatinoquinase, potássio, aspartatoaminotransferase e alaninaaminotransferase com os achados clínicos do<br />
processo inflamatório do músculo cardíaco. Os resultados demonstraram que, apesar da maioria dos<br />
pacientes serem sintomáticos, apenas 12,76% apresentaram elevação da creatinoquinase-MB. Portanto, o<br />
referido marcador bioquímico não pode ser utilizado com indicador de lesão miocárdica na leptospirose<br />
humana.<br />
642<br />
MAGNO, José Emílio Campos. Marcadores ultra-sonográficos hepáticos em portadores<br />
assintomáticos do vírus da hepatite C, pré-doadores de sangue da Fundação Hemopa, Belém-Pará.<br />
2003. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro<br />
RESUMO: Para avaliar a importância da ultra-sonografia como método de diagnóstico por imagem na<br />
detecção de alterações ecográficas hepático-portais na hepatite por vírus C, realizou-se esta investigação cujos<br />
objetivos foram: descrever os achados de marcadores ecográficos de alteração morfológica do fígado e do<br />
sistema porta; determinar a freqüência dessas alterações e investigar a presença de associação entre as<br />
alterações ultra-sonográficas hepáticas e portais e a infecção pelo vírus da hepatite C (VHC), em indivíduos<br />
portadores assintomáticos deste vírus, os quais foram selecionados entre pré-doadores de sangue da<br />
Fundação Hemopa, hemocentro de referência oficial no Estado do Pará, Brasil, no período de outubro a<br />
dezembro de 2003. O estudo foi realizado comparando-se os achados de um grupo com 30 participantes<br />
soropositivos para o VHC (grupo central) e de um grupo controle, composto de 38 participantes<br />
soronegativos. Ambos os grupos da pesquisa incluíram indivíduos assintomáticos, de ambos os sexos e com<br />
idade adequada para doação de sangue. A triagem para doação foi realizada no hemocentro, utilizando seus<br />
procedimentos de rotina. Procedeu-se pareamento dos participantes da pesquisa por sexo e idade. A amostra<br />
analisada evidenciou predomínio da lixa etária de 18 a 28 anos, correspondendo a 53% dos participantes do<br />
grupo central e 50% dos participantes do grupo controle. Hepatomegalia e biperecogenicidade do<br />
parênquima, achados inespecíficos e encontrados comumente na esteatose hepática, foram mais freqüentes<br />
no grupo central, porém sem diferença estatística significantes. Heterogenicidade textural, focos<br />
hipoecogênicos, alterações de visibilidade dos ramos venosos intra-hepáticos e esplenomegalia foram outros<br />
parâmetros mais freqüentes no grupo de infectados, também sem diferença estatística significante. Os<br />
participantes do grupo central apresentaram alterações com diferença estatística significante no parâmetros<br />
superfície hepática e na classificação por pontuação pelos escores de Lin, considerando-se os parâmetros<br />
superfície, parênquima, veias internas e índice esplênico. A totalização de pontos classificou os participantes<br />
nos padrões fino – 80% no grupo central e 100% no grupo controle -, heterogêneo – 13,3% no grupo central<br />
e 0% no grupo controle – e nodular – 6,7% no grupo central e 0% no grupo controle, demonstrando<br />
diferença estatística significante. Não foram observados em participantes de ambos os grupos achados de<br />
nódulos, massas, ascite, aumento de calibre das veias porta e esplênica e circulação colateral, podendo-se<br />
aventar que o predomínio da faixa etária mais jovem na população de pré-doadores pode ter minimizado os<br />
achados dos marcadores ecográficos, haja vista a tendência evolutiva lenta e silenciosa da infecção pelo VHC,<br />
com expressão tardia das alterações morfológicas de hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular.
407<br />
643<br />
MARTINS, Valéria de Carvalho. Aspectos clínicos e epidemiológicos da infecção por pseudomonas<br />
aeruginosa em pacientes portadores de fibrose cística no Estado do Pará. 2003. 109 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: Pseudomonas aeruginosa é um bacilo gram-negativo, importante patógeno para pacientes<br />
neutropênicos, queimados e em condições de ventilação artificial em Unidades de Tratamento Intensivo,<br />
onde causam infecção nosocomial. Nestas condições, a infecção pode ser séria e muitas vezes letal. Em<br />
pacientes com fibrose cística, o curso da patologia por P. aeruginosa evolui como uma infecção pulmonar<br />
crônica severa, pois a bactéria produz diversas toxinas e outros fatores de virulência responsáveis pelo<br />
estabelecimento da colonização persistente do trato respiratório destes pacientes. A apresentação<br />
característica da persistente infecção por P. aeruginosa é a produção de alginato mucóide e a formação de<br />
microcolônias, que é considerada a estratégia de sobrevivência da bactéria no meio ambiente, P.aeruginosa<br />
crescendo em biofilm é altamente resistente a antibióticos, estando usualmente associada com progressiva<br />
perda da função pulmonar. Esta pesquisa realizou uma avaliação epidemiológica e clínica de portadores de<br />
fibrose cística, colonizados por P.aeruginosa, atendidos no Hospital Universitário João de Barros Barreto, na<br />
cidade de Belém, Pará no ano de 2003. Foi feito coleta de escarro dos pacientes expectoradores e swab de<br />
orofaringe nos demais para estudo microbiológico realizado no laboratório microbiologia deste hospital.<br />
Foram avaliados 32 pacientes fibrocísticos, distribuídos em três grupos, conforme: ausência de infecção por<br />
P. aeruginosa (G1), infecção pela bactéria sem colonização (G2) e colonização crônica (G3). Pacientes<br />
pertencentes a G3 apresentaram complicações respiratórias mais freqüentes e mais graves que os demais. A<br />
ocorrência de cepas mucóidaes de P.aeruginosa foi significativamente mais prevalente neste grupo, onde a<br />
doença respiratória se apresentou de forma mais severa. Cepas não-mucóides foram identificadas de forma<br />
similar nos grupos G2 e G3. Os sintomas respiratórios foram os mais freqüentes ao diagnóstico. A idade<br />
média dos pacientes ao diagnóstico foi de 7 anos. Condições socioeconômicas adversas, diagnóstico tardio,<br />
desnutrição e mutação genética parecem ter favorecido a colonização e contribuído para ocorrência de óbito<br />
no grupo G3.<br />
644<br />
MIRANDA, Rozinéia de Nazaré Alberto. Epidemiologia da tuberculose em crianças menores de 15<br />
anos atendidas nas unidades municipais de saúde. 2003. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Irland Barroncas Gonzaga Martens<br />
RESUMO: A tuberculose nas crianças é, por definição, um indicador de transmissão recente e assim serve de<br />
sinal de alerta. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos epidemiológicos da tuberculose na<br />
infância. Por meio de um protocolo de pesquisa foram coletados dados de prontuários de 80 crianças, de<br />
ambos os sexos, portadoras de tuberculose com idade de 0 a 15 anos, retrospectivamente relativo aos anos de<br />
1998 a 2002, atendidas em 18 Unidades Municipais de Saúde, no município de Belém. Verificou-se que a<br />
idade de 10 a
408<br />
645<br />
NEVES, Dilma Costa de Oliveira. Doenças tropicais e infecciosas como causa de morte atestada e<br />
classificada: um estudo de concordância, no Estado do Pará, no período de 1996 a 2001. 2003. 117 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Arival Cardoso de Brito<br />
RESUMO: A falta de decisão na declaração da causa básica de morte é uma fonte de erro particularmente<br />
importante nas análises de moralidade segundo causas. O objetivo do estudo foi avaliar a concordância entre<br />
a causa de morte atestada por médicos e a classificada mediante o uso das regras internacionais de<br />
classificação de causa básica de morte e sua influência no perfil da mortalidade por doenças tropicais,<br />
infeccionais e parasitárias, no Estado do Pará, no período de 1996 a 2001. O estudo foi do tipo descritivo,<br />
exploratório, tendo como base de dados os atestados de óbitos do sistema de informações de mortalidade<br />
estadual. Utilizou-se, para seleção dos dados, recursos do programa Excel 7.0 e do PI-INFO 6.04 e, para<br />
análise o Coeficiente de Mortalidade (CM) por causa, a concordância observada (CO) e o Kappa. Os<br />
resultados encontrados evidenciam um perfil de mortalidade semelhante para as causas atestadas e<br />
classificadas (septicemias, diarréias e gastroenterite de origem infecciosa presumível, SIDA/AIDS,<br />
tuberculose e malária), com diferenças significativas nos valores dos CM por causa dos anos estudados<br />
(1996,p=0,0426; 1997,p=0,0223; 1998, p=0,001; 1999, p=0,0023; 2000, p=0,009 e 2001, p=0,0023). Os<br />
valores, encontrados, da CO e de Kappa, refletem as limitações impostas pelo preenchimento incorreto dos<br />
atestados do óbito e para a necessidade da implantação, nos municípios, das tabulações de causa múltipla de<br />
morte.<br />
646<br />
OIKAWA, Teiichi. Anemia, parasitismo intestinal e exposição mercurial em duas comunidades<br />
ribeirinhas da Amazônia. 2003. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: A incidência de anemia, parasitismo intestinal e prevalência da exposição mercurial foi avaliada<br />
em duas comunidades amazônicas ribeirinhas, São Luiz do Tapajós (rio Tapajós) e Igarapé-Mirim (rio<br />
Tocantins) cujos padrões socioeconômicos são semelhantes. Foram analisadas amostras de cabelo, sangue e<br />
fezes dos residentes nestas comunidades, empregando metodologia analítica oficialmente reconhecida.<br />
Oitenta amostras de cabelo, sangue e fezes foram analisadas. Os resultados demostraram incidência média de<br />
42,5 % de parasitose intestinal, em São Luiz do Tapajós e 75,15 %, em Igarapé-Mirim. Os índices<br />
hematimétricos indicaram incidência de anemia de 40 %, em São Luiz do Tapajós e 25 %, em Igarapé-Mirim.<br />
Os teores médios de mercúrio total nas amostras de cabelo dos residentes em São Luiz do Tapajós foram de<br />
14,9 ± 6,6 µg/g nos indivíduos do sexo masculino e 13,4 ± 3,4 µg/g no sexo feminino, enquanto que em<br />
Igarapé-Mirim foi de 2,5 ± 1,4 µg/g na população masculina e 3,5 ± 1,6 µg/g na feminina. Observou-se que<br />
em São Luiz do Tapajós, 82 % das concentrações de mercúrio total encontram-se acima de 10µg/g, valor<br />
considerado de referência para população não exposta, enquanto que em Igarapé-Mirim, não foram<br />
encontrados valores acima destes. Pode-se concluir que a qualidade de vida dos ribeirinhos analisados é<br />
comprometida pelos fatores avaliados, tornando-se necessária a adoção de medidas preventivas e ações<br />
educadoras nestas comunidades pelas autoridades governamentais responsáveis.<br />
647<br />
PIMENTA, Adriana do Socorro Coelho. O Uso da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR)<br />
em tempo real em doadores de sangue soropositivo para o anti-HCV. 2003. 61 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos
409<br />
RESUMO: O HCV é um vírus esférico que apresenta um genoma de RNA com polaridade positiva.<br />
Atualmente está classificado na família Flaviviridae num gênero separado que é o Hepacivírus, apresenta cerca<br />
de 9,4 Kb constituído por uma única e longa fase de leitura aberta (ORF) que compreende quase todo o<br />
genoma. Apresenta duas regiões não traduzidas nas extremidades 5’ e 3’ denominadas 5’ UTR e 3’ UTR. A<br />
poliproteína precursora é clivada em dez proteínas, resultando em proteínas virais estruturais e proteínas nãoestruturais.<br />
É um vírus de transmissão preferencialmente parenteral, com distribuição universal, cujo<br />
diagnóstico é feito na grande maioria de maneira acidental, sendo atualmente utilizado os testes sorológico e<br />
molecular. Este trabalho tem como objetivo comparar o teste sorológico de imunoensaio enzimático (ELISA)<br />
e a reação em cadeia da polimerase (PCR) na ocasião de seleção de pré-doadores de sangue. Foram feitos<br />
testes de detecção do vírus C por PCR em 290 amostras com resultado positivo ou indeterminado para o<br />
teste ELISA. A análise dos resultados revelou que as amostras com Testes ELISA positivo/PCR positivo e<br />
ELISA positivo/PCR negativo são duas amostras diferentes e independentes (p=0,0006). Esta diferença pode<br />
ser supostamente devido a resposta imune diferenciada nas amostras que apresentaram resultado no teste<br />
PCR positivas. Esperava-se que houvesse correlação entre os resultados do DO/Cutoff (ELISA) e carga viral<br />
(PCR) como o que ocorre em outros vírus como o HIV, no entanto os resultados apresentaram-se totalmente<br />
dispersos (R²=0,025), confirmando a não correlação entre os dois testes: ELISA e PCR para vírus C.<br />
648<br />
QUARESMA, Mariana do Socorro Maciel. Análise morfológica das células de Langerhans purificadas<br />
da epiderme de camundongo Balb/c, após interação in vitro com Leishmania (Viannia) brasiliensis<br />
e Leshmania (Leishmania) amazonensis. 2003. 43 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Cláudio Guedes Salgado<br />
RESUMO: Células de Langerhans (CL) são células apresentadoras de antígenos, MHC classe II positivas, que<br />
constituem 2 a 3% de todas as células da epiderme, e que têm demonstrado serem estimuladoras de uma<br />
resposta vigorosa de linfócitos T contra Leishmania major. A leishmanionse cutânea do Novo Mundo é causada<br />
por diferentes espécies, apresentando formas clínicas diversas variando de leishmaniose cutânea difusa anérgica.<br />
Utilizando a técnica de “panning”, CL da epiderme de camundongos BALB/c foram purificadas para em<br />
torno de 95% de pureza (pCL) em relação às outras células da epiderme. AS CL recentemente isoladas<br />
apresentaram dendritos pequenos e delicados e os clássicos grânulos de Birbeck. Tem sido sugerido que os<br />
parasitos do subgênero Viannia e Leishmania, que são geneticamente bastante distintos, podem ter respostas<br />
espécie-específicas na resposta imune celular. Neste estudo, pCL e L. (V.) brasilienses ou L. (L.) amazonensis<br />
foram cultivadas e a morfologia das CL foi analisada após 12 ou 36 h de cultura. Utilizando a coloração de<br />
Giemsa e a microscopia eletrônica de varredura, alterações morfológicas diferentes foram detectadas nas CL<br />
após 12 h de cultivo nas duas culturas, CL e L. (V.) brasiliensis ou CL e L. (L.) amazonensis. Depois da interação<br />
com L. (V.) brasiliensis as CL tornaram-se mais dentríticas, que eram mais curtos quando comparados às CL<br />
cultivadas isoladamente. Em contraste, após a interação com L. (L.) amazonensis, as CL tornaram-se<br />
arredondadas com algumas células mostrando alguns dendritos. Além disto, verificou-se um contato íntimo<br />
entre o flagelo das prostigota com as CL, mas sem observar a fagocitose das leishmanias após 12 ou 36 h de<br />
cultivo, o que é diferente dos relatos da literatura com CL e L. major. Estes resultados sugerem que a resposta<br />
imune primária das CL contra as diferentes espécies de leishamania podem ser distintas de acordo com a<br />
espécie envolvida no processo de interação.<br />
649<br />
RAMOS, Teresa Cristina. Avaliação da exposição congênita ao mercúrio sobre o peso de recémnascidos<br />
em Porto Velho – Rondônia. 2003. 75 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim<br />
RESUMO: Estudaram-se 100 mães com seus RN, em três maternidades da cidade de Porto Velho-RO, para a<br />
avaliação da exposição pré-natal ao mercúrio, através da verificação dos níveis de mercúrio total ao
410<br />
nascimento em amostras de cabelo da mãe e de recém-nascidos, sangue materno, cordão umbilical e placenta.<br />
As mães responderam a um questionário, com a finalidade de identificar fatores de risco para contaminação<br />
mercurial e todas as crianças foram submetidas ao exame físico de rotina. A análise laboratorial do mercúrio<br />
foi realizada no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da UNIR, pela técnica de espectrofotometria de<br />
absorção atômica; os resultados mostraram significante correlação entre as concentrações de mercúrio total<br />
na placenta e cordão umbilical, cabelo do RN, sangue materno e cabelo materno. Concluímos que ocorreu<br />
exposição congênita; que os níveis de concentração deste metal observados no estudo, não repercutiram<br />
diretamente sobre a idade gestacional; mas, apresentaram correlação significante entre a concentração<br />
mercurial e peso do RN, confirmados pelos valores encontrados no cabelo do RN.<br />
650<br />
RASSY, Maria Elizabete de Castro. Soroepidemiologia da sífilis em gestantes e seus recém-nascidos.<br />
2003. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: A sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica causada pelo Treponema pallidum, parasita<br />
exclusivo do homem, cuja transmissão se faz essencialmente pelo contato sexual. A incidência de sífilis<br />
congênita tem atingido proporções de verdadeira epidemia, apesar do conhecimento de medidas que<br />
poderiam controlar esta doença. A investigação caracterizou gestantes com sífilis internadas na FSCMPA no<br />
período de janeiro de 2001 até junho de 2003, quanto às características sociodemográficas, comportamento<br />
para promoção da saúde sexual e reprodutiva, dados sorológicos e clínicos relacionados a sífilis no binômio<br />
mãe/recém-nascido. O estudo é de natureza analítico-descritivo, de corte transversal, com 245 gestantes, a<br />
partir da revisão de prontuários destes pacientes, com sorologia positiva para sífilis e do recém-nascido,<br />
testados pelo método de VDRL. A incidência de sífilis em gestantes foi de 1,73% do total de pacientes<br />
internadas nos últimos 2 anos e meio. O perfil epidemiológico demonstrou que os principais fatores de risco<br />
para aquisição da sífilis na gestação foram: ausência de acompanhamento pré-natal e de tratamento, inclusive<br />
do parceiro sexual. De acordo com a soropositividade materna no pós-natal, verificou-se que a possibilidade<br />
de um recém-nascido ter sífilis, se VDRL positivo, foi de 98,68%. A icterícia e o baixo peso foram os sinais<br />
clínicos de maior ocorrência, a prematuridade também foi um sinal clínico observado. Estas análises revelam<br />
a necessidade de campanhas educativas mais abrangentes, sobre os fatores de risco para aquisição desta<br />
enfermidade e um melhor atendimento às gestantes no pré-natal, com acompanhamento e diagnóstico<br />
controle das gestantes.<br />
651<br />
RIBEIRO, Kleber Dias. Pesquisa de Streptococcus agalactiae em gestantes residentes em Belém-Pará.<br />
2003. 76 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: Na infecção por Streptococcus agalactiae são reconhecidas duas formas neonatais, a de início precoce,<br />
cujo quadro clínico é caracterizado por bacteremia com envolvimento pulmonar. Meningite é a manifestação<br />
clínica predominante. Considerando-se a gravidade da patologia, o desconhecimento da incidência desta<br />
bactéria em gestantes residentes na Região Norte do Brasil e a importância do seu diagnóstico em exames<br />
pré-natais, é fundamental a determinação da ocorrência dos estreptococos do B neste referido grupo<br />
populacional. Portanto, este estudo objetivou a realização do diagnóstico laboratorial de Streptococcus agalactiae<br />
no trato genital feminino de gestantes, no último trimestre de gestação, determinando a incidência e alertando<br />
sobre a importância do diagnóstico no exame pré-natal. O estudo foi realizado no período de fevereiro a<br />
agosto de 2002, em 50 gestantes voluntárias residentes e domiciliadas na cidade de Belém-Pará, procedentes<br />
do setor de Tocoginecologia da Universidade Federal do Pará, e a identificação da bactéria foi realizada<br />
através da bacterioscopia e da cultura do conteúdo vaginal. Das 50 gestantes estudadas, sete (14 %)<br />
apresentavam cultura positiva para Streptococcus agalactiae. Destas, duas (28,6 %) eram primigestas e cinco (71,4<br />
%) secundigestas. Os resultados obtidos indicaram a presença significativa da bactéria, indicando a
necessidade da adoção de medidas profiláticas da infecção por este agente, devido às altas taxas de morbidade<br />
e mortalidade associadas ao estreptococo do grupo B.<br />
411<br />
652<br />
RODRIGUES, Rosely Valéria. Soroprevalência da infecção por Helicobacter pylory em crianças de<br />
diferentes níveis socioeconômicos em Porto Velho – Rondônia. 2003. 83 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: Investiga a soroprevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em 200 crianças da cidade da classe<br />
média alta e de classe baixa. A prevalência da soropositividade variou consideravelmente de acordo com o<br />
nível socioeconômico, onde 51% das crianças do baixo nível eram positivas para a infecção e somente 24 %<br />
daqueles do nível médio-alto eram positivas. As características da população infantil relacionadas com o sexo,<br />
raça e dieta não representam fatores de risco para a aquisição da infecção, porém a maioria das crianças<br />
infectadas pertencia à faixa etária de cinco ou mais anos independente do nível socioeconômico. A<br />
probabilidade da infecção pelo H. pylori foi analisada com relação aos principais fatores de risco<br />
socioeconômico, onde as populações de baixa renda apresentaram maior prevalência que as populações de<br />
nível médio-alto, evidenciando que as precárias condições de higiene e saneamento, relacionados com o nível<br />
socioeconômico das famílias de baixa renda, torna-as muito mais propensas a definir o perfil epidemiológico<br />
da infecção correlacionando com os contatos íntimos entre as pessoas, facilitando a transmissão oral-oral<br />
e/ou fecal/oral desta bactéria. A distribuição fenotípica dos grupos sangüíneos ABO entre os indivíduos<br />
infectados e não-infectados mostrou que a sororreatividade ao H. pylori foi maior entre as crianças do grupo<br />
sanguíneo pertencentes ao fenótipo O, sugerindo que há uma maior susceptibilidade genética destas crianças<br />
para a infecção pelo H. pylori.<br />
653<br />
ROJAS, Márcia de Fátima Maciel de. Esquistossomose mansônica na área metropolitana de Belém: a<br />
experiência do ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical – UFPA. 2003. 86 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: Estudaram-se 408 pacientes portadores de esquistossomose mansônica, atendidos no ambulatório<br />
do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, na área metropolitana de Belém, no<br />
período de 1997 a 1999 (retrospectivamente) e de 2000 a 2001 (retrospectivamente). Estes foram divididos<br />
em dois grupos: grupo I, constituído de 105 pacientes da demanda espontânea do ambulatório, e grupo II,<br />
constituído de 303 pacientes triados pela Fundação Nacional de Saúde (FNS), por inquérito coproscópico. A<br />
análise estatística revelou não haver diferenças entre os grupos, para as variáveis estudadas (sexo, faixa etária,<br />
procedência, carga parasitária, ocupação, escolaridade, forma clínica e classificação epidemiológica do caso).<br />
Assim, em ambos os grupos observou-se o seguinte perfil clínico epidemiológico: ser da faixa etária entre 0 a<br />
9 anos, sexo masculino, morador do bairro do Telégrafo, apresentar carga parasitária inferior a 200 ovos/g de<br />
fezes, ser estudante, de baixa escolaridade e apresentar a forma clínica intestinal. Os principais fatores de risco<br />
observados foram as condições de moradia em áreas alagadiças, o saneamento básico precário, associados ao<br />
baixo nível socioeconômico e educacional da população. A área é de baixa endemicidade principalmente as<br />
comunidades menos assistidas e apresentando alta autoctomia. A baixa endemicidade, apesar do intenso<br />
processo migratório e da presença de planorbídeos vetores na região é explicada por fatores limitantes ao<br />
avanço desta endemia, tais como o grande volume dos rios, a forte correnteza e o pH ácido de suas águas.
