08.02.2021 Views

Revista Diversa . Edição 01 . Fev 2021 (1)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.


DITORIAL

Esta é a primeira edição da revista de moda DIVERSA, uma

revista completamente voltada às minorias do Brasil, que tenta

da melhor forma representar a comunidade LGBTQIA +. Nossa

escolha para esse primeiro passo tão mágico, foi eleborar

reportagens e notícias sobre a moda genderless dentro

das identidades de gênero.

Acreditamos que para essa primeira edição nosso

editorial teria que expor um pouquinho da nossa essência para que você, leitor, conheça o

que cada uma pode contribuir para que esse trabalho incrível ficasse pronto. Como somos

parte do grupo das minorias, dedicamos nosso tempo para elaborar pautas que estarão nas

próximas edições.

Somos atualmente 5 colaboradoras que buscam e querem fazer a diferença em um país tão

grande como o Brasil. Para nós, a DVS não é apenas uma revista de moda, como também

um grito para que a sociedade perceba que ser diverso é maravilhoso e não tem nada de

mágico em ser igual.

Em nossa política editorial assuntos sobre moda envolvendo minorias como: negros,

indígenas, imigrantes, mulheres, homossexuais, portadores de deficiências, sempre serão

nosso enfoque. Como nossas edições são mais centralizadas para determinados grupos a

DIVERSA será comercializada a cada dois meses de forma impressa, já nas redes sociais

mostramos os bastidores das próximas edições e com isso deixa você leitor por dentro de

tudo. Nossa 01 está pronta!!! Boa leitura.

01

DIVERSA



ÍNDICE

06

a

14

moda e a (des) contrução de gênero

A moda agênero também tem sua história. Vamos

relembrar do passado fashion.

inovação fashion

Quem é Mark Bryan? Apenas um senhor que

adora andar de saltos altoss!

dicas de looks

Para além da marcas brasileiras temos também dicas de

look para você arrasar no palco das ruas.

a moda sem gênero no tapete vermelho

E os hollywoodianos também não deixaram

de representar esta moda.

40

42

REVISTA DIVERSA

18

vamos dar um boost!

Venha nos conhecer de pertinho!

os figurinos marcantes no mundo cinematográfico

Além dos atores e cantores não podíamos deixar de

indicar algumas séries representativas.

48

20

talentos brasileiros na moda genderless

Para além das influências exteriores, apresentamos

nossa passarela brasileira.

vamos interagir!

Gostou da revista? Siga mais e acompanhe

nossas redes sociais!

49

26

a

quebra de padrão no centro do conservadorismo

Para vestirem o que querem, eles sambam em

cima da cara do conservadorismo do interior.

horóscopo nosso de cada dia

Eai, já viu as previsões do seu signo deste

mês?

50

32

4

marcas brasileiras de roupas sem gênero

Lojas brasileiras com a moda 100% agênero?

Temos sim, senhor.

a produção

Um cantinho especial para apresentar as

maravilhosas que produziram esta revista!

52



v

CONTRUÇÃO HISTÓRICA

MODA E A

(DES)CONSTRUÇÃO

Para você

o que

distingue

a roupa

de uma

mulher

para a

roupa

de um

homem?

Calças e

saias?

Não.

Essas com

certeza

não

distinguem.

DE GÊNERO

A moda nem sempre foi guiada pelo gênero

historicamente, mas durante séculos o guarda-roupa ocidental

foi adaptado aos papéis que homens e mulheres desempenhavam

na sociedade e esses papéis nós já conhecemos. Se no século XX

as mulheres reclamavam o direito de não vestir muitas roupas e

acessórios que lhes eram impostos, no século XXI, a humanidade

parece caminhar para uma realidade onde todos irão vestir o

mesmo.

Na Grécia Antiga a androginia (mistura de características

femininas e masculinas em um único ser ou uma forma de descrever

algo que não é nem masculino e nem feminino), era extremamente

exposta na sociedade e principalmente na arte. Na Europa Gótica

as roupas tiveram diferenças bem significativas entre os gêneros.

Foi nessa época que os homens começaram a se diferenciar pelo

uso de calças e calções. Porque nas civilizações mais antigas e nos

grandes impérios, era comum o uso de saias por parte dos homens,

os sumérios usavam um tecido para cobrir as partes de baixo; os

gregos usavam a toga e o uniforme de batalha dos gladiadores eram

saias com a armadura por cima. E para os homens romanos era um

insulto usar calças, pois ocultavam as pernas musculosas que eram

consideradas o pilar da força e da virilidade.

O guarda-roupa masculino perdeu

o colorido que tinha e os tecidos

pomposos de outras épocas

Foto: Internet

6

Foto: Internet

No século XVII, é atribuída a Luís XIV a disseminação do

salto alto. Foi criado e pensado para ele como um acessório de moda.

Historiadores dizem que o rei media menos do que 1,60 de altura e por

isso adorava os sapatos, eles aumentavam sua estatura ao mesmo tempo

em que aparentava poder, dinheiro e influência perante a sociedade.

7



Foto: Internet

Foi então que a rigidez britânica entrou

em ação, já no século XX, dando início a Belle

Épocaque.

A Revolução Industrial desencadeou a

ditadura das três peças (calça, camisa e sapato)

produzidas em fábricas e acessível a quase todos

os homens. E deixou para as mulheres: o brilho,

os vestidos, as joias e os sapatos de salto.

Uma marca deixada na história onde as

mulheres usavam, principalmente, um corte

de cabelo curto com franja e roupas ‘‘pesadas’’

como as jaquetas de couro. Sem esquecer dos

batons vermelhos ou em tons bem escuros.

Um fato curioso é que o acesso ao salto alto só foi

dado às mulheres depois de muito utilizado por parte da elite

masculina.

Em uma era onde homens e mulheres partilharam das

mais variadas formas de se ‘‘apresentar em público’’, sendo

elas: perucas, pó-de-arroz e brocados (tecidos de seda bordados

com ouro e prata); a moda se tornou uma grande mistura entre os

gêneros, pelo menos era o que diziam os códigos de vestimenta

até o século XIX.

Foto: Internet

Foi nessa mesma época, na década de 20, que a moda

genderless surgiu, e uma das responsáveis foi a francesa

Gabrielle Bonheur Chanel, mais conhecida no mundo da

moda, como Coco Chanel. Estilista e com uma personalidade

marcante para época, desenhava roupas com um estilo

diferente para as mulheres.

Com a influência de Chanel, outras mulheres

começaram a aderir roupas do vestuário masculino, como

a calça comprida. Foi Chanel e Yves Saint Laurent com a

criação do famoso ‘‘terninho’’ que deram início ao termo

Unissex.

Com isso, Gabrielle Chanel aboliu os vestidos

armados em favor de um jeito de vestir prático e

confortável que até os dias de hoje vestimos; criou

roupas e acessórios que hoje se encontram expostos

em museus; sempre preferiu o trabalho à conveniência

de um casamento e montou, sozinha, um

império equivalente a bilhões de dólares.

Com a queda dos vestidos armados e

volumosos, já na década de 30, devido a toda

desconstrução em cima dessas peças feitas

anteriormente por Coco, os vestidos

foram parar abaixo do joelho e caíram

nas graças das damas.

Nos anos 40 e 50 os vestidos

subiram mais e os cortes ficaram

mais livres, graças ao empenho

da estilista que lutava por roupas

que fossem confortáveis ao

nosso corpo.

8

Nos anos 1910, o costureiro francês Paul Poiret, finalmente libertou as

mulheres do apertado e exíguo espartilho, usado por baixo dos vestidos,

dando margem para que na década seguinte surgisse um novo estilo: O

La Garçonne, que significa ‘‘a maneira de um menino’’.

