Revista DADA edição de outubro/ novembro 2020
O Outono está aí e com ele as tendências de moda desta e da próxima estação do ano, que nos trazem tons e tecidos mais quentes e aconchegantes. São artigos propostos nas Montras da Revista DADA, que nesta edição apresenta ainda vários produtos de beleza e saúde para que se mantenha em forma nestes dias que se avizinham mais frios e nos tornam mais vulneráveis. É também por estes dias, em fim de vindimas, que o tradicional doce d’arrobe é feito em Vila Chã de Ourique, aproveitando o mosto das uvas e a fruta da época. “O doce das nossas avós” titula o artigo que conta a história deste doce que os Cinquentões, há poucos anos, ajudaram a recuperar, reavivando as memórias e o paladar dos ouriquenses, e não só, e que a Junta de Freguesia quer ver certificado. O Perfil desta edição é de Paula Matias, a mestre de karaté que vem reunindo na Escola de Karaté com o seu nome, no Cartaxo, de há duas décadas para cá, dezenas de crianças e jovens. Damos-lhe a conhecer a mestre, mas acima de tudo a pessoa que nos habituámos a ver de kimono branco, de semblante sério e compenetrado, e que se define como uma pessoa exigente, mas consciente e, acima de tudo, de convicções. E como a Covid-19 está aí para ficar, pelo menos durante mais alguns meses, é bom que nos habituemos a viver com ela e, se possível, a tirar partido das transformações que trouxe ao nosso quotidiano. Apresentamos-lhe, por isso, algumas tendências no mundo pós-Covid que podem mudar as nossas vidas.
O Outono está aí e com ele as tendências de moda desta e da próxima estação do ano, que nos trazem tons e tecidos mais quentes e aconchegantes. São artigos propostos nas Montras da Revista DADA, que nesta edição apresenta ainda vários produtos de beleza e saúde para que se mantenha em forma nestes dias que se avizinham mais frios e nos tornam mais vulneráveis.
É também por estes dias, em fim de vindimas, que o tradicional doce d’arrobe é feito em Vila Chã de Ourique, aproveitando o mosto das uvas e a fruta da época. “O doce das nossas avós” titula o artigo que conta a história deste doce que os Cinquentões, há poucos anos, ajudaram a recuperar, reavivando as memórias e o paladar dos ouriquenses, e não só, e que a Junta de Freguesia quer ver certificado.
O Perfil desta edição é de Paula Matias, a mestre de karaté que vem reunindo na Escola de Karaté com o seu nome, no Cartaxo, de há duas décadas para cá, dezenas de crianças e jovens. Damos-lhe a conhecer a mestre, mas acima de tudo a pessoa que nos habituámos a ver de kimono branco, de semblante sério e compenetrado, e que se define como uma pessoa exigente, mas consciente e, acima de tudo, de convicções.
E como a Covid-19 está aí para ficar, pelo menos durante mais alguns meses, é bom que nos habituemos a viver com ela e, se possível, a tirar partido das transformações que trouxe ao nosso quotidiano. Apresentamos-lhe, por isso, algumas tendências no mundo pós-Covid que podem mudar as nossas vidas.
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88
2020
outubro
novembro
Publicação Bimestral
perfil
Paula matias
O karaté formou-a enquanto
mulher e mestre, há 20 anos
a formar jovens no Cartaxo
montras
moda&
beleza
tendências
o doce das
nossas avós
fomos até vila chã de
ourique saber como
se faz o doce d’arrobe
Gripe ou
covid-19,
é possível
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Cartaxo
dada
88
sumário
interdita a reprodução t o ta l o u i n t e g r a l d e textos e i m a g e n s p o r q u a i s q u e r m e i o s e pa r a q u a i s q u e r f i n s
n e s ta e d i ç ã o
4 Gripe ou covid-19, é possível distinguir?
6 Tendências no mundo pós covid que podem
mudar as nossas vidas
8 “Mãe, como se brinca à apanhada
sem tocar em ninguém?”
10 perfil Paula Matias
16 m o n t r a s Moda e beleza.
Tendências outono 2020.
Cuidados da saúde.
22 em f o c o O doce das nossas avós
26 A educação num mundo pós covid
28 Escola Electrão está de volta
dada
Revista de lazer e divulgação cultural
p r o p r i e d a d e Fátima Machado Rebelo d i r e t o r a Joana Vidigal Leal
s u b-di r e t o r a Fátima Machado Rebelo re d a ç ã o Ana Isabel Mesquita
c o l u n i s ta s Gina Florindo, Raquel Rodrigues, Sónia Parente, Vânia Calado
f o t o g r a f i a Vitor Neno p r o j e t o g r á f i c o e pa g i n a ç ã o Potenciais
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editorial
O
Outono está
aí e com ele as
tendências de
moda desta e da
próxima estação
do ano, que nos
trazem tons e tecidos mais
quentes e aconchegantes.