412<br />
654<br />
SANTANA, Elaine Maria de. Risco ocupacional da infecção pelo vírus da hepatite B em centro<br />
obstétrico de hospital público de Porto Velho, Rondônia. 2003. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Ricardo Ishak<br />
RESUMO: A prevalência dos marcadores HbsAg e anti-HBc foi descrita em 168 indivíduos, distribuídos em<br />
três grupos: 88 usuárias do atendimento obstétrico, 61 profissionais de saúde do Centro Obstétrico<br />
(PAS/CO) e 19 funcionários administrativos (grupo controle), todos do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro<br />
de Porto Velho, capital de Rondônia. No período de novembro, dezembro de 2000 e janeiro de 2001 foram<br />
coletadas amostras de soros, para a detecção do VHB através do teste imunoenzimático (ELISA). A<br />
prevalência do HbsAg foi de 1.1% no grupo de usuárias obstétricas, nos PAS/CO 3,3% e no grupo controle<br />
52,6%. Para o anti-HBc, os resultados positivos foram 5,3% no grupo controle, 27,3% no grupo de usuárias e<br />
42,6% no grupo dos PAS/CO. A estratificação por faixas etárias relacionada à sorologia positiva demonstrou<br />
que nos intervalos de 15 a 25 anos e 25 a 35 anos a prevalência do VHB foi maior nos grupos de usuárias e<br />
controle, e no grupo dos PAS/CO o intervalo de prevalência mais elevada foi de 45 a 55 anos. A elevada<br />
prevalência do VHB nas usuárias obstétricas pode ser fator de transmissão vertical. A taxa de positividade do<br />
grupo controle sugere a característica endêmica da população de Porto Velho. Fatores como o número de<br />
parceiros, o uso de preservativo e a escolaridade no grupo dos PAS/CO foram comparados com os<br />
resultados sorológicos para o VHB. O fluido orgânico e a via de exposição mais referidos nas ocorrências de<br />
contaminações pelos PAS/CO foram o sangue e a cutânea, 43% e 22% respectivamente.<br />
655<br />
SILVA, Flávia Garcez da. Teores de tiocinato urinário em portadores de úlcera péptica. 2003. 69 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: A etiopatia da úlcera péptica apresenta diversos fatores que contribuem para a agressão à mucosa<br />
gastroduodenal, sendo que o hábito alimentar pode ser um fator desencadeante, a população paraense<br />
apresenta relevante característica quanto ao hábito alimentar, em decorrência da ingestão de alimentos<br />
derivados da mandioca contendo glicosídeos ciangênicos, sendo que este trabalho tem o objetivo de<br />
determinar os teores de tiocinato urinário em portadores de úlcera péptica considerando-se a presença de<br />
Helicobacteer pylori e comparando com indivíduos sadios de acordo com o nível de ingestão destes alimentos.<br />
Para a determinação dos teores de tiocinato foi empregado o método espectrofotométrico (UV), sendo que<br />
os resultados obtidos apresentaram valores médios de 0.7619 ± 0.4859 mg SCN-/L, 0.9258 ± 0.5701 mg<br />
SCN-/l e 1.2467 ± 0.8236 mg SCN-/l naqueles com baixa, moderada e elevada ingestão de glicosídeos<br />
cianogênicos respectivamente, concluindo-se que o método empregado na culinária paraense é eficaz, os<br />
indivíduos portadores de úlcera péptica H. pylori (positivo) apresentaram teores de tiocianato médios de<br />
0.4913 ± 0.3841 mg SCN-/L, enquanto que os H. pylory (negativo) valores de 0.2463 ± 0.2922 mg SCN-/L,<br />
portanto, a ingestão de glicosídeos cianogênicos não interferiu no crescimento da bactéria no trato<br />
gastrintestinal.<br />
656<br />
SILVA, Silvana Conceição Campos da. Insuficiência renal aguda na malária por Plasmodium<br />
falciparum:: estudo clínico epidemiológico em um hospital universitário. 2003. 72 f. Dissertação (Mestrado)<br />
– Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende<br />
RESUMO: A malária é um dos principais problemas de saúde pública mundial, com alta morbidade e<br />
mortalidade. É endêmica na Região Amazônica e uma de suas mais graves complicações é a Insuficiência
413<br />
Renal Aguda (IRA). Este trabalho analisa a incidência de IRA na malária por Plasmodium falciparum, em um<br />
hospital universitário. Feita revisão de 522 prontuários de pacientes internados, no período de janeiro de 1989<br />
a dezembro de 2001, com parasitemia positiva para P. falciparum. Foram analisados dados clínicos,<br />
laboratoriais e a mortalidade. De 522 pacientes, 105 (20,1 %) evoluíram com IRA. A idade média foi de<br />
31.11± 11.76 e a maioria era do sexo masculino 77 (73,3%) com menos de 40 anos. 88,5% eram<br />
primoinfectados. Diálise peritoneal foi realizada em 55 (52.4%) dos pacientes. Os principais fatores de risco<br />
para o desenvolvimento de IRA foram a primoinfecção, hiperbilirrubinemia, hiperparasitemia. A mortalidade<br />
foi 32,4%. Os fatores de risco associados a pior prognóstico na IRA na malária por P. falciparum foram:<br />
hiperbilirrubinemia, acidemia e uso de ventilação mecânica. A IRA no curso da malária por P.falciparum é uma<br />
importante causa de mortalidade nos indivíduos jovens não imunizados.<br />
657<br />
TUMA, Kiânia Nazaré de Souza. Tinea Capitis: aspectos clínico-epidemiológicos e tratamento com<br />
terbinafina em crianças atendidas na localidade de Marituba-Pará-Brasil. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2003.<br />
Orientador: Cláudio Guedes Salgado<br />
RESUMO: A Tinea capitis é uma doença infecto-contagiosa que atinge preferencialmente crianças e tem, como<br />
principais características clínicas, a presença de prurido, descamação, tonsura e alopecia. O tratamento<br />
convencional é baseado no uso da griseofulvina, droga que necessita ser utilizada por, em média, 45 dias e<br />
possui efeitos colaterais importantes. Neste trabalho prospectivo, foram avaliados os aspectos clínicoepidemiológicos<br />
da Tinea capitis em crianças atendidas na região de Marituba, Pará, bem como a eficácia do<br />
tratamento desta afecção com a droga antifúngica terbinafina administrada por um período de duas semanas.<br />
Dentre os principais achados estão: 1) a presença do gênero Trichophyton rubrum; 2) a caracterização do quadro<br />
clínico com prurido, descamação, tontura e alopecia, o que é consistente com a literatura; 3) a ausência de<br />
uma relação específica entre o quadro clínico e o agente etiológico encontrado, o que não permite o<br />
diagnóstico da espécie envolvida somente pelo contato com os animais, apesar dos altos índices de cães e<br />
gatos convivendo com as crianças estudadas; e 5) a segurança da terbinafina, que é bem tolerada e eficaz, com<br />
índice de cura elevado (94,11%), especialmente considerando o fato de que o gênero predominante na região<br />
do estudo foi o Trichophyton. Desta maneira, a utilização da terbinafina nos pacientes de Tinea capitis nesta<br />
região é uma alternativa viável ao uso da griseofulvina.<br />
658<br />
XAVIER, Fábio Branches. Parasitoses intestinais e desnutrição em crianças expostas ao mercúrio na<br />
Amazônia. 2003. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de<br />
Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.<br />
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira<br />
RESUMO: Descreve-se a prevalência de parasitoses intestinais, desnutrição exposição mercurial na população<br />
infantil da comunidade ribeirinha Barreiré, Município de Itaituba, oeste do Estado do Pará. Para detecção de<br />
parasitos intestinais, adotou-se a parasitoscopia das fezes pelo método de Hoffmann. Para diagnóstico da<br />
desnutrição, utilizou-se o método recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A dosagem do<br />
mercúrio total em amostras de cabelo obtida por meio de espectrofotometria de absorção atômica. Os<br />
resultados demonstraram elevada prevalência de Ascaris lumbricoides e Ancylostoma duodenale. Episódios de<br />
desnutrição aguda totalizaram apenas 2,4% população. Quanto à exposição mercurial, 43,5% das crianças<br />
apresentaram níveis de mercúrio total acima do recomendado peta OMS. Não houve associação entre<br />
parasitoses intestinais e desnutrição.
414<br />
2004<br />
659<br />
CARDOSO, Ana Maria Calabria. Diagnóstico nutricional de pacientes internados por tuberculose em<br />
Belém do Pará. 2004. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de<br />
Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Habib Fraiha Neto<br />
RESUMO: Doenças infecciosas crônicas como a Tuberculose (Tb) são causas de distúrbios metabólicos que<br />
interferem na utilização e mobilização de nutrientes corporais, afetando o estado nutricional. A função<br />
imunológica de doentes desnutridos é alterada, o que provavelmente, implica maior incidência de infecções.<br />
Neste estudo, objetivou-se diagnosticar o estado nutricional de pacientes recém-internados por tuberculose<br />
no Hospital Universitário João Barros Barreto em Belém, aplicando uma técnica de avaliação subjetiva global<br />
(ASG) e verificar sua concordância com um método objetivo o índice de Massa Corporal (ICM). Foi utilizado<br />
o método indutivo, descritivo e parte dele descritivo-analítico, transversal, tendo como ponto de referência<br />
pacientes com tuberculose encaminhados para hospitalização, excluindo aqueles com meningite tuberculosa.<br />
As variáveis controladas foram peso, altura, sexo, formas de tuberculose, alterações de peso, de gordura<br />
subcutânea, de massa muscular, de ingestão alimentar e da capacidade funcional, a presença de sintomas<br />
gastrointestinais, sinais de edema e ascite. O perfil nutricional observado foi de 77,8% de desnutridos, sendo<br />
destes 83,78% moderados e 16,22% graves, com um ICM médio de 18, 66 ± 3,86 kg/m². A maioria relatou<br />
perda ponderal nos últimos 6 meses antes da internação em níveis de 5% a 10% do seu peso habitual, 73,82%<br />
relataram modificações para menos na ingestão alimentar, e presença de sintomas gastrointestinais em<br />
64,58% deles, sendo a anorexia o mais freqüente, seguido de náuseas, vômitos e diarréia. A perda da<br />
capacidade funcional foi referida em 100% (nutridos e desnutridos). Ao exame físico foi possível perceber<br />
que 79,16% apresentavam perda de gordura subcutânea e massa muscular, conjuntamente, e nenhum caso<br />
apresentou edema ou ascite. A Tb pulmonar foi a mais incidente, sendo encontrados três casos de Tb<br />
ganglionar e um de Tb óssea, associada à SIDA. O IMC, em relação à ASG, apresentou um coeficiente igual a<br />
0,47, validade sensível de 67% e especificidade de 1000%. A ASG se mostrou uma técnica de boa<br />
aplicabilidade, demonstrando na prática dados inerentes não só ao estado nutricional mas também ao modo<br />
de vida dos indivíduos, oferecendo subsídios relevantes para a terapêutica em nível hospitalar. O diagnóstico<br />
hospitalar mostrou uma prevalência de desnutridos, tanto pelo método subjetivo, como pelo objetivo, e que a<br />
preocupação com o estado nutricional precoce propicia uma adequada intervenção nutricional. Os resultados<br />
recomendam a continuidade deste estudo, avaliar a situação nutricional, quando da internação e<br />
acompanhamento periodicamente cada caso, de modo a subsidiar melhor assistência por parte de toda a<br />
equipe de saúde a este grupo de doentes.<br />
660<br />
CARDOSO, Bernardo da Silva. Aspectos clínicos e epidemiológicos da malária em pacientes expostos<br />
ao mercúrio metálico em região de garimpos no Estado do Pará. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2004.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: A Região Amazônica vem sofrendo nos últimos anos um acelerado e desordenado processo de<br />
ocupação, no qual as intensas ondas migratórias têm facilitado a dispersão e a disseminação das doenças<br />
infecciosas, principalmente a malária, que ocupa o primeiro lugar em ocorrência. Some-se o surgimento de<br />
outras posologias, como a intoxicação por metais pesados, como o mercúrio, amplamente utilizado na<br />
garimpagem do ouro na região. Admite-se a ocorrência de uma profunda relação entre as atividades<br />
extrativistas e as doenças tropicais, e a compreensão desta é de fundamental importância para manutenção da<br />
qualidade de vida do amazonida. Este trabalho propõe contribuir para o conhecimento da interação entre a<br />
malária e a exposição ao mercúrio metálico, com vistas ao melhor entendimento dos achados clínicos,
415<br />
epidemiológicos e laboratoriais desta associação. Foram analisados 40 pacientes portadores de malária, destes,<br />
20 apresentavam exposição ao mercúrio metálico. Os resultados demonstraram que a idade média dos<br />
participantes do estudo foi de 31 e 27 anos com e sem exposição ao metal, respectivamente. Houve maior<br />
ingestão de bebidas alcoólicas entre os garimpeiros. A redução dos índices hematimétricos observado em<br />
ambos os grupos foi creditada a malária. Não foram observadas alterações hepáticas e renais. Foram<br />
observadas, manifestações psiquiátricas e neurológicas características nos indivíduos expostos ao mercúrio,<br />
como excitabilidade, irritabilidade, labilidade emocional, depressão, ansiedade, diminuição do campo visual,<br />
alteração da coordenação motora, ataxia, disartria e adnamia. A ocorrência de impotência sexual alcançou<br />
40% dos garimpeiros. Os teores de mercúrio total indicam a exposição humana ao metal, embora estejam<br />
abaixo do índice biológico máximo permitido. Portanto, é de suma importância o conhecimento dessas<br />
manifestações clínicas associadas no tratamento do paciente com malária.<br />
661<br />
CARRERA, Maria de Fátima Pinheiro. Malária: estudo de casos na ilha de Cotijuba, Belém, Pará – Brasil.<br />
2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro<br />
RESUMO: A ilha de Cotijuba vem nos últimos tempos apresentando altos índices de casos de malária em<br />
decorrência da devastação para construção de habitações, o que contribui para o surgimento de novos<br />
criadouros, favorecendo contato homem-vetor. Considerando estas questões, a ilha possibilitou a realização<br />
deste estudo, com objetivo de avaliar diferentes aspectos envolvidos no adoecimento e tratamento da malária.<br />
Foi realizado um estudo de casos em cinqüenta pacientes diagnosticados. Os resultados foram os seguintes: a<br />
incidência de malária foi em ambos os sexos, com predomínio para o sexo masculino (58%), a faixa etária<br />
mais acometida foi entre indivíduos entre 18 e 28 anos. As donas de casa foram as mais acometidas (32%). As<br />
más condições de moradia e a falta de saneamento básico contribuem significantemente para o aumento do<br />
número de casos. A maior freqüência em indivíduos da população investigada teve intervalo transcorrido<br />
entre os primeiros sintomas e o diagnóstico entre 0 a 3 dias. O P. vivax foi diagnosticado em todos os<br />
pacientes. Portanto, os casos de malária são causados pelo P. vivax.<br />
662<br />
RIBEIRO, Claudete Teles. Estudo das causas de internação por dengue no Hospital Universitário<br />
João de Barros Barreto, período de 1997-2001. Belém-Pará. 2004. 123 f. Dissertação (Mestrado) – Curso<br />
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,<br />
2004.<br />
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos<br />
RESUMO: Avaliou-se a causa de internação por dengue no Hospital Universitário João de Barros Barreto no<br />
período de 1997-2001, por meio de um estudo retrospectivo, descritivo e comparativo, no qual foram<br />
investigadas entre outras variáveis, o quadro de sinais e sintomas apresentados pelos pacientes ao internar.<br />
Utilizou como fonte de dados os registros em prontuários de 144 casos internados com suspeita de febre do<br />
dengue. Os resultados demonstraram que 137 (95,1%), 117 (81,2%),93 (64,4%) e 67 (46,5%) dos casos<br />
estudados apresentaram como sintoma clássico da doença a febre, cefaléia, mialgia e artralgia<br />
respectivamente. Finalmente, observou-se que a internação por dengue poderia ter sido evitada e os pacientes<br />
tratados em nível ambulatorial. Nenhum caso de febre hemorrágica foi observado. Não obstante, a tendência<br />
observada é de diminuição do número de internação e do tempo médio de permanência hospitalar por<br />
dengue clássica.
416<br />
663<br />
SOUZA, Paulo Fernando Pimenta de. O Comportamento clínico-cardiológico, eletrocardiográfico e<br />
radiológico do tórax de pacientes com leptospirose internados no Hospital Universitário João de<br />
Barros Barreto, no período de 2002-2003, Belém-Pará. 2004. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de<br />
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.<br />
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa<br />
RESUMO: A leptospirose apresenta alta prevalência em nossa região. É uma doença infecciosa,<br />
multissistêmica, que acomete vários órgãos e o envolvimento cardíaco é freqüente, constituindo atualmente<br />
uma das principais causas de morte dos portadores desta afecção. O objetivo do trabalho foi avaliar o<br />
comportamento clínico-epidemiológico, eletrocardiográfico e radiológico do tórax de pacientes com<br />
diagnóstico clínico-epidemiológico, eletrocardiográfico e radiológico do tórax de pacientes em diagnóstico<br />
clínico-epidemiológico de leptospirose na fase aguda e em ambiente hospitalar. Para este propósito, foi<br />
realizado um estudo transversal com 41 pacientes, seis do sexo feminino e 35 do sexo masculino, com idades<br />
entre 15 e 78 anos, internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto, no período de fevereiro de<br />
2002 a junho de 2003. Os participantes do estudo submeteram-se à anamnese e exame clínico, com ênfase ao<br />
aparelho cardiovascular, realizaram de um a três eletrocardiogramas, uma radiografia do tórax e exames<br />
laboratoriais de rotina. Analisando-se os achados clínicos, 37 (90,2 %) apresentaram sinais e sintomas<br />
compatíveis com envolvimento miocárdico. As anormalidades eletrocardiográficas ocorreram em 20 casos,<br />
correspondendo a 48,7 % do total. O nível médio de potássio foi de 3,8 meq/l. A maioria das alterações<br />
foram reversíveis e, a principal, correspondeu ao supradesnivelamento de segmento ST, sem diferença<br />
estatística significante (p>0,05) entre elas. Nos 37 enfermos que apresentaram sintomas e sinais sugestivos de<br />
comprometimento cardíaco, não houve diferença estatística significativa (p> 0,05) entre os<br />
eletrocardiogramas normais e os alterados. Em apenas oito indivíduos houve anormalidades radiológicas (19,5<br />
%), sendo que o aumento discreto do ventrículo esquerdo com infiltrado intersticial nas bases pulmonares foi<br />
o principal achado, com diferença estatística significante (p
417<br />
epidemiológica dos casos é semelhante aos demais ocorridos na região e que até o momento os pacientes não<br />
apresentam seqüelas cardiovasculares ou esofágicas perceptíveis aos exames aos quais foram submetidos,<br />
sendo necessário permanecer o acompanhamento dos mesmos por período mínimo de cinco anos.<br />
665<br />
ALMEIDA, Simone Maria Roque. Desenvolvimento e detecção por PCR de Leishmania (Vianna)<br />
Lindenbergi em Lutzomyia longipalpis experimentalmente infectados. 2005. 73 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal<br />
do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa<br />
RESUMO: Os protozoários do gênero Leishmania Ross - 1903 apresentam diferentes perfis de<br />
desenvolvimento no tubo digestivo de flebotomíneos e seu estudo tem sido importante para reconhecer<br />
grupos evolucionários dentro da classificação proposta por Lainson & Shaw, em 1987. O objetivo deste<br />
estudo foi avaliar o desenvolvimento e detectar por PCR Leishmania (Viannia) lindenbergi em Lutzomyia<br />
longipalpis experimentalmente infectados. Foi utilizada no estudo uma cepa de Leishmania (Viannia) Shawi,<br />
representante do subgênero Viannia e Leishmania (Leishmania) chagasi, representante do subgênero Leishmania,<br />
visto que Luizomyia longipalpis é o vetor natural. Para a PCR foi utilizado um par de oligonucleotídeos que<br />
amplificam o gene do mini-exon. Os resultados das infecções experimentais mostraram que o<br />
desenvolvimento de L. (V) lindenbergi no intestino do flebotomíneo é compatível com o perfil do subgênero<br />
Viannia. No entanto, a taxa de infecção foi bem mais baixa, 19%, em comparação com L. (L.) chagasi e L. (V)<br />
shawi que foram de 30% e 33%, respectivamente, e foi observado também que do primeiro ao quinto dias<br />
após alimentação, os parasitas de L. (V) lindenbergi estavam aderidos e em multiplicação no intestino médio e<br />
posterior do flebotomíneo, enquanto que em L. (V) shawi este perfil foi observado no terceiro e quarto dias;<br />
no quinto dia os parasitos já estavam migrando para a porção anterior do intestino. Os resultados da PCR<br />
demonstraram que a presença de sangue não interfere na reação, podendo ser detectado parasito qualquer dia<br />
após o repasto. Diante disso, concluímos que existem diferenças de comportamento no desenvolvimento dos<br />
parasitos dentro do intestino do flebotomíneo entre as espécies do subgênero Viannia, e que a técnica de PCR<br />
é útil e pode ser aplicada em trabalhos de campo como técnica de apoio ao diagnóstico da infecção natural de<br />
Leishmania em flebotomíneos.<br />
666<br />
AMADOR, Maria do Perpétuo Socorro Corrêa. Soroprevalência para Hanseníase em áreas endêmicas<br />
do Estado do Pará. 2005. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Arival Cardoso de Brito<br />
RESUMO: Analisou-se a prevalência de anticorpos IgM utilizando teste sorológico e antígeno específico<br />
Glicolipídio Fenólico I (PGL-I) do Mycobacterium leprae, por meio do teste rápido ML Dipistick em 1611<br />
indivíduos sadios categorizados em contatos de pacientes hansênicos intradomiciliares e comunitários,<br />
residentes em cinco municípios endêmicos para hanseníase. Realizou-se estudo transversal pela análise do<br />
banco de dados do Laboratório de Hanseníase, Instituto Evandro Chagas. O estudo estendeu-se de março a<br />
dezembro de 1998, com reavaliações anuais até dezembro de 2002, no qual, os municípios selecionados –<br />
Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Xinguara, Rondon do Pará e Dom Eliseu – apresentaram taxas de<br />
prevalência em hanseníase maiores que 20 em cada 10.000 hab. E detecção de casos novos maiores que<br />
quatro em cada 10.000 hab. A idade variou de 2 a 90 anos, devido ao fato de que a doença em áreas de alta<br />
endemicidade possibilita o diagnóstico de crianças. Estudou-se 957 mulheres (957/1611-59,4%), 654 homens<br />
(654/1611-40,6%) e observou-se predominância de soropositividade entre as mulheres na faixa etária entre<br />
21 e 50 anos, 62,81% contra 53,97% nos homens. A análise foi realizada nos bancos de dados D-Base, EPI-<br />
INFO 6,4 e 2002, BIOESTAT 3.0 e SINAM, existentes no Instituto Evandro Chagas e Secretaria Estadual de<br />
Saúde do Pará. A média da prevalência de anticorpos IgM para PGL-I geral, foi 40,14/10.000 hab.,<br />
moderadamente abaixo da média de detecção da doença na região estudada, que foi de 47,77/10.000 hab. Em
418<br />
1998. A associação entre a soropositividade e situação vacinal dos sujeitos do estudo é significativa,<br />
especialmente na análise da ausência de anti-PGL-I e proporção de indivíduos vacinados com duas doses de<br />
BCG id antigas, em 1998, recebidas há mais de um ano em relação à data de realização do teste sorológico,<br />
comparados com a proporção de indivíduos vacinados com duas doses de BCG id em 2002 (p=0.0001;<br />
“Odds Ratio” = 7.3506; IC95%-4.044 ≤ μ ≤ 3.3609; Risco Relativo (RR) = 5.8083; p= 0.0001; IC 95% =<br />
3.2992 ≤ μ ≤ 10.2256; X2 = 56.256; p=0.0001. É evidente a necessidade de ações mais efetivas e<br />
operacionalmente executáveis para a eliminação da hanseníase no Estado do Pará.<br />
667<br />
CAVALCANTE, Rejane Maria Sales. Análise higiênico-sanitária de polpas de cupuaçu e bacuri<br />
comercializadas na cidade de Belém, Pará. 2005. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Habib Fraiha Neto<br />
RESUMO: O consumo de polpas de frutas e seus derivados vem sendo notavelmente incrementados. Dadas<br />
suas propriedades nutricionais, a grande variedade de sabores e aromas e a demanda cada vez maior por<br />
produtos com características sensoriais do alimento “in natura”. As polpas são utilizadas para consumo direto<br />
ou como matéria-prima na indústria de sucos, sorvetes, iogurtes etc. O processo de sua obtenção deve ser<br />
realizado em condições de higiene adequadas, seguido de acondicionamento e armazenamento também<br />
apropriados, de modo a assegurar a integridade e a qualidade do produto. O objetivo deste estudo foi o de<br />
avaliar as condições higiênico-sanitárias de polpas congeladas de cupuaçu e bacuri, comercializadas no<br />
município de Belém, considerando que o seu processamento implica manipulação direta dos frutos, nem<br />
sempre por mãos convenientemente preparadas para este ofício. Sua realização contou com o indispensável<br />
apoio da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde do Laboratório Central do Estado<br />
do Pará (LACEN) e do Laboratório de Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade<br />
Federal do Pará. O método correspondeu a análises microbiológicas, microscópica e parasitológica de 33<br />
amostras coletadas em 11 feiras-livres, precisamente aquelas em que esses produtos são regularmente<br />