Foto: Internet



60 & 70

Bowie era um visionário:

todas suas colaborações

com os estilistas, eram no

mínimo underground e

conquistaram o gosto do

público

Com a explosão do

estilo hippie veio a liberdade sexual

e novamente a ideia do masculino e

do feminino se misturaram. Com o

surgimento do Glam Rock como era

definido o estilo de artistas como o

icônico David Bowie. O muso usava

peças femininas, como os quimonos

criados pelo estilista Kansai Yamamoto,

assim como outras peças agênero,

pensadas para ele.

A maquiagem que tirava a

sobrancelha inspirada na atriz Tilda

Swinton também foi revolucionária.

A turnê do álbum ‘‘Diamond Dogs’’

do astro em 1974 reinventou o termo

oversized (na tradução literal, seria algo

como “grande demais”). Os homens

dessa época abusaram do brilho, do

animal print, do salto plataforma e de

muita maquiagem.

No final dos anos 90 quem

começou a trabalhar com Bowie foi o

estilista Alexander Mcqueen. Ele que

criou os figurinos da turnê de 1996 e

1997.

A cultura underground ou cultura

do submundo como preferir, é um

ambiente cultural que foge dos padrões

comerciais, dos modismos e que estava

fora da mídia. Todos os estilistas com

quem ele colaborou viraram grandes

designers.

As mulheres seguiam nessa época

um estilo mais minimalista e diferente

Foto: Internet

11



As roupas dizem muito sobre quem somos

e a forma como vemos mundo à nossa

volta.

das criações, de estilistas como Yamamoto,

que abordavam nas suas coleções a questão de

roupas sem gênero e que não representasse uma

ideia de feminino ou masculino. Esses estilistas

já pensavam na moda genderless mesmo antes

do estilo virar polêmica nas redes sociais.

Até que chegamos no século XXI, e aqui

entendemos todos esse significados. De mostrar

quem somos internamente utilizando a parte

externa de nossos corpos. E em um momento

onde tanto se discute na sociedade o terceiro,

quarto ou quinto gênero ou simplesmente a

inexistência de padrões, nada mais natural que

isso se reverta em novas maneiras de se pensar,

expressar e produzir roupas.

A roupa se tornou uma peça de expressão.

A moda genderless é diferente da unissex,

ambas pensadas para vestir mulheres e homens.

Porém a genderless é vista como uma tendência

revolucionária no mundo da moda, uma agrega

valores. Mas que antes de qualquer coisa, faz

você se sentir bem consigo mesmo, feliz. Faz

A moda

sempre foi uma

você ser realmente livre de padrões.

Um dos desafios para produzir

roupas agênero é devido aos diferentes

formatos de corpos, que mudam de países

para países. Como no caso do Brasil, onde

as curvas são mais acentuadas devido a

nossa diversidade étnica. Diferente do

que muitos acreditam, a moda genderless

é mais que “uma modinha de momento”.

Grandes nomes do universo fashion

acreditam que a moda sem gênero vem para

transformar ainda mais o modo de se vestir

e principalmente de refletir sobre os padrões

impostos e modificar a percepção do que é

moda e do que significa este estilo.

Foto: Internet

Foto: Internet

Atualmente algumas marcas estão

começando a se abrir para produção de

peças genderless e utilizam suas mídias sociais

como principal ferramenta de inclusão. Dessa

forma, vale lembrar que ninguém aqui quer

impor um estilo, apenas acreditamos que a

liberdade de expressão através da própria

imagem ajuda na autoestima, traz leveza e

empodera o ser humano.

Foto: Internet

maneira de expressão.

13



ENTREVISTA ESPECIAL

INO

VA

ÇÃO

“Eu acordava

toda manhã

e era usada

exatamente a

mesma coisa

sempre e

sempre...”

Foto: Internet

Foto: Internet

FA

Foto: Internet

Baseado nesses padrões pré estereotipados pela sociedade em que estamos inseridos,

ver um homem com 61 anos exibindo seus looks entre o masculino e o feminino pode ser

considerado um choque para a nossa realidade machista. Já imaginou encontrar um homem

hétero com padrões pré estabelicidos como femininos na rua ou na time line do seu celular?

Mark Bryan aposta nos looks “femininos” desde 2016, abusa das estampas sensíveis

e pré destinadas a mulheres e consegue criar uma obra prima em roupas e acessórios. Mark é

hetérossexual, pai de três e muito bem casado. Começou a incorporar saltos altos através de um

pedido que recebeu de uma namorada e desde lá Mark não larga os queridinhos.

Foram 35 anos de sua vida usando apenas ternos bem cortados e calças pretas de

alfaiataria combinados com apenas dois pares de sapatos, um preto e outro marrom, uma forma

“padrão” e pré estabelecida pela sociedade, de como os homens devem se vestir e mostrar-se ao

mundo.

Nessa mesma semana que Mark percebeu que não tinha mais um estilo próprio e que não

se sentia mais confortável com o que vestia, foi então que ele decidiu incorporar saltos altos ao

seu guarda-roupas. Depois que começou a aderir a versatilidade dos seus saltos altos, Mark foi

mais longe e começou a combinar as cores dos seus sapatos com as cores dos seus ternos. Daí

surgiu a ideia de usar saias.

Isso fez com que Mark abrisse seu guarda-roupa para um estilo quase que único. Quebrou

14

SHI

ON

Foto: Internet

COM MARK BRYAN

“E se você começar a usar saias

também? Você tem pernas muito boas.”

“Claro, por que não?”



DIVERSA COM

MARK BRYAN

Foto: Internet

mais barreiras do tabu, e mostrou que uma pessoa pode

vestir o que quiser ou puder vestir. “Homens devem usar

apenas roupas de homens? e mulheres apenas roupas de

mulheres?! Pessoas podem vestir qualquer roupa que

quiserem sem se preocupar com gêneros. Roupas não

devem ser entendidas por sexualidade, homens que usam

saltos altos não precisam ser considerados gays, mulheres

que usam cabelo curto ou tem um corte curto não

necessariamente são lésbicas ou qualquer outra coisa,”

ressaltou Mark.

A moda genderless é mais do que uma simples

visão sobre o que cada pessoa gosta de vestir, essa moda

vai além, é um compilado de atitudes, descontruções,

outonima, força, cultura, empoderameto e principalmente

independecia de se sentir bem com o que veste.

Mark não se vê como uma pessoa famosa, mesmo

que atualmente em seu instagram influencie mais de 240

mil pessoas. É muito bom ver um homem héterossexual

mostrar para outros heterossexuais que simmm! É possível

usar saias, saltos, estampas florais sem conexão com a

orientação sexual.

Foto: Internet

“Eu

particularmente

acharia

interessante

se as pessoas

famosas

fizessem o que

eu faço, isso

seria legal.”

DIVERSA

COM

MARK

BRYAN

16

17



BRASIL E A SUA CARA

Foto: Arquivo Pesoal

TALENTOS

BRASILEIROS NA

Foto: Arquivo Pesoal

Foto: Arquivo Pesoal

moda genderless

Foto: Arquivo Pesoal

“Eu passei por esse processo, as pessoas não estão

acostumadas a ver todos os dias isso. O que não é

do cotidiano delas se torna, ou se torne, algo que

seja até mesmo agressivo aos olhos.” diz Emanuel

Fashion Designer e Coordenador Visual das lojas Monjuá, Johny Oliveira diz que o maior tabu é

pré estabelecer pensamentos sobre o que os outros irão pensar sobre a forma que você se veste. No caso do

Johny, esse tabu já foi quebrado a muito tempo. “Acho que o brasileiro se preocupa muito com a opinião dos

outros. Enquanto não tivermos essa liberdade cultural e política eu acho que a moda genderless não vai ter

representatividade.”

