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Revista Diversa . Edição 01 . Fev 2021 (1)

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eu queria no meu cotidiano, e conforme eu fui usando e experimentando de formas diferentes fui

percebendo que me denominar "homem" não parecia correto e me causava estranhamento, até

que eu pesquisei sobre não-binariedade e me encontrei.” E desde então a moda está presente na

vida e na forma de expressão de Nicolas.

Pois é, a moda sempre foi e sempre será a forma como nos manifestamos diante da

sociedade. Escolher a roupa que vamos usar se tornou um ritual diário, reforça quem somos, da

veracidade em nossa identidade. Independente do que pensem ou deixem de pensar, a moda é a

maneira como você se vê e está muito além do que a gente pensa. Crescemos inseridos naquele

cotidiano que nossos pais nos oferecem. E mesmo com as “divisões” de gênero, muitos de nós

buscamos na infância inspirações externas, podia ser em um desenho da época, uma cantora (o)

e assim sucessivamente até os dias de hoje.

“Sempre gostei muito de personagens femininas de desenhos e jogos, mesmo tendo uma

criação masculina eu sempre tive uma vontade de experimentar algo que ia além do gênero que

designaram pra mim. Fui entender mais assistindo pessoas como a Ruby Rose ou Lachlan Watson

que tentam borrar essa imagem binária do gênero. Alguns personagens também como o Ele de

Meninas Super Poderosas ou a Ivankov de One Piece que também sugerem essa ambiguidade,

essas foram as pessoas e personas que me inspiraram a experimentar o estilo agênero.” conclui

Nicolas.

Além do Nicolas, que buscou inspirações na infância e busca até hoje nos seus ídolos, o

Johny e o Emanuel também revelam suas inspirações, tanto em lojas como em estilistas ou até

mesmo em algum conteúdo na internet. Johny dá uma dica para quem quiser conhecer ou até

fazer uma primeira compra, a loja Farm aqui no Brasil. “Não que ela seja genderless, porque ela

não é. Ela é uma loja feminina, mas agora ela trabalha com modelagens amplas e eu consigo usar

saia, vestido, estampas florais.”

No caso do Emanuel, suas influências vem de buscas mais pela internet ou redes sociais,

e sem dúvidas do evento dedicado à moda autoral e também lançador de novos estilistas da

moda brasileira Casa dos Criadores que acontece duas vezes por ano na cidade de São Paulo.

Claro que não podemos esquecer das revistas Vogue, Elle, Marie Claire e Glamour que nos

últimos meses vem tratando, mesmo que de forma rasa, um pouco sobre a binariedade e a moda

genderless.

Quando grandes mídias divulgam assuntos sobre a identidade agênero ou moda genderless

com certeza atingem um número altíssimo de pessoas que tem interesse pelo estilo ou assunto,

estimulando-as as novas descobertas. Quanto mais falado, mais normalizado será. Para nós,

tratar deste assunto é importantíssimo. E com certeza, abrirá os olhos de muitas pessoas que não

enxergam que o novo está aí a muitooo tempo.

Foto: Arquivo Pesoal

“Eu acredito que é muito oportuna e já deveria ter começado a ser

amplamente debatido há tempos, quando a gente analisa a história da moda

e da sociedade num geral dá pra ver e entender como o conceito de o que

representa um gênero não é imutável no curso da história, é algo que mudou

várias vezes e constantemente muda por inúmeros fatores. No final do dia são

só pedaços de pano pintados e cortados de uma maneira, então não tem o

porquê de nós nos prendermos a eles como marcadores de gênero.” Finaliza

Nicolas.

Foto: Arquivo Pesoal

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Foto: Arquivo Pesoal

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