oferecidos à venda, distribuídas em igual número de bairros da cidade de Belém e da vila de Icoaraci. Foram<br />
examinadas 22 amostras de cupuaçu e 11 de bacuri. A análise microbiológica correspondeu à pesquisa de<br />
coliformes a 45°C mediante a técnica do número mais provável (NMP) e à pesquisa de Salmonella sp, em<br />
obediência ao prescrito na resolução RDCn O 12/2001/ANVISA. Os resultados foram todos negativos. O<br />
exame microscópico, realizado em observância à Instrução Normativa nº 1/2000 do Ministério da<br />
Agricultura e Abastecimento, não logrou revelar a presença de sujidades em qualquer das amostras. A análise<br />
parasitológica foi feita pelo Método de Faust. Todas as amostras apresentando ausência de cistos de<br />
protozoários e ovos de helmintos. A despeito da observação macroscópica das condições higiênico-sanitárias<br />
do ambiente das feiras-livres, muito sugestivas de fácil contaminação do produto, todas 33 amostras de<br />
polpas congeladas de cupuaçu e bacuri foram consideradas adequadas para o consumo, por atenderem às<br />
exigências da legislação vigente. Isto talvez seja devido ao grau de acidez e à presença de ácido cítrico em<br />
ambos os produtos, e ainda ao processo de congelamento a que são submetidos.<br />
668<br />
ESTEVES, Nelma Maria Rosa de Sousa. Diagnóstico coproparasitológico e avaliação dos fatores de<br />
risco para infecção parasitária intestinal em uma comunidade ribeirinha do Município de Belém-<br />
Pará, Brasil. 2005. 107 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Marinete Marins Póvoa<br />
RESUMO: As parasitoses intestinais estão entre as doenças mais freqüentes que acometem o homem,<br />
principalmente nos países mais pobres, onde as condições higiênico-sanitárias são muito precárias. Este<br />
estudo tem como objetivo determinar a prevalência e identificar os fatores de risco para enteroparasitoses, na<br />
comunidade ribeirinha da ilha de Jutuba, localizada no município de Belém-PA. Foram examinadas 109<br />
amostras de fezes pelos métodos direto e de sedimentação espontânea em água potável. A prevalência de
419<br />
enteroparasitose encontrada foi de 77,98% (85/109). O protozoário mais prevalente foi a Entamoeba histolytica<br />
(49,41%) e entre os helmintos destacaram-se os ancilostomideos (40,0%), Ascaris lumbricoides (29,41%) e<br />
Trichuris trichiura (24,71%). Não foram encontradas diferenças, estatisticamente, significativas entre<br />
parasitismo e sexo. A correlação entre o parasitismo por Giárdia lamblia e idade apresentou significância<br />
estatística (p
420<br />
conhecimento dos fatores de risco para esta infecção. Com o objetivo principal de identificar fatores<br />
associados com maior risco de desenvolvimento de pneumonia em pacientes que recebem ventilação<br />
mecânica, foi realizado estudo retrospectivo, caso-controle, não pareado, em uma unidade de terapia<br />
intensiva, clínico-cirúrgica, de um hospital universitário na cidade de Belém do Pará, Brasil. O período de<br />
estudo foi de 19 meses (janeiro de 2003 a julho de 2004). Os critérios de definição foram adaptados a partir<br />
dos critérios dos Centers for Diseases Control and Prevention. Foram avaliadas características demográficas,<br />
procedimentos invasivos, morbidades associadas e variáveis dependentes de tempo (ventilação mecânica,<br />
nutrição, exposição a drogas), entre outros fatores, em 27 casos e 27 controles. A pneumonia associada à<br />
ventilação mecânica teve uma taxa bruta e incidência por 1000 ventiladores/dia de 10,6% e 12,3 episódios,<br />
respectivamente. O tempo médio de permanência na unidade de terapia intensiva dos pacientes foi de 34,2 ±<br />
27,7 dias, enquanto dos controles foi de 15,4 ± 13,6 dias (p=0,003). O tempo médio para início da<br />
pneumonia foi de 14,29 ± 9,16 dias. A taxa global de mortalidade foi similar nos dois grupos (OR=1,60;<br />
p=0,576). A análise univariada demonstrou que medicamentos administrados em aerossóis (OR=4,75;<br />
p=0,01) e uso de curares (OR=8,61; p=0,003) estiveram associados a um maior risco de desenvolvimento da<br />
infecção. Conclui-se que a pneumonia associada a ventilação mecânica esteve associada ao uso de curares e<br />
aerossóis, sendo que medidas preventivas poderiam ser direcionadas a estes fatores por serem eles,<br />
potencialmente modificáveis.<br />
671<br />
MODESTO, Ana Sheyla Falcão. Estudo de soroprevalência da leptospirose em feirantes do bairro da<br />
Cremação – Belém – Pará. 2005. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa<br />
Co-orientadora: Edna Aoba Ishikawa<br />
RESUMO: Um estudo sorológico para Leptospira foi realizado em feirantes da Feira Livre do bairro da<br />
Cremação, bairro definido com base em dados epidemiológicos que indicam o distrito D’água, no qual o<br />
bairro da Cremação está incluso, como altamente prevalente em casos de leptospirose no Município de<br />
Belém-Pará. Ressalta-se que o interesse neste estudo reside no fato de que, até o momento, o grupo<br />
populacional de feirantes não foi referenciado em estudos de soroprevalência da leptospirose no ambiente de<br />
trabalho. Foram examinados vinte e seis soros de feirantes pela técnica de soroaglutinação microscópica. No<br />
momento da coleta do sangue, os indivíduos examinados possuíam aspecto saudável e não apresentavam<br />
sinais clínicos sugestivos de leptospirose. Os resultados deste estudo demonstraram-se negativos para<br />
soroaglutinação microscópica da leptospirose. No presente estudo, 73% dos feirantes era do sexo masculino e<br />
27%, feminino. A faixa etária mais prevalente foi entre 28 a 47 anos, com 68% dos casos. Não foram<br />
detectados reagentes na pesquisa de aglutininas antileptospira, apesar destas variáveis estarem de acordo com<br />
os achados da literatura e em consonância com os dados epidemiológicos do Município de Belém. A maioria<br />
dos indivíduos da casuística do estudo conhece a via de transmissão e o risco de mortalidade da leptospirose,<br />
sendo este dado significativo para a prevenção desta patologia infecciosa. No estudo realizado, 88,5 %<br />
utilizavam algum tipo de Equipamento de Proteção Individual e apenas 11,5% não o utilizavam. Cerca de<br />
81% do terreno dos estabelecimentos comerciais são do tipo firmes (seco), excluindo a principal via de<br />
transmissão, pela veiculação hídrica das Leptospira. As ações de saneamento ambiental, como o controle de<br />
reservatórios (principalmente o rato) e a coleta de lixo, podem ter contribuído para a proteção destes<br />
profissionais no ambiente de trabalho.<br />
672<br />
NUNES, Heloisa Marceliano. Prevalência dos marcadores sorológicos dos vírus das hepatites B e D na<br />
área indígena Apyterewa, do grupo Parakanã, Pará, Brasil. 2005. 111 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro<br />
Co-orientador: Manoel do Carmo Pereira Soares
421<br />
RESUMO: Estuda a prevalência dos vírus das hepatites B (HBV) e D (HDV) em indígenas das aldeias<br />
Apyterewa e Xingu, do grupo Parakanã, Altamira, Pará, Brasil, assim como, avalia o impacto da vacinação<br />
contra a hepatite B, iniciada nessas aldeias, em 1995. Em setembro de 2004, foram coletadas, nas aldeias, 258<br />
amostras de soro para análise dos marcadores sorológicos das hepatites B e D, por técnicas<br />
imunoenzimáticas, no Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil. Também foram analisados os resultados<br />
de 196 amostras de soro, coletadas nessas aldeias, em 1995. Os resultados do estudo atual revelaram padrão<br />
de endemicidade moderada nas aldeias, com prevalência total de infecção pelo HBV, de 55,7% com 5,4% de<br />
portadores do vírus, na aldeia Apyterewa, e de 49,5% com 1,1% de portadores do HBV, na aldeia Xingu. Não<br />
foi detectada sorologia positiva para o HDV, entre os portadores do HBV. Comparando o estudo de 2004,<br />
com o de 1995, verifica-se que, em 1995, havia portadores do HBV a partir dos três anos de idade e em 2004,<br />
somente foram encontrados portadores do vírus, acima de dez anos. A positividade isolada para o anti-HBs,<br />
ausente em 1995, mostrou prevalência de 3 1,4%, em 2004. Caracterizamos, em base laboratorial, a presença<br />
de portadores crônicos do HBV e a ausência de portadores do HDV nas aldeias Apyterewa e Xingu. A<br />
emergência de perfil vacinal entre os susceptíveis e o deslocamento da faixa etária de portadores HBV<br />
confirmaram a efetividade da vacinação e a necessidade em mantê-la, principalmente no primeiro ano de vida,<br />
assim como, a necessidade de desenvolver uma vigilância epidemiológica efetiva, para detecção precoce do<br />
surgimento de infecção pelo HDV, entre os indígenas portadores do vírus da hepatite B.<br />
673<br />
PAES, Andréa Luzia Vaz. Aspectos clínicos, epidemiológicos e microbiológicos e terapêuticos da<br />
candidemia nosocomial em unidades neonatal e pediátrica em um hospital geral em Belém/Pará.<br />
2005. 76 f Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa<br />
RESUMO: As infecções fúngicas têm emergido como responsáveis por infecções nosocomiais,<br />
particularmente quando associadas com co-morbidades como prematuridade, doenças hematológicas,<br />
permanência hospitalar por mais de 15 dias, entre outras. Com a finalidade de avaliar a ocorrência de<br />
candidemia em pacientes da neonatologia e da pediatria internados em hospital público em Belém do Pará,<br />
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), foi realizado um estudo retrospectivo tendo como<br />
base de investigação todas as culturas realizadas no hospital, de janeiro de 1999 a dezembro de 2004. De um<br />
total de 2.622 culturas, apenas cinco com isolamento para C. albicans, de pacientes da pediatria e neonatologia.<br />
Vale ressaltar que não foi identificada nenhuma outra espécie de Candida. As crianças tinham entre 0 e 9<br />
meses, e todas foram submetidas a procedimentos cirúrgicos. Ocorreram outras infecções hospitalares<br />
concomitantes às candidemias. Entre os sinais e sintomas apresentados no momento da colheita da<br />
hemocultura, observamos que taquipnéia e febre foram os mais freqüentes. Anemia e leucocitose foram os<br />
achados laboratoriais predominantes. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de candidemia foram<br />
identificados como antibioticoterapia, cirurgias, transfusão de sangue, e uso de bloqueador de H2, cateter<br />
venoso central, sonda oro-gástrica. Dentre os antimicrobianos utilizados, observamos que antibióticos de<br />
amplo espectro, como cefiazidima, imipenem, vancomicina, foram utilizados na maioria dos casos (4/5). O<br />
tempo médio de permanência hospitalar foi de 55 dias, e três pacientes permaneceram internados na UTI.<br />
Este trabalho reflete um isolamento baixo de Candida sp em crianças internadas na FSCMP, sugerindo uma<br />
melhoria nos testes empregados para culturas de fungos.<br />
674<br />
PEREIRA, Elza Alves. Leishmaniose visceral no Município de Barcarena, Pará: importância do<br />
comportamento da enzootia canina por Leishamania (Leishmania) chagasi e de outros fatores para infecção<br />
humana. 2005. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências<br />
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: A leishmaniose é uma doença infecciosa não contagiosa de evolução crônica com altos índices de<br />
mortalidade, sendo que o Brasil notifica cerca de 90% dos casos do continente Americano. A epidemiologia
422<br />
do LV no Brasil é baseada na ocorrência de casos clínicos. Assim, o presente estudo propôs-se a estudar o<br />
comportamento da enzootia canina e de outros fatores para a infecção humana, em uma localidade do<br />
município de Barcarena, onde a população é estável, ocorrendo a doença de forma endêmica. O estudo<br />
acompanhou durante um ano duas coortes, sendo uma para caninos, com 172 cães, e uma para humanos,<br />
com 1.064 pessoas. Foi realizado teste sorológico através da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI),<br />
para determinar a prevalência inicial de infecção e as incidências em dois momentos do estudo, tanto da<br />
população humana quanto canina. Também foi realizado na população humana a Intradermo Reação de<br />
Montenegro (IDRM), com a mesma finalidade, aferir a prevalência e incidência de infecção através deste<br />
método. Outros fatores também foram analisados e podem estar associados ao risco para a infecção. A<br />
análise estatística foi realizada com auxílio dos programas EPI INFO versão 6.04 e BIOESTAT versão 3.0 e<br />
os testes aplicados foram o Qui-Quadrado e o cálculo de prevalência e incidência. No inquérito sorológico<br />
canino, foram observadas prevalência de infecção canina de 37,2% e a incidência seis meses após foi de<br />
29,2%. No intervalo da segunda para a terceira coleta, foi realizada a eutanásia dos cães sorologicamente<br />
positivos, num total de 70 cães, pois 15 haviam morrido antes da intervenção. A incidência calculada após a<br />
intervenção mostrou uma taxa de 14,6%, o que caracteriza uma redução de cerca de 50%. Quando realizado<br />
o inquérito sorológico humano, foi observada uma prevalência de infecção humana de 5,25%, e a incidência<br />
seis meses após foi de 1,69% e na última avaliação 6,52%, com aumento de cerca de 300%pela RIFI,<br />
enquanto pela IDRM a prevalência inicial foi de 10,78% e as incidências de 4,75% e 7,30% aos seis e doze<br />
meses do estudo respectivamente. Sobre os infectados detectados tanto pela RIFI, quanto a IDRM, destacase<br />
a significância estatística da variável ocupação. As variáveis tempo residência no local, proximidade de<br />
residência com a mata, destino do lixo e dejetos também se mostraram significativas. O estudo mostrou-se<br />
adequado para o conhecimento das prevalências e incidências de infecção canina e humana na localidade,<br />
assim como o comportamento de alguns fatores que associados podem constituir-se em risco para infecção, e<br />
que a eliminação de cães soropositivos reduz a incidência de infecção canina, no entanto, não altera o curso<br />
da infecção humana, podendo haver outros reservatórios silvestres envolvidos na transmissão.<br />
675<br />
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula. Febre tifóide: a experiência do Instituto Evandro Chagas. 2005. 83 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: A febre tifóide é doença infecciosa de distribuição mundial e, estando estreitamente relacionada<br />
com baixos níveis socioeconômicos, ocorre com maior freqüência nos países em desenvolvimento. Neste<br />
trabalho é apresentada a experiência do Instituto Evandro Chagas (IEC) com essa doença, desde 1987 até<br />
2004, período no qual se construiu uma casuística de 443 casos, todos diagnosticados por meio do isolamento<br />
da Salmonella typhi no sangue e/ou nas fezes, sendo alguns deles complementados com a reação sorológica de<br />
Widal. Os casos foram procedentes de Belém e do interior do Estado, ora encaminhados ao IEC pelas<br />
respectivas unidades do Sistema Único de Saúde para esclarecimento diagnóstico de síndrome febril, a<br />
maioria de curso prolongado, aqui designados como “demanda espontânea”, ora detectados por ocasião da<br />
investigação de surtos ocorridos em localidades do interior. Discutiram-se aspectos relacionados à<br />
apresentação clínica, com ênfase às manifestações atípicas; à distribuição por gênero e faixa etária; à<br />
sazonalidade; e à distribuição por área de procedência, identificando-se os municípios de maior prevalência, e<br />
a distribuição por bairros, em relação aos casos procedentes de Belém. Foram discutidos, também, aspectos<br />
relacionados ao diagnóstico laboratorial com ênfase à aplicação dos métodos de cultivo (coprocultura e<br />
hemocultura) comparando o rendimento delas em relação ao tempo de doença e a relação dessas provas com<br />
a reação de Widal, e o valor desta como método auxiliar ou complementar no diagnóstico da doença. As<br />
análises estatísticas foram realizadas por meio do programa Bio Estat versão 3.0, aplicando-se o teste do quiquadrado<br />
e teste “G” e a significância estatística foi aceita ao nível de 95%. Os resultados nos permitiram tirar<br />
as seguintes conclusões: 1) em situações de normalidade epidemiológica a febre tifóide acomete mais a faixa<br />
etária do adulto jovem, enquanto que, nas situações epidêmicas, a faixa etária mais atingida é a infantil; 2)<br />
existem homogeneidade entre as amostras provenientes dos casos de surtos e da demanda espontânea quanto<br />
à distribuição dos gêneros, sendo que o masculino está mais exposto à febre tifóide; 3) no interior do Estado
423<br />
a doença se mostrou mais freqüente nas regiões onde se concentra maior número de populações ribeirinhas e,<br />
em relação à capital, ela mostra a maior prevalência no bairro do Jurunas; 4) a enfermidade tem um perfil<br />
sazonal, que mostra a maior ocorrência na segunda metade do ano, favorecida provavelmente por fatores<br />
geo-climáticos e culturais; 5) a febre tifóide constitui sério problema de saúde pública no Estado do Pará,<br />
confirmando sua estreita relação com os elevados níveis de pobreza; 6) a fórmula leucocitária revelou padrão<br />
normal ou leucocitose em maior percentual em relação à leucopenia; 7) na abordagem laboratorial não se<br />
deve prescindir dos ensaios que visam ao isolamento em detrimento do teste sorológico, e a coprocultura e a<br />
hemocultura devem ser solicitadas em todos os casos sem se levar em conta o tempo de evolução do quadro<br />
clínico; 8) em nossa região, nas áreas onde não há disponibilidade das provas de cultivo a reação de Widal<br />
pode ser uma alternativa de valor diagnóstico; 9) é enfermidade de curso clínico prolongado e com<br />
manifestações clínicas atípicas (pneumonias e hepatite colestática) cujos sinais/sintomas, quando presentes,<br />
devem suscitar a suspeita por parte do investigador; 10) nas regiões de elevada endemicidade, a febre tifóide<br />
pode causar um impacto negativo na economia tanto pelos custos gerados com exames laboratoriais,<br />
tratamento, hospitalizações e eventuais intervenções cirúrgicas, como por afastar o trabalhador do seu posto<br />
de trabalho por um período de tempo prolongado.<br />
676<br />
REIS, Fernando Vinícius Faro. Treinamento desportivo e incidência de infecções respiratórias agudas<br />
em atletas de natação (Belém, Pará). 2005. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa<br />
RESUMO: O estresse fisiológico determinado pelo exercício físico pode aumentar a suscetibilidade de atletas<br />
a infecções respiratórias agudas (IRA). O presente trabalho analisa o impacto do treinamento desportivo e<br />
competições sobre a incidência e duração de IRA em atletas de natação do clube Associação dos Docentes da<br />
Escola Superior de Educação Física do Pará (ADESEF-PA), Belém, Pará, no período de janeiro a junho do<br />
ano de 2004. Para isso, dezoito atletas de natação de ambos os sexos, das categorias infantil (13 e 14 anos),<br />
juvenil (15 e 16 anos) e júnior (17 e 18 anos) foram acompanhados durante um período de treinamento de 24<br />
semanas, visando às disputas do campeonato brasileiro de natação das referidas categorias. A partir do<br />
macrociclo, foram obtidos os dados a respeito do volume de treinamento e o número de competições<br />
disputadas. Por meio de uma ficha clínico-epidemiológica, levantando a ocorrência de sinais e sintomas<br />
sugestivos de gripe e resfriado, registrou-se o número e a duração dos episódios de IRA. Os resultados deste<br />
estudo revelaram uma ocorrência freqüente de IRA no grupo de atletas estudado e ausência de imunidade<br />
prévia por vacina anti- Influenza. A incidência (61,1%) e a duração média total (9,5 dias) dos episódios de IRA<br />
não diferiu entre os sexos, categorias e períodos do treinamento desportivo. Identificou-se ainda uma<br />
importante proporção de recorrência dos episódios de IRA nos atletas acompanhados. As infecções<br />
respiratórias apresentaram um perfil clínico compatível com a gripe, sugerindo que o vírus Influenza parece<br />
constituir o principal agente etiológico das infecções respiratórias apresentadas pelos atletas estudados. A<br />
partir dos resultados obtidos no estudo, concluiu-se que tanto a incidência quanto a duração dos episódios de<br />
IRA não foram influenciadas pelo volume de treinamento e número de competições aos quais os atletas<br />
foram expostos.<br />
677<br />
SANTOS, Dirceu Costa dos. Avaliação da suscetibilidade do primata Cebus apella a diferentes<br />
inóculos de Leishmania (Leishmania) chagasi. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: No Brasil, o primata Cebus apella tem sido utilizado com sucesso em modelos de estudos<br />
experimentais para leishmaniose cutânea. Em função disso, decidiu-se investigar a susceptibilidade desse<br />
primata como modelo experimental frente à leishmaniose visceral. Foram utilizados 10 espécimes do primata<br />
Cebus apella: 7 machos e 3 fêmeas, todos jovens, nascidos e criados em cativeiro. No primeiro experimento
424<br />
foram utilizados 6 primatas divididos em 2 grupos, sendo que o primeiro grupo (com 3 primatas) inoculado<br />
com 30x10 6 promastigotas de L.(L.) chagasi (MCAO/BR/1998/M18011, Estado do Maranhão) na fase<br />
estacionária de cultura, enquanto o segundo grupo foi inoculado com 5 doses sucessivas do mesmo inóculo<br />
totalizando 150x10 6 promastigotas. No segundo grupo o fenótipo foi associado a 5 pares de glândulas<br />
salivares de Lutzomyia longipalps. Este experimento foi feito com 4 primatas, divididos em 2 grupos. No<br />
primeiro grupo (2 primatas) foi inoculado 30x10 6 promastigotas de L.(L.) chagasi (MCAO/BR/1998/M18011,<br />
estado do Maranhão) na fase estacionária de cultura, enquanto o segundo grupo (2 primatas) foi inoculado<br />
com 5 doses sucessivas do mesmo inóculo totalizando 150x10 6 promastigotas. As inoculações foram<br />
intradérmicas na base da cauda dos animais. A evolução da infecção foi avaliada incluindo exames clínicos,<br />
anticorpos IgG dentro da resposta imune medida através do teste de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Os<br />
macacos inoculados com formas promastigotas, associadas ou não às glândulas salivares de flebotomíneos,<br />
não apresentaram manifestação clínica ao longo do experimento e não demonstraram parasitas na medula<br />
óssea ou resposta imune específica. Os resultados sugerem que o Cebus apella apresenta resistência natural à<br />
infecção por L. (L.) chagasi.<br />
678<br />
SODRÉ, Roberta Nice Salgado. Avaliação da susceptibilidade de camundongos BALB/c e swiss,<br />
hamsters e Proechimys roberti à infecção por Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania (Viannia)<br />
lindenbergi. 2005. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.<br />
Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa<br />
RESUMO: Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania (Viannia) lindenbergi são espécies de Leishmania que causam<br />
leishmaniose cutânea e apresentam grande similaridade em relação à produção de infecção inaparente em<br />
hamsters, no perfil de isoenzimas e anticorpos monoclonais. Pelo fato de não se ter um modelo experimental<br />
altamente suscetível à infecção por L. (V.) naiffi e L. (V.) lindenbergi. O objetivo deste estudo foi avaliar a<br />
susceptibilidade de roedores, como hamsters, camundongos BALB/c e Swiss e Proechimys roberti à infecção por<br />
essas duas espécies. Foram preparados dois inóculos para cada espécie: um contendo apenas formas<br />
promastigotas e outro contendo promastigotas misturadas com glândulas salivares de Lutzomyia longipalpis. Os<br />
animais experimentais, de três a cinco semanas de idade, de ambos os sexos, foram inoculados<br />
intraperitonealmente na face dorsal das duas patas traseiras e acompanhados durante até 90 dias para<br />
avaliação do aparecimento de lesões. No período de 30, 60 e 90 dias pós-inoculação, os animais foram<br />
sacrificados e diferentes fragmentos de pele foram retirados do local de inoculação para cultura, exame<br />
microscópico e reação em cadeia da polimerase (PCR). Não foi possível observar lesões nos animais<br />
inoculados com L. (V.) naiffi e L. (V.) lindenbergi com ou sem a presença de glândulas salivares. As lâminas<br />
coradas pelo giemsa não revelaram presença de amastigotas das duas espécies estudadas durante 30, 60 e 90<br />
dias após a inoculação. Na cultura, todos os animais inoculados com L. (V.) lindenbergi não apresentaram<br />
formas promastigotas. Em relação à L.(V.) naiffi, todos os camundongos BALB/c apresentaram positividade<br />
quando sacrificados no período de 30 dias após a inoculação. Um número menor de camundongos BALB/c<br />
apresentou positividade na cultura com 30 e 60 dias pós-inoculação desta espécie. Apenas dois hamsters foram<br />
positivos na cultura com 30 e 60 dias pós-inoculação enquanto todos os Proechimys apresentaram negatividade<br />
na cultura. O PCR não foi muito sensível, conseguindo amplificar apenas uma amostra retirada de<br />
camundongo BALB/c com 30 dias após a inoculação com L.(V.) naffi. A partir disso, podemos concluir que<br />
L.(V.) naiffi e L.(V.) lindenbergi são espécies que apresentam baixa infectividade para os modelos experimentais<br />
estudados e estes não puderam ser considerados altamente susceptíveis à infecção por essas duas espécies.