Johny sempre se expressou através de suas roupas e com pais jovens como ele mesmo diz “cabeça

aberta” não teve preocupações sobre sua sexualidade ou pela sua forma de vestir-se. “Meu pai sempre

incentivou minha mãe a usar roupas mais curtas, meu pai usa minhas roupas até hoje, um cara totalmente

heterossexual. Se eu der uma saia para ele, ele vai usar.”

20

Já para o Coordenador de Visual Merchandising Emanuel Possidonio que mora atualmente

em São Paulo, o tabu está ligado diretamente ao machismo, ao ser ‘‘macho’’ ou "fêmea", com isso, se inibe a

vontade de experimentar outros estilos, inclusive o agênero devido ao pré-conceito. Emanuel conhece vários

homens héteros que gostariam de usar ou já sentiram vontade de adaptar essas peças aos seus estilos. Porém,

o tabu é tão forte que causa medo e rejeição.

Algumas dessas rejeições vem de familiares, amigos, namorados e claro a sociedade em sua maioria

e o medo de não agradar quem está a sua volta. Mas como podemos lidar com essas rejeições externas sem

prejudicar nossa autoestima?! O quanto vale da nossa vida sermos alguém que não somos?!

Ter um estilo diferenciado mesmo que seja no século 21, onde estamos conectados a cada dia com coisas

externas ao nosso cotidiano, as formas mais aceitáveis para se viver em um país ainda hipócrita é se “vestir a

21



Pessoas que além de aderir ao

genderless trazem opiniões fortes

sobre como é ser adepto a esse

estilo e viver

em um país

ainda hoje

preconceituoso.

caráter" menino veste calça

e menina veste saia. Sendo

que uma roupa é apenas

uma roupa, sem separação

de gênero ou orientação

sexual na etiqueta. “O que

a gente veste, diz muito

sobre o que a gente é.

Remete muito sobre nós,

sobre nossa personalidade

e como a gente quer que as

pessoas vejam isso, né?”

cita Emanuel

Foto: Arquivo Pesoal

“Eu posso usar a cor que eu quiser, a modelagem que eu

quiser e a peça que eu quiser” , completa Johny.

Muitos dos protagonistas desta primeira edição da revista

DIVERSA afirmam também que há pouca representatividade em

revistas de moda. Mesmo que tenha nomes como Lee Alexander

McQueen que sempre levou inspirações do androgéno para as

passarelas, ainda assim é grande a falta de representação. Emanuel

afirma sem sombra de dúvidas que falta representatividade; “falta

um personagem de novela forte, falta alguém midiático, alguém

que vá poder expor isso de uma maneira mais latente.”

Johny assim como Emanuel, também revela que não

consegue acompanhar a moda genderless aqui no pais. “No Brasil

não consigo acompanhar em nenhum lugar.” E além disso, faz

observações do que seria a moda agênero para os brasileiros.

Johny e Emanuel não são os únicos que ainda querem ver

“Hoje a moda genderless que se vende no

Brasil é; dizer que o feminino eu posso usar

no masculino, e o masculino eu posso usar

no feminino, porém, ela não é isso. Ela é uma

moda sem gênero, ela tem modelagens

próprias, modelagens amplas. E as pessoas

confundem!.”

22

Foto: Arquivo Pesoal

Foto: Arquivo Pesoal

Foto: Arquivo Pesoal

representatividade no universo da moda. Além deles, há uma avalanche

de pessoas que querem se sentir representadas em um canal televisivo, em

um jornal impresso ou em assuntos do dia a dia de um podcast. Nicolas

Brukiewa Rodrigues que estuda Letras na UFSC, faz críticas ao que é

mostrado como genderless nas mídias atuais.

“Quando você para pra observar quais são essas representações,

percebe que a maioria é em séries, onde o personagem é um alienígena

ou de alguma espécie diferente. Cria-se então a imagem do genderless:

algo "não-humano", e das poucas vezes que aparecem pessoas reais na

mídia elas não são tratadas da maneira correta. Agora tem aparecido

mais pessoas genderqueer, como Lachlan Watson, Hunter Schafer, King

Princess, Jonathan Van Ness, Gloria Groove, entre outros. Entretanto, por

mais que eles estejam surgindo ainda são poucos e é você que tem que ir

atrás deles, não são pessoas que vão constantemente aparecer em algum

talk show às 10 horas da manhã de uma terça-feira.”

Foto: Arquivo Pesoal

Ser agênero ou apenas seguir a moda

genderless, não faz de ninguém um ET de

varginha!!! É um assunto sério, e pouco debatido

nas mídias. Que muitas vezes pode ser um

gatilho emocional para muitas pessoas.

Tudo começou quando ainda estava

no ensino médio. Nicolas teve vontade de

experimentar saias e vestidos, mas naquela

época acreditava que seria apenas uma forma

performática como por exemplo se travestir de

Drag Queen. Mas, apenas no segundo ano da

Faculdade de Letras na Universidade de Santa

Catarina que comprou sua primeira saia.

“Quando eu coloquei ela eu me senti tão

feliz e tão "natural" que eu percebi que não era

algo que eu queria usar uma vez por mês pra ir na

balada interpretando uma persona, era algo que

“Foi confuso me entender

enquanto pessoa não-binária.

A primeira maneira que eu

encontrei para entender isso

foi tentar de uma forma nãoverbal

explicar minha identidade

através da forma como eu me

visto… às vezes é difícil explicar

ou ter que falar para cada

pessoa "o que eu sou.”” Afirma

Nicolas.

23



eu queria no meu cotidiano, e conforme eu fui usando e experimentando de formas diferentes fui

percebendo que me denominar "homem" não parecia correto e me causava estranhamento, até

que eu pesquisei sobre não-binariedade e me encontrei.” E desde então a moda está presente na

vida e na forma de expressão de Nicolas.

Pois é, a moda sempre foi e sempre será a forma como nos manifestamos diante da

sociedade. Escolher a roupa que vamos usar se tornou um ritual diário, reforça quem somos, da

veracidade em nossa identidade. Independente do que pensem ou deixem de pensar, a moda é a

maneira como você se vê e está muito além do que a gente pensa. Crescemos inseridos naquele

cotidiano que nossos pais nos oferecem. E mesmo com as “divisões” de gênero, muitos de nós

buscamos na infância inspirações externas, podia ser em um desenho da época, uma cantora (o)

e assim sucessivamente até os dias de hoje.

“Sempre gostei muito de personagens femininas de desenhos e jogos, mesmo tendo uma

criação masculina eu sempre tive uma vontade de experimentar algo que ia além do gênero que

designaram pra mim. Fui entender mais assistindo pessoas como a Ruby Rose ou Lachlan Watson

que tentam borrar essa imagem binária do gênero. Alguns personagens também como o Ele de

Meninas Super Poderosas ou a Ivankov de One Piece que também sugerem essa ambiguidade,

essas foram as pessoas e personas que me inspiraram a experimentar o estilo agênero.” conclui

Nicolas.

Além do Nicolas, que buscou inspirações na infância e busca até hoje nos seus ídolos, o

Johny e o Emanuel também revelam suas inspirações, tanto em lojas como em estilistas ou até

mesmo em algum conteúdo na internet. Johny dá uma dica para quem quiser conhecer ou até

fazer uma primeira compra, a loja Farm aqui no Brasil. “Não que ela seja genderless, porque ela

não é. Ela é uma loja feminina, mas agora ela trabalha com modelagens amplas e eu consigo usar

saia, vestido, estampas florais.”

No caso do Emanuel, suas influências vem de buscas mais pela internet ou redes sociais,

e sem dúvidas do evento dedicado à moda autoral e também lançador de novos estilistas da

moda brasileira Casa dos Criadores que acontece duas vezes por ano na cidade de São Paulo.

