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A-Rainha-Vermelha-Victoria-Aveyard

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— Obrigada, Gi — cochicho em sua orelha. Ela sabe que o

agradecimento não é só por hoje.

— A loja de Salla é ali, no toldo azul.

Ela aponta para uma loja minúscula no fim de uma travessa, apertada

entre dois cafés.

— Se precisar de mim, estarei lá.

— Não vou precisar — respondo rápido. — Mesmo que tudo dê errado,

não vou envolver você.

— Ótimo.

Ela então agarra minha mão e a aperta por um segundo.

— Cuidado — avisa. — Isto aqui está lotado hoje, mais do que o normal.

— Mais lugares para se esconder — digo, com um sorrisinho no rosto.

Mas sua voz é séria.

— Mais agentes também.

Continuamos a caminhada. Cada passo nos aproxima do momento em

que ela me deixará sozinha neste lugar estranho. Sinto uma pontada de

pânico quando Gisa tira a mochila das minhas costas com gentileza.

Chegamos à loja.

Para me acalmar, murmuro para mim mesma:

— Não falar com ninguém, não encarar ninguém. Não parar. Saio por

onde entrei, o Portal do Jardim. O policial remove minha fita e eu continuo

a andar.

Gisa confirma minhas palavras assentindo. Seus olhos estão arregalados,

temerosos e talvez mesmo esperançosos:

— São dezesseis quilômetros daqui até nossa casa — concluo.

— Dezesseis quilômetros até nossa casa — ela repete.

Desejando com todas as forças poder acompanhá-la, observo Gisa

desaparecer sob o toldo azul. Ela me trouxe até aqui. Agora é minha vez de

agir.

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