O Papel | Julho 2019
Fmais | Design e comunicação > Cliente: ABTCP > Job: criação e design editorial
Fmais | Design e comunicação
> Cliente: ABTCP
> Job: criação e design editorial
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ENTREVISTA
CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL
GARANTIRÁ AO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
MAIOR PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL
NA PRÓXIMA DÉCADA
POR CAROLINE MARTIN
Especial para O Papel
O
estudo Outlook Fiesp 2028 – Projeções para
o Agronegócio Brasileiro, elaborado pelo Departamento
do Agronegócio (Deagro) da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), apontou que o agronegócio brasileiro segue avançando
acima da média mundial. Mesmo diante de um cenário
internacional nebuloso – especialmente pela guerra
comercial instaurada entre Estados Unidos e China –, a sua
sustentabilidade deve ser mantida na próxima década, com
ganho de participação no mercado mundial entre as principais
commodities que produz e exporta, como soja, milho,
açúcar e celulose.
Na entrevista a seguir, Antonio Carlos Costa, gerente do
Deagro da Fiesp, detalha os resultados levantados pelo estudo
que reúne as projeções do setor para a próxima década,
em termos de produção, produtividade, área plantada,
consumo doméstico e exportações, e faz uma análise sobre
o cenário que envolve a indústria nacional de celulose.
O Papel – Como o estudo é realizado e a que ele
se propõe?
Antonio Carlos Costa, gerente do Departamento do
Agronegócio da Fiesp – O estudo se propõe a apresentar as
estimativas de longo prazo do agronegócio brasileiro para
as principais commodities produzidas e/ou exportadas pelo
Brasil, em termos de produção, produtividade, área plantada,
consumo doméstico, exportações, entre outras informações.
Isso tudo de maneira aberta e gratuita, auxiliando
a tomada de decisões estratégicas das indústrias, como o
planejamento de investimentos. O modelo, que vem sendo
aperfeiçoado ano a ano, estabelece um balanço de oferta e
demanda mundial de alimentos, fibra e energia. Do lado
do consumo: calcula as demandas de cada país a partir das
expectativas de aumento da população (ONU) e da renda
per capita (FMI), combinados às elasticidades-renda dos
alimentos. Do lado da oferta: projeta a produção dos alimentos
com base na tendência da produtividade e da área
disponível em cada um dos principais produtores, sendo o
Brasil a variável-chave para fechar o balanço. As projeções
adotam pressupostos que podem ser modificados ao longo
do período considerado, como eventos climáticos mais severos,
abertura de mercados, modificação de status sanitário
e redução ou aumento do protecionismo internacional.
Essas são apenas algumas das variáveis que podem afetar as
expectativas para os produtos pesquisados.
O Papel – A quais principais conclusões o Outlook
Fiesp 2028 chegou? Quais tendências de
curto, médio e longo prazos foram identificadas?
Costa – O agronegócio não está isolado do restante da
economia e, por essa razão, o cenário macroeconômico (nacional
e internacional) pode afetar de maneira importante a
dinâmica de crescimento do agronegócio brasileiro e pode
trazer volatilidade no curto prazo. Para o cenário macro internacional,
o estudo considera que o ano de 2019 deverá ser
marcado por um crescimento mundial relativamente bom,
embora exista um claro sinal de desaceleração das principais
economias. Fatores como protecionismo e a guerra comercial
entre Estados Unidos e China trazem um grau de incerteza
muito grande e distorções no comércio internacional
26 Revista O Papel • Julho/July 2019