Claro que não podemos esquecer das revistas Vogue, Elle, Marie Claire e Glamour que nos

últimos meses vem tratando, mesmo que de forma rasa, um pouco sobre a binariedade e a moda

genderless.

Quando grandes mídias divulgam assuntos sobre a identidade agênero ou moda genderless

com certeza atingem um número altíssimo de pessoas que tem interesse pelo estilo ou assunto,

estimulando-as as novas descobertas. Quanto mais falado, mais normalizado será. Para nós,

tratar deste assunto é importantíssimo. E com certeza, abrirá os olhos de muitas pessoas que não

enxergam que o novo está aí a muitooo tempo.

Foto: Arquivo Pesoal

“Eu acredito que é muito oportuna e já deveria ter começado a ser

amplamente debatido há tempos, quando a gente analisa a história da moda

e da sociedade num geral dá pra ver e entender como o conceito de o que

representa um gênero não é imutável no curso da história, é algo que mudou

várias vezes e constantemente muda por inúmeros fatores. No final do dia são

só pedaços de pano pintados e cortados de uma maneira, então não tem o

porquê de nós nos prendermos a eles como marcadores de gênero.” Finaliza

Nicolas.

Foto: Arquivo Pesoal

24

Foto: Arquivo Pesoal



ENTREVISTA INTERIORANA

Moda genderless:

a quebra de padrão no centro do conservadorismo

Roger Dalcin, Paulinho Lopes e

Jonathan Karter três adeptos da moda

genderless, contam suas experiências

com o estilo no interior do Rio Grande

do Sul

A moda sempre ditou padrões e dividiuse

entre homens e mulheres ao longo do tempo.

Felizmente esse comportamento vem mudando,

mesmo que aos poucos. O mercado da moda vem

desconstruir rótulos e se adequar a novas formas

de expressão. A roupa deixou de ser uma peça

exclusivamente masculina ou feminina, para

tornar-se sinônimo de expressão, identidade e

representatividade para todos. Um exemplo disso

é a moda sem gênero, que ganha força e desafia os

padrões para deixar essa divisão de lado.

Mas tudo que é diferente desperta

curiosidade, críticas e preconceitos. Com a

tendência genderless, não foi diferente. Durante

anos e anos pessoas que aderiram a moda acabaram

sendo julgadas e expostas pela sociedade. Sendo um

dos motivos do julgamento, a correlação do estilo

com a homossexualidade. O que não tem nada a ver.

O estilo genderless é visto com mais frequência nas

grandes cidades e mais ‘‘acolhido’’ por parte dessa

população. Mas imagine, vestir-se como quiser em

uma cidade pequena no interior do Rio Grande do

Sul super conservadora?! Bom, é isso que o Roger

Foto: Arquivo Pesoal

Foto: Arquivo Pesoal

faz, faz com muito estilo, carisma, e

desconstrução!!!

Guri encantador de apenas 19 anos que sempre está

por dentro das últimas tendências da moda e tem um

estilo único, Roger Dalcin é natural de Itaqui RS, e

revela que seu objetivo não é somente se expressar

através da moda.

‘‘Geralmente quando eu tô com saia ou com as

unhas pintadas eu vejo muitas crianças que apontam

para mim ou ficam me olhando muito, dão risada

ou demonstram um choque, porque criança não tem

vergonha. Os adultos, por mais que sintam o choque

com a minha presença, eles não vão demonstrar.

Então eu sinto isso de como as crianças já vão

construindo a ideia do que é ser homem e do que é

ser mulher, do que o homem pode vestir e do que a

mulher pode vestir. A presença da moda genderless

no cotidiano da sociedade também tem esse poder

de mudar essas noções sobre gênero’’, explica o

estudante de jornalismo da Universidade Federal do

Pampa (Unipampa).

A moda está sempre em transformação e os

estereótipos estão cada vez mais perdendo espaço.

“Os estereótipos vem dessas pessoas com gosto

mais ‘padronizado’. A quebra desse tabu é inevitável

quando usamos aquilo que nos faz sentir bem, sem

pensar em opiniões e críticas”, diz o Uruguaianense

(RS), cabeleireiro, maquiador e dono do Salão de

Beleza Majestic, Paulo Ricardo Lopes Pereira.

Paulinho como prefere ser chamado!!!

Paulinho aderiu a moda genderless no ano de 2012,

aos 22 anos. Para ele, o que os outros pensam não

é importante. Explica que sua identidade sempre

caminhou junto com o seu estilo.

Para Roger, a quebra de noções sobre gênero

é um grande avanço para muitas comunidades,

principalmente por pessoas LGBTS que se sentem

‘‘desajustadas na sociedade ou fingindo ser o que

27

26



‘‘Penso que não passam de panos cortados [roupas] de

diferentes formas, logo a sexualização ou a definição de

que determinados cortes são para homens ou mulheres

é ridícula. Claro, entendo que faz parte de toda a nossa

construção social brasileira baseada em machismos,

preconceitos e falsos moralismos’’, diz Jonathan.

“Eu vejo a moda

como uma forma

de materializar a

minha identidade e a

minha personalidade.

Mas também um

ato político e de

transformação de

ideias na sociedade..

Nunca abaixaram

a cabeça e sempre

lutaram para atingir

seus objetivos”

Foto: Arquivo Pesoal

não são’’, comenta.

Já para o apresentador do Traz Pra Mesa,

Jonathan Karter, 19 anos, de São Borja (RS), suas

primeiras influências para se libertar dos padrões

impostos pela sociedade, foram as mulheres da sua

família. A outra grande inspiração são as pessoas

ativistas e membros da comunidade LGBTQIA+,

em especial as pessoas transgênero e travestis que,

“sempre estão lutando por liberdade e às vezes

pagando o preço mais caro: a vida’’, explica. Essa é

uma das premissas da moda sem gênero.

28

Com o propósito de encontrar peças que

façam se sentir feliz e completo em seu modo de expor

sua identidade e aparência ao mundo; movimentos

liderados no passado por grandes figuras do mundo

da moda e de outras artes, como Coco Chanel e Yves

Saint Laurent com a criação do Unissex, David Bowie

e Kurt Cobain com as peças agênero e atualmente

Jared Leto e Billie Eilish, são exemplos de quebra de

padrão, modificando incessantemente a forma como

vemos a maneira de vestir e de se expressar.

E também afirma que entende que passou da

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal



hora de assumirmos enquanto nação que todas as crenças e tradicionalismos, enraizados na nossa cultura,

estão permanecendo apenas nos discursos. E que tudo bem se não gostar de determinado corte ou determinada

cor, desde que você tenha liberdade para decidir do que não gosta.

Para experimentar e ver o que te faz sentir bem e confortável. ‘‘É a nossa forma de nos mostrar para

o mundo e a partir daí sermos efetivamente livres, a quebra de tabu e estereótipos é um grande passo no

desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais inclusiva e diversa’’. Especialmente em lugares em que o

diferente é sempre julgado e o preconceito está enraizado.

Pessoas que aderiram o estilo, principalmente as da comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais,

Transexuais, Queer, Intersex, Assexual e + para outras identificações), têm o mesmo direito de se vestir e se

expressar através da moda, sem sofrer com o pré-julgamento?

Foto: Arquivo Pessoal

30

Foto: Arquivo Pessoal

“Nunca me importei com o que pensariam ao me verem

usando saias e blusas voltadas ao gênero feminino, e agora

com as mídias sociais é mais fácil se inspirar, criar e usar toda

e qualquer peça de roupa que me faça sentir bem.”