2006<br />
425<br />
679<br />
AMARAL, Ivanete do Socorro Abraçado. Co-infecção vírus da imunodeficiência humana e vírus da<br />
hepatite C (HIV/HCV): aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma população atendida em<br />
um serviço de hepatopatias na cidade de Belém-Pará. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa<br />
RESUMO: A infecção pelo Vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV- 1) em associação com a do Vírus da<br />
hepatite C (HCV) representa, atualmente, uma comorbidade que pode interferir principalmente na história<br />
natural da hepatite C. Este trabalho descreve aspectos demográfico, clínico e laboratorial, incluindo exame<br />
histopatólogico de pacientes co-infectados HIV/HCV. No período de agosto de 2004 a dezembro de 2006,<br />
36 pacientes co-infectados foram selecionados para o estudo. Noventa e dois por cento desses pacientes eram<br />
procedentes de Belém, com média de idade de 42 anos. Entre as principais informações demográficas da<br />
população estudada, foram identificados 72,52% solteiros, 83,5% do sexo masculino e 61,1% relataram ser<br />
heterossexuais. Entre os fatores de risco para o HCV, o uso de drogas ilícitas injetáveis foi identificado em 4<br />
1,7% dos casos, o uso de cocaína intranasal foi relatado por 38,9% dos pacientes, e o compartilhamento de<br />
seringas e material pessoal, em 38,9% dos casos. A história de etilismo em 77,8% e o uso de TARV foram os<br />
possíveis fatores agravantes mais freqüentes para a doença hepática. Apenas um paciente apresentou sinais<br />
clínicos de insuficiência hepática crônica. Entre os testes bioquímicos hepáticos, a mediana de ALT e AST foi<br />
de 68U11L e 6IUTJL, respectivamente. Os níveis de linfócitos T CD4+ apresentaram mediana de 327<br />
células/mm 3 , a carga viral do HIV com mediana de 2,53 log1o cópias/ml (ep=0,34), carga viral do HCV com<br />
mediana de 5,9 log10Ul/ml O genótipo 1 do HCV foi o mais freqüente (58,82%). Cinqüenta e sete por cento<br />
dos pacientes submetidos à biópsia hepática apresentavam fibrose de moderada a severa, e 11% não<br />
apresentaram fibrose pela classificação METAVIR. Houve associação entre níveis de linfócitos T CD4+ e<br />
níveis de ALT e de AST (p=0,0009 e p=0,0002, respectivamente), assim como associação entre genótipo 1<br />
do HCV e HCV-RNA maior ou igual a 6 log10 UI/ml (p=0.0039). Foi observada também associação entre<br />
HCV-RNA e HIV-RNA (p=0.0039). Os pacientes apresentam estado geral bom, imunologicamente estáveis,<br />
sem sinais de descompensação hepática, mas com alterações estruturais hepáticas importantes, sendo<br />
portanto bons candidatos à terapia antiviral para o HCV. Futuros estudos, talvez de caso-controle, com<br />
casuística maior são necessários para melhor entendimento da co-infecção HIV/HCV.<br />
680<br />
AMÉRICO, Ana Paula Larêdo. Avaliação do teste de quimiosensibilidade deli-teste para verificação da<br />
sensibilidade in vitro do Plasmodium vivax à cloroquina em condições de campo no Município de<br />
Tucuruí, Pará. 2006. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Maria de Souza<br />
RESUMO: O Estado do Pará é um dos responsáveis pela maioria das notificações de malária na Região<br />
Amazônica. O Plasmodium vivax é a espécie mais freqüente e a avaliação da sensibilidade do mesmo à<br />
cloroquina é essencial para verificar se tal droga mantém sua eficácia. Entretanto, isso não era factível em<br />
função da não disponibilidade de metodologia de cultivo de curto prazo e da dificuldade de avaliação da<br />
maturação desse parasito. Recentemente, um sistema para cultivo de curto prazo de P. vivax foi introduzido,<br />
assim como uma metodologia de mensuração (DELI-teste) da maturação/crescimento do parasito, baseada<br />
na detecção da enzima Lactato Desidrogenase (pLDH), permitindo estudos de sensibilidade dessa espécie<br />
plasmodial aos antimaláricos. O objetivo desse trabalho foi então avaliar o desempenho dessa metodologia<br />
para avaliar a quimiossensibilidade de P. vivax a cloroquina em condições de campo no Município de Tucuruí,<br />
no Estado do Pará. Foram utilizados 44 pacientes positivos para Malária vivax, diagnosticados pelo exame de<br />
gota espessa, dos quais, após consentimento, foram coletados 5ml de sangue. Uma suspensão de hemácias de
426<br />
cada paciente, preparada em meio de cultura especial (meios RPMI e Waymouth, soro AB+, hematócrito de<br />
1,8%), foi colocada em cultivo in vitro de curto prazo (48 horas), a 37°C e microaerofilia, frente a uma gama<br />
de concentrações (2,34-600ng/ml) de cloroquina. As placas foram então congeladas e, posteriormente, os<br />
parasitos foram lisados por congelamento e descongelamento, liberando a pLDH. A mensuração da pLDH<br />
foi feita por ELISA-sanduiche (DELI-teste), utilizando como anticorpos de captura os monoclonais 6C9<br />
(anti-pLDH de Plasmodium) e 11D (anti-pLDH de P. vivax) e como anticorpo de detecção o monoclonal 19G<br />
(anti-pLDH de Plasmodium). Os valores de densidade ótica obtidos permitiram, na maioria dos casos, traçar<br />
curvas de sensibilidade a droga e o conseqüente cálculo da concentração inibitória de 50% (IC50). Do total de<br />
amostras, 53,8% apresentaram melhores curvas com o monoclonal 11D e 46,1% com o monoclonal 6C9.<br />
Das 44 amostras, 26 (59,2%) permitiram traçar curvas interpretáveis de sensibilidade a cloroquina. O<br />
rendimento de 62% pode ser considerado satisfatório em função da conhecida dificuldade de se cultivar P.<br />
vivax in vitro, e das precárias condições de infra-estrutura para realização das culturas. Doze (46,2%) dessas 26<br />
amostras apresentaram IC50 superior ao limiar de 100nM, sendo consideradas resistentes. Esse elevado<br />
percentual de amostras com perda de sensibilidade a cloroquina é preocupante e indica que esse tipo de<br />
avaliação deve ser continuada e estendida a outras localidades para se ter uma caracterização mais clara dessa<br />
situação. O DELI-teste é o único capaz de avaliar a resistência in vitro do P. vivax e sua utilização em<br />
condições de campo pode contribuir para direcionar estratégias terapêuticas para malária em nosso País.<br />
681<br />
ARAÚJO, Taís Pinheiro de. Caracterização morfológica e antigênica do vírus Juruaçá, isolado de<br />
morcego no Estado do Pará. 2006. 146 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos<br />
RESUMO: O vírus Juruaçá (AN 401933) foi isolado a partir de um lote de vísceras de um morcego capturado<br />
na região de Porto Trombetas, Município de Oriximiná, Estado do Pará, em 1982, sendo considerado um<br />
vírus não grupado/ não classificado. O objetivo deste trabalho foi classificar o vírus Juruaçá em um táxon<br />
viral, baseando-se nas suas propriedades morfológicas, físico-químicas, antigênicas e moleculares, bem como<br />
descrever as alterações anátomo-patológicas associadas à infecção experimental. Camundongos recémnascidos<br />
mostraram suscetibilidade à infecção pelo vírus Juruaçá por inoculação i.c., iniciando os sintomas<br />
com quatro dias p.i.. e culminando com morte dos animais oito dias p.i.. O vírus não é sensível à ação do<br />
OCA e consegue aglutinar hemácias de ganso em pH 5,75. Pelos testes de 1H e FC, o vírus não se relaciona<br />
com nenhum arbovírus ou outros vírus de vertebrados conhecidos testados, reagindo apenas com o seu soro<br />
homólogo. O vírus não causa ECP em linhagens de células Vero e C6/36, e IFI destas células também foi<br />
negativa. Entretanto, o vírus Juruaçá replica em cultivo primário de células do SNC de camundongo<br />
(astrócitos e microglias), confirmada por IFI com dupla marcação. Cultivos de neurônios não se mostraram<br />
susceptíveis à infecção pelo vírus Juruaçá, porém a presença do antígeno viral nestas células foi confirmada<br />
por imunohistoquímica. A microscopia eletrônica de transmissão revelou a presença de partículas esféricas,<br />
com um diâmetro médio de 23-3Onm. Alterações anatomopatológicas foram observadas principalmente no<br />
SNC de camundongos infectados experimentalmente com o vírus Juruaçá. O resultado do RT-PCR sugere<br />
que o vírus Juruaçá pode ser um novo vírus pertencente à família Picomaviridae, gênero Enterovirus.<br />
682<br />
ASSUMPÇÃO, Mônica Baraúna. Comparação das cepas de Helicobacter pylori na placa bacteriana<br />
dental e mucosa gástrica. 2006. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo<br />
RESUMO: A infecção pela Helicobacter pylori é extremamente freqüente em todo o mundo, com prevalência<br />
maior em países em desenvolvimento atingindo o Brasil. Está associada à gastrite crônica, úlcera gástrica e<br />
duodenal e é considerada um fator de risco para câncer gástrico e linfoma MALT do estômago. As rotas de<br />
transmissão desta bactéria ainda não estão completamente esclarecidas, sendo as mais prováveis a oral-oral e<br />
fecal-oral. A importância da presença da bactéria da placa dental permanece obscura, podendo constituir-se
427<br />
em fonte de infecção gástrica. Objetivando identificar e correlacionar as cepas da H. pylori presentes em<br />
biopsias gástricas e em amostras de placa dental, foram avaliados 99 pacientes adultos dispépticos,<br />
submetidos a endoscopia digestiva alta no Hospital Universitário João de Barros Barreto, da Universidade<br />
Federal do Pará, no ano de 2005. Amostras da placa dental foram obtidas utilizando coletores esterelizados, e<br />
analisadas pelo teste da urease e pela Reação em cadeia da polimerase (PCR). Durante a endoscopia, seis<br />
biopsias foram retiradas do antro gástrico e analisadas pelo teste da urease, exame histopatológico e PCR,<br />
após consentimento informado e aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário João de Barros<br />
Barreto. Os resultados obtidos foram analisados utilizando-se o programa BioEstat 3.0. A bactéria foi<br />
identificada em 96% das biopsias gástricas e em 72% das amostras de placas dentais, diferença<br />
estatisticamente significante (p
428<br />
684<br />
LIMA, Edna Porfírio de. Estudo clínico, morfológico e imuno-histoquímico de série de casos de<br />
tuberculose pleural e ganglionar. 2006. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria Rita de Cassia Costa Monteiro<br />
RESUMO: A dificuldade no diagnóstico definitivo da tuberculose extrapulmonar persiste, principalmente,<br />
devido à baixa resolutividade dos métodos convencionais disponíveis para a detecção do Mycobacterium<br />
tuberculosis. Esse estudo teve como objetivos avaliar a contribuição da técnica imunohistoquímica para a<br />
detecção de Mycobacterium spp. Em casos de tuberculose pleural e ganglionar com histoquímica negativa, assim<br />
como investigar alguns aspectos clínicos, laboratoriais e morfológicos dos participantes. Para obtenção desta<br />
amostra fez-se a busca dos casos no Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Divisão de Arquivo Médico e<br />
Estatística e Departamento de Anatomia Patológica do Hospital Universitário João de Barros Barreto,<br />
selecionando-se aqueles que haviam realizado exame histopatológico para esclarecimento diagnóstico do caso.<br />
Ao final, constituíram esta amostra 50 participantes, sendo 25 com diagnóstico presuntivo de tuberculose<br />
pleural e 25 de tuberculose ganglionar. Para obtenção dos dados clínicos e laboratoriais os respectivos<br />
prontuários foram revisados, e para confirmação dos aspectos morfológicos foi realizada a revisão de todas as<br />
lâminas selecionadas. Posteriormente, cada amostra foi submetida à técnica imunohistoquímica com<br />
anticorpo policlonal Mycobacterium bovis BCG. Encontrou-se, no grupo investigado, maior freqüência do sexo<br />
masculino. A média de idade foi de 33,8 anos (desvio padrão: 14,1), mediana de 29,0 anos e a grande maioria<br />
era procedente da cidade de Belém-Pará. Cerca de metade desta amostra tinha escolaridade de sete ou menos<br />
anos de estudo. Os sintomas menos constitucionais mais freqüentes em todo o grupo foram a febre e perda<br />
ponderal. Naqueles com tuberculose pleural, os sintomas específicos mais encontrados foram tosse, dor<br />
torácica e dispinéia, e naqueles com a forma ganglionar foi o envolvimento da cadeia cervical isolada.<br />
Infecção por HIV/Sida e etilismo foram as condições de risco mais frequentemente associadas. Na<br />
tuberculose pleural, 20,0% dos casos cursaram com derrame pleural associado à lesão parenquimatosa, e em<br />
60% o líquido pleural foi do tipo exudativo. Na forma ganglionar, em 50% dos casos evidenciou-se lesão<br />
parenquimatosa à radiografia do tórax. Nesta amostra, foi inexpressiva a quantidade de participantes nos<br />
quais foi realizada a pesquisa direta de BAAR e cultura para micobactéria nos diversos espécimes clínicos<br />
analisados (líquido pleural, tecido pleural e ganglionar, escarro e lavado broncoalveolar) o padrão morfológico<br />
predominante em ambas as formas da doença foi o granuloma tipo tuberculóide com necrose caseosa,<br />
independente do status sorológico para o HIV. A técnica imunohistoquímica contribuiu para o diagnóstico de<br />
tuberculose pleural e ganglionar em cerca de um terço dos casos estudados, sendo positiva em 21,0% (4/19)<br />
das amostras de tecido pleural e em 37,5% (9/24) de tecido ganglionar. Um resultado imunohistoquímico<br />
positivo define o diagnóstico de micobacteriose, e quando associado aos achados clínicos, laboratoriais e<br />
morfológicos torna-se uma ferramenta de grande utilidade para melhorar o diagnóstico da tuberculose<br />
extrapulmonar.<br />
685<br />
LIMA, Luciana Vieira do Rêgo. Leishmaniose visceral canina: análise comparativa da carga parasitária na<br />
pele, linfonodo e vísceras de cães sintomáticos e assintomáticos de área endêmica. 2006. 103 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Fernando Tobias Silveira<br />
RESUMO: A leishmaniose visceral canina representa um sério problema de saúde pública no Brasil, tendo<br />
em vista a sua importância epidemiológica com o surgimento de focos da leishmaniose visceral humana.<br />
Entretanto, considerando a escassez de trabalhos bem planejados que esclareçam a importância do cão<br />
sorologicamente positivo, assintomático, no contexto das medidas de vigilância epidemiológica da doença<br />
humana, procurou-se contribuir avaliando, pela imunohistoquímica, a carga parasitária por L. (L.) chagasi na<br />
pele, linfonodo e vísceras (fígado e baço) de cães soro-positivos, assintomáticos e sintomáticos, de área<br />
endêmica (Santana do Cafezal) do município de Barcarena, Pará. Desse modo, foram colhidas biópsias, de<br />
pele (orelha), linfonodo (poplíteo), fígado e baço, após necropsia de 60 cães sorologicamente positivos pela
429<br />
reação de imunofluorescência indireta para LVA, assintomáticos e sintomáticos, cuja carga parasitária nos<br />
tecidos foi determinada com base na média da densidade de macrófagos infectados do exame de cortes<br />
histológicos de cada órgão. Como controle da imunohistoquímica, utilizou-se a coloração de Giemsa em dez<br />
cães escolhidos aleatoriamente. O programa Bio-Estat 4.0 e o Teste Qui-Quadrado e Man-Whitney foram<br />
usados para avaliar as diferenças entre as médias das densidades de macrófagos infectados dos tecidos dos<br />
cães, assintomáticos e sintomáticos (p
430<br />
cuja mãe apresentou anticorpos para HTLV-1 por WB e duas irmãs com diagnóstico de HTLV-1 por WB e<br />
PCR em tempo real. Os resultados deste trabalho evidenciam a necessidade de análises mais profundas acerca<br />
da epidemiologia molecular dos tipos e subtipos do HTLV, bem como avaliações clínicas mais rigorosas do<br />
ponto de vista neurológico, visando melhor caracterizar a associação do vírus à condição mórbida designada<br />
mielopatia crônica.<br />
687<br />
LOPES, Carmen Andréa Freitas. Genotipagem do HIV-1 no Pará em pacientes experimentando falha<br />
terapêutica anti-retroviral. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro<br />
RESUMO: Terapia supressiva anti-retroviral reduz significativamente morbidades e mortalidade relacionadas<br />
ao HIV, mas há emergência de vírus resistentes à pressão seletiva das drogas. Objetivou-se neste trabalho<br />
descrever, em portadores de HIV/sida experimentando terapêutica anti-retroviral, em Belém do Pará, as<br />
principais mutações de resistência encontradas nas enzimas transcriptase reversa e protease do HIV-1.<br />
Realizou-se estudo descritivo, retrospectivo, do tipo transversal, com dados obtidos na Unidade de<br />
Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (URE-DIPE) de Belém do Pará, de<br />
pacientes com perfil laboratorial indicativo de falha terapêutica. A presente amostra constituiu-se de<br />
cinqüenta pacientes, obtida no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Os critérios de inclusão<br />
foram: adesão à terapia imediata a genotipagem, falha terapêutica, perfil de resistência viral à terapêutica antiretroviral<br />
e ser paciente da rede pública de saúde. Foram descritos aspectos demográficos da população<br />
estudada, terapia utilizada precedendo a genotipagem e as mutações implicadas em resistência viral ao<br />
tratamento anti-retroviral. A resistência encontrada predominou em pacientes residentes em Belém do Pará<br />
(72%) e no sexo masculino (90%). As maiores prevalências de substituições na transcriptase reversa do HIV-<br />
1 foram: a L214F (86%), seguida da M184V (76%), da R211K (48%) e da T215Y (36%). Na protease a L90M<br />
em 32% dos casos, seguida pela M46I (30%) foram as mais prevalentes dentre as substituições principais e,<br />
dentre as secundárias, a L63P (74%), a I93L (50%) e a E35D (46%) predominaram. Diferentes combinações<br />
de anti-retrovirais foram experimentadas pelos pacientes que variaram entre 1 a 6 terapias e, apenas 16% dos<br />
pacientes foram submetidos ao teste de resistência em sua primeira falha terapêutica, enquanto que 84%<br />
haviam experimentado pelo menos duas terapias. Conclui-se que a maioria da população estudada por ter<br />
feito uso de múltiplos esquemas anti-retrovirais apresentou significante percentual de resistência com 48% do<br />
grupo evidenciando comprometimento a duas classes e 40% a três classes de anti-retrovirais. As mutações<br />
implicadas com a resistência anti-retroviral observadas neste estudo estão de acordo com aquelas descritas em<br />
literatura.<br />
688<br />
MIRANDA, Antônio Marcos Mota. Avaliação das condições de saúde e exposição ao mercúrio em<br />
duas comunidades garimpeiras da Amazônia. 2006. 110 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: Na avaliação das condições de saúde em duas comunidades garimpeiras na Amazônia, garimpo do<br />
São Chico e do Creporizinho, verificou-se a prevalência de sintomas clínicos e neurológicos e a ocorrência de<br />
DIP´S, associado à concentração do mercúrio total na urina dos garimpeiros. Em São Chico foram<br />
investigados 104 garimpeiros, enquanto no Creporizinho 169, sendo utilizado a condição socioeconômica,<br />
epidemiológica e laboratorial como metodologia diagnóstica e utilizado os testes estatísticos adequados para<br />
verificação da significância. Os resultados demonstraram que a média do metal na urina dos garimpeiros do<br />
São Chico é superior a do Creporizinho 9.29 μg Hg/g creatinina e 5.64 μg Hg/g creatinina, respectivamente,<br />
onde a distribuição do Hg na urina da população do São Chico e do Creporizinho, abaixo do IBMP 93% -<br />
96% e acima 7%-4%, respectivamente. Há o predomínio do sexo masculino em ambos os garimpos e a<br />
ocorrência de DIP´S nos dois garimpos, cuja seqüência foi idêntica, onde as parasitoses intestinais e a malária<br />
são mais prevalentes, porém ficando abaixo do IBMP. A avaliação clínica do São Chico apresenta prevalência
431<br />
de sintomas osteomuscular, dermatológico e digestivo 32%,30% e 23%, respectivamente, enquanto no<br />
Creporizinho ocorreu mudança na seqüência osteomuscular, digestivo e dermatológico 51%,44% e 39%,<br />
respectivamente. Dentre os sintomas neurológicos mais prevalentes os tremores, parestesias e cefaléia<br />
apresentaram no grupo do São Chico e Creporizinho a seguinte seqüência, respectivamente, 38% - 58%, 32%<br />
- 53% e 28% - 48%. As condições de saúde são mais precárias no garimpo do São Chico, porém os<br />
garimpeiros encontram-se expostos ocupacionalmente nas duas populações estudadas, contudo não há<br />
parâmetros seguros para afirmar a presença do Mercurialismo Crônico.<br />
689<br />
SANTOS, Mirleide Cordeiro dos. Caracterização molecular de Vírus Respiratório Sincicial isolados de<br />
casos de infecção respiratória aguda na cidade de Belém, Pará, Brasil nos anos de 2000 a 2006. 2006.<br />
90 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da<br />
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa<br />
RESUMO: As doenças do trato respiratório são as principais queixas nos serviços de atendimento médico,<br />
sendo as infecções respiratórias agudas (IRA) as manifestações mais comuns, principalmente em crianças<br />
menores de cinco anos de idade. Em países em desenvolvimento, as IRA constituem um sério problema de<br />
saúde pública. Em todo mundo, estima-se que ocorram cerca de 2 milhões de mortes devido as IRA a cada<br />
ano. Dentre os agentes causais de IRA, destaca-se o Vírus Respiratório Sincicial (VRS), especialmente por<br />
causar doença grave em crianças menores de 2 anos. Com o objetivo de gerar dados sobre a epidemiologia<br />
molecular deste vírus, foram analisadas amostras colhidas de pacientes com IRA no período de 2000 a 2006,<br />
na cidade de Belém, Pará. Foram utilizados testes de imunofluorescência indireta (IFI) para caracterização<br />
antigênica dos vírus isolados e RT-PCR para os genes codificadores das proteínas G e F, que foram em<br />
seguida parcialmente seqüenciados. Dentro do período estudado, 153 amostras positivas para VRS foram<br />
detectadas. A faixa etária de 0-4 anos foi a que concentrou maior número de casos (n=138; 90,19%). Em<br />
relação ao perfil sazonal, o pico de atividade do VRS ocorreu nos primeiros seis meses do ano, estando<br />
associado principalmente ao período de troca da estação chuvosa para um período de menor pluviosidade.<br />
Houve co-circulação dos subgrupos A e B nos anos de 2001 e 2003. Em 2000, 2005 e 2006 somente o<br />
subgrupo A circulou. Entretanto no ano de 2004 foi registrada a ocorrência somente do subgrupo B. Dentro<br />
do período estudado, genótipos distintos da proteína G do subgrupo A (GA2 e GA5) e do subgrupo B<br />
(SAB1 e SAB3) foram detectados, indicando o primeiro relato da circulação do genótipo SAB1 na América<br />
do Sul. Em 2004, um cluster diferenciado dos demais genótipos circulantes foi encontrado, sendo este<br />
denominado BRB1. A análise do gene codificador da proteína F permitiu a identificação de mutações na<br />
seqüência nucleotídica resultando em trocas na cadeia aminoacídica da mesma. Este estudo representa o<br />
primeiro relato sobre dados da epidemiologia molecular do Vírus Respiratório Sincicial na região Norte do<br />
Brasil.<br />
690<br />
SILVA, Bibiane Monteiro da. Estudo clínico-radiológico de pacientes com paracoccidioidomicose<br />
pulmonar no Hospital Universitário João de Barros Barreto. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do<br />
Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Cláudio Guedes Salgado<br />
RESUMO: A paracoccidioidomicose (PCM) ou blastomicose sul-americana é micose sistêmica, endêmica na<br />
América Latina, em pacientes do sexo masculino, lavradores, entre os 30 e 60 anos de idade, causada pelo<br />
fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, sapróbio na natureza. A forma crônica pulmonar multifocal é<br />
freqüente e está presente em 50-75% dos casos. O diagnóstico da PCM é realizado através do exame<br />
micológico direto e cultivo de espécimes clínicos e o exame radiológico é fundamental na detecção das lesões<br />
pulmonares da doença. Neste estudo, foram selecionados 45 pacientes sintomáticos respiratórios crônicos, no<br />
HUJBB, moradores ou trabalhadores em áreas rurais, adultos, de ambos os sexos, nos quais foi realizada<br />
pesquisa do P. brasiliensis, no escarro e/ou lavado broncoalveolar, através do exame micológico direto, de
432<br />
meios de cultura artificiais e de exames radiológicos. A PCM foi detectada em 15 pacientes (33, 3%) e entre<br />
estes, 13 (86,7%) eram do sexo masculino, dois (13,3%) do feminino, 10 (66,6%) lavradores e nove (35,6%)<br />
encontravam-se na faixa etária de 40-49 anos.Todos os pacientes (100,0%) eram moradores e/ou<br />
trabalhadores de áreas rurais. No quadro clínico predominou emagrecimento (100,0%), tosse e adinamia<br />
(80,0%), dispnéia e febre (73,3%). O padrão radiológico freqüente foi o infiltrado intersticial difuso bilateral, à<br />
radiografia e à TCAR de tórax, em 80,0% e 46,6%, respectivamente. O escarro foi positivo em 80,0% do<br />
exame micológico direto e em meio BHI, respectivamente. Dos pacientes com PCM, dois (13,3%) evoluíram<br />
a óbito com PCM pulmonar, uma paciente (6,6%) com PCM e neoplasia pulmonar; 12 pacientes (80,0%)<br />
receberam alta, com controle ambulatorial. Nesta casuística, a PCM apresentou o perfil clínico,<br />
epidemiológico, radiológico e laboratorial descrito na literatura e sua presença em várias regiões do estado do<br />
Pará, além da necessidade do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dos pacientes.<br />
691<br />
SOARES, Luana da Silva. Caracterização antigênica e molecular de amostras de rotavírus do tipo G1,<br />
obtidas de crianças participantes de estudos em gastroenterites virais, no período de 1982 a 2003, em<br />
Belém, Pará, Brasil. 2006. 97 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças<br />
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Alexandre da Costa Linhares<br />
Co-orientadora: Joana D’Arc Pereira Mascarenhas<br />
RESUMO: A mortalidade infantil permanece como um importante problema de saúde pública em escala<br />
mundial, principalmente nos países em desenvolvimento. Dos mais de 50 agentes etiológicos implicados<br />
nessa moléstia, os rotavírus se destacam por estarem associados a 111 milhões de episódios diarréicos,<br />
resultando em mais de 600.000 óbitos entre crianças menores de cinco anos, dos quais 82% são notificados<br />
nos países mais pobres do mundo. O estudo em questão objetivou a caracterização antigênica e molecular de<br />
amostras de rotavírus do tipo G1, obtidas de crianças participantes de estudos em gastroenterites virais, no<br />
período de 1982 a 2003, em Belém, Pará, Brasil. Cento e quarenta e oito espécimes de rotavírus G1 foram<br />
analisados na presente investigação. A prevalência global do tipo G1 foi de 41,3%, sendo que a freqüência<br />
deste genótipo no decorrer dos estudos analisados variou de 11,0% a 67,6%. A caracterização dos<br />
eletroferotipos, sorotipos G e genotipos P de rotavírus G1 ocorreram em freqüências de 78,4%, 89,9% e<br />
87,8%, respectivamente. Foram identificadas três variedades de eletroferotipos longo, sendo que a variedade<br />
L1 foi encontrada com maior freqüência (79,3%). Os sorotipos G1, G9 e G1+G4 foram detectados em<br />
88,0%, 9,8% e 2,2% dos espécimes, respectivamente. Detectou-se a infecção mista G1+G4 em uma amostra.<br />
A combinação binária prevalente foi P[8],G1, sendo responsável por 72,3% dos casos. Infecções mistas<br />
circularam em percentual de 20,0% , sendo detectados os genótipos P[4]+P[8],G1, P[6]+P[8],G1,<br />
P[4]+P[6],G1, P[4]+P[6]+P[8],G1 e P[61]+P[8],G1+G4. O tipo G1 circulou do 2° ao 35° meses de idade e<br />
registrou-se maior número de casos na faixa compreendida entre 6 a 16 meses de idade. Não se verificou<br />
diferença de gravidade entre as variedades genotípicas G1 e outros tipos de rotavírus. A presente análise<br />
assume um caráter pioneiro no Brasil, permitindo ampliar os conhecimentos acerca da diversidade antigênica<br />
e molecular das infecções pelo tipo G1 de rotavírus e esses resultados permitirão entender a complexidade<br />
genética de tais agentes virais.<br />
692<br />
VALE, Elivam Rodrigues. Qualidade da água domiciliar e superficial na área insular do Município de<br />
Belém-Pará. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,<br />
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: O saneamento ambiental é um dos mais importantes meios de prevenção de doenças, mas<br />
infelizmente não é uma realidade em todos os setores da população, gerando uma situação preocupante para<br />
os profissionais de Saúde Pública. A problemática relativa à saúde e meio ambiente mostra-se particularmente<br />
importante para a Região Norte do Brasil, onde pessoas habitam as margens de rios e igarapés com carência<br />
ou até mesmo, ausência de infra-estrutura de saneamento, estando expostas a possíveis riscos de
433<br />
contaminação. Neste estudo, de caráter descritivo exploratório, utilizou-se métodos quali-quantitativos,<br />
visando diagnóstico bacteriológico da água consumida pelos ribeirinhos habitantes da região insular, mais<br />
especificamente nas ilhas de Paulo da Cunha (ilha Grande) e Murutucu na zona rural do Município de Belém-<br />
PA. Foram coletadas 96 amostras de água armazenada nas residências e 80 amostras de água superficial em<br />
dez pontos localizados ao entorno das ilhas. Foi avaliado o número de Coliformes termotolerantes e<br />
Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas na água armazenada para consumo, assim como Coliformes<br />
termotolerantes Estreptococos / Enterococos fecais e enteropatógenos bacterianos na água superficial. Na<br />
ilha Grande os resultados revelam concentrações que variaram de 25 a 3600, 15 a 420 e 15 a 420, para<br />
Coliformes termotolerantes, Estreptococos e Enterococos fecais, respectivamente. Em relação à ilha<br />
Murutucu, estes valores variaram de 540 a 2600, 44 a 680 e 44 a 448, respectivamente para os mesmos<br />
indicadores. A presença de Salmonella spp foi observada em 27,5% na ilha Grande e 12,5% na ilha Murutucu.<br />
Foi verificado que 58,7% e 66%, das amostras de água de consumo nas ilhas Grande e Murutucu,<br />
respectivamente foram consideradas impróprias para consumo, com presença de coliformes termotolerantes.<br />
Em relação a bactérias heterotróficas, 41,3% na ilha Grande e 15% na ilha Murutucu possuíam mais de 500<br />
UFC/mL. Considerando-se os resultados obtidos no presente trabalho, verificamos que a água utilizada nas<br />
zonas rurais pode funcionar como um fator de risco à saúde dos seres humanos que a utilizam.<br />
693<br />
VALENTE, Maria do Socorro da Silva. Talidomida no tratamento do eritema nodoso hansênico:<br />
concentrações plasmáticas e eventos adversos. 2006. 62 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira<br />
RESUMO: O eritema nodoso hansênico (ENH) é uma reação inflamatória aguda que ocorre no curso<br />
crônico da hanseníase, causando danos progressivos nos nervos periféricos, um dos principais responsáveis<br />
pelas incapacidades físicas. A talidomida vem sendo utilizada como a droga de escolha para este tipo de<br />
evento, a despeito de sua conhecida teratogenicidade, com melhora significativa das manifestações clínicas.<br />
Estudos farmacocinéticos nestes pacientes ainda são escassos, e a influência do uso concomitante da<br />
rifampicina não está bem estabelecida. Foi realizado um estudo prospectivo em dois grupos de pacientes com<br />
ENH, dez sem poliquimioterapia (PQT) e quatro com PQT, em uso de dose oral única de 100 mg de<br />
talidomida, objetivando determinar a sua concentração sérica, correspondente à “amostra de vale”, nos dias<br />
DO (dia da primeira coleta), D7 (sete dias após DO) e D14 (quatorze dias após DO), com registro de seus<br />
principais eventos adversos e da evolução clínica. Nos pacientes com PQT, a média das concentrações de<br />
talidomida no DO, D7 e D14 foi 0,83 ± 0,24 µg/ml, 0,82 ± 0,45 µg/ml e 1,55 ± 1,06 µg/ml,<br />
respectivamente, sem diferença estatisticamente significante na comparação do D7 e D14 (p=O,2536).<br />
Quanto aos pacientes sem PQT, estes valores foram 0,43 ± 0,20 µg/ml, 0,8 ± 0,36 µg/ml e 0,79 ± 0,32<br />
µg/ml, nos dias DO, D7 e D14, respectivamente, sem diferença estatística significativa nos diversos dias (p><br />
0,05). A comparação das concentrações plasmáticas médias de talidomida nos dois grupos não demonstrou<br />
diferença estatística significativa no D7 (p=0,9453) e no D14 (p= 0,2594). Nos dois grupos estudados, sem e<br />
com PQT, a sonolência figurou como o evento adverso relacionado à talidomida mais freqüente com 90% e<br />
100%, além de cefaléia com 40% e 25%, respectivamente. A melhora das manifestações clínicas do ENH<br />
observada foi ≥ 70% nos dois grupos estudados.<br />
2007<br />
694<br />
REZENDE, Manoel Antônio Costa de. Aplicação do modelo de acurácia em casos suspeitos de<br />
amebíase em uma comunidade rural do nordeste do Estado do Pará, Brasil. 2007. f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2007.
