Revista Contato VIP Medicina e Saúde - Setembro de 2020 - Marau/RS
Confira na íntegra a edição de abril da Revista Contato VIP Medicina e Saúde, que traz o especiais sobre a nova geração de profissionais da saúde e prevenção na pandemia. Circulação nas cidades de Carazinho, Passo Fundo e Marau/RS
Confira na íntegra a edição de abril da Revista Contato VIP Medicina e Saúde, que traz o especiais sobre a nova geração de profissionais da saúde e prevenção na pandemia. Circulação nas cidades de Carazinho, Passo Fundo e Marau/RS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O que podemos chamar de
família?
"A ideia do fim definitivo da família é uma fantasia que existe desde sempre”
Elisabeth Roudinesco
Um dos grandes desafios atuais é o surgimento de
novas configurações familiares ou novos arranjos
ou novas famílias. São novas formas de ligações
afetivas entre sujeitos que se diferenciam da família
dos padrões tradicionais. Temos as famílias
monoparentais formada por qualquer um dos pais
e seus descendentes. Famílias homoparentais
quando os pais são do mesmo sexo; famílias
adotivas quando a criança não é filha biológica dos
pais; famílias compostas por pessoas transgeneros.
Por sua vez, família reconstituída, também chamada
de família recomposta ou pluriparental, é aquela
estrutura familiar originada do casamento ou união
estável de um casal, na qual um ou ambos de seus
membros têm um ou vários filhos de relações
anteriores e surge então a chance de formação de
uma nova família. Já a família temporária é uma
medida protetiva excepcional e temporária, ou seja,
tem prazo determinado e a família anaparental,
família sem pais formada apenas por irmãos.
Sendo assim, a psicanálise aponta para a função
materna e paterna sem a necessidade do biológico.
A relação consanguínea não é determinante para
que os pais exerçam as funções emocionais
necessárias para o desenvolvimento da criança.
Estas funções requerem dos pais um desejo pela
criança. Isto é muito diferente de desejo pela
paternidade ou pela maternidade (Aulagnier, 1979).
Desejar ser pai ou mãe é muito diferente de desejar
ter um filho.
Freud em O Mal-Estar da Civilização (1930) já
comentava que para o bem da civilização o
indivíduo é oprimido em suas pulsões e vive em
mal-estar; que pode existir um choque entre o
desejo da individualidade e as expectativas do
grupo social.
Todos nós, humanos que somos, temos a tendência
a rejeitar o novo e o estranho. Tudo o que não nos é
familiar nos provoca reações de expulsão e
condenação. Como transformar em familiar estas
famílias estranhas? Estranhas porque não as
conhecemos no seu funcionamento e podemos vir a
conhecer e aceitar ou “estranhas” porque não
conseguimos permitir que o diferente seja
modificado e mantemos o preconceito e a rigidez
denunciando a incapacidade da mudança e a
manutenção do mal-estar?
Z i l Á M A l l M A N N
P S I C A N A L I S T A
A v . P á t r i a 7 6 1 - s a l a 4 0 4 - E d . M o n t ’ S e r r a t - C a r a z i n h o / ( 5 4 ) 9 9 9 4 9 - 5 8 5 6