Guia Indica Edição 2 | 2022
Cinthia Lages nos presenteia com o Guia Indica que dá espaço ao universo feminino e suas diversas histórias profissionais e de empreendedorismo. Quantas histórias potentes nos deparamos ao ler a revista? Várias! Algumas mulheres mudaram sua rota profissional, por casamento, mudança de cidade, outras se reinventaram após o crescimento dos filhos. Vários são os motivos que as mobilizaram. São inspirações para muitas e muitos na sociedade brasileira. São mulheres que carregam o verbo fazer, construir, colaborar como sinônimos do seu dia a dia. A revista é um grande roteiro de arte, culinária, esporte, medicina, educação, trazendo vários universos que preenchem as necessidades cotidianas e que estão em pauta nos dias atuais.
Cinthia Lages nos presenteia com o Guia Indica que dá espaço ao universo feminino e suas diversas histórias profissionais e de empreendedorismo. Quantas histórias potentes nos deparamos ao ler a revista? Várias! Algumas mulheres mudaram sua rota profissional, por casamento, mudança de cidade, outras se reinventaram após o crescimento dos filhos. Vários são os motivos que as mobilizaram. São inspirações para muitas e muitos na sociedade brasileira. São mulheres que carregam o verbo fazer, construir, colaborar como sinônimos do seu dia a dia. A revista é um grande roteiro de arte, culinária, esporte, medicina, educação, trazendo vários universos que preenchem as necessidades cotidianas e que estão em pauta nos dias atuais.
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E D I Ç Ã O
#02
2 0 2 2
Regina
Sousa
Dília
Falcão
Arielly
Pacífico
Andréa
Amaral
Audrey
Magalhães
Jôve
Oliveira
2 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 3
NESTA
EDIÇÃO
14
Dilia
Falcão
24 32
Andréa
Amaral
50
Jôve
Oliveira
Fabiola
Serra
Regina Sousa
Ônibus Lilás
Fabiana Sampaio
Piauí Fomento
Maria Helena Cortês
Viviane Moura
Elizete Lima
Karenina Tito
SUPARC
Algemira Mendes
Centro Materno Infantil
Joanna Lima
Mônica Mesquita
Dani Tajra
Denisdéia Sotero
Rejane Dias
Ângela Bispo
Mulheres
inspiradoras
Beatriz Batista
Lucy Sousa
Vih Bueno
Empreender
sem protocolos
Cinthia Campos
Mageca Chaves
Alda Neiva
Laýs Chaves
Lorena Miranda
Mariana Moura
Lara Danuta e
Andreia Bacelar
Thalita Monteiro
Yamara Santos
10
23
29
31
35
36
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40
42
44
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76
76
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84
86
88
90
92
94
16
Ariely
Pacífico
20
Audrey
Magalhães
56
70
Flávia
Cunha
Gisela
Padovan
78
Amanda
Sávia
PREFÁCIO
Mulheres –
inspiração
Há mulheres que se pintam de caulim
na costa do marfim
para o deus louvar
Eu também me pinto para o luar, em mim,
a prata derramar
Oh! Musa da inspiração!
Oh! Musa da inspiração!
Oh! Musa da inspiração!
Caia sobre mim este céu sem fim
(Rita Rita Benneditto)
Cinthia Lages nos presenteia com o Guia
Indica que dá espaço ao universo feminino
e suas diversas histórias profissionais e de
empreendedorismo. Quantas histórias
potentes nos deparamos ao ler a revista?
Várias! Algumas mulheres mudaram sua
rota profissional, por casamento, mudança
de cidade, outras se reinventaram após
o crescimento dos filhos. Vários são os
motivos que as mobilizaram.
São inspirações para muitas e muitos
na sociedade brasileira. São mulheres
que carregam o verbo fazer, construir,
colaborar como sinônimos do seu dia a
dia. A revista é um grande roteiro de arte,
culinária, esporte, medicina, educação,
trazendo vários universos que preenchem
as necessidades cotidianas e que estão em
pauta nos dias atuais.
O mais bonito de ver no Guia Indica é
que ele não cria um segmento de mulheres
e sim traz a diversidade de saberes, de
classes e raças, sem determinar um nicho.
Ali cabem todas as mulheres e seus afazeres,
suas histórias de sucesso e determinação,
talvez, por isso, nos prendemos na leitura.
Sabemos que vivemos em uma sociedade
machista, que exclui as mulheres dos
lugares de poder e de sucesso. O destaque
profissional em muitas ocasiões é dado aos
homens, raramente às mulheres. Elas quase
sempre estão à margem do “homem de
sucesso” nas narrativas que nos contam. A
predominância masculina aparece também
na remuneração, pois são eles mais bem
remunerados.
O Guia Indica serve para colocar
mulheres como inspiração do fazer, do
que consumir, de onde ir, do que vestir, de
como cuidar da beleza. É um guia completo
repleto de história, mas também de
indicações preciosas para o nosso dia a dia.
Neste tempo pandêmico os cuidados
que temos que ter com a saúde são
redobrados, e acessar empreendedoras
que nos auxiliem e prestem serviços para
facilitar o nosso cotidiano é fundamental.
Precisamos aprender a valorizar o trabalho
feminino, sendo parceiras, praticar a
sororidade. Esta nova revista nos possibilita
conhecer, e por isso, também nos inspira
a mantermos neste espaço de inclusão e
favorecimentos de nossas manas, parceiras
e colegas.
Francirosy Campos Barbosa
É antropóloga, pesquisadora
no Dpto Psicologia Social na
Universidade de São Paulo, campus
de Ribeirão Preto (FFCLRP). Pós Doc
pela Universidade de Oxford em
Teologia Islâmica sob a supervisão
do Prof. Tariq Ramadan. Possui
graduação em Ciências Sociais
pela Faculdade de Filosofia Letras e
Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo (1994), mestrado em
Antropologia pela Faculdade de
Filosofia Letras e Ciências Humanas
(2001) e doutorado em Antropologia
- Fac. de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas - USP (2007). PRODOC
IA/UNICAMP (2008-2010). É
coordenadora do GRACIAS - Grupo
de Antropologia em Contextos
Islâmicos e Árabes; Sócia efetivo
da ABA Associação Brasileira de
Antropologia.
Francirosy Barbosa
Profª. Dra. da Universidade de São Paulo
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 7
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EDITORIAL
Cá estamos nós para mais uma edição
do Guia Indica! Em 2022, mantivemos
a proposta inicial de reunir mulheres
inspiradoras, mas a revista vem mais
ampliada com participações nacionais
e uma seção criada para as jovens
empreendedoras que se destacam em
suas áreas de atuação. A participação
delas torna ainda mais plural o nosso
universo de empoderamento. Precisamos,
cada vez mais, de exemplos, como os
que aparecem nesta publicação, única
no Brasil voltada exclusivamente para
apresentar profissionais brilhantes que,
ao compartilhar suas histórias de sucesso,
alimentam uma corrente que fortalece a
presença feminina no mercado de trabalho
e contribui para o debate necessário da
equidade de gênero e raça. Em uma de
nossas entrevistas, com a advogada Audrey
Magalhães, ela destaca que a “essência da
mulher é política”. O que ela quer dizer é
que o exercício da cidadania, a busca pelos
direitos, a conquista de oportunidades, tudo
isso é parte do fazer político presente em
cada cidadão e cidadã.
Não é fácil mudar uma sociedade
patriarcal que coloca a mulher fora dos
espaços de poder. E os números mostram
isso. O voto feminino completou 90 anos.
Mais da metade do eleitorado brasileiro
é de mulheres, mas, ainda assim, elas
representam apenas 18% do Congresso
Nacional. No Piauí, apenas 12,5% das
prefeituras são ocupadas por mulheres.
Uma delas, a prefeita de Piripiri, Jôve
Oliveira, é nossa capa. Em sua trajetória,
a força e o amor pela cidade que a elegeu
venceram os preconceitos - que não foram
poucos! Vitoriosa, ela é um bom exemplo
de como a presença feminina em cargos
eletivos contribui para a criação de pautas
mais democráticas e humanas.
Boa leitura!
EXPEDIENTE
Guia Indica
Projeto, Direção Geral e Redação
Cinthia Lages
Projeto Gráfico / Diagramação
Miguel Araújo | @studiocriami
Fotografia
Rogério Campelo
Alessandro Gomes
Cinthia Lages
Rafaela Oliveira
Wilson Filho
TOUCHÉ COMUNICAÇÃO LTDA
Gráfica Touché
Av. Lindolfo Monteiro 620
Bairro de Fátima
Teresina-PI
CEP: 64049-440
Cinthia Lages
Editora/Jornalista
Cínthia Lages é jornalista, graduada em Jornalismo (UFC/CE), pós-graduada em
Mídias Digitais e Marketing Político (FAR), mestranda em Ciências da Comunicação pela
Universidade Fernando Pessoa. Apresentadora e repórter, autora do livro 2020 - História
do Ano que Vivemos em Perigo/O Caso Piauí
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 9
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Governadora do Piauí
10 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 10
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 11
Regina Sousa
“
As pessoas acham que grandes obras são apenas aquelas feitas em concreto
e cimento, mas isso aqui é uma grande obra pois representa liberdade. Não
tem preço. Ninguém mais vai ameaçar sua paz nem poderá tomar sua terra”
A frase dita durante a entrega de títulos
de terra a 400 famílias que residem há
décadas em três assentamentos de terra
na zona rural de Teresina não poderia ser
mais representativa sobre o pensamento
de Maria Regina Sousa, 71 anos de idade,
atual governadora do estado do Piauí, cargo
assumido no final de março, em razão do
afastamento do titular, Wellington Dias (PT)
de quem era vice.
Filha do trabalhador rural Raimundo
Sousa Miranda e da dona de casa Maria da
Conceição Silva Miranda, Regina começou
cedo a ajudar os pais na lavoura. Aos 10
anos já sabia plantar e colher feijão, milho
e fava. Foi quebradeira de coco, uma das
atividades executadas por mulheres do
campo no Piauí e Maranhão. Aprendeu cedo
o que é viver na terra alheia! “Também eu
fui uma sem-terra”, declarou na cerimônia
de regularização fundiária.
Desde que ascendeu politicamente,
os preconceitos contra a origem humilde
de Regina Sousa a acompanham. Quando
tornou-se a primeira senadora do Piauí,
em 2018, foi alvo de ofensas e do deboche
de outros parlamentares e humoristas
brasileiros. Usar um turbante e vestir
roupas simples na tribuna da Casa alta do
país a tornou um alvo constante também
dos adversários piauienses. “Acredito que
o preconceito é uma forma de esconder
a não aceitação de uma mulher negra e
simples em um cargo de poder”, comenta.
Em entrevista à jornalista Yala Sena, Regina
declarou que havia a pressão para que ela
tivesse o que as pessoas consideram “jeito
de senadora”. Ela, no entanto, preferiu não
mudar sua forma de se apresentar “não
sei me arrumar, não conheço grifes, nunca
usei maquiagem e o único anel que uso
é este de tucum”, disse referindo-se ao
acessório que era símbolo de resistência
contra a ditadura militar. ““Sou Regina, meio
carrancuda, sincerona, Tenho um outro jeito
de ser”, reconhece. “Se o destino de uma
menina da roça era continuar na roça”, a
menina nascida em União quebrou todos
os paradigmas! E foi através da Educação
que rompeu a barreira da pobreza. Aos 15
anos, conseguiu emprego na Biblioteca da
União Caixeiral, colégio da classe média
de Parnaíba. Lá, desenvolveu o gosto pela
leitura. Até a formatura em Magistério na
Escola Normal Francisco Correia, dava
aulas particulares para sobreviver. Uma
das escolas atendia apenas crianças filhas
de famílias com hanseníase.
Foi aprovada no vestibular para Letras
com habilitação em Línguas Inglesa e
Francesa, na Universidade Federal do Piauí
(UFPI) e passou a dar aulas em Teresina,
onde foi professora da tradicional escola
Santa Maria Gorete e no Centro de Cultura
Francesa da UFPI. Em 1982, Regina foi
12 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
aprovada em dois concursos públicos
federais, do INSS e do Banco do Brasil.
Optou pelo segundo, à época, o emprego
dos sonhos. Em razão disso, abriu mão de
ser efetivada como professora na UFPI.
Embora tenha se tornado uma liderança
sindical entre os bancários, a militância
política de Regina Sousa é anterior e tem bases
no processo de conscientização no campo,
através de um tio que integrava as Ligas
Camponesas e que atuava no Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de União. É fundadora
da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
e uma das fundadoras do Partido dos
Trabalhadores, do qual já foi presidente e
é uma das lideranças mais importantes. Na
Política, sua pauta está associada aos Direitos
Humanos e Meio Ambiente.
No Senado, presidiu a Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa.
Dentre seus projetos aprovados, está o
que institui a Patrulha Maria da Penha,
para aumentar a efetividade das medidas
protetivas de urgência em casos de violência
contra as mulheres (2017). Regina defende
o empoderamento das mulheres como
fundamental para a mudança política no
país. “Governar é cuidar de pessoas”, diz a
governadora.
Durante o mandato como vicegovernadora,
Regina atuou fortemente
para beneficiar parcelas da população
mais vulnerável. Foi dela, a iniciativa de
promover a inclusão digital no Quilombo
Mimbó, tornou-se o primeiro do país 100%
conectado.
“
“Considero que a
grande obra da minha
vida é trabalhar com
essas pessoas, que é
tudo que tenho feito
até hoje”
Saiba+
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 13
Busca Ativa
Toda vez que se for estudar como
o Piauí enfrentou o primeiro ano de
uma doença nova, que rapidamente se
alastrou pelo mundo fazendo milhões de
vítimas, o nome dela aparecerá. Porque o
combate à Covid-19 nos 224 municípios do
estado teve uma linha de frente: o Busca
Ativa. A ideia surgiu logo nos primeiros
meses da pandemia. Sem medicamentos
comprovados cientificamente, sem testes e
insumos suficientes – afinal, tudo era muito
novo e os sistemas de Saúde levaram algum
tempo para se reequilibrar, o Programa
invertia o processo, identificando os
doentes, logo após sentirem os primeiros
sintomas ou mesmo isolando aqueles que
tiveram contato com infectados. A logística
foi a mesma adotada pela Saúde Básica,
com os agentes indo de casa em casa,
nas localidades mais longínquas. Havia,
ainda, as barreiras sanitárias montadas em
estradas por onde passavam ônibus, por
vezes clandestinos, lotados de piauienses
que tentavam voltar para sua Terra Natal.