São artigos propostos nas
Montras da Revista DADA,
que nesta edição apresenta
ainda vários produtos de
beleza e saúde para que se
mantenha em forma nestes
dias que se avizinham mais
frios e nos tornam mais vulneráveis.
É também por estes dias, em
fim de vindimas, que o tradicional
doce d’arrobe é feito
em Vila Chã de Ourique,
aproveitando o mosto das
uvas e a fruta da época. “O
doce das nossas avós” titula
o artigo que conta a história
deste doce que os Cinquentões,
há poucos anos, ajudaram
a recuperar, reavivando
as memórias e o paladar dos
ouriquenses, e não só, e que
a Junta de Freguesia quer ver
certificado.
O Perfil desta edição é de
Paula Matias, a mestre de
karaté que vem reunindo
na Escola de Karaté com o
seu nome, no Cartaxo, de
há duas décadas para cá,
dezenas de crianças e jovens.
Damos-lhe a conhecer a
mestre, mas acima de tudo a
pessoa que nos habituámos
a ver de kimono branco, de
semblante sério e compenetrado,
e que se define como
uma pessoa exigente, mas
consciente e, acima de tudo,
de convicções.
E como a Covid-19 está aí
para ficar, pelo menos durante
mais alguns meses, é
bom que nos habituemos a
viver com ela e, se possível,
a tirar partido das transformações
que trouxe ao nosso
quotidiano. Apresentamoslhe,
por isso, algumas tendências
no mundo pós-Covid
que podem mudar as nossas
vidas.
revista dada • 3
Paulo Paixão
presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia
e médico virologista da SYNLAB Portugal
g r i p e o u c o v i d-19,
é p o s s í v e l distinguir?
O
tempo mais frio está a chegar, as
empresas estão a desconfinar, as
aulas estão a começar e, de acordo
com as últimas estatísticas, o
aumento de casos de COVID-19 tem estado
diretamente relacionado com a aproximação
das famílias. Adicionalmente, todos os dias
observamos colegas de trabalho nos seus momentos
de lazer, a almoçar e/ou a tomar café,
frente a frente nos restaurantes e sem máscara.
Por isso, a preocupação é generalizada e racional:
a população dificilmente conseguirá
distinguir a gripe da COVID-19. Os sintomas
são muito semelhantes e, para dificultar o processo,
continuamos a ter muitos casos positivos
em pessoas com manifestações ligeiras, para
além do grande número de assintomáticos. Até
a comunidade médica terá dificuldade em distinguir
estas duas infeções na perfeição, uma
vez que não é possível fazê-lo clinicamente e
de forma direta. Os médicos estão sensibilizados
para essa situação e a indicação que têm é
para “testar, testar, testar”. Testar sempre que
estiverem perante quaisquer sintomas respiratórios.
O diagnóstico continuará a ser efetuado
através da realização de testes laboratoriais ao
SARS-CoV-2 e/ou adicionalmente ao vírus da
gripe, dependendo das circunstâncias. Atualmente,
nos hospitais, a prioridade é testar os
doentes para o novo coronavírus. No entanto,
na altura em que os vírus cocircularem poderá
fazer sentido a realização dos dois testes, para
despistar casos de coinfeção. Obviamente, cada
caso é único e a situação terá de ser avaliada
4 • revista dada
pelo médico. Na altura em que o vírus da gripe
estiver em circulação, fará sentido fazer os dois
testes rápidos e fiáveis a ambos os vírus, situação
para a qual os laboratórios clínicos estão
muito bem equipados e preparados.
Com a circulação destes dois vírus, é também
importante fazer-se um reforço da vacinação
para a gripe. No entanto, é preciso alertar que
a vacina pode prevenir a gripe, mas que sobretudo
protege contra as suas complicações. Há
muitos casos de gripe em pessoas vacinadas,
pelo que todas as pessoas devem ser também
testadas.
A circulação, em simultâneo, do SARS-
CoV-2 e do vírus da gripe em nada deve alterar
a nossa atuação perante a desconfiança de uma
possível infeção. Pelo contrário, devemos até
reforçar. Em caso de sintomas de uma possível
infeção respiratória, a população deve contatar
a linha SNS24 ou o seu médico. E, acima de
tudo, não baixar a guarda e seguir as recomendações
de prevenção: lavar as mãos com água e
sabão durante, pelo menos 20 segundos; evitar
tocar nos olhos, nariz e boca; manter o distanciamento
social em situações profissionais e
de lazer; ficar em casa se estiver doente; e desinfetar
mãos, objetos e superfícies que sejam
tocadas regularmente.