434<br />
Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa<br />
RESUMO: A amebíase é uma parasitose que ocorre em todo o mundo, predominantemente nas regiões<br />
tropicias e subdesenvolvidas, onde as condições socioeconômicas são precárias. Estima-se que 10% da<br />
população mundial esteja infectada pela Entamoeba histolytica. No Brasil, a prevalência da amebíase varia de 2 a<br />
40% em inquéritos realizados em diversas regiões do país. O Município de Tailândia é considerado área<br />
endêmica da parasitose intestinal, porém, até então, nenhuma pesquisa foi realizada para dimensionar o<br />
problema na tentativa de solucioná-lo. A pesquisa sobre diagnóstico é aquela que responde à acurácia de<br />
exame complementar, ou seja, se há exatidão de uma operação ou de uma tabela. Cada morador selecionado<br />
era submetido a exame semiológico, incluindo anamnese e, inspeção, palpação e percussão do abdome. Foi<br />
realizado o exame parasitológico direto dos participantes e dos casos positivos para Entamoeba histolytica,<br />
também foi realizado o método da hematoxilina férrica. Dos 124 moradores examinados, 56,5% pertenciam<br />
ao sexo masculino e destes, 60% tinham entre 18 e 43 anos de idade. Dos incluídos na pesquisa, 64,5%<br />
tinham o primeiro grau incompleto de escolaridade e 28,2% recebiam salário mínimo. Calculada a prevalência<br />
em 24,2%; a acurácia em 73,4%; a sensibilidade em 70%; a especificidade em 74,5%. Os fatores de risco que<br />
interferem na dimensão coletiva e social incluem a educação, o trabalho, consumo de água potável e destino<br />
adequado das fezes. Como na maioria das parasitoses intestinais, as medidas de saneamento básico são<br />
decisivas na prevenção da doença.
435
436
2006<br />
437<br />
695<br />
ALVES, Eurydice Maria Atallah. Avaliação clínica da sensibilidade pós-operatória em restaurações de<br />
resina composta em dentes posteriores: efeito da interposição do oxalato de potássio ou do ionômero de<br />
vidro. 2006. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências<br />
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Mário Honorato Silva e Souza Júnior<br />
RESUMO: Em virtude da grande incidência da sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina<br />
composta em cavidades classe l (oclusal), esta pesquisa clínica objetivou avaliar a presença ou não de<br />
sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina composta, realizadas em cavidades padronizadas tipo<br />
classe l (oclusal), em pré-molares e molares, em pacientes com idade entre 18 e 35 anos, com interposição do<br />
oxalato de potássio ou ionômero de vidro previamente ao procedimento restaurador. Todos os<br />
procedimentos restauradores foram avaliados no período de 48 horas e sete dias por meio de relatos dirigidos<br />
pelo paciente e por relatos induzidos com testes térmicos, pressão e percussão referidos mediante a Escala<br />
Analógica Visual. Resultados encontrados referiram não haver significância estatística, pois não houve relatos<br />
de sensibilidade pós-operatória em nenhum dos grupos estudados.<br />
696<br />
AQUINO, Elane Barrosos de. Influência das técnicas de cimentação, fundição em monobloco e<br />
brasagem na adaptação de componentes protéicos de próteses sobre implantes fundidos em Cr-Co.<br />
2006. 112 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da<br />
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Bruno Pereira Alves<br />
RESUMO: Avaliou-se a adaptação da interface implante/componente protético, utilizando pilares Micro-<br />
Units com seus respectivos copings acrílicos (Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil) e UCLAs<br />
(Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil), por meio de três diferentes técnicas: cimentação<br />
(grupo 1), fundição em monobloco (grupo 2) e fundição e brasagem (grupo 3). Foram confeccionados 20<br />
corpos-de-prova, cada corpo apresentava 3 componentes protéticos e duas barras que os unia. Foram<br />
utilizados 30 componentes protéticos Micro-Units, 30 copings acrílicos dos Micro-Units (Conexão Sistemas<br />
de Prótese - São Paulo - SP - Brasil) e 30 UCLAs (Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil).<br />
Também foram usadas 40 barras cilíndricas de 2mm de diâmetro, obtidas a partir de uma matriz. Cada grupo<br />
tinha 10 corpos-de-prova. Os corpos-de-prova foram divididos inicialmente em dois grupos. No grupo 1<br />
foram utilizados componentes protéticos Micro-Units e seus respectivos copings acrílicos, os quais foram<br />
fundidos em Cr-Co, parafusados e cimentados sobre os Micro-Units. No grupo 2 os componentes protéticos<br />
calcináveis (UCLA), foram fundidos em monobloco utilizando-se Cr-Co. Posteriormente foi realizada a<br />
separação das peças em monobloco do grupo 2, o qual passou a ser chamado de grupo 3, sendo então<br />
submetido à brasagem. Todos os grupos foram mensurados em um estereomicroscópio (SZXI2, Olympus,<br />
Japan) com aumento de 60X em relação à adaptação, antes e após os procedimentos para a obtenção das<br />
estruturas, através de cada técnica. Os resultados mostraram que o grupo 1 apresentou uma adaptação<br />
estatisticamente superior, inicial (0,000µm) e final (3,588µm), em relação aos grupos 2 (9,252µm e 325,259µm)<br />
e 3 (0,874µm e 121,592µm). O grupo 3 apresentou uma melhora significativa em relação ao grupo 2. A<br />
técnica com melhor adaptação foi a cimentação.
438<br />
697<br />
CARNEIRO, Maria Cleide Mendes. Avaliação da rugosidade superficial e resistência à flexão de três<br />
tipos de resina composta indireta após variação de tratamento da superfície. 2006. 113 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Eliza Burlamaqui Klautau<br />
RESUMO: Neste estudo avaliou-se a rugosidade superficial em corpos-de-prova confeccionados com três<br />
tipos de resinas indicadas para confecção de restaurações indiretas, SR Adoro (lvoclar-Vivadent) (GA),<br />
Signum Matrix (Heraeus-Kulzer) (GSM) e Signum+ (Heraeus-Kulzer) (GSP), assim como a resistência à<br />
flexão, após serem utilizados diferentes tratamentos de superfície com o propósito de se verificar a influência<br />
dos mesmos na resistência mecânica dos materiais. Obteve-se 120 corpos-de-prova de cada tipo de resina de<br />
acordo com as recomendações dos fabricantes, os quais foram divididos e tratados com: A- Jateamento com<br />
óxido de alumínio a 5Opm por 6 s a 60-80 libras (Grupo Controle); B- Jateamento e silanização com<br />
Monobond (Ivoclar Vivadent) e Excite DSC (Ivoclar Vivadent); C- Jateamento e condicionamento com ácido<br />
ortofosfórico a 37% por 3 minutos e D- Jateamento, condicionamento e silanização. Após a execução do<br />
tratamento superficial, analisou-se os corpos-de-prova em rugosímetro Mytutoyo no parâmetro Ra e teste de<br />
flexão por compressão em três pontos em máquina de ensaio universal Kratos. Submeteu-se os dados<br />
observados à análise estatística, tendo como nível de significância 5% para a construção dos resultados. Os<br />
resultados mostraram um comportamento bastante coerente com o que é visto na literatura com relação à<br />
composição das resinas estudadas, os quais apresentaram inicialmente lisura de superfície similar (p>0.05).<br />
Com a aplicação dos tratamentos de superfície, houve um comportamento bastante diversificado entre os<br />
materiais. Os grupos que receberam a aplicação de silano e adesivo apresentaram superfícies mais lisas e<br />
maiores valores de resistência flexural em todas as resinas. No entanto não houve correlação dos valores de<br />
rugosidade com a resistência flexural, a qual demonstrou ser maior nas resinas SR Adoro e Signum Matrix,<br />
sendo que nesta última, apenas após a silanização é que se observou melhoria deste aspecto flexural.<br />
698<br />
CARVALHO, Márcia Regina de. Padrão de imunorreatividade de fatores de crescimento,<br />
metaloproteinases da matriz e seus inibidores no ameloblastoma. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: João de Jesus Viana Pinheiro<br />
RESUMO: O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem ectodérmica que apresenta crescimento<br />
lento, porém localmente invasivo, o que dificulta sua erradicação, possibilitando a ocorrência de recidivas.<br />
Diversas pesquisas vêm sendo realizadas no intuito de elucidar suas propriedades invasivas. A interação entre<br />
as metaloproteinases da matriz (MMPs), proteases que degradam a matriz extracelular, e os fatores de<br />
crescimento, polipeptídios envolvidos em várias funções celulares, pode ser um dos fatores responsáveis pela<br />
invasividade desta neoplasia. Existem estudos que comprovam a expressão de certas MMPs no<br />
ameloblastoma, portanto o objetivo desse trabalho foi verificar se as células desse tumor expressam o<br />
receptor EGFR, e os fatores de crescimento EGF, TGF-а e TGF-β1, bem como compará-los com a<br />
imunoexpressão de MMPs e TIMPs. Utilizando a técnica de imunohistoquímica, foi detectado que os tecidos<br />
do ameloblastoma expressam MMPs 1,2 e 9, TIMPs 1 e 2, receptor e os fatores de crescimento acima citados,<br />
e que houve diferença de expressão estatisticamente significante entre MMP-2 e MMP-9,TIMP-1 e TIMP-2,<br />
em células neoplásicas e do estroma, entre EGF/EGFR, EGF/TGF-β1, e TGF-а/TGF- β1, nas células<br />
neoplásicas, e entre EGF/TGF-β1 no estroma. Esses resultados demonstram que o comportamento<br />
biológico do ameloblastoma pode ser influenciado pelas moléculas estudadas.
439<br />
699<br />
CARVALHO, Nelson Monte de. Avaliação do grau de aceitação dos pais ou responsável às Técnicas<br />
de Gerenciamento Comportamental do tipo Contenção Física na Clínica Odontopediátrica da<br />
Universidade Federal do Pará. 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Antonio José da Silva Nogueira<br />
RESUMO: A pesquisa está baseada no grau de aceitação dos pais ou responsável às Técnicas de<br />
Gerenciamento Comportamental do tipo Contenção Física Ativa, Passiva e Mão Sobre a Boca (MSB) na<br />
Clínica Odontopediátrica da UFPA. Este estudo foi feito mediante apresentação de material áudio-visual<br />
demonstrando as técnicas e, em seguida, preenchimento de questionário distribuídos aos pais ou responsável,<br />
onde os mesmos avaliavam as técnicas demonstradas e respondiam de acordo com seu grau de aceitação.<br />
Com a finalidade de obter-se um estudo descritivo e correlacional de natureza quantitativa, procurou-se<br />
observar as relações de aceitação entre as Técnicas já citadas, em que na análise estatística verificou-se que,<br />
entre as Técnicas de Gerenciamento Comportamental, a mais aceita é a de Contenção Física Ativa com<br />
73,33% (110) de casos e, que a maioria dos usuários 83,33% (125) não tinham conhecimento algum sobre<br />
Técnicas de Gerenciamento Comportamental.<br />
700<br />
CHERMONT, Armando Brito. Avaliação clínica da sensibilidade pós-operatória em restaurações<br />
oclusais com três sistemas adesivos: 3 passos (Scotchbond MP Plus), 2 passos associados à dessensibilizante<br />
(Gluma Confort Bond + Dessensitizer) e de 1 passo-auto-condicionante simplificado (I Bond). 2006. 60 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Mário Honorato Silva e Souza Júnior<br />
RESUMO: Analisa clinicamente o comportamento de 60 restaurações oclusais, em relação à sensibilidade<br />
pós-operatória em cavidades oclusais em pré-molares e molares. Selecionou dentes considerados dentro da<br />
normalidade, após testes clínicos e radiográficos, onde cavidades de média profundidade e largura máxima de<br />
1 /2 da distância entre os vértices de cúspides na área do istmo, eram requeridas. A profundidade da parede<br />
pulpar foi estabelecida em dentina pelo menos 1 mm além da junção amelodentinária. Os detalhes do preparo<br />
foram registrados por fotografia (digitalizadas), por moldagem com silicone de condensação, modelos de<br />
gesso. Esses cuidados foram tomados para que futuramente servissem como auxiliar de interpretação de<br />
resultados. As restaurações foram feitas sob isolamento absoluto, para evitarmos contaminação pela saliva e<br />
sangue. Em 20 preparos foram feitos procedimentos restauradores com sistema de 3 passos (Scotchbond MP<br />
Plus). Em outros 20 preparos foram feitos procedimentos restauradores com sistema de 2 passos associado a<br />
dessensibilizantes (Gluma Confort Bond + Dessensitizer). Em outros 20 preparos foram feitos procedimentos<br />
restauradores com sistema de 1 passo auto- condicionante simplificado (1 Bond). Os 60 dentes foram<br />
restaurados com a resina composta Filtek Supreme, por ser um material apropriado para dentes posteriores,<br />
por meio da técnica incremental. Após 48 horas e 7 dias, os pacientes retornavam para o controle da<br />
sensibilidade pós-operatória. Inicialmente era obtido um relato do paciente, para em seguida serem realizados<br />
testes clínicos (térmico, pressão e percussão). Os dados foram tabelados e os resultados analisados. Não<br />
houve diferença na sensibilidade antes e após (48 horas e 7 dias) a colocação das restaurações para todos os<br />
grupos.<br />
701<br />
COSTA, Ana Cássia Reis da. Soroepidemiologia da infecção pelo vírus da Hepatite B (VHB) e pelo<br />
vírus da Hepatite C (VHC) em cirurgiões-dentistas da cidade de Belém, Pará. 2006. 98 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Luiz Fernando Almeida Machado
440<br />
RESUMO: As hepatites virais representam um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo.<br />
A Hepatite B e a Hepatite C são as de principal interesse para os profissionais da área de saúde em função do<br />
modo de transmissão e da possibilidade de aquisição ocupacional. O presente trabalho teve por principal<br />
objetivo verificar a soroprevalência da infecção pelo Vírus da Hepatite B (VHB) e pelo Vírus da Hepatite C<br />
(VHC) em cirurgiões-dentistas e relacioná-la com os fatores de risco. Participaram do estudo 97 cirurgiõesdentistas,<br />
sendo 39 do gênero masculino e 58 do gênero feminino, no período de junho a dezembro de 2005,<br />
que atuam no Município de Belém, Pará, Brasil. Os dados epidemiológicos foram obtidos por meio de<br />
inquéritos e os sorológicos por um ensaio imunoenzimático para a pesquisa de antígeno e anticorpo tanto<br />
para o VHB quanto para o VHC. O teste de Tendência foi utilizado para a análise estatística dos resultados. A<br />
prevalência do VHB foi de 6,2%, enquanto do VHC foi de 3,1% entre a população estudada. Das amostras<br />
sororreativas para os marcadores da hepatite B, a prevalência foi de 1,03% (1/97) para o anti-HBc total,<br />
5,16% (5/97) para a presença simultânea do anti-HBc total e anti-HBs e 54,61% (53/97) para o anti-HBs.<br />
Quando comparado ao encontrado na população de doadores de sangue no Estado do Pará a prevalência do<br />
VHC na população estudada foi significativamente maior, enquanto a do VHB foi semelhante. Além disso,<br />
37,7% (36/97) relataram terem tido algum tipo de exposição ocupacional, estando o acidente com objetos<br />
pérfuro-cortante como o mais relatado (86,1%). A medida adotada após a exposição foi sempre a lavagem<br />
com água e sabão e apenas 2,8% (1/36) dos acidentados relataram a realização de testes sorológicos. O<br />
conhecimento das normas de biossegurança e a utilização de pelo menos uma barreira de proteção individual<br />
foram relatados por todos, sendo o uso de luvas e máscaras a resposta mais mencionada (96,9%).<br />
Encontravam-se imunizados contra o VHB por meio de vacina 54,61% (53/97) dos cirurgiões-dentistas,<br />
enquanto que imunes por infecção natural 5,16% (5/97). O elevado percentual de ocorrência de acidentes<br />
ocupacionais, aliado a baixa soroconversão pós-exposição dentre os cirurgiões-dentistas participantes,<br />
demonstra a necessidade de se conhecer a prevalência de infecções de risco ocupacional em profissionais da<br />
área de saúde para que se adotem medidas de prevenção e controle mais eficazes contra os agentes<br />
causadores.<br />
702<br />
COSTA, Maria Elizabeth Gemaque. Análise clínica da doença periodontal em pacientes diabéticos tipo<br />
2 correlacionada com o nível de hemoglobina glicada e proteína C-reativa. 2006. 108 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Adriano Maia Corrêa<br />
Co-orientador: João Soares Felício<br />
RESUMO: O Diabetes mellitus é uma desordem patológica de origem endócrina que provoca inúmeras<br />
alterações de ordem sistêmica. Tem sido considerado que o diabetes influencia na instalação e progressão da<br />
doença periodontal a exemplo da dificuldade cicatricial, mas também sofre influência da mesma, posto que o<br />
curso clínico da doença periodontal pode alterar o metabolismo da glicose e, conseqüentemente, dificultar o<br />
controle do diabetes. Desta forma, a estreita relação entre a doença periodontal e diabetes tem sido motivo de<br />
preocupação entre os cirurgiões-dentistas. O objetivo deste estudo foi avaliar a condição clínica do<br />
periodonto em indivíduos diabéticos tipo 2 e a necessidade de tratamento periodontal mediante o Registro<br />
Penodontal Simplificado (PSR), juntamente com análise laboratorial (HbAlc e Proteína C- reativa ultrasensívelPCR).<br />
Dos 88 participantes do estudo, 5,69% apresentaram-se livres de doenças; 36,36%<br />
apresentaram-se com gengivite e 57,95% apresentaram-se com periodontite. No grupo dos indivíduos não<br />
diabéticos, 51,06% tiveram periodontite, enquanto 65,85% dos diabéticos apresentaram a doença. A doença<br />
periodontal apresentou-se mais grave na faixa etária de 60-69 anos (grupo controle) e 70-79 anos (grupo<br />
diabéticos). Todos os diabéticos apresentaram doença periodontal, e o escore 3 (50,34%) o mais prevalente.<br />
No grupo controle, 89,36% apresentaram doença periodontal, e o escore 2 (31,25%) foi o mais prevalente.<br />
Apesar dos altos níveis de proteína C-reativa e de hemoglobina glicada, não houve associação com a<br />
gravidade da doença periodontal nos participantes do estudo.
