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remuneração. Já existe uma modificação no perfil dos acadêmicos, em que é cada vez maior a
intenção de realizar concursos. Essa opção também ocorre entre profissionais liberais e no setor
privado. Em consequência, os cursos preparatórios e as listas de inscritos em concursos estão
cada dia mais abarrotados. Não obstante, os índices de aprovação continuam em patamares
incrivelmente baixos, próximos de 1 a 2%. Os chefes de instituições reclamam incessantemente
que não conseguem preencher as vagas por falta de candidatos habilitados. Assim, paradoxalmente,
aumentam os candidatos e diminui ainda mais o número de aprovados. Por mais que se esforcem,
faculdades e cursos preparatórios têm tido pouco êxito. Mas qual a razão disso ou, quando
menos, como inverter esse lamentável quadro?
Mesmo os exames vestibulares continuam a ser uma desnecessária experiência traumática.
E não é só: antes, durante ou depois de formadas, as pessoas reclamam da dificuldade de aprender,
da falta de tempo para estudar, da baixa fixação etc. O aumento da quantidade de informações
disponíveis no mundo torna ainda mais difícil se manter atualizado e realça a dificuldade das
pessoas para assimilarem novos conhecimentos.
O desempenho dos candidatos nos vestibulares, exames do MEC, exames de seleção para
empresas privadas e em concursos públicos serve como inquestionável demonstração da baixa
qualidade do ensino. Causas e soluções para tais deficiências vêm sendo, desde longa data, tema
de debate entre os profissionais da área, mas os remédios até agora utilizados não têm mostrado
eficácia. As recentes modificações na educação brasileira e na metodologia do ensino comprovam a
busca por soluções, mas com medidas ainda tímidas e sem uma mudança radical na direção certa.
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CONHECIMENTO PRÁTICO
PARA PROVAS E CONCURSOS
Qualquer atividade humana possui uma parte teórica e outra prática, um conhecimento
técnico bipartido: saber o que é e saber fazer são coisas diferentes. Como exemplo, veja-se a
construção de um prédio: há coisas que apenas o engenheiro poderá fazer (cálculos etc.), mas
outras há em que um mestre de obras é insubstituível. Conhecer as regras de produção de uma
tese e regras de redação não são garantia de que a tese sairá boa.
Saber fazer provas é diferente de saber a matéria. A realização de uma prova, exame, entrevista
ou concurso público também possui seu know how específico. O conhecimento funciona como
se fosse uma arma, mas as técnicas de estudo e de realização de uma prova dizem como utilizar essa
arma. Uma coisa é saber a matéria, outra é saber como usá-la; uma coisa é saber a resposta, outra
é saber comunicá-la. Um aluno que saiba 50% da matéria, e 20% de como usá-la em provas e
transmiti-la terá mais sucesso do que aquele que sabe 100% da matéria, mas não sabe as técnicas
para transmitir esse conhecimento para o entrevistador ou examinador. Quem não conhece um
amigo que sabe tudo, mas vive tirando notas baixas? Ou outro que tira boas notas e não sabe fazer
nada? Ou um professor que sabe a matéria, mas não sabe ensiná-la?
WILLIAM DOUGLAS
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