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Viaja pela Região de Vinhos de Lisboa 2023_PT

Vem Descobrir a Região de Vinhos de Lisboa

Vem Descobrir a Região de Vinhos de Lisboa

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<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 01<br />

Desafie os seus<br />

sentidos com os<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>, sinónimo <strong>de</strong> história, tradição e mar. É aqui, entre o Oceano Atlântico<br />

e as Serras <strong>de</strong> Montejunto, d`Aire e Can<strong>de</strong>eiros, que a <strong>Região</strong> Demarcada dos<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> está localizada. É a região <strong>de</strong>stas terras aquecidas pelo sol<br />

e pelo calor, <strong>de</strong> um povo genuíno e acolhedor, on<strong>de</strong> os vinhos com carácter e<br />

personalida<strong>de</strong> nascem.<br />

A cultura ancestral do vinho, trazida para estas terras pelos romanos e<br />

exponenciada por várias congregações religiosas, on<strong>de</strong> a or<strong>de</strong>m cisterciense<br />

<strong>de</strong>staca-se, está presente na paisagem da vinha e nas suas a<strong>de</strong>gas. O território,<br />

marcado por séculos <strong>de</strong> História e histórias, por batalhas e vitórias, pelos<br />

ventos do mar e <strong>pela</strong>s suas mil colinas torna-se uma tentação difícil <strong>de</strong> resistir.<br />

Por isso, não resista! Venha e mergulhe na cultura do vinho da <strong>Região</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>, surfar a onda atlântica até à costa, prove o marisco com um sabor<br />

inigualável, jogar golfe, ir escalar, visitar a<strong>de</strong>gas art <strong>de</strong>co e quintas centenárias,<br />

conhecer pessoas, fazer amigos, e finalmente admirar o pôr-do-sol em algum<br />

moinho idílico na Serra <strong>de</strong> Montejunto, sempre acompanhado por um copo<br />

<strong>de</strong> vinho... <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.


02 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Denominações<br />

<strong>de</strong> origem<br />

A <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> é constituída por uma<br />

extensão <strong>de</strong> cento e cinquenta quilómetros circunscrita, a sul, <strong>pela</strong><br />

praia <strong>de</strong> Carcavelos, no concelho <strong>de</strong> Oeiras, e a norte, <strong>pela</strong> praia<br />

do Osso da Baleia, em Leiria. A faixa <strong>de</strong> quarenta quilómetros<br />

<strong>de</strong> distância entre a costa dunar escarpada e banhada pelo oceano<br />

Atlântico, a oeste, e o interior, situado a este, remata este território.<br />

A composição numérica prossegue com o trabalho realizado por<br />

duas mil famílias <strong>de</strong> viticultores e o registo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil hectares <strong>de</strong><br />

vinha certificada em tão vasto território nomeado pelo topónimo<br />

da capital <strong>de</strong> Portugal e marcado <strong>pela</strong> heterogeneida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

das suas Denominações <strong>de</strong> Origem.<br />

São nove áreas geográficas distinguidas <strong>pela</strong>s suas paisagens<br />

coleantes e vales <strong>de</strong> <strong>de</strong>clives suaves, com a Serra <strong>de</strong> Montejunto<br />

a <strong>de</strong>marcar a fronteira entre nascente e poente, e a Serra d’Aire a<br />

emprestar a sua encosta na <strong>de</strong>limitação última <strong>de</strong>sta viagem<br />

vitivinícola por solos predominantemente argilocalcários em tons<br />

<strong>de</strong> vermelho e castanho, polvilhados por manchas <strong>de</strong> barro quase<br />

preto, que sinalizam à superfície a presença <strong>de</strong> antigas chaminés<br />

vulcânicas a sobressaírem nas encostas lavradas que bor<strong>de</strong>jam as<br />

vinhas, formando um mosaico <strong>de</strong> cores que ganha ainda mais vida<br />

com a mudança <strong>de</strong> tonalida<strong>de</strong>s aquando da chegada do outono.<br />

O rocio, nome dado às pequenas gotas <strong>de</strong> água formadas <strong>pela</strong> con<strong>de</strong>nsação<br />

do ar húmido e fresco transportado terra a<strong>de</strong>ntro <strong>pela</strong>s brisas do<br />

Atlântico, traz do mar a salinida<strong>de</strong> e a humida<strong>de</strong> na conta certa para<br />

regar as vinhas durante a noite e a madrugada. Os raios <strong>de</strong> sol, nas<br />

tar<strong>de</strong>s soalheiras, trazem consigo a energia e o calor necessários para<br />

amadurecer, quanto baste, os bagos <strong>de</strong> uva. Todos os anos, a natureza<br />

procura o equilíbrio, sempre <strong>de</strong>licado, entre aci<strong>de</strong>z e mineralida<strong>de</strong>, que<br />

conferem a frescura, tão típica nos vinhos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, e o equilíbrio <strong>de</strong><br />

açúcares e polifenóis que lhes proporcionam cor, estrutura e aromas.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 03<br />