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 13
Enfermeira
14 | | GUIA GUIA INDICA INDICA • EDIÇÃO • EDIÇÃO 2022 2022
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 15
Dília Falcão
Enfermeira formada pela Universidade
Federal do Piauí, a parnaibana Dília Sávia
começou sua carreira trabalhando no
Programa de Saúde da Família, em Cocal,
município ao norte do Piauí. A escolha
profissional teve uma forte influência da
avó, Maria Savina Marques, com quem
tinha grande ligação. Aos 80 anos, ela
dirigia o Pronto Socorro do Hospital de
Araioses (MA). A devoção da avó em prol
da Enfermagem norteiam os passos de
Dília. “Ela me ensinou coisas que os livros
não ensinam”
Quando a pandemia chegou ao Piauí,
em março de 2020, Dília era gerente de
atenção primária da Secretaria de Saúde,
cargo que exerce atualmente. Significa o
gerenciamento de todos os programas
estipulados e normatizados pelo Ministério
da Saúde. Assumir a coordenação do Busca
Ativa foi um desafio profissional que ela
conseguiu vencer com brilhantismo.
Ao lado da equipe 100% feminina,
ela atuou em mutirões, viajou por todo o
estado, integrou barreiras que aconteciam
dia e noite, ao lado dos agentes de
saúde. As equipes estiveram em todas as
divisas do Piauí com o apoio das Polícias
Rodoviária Federal e Civil e da Agência
Nacional de Transportes Terrestres. A
população compreendia o que estava
sendo feito e ajudava monitorando
pessoas em quarentena. Estima-se que,
somente nas divisas, 30 mil pessoas foram
submetidas ao monitoramento. “O Piauí
foi pioneiro na criação das brigadas
sanitárias”, assegura Dília. Quando os casos
começaram a aumentar, a Busca passou
a contar com os inquéritos sorológicos,
pesquisas científicas realizadas para
estimar o número de doentes e projetar
o “caminho” do novo coronavírus pelas
cidades.
O primeiro decreto com medidas
restritivas para enfrentamento da doença
foi publicado no dia 16 de março.” Foi a
última vez que fui em casa”, recorda-se
Dília. Mãe de Maria Vitória, 10, e casada
com o também enfermeiro Charles Lima,
ela se viu longe da família, que vive em
Parnaíba. Sozinha em um apartamento,
Dília evitou as viagens para casa afim de
evitar uma possível contaminação. Afinal,
estar na linha de frente era sinônimo de uma
maior exposição ao vírus. O retorno para
casa só aconteceu no dia 23 de dezembro,
nova meses depois. “Profissionalmente,
eu renasci”. Nunca pensei que 16 anos de
Enfermagem eu viveria isso!”, desabafa.
Ela ressalta a compreensão do marido
e da família mas diz que chegou a sofrer
preconceito por “ter deixado a filha”. Uma
situação enfrentada por mulheres que
precisam trabalhar e são questionadas por
suas decisões. “O meu estado precisava de
mim. Não podia dizer não! Foi minha forma
de ajudar a salvar vidas, afinal, foi o que me
motivou ao escolher a Enfermagem”. Maria
Savina ficaria orgulhosa!
Saiba+
Advogada
16 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 16
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 17
Arielly Pacífico
No início do século XX, a carioca Myrthes
Gomes de Campos entrou para a história
ao tornar-se a primeira advogada a atuar
no Tribunal de Juri. Sua estreia, cercada de
muita expectativa e dúvidas, terminou com
a absolvição do réu, um homem acusado de
agredir outro com golpes de navalha, sobre
a acusação de um implacável promotor
de Justiça.
Até chegar o dia em que pôde mostrar
toda a sua habilidade, Myrthes enfrentou
muitas barreiras e preconceitos: ao todo,
oito penosos anos entre sua formatura
e o direito ao exercício da advocacia.
Foi a pioneira – mas não a única – a ter
dificuldades em um universo dominado
pelos homens.
No Brasil do século XXI, as mulheres
são maioria no Direito mas algumas áreas
ainda são um terreno em que poucas se
atrevem a pisar. A advocacia criminalista
foi a escolha da advogada Arielly Pacífico
há 14 anos. Especialista em Direito Penal
e Processual, ela atua em casos de crimes
hediondos e militares. Atualmente, preside
a Comissão que debate o porte de arma
para advogados e advogadas da OAB-PI,
sendo o Piauí, um dos primeiros estados
a se organizar em defesa do direito. O
tema polêmico não assusta Arielly que
também não se intimida com as situações
que a profissão lhe apresenta. O cenário
pandêmico também mudou o perfil da
violência “Deparei-me com um aumento
assustador de crianças e adolescentes
infratores e com clientes de classe média
alta que denunciam agressores de violência
doméstica”. Ela conversou com o Indica em
seu novo endereço profissional, o escritório
espaçoso e arrojado, no coração da zona
leste de Teresina onde ela coordena o dobro
de colaboradores que tinha há dois anos.
Saiba+
18 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
“Desbravar procedimentos perante à
Justiça Militar da União e me especializar em
crimes hediondos foi algo que engrandeceu
meu intelecto, minha postura e meus
resultados”, acredita.
A área criminalista coloca a operadora
do Direito no centro de famílias
desestruturadas por situações envolvendo
um de seus integrantes. “São pessoas que
chegam abaladas, muitas não conseguem
conversar de forma ordenada, estão
com medo e necessitam de ajuda”, diz. A
orientação, a presença, a informação, tudo
isso é uma forma de acolhimento e é o que
fazemos.
“ Eu acredito na advocacia humanizada.
Vejo todos os dias, quando os casos se
encerram com uma resposta positiva, como
as famílias voltam a ter equilíbrio”, afirma.
Mãe de um adolescente de 13 anos,
Arielly é um bom exemplo da semente
plantada por Myrthes Gomes de Campos,
que também defendia que a presença
feminina engrandeceria o Direito.Em um
Universo brutalizado, Arielly brilha ao
defender e praticar a advocacia humanizada
que respeita, protege e cuida!
“
Evoluir,
proteger direitos e,
principalmente,
construir uma relação
de CONFIANÇA com cada
cliente que confiar sua
vida em minhas
mãos.”
Advogada
20 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 20
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 21
Audrey Magalhães
É ao sabor dos ventos da Praia do
Cumbuco, no Ceará, que ela costuma
velejar. O título de Musa do KiteSurf lhe
cairia bem mas estaria muito longe de
resumir a história de vida da advogada
que, de tão aguerrida nos tribunais em
que atua, já foi chamada de “onça do
Piauí”. Nem bonequinha de luxo, papel
interpretado pela atriz Audrey Hepburn,
em cujo nome seus pais se inspiraram,
nem qualquer outro papel antagonista que
costuma ser atribuído às mulheres como
forma de classificá-las em um mundo
patriarcal. Nenhum deles cabe em Audrey
Magalhães.
Aos 21 anos de idade, ela já tinha nas
mãos, o diploma de Bacharel em Direito,
pela Universidade Federal do Piauí.
Sua formação foi complementada com
a pós-graduação feita na Universidade
Federal de Santa Catarina. E lá se vão 34
anos de atuação no Direito Empresarial,
sobretudo na área trabalhista. Sua visão
empreendedora levou-a a buscar espaço
também fora do Piauí. Hoje, o escritório
capitaneado por Audrey Magalhães atende
em 10 estados brasileiros e em todas
as regiões. Do Amazonas a São Paulo,
passando pelo Maranhão e Pará. “Sempre
considerei que o mercado de trabalho para
uma mulher é muito mais difícil, então,
procurei buscar espaço também em nível
nacional. Participo de licitações públicas
que resultam em escolhas técnicas, onde
todos estão em situação de igualdade,
escapa à questão de gênero”, conta a mãe
da advogada Carol Fortes e do empresário
esportivo Eugênio Filho.
Atuar em muitos tribunais exige técnica
e muita organização. “Sempre trabalhei
com um volume grande de processos. Sou
advogada militante “, define Magalhães.
Uma das suas especialidades são os
dissídios coletivos de greve, mas o escritório
cobre toda a área do Direito Trabalhista e
Civil. “Às vezes, o Universo não te dá um
lugar. Vai depender de você encontrar o
seu espaço”, diz a advogada cuja voz em
defesa da equidade de gênero a coloca
como referência no Piauí. “Mulher é um ser
político por natureza. Temos necessidade
de fazer Política”, acredita. Ela defende
todas as bandeiras que possam equilibrar
a participação feminina, um deles é o
22 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
“Movimento Paridade de Verdade”, que
prevê a paridade de gêneros em listas
sêxtuplas que são apresentadas para
a escolha de nomes reservados para o
chamado 5º Constitucional na composição
de tribunais superiores. O objetivo é criar
mecanismos para evitar que as escolhas das
listas não contenham apenas em nomes
masculinos. “É preciso abrir espaços a
partir de políticas afirmativas que façam
inserções das mulheres garantindo a
participação de mulheres” Durante a
pandemia de Covid19, Magalhães permitiuse
viver uma experiência nova! Ela mudouse
temporariamente para sua casa, no
Cumbuco, de onde conduzia o escritório,
participava das audiências e de todos os
ritos necessários para desempenhar a
função de operadora do Direito à frente
de centenas de processos. “Todos os
meus vizinhos eram, como eu, nômades
digitais”, recorda. A mudança tornou
possível o sonho de estar mais próxima
do mar e praticar o kite, esporte que ela
aprendeu há 14 anos. “Tudo começou por
curiosidade. Eu sempre via apenas homens
praticando aquele esporte. Mas aí encontrei
uma professora e comecei a aprender, daí
não parei mais”, afirma ela que, prepara-se
através de muita atividade física para poder
enfrentar os eventos. O que eu sinto quando
estou velejando? “Eu sinto que eu posso.
Aqui é meu lugar e eu posso!”, diz.
“
“Tudo começou
por curiosidade. Eu
sempre via apenas
homens praticando
aquele esporte. Mas
aí encontrei uma
professora e comecei
a aprender, daí não
parei mais.”
Saiba+
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 23
Ônibus Lilás: cidadania
sobre rodas no Piauí
Do sertão ao mar do Piauí, nas florestas
e comunidades ribeirinhas, um ônibus lilás
tem levado cidadania para mulheres. Em
apenas um ano, o projeto da Coordenadoria
de Estado de Políticas para as Mulheres
atendeu 5.100 mulheres piauienses que
vivem em locais de difícil acesso a vários
serviços públicos.
O projeto inclui ações de cidadania -
como emissão de documentos e orientações
que ajudem as mulheres a conhecer seus
direitos. Um dos pontos abordados pela
equipe diz respeito à Lei Maria da Penha.
O desconhecimento em relação à rede de
proteção e cuidado que ampara mulheres
leva vítimas de violência doméstica a
conviverem com as agressões por temor
da impunidade do agressor.
Em 2022, o Ônibus Lilás percorreu
municípios da região norte do estado,
incluindo comunidades litorâneas. Em Bom
Princípio, Cajueiro da Praia e Luís Correia,
502 mulheres da zona rural participaram
das ações. Dentre elas, marisqueiras e
pescadoras. A mobilização acontece em
parceria com os Sindicatos Rurais.
Serviços de atendimento jurídico e
psicossocial estão incluídos na relação de
atividades, além de ações de saúde - serviço
de testagem, orientação
190
(Urgencia) | Disque Denúncia: 180 app salve maria
86 3216-5038
86 99433-0809
Central de Flagrantes de Gênero:
Centro de Referência Francisca Trindade:
cepmpi.mulheres@cepm.pi.gov.br
www.portal.pi.gov.br/cepm
/cepmpiaui @cepmpi2 /cepmpi
Vereadora de Altos - PI
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 24
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 25
Andrea Amaral
A manhã estava perfeita para fazermos
o ensaio fotográfico no local escolhido por
ela: a Praça Cônego Honório, no centro de
Altos. Enquanto o Rogério, nosso fotógrafo
montava o equipamento, duas crianças
que passavam pelo local gritaram: “Andrea,
Andréa...” e vieram cumprimentá-la. Depois,
apareceram mais dois garotos, um homem
que estava do outro lado da rua acenou e
a mãe que amamentava o bebê no banco
da praça lhe “apresentou” o filho. Poucos
minutos em um espaço público foram
suficientes para compreender o porquê
de Andréa ser uma das políticas mais
promissoras da “Terra da Manga”.
Andréa Suellen Amaral Ramos Lopes
mudou-se para Altos em 2013. A enfermeira
foi destacada para trabalhar no Instituto de
Saúde José Gil Barbosa, que ela considera
uma escola da vida, que lhe ensinou muito
sobre o que é “humanidade, equilíbrio,
empatia e cidadania”. Dois anos depois, ela
assumiu a Direção Geral do hospital. Uma
das suas maiores conquistas como gestora,
foi a criação do setor de Obstetrícia. Antes,
mães precisavam ir a outros municípios
para dar à luz. Poucos nasciam em Altos.
Dessa passagem pela direção, Andréa
guarda a lembrança da equipe e fala, com
carinho, das pacientes e de seus bebês.
Em 2020, Andréa decidiu que poderia
alçar novos voos que lhe permitiram lutar
ainda mais pela cidade e seu povo e lançou
sua candidatura para a Câmara Municipal
de Altos, tendo sido a vereadora mais
votada no pleito. “Altos me proporcionou
um reconhecimento fantástico ao qual
honrarei e retribuirei”, diz em um trecho do
seu discurso de posse. Em 2021, ao final dos
Saiba+
26 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
primeiros 12 meses de mandato, encerrou
o ano legislativo como a representante do
povo que mais apresentou projetos na
Câmara Municipal de Altos.
Andréa Amaral não apenas mantém
sua popularidade junto aos eleitores,
como ampliou a forma de se comunicar
com a população que tanto ama! Seu
perfil no instagram tem 17 mil seguidores.
Na conta, ela compartilha as conquistas
do mandato popular e momentos com
a família, o marido, Neyrrony Lacerda e
a pequena Maria Victoria, além de ..... o
cãozinho da raça .... que é o xodó da casa.
Sobre o projeto político, ela afirma que quer
cumprir seu mandato honrando os votos
que recebeu e, assim, estar preparada para
novas conquistas.
“
Altos, para mim, é
sinônimo de gratidão. De
gratidão e de amor, pois
é uma terra que escolhi
amar. Meus vínculos com
essa cidade e com o povo
altoense são o que de
mais valioso eu obtive em
minha trajetória. Cheguei
aqui a trabalho, e como
enfermeira a minha
pretensão era fazer o
bem e exercer o cuidado
da enfermagem em sua
totalidade. Aos poucos,
meu envolvimento com a
sociedade e com os meus
pacientes, seus familiares
e o povo em geral, por
quem me apaixonei, me
fez acreditar que eu tinha
a possibilidade de fazer
mais. Fazer melhor.”