441<br />
703<br />
EMMI, Danielle Tupinambá. Análise comparativa da eficácia de evidenciadores de placa dental à base<br />
de corantes naturais x sintéticos. 2006. 54 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em<br />
Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Regina Fátima Feio Barroso<br />
RESUMO: O mérito comprovado dos evidenciadores de placa dental como agentes motivadores para<br />
realização da higiene bucal faz com que seu uso seja cada vez mais difundido para educação e orientação do<br />
paciente no que se refere a remoção eficaz dos depósitos microbianos, prevenindo assim, a instalação e<br />
progressão das doenças cárie e periodontal. Os corantes sintéticos utilizados nos evidenciadores de placa<br />
existentes no mercado apresentam-se com vários efeitos colaterais que desagradam não só pacientes como<br />
também cirurgiões-dentistas, levando a restrições no seu uso. Atualmente, é grande a tendência à utilização de<br />
corantes naturais em substituição aos sintéticos, em todos os segmentos industriais, por oferecerem melhor<br />
qualidade ao consumidor. Assim sendo, esta pesquisa experimental foi realizada, com o objetivo de analisar<br />
comparativamente a eficácia de evidenciadores de placa dental com corantes naturais (açaí e urucum) e<br />
sintéticos (Replak® e Plakstesim®). Para análise, foram testados 4 corantes: antocianinas (açaí),<br />
bixina/norbixina (urucum), fucsina básica (Plakstesim®) e corante azul/vermelho alimentício (Replak®) que<br />
foram aplicadas com intervalo de 7 dias cada uma, em 42 alunos de graduação do Curso de Odontologia da<br />
Universidade Federal do Pará. A análise comparativa se deu através do índice de placa visível, antes da<br />
aplicação do evidenciador e o índice de placa com corante, após a aplicação da substância corante, utilizandose<br />
os Testes T-Student e ANOVA. Pôde-se verificar que o evidenciador com corante de açaí (antocianinas)<br />
apresentou eficácia superior na identificação da placa dental quando comparado com o evidenciador com<br />
corante de urucum, Replak® e Plakstesim®, com nível de significância menor que 0,01. A pesquisa conclui que<br />
o evidenciador a base das antocianinas (corante do açaí) apresentou eficácia superior quando comparado com<br />
o evidenciador com corante do urucum, Replak® e Plakstesim®, tornando-se uma alternativa viável para a<br />
Odontologia, como substância evidenciadora do biofilme dental.<br />
704<br />
KHAYAT, Alessandra Iamanouth de Farias. Análise em canais curvos do desvio apical provocado por<br />
limas de aço inoxidável e de níquel-titâneo manuais e acopladas em sistema de rotação alternada.<br />
2006. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da<br />
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Suely Maria Santos Lamarão<br />
RESUMO: O propósito deste estudo foi analisar in vitro o desvio apical produzido por limas de aço inoxidável<br />
(Flexofile) pré curvadas e limas de níquel-titânio (Nitifiex), manualmente e em rotação alternada, com contraângulo<br />
TEP-10-R (NSK), na instrumentação do canal radicular. Foram utilizadas oitenta raízes mesiais curvas<br />
de molares inferiores extraídos, as quais foram selecionadas e distribuídas em quatro grupos homogêneos de<br />
vinte elementos cada. Foi realizada a cirurgia de acesso, preparo da entrada do canal e odontometria. Em<br />
seguida, os dentes foram incluídos em resina transparente, em fôrma hexagonal. Para padronização das<br />
tomadas radiográficas, foi utilizada a plataforma radiográfica com uma modificação que permitiu a obtenção<br />
de radiografias iniciais e finais idênticas em três diferentes incidências, ou seja, sentidos V/L, M-V / D-L e D-<br />
V / M-L. Após a radiografia inicial em todos os três sentidos com uma lima #15 no interior dos condutos,<br />
procedeu-se o preparo do canal. As raízes do Grupo 1 foram instrumentadas com técnica manual coroa-ápice<br />
e limas Flexofile; o Grupo 2 foi instrumentado com limas Flexofile em técnica mecâno-oscilatória (TEP- 10 R-<br />
NSK); o Grupo 3 foi instrumentado manualmente, em técnica coroa-ápice, com limas Nitiflex e o Grupo 4 foi<br />
preparado com limas Nitiflex em técnica mecâno-oscilatória (TEP- 10 R- NSK). Finda esta fase, foi realizada<br />
uma nova radiografia com uma lima #40 no interior do canal, nos mesmos padrões da primeira. As imagens<br />
foram digitalizadas, a análise dos desvios se deu pela sobreposição das imagens e a mensuração através do<br />
software Image Tool. Os resultados mostraram que a utilização de três incidências em diferentes sentidos no<br />
mesmo espécime radicular é importante para detectar, com segurança, algum grau angular de desvio apical<br />
após o preparo do canal. Constatou-se que em 67,5% das raízes houve algum grau angular de desvio<br />
independente da técnica e, apesar de não-significantes estatisticamente, a ocorrência dos desvios ocorreram,
442<br />
em ordem decrescente, com a técnica mecâno-oscilatória com limas Flexo file (G2), técnica manual com limas<br />
Nitiflex (G3), técnica mecâno-oscilatória com limas Nitiflex (G4) e técnica manual com limas Flexofile (G1).<br />
705<br />
OLIVEIRA, César Augusto Teixeira de. Estudo da correlação da estatura de indivíduos pela análise<br />
dos incisivos centrais superiores de Belém, Pará. 2006. 49 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Regina Fátima Feio Barroso<br />
RESUMO: O trabalho objetiva estudar a correlação entre o comprimento total dos incisivos centrais<br />
superiores permanentes e a estatura de indivíduos de Belém, Estado do Pará, na faixa etária de 20-35 anos,<br />
como subsídio para a Antropologia Forense, Odontologia Legal e Medicina Legal, na elaboração de laudos<br />
periciais para a autoridade policial e judiciária, principalmente no que se refere à identidade e identificação.<br />
Foram estudados 100 indivíduos, sendo 50 do gênero masculino e 50 do gênero feminino. Para a obtenção da<br />
estatura foi utilizada uma balança antropométrica e para o comprimento total dos incisivos, utilizou a técnica<br />
radiológica do cone longo. Os resultados foram analisados por meio do Coeficiente de Correlação de<br />
Pearson, onde foram encontrados valores diferentes de zero, para ambos os gêneros e o Teste T de “Student”<br />
que indicou que o coeficiente de correlação amostral foi estatisticamente diferente de zero entre as variáveis<br />
estudadas, para ambos os gêneros, indicando que não existe correlação significativa entre o comprimento dos<br />
incisivos e à estatura dos indivíduos.<br />
706<br />
OLIVEIRA, Raimundo Paulo Costa de. Avaliação microscópica da limpeza das paredes destinatárias<br />
em razão de diferentes métodos de remoção da pasta de hidróxido de cálcio. 2006. 82 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Oscar Faciola Pessoa<br />
RESUMO: Avaliaou-se in vitro a eficiência da remoção da pasta de hidróxido de cálcio do interior dos canais<br />
radiculares de dentes humanos através de microscopia eletrônica de varredura. Quarenta raízes distais de<br />
molares inferiores foram instrumentadas através da técnica seriada utilizando como substâncias químicas o<br />
hipoclorito de sódio a 1% e o creme de Endo-PTC, com irrigação final de solução de EDTA-T seguida de<br />
nova regadura de hipoclorito de sódio a 1%. A partir de então, os canais foram preenchidos com pasta de<br />
hidróxido de cálcio PA, incorporada à solução anestésica por meio de propulsor de Lentulo, e mantidas por<br />
sete dias em estufa úmida. Em seguida, foram divididas em quatro grupos onde foram utilizadas as seguintes<br />
técnicas de remoção: no Grupo I (GI), a remoção foi realizada valendo-se apenas do último instrumento<br />
memória seguida de 10 ml de EDTA-T e 10 ml de hipoclorito de sódio. No Grupo II (GII), foi acrescido o<br />
uso de mais uma lima de calibre imediatamente superior ao do GI. No Grupo III (GIII), além da utilização<br />
do instrumento imediatamente superior ao memória, foi empregado o propulsor de Lentulo associado à<br />
solução de EDTA-T. Em seguida, os espécimes foram clivados e observados a luz da microscopia eletrônica<br />
de varredura. As imagens de cada espécime foram analisadas quantitativamente para verificar o número de<br />
túbulos dentinários limpos. Após análise estatística, valendo-se do Teste de Kruskal-Wallis e Dunnett, os<br />
resultados mostraram superioridade para o Grupo II seguido dos demais grupos, sendo que a diferença<br />
estatisticamente significante ocorreu somente na comparação entre os grupos II e IV.<br />
707<br />
PEREIRA, Kalena de Melo Maranhão. Análise in vitro do selamento coronário em restaurações<br />
provisórias e da permeabilidade dentária após tratamento endodôntico. 2006. 82 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientadora: Eliza Burlamaqui Klautau
443<br />
RESUMO: Avaliou-se in vitro o selamento coronário de dois materiais restauradores provisórios e a<br />
permeabilidade dentária após tratamento endodôntico. Foram selecionados 80 molares íntegros, nos quais,<br />
após o tratamento endodôntico, padronizou-se cavidades com 4mm de profundidade e 2mm de espessura de<br />
parede dentária para inserção do material selador; originando dois grupos com 40 corpos- de-prova cada:<br />
Grupo 1 - Coltosol e Grupo II - Vitremer. Procedeu-se então a termociclagem e, em seguida, cada grupo foi<br />
sub-dividido em 2 novos grupos contendo 20 dentes cada para a impermeabilização dos espécimes. No grupo<br />
para análise da infiltração marginal, foi aplicado o cianocrilato em toda a superfície do dente, com exceção de<br />
1 mm da interface dente/material, enquanto que no grupo para análise da permeabilidade dentária o<br />
cianocrilato, foi aplicado somente na superfície radicular e sobre o material selador, deixando a superfície<br />
coronária exposta a penetração do corante. Logo após, metade de cada grupo foi imerso no corante azul de<br />
metileno a 2%, com pH 7,2, por 7 dias, enquanto que a outra metade permaneceu imerso na solução corante<br />
por 30 dias. Em seguida, os corpos-de-prova foram seccionados no sentido Mesio-Distal e levados à leitura<br />
em um Estereoscópio, com aumento de 25 vezes, após análise estatística por meio dos testes T “Student”.<br />
708<br />
PINHEIRO, Helder Henrique Costa. Condições de saúde bucal de diabéticos acompanhados pelo<br />
Programa Saúde da Família em Belém – Pará. 2006. 132 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Regina Fátima Feio Barroso<br />
RESUMO: Avaliaram-se as condições de saúde bucal de diabéticos acompanhados pelo Programa Saúde da<br />
Família no município de Belém-Pará. As condições analisadas foram: cárie dentária, doença periodontal, uso e<br />
necessidade de prótese dentária e lesões de mucosa. A amostra foi composta de 268 diabéticos e 270<br />
indivíduos não diabéticos compondo o grupo controle. Para a coleta dos dados, foram utilizados os índices<br />
recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Os exames foram realizados nos domicílios dos<br />
indivíduos selecionados por examinadores previamente calibrados. Os dados foram processados no Programa<br />
de computação Epi info versão 3.3.2 para o Sistema Operacional Windows e estatisticamente analisados. Os<br />
resultados demonstraram que: não houve diferença na prevalência de cárie. O CPOD foi igual a 25,7 e 25,4<br />
para diabéticos e grupo controle, respectivamente, com uma grande perda dentária para ambos os grupos. A<br />
presença de cálculo foi verificada em 10,6% dos diabéticos e em 13,6% do grupo controle com a prevalência<br />
de bolsa periodontal mais evidente em diabéticos (p0,05). A ocorrência de lesões de mucosa bucal, como estomatites e lesões hiperplásicas, em ambos<br />
os grupos, foi relacionada ao uso de prótese dentária inadequada. Os dados encontrados demonstram<br />
prevalência significante em todas as condições estudadas em ambos os grupos, mas só a doença periodontal<br />
teve relação estatisticamente significante com a condição de Diabetes Mellitus.<br />
709<br />
RODRIGUES, Helena do Nascimento Araújo. Análise da condição periodontal e associação com<br />
fatores de risco de pacientes do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará. 2006. 143 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Adriano Maia Corrêa<br />
RESUMO: Analisa a condição periodontal dos pacientes que procuram o serviço de triagem para o primeiro<br />
atendimento no curso de odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará. O<br />
inquérito epidemiológico abrangeu 210 indivíduos, na faixa etária entre 20 e 66 anos, sendo 56 homens e 154<br />
mulheres, no período de agosto à dezembro de 2005. O exame clínico de boca toda foi utilizado com seis<br />
sondagens por elemento dentário. Foram registradas as médias de profundidade de sondagem e nível de<br />
inserção em quatro superfícies dentárias, o percentual de sítios sangrantes e sítios com presença de placa. As<br />
médias de profundidade de sondagem e nível de inserção aumentaram com o avanço da idade e foram mais<br />
prevalentes nos sítios interproximais. As faces vestibulares somente apresentaram maiores médias de nível de<br />
inserção na faixa etária acima de 40 anos e em pacientes fumantes, caracterizada pela presença de recessões.
444<br />
Os resultados demonstraram que a maioria dos indivíduos são acometidos de periodontite leve a moderada e<br />
o gênero masculino apesar de ser minoria na amostra mostrou associação significante com profundidade de<br />
sondagem e perda de inserção. O fumo também se comportou como um fator de risco significante para<br />
perda de inserção e perdas dentárias. Com esses resultados, o planejamento de ações de saúde para<br />
esclarecimento à comunidade sobre doença periodontal, se faz necessário na Universidade Federal do Pará.<br />
710<br />
ROTHBARTH, Cláudia Pires. Resistência à fadiga cíclica de instrumentos relatórios de níquel-titânio<br />
de diferentes características geométricas antes e após o uso. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado) –<br />
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,<br />
Belém, 2006.<br />
Orientador: Oscar Faciola Pessoa<br />
RESUMO: Avalia a resistência à fadiga cíclica de instrumentos rotatórios de níquel-titânio de diferentes<br />
características geométricas, antes e após o uso em canais artificiais. Selecionou limas rotatórias do Sistema<br />
Race (FKG Dentaire) e do Sistema K3 (SybronEndo) de conicidade 0,04, com 25mm de comprimento e diâmetro<br />
de ponta de 25, padrão ISO. As mesmas foram divididas em quatro grupos experimentais, com doze limas<br />
cada, totalizando quarenta e oito instrumentos. Os grupos foram assim divididos: grupo AO, instrumentos<br />
Race sem nenhum uso; grupo A5, instrumentos Race de cinco usos; grupo BO, instrumentos K3 de nenhum<br />
uso e grupo B5, instrumentos K3 de cinco usos. A simulação de uso foi realizada em canais artificiais de<br />
resina, com curvatura de 400 e raio de 5 mm, utilizando uma peça de mão com contra-ângulo, acionado por<br />
motor elétrico, na velocidade de 350 mm e 1 N/cm de torque. Todos os grupos foram submetidos a ensaios<br />
de fadiga cíclica num dispositivo que permitia o instrumento girar livremente, reproduzindo uma<br />
instrumentação rotatória num canal curvo. O tempo despendido até a fratura foi aferido por um cronômetro.<br />
Para avaliação estatística empregou-se o Teste ANOVA para dois fatores e foi observada diferença<br />
estatisticamente significante entre as amostras. O Teste de Tukey foi utilizado para verificar a diferença entre<br />
as médias dos grupos. Os resultados mostraram que o uso e a característica geométrica dos instrumentos<br />
influenciam na sua resistência à fadiga cíclica (p
445<br />
712<br />
SANTOS, Cláudia Dourado dos. Padrões diferenciais de resposta inflamatória, lesão axonal<br />
desmielinização após lesão exitotóxica e isquêmica no tronco cerebral de ratos adultos. 2006. 131 f.<br />
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,<br />
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Wallace Gomes Leal<br />
RESUMO: Resposta inflamatória, lesão axonal e desmielinização são componentes importantes da<br />
fisiopatologia de doenças neurodegenerativas agudas e crônicas, tais como trauma cerebral, da medula<br />
espinhal, acidente vascular encefálico e esclerose múltipla. Na presente dissertação, investigamos a evolução<br />
destes eventos patológicos após indução de lesão excitotóxica (por injeção de NMDA) e isquêmica (por<br />
injeção de endotelina-1), no núcleo espinhal do sistema trigeminal de ratos adultos, 1 e 7 dias após a injeção.<br />
Microinjeções de 80 nmol NMDA e 40 pmol de endotelina-1 induziram eventos histopatológicos diferenciais<br />
no que concerne aos padrões de perda tecidual, inflamatórios, de lesão do cilindro axonal e da bainha de<br />
mielina. A injeção de NMDA induziu perda tecidual intensa da substância cinzenta do núcleo espinhal, sem<br />
perda tecidual significativa na substância branca. A resposta inflamatória induzida pela injeção deste<br />
neurotóxico foi moderada, com pouco recrutamento de neutrófilos e macrófagos para o parênquima neural.<br />
Houve lesão axonal na substância cinzenta após injeção de NMDA, com pouco comprometimento axonal na<br />
substância branca. A mielina foi afetada, a partir do tempo de sobrevida de 7 dias. Microinjeções de<br />
endotelina-1 na mesma região do núcleo espinhal induziram menor perda tecidual, do que a induzida pela<br />
injeção de NMDA, com resposta inflamatória intensa dominada pelo recrutamento de macrófagos, com<br />
maior incidência de lesão axonal e perda de mielina, a partir de 1 dia após a injeção. Grande número de<br />
microcistos foi encontrado na substância branca do trato trigeminotalâmico, 7 dias após a injeção. A lesão<br />
isquêmica induziu o aparecimento de células picnóticas, neste mesmo tempo de sobrevida. Estes resultados<br />
demonstram que a lesão isquêmica do tronco cerebral induz mais resposta inflamatória, lesão axonal e perda<br />
de mielina do que uma lesão primariamente excitotóxica. Estes eventos histopatológicos podem ocorrer após<br />
lesão aguda do tronco cerebral de seres humanos, o que pode contribuir para os déficits funcionais<br />
subjacentes. Futuros estudos, utilizando marcadores de oligodendrócitos, de células apoptóticas e técnicas de<br />
microscopia eletrônica devem contribuir para a elucidação das diferenças observadas nestes modelos<br />
experimentais de doenças neurodegenerativas agudas.<br />
713<br />
SILVA, Eliana Lago. Avaliação do nível de conhecimento do uso de protocolos de urgência e/ou<br />
emergência médica na Clínica Odontológica. 2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-<br />
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: Antonio José da Silva Nogueira<br />
RESUMO: Avaliou-se o nível de conhecimento do uso de protocolos de urgência e/ou emergência médica<br />
de todos os alunos do último ano do curso de graduação em Odontologia em Instituições de Ensino<br />
Superior, no ano de 2005, na cidade de Belém-PA, com relação a situações que possam ocorrer no<br />
atendimento odontológico, bem como descrever seus aspectos clínicos. Adotou-se metodologia específica<br />
com realização de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário com questões abertas e fechadas,<br />
distribuídas para 121 alunos. Verificou-se que, embora conscientes dos riscos de ocorrência de situações<br />
emergenciais nos consultórios, a maioria dos alunos não possui conhecimentos sistematizados sobre os<br />
procedimentos necessários em casos de ocorrência destas situações, com a maioria demonstrando interesse<br />
em participar de um curso de formação em emergências médicas. Concluiu-se que a maioria dos alunos não<br />
possui protocolos de assistências médicas emergenciais, cuja existência é de fundamental importância para a<br />
continuidade na qualidade do atendimento de saúde.
