Revista Recap - 3° tri 2022 - EDIÇÃO 127

2022/2026
Boscatto lembra
as dificuldades
do passado
O primeiro presidente do
Recap, Valdir Carlos Boscatto,
homenageado na cerimônia
de posse com uma placa,
entregue pelo prefeito de
Campinas, Dário Saad, lembrou
as dificuldades do setor
varejista de combustíveis, nos
anos 80. “Na época era muito
mais difícil, não tínhamos as
facilidades de comunicação
que temos hoje. Antes era
tudo feito em reuniões, por
telefone, carta, por um amigo
levando recado para outro”,
acentuou.
No entanto, ele lembra que
existia outro problema importante:
“Havia uma barreira
quase intransponível, porque
tinha um sindicato com base
estadual, que não queria dividir
sua base. Era um poder
muito grande concentrado
em uma só entidade sindical”.
Foi nessa época que nasceu
o Recap, junto com o
Resan e o Regran e Valdir Boscatto
se tornou seu primeiro
presidente. “Era uma época
que o dono do posto de gasolina
tinha representatividade
dentro das cidades”, comenta.
O setor na época enfrentava
muitas barreiras, porque
“no posto de gasolina você
compra um produto que não
Prefeito de Campinas, Dário Saad, entrega placa de homenagem
ao primeiro presidente do RECAP, Valdir Boscatto
vê e vende o que não vê também.
É um mistério. Às vezes
falávamos assim: somos vendedores
de ilusão”.
Na opinião do ex-presidente,
administrar uma revenda de
combustíveis hoje está muito
fácil que no passado. “Antes
era difícil, a logística complicada,
não tinham ferramentas
suficientes. O empresário do
setor comprava gasolina, colocava
num tanque que não
tinha nem vedação. Quando
chovia muito, o combustível
era contaminado com água
infiltrada. Era muito difícil trabalhar
naquela época. Quantos
postos na época foram
contaminados e recebiam
multas severas, acusado de
ter misturado combustível,
quando na verdade o que
tinha acontecido era uma
interferência do tempo”.
Os postos, lembra Valdir
Boscatto, não contavam com
os equipamentos de hoje. “Tínhamos
régua medidora de
tanque de madeira, o posto
de gasolina mantinha um funcionário
só para controlar os
cheques que recebiam dos
clientes. Hoje não existem
mais cheques nem dinheiro.
Antigamente você fechava o
caixa e tinha de ter seguranças
cuidando do dinheiro”.
Valdir Boscatto fecha sua
análise com uma comparação
que naturalmente não conta
com unanimidade do empresariado:
“Hoje está muito
mais fácil de trabalhar!”.
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