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 27
Descubra a diferença da força que vem de
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28 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 28
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 29
Fabiana Sampaio
Quem entra no Cocobis, o café
charmoso localizado no bairro Morada
do Sol, encanta-se pela ambientação do
espaço. Cada detalhe, seja na parede de
tijolos rústicos contrastando ao aspecto
urbano presente no restante no local, seja
nas peças modernas, tudo foi pensado
pela proprietária Fabiana Batista Sampaio.
A empresária, natural do Ceará, mora há 17
anos em Teresina. Em Fortaleza, fez o curso
de Organização e Promoção de Eventos na
Faculdade Integrada do Ceará- FIC. A partir
daí, vieram os primeiros estágios em áreas
associadas ao aprendizado. Um deles foi
no Governo do Ceará, onde atuou por 12
anos como cerimonialista e assessora.
Com a mudança para a capital
piauiense, veio a ideia de montar o próprio
negócio. Com o incentivo do marido, o
também empreendedor Vicente Sampaio,
ela se preparou para abrir o Cocobis,
“comecei a fazer alguns cursos na área
de Gastronomia e, depois de algum
tempo, me organizei para abrir o Café
em 2016”, conta. “Foram muitas noites
em claro colocando no papel o que eu
imaginava para meu negócio. Como seria
cada cantinho, decoração, logística, menu,
treinamento dos funcionários… tudo
elaborado minuciosamente por mim com
muito carinho”, recorda.
A Cocobis hoje é uma das melhores
referências de cafeteria na nossa cidade!
Um dos segredos do sucesso é o cardápio
variado que contempla a culinária
regional de forma gourmet, com pratos
bem executados e bem decorados”.
A decoração intimista atraiu clientes
que passaram a procurar o espaço
para recepções de eventos (batizados,
eucaristias, aniversários, noivados e até
casamentos). “No fundo eu sabia que o
destino iria trazer os eventos de volta pra
minha vida e paralelo a isso foi nascendo
uma bem sucedida empresária e também
decoradora de festas sociais”, diz.
Agora, Fabiana prepara-se para ampliar
o espaço que será para a Cocobis Evento.
“
Tento ao máximo ser
uma esposa presente
e dedicada e a mais
bela e difícil missão, a
arte de ser mãe… E pra
finalizar, como toda mãe,
eu gostaria de dizer que
essa jornada de vida
só tem sentido porque
tenho a filha mais linda
e amorosa chamada
Pérola… quero ser
orgulho e exemplo de
vida pra ela.”
Saiba+
30 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 31
Piauí tem linha de crédito para
empreendimentos de mulheres
Juliana Teixeira queria incrementar o
seu negócio mas não tinha o capital para
as mudanças necessárias. Foi quando
descobriu o Fomento Mulher, programa de
crédito da Agência de Fomento do estado
do Piauí. Graças ao financiamento, ele
reformulou loja que comercializa produtos
para maquiagem e acessórios femininos
na cidade de Pimenteiras, onde mora.
“Comprei câmeras de monitoramento para
aumentar a segurança e investi em novas
marcas para atrair o consumidor”, conta. O
negócio deu tão certo que a empresária foi
escolhida para receber o prêmio “Destaque
do Ano” pela Piauí Fomento.
A linha de financiamento voltada
exclusivamente para mulheres surgiu a
partir da demanda registrada na Agência.
Em 2021, no segundo ano da pandemia
de covid19, as empreendedoras foram
responsáveis por 70% de todos os recursos
de microcréditos financiados pela Piauí
Fomento. Dos R$ 5 milhões de microcrédito,
R$ 3,5 milhões foram contratos assinados
com o público feminino.
No total, foram mais de 800
microempreendedoras beneficiadas
com microcrédito. Os recursos serviram
para a abertura de novos negócios, para
modernização e reforma de espaços
físicos ou para renovação de estoques.
As atividades comerciais são as mais
demandadas e envolvem desde a venda de
confecções até novidades como de quadra
de beach tenis.
Para 2022, a expectativa é ampliar para
4 mil empreendedores atendidos com o
microcrédito. Hoje, a Piauí Fomento está
presente em 80 municípios de todos os 12
territórios piauienses.
Saiba mais sobre o
Fomento Mulher
Quem pode receber
Microempreendedoras individuais
(MEI), empresária individual (EI), ou
empresa individual de responsabilidade
limitada (Eireli). A ação contempla
também empreendedoras informais ou
profissionais autônomas, que precisam
modernizar ou ampliar as atividades
em negócios na indústria, comércio ou
serviços.
Quais os prazos para pagamento
O prazo para pagar é de até 60 meses
e seis meses de carência, sendo para a
capital de giro, 24 meses para pagar e
três meses de carência.
Dentista
32 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 32
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 33
Fabiola Serra
Em setembro de 2021, a Clínica Fabíola
Serra inaugurou uma nova sede, localizada
no Shopping Riverside. As instalações
modernas, atendimento humanizado e
equipe de excelência, que são marca da
empresa, trouxeram para a zona leste
a opção de uma Clínica exclusiva para
tratamentos especializados. A oferta inclui
novidades como os alinhadores invisíveis,
implante imediato e toda a parte de
estética que torna mais acessível a busca
pelo sorriso perfeito.
A dentista Fabíola Serra inaugurou sua
primeira Clínica há 26 anos. Especialista
em Odontopediatria, capacitada nas áreas
de desenvolvimento humano, inteligência
emocional e gestão empreendedora.
Atualmente, Fabíola fez MBA Executivo em
Desenvolvimento Humano e Psicologia
Positiva (Teresina) e formação em
Odontologia Hospitalar (Cemoi/Brasília).
Sempre buscando por inovações, Fabíola
integrou a primeira turma do curso de
suporte avançado de vida para cirurgiões
dentistas no Brasil, concluído no início
do ano.
Toda a história do empreendimento
é acompanhada por pioneirismos. Em
2018, a Clínica tornou-se a primeira do
estado a oferecer o serviço de Odontologia
em domicílio, incluindo Home Care
Odontológico. Equipes treinadas para o
serviço pioneiro avançaram no desafio de
estar mais perto do paciente, levando até
aqueles que estão impossibilitados de ir ao
consultório, o cuidado com a saúde bucal.
A tecnologia aprimorou equipamentos,
materiais e métodos. E torná-los mais
acessíveis à população é uma parte da
política da empresa comandada por
Fabíola Serra. Seja com a qualificação
dos profissionais, com a oferta de horários
estendidos e as campanhas que são
feitas para orientar os pacientes e seus
responsáveis. Hoje, o papel da Clínica é
Saiba+
34 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
também conscientizar para a importância
da saúde bucal.
Composta por 18 dentistas, em todas as
áreas da Odontologia e 20 colaboradores,
a Clínica adota uma gestão de pessoas,
focada no capital humano. Clientes,
comunidade, parceiros e fornecedores,
que compõem o capital social, também
são parte de um elo de relações baseados
na ética, cordialidade, transparência
e na resposta positiva do paciente.
Acolhimento, diálogo, cordialidade e
colaboração também são conceitos que
definem a Clínica.
“
O cuidado que faz você
sorrir” eis o slogan da
Clínica Fabíola Serra.”
Clínica Fabiola serra
UNIDADE CENTRO
Rua Coelho Rodrigues, 1999
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Teresina - PI, 64048-110
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EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 35
Maria Helena Cortês
Ela é uma defensora do litoral
piauiense e das muitas perspectivas de
desenvolvimento da região através do
turismo sustentável e inclusivo. Maria
Helena Cortês desenvolve pesquisas
sobre Pesca Estuarina e Marinha, Turismo
náutico e Aquicultura. Também coordenou
a equipe que fez o diagnóstico para integrar
a comunidade beira mar que vive nas áreas
de influência direta dos empreendimentos
do complexo pesqueiro no entorno do
retroporto Luís Correia. Um dos resultados
do trabalho é a proposta da criação de
uma base de dados que possa nortear
as políticas públicas e criar um sistema
de gestão fundiária que possa dar apoio
jurídico aos municípios litorâneos.
“Com as comunidades, é fundamental
se ter um norte para que o poder público
considere essa questão como uma
prioridade de defesa civil”. As ações
preventivas desses municípios poderiam
minimizar os prejuízos sofridos pelas
comunidades em meio à expansão
turística sem controle ou fiscalização. “O
momento é oportuno já que 2022 é o ano
de revisão dos planos diretores de três dos
quatro municípios defronte para o mar,
oportunidade para discussão da temática”,
acredita.
Apesar de ter a menor costa do
Brasil, o Piauí possui uma riqueza
de ecossistemas que é também um
grande atrativo turístico. “Temos alguns
fatores de risco, como a erosão forte,
a sedimentação das marés altas que
compromete empreendimentos públicos
e privados. Por isso é fundamental que
se direcione o modelo de turismo que
queremos para o nosso litoral”, completa.
Maria Helena é uma das pesquisadoras
da Universidade Delta do Parnaíba,
onde atua como professora do curso de
Ciências Econômicas. Tem Doutorado
em Antropologia Social - Universidad
Complutense de Madrid (2014) e Mestrado
em Educação pela Universidade Federal
do Piauí onde também se graduou. A
pesquisadora tem experiência na área de
projetos de combate à pobreza, atuando
principalmente nos seguintes temas:
políticas públicas, gestão, educação e
desenvolvimento local. Bolsista LASPAU/
HARVAD (Academic and professional
Program for the Americas) e Fellow de
KFLA (Kellogg Fellows Leadership Alliance);
Fellow LEAD (Leadership for Environment
and Development).
Saiba+
Advogada
36 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 36
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 37
Viviane Moura
Falar de Viviane Moura é falar de um
Piauí que brilha! Poucos gestores da história
recente do estado nordestino tiveram um
papel tão relevante para atrair investimentos
e promover uma imagem positiva do Piauí
quanto ela! Tudo isso com um pequeno
orçamento, poucos funcionários e pautas
progressis-tas que contemplaram desde
a energia solar à inclusão de gênero no
serviço público.
Graduada em Direito, sua paixão sempre
foi a Gestão Pública. É especialista em PPP
e Concessões pela London School, em
Gestão Pública pela Universidade de São
Paulo (USP) e Compras e Contra-tos pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Durante os
26 anos como gestora pública, ela atuou na
Companhia de Desenvolvimento do Vale
do São Francisco (CODEVASF), tendo sido
a mais jovem diretora jurídica do órgão
público, sediado em Brasília.
Durante sua gestão à frente da
SUPARC (Superintendência de Parcerias
de Concessões do Estado do Piauí), foram
implantadas parcerias para a solução de
problemas como a falta de saneamento
básico de Teresina e da transformação da
Nova Ceasa em um centro de abastecimento
moderno - projeto que foi premiado pela
ONU(Organização das Nações Unidas) –
Já a PPP de tecnologia promove a maior
inclusão digital do país e o Piauí aparece no
ranking nacional como melhor qualidade
de internet O impacto do seu trabalho alia
resolutividade e um olhar para o social – o
que tem chamado a atenção de Organismos
Internacionais e de grandes entidades que
agregam investidores em infraestrutura.
O trabalho de Viviane na Suparc rompeu
as fronteiras do Brasil e os projetos do
Piauí já foram repre-sentados na China,
Inglaterra, Coreia do Sul, Angola e Suíça,
na sede das Nações Unidas. Viviane Moura
também preside a Rede PPP, que reúne
representantes que atuam no setor de
Infraestrutura de todo o país e diretora
da Infrawomen, que atua para ampliar a
participação feminina no segmento.
Prestes a alçar novos vôos que a levem
para ainda mais perto do seu sonho de
melhorar qualidade de vida do povo
da sua Terra, Viviane Moura filiou-se ao
Solidariedade e foi recebida como uma
força inovadora e preparada!
“
Sempre gostei de
melhorar a vida das
pessoas, gostava de
trabalhar em setores
que dessem retorno
para a população, não
só para mim.”
Saiba+
Major da Policia Militar do Piauí
38 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 38
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 39
Elizete Lima
Ela é a piauiense com maior número
de seguidores nas redes sociais Tik Tok e
Instagram. Na primeira rede, ela chegou
a ter mais de 1 milhão de seguidores. No
instagram, são 200 mil. Nada mau para uma
policial militar. Ainda mais que os posts
são quase sempre vídeos que mostram
sua atuação profissional. Na rede chinesa,
Major Elizete Lima publicou vídeos que
se tornaram virais com mais de 3 milhões
de views. “É uma forma de humanizar a
imagem de policiais e aproximá-los da
comunidade”, acredita a policial que é a
primeira mulher a comandar um Batalhão
da Polícia Militar em Teresina. Sob seu
comando no 13º BPM estão 70 policiais
militares que atuam na região da Santa
Maria da Codipi, formada por 17 bairros,
11 povoados e oito ocupações de terra,
com uma população estimada de 130 mil
habitantes. Um dos maiores problemas da
região é o tráfico de drogas que também
contribuiu com outros tipos de violência
envolvendo, principalmente, jovens. “A
criminalidade cresce em todo país Com
isso, os efeitos para as comunidades são
devastadores! E somos nós, os policiais
militares, que estamos na ponta da lança,
que fazemos a última fronteira de proteção
do cidadão”
A influência digital aconteceu por
acaso, quando a major percebeu que
posts da rotina nas ruas recebiam muitas
curtidas. Com a popularidade, ela também
compartilha registros ao lado de fãs e
tornou-se uma referência para meninas
que sonham em se tornar policiais militares.
A garota da foto, chama-se Débora e é uma
das que almejam entrar na Polícia.
Até o corte do cabelo curtíssimo vira post
com muita repercussão. Os comentários
dos internautas são sempre elogiosos à
comandante e a interação da oficial da PM
com a população quebra um tabu de que
esses profissionais trabalham de forma
distanciada e sem o olhar mais atento da
população.
Natural de Piracuruca, no norte do Piauí,
Major Elizete é doutoranda em Direito e
Especialista em Segurança Pública, em
Políticas de enfrentamento às Drogas. Já
atuou no Proerd, um programa da Polícia
Militar do Piauí destinado à prevenção de
drogas nas comunidades.
“
A criminalidade
cresce em todo país
Com isso, os efeitos
para as comunidades
são devastadores!
E somos nós, os
policiais militares, que
estamos na ponta da
lança, que fazemos
a última fronteira de
proteção do cidadão.”