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tendências no m u n d o
p ó s c ov i d q u e p o d e m
m u d a r as nos sas vidas
A pandemia poderá ser o gatilho de mudanças que já estavam
em curso, como o trabalho remoto, a procura da sustentabilidade
ou a educação à distância
educação à
distância
Com o confinamento e o
encerramento das escolas, a
educação à distância foi
a solução encontrada.
A expansão das plataformas
de educação à distância,
tendencialmente, vai acelerar
6 • revista dada
Trabalho remoto
É já uma realidade para
muita gente, foi prosto à
prova no início da pandemia,
e a tendência é para crescer,
com cada vez mais empresas
a organizarem-se para
trabalhar nesta modalidade
comércio
eletrónico
As compras e vendas online
dispararam com a pandemia
e as expectativas são de um
crescimento exponencial do
comércio eletrónico à escala
global.
Trabalhar
perto de casa
Devido ao receio de novas
ondas de contágio, morar
perto do trabalho a ponto
de poder ir a pé e não ter de
usar transportes públicos,
para ir trabalhar, começa a
ser muito valorizado.
Valorizar
a natureza
Com o confinamento muitas
cidades fecharam o acesso aos
parques públicos urbanos, os
passeios ao ar livre ganharam
importância e um reconhecido
benefício para saúde mental. A
tendência é aumentar o valor do
ar puro e da paisagem natural e da
procura de zonas menos habitadas
revista dada • 7
Sónia Parente
psicóloga clínica
“m ã e, c o m o se b r i n c a
à apanhada sem t o c a r
em n i n g u é m?”
A
forma de vivermos o dia a dia sofreu
grandes alterações devido à pandemia
Covid-19, tornaram-se normais
os sentimentos de insegurança no
convívio social e as formas diferentes de utilizar
os espaços públicos, e as repercussões na saúde
mental das crianças e jovens parecem iminentes.
A situação atual da pandemia não tem precedentes
com características parecidas, como um
acontecimento gerador de stresse prolongado.
Por isso, ainda há dificuldades na avaliação dos
impactos psicológicos no desenvolvimento das
crianças e adolescentes. No entanto, basta focarmo-nos
um pouco no assunto para concluirmos
que irá certamente ter efeitos diretos e indiretos
na saúde mental, especialmente das crianças e
adolescentes, com a personalidade em pleno desenvolvimento.
Nas escolas, as novas regras de convivência social
implicam, frequentemente, que as crianças
não possam brincar com crianças de outras turmas
e, por vezes, no caso de turmas que foram
divididas, as crianças não podem brincar com
crianças que nos anos anteriores fizeram parte da
sua vida diariamente.
“Mãe, hoje dei um abraço ao Rafael, faz mal?”
são questões normais nesta altura, que põem em
evidência os tempos estranhos que estas crianças
8 • revista dada
estão a viver. As relações sociais estão a ser muito
afetadas pela pandemia, com a falta de contacto
físico e com a ameaça que elas passaram a simbolizar.
Nos adolescentes, a pandemia restringiu a
socialização com os pares fundamental a um
desenvolvimento psicológico saudável, nomeadamente
para fomentar o processo de autonomia.
Nesta situação de pandemia, o desafiar das regras
impostas, típico da adolescência, é menos permitido
do que nunca, embora muitos arranjem
forma de, mesmo no período de pandemia, o fazerem:
as festas, os encontros em grupo…
Uma situação tão adversa como a pandemia
exige a mobilização de estratégias psicológicas
para a enfrentar de uma forma adaptativa. As relações
próximas estáveis são fundamentais nesse
processo, mas, ao mesmo tempo, as relações presenciais
com os pares simbolizam também uma
ameaça o que, ao longo do tempo, pode gerar o
isolamento social, o desamparo, o desânimo, o
medo e a ansiedade e o querer ficar sempre perto
dos pais, onde se sentem mais protegidos, e,
assim, atrasar ou bloquear o processo de autoregulação
emocional e a autonomização, naturais
ao desenvolvimento da personalidade.
Para as crianças e os adolescentes, a socialização
com os pares é fundamental pois promove muitas
competências essenciais ao seu desenvolvimento:
a cooperação, a convivência com as diferenças, o
partilhar das decisões, o enfrentar de desafios, o
resolver de conflitos, o esperar pela sua vez, o controlo
de impulsos… a socialização online nunca
será tão rica como a socialização presencial.
As crianças e os adolescentes, embora possam
não o demonstrar, são permeáveis às emoções dos
pais que os irão influenciar, isto é, a ansiedade
dos pais relativamente à pandemia será transmitida
aos filhos que sentirão também essa ansiedade.