31



LOJINHAS

Fotos: Internet

Loja Cejuntos

32

4 marcas brasileiras

de roupas sem gênero

A DIVERSA traz uma lista com 4 marcas brasileiras

genderless para você que quer renovar o guarda-roupa,

que está sempre atento as novidades e compartilha da

ideia de que roupas não possuem gêneros.

O segredo da moda genderless é pensar em peças para corpos reais, de vários tamanhos e

formatos. Não ver mais corpos como masculinos ou femininos, mas apenas como corpos. A roupa tem

que ser ideal para o corpo, não o corpo ideal para a roupa. Consegue perceber a diferença agora?

Conheça um pouco das lojas:

Fotos: Internet

A Cëjuntos nasceu na cidade de São Paulo em 2016.

A ideia de abrir a loja surgiu através da vontade dos donos,

Chico Santinho e Emerson Brandão, de poder entrar em

outra loja e não se deparar mais com seções femininas e

masculinas. Mas com uma única seção. De ter liberdade

de comprar e usar qualquer roupa sem ser classificado.

De desconstruir os rótulos que excluem pessoas que não

estão dentro dos ‘‘padrões’’ estabelecidos pela moda.‘‘que

são construídos na nossa memória coletiva e precisamos

desconstruir. Seja através da música, da leitura ou da

vestimenta. Nos expressamos através do que usamos e

colaboramos para uma quebra de preconceitos. Assim,

nos ajudamos e também ajudamos o próximo’’, comenta a

marca. A marca surgiu para quebrar esses tabus.

A proposta da loja é oferecer roupas que todas as

pessoas possam usar. A marca trabalha com três aspectos

principais: o democrático, que remete ao tamanho das

peças, que são em sua maioria todas de tamanho único,

adequando-se a todos os tipos de corpos.

‘‘Nosso próximo passo é trabalhar

com peças maiores, para que

pessoas gordas possam ter mais

opções de vestimentas’’, comentam;

33

Fotos: Internet



O estilo agênero: as peças da marca não possuem um

gênero definido, como cortes masculinos ou femininos;

e também o aspecto atemporal: a moda não segue

tendências atuais, mas produz peças que possam ser

usadas por um longo tempo.

Para Chico e Emerson, a maior inspiração foi

pensar nas pessoas que buscam roupas de qualidade

e liberdade para se vestir. O público da Cë é bem

diverso, são clientes acima dos 25 anos e que não estão

preocupados com tendências de moda, explicam.

A grande dificuldade que Chico e Emerson

enfrentam ainda é a questão financeira. Acreditam

que a moda deve ser democrática no vestir, mas

principalmente no consumir. ‘‘Nossos preços estão

abaixo do valor, porém estamos felizes com esse

processo’’. Em vista disso, recebem muitas mensagens

positivas em relação ao trabalho que fazem. Pessoas

agradecendo por trazerem confiança e elevarem a

autoestima delas. ‘‘Isso é a resposta para nosso trabalho.

Sempre estamos abertos para todo e qualquer feedback,

mas como temos um posicionamento político e social

transparente, acreditamos que muitas pessoas deixam de

dar feedback negativo, por já conhecer nossos propósitos

e posicionamentos.’’.

34

Fotos: Internet

Fotos: Internet

Street My Chique

Para o estilista Jonatas Santos do Nascimento,

a questão de fazer roupas agênero era algo que nem

pensava em fazer. Nunca havia ligado roupa a gênero

antes. Queria fazer roupas que ele mesmo usasse. A

inspiração veio disso, da visão da mãe e das roupas

que queria comprar.

A produção das roupas começou dessa

inspiração. Pensar em peças, ver, usar e ter aquilo, era

o que sempre sonhou. Quando postou seu primeiro

look no Instagram, teve 60 mil curtidas, ‘‘eu fiquei

chocado como aquilo conversava com as pessoas’’,

‘‘Está muito ligado ao fato da minha

infância, de ver minha mãe se

vestindo e eu achando as roupas

dela bonitas, coloridas, com muito

tecido. Aquela visão de enxergar a

mãe de outra maneira e achar aquilo

fantástico’’, conta.

conta orgulhoso. A partir desse dia a marca começou a repercutir.

Seu Instagram conta com 2.537 seguidores hoje. A marca ainda não

possui um site(não tem de fato uma loja virtual), mas Jonatas trabalha

sob encomenda principalmente.

Para a construção da loja que tanto sonha, Jonatas explica

que, ainda não aconteceu por causa da pandemia de Covid-19 e por

falta de dinheiro. ‘‘Eu acabei não postando os looks na minha página

para as pessoas verem. Mas eu vou fazendo conforme as demandas,

conforme isso vai acontecendo’’. Conta que a construção da loja

virtual é necessária para melhorar a marca, porque facilita a compra e

o pagamento. Quer que a loja seja acessível de várias maneiras e está

Fotos: Internet

Fotos: Internet

Fotos: Internet

trabalhando para isso. O público da marca em sua maioria é

homens, gays principalmente e de diferentes etnias.

Sobre a quebra de tabus, explica que não sabe se

está quebrando um tabu especificamente ou se acha que

hoje existe uma onda de conscientização, sobre a roupa não

ser só uma roupa, além de não definir a orientação sexual

de ninguém, ‘‘eu acho que isso hoje em dia é muito fluido,

estamos caminhando para essa liberdade sobre os nossos

corpos e sobre as decisões que tomamos. Não precisamos nos

encaixar em rótulos para que as pessoas possam nos ler’’.

Jonatas espera que realmente ajude as pessoas a

entenderem que a sociedade está a caminho da verdadeira

liberdade. ‘‘Eu realmente espero que os héteros ou essas

pessoas que caminham para essa normatividade, não precisem

se vestir ou se comportar como homens. Espero que esse

posicionamento seja quebrado porque isso não define se o

cara gosta de mulher ou se gosta de homem’’. Se a pessoa

estiver se sentindo bem vestido da maneira que achar melhor,

se estiver usando uma saia, um vestido ou um salto alto, quer

dizer que tem liberdade para vestir o que quiser, do jeito que

achar melhor. E que se a questionarem por isso, simplesmente

não se importar, porque ela mesmo se questionou antes,

a ponto de entender quem é e que é livre para fazer suas

escolhas.

Com relação aos feedbacks que recebe dos clientes,

diz que quem geralmente manda são as pessoas que não

compram as peças. Recebe comentários como ‘‘incrível’’ e

‘‘maravilhoso’’ ou ‘‘quando puder vou comprar uma peça

tua’’. Jonatas diz que fica feliz com isso, porque não vê

problema nenhum em alguém querer usar roupas coloridas,

muito justas ou com um tecido que seja para ambos os sexos.

Porque para ele roupa não tem definição de quem se é na

sociedade.

35



João Pimenta

João Pimenta conta que, fazia moda feminina

e via os meninos entrando na loja procurando

algo diferente. O mercado masculino ele é muito

‘‘careta’’, falta diversidade. As marcas ainda

não entenderam que os homens também são um

público que gosta de consumir. “Então quando eu

percebi que os homens queriam vestir as roupas das

mulheres eu percebi que aí tinha alguma coisa para

ser repensada”, explica o estilista.

A loja tem visibilidade, que se dá sobre essa

liberdade de experimentação e com foco dentro do

universo artístico. Arte e moda formam uma boa

dupla. Sobre as suas maiores dificuldades no ramo

da moda, João diz que é difícil viver em um país

como o Brasil, que não valoriza o design e a arte.

Não existe um público específico para a marca

de João, “a gente lida com a diversidade”, a loja

atende desde meninas até senhoras, de diferentes

classes sociais, idades, cores, sexo e formato de

corpo. O importante é se sentir feliz e confortável

com o que se está vestindo. Pensando nisso, João

conta que, a loja pretende trabalhar em um projeto

envolvendo a gordofobia, “a gente entendeu que a

moda é desumana e que ela quer vestir um corpo

que não existe”. A marca está ampliando sua

modelagem, que antes ia até o 46 e agora vai chegar

até o 60.