Saiba+
Advogada
40 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 40
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 41
Karenina Tito
A responsabilidade civil e o Direito
Médico e da Saúde são as áreas jurídicas
que mais despertam a atenção da advogada
Karenina Tito. Atualmente, ela preside a
Comissão de Responsabilidade Civil da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-
PI) e coordena o curso de Pós graduação
em Direito Médico e da Saúde da Escola
Superior de advocacia do Piauí (ESAPI),
além de atuar como sócia/investigadora
da área de Direito Civil do Instituto Iberoamericano
de Estudos Jurídicos (IBEOJUR),
integrar o grupo de pesquisa “Direito da
Saúde e Empresas Médicas” (Unicuritiba),
coordenado pelo Professor Doutor Miguel
Kfouri. É também professora substituta do
curso de Direito da Universidade Estadual
do Piauí (UESPI).
Antes de retornar ao Brasil, Karenina
Tito viveu sete anos em Portugal. A
motivação para a mudança foi o desejo
de ampliar conhecimentos. Fez Mestrado
em Ciências Empresariais (com mobilidade
na Universidade de Bolonha, em Itália e
na Universidade de Macau, na China)
e é Doutoranda na Universidade de
Coimbra. Na Instituição, uma das mais
conceituadas da Europa, ela também
integra o Instituto Jurídico da Faculdade
de Direito na qualidade de investigadora
colaboradora. Em 2019, a piauiense obteve
a nacionalidade portuguesa.
Como palestrante, Karenina Tito
também participou de congressos
internacionais na Espanha, Brasil, Polônia
e México. Em Portugal, ela conciliava os
estudos e o trabalho como advogada
dativa, em eventos científicos realizados
nas Universidad de Las Palmas de Gran
Canaria, Salamanca, Rey Juan Carlos
(Madrid) e Complutense de Madrid;
Universidade Veiga de Almeida, no Rio de
Janeiro; University of Rzeszów, na Polônia
e Universidad Autónoma del Estado de
Morelos, no México.
Admiradora da docência acadêmica,
Karenina acredita que uma vez que o
ensino e a transmissão dos conhecimentos
científicos são essenciais para o crescimento
das pessoas e da própria nação.
Saiba+
42 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
Time de excelência
conduz o Programa de
PPP do Piauí
O Programa de Parcerias Público-
Privadas do estado do Piauí conquistou o
reconhecimento internacional e alavanca
investimentos que são fundamentais
para o desenvolvimento social do Piauí. À
frente desse órgão, um time de excelência
formado, basicamente, por mulheres, Elas
representam quase 70% dos profissionais
da Suparc: 17 dos 25 funcionários da
superintendência são mulheres. Mas mais
do que apenas a presença feminina, as
mulheres ocupam altos cargos hierárquicos,
a exemplo da superintendente do órgão,
Érica Feitosa, e as coordenações de setores
como gestão de contratos e licitações, cargos
que costumam ser ocupados por homens.
Gabriela Moura Marques é assessora jurídica
e trabalha diretamente com a elaboração
dos contratos, já Carolina Martins Pinto
coordena o Comitê de Monitoramento e
Gestão de Contratos, o CMOG e Justina Vale
é a diretora de Licitação.
A decisão do órgão de valorizar a
inclusão feminina tem dado mais do
que certo! Em oito anos de existência,
o Programa de PPP já soma mais de R$
3,4 bilhões em investimentos, sendo R$
1,2 bilhões em obras que beneficiam
a população, com geração de 6.469
empregos diretos e indiretos, além de 26
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 43
Érica Feitosa Coelho
Marinho de Andrade
SUPERINTENDENTE
projetos sociais executados com impacto
na qualidade de vida dos piauienses.
Em 2012, o Piauí realizou sua primeira
licitação internacional na Bolsa de Valores
de São Paulo. Foi o edital da concessão
para a construção, manutenção e
operacionalização da Rodovia Transcerrados.
À frente do processo estava a diretora da
Licitação da Suparc, a advogada Justina Vale,
que também é responsável pela condução
de outros processos de licitação, uma área,
anteriormente, restrita aos homens.
O Programa de Parceria Pública do Piauí
tem 20 projetos contratados e conquistas
como a universalização do abastecimento
de água, através da concessão da Águas
de Teresina; aumento da cobertura de
internet no estado por meio da PPP com
a Piauí Conectado; reforma e reabertura do
Centro de Convenções de Teresina depois
de 12 fechado; e o reconhecimento da ONU
que selecionou a Nova Ceasa como um
dos melhores projetos do mundo duas
vezes.
Justina Vale
de Almeida
DIRETORA DE LICITAÇÃO
Gabriela Moura
Luz Marques
ASSESSORA JURÍDICA
Carolina
Martins Pinto
COORDENADORA DO COMITÊ
DE MONITORAMENTO E GESTÃO
DE CONTRATOS
08 +20 26 R$ 3,4 6.469
ANOS DE
EXISTÊNCIA
PROJETOS
CONTRATADOS
PROJETOS
SOCIAIS
BILHÕES EM
INVESTIMENTOS
EMPREGOS DIRETOS
E INDIRETOS
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 44
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 45
Algemira Mendes
Em março deste ano, Fernanda
Montenegro foi empossada na Academia
Brasileira de Letras, onde ocupa a Cadeira de
número 17. A atriz e escritora de 90 anos de
idade foi apenas a 9ª mulher a ser eleita para
a ABL, em seus 125 anos de fundação. Raquel
de Queiroz foi a primeira, em 1977. Antes dela,
porém, uma piauiense ousou candidatarse
para participar da Instituição que reúne
grandes nomes da intelectualidade brasileira.
Amélia Carolina de Freitas Beviláqua (1860-
1946) nasceu em Jerumenha, no sul do Piauí,
e mudou-se para São Luís. Jornalista, poeta,
escritora e tradutora, em 1930, ela provocou
a ira dos “imortais” da ABL ao apresentar
sua candidatura. O marido, o jurista Clóvis
Beviláqua, que integrava a Academia, a
apoiava em sua iniciativa. “Uma mulher
além do seu tempo”, descreve Algemira
Macêdo Mendes, estudiosa da obra da
piauiense “Amélia enfrentou uma situação
constrangedora, altamente misógina”, avalia.
Natural de Ipiranga, Algemira pesquisou
sobre Amélia para elaboração de sua tese
de doutorado em Letras (PUC/RS). Depois,
realizou Pós-Doc. (em Literaturas Africanas
de Língua Portuguesa/Universidade de
Lisboa) onde segue pesquisando sobre
escritoras femininas, como a maranhense
Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917),
considerada a primeira escritora negra do
Brasil. Seu trabalho resgata e dá visibilidade
à obra de mulheres que, assim como Amélia,
enfrentaram preconceitos na busca por seus
direitos.
Algemira é professora associada da
Universidade Estadual do Piauí e professora
emérita da Universidade Estadual do
Maranhão, onde atua nos cursos de pósgraduação.
Coordena o Núcleo de Estudos
Literários Piauienses -NELIPI, NELG e
é membro do Comitê Institucional de
Pesquisa da UESPI, Conselho Editorial das
revistas Pesquisa em Foco (UEMA) e Letras
em Revista/UESPI, Membro do conselho
editorial da EDUESPI. Membro do CLEPUL
-Universidade de Lisboa. Para ela, estudar
as escritoras femininas é também promover
o resgate do protagonismo das mulheres
em épocas onde o papel feminino era
delimitado à figura do pai e do marido.
Depois de ter sua candidatura à ABL rejeitada
por 14 votos a 7, Amélia Beviláqua escreveu
um livro onde reúne artigos publicados
nos jornais sobre sua tentativa. Era uma
forma inteligente de protestar contra os
preconceitos sofridos - há declarações
machistas, como a do escritor Humberto
de Campos que declarou, na ocasião, que a
piauiense já deveria dar-se por satisfeita por
seu papel de esposa do grande jurista Clóvis
Beviláqua. Ou de Coelho Neto para quem
a ABL era “séria” e não aceitaria mulheres
em seus quadros. Já o renomado crítico
Silva Ramos vaticinou “quando votamos o
estatuto, A palavra brasileiros (referindose
aos que podiam pleitear uma vaga)
quer dizer “brasileiros machos”. Ao final
da declaração, ouviram-se “risos alegres”.
Algemira destaca a importância da nova
geração conhecer o trabalho de Amélia,
uma defensora dos direitos das mulheres e
diz que há trabalhos sobre ela em Portugal
e também de pesquisadores da USP.
“
Movimentos
como o Me Too não
surgiram por acaso.
Eles são resultado
de anos de lutas
mas também de
conquistas. Amélia é
um ícone feminista
que precisa ser
reconhecido
como tal.”
Saiba+
47 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
Centro Materno
Infantil de Teresina
NASCE UM NOVO CONCEITO EM SAÚDE MATERNA
Um centro de saúde voltado
totalmente para as mães e bebês do
Piauí! A nova maternidade vai melhorar
e suprir a demanda da Maternidade Dona
Evangelina Rosa. prédio moderno com
maior quantidade de equipamentos de
alta tecnologia, mais recursos humanos
para atender a população maternoinfantil,
com mais conforto visando
melhorar o atendimento e diminuir a
mortalidade no nosso estado”, explicou
Alderico Tavares, superintendente da
Rede de Média e Alta Complexidade da
Sesapi, durante visita à obra.
286 115 20 30 45
LEITOS
LEITOS DE TERAPIA
INTENSIVA
UNIDADES DE UTI
MATERNA
LEITOS DE UTI
NEONATAL
LEITOS DE CUIDADOS
INTERMEDIÁRIOS
20 LEITOS CANGURU ESPAÇO DESTINADO PARA O ACOLHIMENTO DE MÃE E BEBÊ,
PERMITINDO QUE A MÃE FIQUE MAIS PRÓXIMA DO FILHO APÓS O PARTO.
Cientista
48 | | GUIA GUIA INDICA INDICA • EDIÇÃO • EDIÇÃO 2022 2022
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 49
Joanna Lima
A primeira que ela entrou em um
laboratório foi para pesquisar sobre a rede
de esgoto de Teresina. O salário de R$ 900,00
pago pela Agespisa (Empresa de Águas e
Esgotos do Piauí), mal dava para o transporte
e algumas contas de casa. Naquela época,
Joanna Darck Carola Correia Lima também
ministrava aulas em escolas públicas.
Graduada em Biologia pela Universidade
Federal do Piauí, ela tinha, no magistério, o
caminho mais rápido para por em prática o
que havia aprendido na Universidade. Mas
ela decidiu que não escolheria o atalho.
Foi assim que a filha da funcionária
pública Joana Carola Araújo partiu para São
Paulo para tentar uma vaga no Mestrado
na Universidade de São Paulo. Para custear
os estudos da filha, a mãe vendeu o carro
da família. Foi só o começo da jornada! E
a mãe, que, nos anos de 1990 foi demitida
de uma agência bancária onde trabalhava
por ter pouco estudo, viu a jovem cientista
galgar os degraus da pesquisa com muitas
conquistas acadêmicas.
Ainda na USP, Joanna fez Doutorado
em Ciências (Biologia Celular, Tecidual e do
Desenvolvimento) e conclui pós-doutorado
em Metabolismo (Universidade de São
Paulo FAPESP 2020/07023-0) com ênfase
em processo inflamatório em pacientes com
COVID-19. A primeira viagem internacional
foi para a República Tcheca para apresentar
uma pesquisa sobre a perda de peso nos
pacientes com câncer, chamada caquexia.
Depois disso, a jovem de família humilde, que
sempre foi bolsista de escolas particulares,
conquistou vaga de visitante acadêmica
da Universidade de Virginia (EUA, 2018)
com foco de pesquisa em imunologia e
câncer e da Universidade de Oxford. Foi
na renomada instituição que durante o
seu desenvolvimento do estágio teve a
orientação do Professor Sir Peter Ratcliffe,
cientista ganhador do Prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia (2019). Após o estágio,
ela foi contratada pela Universidade para dar
continuidade às pesquisas iniciadas com o
Sir Ratcliffe e vive em Oxford, na Inglaterra.
“O professor Peter me ofereceu uma vaga
de cientista, e eu só voltei ao Brasil para
apresentar minha tese. Eu ainda quero voltar
para o Piauí, sinto falta. Mas eu não teria tido
essa experiência por lá.”
Aos 33 anos de idade, Joanna segue
suas pesquisas nas áreas de Metabolismo,
Inflamação, Mecanismos de Hipóxia e
Caquexia associada ao Câncer e atua
como revisora de periódicos de revistas
qualis A1: Frontiers in Oncology, Journal
of Cellular Physiology, International
Journal of Endocrinology and Cell Biology
International.
“
Eu desisti de ser professora
na Universidade Federal do
Delta do Parnaíba (UFDPar)
para seguir sendo cientista.
Não me arrependo.
Atualmente, através
do Iinstagram, tenho
conversado com as pessoas
que desejam ir para fora
fazer pesquisa. Há muitas
meninas e mulheres cada
vez mais interessadas
em ocupar esses lugares.
Oxford comemorou 100
anos que a primeira mulher
entrou numa universidade.
Nos laboratórios, há cada
vez mais mulheres. A
ciência é mulher. E o futuro
é cada vez mais feminino
na ciência.”
(Depoimento à Revista Piauí)
Saiba+
Prefeita de Piripiri - PI
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GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 50
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 51
Jôve Oliveira
Existem muitas maneiras de começar a
contar a história de uma mulher vitoriosa,
obstinada por uma causa nobre: tornar
melhor a vida dos moradores da cidade que
ela tanto ama! Uma liderança política em
ascensão. Mas quando se trata de alguém
cuja trajetória teve tantos momentos de
dor e perdas, comecemos pelo princípio!
Ela é sobrevivente de uma tragédia
familiar aconteceu não uma, mas duas
vezes! A avó, Jovenília Maria de Jesus
morreu no parto da filha, Jovenília Alves
de Oliveira, que também morreu ao dar
à luz à caçula, Jovenília Alves de Oliveira
Monteiro. Duas mortes de partos, três
pessoas com o mesmo nome parecem
ingredientes para uma infância cheia de
traumas e questionamentos. E foi: “eu não
comemorava o meu aniversário porque a
data era também o aniversário de morte
da minha mãe. Precisei me fortalecer
dentro dessa dor”, diz Jôve Oliveira, como
é conhecida na cidade de Piripiri, cuja
Prefeitura ela assumiu em 2020, quando
foi eleita com 49,5% dos votos dos eleitores,
tornando-se a primeira prefeita da cidade.
A eleição de Jôve pôs fim ao domínio
de mais de duas décadas de gestões de um
grupo político no município.
A carreira política bem sucedida foi
construída paralelamente à outra grande
paixão de Jôve; o Rádio. Aos 17 anos de
idade, ao ler um texto de Geografia em sala
de aula, o professor elogiou o timbre de voz
da estudante e a convidou-a para estagiar
em uma emissora de Rádio no município.
