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Raiz de MarÉ Saberes, flores e frutos do mar

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa. O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados. Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades. Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa.

O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados.

Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades.

Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

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Eduarda é uma jovem marisqueira

de 28 anos que aprendeu o ofício com

a mãe e o avô. Desde os 12 saía para

pegar peixe, siri, depois tratar. Por um

tempo dedicou-se aos estudos, fazia

faculdade de nutrição, quando ficou

desempregada e resolveu voltar para

a pesca e mariscagem, da qual nunca

se afastou por completo, sempre

ajudando a mãe.

Com um olho no passado e outro no

futuro, ela reconhece o próprio caminho

como herança de um saber tradicional,

ao mesmo tempo que reflete sobre

o desaparecimento do bairro como

algo inevitável.

“Eu sou mais uma geração, a gente

faz isso, meus tios pescam porque

amam, a gente faz isso porque ama,

e é uma honra porque a gente tira

nosso sustento de uma forma honesta.

Estamos conseguindo manter esse

legado que vem desaparecendo cada

vez mais.”

Eduarda nasceu não apenas em uma

família de pescadores e marisqueiras,

como desde cedo compreendeu o que

acontecia à sua volta. Os problemas

ambientais, a luta das mulheres na

associação, a necessidade de cuidar

da mãe impossibilitada de trabalhar,

além da própria sobrevivência ao lado

da filhinha de 6 anos.

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