Revista Vieirense 2021 - Colégio Antônio Vieira
O ano de 2021 é um marco para o Colégio Antônio Vieira. A instituição completa 110 anos neste dia 15 de março, consolidando-se como um centro de aprendizagem que, há mais de um século, mantém-se como referência de qualidade educacional na Bahia, a partir de um projeto pedagógico que está sempre se ressignificando para o tempo presente. Esse olhar constante para a inovação dá ao Vieira um novo ânimo para não só celebrar o aniversário especial como também os avanços conquistados ao longo dos anos e, especialmente no ano passado, quando a pandemia de Covid-19 também impôs difíceis desafios para a Educação em todo o mundo. Para que isso ocorresse, o DNA jesuíta do Vieira fez a diferença. Este é um dos temas abordados pelas reportagens da edição especial eletrônica da Revista Vieirense 2021, que você pode conferir agora!
O ano de 2021 é um marco para o Colégio Antônio Vieira. A instituição completa 110 anos neste dia 15 de março, consolidando-se como um centro de aprendizagem que, há mais de um século, mantém-se como referência de qualidade educacional na Bahia, a partir de um projeto pedagógico que está sempre se ressignificando para o tempo presente.
Esse olhar constante para a inovação dá ao Vieira um novo ânimo para não só celebrar o aniversário especial como também os avanços conquistados ao longo dos anos e, especialmente no ano passado, quando a pandemia de Covid-19 também impôs difíceis desafios para a Educação em todo o mundo.
Para que isso ocorresse, o DNA jesuíta do Vieira fez a diferença. Este é um dos temas abordados pelas reportagens da edição especial eletrônica da Revista Vieirense 2021, que você pode conferir agora!
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As insurgências
curriculares são
uma maneira
de currículo, com
possibilidades
de formação
significativas, por
trazerem temas
que desdobram,
ou não,
dos programas
prescritos das
disciplinas”
A partir do que é abordado no livro,
como os professores podem
ampliar o processo de aprendizagem
dos alunos ao recorrer
às chamadas “mochilas existenciais”?
Prof. Zelão Teixeira - O livro
enuncia o currículo vivo, como
pautas formativas em devir, que
possa provocar educadores e educadoras
não como um manual, um
tutorial ou um passo a passo sobre
uma prática curricular. Mas inspirações
sobre ações curriculares
possíveis, praticadas por docentes
em seus cotidianos, para ser refletida,
problematizada, questionada,
enfim, discutida no campo da formação.
Alguns pensadores e pensadoras
de educação ajudaram-me
na criação desses conceitos. Jorge
Larrosa afirma que experiência
não é a quantidade de coisas que
você fez ou faz; experiência é tudo
aquilo que nos toca profundamen-
te, nos transforma naquilo que
estamos sendo durante a vida. Jacques
Ardoino, por sua vez, aponta
que somos seres que se constituem
na multirreferencialidade, ou
seja, estamos sendo o que somos
por conta de todas as referências
que temos em nossa vida: a família,
a escola, a rua etc. Já Roberto Sidnei
Macedo indica a etnoformatividade
como um tipo de formação
nos lastros de nossas vivências,
nos sentidos dos grupos e lugares
onde existimos. Quando passamos
a ter consciência desse processo,
ampliamos nosso repertório e recursos
formativos. Não é a substituição
dos conteúdos disciplinares
por nossas histórias de vida. Mas,
sim, utilizá-las para trabalhar os
conteúdos de maneira mais significativa,
fazendo a diferença aparecer
e não uma igualdade forjada.
O que são, na prática, as insurgências
curriculares? Em que medida
elas ampliam os currículos
prescritos tradicionais das disciplinas
dadas em sala de aula?
Insurgência é um termo emprestado
da história, da sociologia, para
caracterizar algum movimento,
acontecimento, fenômeno, alguma
emergência que não estava
prescrita, programada, planejada.
Vivemos em contextos midiáticos
que nos afetam, nos formam, provocam
aprendências diversas que
não ocorrem, necessariamente,
com os professores e professoras
em salas de aula. As insurgências
curriculares são uma maneira de
currículo, com possibilidades de
formação significativas, por trazerem
temas que desdobram, ou
não, dos programas prescritos das
disciplinas, podendo também serem
provocadas por professores
e professoras ou mesmo alunos
e alunas, em função de sua emergência
no contexto, algo que ocorreu
ou vem ocorrendo naquele
Não é a
substituição
dos conteúdos
disciplinares por
nossas histórias
de vida. Mas,
sim, utilizá-las
para trabalhar
os conteúdos de
maneira mais
significativa”
período e obtém notoriedade na
mídia, nas redes sociais, ou ainda
na comunidade em que o grupo
está vivendo. A insurgência, portanto,
emerge inundando as interações,
convocando todos e todas
de alguma maneira com suas opiniões
e posicionamentos expressados
por suas mochilas existenciais,
movendo nossas oportunidades de
aprendizagem.
As famílias dos alunos, muitas
vezes, revelam preocupação
quanto à mídia e redes sociais
que nem sempre trazem conteúdos
considerados de qualidade
para crianças e jovens. Como
os professores podem atuar de
forma significativa diante dessa
questão e, em geral, de todas as
pedagogias culturais do tempo
presente, como o senhor aborda
no livro?
As pedagogias culturais do tempo
presente tratadas no livro referem-
-se a uma perspectiva de formação
elaborada por duas pesquisadoras
12 Revista Vieirense - 2021