“Fui contratada apenas para chamar as
músicas”, conta. Não demorou muito, a
jovem DJ migrou para o Jornalismo, onde
criou um canal aberto para as demandas das
comunidades. Aos 20 anos, foi promovida a
diretora da Rádio FM 4 de Julho, emissora
comunitária de grande audiência. O sucesso
foi tanto que Jôve ganhou o apelido ainda
hoje usado pelos antigos ouvintes: “Rainha
do Rádio”.
Mesmo dedicada à Comunicação, Jôve
se graduou e Enfermagem pela Christus
Faculdade do Piauí (CHRISFAPI) movida
pelo desejo de cuidar da sua comunidade
“Eu nunca quis estudar fora de Piripiri,
Saiba+
52 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
“
“Acredito que Piripiri
vai se destacar
positivamente como a
terra das oportunidades.
Que se tornará um lugar
onde as pessoas queiram
morar e os que foram
embora voltarão. O
melhor lugar do mundo é
a casa da gente e Piripiri
é nossa casa!”
principalmente para não me separar de
alguém que foi e é muito importante na minha
vida”, diz, referindo-se à tia Almerinda Maria
de Oliveira, que mudou-se para a casa do
família para ajudar na criação dos nove filhos
deixados pela irmã. “Ela é a minha mãe, que
me criou, o amor de minha vida”, conta.
A conexão com a Política surgiu da
carreira no Rádio, onde ela aprendeu a
escutar a população e fazer da sua voz,
um instrumento de luta por Justiça Social.
Mas também foi inspirada pelo pai, Abdias
Monteiro Alves, servidor público estadual e
vereador no município. “Infelizmente, ele
não me viu política”, lamenta Jôve, que
perdeu o pai há suas décadas. Ela resume
assim a entrada na Política “Fui movida
pelo amor à Piripiri”. Em 2008, Jôve obteve
seu primeiro mandado, para a Câmara
Municipal. Aquele pleito registrou um fato
inédito que entrou para a história das
eleições no estado do Piauí, pela primeira
vez três irmãos ocupavam cadeiras na
Câmara de Vereadores. Além de Jôve,
Waldivielson Monteiro e Wilson Monteiro
também foram eleitos.
Em 2012, ela foi reeleita. Depois,
disputou mandatos de deputada federal e
estadual. N condição de suplente, assumiu
a cadeira na Assembleia, como deputada
pelo PTB. A passagem no Parlamento
estadual abriu portas para a conquista
da Prefeitura. A conquista chegou no
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 53
momento certo. “Na primeira tentativa,
perdi a eleição por uma diferente de 1%
dos votos. Mas a derrota me deixou muito
aprendizado. Agora, estou mais madura e
conhecendo mais de perto os problemas
e necessidades do povo”, diz.
Conduzir os destinos de uma cidade em
meio à uma pandemia não foi tarefa fácil em
nenhum lugar do mundo. “São lições diárias
de sobrevivência, de empatia”, descreve.
“Cada vez que perdíamos uma vida era um
grande sofrimento. Era um conhecido, um
vizinho, um parente de um amigo. Cada
pessoa que morreu, tinha alguma relação”,
diz Jôve. A reação veio em forma de força
tarefa. Para o enfrentamento, funcionam 30
unidades de Saúde, um Centro Covid 24h,
avançar na busca ativa, além do Hospital
Regional, que atende mais 20 municípios
próximos. “Tem sido um grande desafio”
A formação de Enfermagem tem
influência na gestão da prefeita na área da
saúde. Em janeiro, Piripiri saiu na frente e
vacinou a primeira criança piauiense contra
covid19, o indígena Marcus Vinicius, 7 anos,
da Etnia Tabajaras recebeu a dose da vacina
pediatria poucas horas após o desembarque
dos imunizantes no estado. Para isso, Jôve foi
pessoalmente receber as vacinas facilitando
o trâmite. “É fundamental falar da nossa
equipe. Todos estão juntos nessa missão de
construir uma cidade que sonhamos. “Desde
o gari, a secretária, o professor, o médico.
Aqueles que dialogam com os comerciantes,
quem está promovendo a Cultura que
também nos alimenta a atravessar esse
momento”, cita.
Quando pergunto qual o sonho para
a cidade, a prefeita não titubeia: “Piripiri
é a melhor cidade do mundo. As pessoas
são hospitaleiras, o povo é trabalhador,
inteligente, de bom humor, oferece o
que tem de melhor. “A bondade do povo
piripiriense me anima e me incentiva”,
diz Jôve.
“
Quero que a cidade torne-se do tamanho que sempre sonhei. Com o Comércio
pujante, com oportunidades para todos. Acredito que Piripiri pode tornar-se a 2ª
cidade do estado. Nossa busca é por acesso à Educação, à Saúde, à Cultura. Minha
motivação é fazer diferente, cuidar das pessoas, com solidariedade, com empatia”,
diz. “Daqui a 100 anos, no Museu Perypery as pessoas estarão folheando essa
revista e alguém vai comentar: olha aqui a primeira mulher prefeita.”
Empresária
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EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 55
Mônica Mesquita
Inquieta e criativa, ela está sempre
envolvida em vários projetos - sejam
empresariais ou de apoio a alguma
comunidade carente de Teresina. A
comunicação fluida, a entonação
eloquente e a personalidade carismática
são fundamentos importantes para uma
carreira bem sucedida no meio Jurídico.
Mas, se escolhesse seus projetos pela
comodidade, não seria Mônica. Foi assim
que deixou para trás uma carreira promissora
como advogada para encarar o desafio de
empreender. Arrependimento? Nenhum.
Nasceu em Recife (PE), é formada em
Administração e Direito. Em 2005, chegou
ao Piauí e se encantou com a cultura e com
o povo de nosso Estado. Quase 20 anos
depois, ela nos fala dessa relação: “O Piauí
me acolheu como um pai que acolhe um
filho. É assim que me sinto: estou em casa.”
É mãe de 2 filhos (Nilson e Francisco
Filho) e avó de Maria Fernanda. Autêntica
aquariana, ela cultiva a independência como
premissa. Como empresária, se realiza no
trabalho, mas não deixa de usufruir das
conquistas advindas dele, a exemplo do
prazer de viajar e celebrar a vida sempre.
Sobre o futuro próximo, ela tem uma
agenda cheia de Projetos, na cabeça uma
Oficina de Ideias e muitas surpresas... Aos
50, está no auge da beleza. Parece que o
tempo também se apaixonou por essa
pernambucana de coração piauiense, sorriso
largo e alma leve: Mônica Mesquita.
“
O Piauí me acolheu
como um pai que
acolhe um filho. É
assim que me sinto:
estou em casa.”
Saiba+
Advogada
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GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 56
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Flávia Cunha
O dia 8 de fevereiro de 2019, foi
histórico na vida de Flávia de Sousa Cunha.
Naquela data, ela tornava-se a primeira
mulher trans a receber a carteira da OAB,
Ordem dos Advogados do Brasil - seccional
Piauí. O documento trazia o nome social
da nova advogada e era mais uma das
muitas conquistas na vida da criança, órfã
de pai e que teve na mãe, dona Sônia,
uma referência de força, determinação
e resistência. A aprovação no exame
da Ordem aconteceu antes mesmo da
conclusão do curso e foi resultado de uma
preparação que começou no 5º período do
curso de Direito.
A primeira inspiração que remetia
ao Direito, ela teve a partir da madrinha,
Edna Viana, que costumava visitar os
seus avós, no bairro Saci. Aquela mulher
elegante, a quem chamavam de doutora
“apesar de não usar branco” despertaram
o interesse de Flávia pela carreira, embora
a primeira opção fosse o magistério e o
jornalismo. Em 2014, através do ENEM,
Exame Nacional do Ensino Médio, Flávia
conseguiu ingressar na Faculdade FAETE.
Numa época em que as instituições de
ensino não tinham tantos compromissos
com respeito às diversidades, ela conta que
a Faculdade sempre a acolheu e respeitou.
“Eles souberam se adequar à pessoa Flávia.
Eu pude usar meu nome social e o banheiro
feminino”, conta.
Líder nata, na Faculdade, Flávia foi
representante de turma da segunda semana
de aula até o último semestre. É apaixonada
por Política mas os planos para o futuro a
levam de volta para a sala de aula, como
professora. “É assim que me vejo. Meu
sonho segue comigo e fazem parte do meu
futuro”, prevê.
Flávia reconhece que enfrentou
dificuldades na profissão, mas nada que
faça dela uma vítima de preconceitos.
“Não enfrentei nada pior do que nenhum
outro filho de pobre no Piauí não tenha
enfrentado”, diz. Atualmente, a advogada
integra as Comissões de Proteção à Criança
e Adolescente da OAB-PI e das Famílias. O
Direito da Família, aliás, é uma área à qual
se dedica e que considera seu alicerce, diz
citando o trabalho da advogada Cláudia
Paranaguá, uma fonte inspiradora.
Dedicada à profissão, Flávia Cunha é
um bom exemplo de como a educação
aliada aos sonhos podem levar alguém
exatamente para onde ela quer ir!
Saiba+
Culinarista
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EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 59
Dani Tajra
Danielle Tajra graduou-se em Letras-
Inglês. Foi professora durante muitos anos
até que passou a trabalhar em outra área
da Educação, em uma escola privada. A
dedicação ao Magistério e, posteriormente,
ao cargo executivo, entretanto, nunca
superaram a paixão que ela sente pelos
sabores. “Desde criança era apaixonada
por comida em geral, tanto comer, quanto
aprender a cozinhar. Cresci amando ficar
nas cozinhas, seja na casa da minha amada
avó “Tota”, ou de parentes e amigos “.
A convivência com a culinária despertou
o interesse em cozinhar, mexer panelas,
provar comidas. “Amo assistir programas
de culinária, pegar dicas, informações
para aprender novas receitas ou mesmo
aperfeiçoar receitas que já faço”, completa.
Nas festas familiares, Dani, como é
carinhosamente chamada, se encarregava
do preparo da comida. Uma coisa levou
à outra e Dani iniciou um curso de
Gastronomia, que ainda pretende concluir.
Em 2020, em meio à pandemia de
Covid19, a presença de Dani nas cozinhas
dos amigos e familiares se intensificou.
E foram eles que a estimularam a criar o
próprio negócio a partir do dom para a
culinária. “No início relutei muito, sempre
tive medo do comércio como um todo. Criei
coragem e, com ajuda da minha irmã, da
minha mãe, do meu amigo-irmão Yuri, da
minha amiga Tailana, resolvi criar a Dani
Tajra Culinária Afetiva”, conta.
A venda é feita de forma online. O
perfil no instagram tem o cardápio que
começou com apenas cinco itens. Em
pouco tempo, os pedidos eram tantos,
que a oferta de novos pratos saltou para
dez. Tudo preparado artesanalmente. “Os
molhos de tomate, o pesto e o chimichurri
são orgânicos, preparados com insumos
frescos o que garante excelência e sabor
sem igual”, avisa.
Para poder conciliar a o negócio com o
trabalho na Escola, Danielle Tajra recebe
encomendas mas também mantém
um estoque de pratos que podem ser
adquiridos para pronta entrega. Estar feliz,
fazendo o que ama e deixando os outros
igualmente felizes com os pratos que ela
prepara, esse é o momento de Dani, que
é casada e mãe de Benjamin, 8, e Daniel,
de 4 anos.
Saiba+
Psicóloga
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 60
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 61
Denisdéia Sotero
A missão de vida da psicóloga clínica
Denisdéia Sotero Sousa é fazer do amor
eterno enquanto dure. Literalmente.
A terapeuta de casal é uma das mais
conceituadas do Nordeste, com ampla
experiência em salvar casamentos que
estavam fadados ao fracasso.
Para isso, muita técnica e estudo. A
psicóloga fez especialização em saúde
mental pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro e em sexologia pelo Grupo
Zayn Educacional. Além disso, é terapeuta
cognitiva comportamental e possui ampla
expertise no atendimento clínico, sendo
um profissional das mais conceituadas
terapeutas de casal do Nordeste.
Para Sotero, a terapia de casal
precisa identificar as demandas afetivas,
auxiliando a identificar necessidades e
conflitos. “Usualmente a primeira sessão
é realizada com a presença do casal para
melhor identificar as áreas problemáticas
do relacionamento e a interação entre o
casal”, explica. O segundo passo é uma
sessão estruturada com cada um. Assim
é possível colher informações que não
foram apresentadas inicialmente. As
sessões separadas ocorrem de acordo
com o andamento das sessões que são
com a presença de ambos”, acrescenta a
especialista em sexologia e saúde mental.
Em uma época de adoecimento mental,
agravada pela pandemia de Covid19, ela
destaca a importância de manter a atenção
à saúde mental. Algumas questões ganham
contornos ainda mais preocupantes como
o crescimento dos quadros de depressão,
alcoolismo e ideação suicida. Em relação
às mulheres, a psicóloga explica que
são as mais afetadas com a questão da
baixa autoestima. “São os casos que mais
chegam ao consultório. As mulheres nunca
devem deixar de olhar para si mesmas e
buscar uma autovalorização. A própria
idade faz com que elas deixem de se cuidar,
por exemplo. Mas esse autocuidado tem
que ser para toda a vida, porque ele está
diretamente relacionado à autoestima”,
aponta a psicóloga.
“
As mulheres
nunca devem
deixar de olhar
para si mesmas
e buscar uma
autovalorização.”
Saiba+
Fotos: Wilson Filho
Deputada Federal (PT)
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 62
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 63
Rejane Dias
Em 2018, a Câmara Federal aprovou o
Projeto de Lei 10119/18 que, após sanção,
ficou conhecida como Lei Romeu Mion,
uma homenagem ao filho do apresentador
de TV, Marcos Mion. Era a criação da carteira
de identificação da pessoa com Transtorno
do Espectro Autista tornando possível o
atendimento prioritário. A iniciativa foi da
deputada federal piauiense Rejane Dias
(PT).” Levo comigo uma bandeira especial,
da defesa das pessoas com deficiência.
Sei bem o que as mães sentem. Tenho
uma filha com deficiência e aprendi, desde
cedo, a ver o mundo de outra forma”, diz a
parlamentar, em referência à filha caçula,
Danielly Dias.
Em seu segundo mandato, Rejane Dias
tem apresentado dezenas de projetos que
beneficiam, além de pessoas com algum
tipo de deficiência, mulheres em condição
de vulnerabilidade, idosos e portadores
de doenças raras. É dela também, o
projeto que assegura a presença de
fisioterapeutas durante a gestação e o
parto. Em dezembro de 2021, após o veto
presidencial ao projeto de lei que trata da
pobreza menstrual, a parlamentar levou
absorventes para demonstrar, durante seu
discurso na tribuna, que o Piauí distribuía o
produto para adolescentes da rede pública
de ensino.
