Guia Indica Edição 2 | 2022
Cinthia Lages nos presenteia com o Guia Indica que dá espaço ao universo feminino e suas diversas histórias profissionais e de empreendedorismo. Quantas histórias potentes nos deparamos ao ler a revista? Várias! Algumas mulheres mudaram sua rota profissional, por casamento, mudança de cidade, outras se reinventaram após o crescimento dos filhos. Vários são os motivos que as mobilizaram. São inspirações para muitas e muitos na sociedade brasileira. São mulheres que carregam o verbo fazer, construir, colaborar como sinônimos do seu dia a dia. A revista é um grande roteiro de arte, culinária, esporte, medicina, educação, trazendo vários universos que preenchem as necessidades cotidianas e que estão em pauta nos dias atuais.
Cinthia Lages nos presenteia com o Guia Indica que dá espaço ao universo feminino e suas diversas histórias profissionais e de empreendedorismo. Quantas histórias potentes nos deparamos ao ler a revista? Várias! Algumas mulheres mudaram sua rota profissional, por casamento, mudança de cidade, outras se reinventaram após o crescimento dos filhos. Vários são os motivos que as mobilizaram. São inspirações para muitas e muitos na sociedade brasileira. São mulheres que carregam o verbo fazer, construir, colaborar como sinônimos do seu dia a dia. A revista é um grande roteiro de arte, culinária, esporte, medicina, educação, trazendo vários universos que preenchem as necessidades cotidianas e que estão em pauta nos dias atuais.
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EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 49
Joanna Lima
A primeira que ela entrou em um
laboratório foi para pesquisar sobre a rede
de esgoto de Teresina. O salário de R$ 900,00
pago pela Agespisa (Empresa de Águas e
Esgotos do Piauí), mal dava para o transporte
e algumas contas de casa. Naquela época,
Joanna Darck Carola Correia Lima também
ministrava aulas em escolas públicas.
Graduada em Biologia pela Universidade
Federal do Piauí, ela tinha, no magistério, o
caminho mais rápido para por em prática o
que havia aprendido na Universidade. Mas
ela decidiu que não escolheria o atalho.
Foi assim que a filha da funcionária
pública Joana Carola Araújo partiu para São
Paulo para tentar uma vaga no Mestrado
na Universidade de São Paulo. Para custear
os estudos da filha, a mãe vendeu o carro
da família. Foi só o começo da jornada! E
a mãe, que, nos anos de 1990 foi demitida
de uma agência bancária onde trabalhava
por ter pouco estudo, viu a jovem cientista
galgar os degraus da pesquisa com muitas
conquistas acadêmicas.
Ainda na USP, Joanna fez Doutorado
em Ciências (Biologia Celular, Tecidual e do
Desenvolvimento) e conclui pós-doutorado
em Metabolismo (Universidade de São
Paulo FAPESP 2020/07023-0) com ênfase
em processo inflamatório em pacientes com
COVID-19. A primeira viagem internacional
foi para a República Tcheca para apresentar
uma pesquisa sobre a perda de peso nos
pacientes com câncer, chamada caquexia.
Depois disso, a jovem de família humilde, que
sempre foi bolsista de escolas particulares,
conquistou vaga de visitante acadêmica
da Universidade de Virginia (EUA, 2018)
com foco de pesquisa em imunologia e
câncer e da Universidade de Oxford. Foi
na renomada instituição que durante o
seu desenvolvimento do estágio teve a
orientação do Professor Sir Peter Ratcliffe,
cientista ganhador do Prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia (2019). Após o estágio,
ela foi contratada pela Universidade para dar
continuidade às pesquisas iniciadas com o
Sir Ratcliffe e vive em Oxford, na Inglaterra.
“O professor Peter me ofereceu uma vaga
de cientista, e eu só voltei ao Brasil para
apresentar minha tese. Eu ainda quero voltar
para o Piauí, sinto falta. Mas eu não teria tido
essa experiência por lá.”
Aos 33 anos de idade, Joanna segue
suas pesquisas nas áreas de Metabolismo,
Inflamação, Mecanismos de Hipóxia e
Caquexia associada ao Câncer e atua
como revisora de periódicos de revistas
qualis A1: Frontiers in Oncology, Journal
of Cellular Physiology, International
Journal of Endocrinology and Cell Biology
International.
“
Eu desisti de ser professora
na Universidade Federal do
Delta do Parnaíba (UFDPar)
para seguir sendo cientista.
Não me arrependo.
Atualmente, através
do Iinstagram, tenho
conversado com as pessoas
que desejam ir para fora
fazer pesquisa. Há muitas
meninas e mulheres cada
vez mais interessadas
em ocupar esses lugares.
Oxford comemorou 100
anos que a primeira mulher
entrou numa universidade.
Nos laboratórios, há cada
vez mais mulheres. A
ciência é mulher. E o futuro
é cada vez mais feminino
na ciência.”
(Depoimento à Revista Piauí)
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