Por outro lado, se os pais transmitirem tranquilidade
e confiança serão essas as principais emoções
dos filhos em relação à pandemia. Devem ser
evitados comentários pessimistas e catastróficos
sobre o atual momento junto dos filhos pois irão
influenciar os seus sentimentos e atitudes relativamente
à pandemia. São os pais e/ou cuidadores
que fazem “a leitura” do que se está a passar para
os seus filhos.
Os impactos da pandemia no desenvolvimento
das crianças e jovens deve ser mitigado com
medidas preventivas para diminuir os potenciais
efeitos negativos e sequelas na sua saúde mental.
Parece-me importante encontrar um equilíbrio
entre cumprir as regras de segurança e ter em
atenção a saúde mental de todos, sem fundamentalismos,
portanto.
A escola é um microssistema essencial ao desenvolvimento,
à socialização e à aprendizagem.
Nestes tempos desafiantes e estranhos a importância
de dialogar sobre os afetos e as emoções é
bem maior do que os conteúdos programáticos
que se podem recuperar mais tarde.
As experiências desafiadoras, como está a ser
a pandemia, são também oportunidades para
todos aprendermos novas respostas adaptativas
para enfrentar as adversidades e aumentar a resiliência.
Se bem conduzida e pensada, tentando
atingir um equilíbrio entre as medidas protetoras
relativas ao Covid-19 e os fatores de risco para a
saúde mental, esta poderá ser uma oportunidade
de todos nos tornarmos – adultos, crianças
e jovens – mais resilientes. Encontrar alguma
flexibilidade para se adaptar a esta normalidade
parece ser o segredo.
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Fiscal
revista dada • 9
eu sou
Uma pessoa de convicções,
disciplinada, pontual, picuinhas, que
não me dou bem com o imprevisto.
eu gosto
Adoro conduzir, gosto de carros
e de velocidade, de snowboard, da
Natureza e gosto de ter os pés muito
bem assentes na terra.
eu quero
Ser uma velha enxuta.
Quero sentir estabilidade e ter
segurança. Obviamente, eu quero
muito que o meu filho seja feliz.
10 • revista dada
p a u l a ma t i a s
47 a n o s, treinadora d e k a r a t é, c o m p a n h e i r a
d o r u i, m ã e d o g a b r i e l. v i v e n o c a r t a x o.
O karaté, que a acompanha ao longo da vida,
inicialmente também serviu de escape. Como
vivia a dois quilómetros do Cartaxo, a caminho
de Pontével, onde os pais se fixaram depois
de virem de Angola (onde nasceu), as saídas
de casa aconteciam para ir à escola – estudou
na Escola do Centro e no Colégio Marcelino
Mesquita – e ao karaté. Logo, os momentos
de treino estenderam-se à vontade de ajudar
os mestres nos outros treinos, passando assim
mais tempo fora de casa, onde tinha obrigações
na lida da casa, com a irmã, e também na fábrica
de vestuário dos pais, “que passavam a vida
a trabalhar” e tinham pouca disponibilidade
para andar para a frente e para trás a levar as
filhas aqui e ali.
A par do karaté, onde obteve bons resultados
a nível nacional, e dos estudos, em que se defi-
>>>
perfil
a g r a n d e m e s t r e
A
maioria das pessoas,
no Cartaxo, conhece-a
equipada com kimono
de karaté, o que lhe confere
um ar mais sério,
disciplinado e compenetrado
e, por vezes, até
mal compreendido. Mas o rigor, a seriedade e
a disciplina acompanham-na também com a
roupa mais informal, no seu dia a dia, ainda
que o seu visual fora das aulas de karaté lhe
transfira uma figura mais feminina, bem cuidada,
discreta e elegante. Paula Matias é uma
mulher bonita, que demonstra estar de bem
consigo (e com os seus) e ser muito firme nos
seus atos e convicções.
Ao ler esta entrada, apostamos que estará a
franzir o sobrolho, ou não fosse ela uma pessoa
exigente e difícil numa autoavaliação, sempre
com medo das palavras a usar, não vá haver
mais gente a tomá-la como “nariz empinado”.
E não é que se preocupe muito com a opinião
alheia, nomeadamente de quem não a conhece,
mas que ainda assim gosta de opinar. Será
mais porque não se julga, nem se sente assim,
ainda que reconheça que sempre foi uma pessoa
com um aspeto sério e reservada, desde
pequena. “Sou muito consciente e gosto de
ser assim, posso falhar e as coisas não correrem
bem, mas o meu interior diz-me que estou certa”,
remata.
Aos dez anos começou a praticar karaté e
esta sua maneira de ser aliada à educação “exigente”
que recebeu em casa acentuaram-lhe a
personalidade e um gosto cada vez maior pela
prática da modalidade, que desde muito cedo
tomou como grande responsabilidade.