“É uma questão de saúde pública” diz
a deputada fazendo referência a estudos
que revelam que a falta de recursos para
aquisição de absorventes é uma das
causas que provocam as faltas escolares.
Ao todo, foram 67 projetos apresentados
na Câmara dos Deputados. Também são
de autoria dela, as propostas que preveem
dedução no Imposto de Renda da Pessoa
Física, dos pagamentos efetuados a
cuidadores de pessoas com deficiência e
de idosos, a realização de testes gratuitos
para diagnóstico de doenças hereditárias,
a implantação do vale-gás e a garantia de
atendimento prioritário aos diabéticos.
Natural de São João do Piauí, Rejane
Dias é administradora de empresas e
bacharel em Direito, casada com o exgovernador
Wellington Dias, com quem
teve, além de Danielly, os filhos Yasmin
e Vinicius. A carreira política começou
em, 2010, com uma vaga na Assembleia
Legislativa. Em 2014 e 2018, ela foi a
deputada federal mais votada do estado,
com 134.157 mil votos e 138.800 votos,
respectivamente.
Saiba+
Jornalista
64 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 64
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 65
Ângela Bispo
Quando a jornalista Ângela Bispo
chegou à afiliada da Rede Globo no Piauí,
havia 30 anos que uma mulher negra não
ocupava a bancada de telejornais da TV
Clube. A primeira e única vez que isso tinha
acontecido foi com a apresentadora Laura
Learth. Por isso mesmo, ao ser escalada
para apresentar o programa noturno da
emissora, a presença de Ângela na tela já
era uma boa notícia a ser compartilhada
com os telespectadores. Competente e com
passagens por várias emissoras piauienses,
a jornalista logo conquistou o público
ganhando o reconhecimento que faz
deste, o momento mais importante da sua
carreira. Em depoimento ao Indica, Ângela
fala sobre a profissão e como, ainda criança,
foi desafiada a não se deixar intimidar pelo
racismo enfrentado em muitas situações
ao longo da vida
Na infância, aos 10 anos de idade,
fui vítima de preconceito racial na
escola. Eu era a única menina negra,
de cabelo crespo em uma sala de aula,
predominantemente branca. E como tal,
não era reconhecida por alguns ‘colegas’
de classe. O que passei, de fato, marcou
minha vida, mas não de forma negativa.
Muito pelo contrário! Compreendi que
teria que me posicionar na vida para não
deixar que nada, nem ninguém, pudesse
frustrar meus sonhos e diminuir minhas
forças para chegar aonde eu quisesse. E
isso eu aprendi mesmo!
Fui líder de turma, protagonista de
muitas peças na escola. Na verdade, me
tornei popular e eu aproveitei todas essas
oportunidades. E foi aí que decidi que havia
nascido para trabalhar com comunicação.
E todos os testes vocacionais apontavam
para isso.
Ao longo da minha vida tiveram outros
episódios, como por exemplo quando
minha filha nasceu. Clarinha, traços
delicados e, na primeira consulta médica,
15 dias após o nascimento, a atendente
do consultório que a levei perguntou pela
mãe dela... E eu com minha filha no colo!
A transição capilar
Nos anos 2000, após deixar uma emissora
onde trabalhei, resolvi embarcar na onda dos
cabelos alisados. E eu me achava bela com
aqueles cabelos! Mudava de corte sempre
que queria e todos me caíam bem (pelo
menos eu achava. Foram 20 anos surfando
nessa onda até que, em fevereiro de 2019, em
um processo de amadurecimento e também
de resgate da minha identidade como
mulher negra, decidi, sem arrependimentos,
livrar-me do alisado.
Eu não consegui fazer o ‘big chop’ como
costumeiramente as mulheres em transição
capilar fazem. No meu caso eu raspei a
cabeça. Fui em um salão que ninguém me
conhecia e pedi para passar a máquina.
Foi minha libertação! O mais curioso foram
as reações das pessoas no trabalho, em
casa. Meus filhos perguntaram se eu tinha
enlouquecido... rs. Eles não me conheciam
com meu cabelo natural, o que estou
agora! Minha mãe e irmãs disseram que
fui corajosa. No trabalho uns apontaram
como loucura, outros como até caso de
demissão.
No fim tudo deu certo. Meu marido,
um homem sábio e amoroso, apenas
perguntou como eu me sentia e disse que
eu havia voltado no tempo... Que estava de
volta a Ângela que ele conheceu outrora...
Voltar ao meu cabelo natural foi a decisão
mais acertada que tomei. Hoje sinto-me mais
bonita, autêntica no meu visual e na minha
identidade quanto mulher negra.
A popularidade
Com a mudança de emissora ganhei
mais visibilidade. A forma como as pessoas
me acolhem, as palavras de incentivo que
ouço todos os dias, nas ruas, pelas redes
sociais. Isso me emociona muito e aumenta
minha responsabilidade! Eu, mulher negra,
nordestina. Há 30 anos que uma mulher
negra havia passado pela bancada - Laura
Learth - foi uma das minhas inspirações no
jornalismo piauiense. A outra inspiração é
Glória Maria. Putz, acho ela foda! Autêntica,
inteligente, guerreira, decidida...
Sigo representando muitas mulheres,
principalmente as negras, essa visibilidade
por lá tem feito crianças, adolescentes,
jovens, senhoras a se reconhecerem em
mim. Com meu cabelo, o jeito como falo....
Sou uma pessoa simples, sem frescura. Falo
com todos, gosto de abraçar, beijar e sorrir.
O remédio para curar os males da minha
alma é sorrir e orar. Sou cristã, pé no chão,
amiga, companheira.
Negritude
Em novembro passado recebi uma
homenagem do grupo Coisa de Nêgo.
Tenho acompanhado a evolução desses
movimentos e colaborado como posso. É
preciso dar as mãos, uns dos outros, para
vencermos esse preconceito estrutural.
Merecemos acesso a boas escolas, a lazer,
trabalho, saúde e segurança. Ser negro
no brasil, na minha opinião, hoje, é muito
difícil. Mais isso não pode nos desanimar.
Muito pelo contrário. Mais o que me cansa,
às vezes, é provar, diariamente, que somos
capaz de fazer qualquer coisa e bem feito.
“
Bom ... O que mais posso dizer de mim??? Sou feliz! Amo
dançar! Amo minha família, meus amigos. Tenho orgulho de
quem sou e da minha contribuição para um mundo melhor.”
Saiba+
66 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
Mulheres
inspiradoras
piauí - brasil - mundo
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 67
Enfermeira
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 68
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 69
Beatriz Batista
Quando recebeu seu diploma de
enfermeira, em uma solenidade ocorrida em
março Beatriz da Silva Batista era a prova
viva de que uma rede de amor formada
por pessoas até então desconhecidas pode
salvar vidas! A história da garota que, em
2004, foi diagnosticada com linfoma, um
tipo de câncer, poderia ter tido um final
diferente. Abandonada pela mãe, Beatriz
era criada pelos avós, que a levaram para
o iniciar o tratamento no Hospital São
Marcos, em Teresina. Seria um longo e difícil
caminho a percorrer e os avós não estavam
dispostos ao sacrifício de viagens e dias de
internação no hospital, que é referência no
tratamento de doenças oncológicas. Aos
10 anos, Beatriz enfrentava seu segundo
abandono. “Fui deixada no hospital e nunca
mais vieram me ver”, conta.
E era o momento mais difícil da luta
contra o câncer. “Cheguei a ficar cadeirante
e tinha muito medo de não voltar a andar, o
que só aconteceu um ano depois”, relembra.
Beatriz, então, foi adotada pela Rede
Feminina de Combate ao Câncer, entidade
filantrópica que acolhe pacientes infantis.
A garota cresceu no abrigo e morou no Lar,
que recebe temporariamente os pacientes
até o mês da formatura.
As voluntárias cuidavam dos estudos
de Beatriz. Ela passou pelo Educan, uma
escola no centro de Teresina e, mesmo com
os anos perdidos sem poder frequentar
aulas, terminou o Ensino fundamental.
Passou pela Escola Viva, onde concluiu o
Ensino médio e entrou na Faculdade. Na
sua jornada de estudos, contou com o
apoio emocional mas também financeiro
de profissionais das mais diversas áreas
que ajudam a Rede com doações. Foram
muitos os anjos que passaram pela vida
de Beatriz. Ela cita a voluntária Magali, que
acompanhava o seu desenvolvimento nas
escolas e a oncologista pediátrica Gidenal
Costa, que lhe dava, além de cuidados
médicos, o suporte emocional que tanto
precisava. “São pessoas por quem tenho
muito amor”, define
Em busca de novas oportunidades,
um novo emprego, a enfermeira já iniciou
sua especialização na área de Oncologia e
escolheu o mesmo hospital onde, um dia,
chegou como paciente. “Quero ser uma
pessoa cada vez melhor e que eu possa
fazer ao menos a metade do que recebi”,
diz Beatriz que está curada desde 2013. “Eu
renasci. Deus me deu outra oportunidade”,
finaliza.
Saiba+
Cônsul-Geral do Brasil em Madrid
70 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
Fotos: my_visionmadrid
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 70
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 71
Gisela Padovan
A Diplomacia brasileira é
majoritariamente masculina. De cada 10
servidores, seis são homens. Em se tratando
de diplomatas, a participação da mulher é
ainda menor, apenas 23% delas chegam
ao posto. Já entre embaixadores, apenas
20% são do sexo feminino, segundo dados
do Ministério das Relações Exteriores.
Portanto, destacar-se no Itamaraty é um
feito considerável para mulheres.
É o caso da embaixadora Gisela Maria
Figueiredo Padovan. Graduada em Letras
pela Universidade de São Paulo (USP),
ela ingressou na carreira diplomática
em 1991, quando estava grávida do seu
filho. No Brasil, foi diretora do Instituto Rio
Branco, assessora chefe do Departamento
de Organismos Internacionais. No exterior,
serviu na Missão Permanente do Brasil junto
às Nações Unidas e nas embaixadas de
Buenos Aires e Washington. Atualmente, é
Cônsul-Geral em Madrid.
Quando Gisela entrou no Itamaraty, em
1990, era uma das três únicas mulheres
dentre 21 diplomatas. Ela conta que a
baixa representatividade e a ausência, à
época, de políticas antidiscriminatórias
resultaram em situações que certamente
não se repetiram hoje. “Situações de
constrangimento moral ou sexual ainda não
eram claramente definidas como assédio.
Tendo isso presente, fui, sim, objeto de
situações que hoje seriam inaceitáveis”,
recorda. “Atualmente há instâncias às quais
poderia recorrer”, explica.
Nada porém conseguiu deter a
determinação de Gisela, desde que ela
descobriu a vocação para a Diplomacia,
o que aconteceu com uma mudança para
Brasília. Na Capital Federal, decidiu tentar
a carreira. “Foi um ano inteiro de estudos
intensivos e também um pouco de sorte,
já que considero o exame do Instituto Rio
Branco talvez a prova mais difícil que já vi
na vida”, recorda. O desafio das provas veio
ao mesmo tempo da notícia da gravidez.
“Descobri que estava grávida logo antes
da primeira prova – por isso sei bem o meu
tempo de carreira, que equivale à idade do
meu filho, Thomaz”, ela diz. E não foram
poucas as palavras de desestímulo diante
da condição de ser uma gestante tentando
ingressar em uma carreira difícil “escutei
muitas vezes na minha vida que mulher
grávida emburrece – o que vejo como mais
uma evidência do machismo estrutural de
nossa sociedade”.
Gisela provou que a frase, além de
desmerecer mulheres, é também uma
grande falácia. Trinta anos depois, ela foi
nomeada diretora do Instituto Rio Branco.
“Completei um círculo a partir de onde
comecei”.
A participação feminina
Desde que Maria José de Castro Rebello
Mendes (1891-1936) fez história ao tornarse
a primeira diplomata brasileira, o papel
da mulher na carreira diplomática vem
sendo conquistado com menos avanços
do que se poderia esperar e está ligado
à ainda pequena presença feminina em
cargos de poder, seja no setor público
ou na iniciativa privada. Um exemplo
disso ocorre na magistratura. No Brasil, o
percentual de advogadas inscritas na OAB
é de 55% mas somente 5 seccionais (do
total de 27) são presididas por homens.
Na magistratura, apenas 20% atingem o
topo de carreira, ocupando o cargo de
desembargadora. “Há um viés de gênero
que privilegia o masculino em posições
de poder. À mulher é reservado o papel de
cuidadora do lar, da família e dos filhos”,
afirma Gisela. “Essa cristalização social
enraizada em nossa sociedade resulta, por
exemplo, em baixa autoestima (pensemos
em uma mulher que não tem acesso a
conta bancária) e na redução dos níveis
de ambição da população feminina (será
que eu sou capaz?)”, prossegue. “Estamos
falando de toda uma estrutura patriarcal,
não muito fácil de desmontar”, diz a
cônsul-geral.
A constatação da existência de um
viés machista que persiste na sociedade
brasileira - e que é replicado também
no Itamaraty, na medida em que as
mulheres não ocupam, por exemplo, os
principais postos, como as Embaixadas de
Washington, Nova York, Londres ou Paris.
“Quando faço palestras ou lives sobre a
carreira diplomática, a pergunta que mais
escuto, vinda de mulheres, é: será que sou
capaz? E minha resposta é sim, você é capaz
e precisa, em primeiro lugar, acreditar nisso!
“, ressalta. “A baixa autoestima é parte de
uma visão machista incorporada pelas
próprias mulheres, que, durante séculos,
escutaram que deveriam dedicar-se aos
afazeres do lar e da família”.
“
Quando faço palestras ou lives sobre a carreira diplomática,
a pergunta que mais escuto, vinda de mulheres, é: será que
sou capaz? E minha resposta é sim, você é capaz e precisa,
em primeiro lugar, acreditar nisso! “
Saiba+
Empresária
72 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 72
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 73
Lucy Sousa
E já se passaram 20 anos desde que
Lucynete Sousa decidiu ir embora de Teresina
em busca de uma vida melhor na Europa
deixando para trás, a família e o trabalho
de recepcionista de um salão de beleza. “Eu
tinha 2 empregos e, mesmo assim, no final do
mês, contava as moedas para pagar o ônibus
e eu não queria aquela vida nem para mim
e nem para os meus filhos”, recorda. Ainda
assim, a decisão não foi fácil. “Vim chorando
de Teresina até Portugal, mas em momento
algum, eu pensei em desistir, por mim, pelos
meus filhos e pela minha família”, diz
Mãe de Francisco Laércio, 28 e Laysa
Cristina, 27, Lucy vive em Porto, é casada há
15 anos com Paulo Machado, português que
ela conheceu ao chegar ao país. O primeiro
emprego só apareceu no segundo mês,
quando estava quase sem recursos para
se manter. Ela trabalhou em uma creche
“dormia em um quarto alugado com uma
amiga e a filha dela de 12 anos. Éramos três
a dormir em um colchão”, conta. Depois,
enfrentou o desafio de trabalhar como
doméstica, atividade que a levou a montar
a From Home, empresa que treina pessoas
para o trabalho de organização e a Guest
House que aluga acomodações para turistas.