O Instagram da marca João Pimenta tem

quase 50 mil seguidores e conta com personalidades

como Iza e Hugo Gloss. João apresenta suas

coleções na São Paulo Fashion Week desde 2010.

E já vestiu vários artistas, incluindo Apl.de.ap da

banda Black Eyed Peas.

36

“O ideal da marca era e é vestir

todos os corpos, então essas

dificuldades são comuns na

verdade para a gente”.

Fotos: Internet

Fotos: Internet

LePat Style Moda sem Gênero

Fotos: Internet

Patrícia Rangel, dona e estilista da LePat

Style explica que estava cansada das grandes

empresas de shoppings e fast fashions, nas quais

trabalhou quase a vida inteira. Almejava criar algo

novo e seu, foi assim que a LePat Style surgiu em

2015. Porém, apenas em 2017, houve realmente

um investimento para que a loja fosse como é

atualmente. Na época, a filha de Patrícia, Larissa

Rangel Saide, foi a principal responsável para

que ela abrisse a cabeça sobre a quebra de tabus.

Larissa, estudava em uma escola onde a maioria dos

“Comecei a prestar

atenção a esses

comportamentos e

a suas formas de se

vestir. E minha filha,

é super antenada

e está por dentro

da comunidade

LGBTQIA+”.

colegas eram conscientizados e se vestiam de formas

diferentes, reivindicando a liberdade principalmente.

Foi assim que a LePat se transformou em

uma marca agênero, assunto que estava começando

a se popularizar na Internet, nessa mesma época.

“Achei uma ótima ideia e assim foi feito: pesquisamos

bastante sobre causas como fair trade (comércio justo);

slow fashion (contra produções em massa); consumo

sustentável e consciente”. Sua filha ajudou criando a

identidade visual; fez adaptações nas modelagens e

juntas definiram qual seria o público alvo.

Segundo Patrícia tem sido muito bem recebido

até hoje. “Fico realizada em poder conhecer uma

geração tão aberta e justa sobre causas que farão

nosso mundo um lugar melhor no futuro”. Patrícia e

a loja contam com o apoio da filha, porém ao longo

dos anos, Patrícia sentiu a necessidade de uma ajuda

mais especializada ao inserir a loja nas redes sociais.

“Pois eu mesma ainda sinto certa dificuldade com

as redes sociais no geral”. Entre algumas parcerias

e investimentos, o crescimento da LePat tem sido

gradual, hoje tendo mais de 8 mil seguidores no

Instagram, sua principal rede social.

Um diferencial da LePat é que alguns clientes

que se tornaram sócios e amigos, até hoje ajudam

quando necessário. “Acredito que uma marca é feita

não só de dentro, mas também de fora, ou seja: nosso

público. Por isso que cada comentário positivo e like

dizem quem nós realmente somos”.

Para a consolidação de uma marca, leva tempo e não

37

Fotos: Internet



foi diferente com a LePat.. A primeira surgiu em

2015, com malhas e peças femininas, Patrícia

trabalhou muitos anos e já tinha familiaridade

com esse público. Entretanto, nas feiras reparou

entre os expositores que mal haviam roupas

masculinas e apenas em 2017 veio a segunda

versão, que é mais parecida com o que é hoje. “Já

estava com uma mentalidade mais empresarial,

que é preciso para uma produtora independente

como eu”.

“Entre a criação da LePat até

o que vocês conhecem hoje

(que continua em constante

mudança), houveram duas

outras “versões” da marca”

Fotos: Internet

Fez algumas pesquisas de mercado e

percebeu que realmente havia uma necessidade

de inovação na seção masculina. Porém, pela

grande aprovação entre ambos os públicos,

decidiu tornar a marca como sem gênero.

No meio desse caminho, houveram diversos

obstáculos e pensamentos de desistência. “Foi

preciso resiliência e consistência para termos o

resultado esperado”.

Por se definir uma marca despojada e

versátil, com diversas modelagens e tamanhos,

isso contribuiu diretamente para a autoestima

de diversas pessoas, que podem se notar e se

redescobrir. Desde mostrar alguma parte do

corpo que se sente desconfortável até usar uma

peça de roupa que nunca imaginou que cairia

bem. “Nesse processo, também fui me abrindo

e desconstruindo alguns dos preconceitos que a

minha geração tinha enraizado na minha cabeça,

principalmente sobre questões de sexualidade e

gênero”. E isso se tornou imprescindível para a

forma como ela se comunica atualmente com os

clientes, há uma troca de aprendizagem.

A marca trabalha todos os dias para

buscar referências e trazer peças alternativas ao

que vemos nas grandes lojas de departamento,

que muitas vezes limita a criatividade de se

vestir, principalmente nos seus tamanhos e

NOSSAS DICAS

+

looks

genderless

Alfaiataria:

Calças e blazers

Uma ótima dica é

garimpar peças de alfaiataria,

itens que podem ser usados

tanto por homens, quanto

por mulheres. São facilmente

encontradas em brechós e

lojas vintage. Combinam

com camisas longas, t-shirts

estampadas e blazers também.

Com tênis e salto alto. Se

você se sentir confortável,

está liberado apostar em

modelagens mais retas.

A variedade de cores é grande

e existe a possibilidade de

apostar nas opções mais

sóbrias como preto, cinza,

nude ou branco; ou também

nas super coloridas, que é o

caso do azul, amarelo, pink,

entre outras.

Falando em

blazer, temos

outra dica:

os modelos

oversized.

Agora as peças

mais largas

estão com tudo.

Com jeans vai

super bem, é

ótimo para usar

no trabalho ou

no dia-a-dia. E o

blazer acetinado

deixa os looks

mais divertidos

e leves.

Fotos: Internet

Fotos: Internet

39



Jeans

O jeans é a peça mais

democrática que existe no

guarda-roupa. Tem o verdadeiro

espírito da moda sem gênero.

É uma peça que pode ser usada

com qualquer outra e integrada

a diferentes looks, sem distinção

de gênero. Existem marcas que

desenvolveram coleções unissex

toda em jeans de diferentes

tamanhos. Como calças, camisas,

macacões e até moletons.

Vestidos & Túnicas

Vestido dispensa qualquer

apresentação, peça que está

sempre presente no guarda-roupa

e tem para todos os gostos, leves,

coloridos, para noite ou dia e até

para pegar aquela prainha no final

de semana. Aliás, a praia é um

dos lugares mais diversificados e

democráticos quando o assunto é

moda. As túnicas deixaram de ser

apenas a famosa “saída de banho”,

e algo de exclusividade feminina,

assim como os vestidos. Hoje

homens e mulheres têm a opção de

escolher aquela renda, mais básica

ou optar por um colorido. Opções

de conforto, modelagem mais

básicas ou mais sofisticadas não

faltam. São peças muito conhecidas

por sua versatilidade.

Fotos: Internet

Cardigãs

Fotos: Internet

Os cardigãs são casaquinhos com uma modelagem

mais simples, que dá ao look um toque de sofisticação.

Normalmente são longos, estilo quimono, mas há opções

de curtos também. São muito usados sobre vestidos ou com

uma calça jeans e camiseta.

T-shirts e camisas

As t-shirts ganham cada vez

mais espaço e aderentes, básicas e

confortáveis. É uma peça “coringa”

no guarda-roupa. As t-shirts

são camisetas que normalmente

possuem mangas curtas, podem

ser coloridas, possuem adereços

e “casam” muito bem com outras

peças, como calça jeans, saias e

calças de alfaiataria. Apesar de

ser simples, ela pode facilmente

compor qualquer look.

