A4Edição Julho/Agosto 202205 de Agosto de 2022Porque os ex-do-COLEPA voltam a participardos desfiles cívicos de Paulo Afonso?O desfile cívico e alegórico dos 64 anosde aniversário da emancipação política dePaulo Afonso, município localizado no Nordesteda Bahia, distante 450 quilômetros deSalvador, capital do Estado, ainda é tema demuitas conversas, trocas de fotos e vídeosnas redes sociais, e de forma bem especialnos grupos de WhatsApp que reúnem os queforam alunos, professores e funcionários doGinásio/Colégio Paulo Afonso e as escolasmantidas pela Chesf.E uma pergunta chegou ao meu whatsapp:Porque os ex-do-COLEPA participamdos desfiles cívicos de Paulo Afonso?Pois é, o que leva um monte de gente demais de 50 anos, muitos até de 60, 70 e até80 anos, vovôs e vovós, até bisavós, se arrumarem,ajeitarem os cabelos, capricharem namaquiagem, vestir uma roupa de baliza, umshort de educação física, saias plissadas dosantigos fardamentos, pernas de fora como sefossem adolescentes e irem para um desfilecívico, sendo vistos – e muito aplaudidos– por milhares de pessoas, como fazem ex--alunos, ex-professores, ex-funcionários dosistema de ensino da Chesf, o COLEPA esuas escolas reunidas?Recebo, com naturalidade, esse questionamentode um jovem senhor de hoje, obviamentenão ex-aluno do Colepa e de suasmuitas escolas agregadas. E percebi queesta curiosidade dessa pessoa amiga nãoera só dele.Afinal, causa mesmo questionamentosquando se vê, em um dia feriado, 28 de julhoou 7 de setembro, quando se poderiaestar dormindo mais um pouco ou viajando,passeando, no avançar dos anos, maisde uma centena de pessoas, ex-alunos, ex--professores de uma instituição de ensinoque fechou suas portas há mais de 20 anosatrás, em dezembro do ano 2000, terem umarotina diferente nesses dias, acordarem maiscedo e até controlarem a ansiedade, criaremuma camisa especial e saírem animadoscomo se, de novo adolescentes fossem,para um reencontro esperado, programado,medido, sofrido quando ele não acontece, naprincipal Avenida da cidade de Paulo Afonso,esteja com chuva ou com o sol sertanejoa pino sobre suas cabeças.Mas, ali estão estes senhores e senhoras,alguns vindos de muito longe como já aconteceuem outros momentos quando se recebeuna Avenida o colega colepano MarcosPinheiro que é, há mais de 20 anos é professorde Artes em Lisboa-Portugal.A distância não parece ser, portanto, obstáculopara esse reencontro anual, interrompidopor dois anos por essa pandemia queceifou também vidas preciosas de colepanos.Também não é obstáculo a idade dessescidadãos brasileiros.No desfile de dois anos atrás ali estavamalguns queridos professores como Juvenal,Semir, e funcionários queridos e sempre lembrados,que fizeram esse desfile em um carro,mas não deixaram de estar presentes.Outros como os professores Nena, Galdino,Roberto Ricardo fazem todo o percursodo desfile ou apenas uma parte dele no chãoda Avenida, juntos com ex-alunos sempremuito amados. E, só pra lembrar, o Prozinho,Roberto Ricardo completou 80 anosem abril de 2022 e fez todo o percurso, felizda vida.Precisamos destacar que o COLEPA tevegrandes atletas ao longo de sua história. Umdeles é esta jovem senhora, que desfila aolado do octogenário Professor Roberto Ricardo.Ela é Edileuza Marques da Silva, umagrande goleira da equipe de Handebol doCOLEPA dos anos 80, várias vezes campeã,muito orgulhosa de ter contribuído para exaltaro nome do COLEPA nesse esporte, cujosatletas foram treinados pelos ProfessoresFred e Marilena por muitos anos.Faz alguns anos que nasceu essa ideia dese procurar reunir o maior número possívelde pessoas que viveram anos maravilhososde suas vidas recebendo ensinamentos deprofessores comprometidos e esses ensinamentosformaram milhares de cidadãos brasileiros,homens e mulheres que, tambémdurante muitos anos foram ou ainda sãoprofissionais exemplares em suas áreas deatuação, as mais variadas possíveis.Ao longo de cerca de 50 anos foi assimtodos os anos. Na Rua do Gangorra, noAcampamento da Chesf, na Rua da Frente(Av. Getúlio Vargas) e mais recentemente naAv. Apolônio Sales, ali estavam as escolas,o ginásio, o colégio, mantidos pela Chesf, ahidrelétrica do São Francisco...E essa disposição, esse gesto de civismo,hoje associado também ao prazer doreencontro de colegas de tantos anos atrás,sempre acompanhou cada ex-aluno do Colepae de suas escolas agregadas. Desde ospequeninos das Escolas primárias da Chesfaos alunos do GPA, a expectativa era grandee todos queriam desfilar. Hoje, infelizmente,muitos colégios precisam premiar os alunoscom notas para que cumpram esse dever cívico.