446<br />
714<br />
ZACCA, Carlos Alberto. Investigação da prevalência de traumatismos dento–faciais em praticantes<br />
de boxe e a importância dos protetores bucais nas conseqüências dos traumas. 2006. 50 f. Dissertação<br />
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade<br />
Federal do Pará, Belém, 2006.<br />
Orientador: João Evandro da Silva Miranda<br />
RESUMO: Os dados da National Youth Sports Safety Foundation (NYSSF) (2002) - entidade de pesquisa<br />
americana ligada aos estudos e a prevenção de traumas esportivos informaram que há 10% de probabilidade<br />
dos atletas sofrerem injúrias traumáticas durante uma temporada esportiva, recaindo isso não só no problema<br />
físico, mas também no econômico, bastante representativo para os clubes. As lesões causadas por traumas em<br />
dentes e tecidos adjacentes podem levar à fraturas coronárias ou mesmo até, a perda do elemento dental. Este<br />
trabalho observacional, transversal descritivo, baseia-se na diversidade de opiniões com relação ao uso de<br />
protetores bucais e sua importância como fator de proteção para os tecidos bucais durante a prática esportiva.<br />
Assim sendo, nossa metodologia envolveu inquérito por meio de questionário aplicado à atletas praticantes de<br />
boxe. Como critério de inclusão, o atleta tinha de estar praticando o esporte escolhido. Como critério de<br />
exclusão, utilizamos o atleta ter sofrido qualquer injúria traumática com repercussão dento-facial anterior que<br />
não seja por prática de boxe, assim como aqueles que tivessem história de hábito parafuncional. Foram<br />
entrevistados e examinados 50 atletas sendo que 3 eram do gênero feminino e 47 do masculino, e 46%<br />
pertenciam à faixa etária entre 18/26 anos. Entre os atletas, 24% iniciaram a prática do boxe quando adultos.<br />
Os resultados coletados por meio dos questionários foram submetidos a tratamento estatístico, utilizando-se<br />
o Teste do Qui-Quadrado, em nível de significância de p
INDICE DE AUTOR<br />
A<br />
ABDON, Nagib Ponteira, 603<br />
ABE, Marlene Naoyo, 31<br />
ABRUNHOSA, Jacqueline Pompeu, 395<br />
ADAMS, Moira, 259<br />
AGUIAR, Márlison José Lima de, 474<br />
AGUIAR, Oscar Raimundo Gavinho de, 200<br />
ALBUQUERQUE, Adna Almeida de, 571<br />
ALCÂNTARA NETO, Constantino Pedro, 219<br />
ALMEIDA, Adriana de Jesus Benevides de, 664<br />
ALMEIDA, Maurício Pinto de, 541<br />
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de, 172, 229<br />
ALMEIDA, Simone Maria Roque, 665<br />
ALVES, Erik Artur Cortinhas, 464<br />
ALVES, Eurydice Maria Atallah, 695<br />
ALVES, Lívia Navegantes, 291<br />
AMADOR, Maria do Perpétuo Socorro Corrêa, 666<br />
AMARAL, Dário Dantas do, 260<br />
AMARAL, Ivanete do Socorro Abraçado, 679<br />
AMARAL, Jane Cristina de Oliveira Faria, 243<br />
AMARAL, João Valsecchi, 558<br />
AMARAL, Paulo José Siqueira do, 453<br />
AMARAL, Waldiléia Rendeiro da Silva, 55<br />
AMARAL NETO, Manuel Almeida, 5<br />
AMAZONAS, Kennie Kelly dos Santos, 431<br />
AMÉRICO, Ana Paula Larêdo, 680<br />
AMORIM, Ana Karla Jansen de, 230<br />
ANDRADE, Anderson Cleyton Ferreira de, 485<br />
ANDRADE, Fernanda Atanaena Gonçalves de, 365<br />
ANDRADE, Rosemary Ferreira de, 583<br />
ANJOS, Claudinéia Ramos dos, 523<br />
ANSELMO, Nilson Praia, 261<br />
AQUINO, Elane Barrosos de, 696<br />
AQUINO, Eulália Gonçalves de, 626<br />
ARAGÃO, Ivan Luiz Guedes de, 262<br />
ARAÚJO, Eliete da Cunha, 604<br />
ARAÚJO, Ivanei Souza, 572<br />
ARAÚJO, Soraya Maria Mendonça, 35<br />
ARAÚJO, Taís Pinheiro de, 681<br />
ARRUDA, Cinthya Cristina Bulhões, 384<br />
ASSIS, Marlene Barros de, 173<br />
ASSIS, William Santos de, 4<br />
ASSUMPÇÃO, Mônica Baraúna, 682<br />
ASSUMPÇÃO, Paulo Pimentel, 411<br />
ASSUNÇÃO, Maria Ivaneide da Silva, 524<br />
ATAÍDE, Tonildes Lisboa de, 36<br />
ATHAYDE, Aidalucy do Socorro Costa de, 627<br />
447
448<br />
AVIZ, Márcia Alessandra Brito de, 129<br />
AZEVEDO, James Ribeiro de, 37<br />
AZEVEDO, Maria do Socorro Marques, 628<br />
AZEVEDO, Valéria Nascimento da Gama 629<br />
AZEVEDO, Vânia Nakauth, 244<br />
B<br />
BAÍA JÚNIOR, Pedro Chaves, 116<br />
BARBA, Glória Colonnelli, 292<br />
BARBAS, Luis André Luz, 94<br />
BARBOSA, Adriana Carla Magno, 72<br />
BARBOSA, Fabíola Brasil, 432<br />
BARBOSA, Heloisa Helena Moreira de Moraes, 630<br />
BARBOSA, Hivana Patrícia Melo, 683<br />
BARBOSA, Roberta Sá Leitão, 385<br />
BARBOSA, Tienne Milena Farias, 104<br />
BARREIROS, José Augusto Pereira, 549<br />
BARROS, Ana Hilda Mescouto Figueiredo, 349<br />
BARROS, Andréa Vieira Lourenço de, 68<br />
BARROS, Carlos Augusto Lima, 293<br />
BARROS, Vera Lúcia Reis Souza de, 610<br />
BARROSO, Carmem Maria Leitão, 153<br />
BASSO, Rosely Valéria, 631<br />
BASTOS, Gilmara de Nazareth Tavares, 475<br />
BASTOS, Heitor Burlamaqui, 465<br />
BASTOS, Maria de Nazaré do Carmo, 156<br />
BENCHIMOL, Ruth Linda, 192<br />
BENDAHAN, Amaury Burlamaqui, 58<br />
BENDELAK, Michelle Russo, 95<br />
BENJAMIN, Aldrin Mário da Silva, 21<br />
BERG, Ana Virgínia Soares Van Den, 632<br />
BERNARDI, José Antônio Renan, 515<br />
BEZERRA, Nilson Veloso, 105<br />
BICHARA, Carissa Michelle Goltara, 145<br />
BICHARA, Cléa Nazaré Carneiro, 315<br />
BITAR, Maria Amélia Fadul, 584<br />
BITTENCOURT, Paulo Celso Santiago, 59<br />
BITTENCOURT, Ruth Helena Falesi Palha de Moraes, 96<br />
BITTENCOURT, Suzana Carla da Silva, 97<br />
BLANDYTT, Lucinaldo da Silva, 6<br />
BORGES, Sérgio Henrique, 505<br />
BRABO, Lucinéa Barbosa, 366<br />
BRAGA, Adriano César Calandrini, 146<br />
BRAGA, Cesar França, 350<br />
BRAGA, Roseli Ribeiro, 316<br />
BRAGA FILHO, Ermino, 98<br />
BRAGANÇA, Alexandre José Machado, 559<br />
BRASIL, Heliana Maria Silva, 158, 220<br />
BRASILIENSE, Danielle Murici, 454<br />
BRÍGIDO, Helena Andrade Zeferino, 611<br />
BRINGEL, Fabiano de Oliveira, 38<br />
BRITO, Carla Suzy Freire de, 117
C<br />
CABRAL, André dos Santos, 500<br />
CALCAGNO, Danielle Queiroz, 455<br />
CALDERARO, Dalila Teixeira, 585<br />
CALVOSA, Vanja Suely Pachiano, 231<br />
CÂMARA, Evandro Pires Leal, 245<br />
CAMARGO, Carolina Cigerza de, 560<br />
CAMARGO-ZORRO, Maurício, 516<br />
CAMELO, Antônio Sérgio Alves, 73<br />
CAMPOS, Lygia Catarina Trindade, 221<br />
CAMPOS, Marliane Batista, 633<br />
CAMPOS, Paula Nepomuceno, 106<br />
CANDIANI, David Figueiredo, 573<br />
CANIZARES, Vivian Susi de Assis, 615<br />
CARDOSO, Adriana Maciel de Castro, 107<br />
CARDOSO, Ana Maria Calabria, 659<br />
CARDOSO, Bernardo da Silva, 660<br />
CARDOSO, Deugles Pinheiro, 99<br />
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz, 159<br />
CARDOSO, Greice de Lemos, 440<br />
CARDOSO, Lucilene dos Santos, 263<br />
CARDOSO, Maria do Socorro Oliveira, 616<br />
CARMO, Ediclei Lima do, 317<br />
CARMONA, Nadir Pereira, 378<br />
CARNEIRO, Lígia Maia, 634<br />
CARNEIRO, Maria Cleide Mendes, 697<br />
CARNEIRO, Milene Russelakis, 168, 232<br />
CARRERA, Maria de Fátima Pinheiro, 661<br />
CARTÁGENES, Paulo Roberto Brito, 605<br />
CARTÁGENES, Vivian Lúcia Aslan D’Annibale, 635<br />
CARVALHO, Antonio Sérgio Silva de, 386<br />
CARVALHO, Bruno Maia, 441<br />
CARVALHO, Leônidas Olegário de, 275, 405<br />
CARVALHO, Márcia Regina de, 698<br />
CARVALHO, Maria Ierecê Miranda de, 318<br />
CARVALHO, Muzenilha Lira, 351<br />
CARVALHO, Nelson Monte de, 699<br />
CARVALHO, Tarcísio André Amorim de, 456<br />
CARVALHO, Walther Augusto de, 319<br />
CARVALHO FILHO, Nelson Monte de, 294<br />
CARVALHO JÚNIOR, Oswaldo de, 246<br />
CASSEB, Alexandre do Rosário, 57<br />
CASTRO, Anderson Corrêa, 108<br />
CASTRO, Andréa Bezerra de, 118<br />
CASTRO, Dulcilene Alves de, 46<br />
CASTRO, Luciana Santos Serrão de, 457<br />
CAVALCANTE, Danielle Pedrociane, 100<br />
CAVALCANTE, Gustavo Góes, 74<br />
CAVALCANTE, Rejane Maria Sales, 667<br />
CAVALCANTE, Vânia Lúcia Noronha, 597<br />
CESAR, Kátia Lamarão Vieira, 617<br />
449
450<br />
CÉZAR, Marinês Rodrigues dos Santos 618<br />
CHAGAS, André Antonio Corrêa das, 133<br />
CHARVET-ALMEIDA, Patricia, 527<br />
CHERMONT, Armando Brito, 700<br />
CHIANG, Jannifer Oliveira, 476<br />
COIMBRA, Anaximandro Soares, 75<br />
COIMBRA, João Paulo, 477<br />
CONCEIÇÃO, Josyanne Christine Silva da, 85<br />
CONDE, Valney Mara Gomes, 320<br />
CORDEIRO, Marcela da Silva, 490<br />
CORRÊA, Honorly Kátia Mestre, 508<br />
CORRÊA, Iolanda Maria Silva, 586<br />
CORRÊA, Maria do Perpétuo Socorro Costa, 613<br />
COSTA, Airton Leite, 636<br />
COSTA, Ana Cássia Reis da, 701<br />
COSTA, Ana Maria Rabelo, 491<br />
COSTA, Antônio Messias, 65<br />
COSTA, Dayana Alves da, 119<br />
COSTA, Edmar Tavares da, 233<br />
COSTA, Eliana Déa Lara, 86<br />
COSTA, Helena Meika Uesugui, 637<br />
COSTA, Joseane Carvalho, 182, 264<br />
COSTA, Kelli Garboza da, 396<br />
COSTA, Luiz Rodolfo Ferreira da, 561<br />
COSTA, Maria do Socorro Leal Carvalho, 265<br />
COSTA, Maria Elizabeth Gemaque, 702<br />
COSTA, Maria Rosa Travassos da Rosa, 418<br />
COSTA, Maurimélia Mesquita da, 334<br />
COSTA, Palmiro Alvão da, 60<br />
COSTA, Perpetua do Socorro, 433<br />
COSTA, Robson Gil Neris, 535<br />
COSTA, Rosana Giséle Cruz Pinto da, 7<br />
COSTA, Sue Anne Regina Ferreira da, 562<br />
COSTA, Vanessa Bandeira da, 387<br />
COUTINHO, Paulo Eduardo Guzzo, 247<br />
COUTO, Alvaro Augusto Ribeiro D'Almeida, 183<br />
CUNHA, Janice Muriel Fernandes Lima da, 367<br />
CUNHA, Maria Heliana Chaves Monteiro da, 594<br />
D<br />
DAHAN, Elias David, 401<br />
DAMIN, Enira Teresinha Braghirolli, 174<br />
DANTAS, Jamile Andréa da Silva, 69<br />
DANTAS, Jedna Kato, 76<br />
DANTAS, Sandra Maria Mendes de Moura, 222<br />
D'HORTA, Fernando Mendonça, 542<br />
DIAS, Hilma Lúcia Tavares, 175<br />
DINIZ, Felipe Monteiro, 321<br />
DOMINGUES, Jenifer, 612<br />
DRUDE, Rozilda Henrique, 22<br />
DUARTE, Maria Selma Carvalho Frota, 587<br />
DUTRA, Saturnino, 184
E<br />
ELIAS, Marcos Pedro de Paiva, 368<br />
EMÍDIO-SILVA, Cláudio, 276<br />
EMMI, Danielle Tupinambá, 703<br />
ESPÍRITO SANTO, Roberto Vilhena do, 352<br />
ESTEVES, Nelma Maria Rosa de Sousa, 668<br />
ESTEVES, Paulo Sérgio Cardoso, 614<br />
ESTUPIÑÁN-TRISTANCHO, Ruth Amanda, 528<br />
F<br />
FARIA, Dulcelena Ledo de, 304<br />
FARIAS, Izeni Pires, 176<br />
FARO, Lilian Rosana Ferreira, 177, 266<br />
FEITOSA, Darlan Tavares, 574<br />
FEITOSA, Terezinha Cavalcante, 23<br />
FERNANDES, Carlos Manoel, 388<br />
FERNANDES, Jairo Santos, 369<br />
FERNANDES, Willian Ricardo da Silva, 575<br />
FERRARI, Maria Aparecida Lopes, 211<br />
FERREIRA, Ana Cássia Sarmento, 536<br />
FERREIRA, Humberto Soares, 277<br />
FERREIRA, Márlia Regina Coelho, 178<br />
FERREIRA, Nelson Rosa, 134<br />
FERREIRA, Silvaney Fonseca, 130<br />
FIGUEIRA, Elder Augusto Guimarães, 353<br />
FIGUEIREDO, Elaine Lopes, 120<br />
FIGUEIREDO, Érika Maria Riebisch de, 606<br />
FIGUEIREDO, Francisco José Câmara, 164<br />
FIGUEIREDO, Luciene Dias, 39<br />
FIGUEIREDO, Raul Batista de, 1<br />
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de, 295, 412<br />
FIGUEIRÓ, Celso Luis Miranda, 234<br />
FINOTELO, Liane Fiúza de Mello, 458<br />
FONSECA, Adriana Figueiredo, 101<br />
FONSÊCA, Maria de Jesus da Conceição Ferreira, 195<br />
FONSECA, Rodrigo Teixeira D’Alincourt, 576<br />
FONTES JÚNIOR, Enéas de Andrade, 478<br />
FRAGA, Elmary da Costa, 406<br />
FRAIHA NETO, Habib, 150<br />
FRANCA, João Guedes da, 212<br />
FRANCO, Edna Cristina Santos, 335<br />
FREIRE, Marco Aurélio Moura, 470<br />
FREITAS, Cristóvão Morelly Kaneyoshi Hashiguti de, 77<br />
FREITAS, Pedro Eduardo Bonfim, 492<br />
FREITAS, Virginia Tereza Neta, 638<br />
FURTADO, Adriano Penha, 479<br />
FURTADO, Ivaneide da Silva, 577<br />
451
452<br />
G<br />
GADELHA, Maria Apolonia da Costa, 639<br />
GALO, Katiany Rocha, 121<br />
GIESE, Elane Guerreiro, 513<br />
GOCH, Ynglea Georgina de Freitas, 354<br />
GOMES, Bruno Duarte, 493<br />
GOMES, Cleidson Paiva, 389<br />
GOMES, Denyse Maria de Almeida, 56<br />
GOMES, Francinaldo Lobato, 322<br />
GOMES, Grazielle Fernanda Evangelista, 379<br />
GOMES, Ivanete Almeida, 370<br />
GOMES, Jorge Evandro Santos, 40<br />
GOMES, Patrick Abdala Fonseca, 336<br />
GUEDES, Andréa Madalena Maciel, 135<br />
GUIA, Ana Patrícia de Oliveira Mares, 2<br />
GUIMARÃES, Adriana Costa, 466<br />
GUIMARÃES, Andréa Krystina Vinente, 122<br />
GUIMARÃES, Danielly de Oliveira, 380<br />
GUIMARÃES, Delma Gomes, 550<br />
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo, 179, 213<br />
GUIMARÃES, Leda Rezende Cardoso, 480<br />
H<br />
HALMENSCHLAGER, Fábio Leandro, 24<br />
HAMOY, Igor Guerreiro, 459<br />
HAMOY, Moisés, 337<br />
HARADA, Maria Lúcia, 152<br />
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto, 223, 506<br />
HERCOS, Alexandre Pucci, 578<br />
HERNÁNDEZ RUZ, Emil José, 551<br />
HERRERA, José Antonio, 25<br />
HONDERMANN NUNEZ, Juan Bosco, 235<br />
I<br />
IMBIRIBA, Emir Palmeira, 70<br />
INTINI, João Marcelo, 32<br />
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui, 193, 267<br />
IWANAGA, Simone, 514<br />
J<br />
JARDIM, Mário Augusto Gonçalves, 180<br />
JENNINGS, Yara Lúcia Lins, 640<br />
JESUS, Maria do Socorro Bandeira de, 619<br />
JESUS, Maria Nilza de, 26<br />
JUNES, Katiana de Sales, 305
K<br />
KALIF, Kemel Amim Bittencourt, 529<br />
KETELHUT, Suzana Maria, 517<br />
KHAYAT, Alessandra Iamanouth de Farias, 704<br />
KHAYAT, André Salim, 323<br />
L<br />
LACERDA, Dailton Alencar Lucas de, 620<br />
LAGO, Maria Regina Teixeira, 8<br />
LAMEIRA, Ana Paula Guimarães, 525<br />
LAUANDE, Eduardo Andre Risuenho, 47<br />
LAURENTINO, Rogério Valois, 402<br />
LEAL, Eliane Constantino, 9<br />
LEAL, Walace Gomes, 306<br />
LEÃO, Renato Augusto Carvalho, 481<br />
LEITE, Angela Maria Conte, 160<br />
LEITE, Daniela Soares, 460<br />
LEITE, Mauro de Meira, 461<br />
LIBERAL, Siany da Silva, 345<br />
LIBONATI, Rosana Maria Feio, 196, 598<br />
LIMA, Almira Cláudia Marinho, 268<br />
LIMA, Ana Caroline de, 579<br />
LIMA, Antonio Marcos Sousa de, 346<br />
LIMA, Consuelo Lúcia Sousa de, 248<br />
LIMA, Edna Porfírio de, 684<br />
LIMA, Eleonidas Moura, 338<br />
LIMA, Francisco Valcenir Araújo de, 61<br />
LIMA, Janaina Reis Ferreira, 580<br />
LIMA, Jô de Farias, 381<br />
LIMA, Jucivaldo Dias, 543<br />
LIMA, Karla Valéria Batista, 413<br />
LIMA, Luciana Vieira do Rêgo, 685<br />
LIMA, Patrícia Danielle Lima de, 422<br />
LIMA, Paulo Roberto Galdino de, 62<br />
LIMA, Rafael Rodrigues, 494<br />
LIMA, Silene Maria Araújo de, 214<br />
LIMA, Telma Vitorina Ribeiro, 686<br />
LINS, Roseana Telles, 136<br />
LIRA, José Antonio, 41<br />
LOPES, Barto Monteiro, 48<br />
LOPES, Carmen Andréa Freitas, 687<br />
LOPES, Cristina Ferreira Alves, 63<br />
LOPES, Kelven Stella, 109<br />
LOURENÇO, Lúcia de Fátima Henriques, 169<br />
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito, 165<br />
M<br />
MACAMBIRA, Maria Lúcia Jardim, 201<br />
453
454<br />
MACEDO, Lídia Carolina da Silva, 87<br />
MACÊDO, Raquel Soares Cavaleiro de, 102<br />
MACHADO, Luiz Fernando Almeida, 278<br />
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas, 185, 269<br />
MAGALHÃES, André Luiz Perez, 360<br />
MAGALHÃES, Mioni Thieli Figueiredo, 669<br />
MAGNO, Ismaelino Mauro Nunes, 641<br />
MAGNO, José Emílio Campos, 642<br />
MAIA, Paulo Henrique Sá, 110<br />
MANESCHY, Rosana Quaresma, 78<br />
MARCELIANO, Maria Luiza Videira, 202<br />
MARINHO, Anderson Nonato do Rosário, 423<br />
MARQUES, Rejane Corrêa, 621<br />
MARQUES-SILVA, Nelane do Socorro, 355<br />
MARSOLA, Lourival Rodrigues, 670<br />
MARTINS, Lívia Caricio, 403<br />
MARTINS, Luisa Caricio, 324, 407<br />
MARTINS, Simone de Souza, 537<br />
MARTINS, Valéria de Carvalho, 643<br />
MASCARENHAS, Ronald Cristovão de Souza, 111<br />
MATOS, Lucilda Maria Sousa de, 42<br />
MATOS, Patrícia Santos, 296<br />
MAUÉS, Luís Antônio Loureiro, 482<br />
MEDEIROS, Daniele Barbosa de Almeida, 404<br />
MEDEIROS, Manuel Alfredo Araújo, 224<br />
MEDINA, Gabriel, 27<br />
MEIRELES, Carla Maria Marques, 161, 207<br />
MELO, Ana Cláudia do Amaral, 203<br />
MELO, Ana Ely Esteves de Oliveira, 563<br />
MELO, Cláudia Cristina de Souza de, 538<br />
MELO, Mauro André Damasceno de, 443<br />
MENDES, Antônio Carlos de Barros, 157<br />
MENDES, Fabrício Lemos de Siqueira, 518<br />
MENDES, Yvone Gabbay, 270<br />
MENDONÇA, Clécio Leandro Gomes de, 88<br />
MENDONÇA, José Ricardo Alfaia de, 390<br />
MENESCAL, Luciana Alcantarino, 462<br />
MENEZES, Antônio José Elias Amorim de, 10<br />
MENEZES, Elytânia Veiga, 424<br />
MENEZES, Ilmarina Campos de, 271<br />
MESQUITA, Francisco Carlos Lopes de, 607<br />
MILHOMEM, Susana Suely Rodrigues, 467<br />
MIRANDA, Antônio Marcos Mota, 688<br />
MIRANDA, Esther Castello Branco Mello, 608<br />
MIRANDA, Moysés dos Santos, 483<br />
MIRANDA, Rozinéia de Nazaré Alberto, 644<br />
MODESTO, Ana Sheyla Falcão, 671<br />
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis, 509, 530<br />
MORAES, Edilson Carvalho de, 279<br />
MORAES, Mateus Fuchshuber, 442<br />
MOREIRA, Caroline Aquino, 468<br />
MOREIRA, Lucinda Maria Dutra de Souza, 622<br />
MOTA, Zandra da Silva e, 588<br />
MOTTA, Fábio José Nascimento, 434
MOURÃO, Patrícia de Lucena, 33<br />
MÜHLEN, Eduardo Matheus Von, 564<br />
MUNIZ, Izaura da Conceição Magalhães, 565<br />
MUNIZ, José Augusto Pereira Carneiro, 225<br />
N<br />
NAHÚM, Benjamim de Souza, 66<br />
NAKAYAMA, Luiza, 154<br />
NASCIMENTO, Aline Lira do, 444<br />
NASCIMENTO, Ana Claudeise Silva do, 28<br />
NASCIMENTO, Eliana da Silva, 339<br />
NASCIMENTO, Manoel Euclides do, 272<br />
NASCIMENTO, Regina Socorro Virgolino do, 236<br />
NEGRÃO, Andréa Maria Góes, 64, 419<br />
NEVES, Dilma Costa de Oliveira, 645<br />
NEVES, Jane Monteiro, 589<br />
NEVES, José Joaquim de Oliveira, 623<br />
NEVIS, Andréia Barbosa das, 391<br />
NOGUEIRA, Oscar Lameira, 162<br />
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues, 307, 414<br />
NUNES, Andréa Ferreira Portela, 209<br />
NUNES, Heloisa Marceliano, 672<br />
NUNES, Marco Aurélio Leite, 181<br />
O<br />
OIKAWA, Teiichi, 646<br />
OKADA, Yukari, 249<br />
OLIVEIRA, Carlos Douglas de Sousa, 11<br />
OLIVEIRA, Carlos Magno Chaves, 79<br />
OLIVEIRA, César Augusto Teixeira de, 705<br />
OLIVEIRA, Ciane Martins de, 340<br />
OLIVEIRA, Consuelo Silva de, 609<br />
OLIVEIRA, Darleise de Souza, 445<br />
OLIVEIRA, Dvandro Pedro de, 43<br />
OLIVEIRA, Euzébio de, 397<br />
OLIVEIRA, Fabíola Raquel Tenório, 308<br />
OLIVEIRA, Francisco Pereira de, 371<br />
OLIVEIRA, Francisco Williams Ribeiro de, 297<br />
OLIVEIRA, Jefferson Pinto de, 89<br />
OLIVEIRA, José Sebastião Romano de, 49<br />
OLIVEIRA, Lia Cunha de, 237<br />
OLIVEIRA, Manuela França de, 325<br />
OLIVEIRA, Mara Rita Duarte de, 29<br />
OLIVEIRA, Myriam Cyntia Cesar de, 12<br />
OLIVEIRA, Raimundo Paulo Costa de, 706<br />
OLIVEIRA, Ricardo Bezerra de, 472<br />
OLIVEIRA, Rosa de Souza, 50<br />
OLIVEIRA, Roseane Borner de, 90<br />
OLIVEIRA, Rosete da Silva, 361<br />
OLIVEIRA, Salma Gomes de, 326<br />
455
456<br />
OLIVEIRA, Silvio Abner Lameira de, 112<br />
P<br />
PACHECO, Amariles Maria das Graças Ferreira, 590<br />
PAES, Andréa Luzia Vaz, 673<br />
PALHA, Teresinha de Jesus Brabo de Ferreira, 425<br />
PALHETA, Dulcidéia da Conceição, 197<br />
PALHETA, Glauber David Almeida, 113<br />
PANTOJA, Wendell Mauro Soeiro, 341<br />
PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira, 624<br />
PARREIRA, Rogério José, 298<br />
PASSOS, Adelaide da Conceição Fonseca, 347<br />
PAULA, Soraya Nedeff de, 625<br />
PAULO, Tatiana Freitas, 446<br />
PEDROSA, Marise Prímola, 166<br />
PEIXOTO, Lecir Aparecida, 13<br />
PEIXOTO, Marília Sakamoto, 501<br />
PEIXOTO, Raquel Lima, 435<br />
PEIXOTO, Sandra Nazaré Bastos, 356<br />
PELAIS, Ana Carla, 147<br />
PENELA, Armando Sequeira, 327<br />
PEREIRA, Carmen Lúcia de Oliveira, 14<br />
PEREIRA, Elza Alves, 674<br />
PEREIRA, Jacilea Maria, 342<br />
PEREIRA, Kalena de Melo Maranhão, 707<br />
PEREIRA, Rodolfo Fernando Moraes, 544<br />
PEREIRA JÚNIOR, Antônio, 215<br />
PERES, Ariadne da Costa, 519<br />
PÉREZ RONDÓN, Gabriela del Mar, 71<br />
PERNA, Sirnoel José Quaresma, 447<br />
PESSOA, Cleane Pantoja, 91<br />
PICANÇO, Nayma da Silva, 123<br />