41

Fotos: Internet

Fotos: Internet



HOLLYWOOD

NO

TAPETE

VERMELHO

Fotos: Internet



Ezra Miller

Posando para capas de revistas

norte-americanas como GQ Style e

Playboy com looks que transitam entre

o guarda-roupa feminino e o masculino,

Ezra Miller é um ícone da moda

genderless.

O ator que brilhou interpretando

o nosso amado Flash em Liga da Justiça

(2017) e que, atualmente, protagoniza

Animais

Fantásticos e Onde Habitam, adota nos

looks vestidos, sapatos e saias tanto no

seu cotidiano, como nos requisitados

tapetes vermelhos.

Fotos: Internet

Billy Porter

Desafiando estereótipos, Billy Porter é

figurinha carimbada quando o assunto é mesclar

elementos femininos com trajes característicos

no guarda-roupas de homens. Em fevereiro de

2019, o ator surpreendeu a todos quando subiu

no red carped do Oscar vestindo um smoking

de veludo preto que, na parte de baixo, se abria

para um vestido deslumbrante. Com mais de

30 anos de carreira e um estilo sem barreiras

de gênero, Billy adota a moda genderless com

sofisticação e design marcante. Segundo o ator,

suas roupas são também mensagens políticas, e

que busca desvendar paradigmas sobre o que é

masculinidade.

Hogan McLaughlin, Alex Vinash são

alguns dos estilistas que assinam as

peças do astro hollywoodiano.

“Meu objetivo é ser uma

obra de arte política,

aguçar expectativas”,

destacou.

Harry Styles

Fotos: Internet

Quem anda ligado no mundo da moda com certeza viu Harry Styles fazer

história na capa da Vogue America. Isso porque o garoto de 26 anos se tornou o primeiro

homem a aparecer sozinho em uma capa da famosa revista americana. Ah! E ele não

apareceu com peças tradicionais não! Esbanjando vestidos de diversos cortes e altas

histórias sobre sua vida pessoal, o garoto ganhou chuva de olhares do mundo todo.

Quando perguntado sobre seu estilo e a mescla de estampas e, claro, a diversidade

das peças, o cantor declarou que “quando você apaga a noção de que há roupas para

homens e mulheres, obviamente você abre uma arena em que pode se jogar”. E ele se

jogou! O astro do Pop já era destaque pelas suas unhas sempre pintadas, roupas com

detalhes afeminados e grande personalidade nos looks.

44

Fotos: Internet

45



Quando o assunto é moda genderless, as

mulheres não ficam de fora!

Cara Delevingne

Exibindo alfaiatarias de alto

padrão e uma personalidade marcante,

Cara Delevingne troca vestidos palacianos

por terninhos para marcar presença nos

eventos de gala. No casamento real da

princesa Eugenie de York com Jack

Brooksbank, por exemplo, a modelo e

atriz quebrou o protocolo (que exige que

as mulheres compareçam de vestidos nos

eventos reais) e vestiu um blazer preto com

um chapéu no estilo cartola. Apostando

em uma proposta menos conversadora, a

modelo e seu look “tomboy” também já

apareceu usando os trajes naturalizados

como masculinos em cerimônias de

tapetes vermelhos e ensaios fotográficos.

Fotos: Internet

Billie Eilish

Fotos: Internet

Fugindo das tradicionais roupas femininas e com um discurso recheado de desconstrução e

críticas à objetificação do corpo de adolescentes e mulheres, Billie Eilish descobriu na moda agênero

uma forma de lutar contra padrões que não concorda, além de ter mais liberdade para escolher aquilo

que gosta. A cantora pop contou ao DJ Zane Lowe que sempre usou peças “masculinas” e que se

frustava quando não encontrava as roupas no seu tamanho.

Além disso, a dona do hit bad guy revelou que prefere roupas largar porque assim ninguém a

encaixa em algum tipo de estereótipo. “Ninguém poderá ter uma opinião porque eles não podem ver

o que tem por baixo, comentou a NME.”

A apresentadora, comediante e atriz estadunidense

Ellen Degeneres é conhecidíssima por adotar

camisas, ternos, blazers e alto padrão de alfaiataria

tanto em seu programa Ellen DeGeneres Show,

quanto no seu cotidiano. Se liga em alguns closes da

apresentadora e se inspire em adotar a moda genderless

no seu dia a dia.

46

Fotos: Internet

47



INDICAÇÕES

OS FIGURINHOS MAIS MARCANTES

NO MUNDO CINEMATOGRÁFICO

Fotos: Internet

POSE

Outro destaque nas plataformas de estreamings, a

série Euphoria não poderia ficar de fora por aqui! Abordando

temáticas sobre sexo, drogas, amor, amizade e dramas do ensino

médio, o figurino da série deu o que falar. Feito por Heidi

Bivens, a figurinista destaca que seu objetivo foi observar jovens

de hoje em dia e perceber que eles não se importam com estilo,

moda ou seguir os padrões que vislumbram na mídia. Por isso,

adotou nos personagens looks excêntricos, ousados e, em alguns

personagens, que seguem a moda genderless.

Apresentando como pano de fundo os anos 90 da cidade

de Nova Iorque, a série Pose acompanha a vida de pessoas (a

maioria da comunidade LGBTQ+) que participam da cultura de

bailes underground. Retratando a pluralidade de gays, lésbicas,

transexuais e outras minorias, Pose explora a maneira destas

pessoas de viverem seus sonhos em um cenário de opressão

constante. A série de FX, criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk,

exala um figurino longe de estereótipos de gênero em um universo

de liberdade e diversão encontrados dentro da realidade social da

época.

EUPHORIA

INTERAÇÃO

O que acha de ser nosso crítico agora hein?

Comenta aí o que

podemos melhorar e

aprimorar em próximas

edições!!

Conta aí como foi para

você seu primeiro tour pela

Diversa?

O quanto a DVS

representou você?

SEX EDUCATION

Fotos: Internet

48

Fotos: Internet

Um dos grandes sucessos midiáticos de 2019,

a série Sex Education estreou na Netflix abordando

tabus sexuais entre adolescentes e problemas sexuais

da juventude. Apresentando uma visão realista sobre

relacionamentos na adolescência, a série criada por

Laurie Nunn possui um elenco jovem e até então pouco

conhecido em Hollywood – o que ajudou a surpreender

os espectadores. Compondo um cenário diverso, Sex

Education explora a singularidade de cada personagem

de modo sensível, trazendo composições de figurinos

que transitam entre o vestiário feminino e masculino em

alguns protagonistas.

Acesse o site e o a

página do Instagram!

Acredita que a DIVERSA pode sim sair do papel e ganhar

espaços maiores ainda?

49



HORÓSCOPO

AQUÁRIO

fevereiro é o mês delus

Esse é um momento muito especial para o seu signo. Uma festinha de planetas está

rolando em pleno território aquariane. Por lá, transitando Saturno, seu planeta

regente na astrologia tradicional, Júpiter, Sol, Vênus e Mercúrio retrógrado. Esse

tende a ser um momento de muita evidência para a sua pessoa, de crescimento

e expansão. Sendo assim, a melhor coisa é focar na sua paz interior e nos bons

momentos do presente

Áries

A retrogradação de Mercúrio mexe com a atividade mental das arianjas, que já são um

tanto fritas & agitadas. A busca é pelo equilíbrio nas suas relações de amor, amizade e

comunidade. Melhor baixar a bola e se preservar. Pense duas vezes antes de falar. Mas

cuidado com o excesso de preocupação! Domine sua mente. O poder das palavras

está ao seu alcance. Use com sabedoria.