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revista dada • 11
12 • revista dada
d e s ta q u e
ne como tendo sido uma aluna mediana – não
tão boa como o filho Gabriel, de quem exigiu
muito a vida toda e que entra este ano para a
Universidade, sendo também um karateca de
excelência que vem obtendo resultados brilhantes
como, entre outros, a medalha de bronze
em Kumité júnior no Campeonato Europeu
de 2020 – também a criatividade faz parte da
vida de Paula Matias, que acabou por ingressar
no curso de arquitetura de interiores, aqui já
com melhores resultados do que os que obtivera
até ao ensino secundário, que frequentou na
Escola Dr. Ginestal Machado, em Santarém.
Durante vários anos, realizou trabalhos de
arquitetura de interiores em lojas comerciais,
de norte a sul do país e também em Espanha.
E, para que conste, a criatividade também faz
parte do karaté, uma arte marcial muito tradicional,
mas que para a mestre também pode ser
criativa, nomeadamente nas demonstrações.
“Eu diria que tenho dois polos distintos:
gosto da liberdade e da criatividade, mas ao
mesmo tempo, tenho de ter as coisas muito
controladas, muito bem definidas e bem programadas
e a disciplina talvez venha da pessoa
que sou, da educação que tive e, eventualmente,
da prática do karaté, desde há tantos anos
a esta parte. A disciplina e as regras para mim
são fundamentais para a minha organização
diária e, já que estou numa posição de transmitir
algum conhecimento, para os meus alunos.
Acho elementar!”
A “boa miúda, cumpridora” que diz ter sido
em criança e adolescente manteve-se numa
“boa pessoa” que vem lutando, dentro e fora
do Dojo, por cumprir aquilo a que se propõe
e que lhe é “exigido” pelos tempos que se vivem.
Um exemplo disso é a educação exigente
que vem dando ao seu filho (com a ajuda do
pai, porque formam uma equipa), desde que
nasceu, porque vivemos tempos exigentes; assim
como a exigência que imprime nos seus
treinos, principalmente com os alunos de competição,
e porque, reconhece, “o karaté não é
uma modalidade fácil para as crianças dos dias
de hoje”.
A disciplina e as
regras para mim são
fundamentais para a
minha organização
diária
Facilidade não é palavra que se adapte ao
seu modo de viver, prefere a palavra ‘trabalho’.
Não sendo uma mulher ambiciosa, sabe bem
o que quer e de que forma há de alcançar os
seus objetivos, ainda que reconheça que não
é “dona da verdade” e que também erra, mas
esses erros, diz, ajudam a crescer e a seguir em
frente. “Eu tento dar o meu melhor e às vezes
falho, mas estou sempre a aprender com os miúdos.
E admitir o erro é meio caminho andado
>>>
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revista dada • 13
eu não sou
Fala barato, nem sou leviana. Não sou
muito social.
eu não gosto
Não gosto da rotina, apesar de gostar de ter
tudo controlado. Não gosto de desordem e
de muito barulho. Não gosto de incoerências,
nem da maledicência. Não gosto de preguiça.
eu não quero
Ser ridícula, não quero perder a noção de
equilíbrio, nem perder a noção de quando
parar. Não quero ficar doente.
14 • revista dada
perfil
para corrigir; e isso no karaté (e na vida) é uma
aprendizagem”.
Quando questionada se é uma mulher de
causas é perentória a afirmar que não. “Eu
gostava de ser uma pessoa de causas, mas para
isso eu tenho de concretizar e finalizar a minha
causa e, neste momento, a minha vida não
me permite fazer certas coisas que eu gostava
muito e que eu tenho muito respeito por quem
faz”, justifica. Mas, dizemos nós, há uma causa
que vem defendendo pelo bem do Cartaxo:
a construção de um pavilhão multiusos. Não
porque queira ‘puxar a brasa à sua sardinha’,
assegura, mas por considerar que este projeto
ajuda a trazer gente de todos os pontos do país
“e faz mexer a economia local”. A experiência
de desportista dá-lhe noção de que “estamos
a falar de atividades com milhares de pessoas
dentro de um pavilhão, são atividades que mexem
com muita gente e a dinâmica que isso
gera todos os fins de semana”, em toda a cidade,
fá-la afirmar que se endividava para o fazer,
caso fosse presidente da Câmara. Não sendo,
gostaria de apostar num crownfunding, um financiamento
colaborativo, que envolvesse toda
a população a dar o seu contributo, consoante
as possibilidades financeiras de cada um, para
concretizar este projeto e trazer uma nova vida
ao concelho. “É uma coisa em que eu acredito”,
garante Paula, que lamenta a situação em
que se encontra o Cartaxo – “hipotecado por
15 ou mais anos”. “Eu não gosto de dizer mal
do Cartaxo, porque nós temos de ter respeito
pela nossa terra, pela terra onde crescemos,
mas não consigo agarrar-me propriamente a
algo…”, afirma, quando explica o porquê do
local escolhido para a fotografia deste artigo.