Em um novo empreendimento, ela decidiu
montar um Salão de Beleza que leva seu
nome.
Além de bem sucedida nos negócios,
Lucy tem mais motivos para comemorar!
Há um ano, os filhos foram morar em Porto
e também trabalham em outras áreas que
escolheram “Temos segurança qualidade
de vida. Trabalha-se muito, mas temos
resultados”, diz.
Aos que desejam seguir seus passos, ela
aconselha: não esperem um mar de rosas.
“Vai ser difícil? Vai, mas se eu consegui você
também consegue, não tenha medo de nada,
seja sempre positivo, pense sempre que tudo
vai dar certo, tenha muita fé em Deus e nunca
desista dos seus sonhos. - “Foi aqui onde
consegui crescer e ser a pessoa que sou
hoje, diz acrescentando que a mudança foi
a melhor decisão da sua vida.”
“
Vim chorando de
Teresina até Portugal,
mas em momento
algum, eu pensei
em desistir, por mim,
pelos meus filhos e
pela minha família.”
Saiba+
Bailarina e Dançarina
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GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 74
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 75
Vih Bueno
“Eu me lembro de bem pequenininha
de ficar sentadinha no chão comendo
bolachinhas com os pés, de começar a
aprender a escovar os dentes com os
pés também, e me lembro de tentarem
me ensinar a usar talheres através de um
acessório que era colocado no meu ombro,
mas isso não deu certo, eu preferia fazer
tudo com os pés mesmo. Percebi que eu era
diferente das outras crianças na escolinha,
quando comecei a ter contato com mais
pessoas, fora do meu ambiente familiar”
Ela gosta de começar a contar sua
história a partir desse relato da infância, que
diz muito sobre quem ela se tornou. Vitória
Bueno, a Vih, nasceu sem braços devido a
uma má formação congênita. Aos 17 anos
de idade, ela é a prova de que o talento
aliado à determinação, conseguem superar
mesmo as dificuldades que parecem mais
intransponíveis. Os pés, que são usados
também como as mãos, a levaram para
muito longe da pequena Santa Rita do
Sapucaí, a cidade mineira, onde vive com
a mãe, Vanda, o padrasto, Júlio (que ela
considera como pai) e os irmãos Marco e
Matheus.
A incursão no mundo da dança começou
aos 5 anos de idade. Vitória lembra da
professora, Andrea Falsarella, com quem
teve as primeiras aulas de ballet clássico. A
escola de dança era um ambiente diferente
daquele que a jovem conhecia. “No colégio
já sofri bullying, mas na minha escola de
dança isso nunca aconteceu, diz ela, que
também recorda dos elogios de professores
e colegas, pelo esforço e dedicação. Valeu
o esforço, pois a jovem é medalha de
ouro pela Royal Academy of Dance, uma
das escolas de balé mais conceituadas do
mundo.
Foi através da paixão pela dança, que
Vitória brilhou no palco do Das Supertalent,
versão alemã do Programa de TV Got Talent,
exibido em vários países. Na fase final,
disputando com outros nove candidatos, ela
foi vice-campeã. “Fiquei grata e orgulhosa
pois tocar o coração das pessoas através
da minha arte foi algo realmente mágico!!”
Fora da dança, a paixão é por
maquiagem, que aprendeu quando
observava dançarinos fazendo a produção
nas apresentações de dança “fui treinando
bastante até conseguir bons resultados”.
E, novamente, os pés são utilizados com
habilidade para manusear pincéis e
cremes.
“
Quero dizer para que
essas pessoas corram
atrás dos seus sonhos,
que a sua deficiência não
deve definir quem você é,
ela não deve te impedir
de lutar e conquistar seus
objetivos, porque vocês
podem tudo, menos
desistir”, Voa, Vih!
Saiba+
Empreender
sem protocolos
Cada uma das mulheres indicadas nessa
seção criou a sua própria forma de fazer.
Elas buscaram o seu lugar de destaque no
mercado sem pretensão de acertar 100%,
mas de ser 100% fiéis aos seus ideais e suas
visões para a área que amam. E essa história
se sustenta em três pilares.
Criatividade para lançar uma estratégia
comercial em meio a uma pandemia. Indo
muito além dos protocolos sanitários e
desenvolvendo soluções que desafiaram
até os maiores players do mercado. Thalita,
estruturando uma produção própria do
zero. Lorena, montando uma logística
invejável em um mercado complicado e
desafiador. E a Mageca, que entendeu que
o seu caminho profissional era maior do
que esperava e teve a ousadia de buscar.
Extrema competência para provar para
todos que, sim, jovens empreendedoras
merecem atenção, crédito e espaço. Como
a Alda, que buscou as formações mais
inovadoras do mercado de consultoria para
mostrar a sua visão da moda. Lara e Andreia
que honraram o seu potencial e montaram
um negócio independente e com propósito.
E toda a paixão do mundo pelo que se
quer alcançar! Como tem a Mariana, que
estudou anos para desenvolver um produto
inovador e sustentável. Amanda, com o
fogo e a energia para buscar a revolução
que a publicidade precisa. A Lays chega
defendendo uma moda mais acolhedora
e disruptiva em toda a cadeira para os
padrões da indústria.
Todas lhe dirão que não foi sem esforço,
sem sacrifício, sem peleja. Já eu peço a
licença para falar por elas: sei que apesar
de tudo, não lhes faltou versatilidade, ética
e respeito. Eis os grandes diferenciais dessa
geração.
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Alavancando
negócios incríveis
com marketing
consciente
Consultoria e Criação
de Conteúdo
@imajyndigital
+55 86 9405-8612
Sempre acreditei que a minha carreira
estava destinada para as ciências exatas.
No caminho até a escolha, tão complexo
e tortuoso para qualquer pessoa, imagine
para um adolescente, não levei em
consideração outros pontos além das
minhas aptidões mais aparentes. Coisas
como ter criado pequenos negócios desde
criança, saber desenvolver redações
excelentes e a criatividade para edição
de vídeo não pareciam tão importantes
quanto ter facilidade para matemática e
leis da física.
Mas o que aprendi com a vida - e você vai
aprender com as mulheres desta seção - é
que é muito difícil ignorar as qualidades que
mais admiramos em nós mesmas. Foi assim
que fui da engenharia, para a computação e
agora tenho uma empresa de comunicação
digital, além de trabalhar com gestão de
projetos digitais e direção de arte.
O caminho que me faz feliz é o de
incorporar ao máximo na minha vida
profissional todo esse universo que eu amo
e sei fazer com excelência. E sabendo que
cada pedaço da minha jornada contribui
para a qualidade dos resultados dos clientes
que eu atendo.
Por: Cinthia Campos
Imajyn Digital
Publicitária e Digital Influencer
78 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 78
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 79
Amanda Sávia
Desde o começo da minha vida, eu bem
pequena já sabia que queria trabalhar com
algo que envolvesse pessoas, comunicação
e tivesse muito contato social. Aos 17 anos
entrei na Universidade Federal do Piauí e
iniciei o curso de Jornalismo. Não sabia que
seria um divisor de águas tão importante
na minha vida.
Foi na vida acadêmica que eu comecei
a ler mais sobre feminismo, me reconheci
como mulher preta e eu tinha privilégios de
classe, mas que a raça e gênero iriam andar
sempre comigo. E desde então tive a missão
de tentar levar em uma linguagem mais
acessível para essas questões nas redes
sociais, onde eu encontrei sempre uma base
de pessoas que poderiam me ouvir falando.
Nesse processo eu comecei a conversar
e dividir sobre questões capilares, ou seja,
como eu poderia inspirar mais mulheres,
meninas e jovens a usar o seu cabelo do
jeito que quisessem - com trança, solto,
alisado, com lace... as possibilidades eram
muitas e eu aprendi ao longo da vida que
quem teria que amar o meu jeito de ser
era apenas eu.
Personalidade forte, muita opinião e
uma vontade de conhecer pessoas e levar
ideias pra frente também não poderiam
andar separados de um estilo de se vestir
muito único e pessoal. Também nas redes
eu inspiro já há um bom tempo pessoas a
estarem do jeito que elas quiserem. E ao
mesmo tempo, muitas dores que temos
estão interligadas ao racismo estrutural:
quantas vezes nós ouvimos que “preto fica
lindo de amarelo, mas de vermelho, nem
pensar!”, como se nos fosse proibido usar
cores, estampas e estivéssemos numa
caixinha. Essas reflexões vêm diariamente
e eu vou ao mesmo tempo dividindo com as
pessoas nas redes e aprendendo com elas.
No paralelo, iniciei o trabalho e o curso
de pós-graduação com publicidade. E
mais uma vez tive uma viradinha de chave
na vida. Curiosamente, nunca trabalhei
com jornalismo (mesmo sendo graduada
na área), apenas com publicidade. E tive
oportunidade de entregar campanhas
nacionais e internacionais no ano de 2021,
já que comecei a trabalhar no mercado de
São Paulo, iniciando a minha consolidação
no mercado de trabalho. Tive o prazer de
trabalhar com marcas como Coca-Cola,
Burger King e BIS no ano passado, provando
que pra onde eu quiser ir, eu posso: só eu
posso me parar. E pra mim é só o começo!
Saiba+
Criadora de Conteúdo e Stylist
80 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 80
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 81
Mageca Chaves
Stylist, Produtora de Moda e Criadora
de conteúdo digital. A piauiense de 30 anos
tem paixão por carnaval, pelos dogs Amora
e Goku, adora se entreter com memes e
cozinhar para quem ama. “Sou filha de
jornalista e herdei do meu pai a veia da
comunicação. Desde pequena, amava
me expressar e falar sobre o que eu vivia
e encontrei na moda e nas redes sociais
uma possibilidade para fazer isso”, diz
Maria Angélica Chaves, a Mageca, filha do
ex-repórter cinematográfico Dogno Içaiano
e da professora Maria Chaves.
Mageca formada em Moda, Design e
Estilismo pela Universidade Federal do Piauí
e Pós Graduada em Marketing. Ainda durante
a graduação fez estágio na área de produção
de moda e participou dos backstages dos
principais eventos e semanas de moda
de Teresina. Enquanto acumulava essas
experiências, decidiu o caminho que eu
queria seguir. Atualmente, sou produtora
de moda, stylist e relações públicas da marca
de moda piauiense La Vertu.
“O meu trabalho com a moda se desdobra
em reflexos pessoais e profissionais. A moda
foi me permitindo ao longo desses anos
passar por um processo de redescobertas.
Fui me encontrando e me autoconhecendo
como pessoa e como mulher. E isso
me permitiu que eu pudesse contribuir
positivamente com outras mulheres, por
meio da moda e do meu trabalho, levando
até elas o que a moda foi para mim: uma
ferramenta de autoestima e empoderamento
feminino”, define.
Como criadora de conteúdo digital,
Mageca compartilha o seu dia a dia de
trabalho como produtora, a rotina de
exercícios, as formas de autocuidado, as
receitas e meu amor pelos doguinhos.
“Uma vez que vivemos em sociedade e
nossas escolhas são responsáveis pelo bem
coletivo. Por isso, hoje não tenho receio de
expor minhas opiniões e posicionamentos,
pois acho fundamental compartilhar a minha
visão do mundo e os princípios que acredito
para sermos pessoas melhores a cada dia”,
explica. “Sou mulher, sou nordestina e tenho
muito orgulho da minha história.”
“
hoje não tenho
receio de expor
minhas opiniões e
posicionamentos, pois
acho fundamental
compartilhar a minha
visão do mundo e
os princípios que
acredito para sermos
pessoas melhores a
cada dia.”
Saiba+
Consultora
82 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 82
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 83
Alda Neiva
“Não existem regras na moda”. A frase
define a consultora Alda Neiva. Com apenas
27 anos de idade, a teresinense, geminiana
com ascendente em leão, graduou-se em
Administração de Empresas. Atua como
servidora pública, mas sua paixão é aquela
que a trouxe para as páginas de Indica. A
formação em Moda abriu as portas e deu
a ela a oportunidade de estar em contato
com o Universo que a encantou. Assim,
surgiu a consultoria de imagem e estilo.
A busca por aperfeiçoamento a levou até
São Paulo, onde fez o curso de consultoria
de Moda pela Farage Inc/Se. em seguida,
especialização em Análise de coloração
pessoal pelo Studio Immagine/SP, em
estilo com Aysha Corrêa e Dresscode/SP e
em Morfologia Corporal na École/SP. À boa
base de formação, foram acrescidos mais
cursos e workshops que completam o nível
de excelência que ela pretende dar ao seu
trabalho. “O conhecimento é o fator mais
importante para oferecer o melhor para as
clientes”, diz.
Alda segue em seu trabalho a filosofia
de que “devemos nos vestir de acordo com
quem somos e o que queremos transmitir”.
É o que procura ensinar aos seus clientes.
Em uma era de redes sociais, onde as
aparências ‘instagramáveis” são o desejo
de milhões, a consultora é categórica ao
afirmar que a satisfação pessoal com o
vestir-se passa antes por um processo de
autoconhecimento. A busca pelo estilo
pessoal é, portanto, o resultado de um
encontro consigo mesmo.
Atualmente está associada a AICI Brasil
(Associação Internacional de Consultores
de Imagem), que é uma associação sem fins
lucrativos que visa elevar o reconhecimento
e profissionalismos dos consultores de moda
ao redor do mundo, sendo ela a primeira
piauiense a ingressar e nos representar nessa
prestigiada instituição.
“
O conhecimento é o
fator mais importante
para oferecer o melhor
para as clientes.”
Saiba+
Mouv Brechó
84 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 84
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 85
Laýs Chaves
Desde a adolescência, Lays Chaves já
sabia que se tornaria uma empreendedora.
Em 2018, ela resolveu apostar em uma
tendência que se consolidou nos anos
seguintes: a venda de artigos usados. Foi
então que abriu o Mouv, um brechó que
comercializa roupas, calçados e acessórios.
“Confesso que não tinha noção do tamanho
desse universo que são os brechós e sigo
encantada e apaixonada a cada dia, não
apenas pelo Mouv mas por todos que foram
criados e começam a existir desde então”, diz.
