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A-Rainha-Vermelha-Victoria-Aveyard

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Walsh me apressa e bota uma bandeja com taças brilhantes nas minhas

mãos. Com certeza eu poderia comprar minha liberdade e a de Kilorn com

elas, mas o Palacete tem um guarda em cada porta ou janela. Nunca

conseguiria escapar de tantos agentes, nem com toda a minha habilidade.

— O que vai acontecer hoje? — pergunto, demonstrando minha

ignorância. Uma mecha escura de cabelo cai sobre meus olhos. Nem tenho

chance de soprá-la para cima: Walsh a bota de volta no lugar e prende com

um grampo minúsculo, com movimentos rápidos e precisos. — Fiz uma

pergunta idiota? — emendo.

— Não. Eu também não sabia disso antes de começarmos os

preparativos. Afinal, há mais de vinte anos isso não acontece, desde a

escolha da rainha Elara — ela começa, tão rápida que quase não distingo as

palavras. — Hoje é a Prova Real. As filhas das Grandes Casas, das mais

ilustres famílias prateadas, vieram se oferecer ao príncipe. Vai acontecer

uma grande festa, mas agora elas estão no Jardim Espiral, preparando-se

para se apresentar ao príncipe na esperança de serem escolhidas. Uma

dessas meninas será a próxima rainha. Estão brigando com unhas e dentes

pela chance.

Uma imagem de um bando de pavões me vem à mente.

— Mas como é? Elas dão uma voltinha, dizem umas palavras e piscam

pra ele?

Walsh torce o nariz e balança a cabeça.

— Improvável… — responde. Em seguida, com brilho nos olhos,

anuncia: — Você está escalada para hoje, então vai ter a chance de ver com

os próprios olhos.

A porta agiganta-se adiante, feita de madeira esculpida e vidro

trabalhado. Um criado a abre para dar passagem a uma fila de uniformes

vermelhos. Então chega minha vez.

— Você não vem? — Até eu ouço o desespero na minha voz, quase

implorando para Walsh vir comigo. Mas ela recua e me deixa só. Antes de

atrasar a fila ou arruinar de outro jeito o grupo organizado de criados, forçome

a seguir em frente e sair ao sol naquilo que Walsh chamou de Jardim

Espiral.

No começo, sinto que estou em outra arena como a do meu vilarejo. O

terreno desce em círculos para formar um anfiteatro imenso, mas, em vez

de bancos de pedra, cada curva está apinhada de mesas e cadeiras

aveludadas. Plantas e fontes enfeitam os degraus, fazendo assim a divisão

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