PIMENTA, Adriana do Socorro Coelho, 647<br />
PIMENTA, Flávio Eduardo, 566<br />
PINHEIRO, Helder Henrique Costa, 708<br />
PINHEIRO, Maria da Conceição Nascimento, 469<br />
PINTO, Ana Yecê das Neves, 599<br />
PINTO, Eliana Vieira, 309<br />
PINTO, Gabriel Silva, 539<br />
PINTO, Giovanny Rebouças, 426<br />
PINTO, José Ribamar da Silva, 15<br />
PINTO, Samuel Viegas, 137<br />
PIRES, Andréa Ferreira, 273<br />
PIRKER, Lilianne Esther Mergulhão, 531<br />
PLAUTZ JÚNIOR, Helio Longoni, 448<br />
POMPEU, Darly Rodrigues, 148<br />
PRAXEDES, Catarina de Lurdes Bezerra, 567
Q<br />
QUADROS, Manoel Luciano Aviz de, 392<br />
QUARESMA, Mariana do Socorro Maciel, 648<br />
QUEIROZ, Helder Lima de, 250<br />
R<br />
RAMOS, Alessandra de Rezende, 299, 408<br />
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula, 675<br />
RAMOS, Patrícia Karla Santos, 310<br />
RAMOS, Rosemar Silva Luz, 198, 280<br />
RAMOS, Teresa Cristina, 649<br />
RASSY, Maria Elizabete de Castro, 650<br />
RAVETTA, André Luís, 532<br />
REBELLO, Fabrício Khoury, 34<br />
REBELO, Monaliza Maia, 138<br />
RÊGO, Deolinda da Graça, 591<br />
REGO, Péricles Sena do, 427<br />
REIS, Adriana Novaes dos, 80<br />
REIS, Fernando Vinícius Faro, 676<br />
REIS, Maria de Nazaré Ferreira, 16<br />
REIS, Ruy Edmundo Max Lopes dos, 204<br />
RESTOM, Teresa Garcia, 251<br />
REZENDE, Manoel Antônio Costa de, 694<br />
RIBAS, Simone Augusta, 495<br />
RIBEIRO, Claudete Teles, 662<br />
RIBEIRO, Kleber Dias, 651<br />
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão, 311, 415<br />
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho, 186, 238<br />
RIBEIRO JÚNIOR, Marco Antônio, 581<br />
RICETTI, Janael, 552<br />
RÍMOLI, José, 187<br />
ROCHA, Ângela Pereira da, 449<br />
ROCHA, Carlos Alberto Machado da, 312<br />
ROCHA, Daniela Cristiane da Cruz, 343<br />
ROCHA, Emiliana Guerra da, 313<br />
ROCHA, Fernando Allan de Farias, 344<br />
ROCHA, José Almir Moraes da, 252<br />
ROCHA, Márcia Cardoso, 328<br />
ROCHA, Mônica Monteiro Barros da, 520<br />
ROCHA, Roberta Valente da, 274<br />
ROCHA, Rossineide Martins da, 205<br />
RODRIGUES, Alessandra Epifânio, 131<br />
RODRIGUES, Antônio Augusto Ferreira, 216<br />
RODRIGUES, Elzemar Martins Ribeiro, 428<br />
RODRIGUES, Helena do Nascimento Araújo, 709<br />
RODRIGUES, Jackson Douglas, 300<br />
RODRIGUES, Luciana de Moraes, 362<br />
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro, 281, 416<br />
RODRIGUES, Maria de Jesus Jorge, 92<br />
RODRIGUES, Rosa Maria da Silva, 398<br />
457
458<br />
RODRIGUES, Rosely Valéria, 652<br />
ROJAS, Márcia de Fátima Maciel de, 653<br />
ROLIM FILHO, Sebastião Tavares, 124<br />
ROMA, Júlio César, 253<br />
ROTHBARTH, Cláudia Pires, 710<br />
RUFFEIL, Luis Augusto Araújo dos Santos, 553<br />
S<br />
SAITO, Cezar Akiyoshi, 473<br />
SAITO, Kunihiro, 711<br />
SALDANHA, Nélio, 526<br />
SALOMÃO, Rafael de Paiva, 226<br />
SAMPAIO, Dioniso de Souza, 372<br />
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha, 151<br />
SAMPAIO, Patrícia Brito, 139<br />
SAMPAIO, Vanderson de Souza, 450<br />
SANTA BRÍGIDA, Erikson Luiz, 399<br />
SANTA-BRÍGIDA, Marluce Reis Souza, 17<br />
SANTANA, Daniela dos Santos, 373<br />
SANTANA, Elaine Maria de, 654<br />
SANTANA, Maxwell Barbosa de, 496<br />
SANTIAGO, Lucídia Fonseca, 282<br />
SANTOS, Ana Cecília Feio, 436<br />
SANTOS, Ândrea Kelly Campos Ribeiro dos, 217<br />
SANTOS, Carla Christiani Bastos dos, 329<br />
SANTOS, Cláudia Dourado dos, 712<br />
SANTOS, Cláudia Nunes, 199, 283<br />
SANTOS, Daniel Valle Vasconcelos, 497<br />
SANTOS, Dirceu Costa dos, 677<br />
SANTOS, Domingos Ezenildo Matos dos, 284<br />
SANTOS, Eduardo José Melo dos, 170<br />
SANTOS, Emanoel Oliveira dos, 498<br />
SANTOS, Emerson Monteiro dos, 533<br />
SANTOS, Helane Súzia Silva dos, 382<br />
SANTOS, Loraine de Oliveira Lauris dos, 51<br />
SANTOS, Marcelo Soares dos, 409<br />
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas, 507, 534<br />
SANTOS, Mirleide Cordeiro dos, 689<br />
SANTOS, Ney Pereira Carneiro dos, 451<br />
SANTOS, Núbia de Fátima Alves dos, 132<br />
SANTOS, Ricardo Neves, 502<br />
SANTOS, Ricardo Rodrigues dos, 540<br />
SANTOS, Ronildon Miranda dos, 568<br />
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno, 194, 285<br />
SANTOS, Simoni Sousa dos, 357<br />
SANTOS, Sônia Maria Lima, 363<br />
SANTOS, Suzane Câmara Tourinho dos, 486<br />
SARÁTY FILHO, Miguel, 330<br />
SARMENTO, Célia Maria Braga, 301<br />
SCERNI, Ana Carolina Costa, 463<br />
SEDOVIM, Waldelice Maria da Rocha, 374<br />
SEGURA, Maria de Nazaré de Oliveira, 286
SEIXAS, Vitória Nazaré Costa, 125<br />
SELIGMANN, Igor Chamon Assumpção, 429<br />
SENA, Chubert Bernardo Castro de, 484<br />
SENA, Leonardo dos Santos, 287<br />
SERRA, Anderson Borges, 44<br />
SERRA, Raphael Borges, 487<br />
SILVA, Adailton Moreira da, 314<br />
SILVA, Alessandra de Azevedo Rodrigues da, 545<br />
SILVA, Alessandra Eluan da, 149<br />
SILVA, Ana de Nazaré Martins da, 331<br />
SILVA, Ana Gracinda Ignácia da, 595<br />
SILVA, Artur Luiz da Costa da, 254<br />
SILVA, Bianca Bentes da, 554<br />
SILVA, Bibiane Monteiro da, 690<br />
SILVA, Cláudia Maria Carneiro Kahwage, 18<br />
SILVA, Daiane Evangelista Aviz da, 393<br />
SILVA, Débora Soraya Martins da, 67<br />
SILVA, Dirlene Ferreira da, 126<br />
SILVA, Dorotéa de Fátima Lobato da, 302<br />
SILVA, Ederly Santos, 375<br />
SILVA, Elen Vanessa Costa da, 140<br />
SILVA, Eliana Lago, 713<br />
SILVA, Érica Bandeira da, 114<br />
SILVA, Fernando César Oliveira da, 303<br />
SILVA, Flávia Garcez da, 655<br />
SILVA, Flavio Ricardo Leal da, 437<br />
SILVA, Gicelle Maria Farias da, 127<br />
SILVA, Iracely Rodrigues da, 376<br />
SILVA, Joanilson Guimarães, 503<br />
SILVA, Juliana Araripe Gomes da, 438<br />
SILVA, Jurupytan Viana da, 93<br />
SILVA, Kátia Cristina de Araújo, 81<br />
SILVA, Klena Sarges Marruaz da, 115<br />
SILVA, Luis Mauro Santos, 19<br />
SILVA, Manoel Luiz Andrade da, 141<br />
SILVA, Mario Henrique Möler da, 142<br />
SILVA, Marizete Fonseca, 30<br />
SILVA, Mary Fernandes da, 239<br />
SILVA, Mônica Cristina de Moraes, 288<br />
SILVA, Mônica Moreira da, 348<br />
SILVA, Regina Célia Viana Martins da, 227<br />
SILVA, René Ribeiro da, 82<br />
SILVA, Rita do Socorro Uchôa da, 600<br />
SILVA, Silvana Conceição Campos da, 656<br />
SILVA, Simoni Santos da, 420<br />
SILVA, Suleima do Socorro Bastos da, 546<br />
SILVA, Telma Francisca Carvalho Frota e, 592<br />
SILVA FILHO, Ednaldo da, 430<br />
SILVA FILHO, Manoel da, 171, 218<br />
SILVA JÚNIOR, José de Souza e, 210<br />
SILVA JÚNIOR, Milton Gonçalves da, 377<br />
SILVA SOBRINHA, Márcia Costa, 83<br />
SILVEIRA, Lourdes Maria Garcez, 240<br />
SIMITH, Darlan de Jesus de Brito, 400<br />
459
460<br />
SIMÕES, Aquiles Vasconcelos, 3<br />
SIMON, Jaime Édson, 128<br />
SIQUEIRA, Maria Lúcia Souza, 332<br />
SOARES, Luana da Silva, 691<br />
SOARES, Soraia Melissa Failache, 52<br />
SODRÉ, Roberta Nice Salgado, 678<br />
SOUSA, Abisai de Oliveira, 188<br />
SOUSA, Alexandra Regina Bentes de, 358<br />
SOUSA, Eliane Brabo de, 394<br />
SOUSA, Gabriella Pante de, 189, 241<br />
SOUSA, Romier da Paixão, 20<br />
SOUSA, Walter Paixão de, 53<br />
SOUTO, Paulo Sérgio dos Santos, 206<br />
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço, 228, 510<br />
SOUZA, Ana Paula Santos, 54<br />
SOUZA, Augusto César Paes de, 547<br />
SOUZA, Danni Roberto Santos de, 569<br />
SOUZA, Givago da Silva, 488<br />
SOUZA, José Ricardo Soares Telles de, 167<br />
SOUZA, Luciane Lopes de, 511, 521<br />
SOUZA, Manuella Andrade de, 555<br />
SOUZA, Marcelo Nazareno Vallinoto de, 289<br />
SOUZA, Paulo Fernando Pimenta de, 663<br />
SOUZA, Raimunda Bandeira de, 593<br />
SOUZA, Renata Duarte de, 499<br />
SOUZA, Rosália Furtado Cutrim, 84<br />
SOUZA, Suely Basílio de, 512<br />
SUÁREZ, Pablo, 452<br />
T<br />
TAGLIARO, Cláudia Helena, 163<br />
TAVARES, Márcia Cristina, 103<br />
TEIXEIRA, Cláudio Eduardo Corrêa, 504<br />
TEIXEIRA, Cristina Rodrigues, 255<br />
TEIXEIRA, Frederico Machado, 582<br />
TEODORO, Danielle Matos Diniz, 143<br />
TOCANTINS NETO, Arnóbio Amanajás, 190<br />
TORRES, Marcelo Ferreira, 522<br />
TORRES, Vera Lúcia Scaramuzzini, 596<br />
TRAVASSOS, Alessandra Elisa Melo, 548<br />
TRINCA, Cristiano Trapé, 556<br />
TRINDADE, Rosimeire Lopes da, 557<br />
TUMA, Kiânia Nazaré de Souza, 657<br />
V<br />
VALE, Elivam Rodrigues, 692<br />
VALE, Paulo Arthur Almeida do, 364<br />
VALE, Roseilza Souza do, 359<br />
VALENTE, Maria do Socorro da Silva, 693<br />
VALENTE, Vera da Costa, 290
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário, 191, 256<br />
VALLINOTO, Izaura Maria Vieira Cayres, 257<br />
VARELA, Eduardo Sousa, 383<br />
VENTURA, Ana Maria Revorêdo da Silva, 601<br />
VIANA, Maria das Neves Silva, 410<br />
VIEIRA, Conceição de Maria Almeida, 242<br />
VIEIRA, José Ricardo dos Santos, 258, 417<br />
VIEIRA, Paulo Roberto, 45<br />
VIEIRA, Tatiana Martins, 570<br />
VINSON, Christina Cleo, 439<br />
W<br />
WALSH-MONTEIRO, André, 489<br />
WAUGHON, Tonye Gil Matos, 144<br />
WEIRICH, Judith, 602<br />
X<br />
XAVIER, Fábio Branches, 658<br />
XAVIER, Marília Brasil, 333, 471<br />
Y<br />
YAMADA, Elizabeth Sumi, 155, 208<br />
YOSHIOKA, France Keiko Nascimento, 421<br />
Z<br />
ZACCA, Carlos Alberto, 714<br />
461
462
INDICE DE ORIENTADOR<br />
A<br />
ABRUNHOSA, Fernando Araújo, 381, 392, 395, 400<br />
ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth, 594, 596<br />
AGUIAR, Suely Aparecida Marques, 520, 526, 576<br />
ALBALADEJO, Christophe, 4<br />
ALBVENAZ, Ana Luisa Kerti Mangabeira, 575, 582<br />
ALVES, Ana Cláudia Amoras, 711<br />
ALVES, Bruno Pereira, 696<br />
ALVES, Venâncio A. Ferreira, 610<br />
AMORIM, Cláudio Sérgio Carvalho de, 615, 622, 625<br />
AMORIM, Marúcia Irena Medeiros de, 618, 621, 649<br />
ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa de, 234<br />
ANDRADE, Maristela de Paula, 8, 39<br />
ARAÚJO, Álvaro Alberto de, 140<br />
ARAÚJO, Cláudio Vieira de, 107<br />
ARAÚJO, Silene Maria, 489<br />
AYRES, José Márcio Corrêa, 209, 273, 283<br />
AYRES, Manuel, 606<br />
B<br />
BANDEIRA, Adelmar Gomes, 201<br />
BARBOSA, Imke Bárbara Pfeifer, 74, 83<br />
BARBOSA NETO, José Diomedes, 79, 90, 94, 99, 102, 121<br />
BARROS, Regina Maria de Souza, 222, 224, 307, 311<br />
BARROSO, Regina Fátima Feio, 703, 705, 708<br />
BARTHEM, Ronaldo Borges, 219, 509, 518, 522, 524, 527, 530, 531, 541, 559, 561, 571<br />
BASTOS, Cleber Novais, 192<br />
BATISTA, Nildo Alves, 609<br />
BEASLEY, Colin Robert, 355, 359, 382, 389<br />
BERG, Maria Elizabeth Van den, 593<br />
BICUDO, Carlos Eduardo de Mattos, 227<br />
BONALDO, Alexandre Bragio, 549, 552, 569, 573<br />
BRITO, Arival Cardoso de, 327, 597, 628, 645, 666<br />
BRITTO, Luiz Roberto Giorgetti de, 221<br />
BURBANO, Rommel Mario Rodríguez, 323, 338, 346, 411, 422, 426, 429, 455, 460, 466<br />
C<br />
CAMARÃO, Ari Pinheiro, 60, 72, 88, 122, 167<br />
CARDOSO, Antonio, 25<br />
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz, 78, 91, 92, 125<br />
CASTRO, Edna Maria Ramos de, 361, 369, 374<br />
CAVALHEIRO, Felisberto, 158, 220<br />
CONCEIÇÃO, Maria de Fátima Carneiro da, 16, 36<br />
463
464<br />
CORRÊA, Adriano Maia, 702, 709<br />
CORRÊA, Nádia Cristina Fernandes, 142<br />
CORVELO, Tereza Cristina de Oliveira, 324, 626, 631, 634, 635, 650, 652, 675, 682, 683<br />
COSTA, Carlos Augusto Cordeiro, 17<br />
COSTA, Eduardo Augusto da Silva, 641, 663, 664, 671<br />
COSTA, Francisco de Assis, 56<br />
COSTA, Maria José Oliveira e Silva Jackson da, 28<br />
COSTA, Rauquírio André Albuquerque Marinho da, 360, 373, 394, 396<br />
CRUZ, Ermelinda do Rosário Moutinho da, 608<br />
D<br />
DENICH, Manfred, 235<br />
DIAS, Hilma Lúcia Tavares, 82, 93, 105, 114<br />
DIAS FILHO, Moacyr B., 67<br />
DINIZ, Cristovam Wanderley Picanço, 171, 212, 215, 218, 230, 233, 266, 306, 313, 472<br />
DINIZ, Domingos Luís Wanderley Picanço, 308, 319, 320, 330, 332, 345<br />
E<br />
ERDMANN, Alacoque Lorenzini, 591<br />
ESPÓSITO, Maria Cristina, 523<br />
F<br />
FARIA, Lênio José Guerreiro de, 141<br />
FARO, Lílian Rosana Ferreira, 496<br />
FEITOSA, Elisa da Silva, 587, 592<br />
FERNANDES, Marcus Emanuel Barroncas, 351, 353, 365, 372, 375, 390<br />
FERNÁNDEZ, Heriberto, 173<br />
FERRARI, Stephen Francis, 187, 211, 246, 247, 276, 508, 514, 521, 532, 537, 540, 546, 556, 560, 570<br />
FERREIRA, Laura Angélica, 53<br />
FERREIRA, Vânia Maria Moraes, 478, 487, 501<br />
FRAIHA NETO, Habib, 225, 290, 348, 659, 667<br />
FRANÇA, Luiz Ferreira de, 135<br />
FREITAS, José de Arimatéia, 86, 87, 89, 95, 98<br />
G<br />
GALATTI, Ulisses, 543, 548, 580<br />
GORAYEB, Inocêncio de Sousa, 210, 228, 249, 255, 268, 274, 533, 557<br />
GORAYEB, José Márcio Corrêa, 250<br />
GUERRA, Gutemberg Armando Diniz, 14, 20, 31, 33, 38, 45, 55<br />
GUERREIRO, João Farias, 166, 170, 186, 189, 238, 241, 256, 257, 339, 342, 417, 421, 440, 447, 456<br />
GUIMARÃES, Diva Anelie Araújo, 116, 118
H<br />
HARADA, Ana Yoshi, 510, 517<br />
HARADA, Maria Lúcia, 434, 445, 454<br />
HAY, John du Vall, 160<br />
HOMMA, Alfredo Kingo Oyama, 10, 23, 34, 162<br />
HURTIENNE, Thomas Peter, 13<br />
I<br />
ISHAK, Marluísa de Oliveira Guimarães, 334<br />
ISHAK, Ricardo, 150, 191, 217, 244, 270, 284, 605, 607, 614, 637, 638, 654<br />
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui, 665, 678, 694<br />
K<br />
KATO, Maria do Socorro Andrade, 11<br />
KATO, Osvaldo Ryohei, 37, 48, 49<br />
KLAUTAU, Eliza Burlamaqui, 697, 707<br />
L<br />
LAINSON, Ralph, 316<br />
LAMARÃO, Suely Maria Santos, 704<br />
LAZÉRA, Márcia dos Santos, 669<br />
LEAL, Wallace Gomes, 486, 491, 494, 499, 503, 712<br />
LEMOS, José Alexandre Rodrigues de, 340, 463, 468, 616, 632, 647<br />
LIMA, Fábio André Souto, 629<br />
LIMA, Silene Maria Araújo de, 344<br />
LINHARES, Alexandre da Costa, 686, 691<br />
LISBOA, Pedro Luiz Braga, 262<br />
LOPES, Creso Machado, 585<br />
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito, 69, 70, 108, 119, 120, 128, 129, 132<br />
M<br />
MACHADO, Luiz Fernando Almeida, 701<br />
MAGALHÃES, Bonifácio Peixoto, 157<br />
MAIA, José Guilherme Soares, 138<br />
MANESCHY, Maria Cristina Alves, 370, 385<br />
MARQUES, José Ribamar Felipe, 68, 110, 130, 131, 263, 279<br />
MARTENS, Irland Barroncas Gonzaga, 644<br />
MARTINS, Marlúcia Bonifácio, 545, 567, 568, 577<br />
MARTINS, Sérgio Roberto, 51<br />
MASCARENHAS, Bento Melo, 206, 252, 550<br />
MCGRATH, David Gibbs, 245<br />
MELO, Ana Claudia do Amaral, 479<br />
MENEZES, Maria de Nazaré Angelo, 41, 46<br />
MIRANDA, João Evandro da Silva, 714<br />
MOLNÁR, Éva Lászlóné, 57, 62, 64, 175<br />
465
466<br />
MOLNÁR, László, 61, 63, 282, 297<br />
MONTEIRO, Maria Rita de Cássia Costa, 642, 661, 672, 684, 687<br />
MOTA, Milton Guilherme da Costa, 271, 303<br />
MOURA, Eloisa Flora de Arruda, 604<br />
MOUTINHO, Paulo Roberto de Souza, 529<br />
MUCHAGATA, Márcia Regina Gonçalves, 5<br />
N<br />
NAGAMACHI, Cleusa Yoshiko, 281, 415, 416, 444, 458, 467<br />
NAHUM, Victoria Judith Isaac, 350, 352, 362, 364, 371, 377, 386, 391, 513, 516, 519, 554, 578<br />
NAKAYAMA, Luiza, 97<br />
NASCIMENTO, Francisco das Chagas Alves do, 133<br />
NASCIMENTO, José Luiz Martins do, 177, 182, 333, 337, 341, 347, 469, 471, 475, 481, 482, 484<br />
NEPSTAD, Daniel Curtis, 226, 251<br />
NEVES, Delma Pessanha, 22<br />
NOGUEIRA, Antonio José da Silva, 699, 713<br />
NUNES, Andréa Ferreira Portela, 563, 566<br />
NUNES, Zélia Maria Pimentel, 368<br />
O<br />
OHASHI, Otávio Mitio, 75, 76, 80, 188, 194, 198, 275, 277, 285, 419, 483, 490, 525, 536<br />
OLIVEIRA, Edivaldo H. C. de, 498<br />
OLIVEIRA, Ney Cristina Monteiro de, 30<br />
OREN, David Conway, 202, 216, 223, 253, 506, 515, 528<br />
OVERAL, William Leslie, 204, 572<br />
OZIER-LAFONTAINE, Harry, 19<br />
P<br />
PAIVA, Rosildo Santos, 106, 113<br />
PAPAVERO, Nelson, 544<br />
PENA, Rosinelson da Silva, 144<br />
PEREIRA, Henrique dos Santos, 15<br />
PEREIRA, Luci Cajueiro Carneiro, 376, 380, 387, 397<br />
PEREIRA JÚNIOR, Antônio, 470<br />
PERRY, Victor Hugh, 168<br />
PESSOA, Oscar Faciola, 706, 710<br />
PIECKZARKA, Júlio César, 314, 343, 408, 414, 452, 453, 547<br />
PINHEIRO, João de Jesus Viana, 698<br />
PINHEIRO, Lena Vânia Ribeiro, 42<br />
PIRES, Teresa Cristina Sauer de Ávila, 539, 551, 581<br />
POMPÍLIO, Maria José, 583<br />
POTIGUARA, Raimunda Conceição de Vilhena, 272<br />
POVOA, Marinete Marins, 65, 185, 243, 269, 286, 288, 293, 315, 317, 329, 331, 619, 620, 653, 668<br />
PRUDENTE, Ana Lúcia da Costa, 535, 574, 579
Q<br />
QUEIROZ, Helder Lima de, 100, 109, 111<br />
R<br />
RAMOS, Claudia Azevedo, 35<br />
REYNAL, Vicent de, 1, 12<br />
REZENDE, Manoel Barbosa de, 602, 611, 617, 624, 630, 639, 656<br />
RIBEIRO, Haroldo Francisco Lobato, 73, 85, 115, 123, 124<br />
RIBEIRO, Karla Tereza Silva, 126<br />
RIVERA, Irma Nelly Gutierrez, 248<br />
ROBERT, Pascale de, 18<br />
ROCHA, Rossineide Martins da, 127<br />
ROCHA NETO, Olinto Gomes da, 164, 265<br />
RODRIGUES, Antônio Manoel da Cruz, 137, 143, 146<br />
ROGEZ, Hervé, 139, 145, 147, 148<br />
ROSA, Amélia Paes de Andrade Travassos da, 242, 278, 309<br />
ROSA FILHO, José Souto, 388, 393<br />
S<br />
467<br />
SÁ, Samuel Maria de Amorim e, 52<br />
SÁ, Tatiana Deane de Abreu, 44<br />
SAINT-PAUL, Ulrich, 354<br />
SALGADO, Cláudio Guedes, 648, 657, 690<br />
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha, 176, 199, 294, 295, 312, 356, 357, 358, 366, 367, 379, 398, 406, 410, 418,<br />
439<br />
SANTOS, Alberdan Silva, 134<br />
SANTOS, Ândrea Kely Campos Ribeiro dos, 318, 423, 436, 441, 449, 451<br />
SANTOS, Eduardo José Melo dos, 431, 432, 433, 435, 461<br />
SANTOS, João Ubiratan Moreira dos, 260<br />
SANTOS, Sidney Emanuel Batista dos, 292, 300, 302, 401, 407, 425, 428, 437, 442, 446, 457, 459<br />
SANTOS FILHO, Benedito Gomes dos, 181<br />
SCHMITZ, Heribert, 3, 40, 43<br />
SCHNEIDER, Horácio, 151, 152, 153, 172, 193, 203, 205, 229, 258, 298, 349, 378, 405, 412, 420, 427, 438<br />
SCHNEIDER, Maria Paula Cruz, 154, 161, 163, 207, 254, 261, 287, 289, 328, 409, 413, 462, 465<br />
SEVERO, Luiz Carlos, 613<br />
SHANLEY, Patrícia, 27<br />
SHAW, Jeffrey Jon, 240, 267, 296, 304, 310, 336<br />
SILVA, Artur Luiz da Costa da, 424, 430, 443, 448, 450<br />
SILVA, Edilene Oliveira da, 480<br />
SILVA, José Maria Cardoso da, 195, 505, 507, 511, 512, 534, 542, 555<br />
SILVA, José Natalino Macedo, 237<br />
SILVA, Luiz Carlos Santana da, 464, 492, 495<br />
SILVA, Luiz Hidelbrando Pereira da, 636<br />
SILVA, Luiza Helena Meller da, 136, 149<br />
SILVA, Manoela Ferreira Fernandes da, 156, 178, 184, 239<br />
SILVA FILHO, Manoel da, 474, 488, 493, 497, 500, 502<br />
SILVA JÚNIOR, José de Sousa e, 558, 565<br />
SILVEIRA, Fernando Tobias, 627, 633, 640, 674, 677, 685
468<br />
SILVEIRA, Luiz Carlos de Lima, 155, 174, 208, 214, 232, 236, 473, 504, 658<br />
SILVEIRA, Ronis da, 553, 564<br />
SIMÃO NETO, Miguel, 2, 165, 169<br />
SIMONIAN, Ligia Terezinha Lopes, 21<br />
SOUSA, Rita Catarina Medeiros, 670, 673, 676, 679, 689<br />
SOUZA, José Maria de, 183, 196, 231, 326, 598, 599, 600, 601, 603, 623, 680<br />
SOUZA, Orlando Nobre Bezerra de, 6, 29, 47, 50<br />
SOUZA, Raimundo Aderson Lobão de, 81, 84, 101, 103, 112, 117<br />
SOUZA JÚNIOR, Mário Honorato Silva e, 695, 700<br />
T<br />
TAGLIARO, Cláudia Helena, 363, 383, 384<br />
TEIXEIRA, Elizabeth, 584, 586, 588, 589, 590, 595<br />
TOLEDO, Peter Mann de, 321, 325, 538, 562<br />
TOMAZ, Carlos Alberto Bezerra, 264<br />
TRINDADE, Dinaldo Rodrigues, 200<br />
TÚRY, Ernö, 190<br />
V<br />
VALE, William Gomes, 66, 71, 96, 159, 179, 213, 280<br />
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário, 402<br />
VALLINOTO, Marcelo, 399<br />
VASCONCELOS, Pedro Fernando da Costa, 403, 404, 476, 662, 681<br />
VEIGA, Jonas Bastos da, 104, 291, 301, 58, 59, 77<br />
VEIGA JÚNIOR, Iran Pereira, 24, 26, 32, 54<br />
VENTURIERI, Giorgini Augusto, 299<br />
VIEIRA, Ima Célia Guimarães, 7, 9, 180, 259<br />
VIEIRA, José Luiz Fernandes, 612, 643, 646, 651, 655, 660, 688, 692, 693<br />
VILLA, Luisa Lina, 305<br />
Y<br />
YAMADA, Elizabeth Sumi, 197, 322, 335, 477, 485