E o Universo a qual Lays se refere tem
números que impressionam. Dados do
relatório da ThredUp, empresa do ramo de
comércio de usados, 45% dos entrevistados
das gerações Y e Z afirmam rejeitar marcas
não sustentáveis. O mesmo documento
aponta a alta dos brechós online e previsão
de crescimento de 33% nas vendas nesses
empreendimentos, quatro vezes mais do
que o aumento previsto para o varejo
tradicional americano (8%).
Para Lays, o Mouv também foi um
processo de auto conscientização. Ela
diz que se enquadrava entre os que
têm preconceito com roupa usada.
“Ainda bem que a gente muda e temos
a chance de mudar para melhor. “Abri
esse espaço na minha vida e hoje em
dia, o meu trabalho é abrir isso na vida
de outras pessoas também, fazendo as
pessoas se movimentarem em direção a
escolhas melhores, principalmente, em
relação a moda. Entender que devemos
e podemos usar, reutilizar, reciclar, dar
novas oportunidades todos os dias ao que
vestimos e usamos”, diz. “Movimentar o
mundo e a moda dando oportunidades a
peças que estão paradas no guarda roupa
de alguém ou foram descartadas por aí, é
a minha missão”, garante a empresária que
é formada em Design de Moda.
Pelo Mouv já passaram mais de 5.000
peças.
“
Acredito e quero
um futuro cheio de
escolhas inteligentes,
assertivas, conscientes
e mais sustentável. E
trabalho com o Mouv
para que todos os dias
a gente seja lembrado
nesse processo e
futuramente, sejamos
referência dessas
escolhas.”
Saiba+
Me Arrumei
86 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 86
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 87
Lorena Miranda
Lorena Miranda,29 anos, tem uma
história que está se tornando cada vez
mais comum à sua geração: mudança
de área. Formada em Direito pelo Centro
Universitário Unifacid Wyden, é Mestranda
em Criminologia pela Universidade
Fernando Pessoa (UFP). Porém, foi na Moda
e Consultoria de Imagem que ela encontrou
sua paixão.
Em 2020, formou-se em Consultoria de
Imagem e Estilo pela escola Resolva Meu
Look. Em seguida, fundou a Me Arrumei,
uma empresa com essência feminina
que integra multimarcas e consultoria
de Imagem e Estilo. Como sempre teve
contato com o empreendedorismo, a moda
sempre foi algo muito natural, diz. A loja
fica localizada no Shopping Riversidade.
Mais do que uma loja multbrand, a
Me Arrumei oferece experiência de estilo
para trabalhar a autoestima de mulheres.
“Desabrochamos mulheres com amor e
propósito”, diz a definição da marca na
bio do perfil de instagram, onde Lorena
compartilha sugestões de peças e seu uso,
entre as seguidoras.
“
Desabrochamos
mulheres com amor
e propósito.”
Saiba+
Engenheira de Produção e Empreendedora
88 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 88
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 89
Mariana Moura
Foi durante a pandemia da Covid19
que a engenheira da produção, graduada
pela Universidade Federal do Piauí (UFPI),
Mariana Moura enveredou pela cosmética
natural. “Eu estava estudando sobre
sustentabilidade e estilo de vida minimalista,
acabei me deparando com a arte milenar da
Saboaria natural”, recorda. “Foi uma paixão
instantânea”, define a criadora da marca
Céus e Mares.
Toda a química envolvida no processo de
saponificação dos óleos e manteigas e suas
infinitas possibilidades de combinações,
assim como dos aromas através do uso de
óleos essenciais (a única forma natural de
perfumar um sabonete é através de óleos
essenciais!) encantaram a engenheira. “Era
um novo mundo que se abria, cheio de cores,
aromas e sensações”, diz. Em meio a esse
encanto nasceu a Saboaria Céu e Mares! “À
frente do empreendimento é onde permito
minha criatividade fluir com o estudo de
notas aromáticas, das propriedades dos
óleos e manteigas e tipos de design dos
sabonetes”, completa.
A atividade se encaixa na busca dos
consumidores conscientes por produtos
sustentáveis. Além da beleza, aromas
incríveis, os sabonetes naturais são 100%
biodegradáveis, não agridem o meio
ambiente. Uma maravilha que faz bem para
a pele e não polui o planeta!
Como em todo processo produtivo há
sempre impactos no ecossistema - afinal,
muitos insumos acabam vindo de outros
estados, em embalagens plásticas ou de
vidro. Para evitar isso, Mariana adequou o
processo de produção dos sabonetes ao
movimento Zero Waste que busca minimizar
o desperdício de lixo e impacto ambiental.
“Nossas embalagens são de papel, utilizamos
celofane biodegradável e quase todo o
plástico e vidro recebidos são reaproveitados
ou enviados para reciclagem”, explica. “Além
disso, apoiar produtores locais é de suma
importância para reduzir nossa pegada de
carbono. Um dos grupos que apoiamos
são quebradeiras de coco babaçu do Piauí
e Maranhão”
“Empreender com propósito de fazer
pequenas mudanças no planeta é algo que
me motiva e incentiva a continuar nesse
caminho”, completa a jovem.
“
À frente do
empreendimento é
onde permito minha
criatividade fluir com
o estudo de notas
aromáticas, das
propriedades dos
óleos e manteigas e
tipos de design dos
sabonetes.”
Saiba+
Dandara Fibras
90 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 90
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 91
Lara Danuta e
Andreia Bacelar
Nos últimos anos, muitas lojas físicas
fecharam as portas e passaram a fazer
o atendimento exclusivamente on-line.
Na contramão da tendência, que afetou
alguns segmentos do comércio, as afro
empreendedoras Lara Danuta,22 e a Andreia
Bacelar,21 migraram o mundo virtual para
a venda em um espaço físico localizado no
Grande Dirceu Shopping, centro comercial
de grande movimentação, em uma das
regiões mais populosas de Teresina, o
Grande Dirceu. Na Dandara Fibras, as jovens
vendem fibras orgânicas e sintéticas, além
de acessórios afro.
Foram apenas quatro anos entre o início
do empreendimento, em 2017, e a mudança
para o Shopping. “Temos como uma das
principais missões a valorização da beleza
negra e o fortalecimento da identidade
racial através da estética e cultura afro”. O
nome da loja é uma homenagem à Dandara
dos Palmares, guerreira e liderança negra
que atuou ao lado do marido, Zumbi,
também líder do Quilombo dos Palmares,
contra o sistema escravocrata brasileiro.
A ideia de construir um negócio nesse
ramo de atividade surgiu do desejo das
amigas de trabalharem juntas em algo
com o qual se identificassem. A experiência
com as tranças vem da infância das
empreendedoras. “As tranças são símbolo de
força, empoderamento e beleza, na Dandara
Fibras fortalecemos a autoestima dos clientes
através desses elementos. Uma loja de duas
mulheres negras, para todas as pessoas”.
Lara e Andreia acreditam que o
empreendimento serve como inspiração
para outras mulheres negras que sonham
em empreender. Em 2021, elas estavam
entre as vencedoras do Prêmio Pretas
Empreendedoras, promovido pela Central
Única das Favelas (CUFA).
“
As tranças são
símbolo de força,
empoderamento e
beleza, na Dandara
Fibras fortalecemos
a autoestima dos
clientes através desses
elementos. Uma loja
de duas mulheres
negras, para todas
as pessoas.”
Saiba+
Empresária de Moda
92 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022 | 92
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 93
Thalita Monteiro
A ideia de virar empreendedora já vinha
se formando dentro de mim desde criança,
quando criei meu negócio de alugar meus
livrinhos infantis. Na adolescência já queria
ter meu próprio negócio e aos 17 anos criei
minha primeira empresa onde customizava
e fazia bloquinhos de anotações e álbuns de
fotos a mão. Quando decidi que seguiria por
essa estrada do empreendedorismo fui me
especializando, correndo atrás para entrar
com todas as ferramentas que precisaria ao
longo dessa trajetória.
Chegamos ao ano de 2022 ainda
lutando por liberdade, ainda tendo que
transpor tantas barreiras, em especial nós
mulheres! Nós ainda estamos no processo
de conquista, de ruptura. Quando virei mãe
eu senti na pele a dificuldade de continuar
no mercado de trabalho, muitas vezes ainda
temos que nos impor em vários espaços,
sobretudo profissional.
O modo de vestir diz muito sobre
liberdade: liberdade de escolha, liberdade de
corpos. Por isso, quando criei a marca Thalita.
co eu pensei exatamente em proporcionar
essa experiência de conforto e de liberdade
para todxs.
Como luto em especial pela causa
feminina, a Thalita.co faz roupas para as
mulheres e é composta só por mulheres,
a ideia de poder proporcionar salários
igualitários, um espaço seguro e ver que
estou fazendo a mudança dentro da
minha marca, além disso, nas criações de
nossas peças trazem frases empoderadoras
exaltando o poder das mulheres.
Muitas vezes, nós estamos presas em
padrões que o patriarcado impõe e quando
a marca Thalita.co cria roupas para corpos
de todos os tamanhos a ideia também é
quebrar isso. É mostrar: “olha você é linda
desse jeito, você pode ser feliz assim”. Vejo
com grande admiração a força que minha
empresa está desenvolvendo no mercado
e como eu como mulher, mãe e empresária
estou crescendo e evoluindo todos os dias e
saber que posso repassar esse exemplo de
mudança faz toda a diferença.
“
olha você é linda
desse jeito, você pode
ser feliz assim.”
Saiba+
94 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022
Foto: Darcy Bastos
Yamara Santos:
uma Estrela no céu!
HOMENAGEM PÓSTUMA
Yamara Santos. Arquiteta piauiense graduada na Universidade Federal
de Pernambuco atuou na empresa Dois Arquitetura, ao lado do marido,
José Ribeiro. Morreu no dia 16 de abril de 2022, vítima de câncer
Morena de sorriso largo e encantador,
Yamara era gente fina, elegante e sincera!
Sua fala era meiga e revelava seu jeito de
ser. Comunicava-se também através das
suas roupas sempre clássicas e de bom
gosto. Às vezes, eu a observava de longe,
porque sempre me chamavam a atenção, o
seu profissionalismo e a sua personalidade
reservada. Ainda assim, costumava dizer
“sim” aos inúmeros convites que recebia
e era presença em muitos eventos sociais
e profissionais, além de gostar, ela tinha
consciência da sua importância.
Em todos os eventos da revista Click,
Yamara e Zé Ribeiro (seu marido e também
arquiteto) estavam sempre na lista dos
convidados Vips. Mas o que a destacava
mesmo entre os colegas de profissão
sempre foi o respeito e a ética somados ao
seu grandioso talento e dedicação na arte
da arquitetura. Yamara deixou sua marca
Por: Katya Cilene
Publicitária e editora da Revista Click NE
eternizada pelo Brasil afora, sobretudo no
Piauí, onde a maior parte dos seus trabalhos
foi executada.
Nossa amizade veio através da amiga
em comum, Adalgisa Helena, que a tinha
como irmã. A cada encontro, me sentia
mais querida e acolhida. Foi como uma
sementinha plantada e regada, que crescia
à medida que eu admirava essa irmandade
e me envolvia como se fosse desde sempre.
O respeito, a dedicação e o amor
com os quais Adalgisa tratava a Yamara
me unia aos laços significativos deles
e, cada vez mais, me aproximava desse
perfume de rosas, que para mim significava
cultivo diário. Foi em um jantar no seu
apartamento que vi a Yamara como uma
“menina dos olhos de Deus”, porque ela
queria a presença do Padre Tony e me
perguntou: “Kátia, será que ele vem?”
Claro que sim!
Sim, o padre Tony foi. Era um jantar
íntimo, familiar, somente o casal com os
filhos (Eduarda e Romero), Adalgisa e Noé,
seu marido. O Padre Tony gostou do que viu:
filhos atenciosos, educados e acolhedores,
e lá eu estava para entender um pouco mais
desse universo Yamara de ser.
A arquiteta Yamara era um mix de
perfeição, organização e timidez. Diante de
toda sua doença e sofrimento, ela me deixou
um exemplo de fortaleza e resistência. Seus
projetos grandiosos continuarão sendo
referência para muitos apaixonados pela
arquitetura.
Que delícia ter participado do seu
mundo pelo lado mais harmonioso, mais
aconchegante, conhecendo outros ângulos
que pouca gente conheceu, o lado que só
os que podem olhar para dentro, de perto,
podem ver! Zé Ribeiro, Duda e Romero, que
família linda vocês são!
EDIÇÃO 2022 • GUIA INDICA | 95
LOCA
-LIZE
Lays Chaves
• Empresária
@mouvbrecho
Lorena Chaves
• Loja Me Arrumei
@mearrumei
Shopping Riverside
Praça do Japão
Alda Neiva
• Consultora
@aldaneiva
Algemira Mendes
• Professora
@mendesalgemira
Amanda Sávia
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@pretasavia
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• Vereadora de Altos (PP)
@andreaamaralvereadora
Ângela Bispo
• Jornalista
@angela.amensageira
Arielly Pacífico
• Advogada criminalista
Avenida Elias João Tajra, 1717,
Fátima
www.ariellypacificocriminal.adv.br
@ariellypacifico
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• Advogada
Escritório: Rua Eliseu Martins, 1294
Centro (Sul), Teresina - PI, 64000-120
@audreymagalhaes
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@ bibisb13
Dani Tajra
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@Dtajra_culinariafetiva
Denisdeia Sotero
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@clinicadenisdeiasotero
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Programa Busca Ativa
@diliafalcao
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Morada do Sol, Teresina
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@clinicafabiolaserra
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@flavia_advogada_cunha
Gisela Padovan
• Cônsul do Brasil em Madri
Calle de Goya, 5-7, Pasaje Comercial, 2a
Entreplanta, 28001 Madrid, Espanha
@giselapadovan
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@joannaclima
Jôve Oliveira
• Prefeita de Piripiri (PT)
@joveoliveira
Karenina Tito
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@kareninatito
Escritório: Avenida Senador Arêa Leão,
Sala 611, Torre 2, Jóquei, Teresina-Piauí
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@dandarafibras
Grand Dirceu shopping loja 30 Dirceu,
Teresina - PI, 64075-535
Lucy Sousa
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@lucy.nete
Mageca Chave
• Stylist e
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@magecachaves
Major Elizete
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Batalhão PM
@majorelizetelima
Maria Helena Cortez
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Mariana Moura
• Engenheira de
produção e empresária
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Mônica Mesquita
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@monicamesquita
Primeiro Ato
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Teresina e Piripiri
@primeiroatodeluxe
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@reginasousa
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• Deputada Federal (PT)
@rejane.dias
Thalita Monteiro
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96 | GUIA INDICA • EDIÇÃO 2022