É triste ver isso ser tratado como coisanatural...Destes ex-alunos do COLEPA saíram médicos,engenheiros, professores, advogados,atletas renomados, políticos sérios, deputados,prefeitos, vereadores, homens e mulheres profissionaisde primeira, mães e pais exemplares.Para onde se olhar haverá sempre um ex-colepanobrilhante.A resposta do questionamento, do porquêdessa busca desses reencontros, deve estarno grande amor à instituição que nos fezmelhores cidadãos e da pura amizade que seformou entre os colegas das salas de aulas,dos jogos estudantis, ou a constante buscapela valorização desses sentimentos umpouco estragados pelas modernidades queaparecem.Os que saíram das salas de aulas do CO-LEPA nutrem mesmo tanto amor por essesvalores que se organizam e se reúnem paraestarem juntos aos mais novos e com estes seigualam em animação e entusiasmo, como fizeramValdenor Vilar, Zé da Luz e familiaresse deslocaram de Salvador e Recife para seencontrarem com os amigos de Paulo Afonso.Viajaram centenas de quilômetros paratambém vestirem a camisa do COLEPA emPaulo Afonso, no dia 28 de julho de 2022, noaniversário de 64 anos do município.Os que não puderam vir, por problemasde trabalho ou de saúde, já se programampara aqui estarem para o desfile do dia 7de setembro. Por enquanto, ficam vendo ese emocionando com as muitas fotos e algunsvídeos, com sorrisos imensos admirandoesse reencontro dos colepanos todos osanos.Um detalhe que tem chamado a atençãodos que compartilham mensagens pelas redessociais é a expressão de juventude eterna quetodos esses ex-do-Colepa mostram na avenidae olhe que quase todos ou pelo menos a grandemaioria dos que ali estavam nesse 28 de julho,são gente da terceira idade, alguns com maisde 70 e até 80 anos de caminhada nesta vida...O motivo maior de se buscar esses reencontrosé que eles nos fazem reviver momentosimorredores da nossa juventude, da adolescência.Isso será sempre eterno enquanto vivermos,como já dizia o poeta Vinícius de Morais.É mesmo a essência do amor que será “eternoenquanto dure”...Em um desses momentos mágicos, comonão se emocionar ao ver a ex-aluna do CO-LEPA, Joana Telma que veio do Recifee percorreu a Avenida Apolônio Sales nodesfile de 7 de setembro de 2019, em umacadeira de rodas, à frente dos pelotões doex-alunos do COLEPA, portando, compenetrada,a bandeira do Brasil. Coisas assim,só o espírito colepano explica, ou tenta explicar...Ou ex-alunos do COLEPA, psicólogos,psicanalistas, psiquiatras, estudantesdas reações humanas, talvez tenham umbelo caso a ser estudado...E eu trago à memória os primeiros grandesencontros desses jovens maduros ex--colepanos, quando nos juntamos a TâniaBonfim que veio de Salvador com essa ideiana cabeça e aqui nos reunimos, Tânia, Nane,Idalina e Galdino, num trabalho árduo quesempre acontece quando é o primeiro passo,e nasceu, já brilhando intensamente, o nossoI Encontro de Ex-alunos do COLEPA.Era o ano de 2008. Buscamos o apoio daChesf que tinha como Administrador Regionalo também ex-colepano, professor e diretoradministrativo do Colepa, Gilberto Pedrosa,Maninho. Foi-se ao prefeito Raimundo Caires.Buscou-se o apoio empresários como SebastiãoLeandro, da Suprave e outros apoios.Ah... Como lembramos do Cabo Barbosa,ex-instrutor da Banda Marcial/Musicaldo COLEPA. No Encontro de ex-alunos de2008 ele foi buscar apoio de músicos de PauloAfonso e de Delmiro Gouveia e criou umabanda musical para acompanhar os colepanosque saíram da concentração no CPA para darum abraço simbólico no velho prédio do GPA/COLEPA...Em 2013, outro grande encontro e deleparticiparam muitos que já nos deixaramno meio da caminhada. Ali, dentre outrosidentificamos o Professor Carlos Formigli,ex-diretor do COLEPA por 13 anos,que veio de Salvador para prestigiar esseencontro. Nele também estavam o radialistaAntonio Diniz, o médico e professorDr. Germino, Idalina, a pioneira dos encontros...e tantos outros que já estão emoutro plano...Esse reencontro, agora institucionalizadoatravés de uma Associação de Ex-alunos doCOLEPA promete ser repetido, não apenasnos desfiles cívicos, mas também no resgatede momentos memoráveis como os festejosjuninos, as atividades desportivas dos áureostempos do COLEPA, claro que tudo agoranuma versão terceira idade...E, com certeza, enquanto estiver jorrandodentro de cada um de nós essa fonte inesgotávelde juventude, estaremos nos abraçando erevivendo cada bom momento que foi quandofomos estudantes do Ginásio, Colégios eEscolas Reunidas da Chesf em Paulo Afonsoe veremos esse nosso amor intenso, ser multiplicadonos nossos filhos e netos e se eternizarno tempo mesmo bem à frente quandocada um de nós for apenas história...Esse sentimento de amor intenso, seráque Freud explica? Sei não, viu?Só sei que se cada um de nós se conscientizarda importância desses momentos,com certeza, o COLEPA NÃO MORRE-RÁ NUNCA!!!
Edição Julho/Agosto 202205 de Agosto de 2022A 5Av. Landulfo Alves, 276 | Centro | Paulo Afonso-BATel.: (75) 3281.3030 | E-mail: ferrageiropa@ferrageiro.com.brCasa O Ferrageiro nasceu emSantana do Ipanema/ALem 1922 e desde os anosde 1970 sua filialde Paulo Afonso ajudaeste município a crescer.