“A horta da fonte é um ícone” e lembra “o que
hoje não há no Cartaxo”.
Eu tento dar o meu
melhor e às vezes
falho, mas estou
sempre a aprender
com os miúdos
E é no Cartaxo que a conhecida mestre de
karaté vem reunindo, há mais de duas décadas,
várias dezenas de crianças e jovens na sua
Escola de Karaté. Por mais que lhe seja difícil
afirmar que é uma mulher de sucesso, Paula
Matias tem vindo a conseguir alcançar os objetivos
a que se propõe, mas tudo isso, frisa, não
se deve só ao trabalho e empenho que dedica
aos seus projetos, deve-se também às pessoas
que a têm rodeado ao longo da vida. E mais do
que sentir-se feliz, sente-se “agradecida”.
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Fomos até Vila Chã de Ourique saber quais os segredos
do Doce d’Arrobe, uma compota tradicional preparada
durante a época das vindimas pelos Cinquentões
São cerca de 12 horas à volta
dos tachos, até que o famoso
Doce d’Arrobe fique pronto a
ir para os frascos. A empreitada
é longa mas, ainda assim, nos
dias de hoje quase metade do
tempo que levava noutras eras,
quando as avós e bisavós apenas tinham à disposição
o fogo da lareira, geralmente, na ‘casa
de fora’, e os tachos de cobre. Nessa altura, a
confeção desta iguaria ficava a cargo das mulheres
mais velhas, que já não podiam trabalhar
no campo e ajudavam como podiam em casa,
transformando a fruta e o mosto do vinho num
delicioso doce, que lhes permitiria consumir a
fruta da época ao longo do ano sem que esta
apodrecesse, e o mosto do vinho que, assim, não
seria desperdiçado.
22 • revista dada
em f o c o
A receita continua a ser simples: pega-se no
mosto das uvas acabado de espremer, juntam-se
frutas da época (pêssego, pera, maçã, melão, gamboa
ou marmelo) cortadas aos pedaços, leva-se ao
lume brando, mexendo sem parar a partir do momento
que levanta fervura e até atingir o ponto
de estrada e o mosto fique reduzido a um terço
do volume inicial, e voilá, o Doce d’Arrobe está
pronto a colocar nos frascos.
“Tem de se fazer no mesmo dia que temos o
mosto. Ou então congela-se, mas para fazer como
deve ser, tem-se o mosto e a fruta. Descasca-se a
fruta, corta-se aos bocadinhos e mistura-se o mosto
e a fruta. Depois, ‘forramo-nos’ de paciência e
estamos à espera que aquilo ferva até ficar grosso”,
começa por explicar Maria José Gomes, que
todos os anos supervisiona a confeção do doce.
Antigamente, “era feito pelas velhotas da casa, que
estavam desde manhã até à noite a mexer o tacho”,
acrescenta.
O resultado é um doce extremamente saboroso,
consistente e durável, e completamente natural, já
que não leva açúcar. Apenas a frutose lhe confere
‘aquele’ doce característico. E “pode haver várias
receitas de arrobe, mas eu acho que o segredo
mesmo à séria tem a ver com as quantidades e a
qualidade da fruta. Eu não faço ‘a olho’, mas o que
varia é, por exemplo, a maçã, a pera, o pêssego, o
melão… porque há várias qualidades. Tem que se
pôr fruta doce”, diz Maria José.
Os tempos são outros e a fruta existe todo ano,
mas o certo é que os apreciadores deste doce continuam
a poder consumi-lo e, no concelho do
Cartaxo, continuam a poder encontrá-lo em Vila
Chã de Ourique. O Doce d’Arrobe é confecionado
pelas sucessivas comissões de Cinquentões
que, mais tarde, hão de levar a efeito a tradicional
Festa em Honra do Senhor Jesus dos Aflitos. É
mais uma forma de angariar dinheiro para a ‘festa
grande’. A ideia surgiu em 2016, quando se pro-
revista dada • 23
No dia em que se faz
o Doce d’Arrobe a
azáfama é grande
curava alguma coisa de tradicional na freguesia e
desde aí não mais parou.
“Eu pensava que era desde sempre, porque, em
minha casa, a minha mãe, a minha avó, as minhas
tias faziam isto, e eu sempre achei que continuava.
Eu só comecei a fazer depois de a minha tia
ter deixado de poder fazer, porque, entretanto,
a minha mãe desistiu, a minha avó morreu… E
eu é o único doce de que gosto. Comecei a fazer
para mim e para as minhas amigas e, um dia,
‘caí na asneira’ de, na Rainha das Vindimas, eles
estarem a falar que Pontével tinha as caspiadas e
nós não tínhamos nada, e disse que tínhamos o
arrobe, convencida que ainda toda a gente fazia.
