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APOSTILA - 6º - 7º ANO

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Fragmento, cena II, jardim dos Capuletto.

Romeu e Julieta

A cena

(tradução de F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros e Oscar Mendes, Editora Abril, 1978, PP.

42-43.)

(Julieta está no jardim de sua casa e conversa com Romeu às escondidas)

Julieta – Que homem és tu, assim oculto pela noite, que surpreendes de tal modo

meus segredos?

Romeu - Com um nome, não sei como dizer-te que sou eu! Meu nome, santa adorada,

é odioso para mim mesmo, porque é teu inimigo; e se o tivesse escrito, teria desperdiçado

a palavra.

Julieta – Meus ouvidos não beberam cem palavras ainda dessa língua, mas eu reconheço

o som; não és Romeu? Não és um Montecchio?

Romeu – Nem um nem outro, formosa donzela, se os dois te desagradam.

Julieta – Como chegaste até aqui, diz-me, e por quê? Os muros do jardim são altos e

difíceis de subir e o lugar é a morte, considerando-se quem sejas, se um de meus parentes

aqui te encontrar.

Romeu – Com as leves asas do amor transpus estes muros, porque os limites de pedra

não servem de empecilho para o amor. E o que o amor poder fazer, o amor ousa tentar.

Assim, teus parentes não me são empecilhos.

Julieta – Se te virem, matar-te-ão.

Romeu – Ai! Mais perigos há em teus olhos do que em vinte de suas espadas. Olha-me

somente com doçura e estarei à prova de inimizades deles.

Julieta – Por coisa alguma deste mundo, quereria que te vissem aqui!

Romeu – Tenho o manto da noite para ocultar-me dos olhos de teus parentes. Amame

somente e que eles aqui me encontrem. É melhor que termine minha vida vítima do

ódio que me dedicam do que esperando teu amor, minha morte retardada...

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