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NOTA À 15ª EDIÇÃO
Toda obra admite, e pede, aperfeiçoamento. Afinal, o ser humano não faz nada definitivo, o que
talvez seja uma das maiores graças da existência. Portanto, não se pense que o fato de eu ter escrito um livro
intitulado "Tudo o que( .. . )" signifique a pretensão de não fazer inclusões, exclusões, melhorias. De fato, seria
irrazoável que os anos não trouxessem consigo a recomendação de emendas, quando pouco, ou uma revolução
completa, se preciso.
Desde a 1 ª edição, lançada em 2 de setembro de 1998, e após pequenas correções nas duas primeiras
edições, havia um desejo meu de melhorar este livro. As surpresas da vida e as inúmeras tarefas e atividades me
impediram: profissionalmente, ser juiz, professor, palestrante, autor e coautor de livros, coordenador pedagógico
da Editora Impetus, membro da Diretoria da AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil; no plano pessoal,
ser marido, ex-marido, filho , irmão, tio, pai, e, ainda além dessas realidades, descansar, cuidar da saúde, servir
a Deus, ser útil a alguém, continuar a aprender.
Confesso que a grande quantidade de atividades e áreas do conhecimento que me atraem terminam
por diminuir meu desempenho e satisfação de fazer o melhor possível em cada um desses aspectos, embora
contribuam para tornar a vida mais interessante e saciar uma sede que me acompanha.
Não quero, contudo, deixar a impressão de que reclamo: a vida tem sido muito boa, tenho recebido mais
do que preciso ou mereço. Paralelamente, tenho a alegria de olhar para trás e saber que venho me esforçando,
mesmo quando não seria mais necessário, para tornar a minha vida e a dos que me rodeiam um pouco mais
gratificante. A esse esforço pessoal junta-se a bênção divina e a colaboração dos amigos e parceiros e, pronto,
a vida corre.
Essa correria fez com que a revisão que eu planejara para a 7ª edição só venha a lume agora. E penso
que isso foi bom, pois esses anos me proporcionaram grande crescimento pessoal e intelectual, com experiências
ricas o bastante para me habilitar a fazer modificações que produzissem riqueza em lugar de empobrecimento.
Fiquei satisfeito por ver que a maior parte desta obra continua atual e que as modificações não foram tão
numerosas. Assim, não pense o leitor que ocorreram mudanças drásticas, profundas ou de fundo. A análise que fiz
ao revisar a obra levou-me a optar pela intenção de preservar ao máximo a versão original, apenas acrescendo ou
modificando o que pudesse torná-la melhor sem desfigurá-la. Consequentemente, a essência do livro permanece.
Tive a tentação de aprofundar alguns pontos e, doutra sorte, de excluir outros, criando uma obra geral
e outra apenas para a área jurídica. Não cedi a ambas. Quanto ao aprofundamento, cogito de, em algum tempo,
lançar assunros que não sejam essenciais para a aprovação, mas que discutam aspectos de interesse para provas
e concursos, vida profissional etc. Mas são apenas projeros. A obra revisada já está aqui, e isso me conforta.
A quantidade de e-mails, cartas, telefonemas, informações e repercussões do livro, nesse período, foi
tão grande que me obrigou a abdicar de mencioná-las, tendo que contemar-me com incluir o que foi possível
no aperfeiçoamento do texto. Mais uma vez, porém, agradeço aos que me deram notícias, sugestões e críticas.
Li e considerei todas. Como já disse, esta é uma obra cada vez mais coletiva.
As notícias de que este livro serviu, ajudou, construiu, me consolaram pelas minhas falhas humanas, por
eu achar que fiz algo bom, senão compensando meus erros, mas ao menos me colocando no placar existencial
alguns gols a favor, afora os contra.
Desde 1998 é praticamente incontável a quantidade de palestras e aulas sobre o tema, em todos os
recantos e perante a mais incrível diversidade de audiência. Cresci muito com isto, vi coisas, conheci pessoas,
ganhei experiência. Algo dela desenhou-se nas poucas novas linhas que escrevi ou confirmou o acerto das velhas
linhas já conformadas no papel escrito antes.
As vivências foram pródigas. A dor sentou-se à mesa comigo: uma intervenção cirúrgica, um causticante
processo de separação e divórcio, a drástica perda da mãe, vitimada pela sua história e pelas odiosas mãos do
câncer. Houve histórias inéditas, como o projeto de correr 42 km, pondo-me no meu extremo para, testando
meus limites, um dia eu descobrir qual meu efetivo tamanho. E tive histórias boas, como a casa nova, amigos
novos e novos amores, um dos quais me tenta com a perspectiva de que seja, enfim, definitivo. Revi erros e
acertos do passado, mas também gozei novas derrotas e me deparei com vitórias ainda não provadas. E, de tudo
o que veio de novo, em anos difíceis mas prósperos, nada mais encantador que o sorriso da filha ou seu olhar
ciânico e igualmente singular, novo, desconcertante, suas palavras, seus argumentos, sua pele adocicada, seu
abraço meigo, sua voz melodiosa. Um amor maior que eu mesmo me nocauteo com rosas.