E não”, conta Maria José. Assim, em 2016, “fizemos
só para as pessoas que vinham na Rainha
das Vindimas e foi um sucesso. Entretanto, como
o Vasco Casimiro já era o presidente da Junta e
juiz da festa nesse ano, para arranjarem dinheiro
para a festa, pediu-me para lhe fazer um tacho de
arrobe. E eu fiz. Agora, já vai nesta quantidade”,
que se traduz, nesta primeira ‘leva’, em 500 litros,
contra os 60 litros de 2016.
Durante o ano, os Cinquentões 2021 preveem
fazer uma quantidade maior do que em outros
anos. O objetivo é, para já, fazer mil frascos de
Doce d’Arrobe, apesar de, devido à situação de
pandemia, “quase de certeza, não vamos po-
24 • revista dada
em f o c o
Vitor Cravide Ribeiro,
juiz dos Cinquentões
2021
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der fazer o evento presencial e, daí, apostarmos
mais na quantidade para angariar mais alguma
coisa”, revela Vítor Cravide, juiz dos Cinquentões
2021. Desta forma, os interessados podem
adquirir o Doce d’Arrobe no Mercado de Vila
Chã de Ourique, “que levou agora um ‘refresh’,
e estará disponível numa banca que nós vamos
ter, e também por contacto pessoal com qualquer
um de nós, na nossa página de Facebook,
também será divulgado no nosso Instagram…
Podem fazer a encomenda que nós faremos a
entrega em local a combinar. É como o cliente
quiser”, assegura.
Marca registada desde 2019, à Junta de Freguesia
apenas coube “agarrar no bom trabalho que
vinha a ser desenvolvido pelas várias comissões de
Cinquentões, que culminava com a Festa do Arrobe,
e fazer a sua parte, que era poder registar esta
marca para, mais tarde, a breve prazo, podermos
partir para a certificação do doce”, garante Vasco
Casimiro, presidente da Junta de Freguesia de Vila
Chã de Ourique.
Mas, perguntar-se-ão: de onde vem este nome
‘Doce d’Arrobe’? Não se sabe ao certo a origem
do termo ‘Arrobe’. No entanto, pensa-se que provém
do pérsico “robb”, que designava o mosto do
vinho apurado ao lume. Já em arábico, “róbben”
significava a quarta parte, segundo João de Sousa e
Frei José de Santo António, na obra “Vestigios da
lingoa arábica em Portugal, ou, Lexicon Etymologico
da Lingoa Moura”. Há, ainda, quem diga que
arrobe se deve ao facto de as frutas para fazer este
doce, em tempos idos, serem, na grande maioria
das vezes, roubadas. Vá-se lá, agora, saber? O certo
é que o Doce d’Arrobe continua a fazer as delícias
de ouriquenses e não só!
E s p a ç o d e a u t o - c o n h e c i m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o P e s s o a l
Elvira Tristão
professora e autarca
a educação n u m m u n d o p ó s c o v i d
A
“
Educação num mundo pós-CO-
VID” é uma publicação recente
da Comissão Internacional dos
Futuros da Educaçã,o criada pela
UNESCO em 2019, para pensar a educação
num mundo marcado pelo risco e pela incerteza,
que a pandemia acelerou.
Os autores da publicação reclamam investimentos
urgentes e mudanças estruturais, e
apresentam nove ideias concretas para fazer
progredir a educação do futuro.
A primeira ideia, fundadora, é a da necessidade
de reforçar a educação enquanto bem
comum e pilar de combate às desigualdades.
A segunda ideia é a de lançar um debate mundial
sobre o alargamento do direito à educação,
considerando a importância da conectividade e
dos acessos plurais à informação.
A terceira ideia é a da valorização do papel
da profissão docente e da colaboração entre
professores. A promoção da participação dos
alunos, tendo por base a justiça intergeracional
e os princípios democráticos, é a quarta proposta
daquela comissão de peritos.
A quinta proposta é a de substituir a tradicional
organização da escola – somatório de
salas de aula – por uma multiplicidade de modos
de fazer a aula. Associada a esta ideia, de
criar ambientes de aprendizagem que façam da
escola uma “imensa biblioteca”, como defende
António Nóvoa, é apresentada a proposta
de colocar as tecnologias da informação e comunicação
em open-source à disposição dos
professores e dos alunos.
A sétima ideia é a de incluir nos curricula
a alfabetização científica. Em oitavo lugar, a
comissão salienta a necessidade de proteger os
financiamentos nacionais e internacionais da
educação pública. A nona, e última ideia, é a
de que é necessário promover a solidariedade
mundial para pôr fim às atuais desigualdades
que a COVID-19 acentuou.