Touro

A retrogradação de Mercúrio e o trânsito de Vênus em Aquário ativa as suas questões

profissionais, de carreira e de tudo o que você tem para oferecer ao mundo neste

momento. É sobre reputação, mas não é como se isso fosse algo tão importante assim

para você. Não se deixe levar pelo calor do momento. Domine sua mente. O poder

das palavras está ao seu alcance. Use com sabedoria.

Gêmeos

Esse é um mês muito favorável para você desenvolver seus pensamentos, estudos,

ideias sobre o mundo e aprofundamentos sobre assuntos que sejam do seu interesse.

Com a retrogradação de seu planeta regente, todas essas percepções estão vinculadas

com as suas vivências. Para tanto, é preciso tomar distância, tomar um ar, descansar e

se permitir momentos de ócio regenerativo. Relax bb.

Câncer

Esse é um mês para definir limites e reformular acordos e questões que envolvam

parcerias e recursos de outras pessoas. Você pode considerar que fevereiro é um mês

de cortes, rupturas e limpeza de terreno. Algumas atitudes e situações precisam mudar.

De resto, você apenas observa (e se observa). Mas sem se exceder nos pensamentos,

hein! Tudo em moderação.

Leão

Texto: elle.com.br

Esse é um mês importante e traz aprendizados para o resto do ano. Com uma

aglomeração de planetas no signo de Aquário, as relações se movimentam de

uma forma mais intensa. Mesmo com as coisas se desenrolando de forma lenta, é

importante focar no que você pode e deseja fazer, sem se distrair com percepções

nubladas sobre o que as outras pessoas podem estar pensando ou fazendo.

Virgem

Fevereiro é um mês desafiador especialmente para virginianes (de sol ou ascendente)

que tem por costume se doar por inteiro às necessidades das outras pessoas, às ideias

das outras pessoas, ao trabalho das outras pessoas, aos problemas das outras pessoas

etc etc etc. Não force sua barra, não se debata com situações que estão para além do

seu controle. Em certos momentos não fazer nada já é fazer muito.

Libra

A aglomeração de planetas em Aquário ativa uma maior atividade na sua vida. Com

Vênus, seu planeta regente, transitando em Aquário, esse tende a ser um período para

usufruir de bons momentos com mais leveza e prazer. Esse é para ser um momento

bom, um momento que merece ser usufruído e que vem para lhe fortalecer. Receba

esse amor, dê carinho para a sua família, amigos e amores.

Escorpião

A aaglomeração de planetas em Aquário movimenta suas estruturas e mexe na sua

base. Esse tende a ser um mês importante para o seu ano, anunciando momentos

de resolução e conclusão de ciclo. Hora de integrar antigos aprendizados às suas

experiências atuais. Esse é um mês para buscar estabilidade emocional, tranquilidade

e fortalecimento da sua base.

SARGITÁRIO

Fevereiro promete ser um mês bem agitado na rotina do dia a dia. A vizinhança tende

a estar mais animada e com mil confusões. Com Mercúrio transitando em movimento

retrógrado e voltando para encontrar Júpiter, seu planeta regente, este pode ser um

momento favorável para reorganizar a rotina, a cabeça e as ideias. Não tenha medo

de entrar em contato com seus sentimentos e com a sua vulnerabilidade. Desarme-se.

CAPRICÓRNIO

A aglomeração de planetas em Aquário ativa seus assuntos relacionados a tudo

que envolve materialidade, concretização de projetos, uso estratégico de recursos

(financeiros inclusive, mas não só), trabalho em equipe e prioridades a serem

valorizadas em detrimento de coisas consideradas supérfluas ou de pouca utilidade.

Você está quase lá e se tiver paciência as coisas podem sair melhor do que o planejado!

Peixes

Com tantos planetas transitando em Aquário até o dia 20/2, esse tende a ser um

momento um tanto intenso e talvez solitário. É que Aquário é o décimo segundo signo

a partir de peixes, ativando assuntos de casa 12. A partir do dia 25/2, Vênus ingressa

no seu signo, e todo o trabalho interno das últimas semanas começa a mostrar seus

resultados. Vai valer a pena!

51



D

A PRODUÇÃO

I

V

Oi! Me chamo Vitória Farinha, tenho 21 anos

e moro em Florianópolis. Estou em mobilidade

acadêmica na UFSC há 1 semestre e sou originária

do RS. Sou ariana, mãe de pet e amante de livros,

filmes e cultura pop. :D

Oii guriis! Me chamo Izadora Bittencourt, mas podem

me chamar de Iza. Tenho 24 anos, sou CEO do

01 da Diversa e estudante de Jornalismo na UFSC.

Mãe do Frajola, apaixonada pela culinária, bons

livros e claro uma cerveja bem gelada. OBS: câncer

com lua em áries.

@viitoriaffarinha

@izadorabitthencourt

E

R

S

A

Oiê! Meu nome é Thais Venâncio, sou paulista e

escorpiana de 22 aninhos. Estou quase para me

formar em jornalismo e amo a área de comunicação

e design. (Inclusive, a diagramação ficou por minha

conta hihihi)

Meu nome é Tere Lima, tenho 23 anos e sou natural

de Uruguaiana no Rio Grande do Sul. Mudei junto

da minha família para Florianópolis fazem cinco

anos. E desde então, tenho visto minha vida mudar

para melhor. Ingressei no curso de Jornalismo da

UFSC e estou na sexta fase. E solteira bjs

@thavms

Oi, me chamo Rosângela, sou uma taurina de 29

anos, que está tentando se formar em jornalismo.

Eu vejo a moda como um meio de se expressar,

moda é muito mais do que vestir corpos, é através

da moda que a gente mostra um pouquinho de

quem somos.

@rosângela_matos_1991

NA CAPA

Mark Bryan veste LEA saltos da @virili.eu

Art Direction & Fashion Styling @mariaelena_morelli

Photography @eleonora__dangelo

Hair Styling by @anastasia_nasty_s

Make-up by @databeauty.jpg

Casting by @danilocautero

Set Design by @antimoassuntore

Photo Assistant @simone_lista

Styling Assistant @adelaidevasaturo

Produced by @vdambrosio

Production Assistant @martinatorcia.

@terelimaq

VOCABULÁRIO

Andrógeno - que ou aquele que apresenta características, traços ou comportamento

imprecisos, entre masculino e feminino, ou que tem, notavelmente, características

do sexo oposto.

Estereótipos - é o conceito ou imagem preconcebida, padronizada e generalizada

estabelecida pelo senso comum, sem conhecimento profundo, sobre algo ou

alguém.

Genderless - O movimento genderless, que significa não possuir identidade de

gênero, se manifestou na moda por meio de peças, como a calça boyfriend e a

skinny, que servem tanto para homem quanto para mulher.

Genderqueer - é uma categoria abrangente para identidades de gênero que não

estão relacionadas apenas a identidades masculinas ou femininas que estão fora do

binário e da cisnormatividade de gênero.

Objetificação - Processo que atribui ao ser humano a natureza de um objeto

material, tratando-o como um objeto ou coisa; coisificação

Paradigmas - um exemplo que serve como modelo; padrão.

Tomboy - De acordo com alguns dicionários modernos, uma menina tomboy é

uma garota que tem características e comportamentos considerados típicos de um

menino, o que inclui usar roupas masculinas, gostar de jogos e atividades que em

muitas culturas são considerados nem um pouco femininos e são dominantes dos

garotos.

Unissex - Unissex no mundo ocidental moderno e em algumas outras regiões do

mundo refere-se a coisas que podem ser usados indistintamente por ambos os

sexos.

53



Projeto acadêmico realizado para disciplina Empreendedorismo, Inovação e

Gestão de Projetos em Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!