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Raiz de MarÉ Saberes, flores e frutos do mar

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa. O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados. Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades. Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

Com o intuito de ampliar vozes e compreensões de mundo, a artista visual Mariana Cabral dá início a uma série de fotografias documentais e autorais em que a vivência, a escuta sensível e a oralidade se constituem como pilares de pesquisa.

O trabalho fotográfico documental também é narrativo, pois revela e potencializa contextos e escolhas culturais, sociais e políticas que permeiam trajetórias de vida e de espaços historicamente invisibilizados.

Em Saberes, flores e frutos do mar, primeira publicação da série, buscamos contar as histórias de cinco mulheres - mães, marisqueiras de tradição, mestras e lideranças em suas comunidades.

Cada mulher move o mundo em sua volta. Seus corpos revelam histórias pessoais e trazem marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de amor e de dedicação a um lugar que as sustenta e permite a necessária autonomia financeira para seguirem resistindo e desafiando a violência pessoal e dos empreendimentos que avançam sobre o mar e o mangue, sobre seus legados e seu território.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.)

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As fotografias e as entrevistas foram

feitas em março de 2021. Durante

o processo de produção, as notícias sobre

o risco de desaparecimento do bairro

de São Miguel ganharam mais destaque

na imprensa. As consequências ambientais

relacionadas à construção do Porto do

Malhado, inaugurado em 1971, alteraram

significativamente a dinâmica do litoral

ilheense e, com as novas obras para

viabilizar a ampliação de operações

portuárias na região, como a construção

em curso da Ferrovia de Integração

Oeste – Leste, a população volta a se

perguntar sobre o futuro de uma das

regiões mais biodiversas do litoral brasileiro.

As mulheres percebem que, ao longo

dos anos, a corrente marítima vem

mudando. Duas ruas do bairro

já desapareceram com a maré cada vez

mais forte. O Rio Almada, no passado

estreito e profundo, hoje é largo e raso

pelo assoreamento. Antes a água doce

corria para o mar, hoje é a água salgada

que entra, alterando toda a dinâmica dos

rios e mangues. Com isso, a pesca que já

foi muito forte em São Miguel, tanto no

rio como no mar, tem afastado homens e

mulheres que buscam outras alternativas

de trabalho e renda.

Para a pesca de calão, que é feita

na costa da praia com o uso de grandes

redes, era preciso a força de vários

homens. As mulheres lembram como

havia muito camarão pistola, siri de

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