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Raiz de MarÉ Saberes, flores e frutos do mar

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa. O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados. Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades. Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa.

O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados.

Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades.

Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

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“Antes da criação desse porto a pesca

aqui era tão forte tanto no rio quanto

na praia. Era tanto peixe, tanto peso,

os pescadores tinham que fincar paus,

iam segurando e outras pessoas iam

tirando o peixe pra botar pra terra. O rio

era estreito e a água tinha mais força,

os camarões pistola vinham tudo pra

beira do rio. Porque tanto o camarão de

água doce quanto o pistola reproduzem

no mangue. A gente quando criança

arrumava umas redinhas ou até o

cortinado, juntava cada um numa ponta,

arredava e vinha peixe, camarão, tudo

vinha, muito robalo. Aqui perto tinha um

lugar que chamava Corcovado, não tem

mais. A minha mãe conta que era muito

robalo nesse lugar, turimã... aqui tudo

era bom.”

As mulheres reconhecem bem as

mudanças que aconteceram ao longo

dos anos, e têm muita consciência do

vínculo entre os problemas ambientais e

os grandes empreendimentos na região,

assim como sabem que a organização

comunitária é a resposta que podem dar

à própria sobrevivência e ao futuro

da região.

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