Numa recente conferência, António Nóvoa
confessou não acreditar nas grandes reformas
educativas e sublinhou que as verdadeiras mudanças
são as que se fazem nas escolas, pela mão
dos professores, de modo colaborativo, intramuros
e alargando o lugar da aula à comunidade
e ao território. Antigo reitor da Universidade de
Lisboa e desde 2018 embaixador de Portugal
na UNESCO, Nóvoa defende, como muitos
outros, que foram os professores que salvaram
a escola no período de confinamento, e que só
eles serão capazes de mudar a escola.
Nóvoa reforça a necessidade premente de
transformar a escola numa imensa biblioteca,
de portas abertas para a comunidade, e onde
a aula acontece em ambientes educativos diferenciados,
em função das necessidades dos
alunos e dos projetos curriculares construídos
colaborativamente.
A avaliar pelo modo como os professores
têm enfrentado os desafios da escola durante
a pandemia, não será difícil imaginar serem
capazes de levar a cabo a revolução silenciosa
da escola, onde as verdadeiras reformas educativas
se concretizam através das práticas de sala
de aula, partilhadas e construídas no “chão da
escola”, como diz José Verdasca, professor da
Universidade de Évora e coordenador nacional
do PNPSE (Programa Nacional de Promoção
do Sucesso Educativo).
26 • revista dada
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de ar condicionado, com
certificação.
>Sistema de filtros capaz de
reduzir a exposição a partículas
alergénicas, batérias e vírus.
28 • revista dada
e s c o l a electrão está d e v o lta
Escola Electrão já enviou para reciclagem seis mil toneladas
destes resíduos nas escolas portuguesas. A iniciativa regressa
este ano letivo e quer envolver mais escolas
O
Electrão – Associação de Gestão
de Resíduos – quer aumentar a
quantidade de pilhas, baterias e
equipamentos eléctricos usados
recolhidos nos estabelecimentos de ensino durante
o ano letivo 2020-2021, que coincide
com a 10º edição da campanha “Escola Electrão”.
Apesar de todas as incertezas trazidas pela
pandemia de Covid-19, o Electrão quer “ver
crescer os resultados desta ação, não só em
relação ao número de escolas envolvidas, mas
também no que diz respeito a alunos participantes
e, claro, à quantidade de resíduos recolhida.
A pandemia que nos assolou veio mostrar que
é urgente mudar os comportamentos”, sublinha
Ricardo Furtado, diretor-geral do Electrão
– Recolha e Reutilização.
Assim, o Electrão conta com o envolvimento
da comunidade escolar, a começar nos alunos
e nas suas famílias, passando pelos professores,
e funcionários dos estabelecimentos de ensino
aderentes.
Cada escola vai receber 50 euros por cada tonelada
de equipamentos eléctricos recolhidos
e a tonelada de pilhas e baterias vale 75 euros.
As quantidades recolhidas dão também direito
a pontos que podem ser convertidos em prémios,
atribuídos com o apoio dos parceiros da
campanha.
Os meios para o acondicionamento dos
equipamentos nas escolas, nomeadamente caixas
para recolha de pilhas, lâmpadas ou cubas
para pequenos equipamentos são fornecidos
pelo Eletrão.
A campanha tem, também, como objetivo a
sensibilização para a necessidade de reencaminhar
corretamente os resíduos.
A “Escola Electrão” disponibiliza aos docentes
recursos educativos e conteúdos ajustados a
cada ciclo para que a temática possa ser explorada
durante as aulas.
No ano passado, a campanha distribuiu, em
papel, o livro “Electrão? Conheço bem, muito
obrigado!” e lançou o “Quiz Escola Electrão”,
um desafio para todos, criado para motivar os
alunos para o desígnio da reciclagem, que habilita
as escolas a ganhar prémios.
Neste novo letivo, o Quizz irá manter-se
ativo e está a ser preparada uma nova coleção
intitulada “Mini-Aventuras Electrão”, que as
escolas poderão consultar em versão digital no
site electrao.pt. “Onde começa tudo?” é o primeiro
livro desta série.
Outra das novidades deste ano será o desafio
“Repórter Electrão”, a lançar às escolas, para
que incentivem os seus alunos a criar conteúdos
criativos que ajudem a criar hábitos de
reciclagem.
Em nove edições, a Escola Electrão possibilitou
a recolha e envio para reciclagem de cerca
de seis mil toneladas destes resíduos nas escolas
portuguesas, o equivalente a mais de metade
da Torre Eiffel.
Até aqui, inscreveram-se um total de 3 408
estabelecimentos de ensino, públicos e privados,
de vários níveis de ensino.
Além de ajudar monetariamente as escolas e
de distribuir prémios, a campanha garante o
correto encaminhamento destes resíduos para
tratamento e reciclagem protegendo a saúde
humana e o ambiente.
revista dada • 29
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