DO Carcavelos<br />

DO Colares<br />

DO Bucelas<br />

DO Arruda<br />

DO Torres Vedras<br />

DO Alenquer<br />

DO Lourinhã<br />

DO Óbidos<br />

DO Encostas D’Aire<br />

* Distância <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


04 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

O<br />

terroir<br />

da <strong>Região</strong> dos<br />

A <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong> abrange um território com condições<br />

edafoclimáticas bem <strong>de</strong>finidas e<br />

comprovadas através dos seis mapas inerentes,<br />

respeitantes à topografia, influência<br />

atlântica, continentalida<strong>de</strong>, temperatura,<br />

pluviosida<strong>de</strong>, aos solos e ao vento. É da<br />

conjugação entre todos estes fatores naturais<br />

que surge um terroir único que, sendo<br />

em si muito diverso, é muito distinto das<br />

<strong>de</strong>mais regiões vinhateiras portuguesas,<br />

conferindo características <strong>de</strong> exceção aos<br />

vinhos aqui produzidos.<br />

Todo o clima é gran<strong>de</strong>mente marcado<br />

<strong>pela</strong> cordilheira montanhosa que percorre<br />

toda a <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>, no sentido norte-sul, constituída<br />

<strong>pela</strong> Serra <strong>de</strong> Aire e Can<strong>de</strong>eiros, Serra<br />

do Montejunto, Serra do Socorro e da<br />

Archeira e Serra <strong>de</strong> Sintra, que <strong>de</strong>nunciam<br />

a predominância <strong>de</strong> relevos e vales<br />

na paisagem vinhateira <strong>de</strong>ste território,<br />

profundamente dominada <strong>pela</strong> brisa marítima<br />

proveniente do oceano Atlântico.<br />

Este atributo ten<strong>de</strong> a esbater-se à medida<br />

que o afastamento aumenta em relação<br />

ao mar, em especial do lado nascente da<br />

Serra <strong>de</strong> Montejunto, com mais horas <strong>de</strong><br />

sol e temperaturas mais elevadas e níveis<br />

<strong>de</strong> humida<strong>de</strong> do ar mais baixos, mas ainda<br />

assim presente.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 05<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


06 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

O aspeto morfológico é predominado <strong>pela</strong><br />

maior mancha do país <strong>de</strong> solos alcalinos<br />

(com pH superior a sete), maioritariamente<br />

solos argilocalcários com fertilida<strong>de</strong> média<br />

a elevada, que <strong>de</strong>notam boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

troca catiónica (CTC) e elevada capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água, aspeto da maior importância<br />

para garantir às vi<strong>de</strong>iras o aporte<br />

<strong>de</strong> água no período estival, propiciando<br />

condições i<strong>de</strong>ais à boa maturação das uvas.<br />

Junto ao mar, nas zonas dunares, os solos são<br />

mais arenosos e profundos. Muitas vezes, o<br />

subsolo é <strong>de</strong> argila, o que garante às vi<strong>de</strong>iras<br />

a água e os nutrientes necessários ao seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Para norte e nas encostas<br />

serranas, os solos são mais pedregosos, têm<br />

uma menor espessura efetiva e a fertilida<strong>de</strong><br />

é menor. Perto dos rios e das linhas <strong>de</strong> água,<br />

e várzeas, os solos são <strong>de</strong> aluvião, profundos<br />

e muito férteis.<br />

A temperatura amena é comum à maioria<br />

do território, com níveis <strong>de</strong> pluviometria<br />

mais significativos nas zonas serranas. Os<br />

ventos atlânticos são fortemente evi<strong>de</strong>ntes<br />

na <strong>Região</strong> dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. A sua<br />

prepon<strong>de</strong>rância e intensida<strong>de</strong>, em especial<br />

na primavera e no verão, ou seja, durante o<br />

ciclo vegetativo da vi<strong>de</strong>ira, resulta na disseminação<br />

da humida<strong>de</strong> e da salinida<strong>de</strong> pelos<br />

vinhedos <strong>de</strong>ste território, características que<br />

dão origem a vinhos frescos e com uma salinida<strong>de</strong><br />

fora <strong>de</strong> série.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 07


08 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 09


10 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Arinto<br />

AROMAS<br />

mineral, vegetal, lima, limão, maçã<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

mariscos, peixes, grelhados, saladas,<br />

massas, comidas asiáticas<br />

Seleção<br />

castas<br />

<strong>de</strong><br />

extraordinárias<br />

É na <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

que se encontra a maior variabilida<strong>de</strong> genética<br />

da casta Arinto, o que indicia ser aqui o<br />

seu solar <strong>de</strong> origem, provavelmente na <strong>Região</strong><br />

Demarcada <strong>de</strong> Bucelas. Consi<strong>de</strong>rada<br />

por muitos como a rainha das castas brancas<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, dá origem a vinhos e espumantes<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que exprimem muito<br />

bem o terroir <strong>de</strong> origem. É uma casta vigorosa.<br />

Adapta-se facilmente a todos os terrenos,<br />

manifestando alguma exigência face à humida<strong>de</strong>.<br />

É este equilíbrio entre álcool, aci<strong>de</strong>z<br />

e aromas intensamente frutados, on<strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>stacam os frutos citrinos e outros frutos<br />

<strong>de</strong> caroço, que faz com que os vinhos <strong>de</strong>sta<br />

casta sejam tão apreciados.<br />

Na prova, os vinhos feitos a partir <strong>de</strong> Arinto<br />

são muito frescos e apresentam uma aci<strong>de</strong>z<br />

natural elevada, revelando aromas <strong>de</strong>licados<br />

que evoluem para os frutos secos e especiarias.<br />

É das castas brancas portuguesas com matriz enológica mais apreciada<br />

e revela um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> envelhecimento em garrafa, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>nota<br />

características <strong>de</strong> evolução requintadas, muitas vezes, por mais <strong>de</strong> uma década.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 11<br />

Vital<br />

AROMAS<br />

pêra, vegetal, limão, maçã<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

mariscos, peixes, saladas,<br />

massas<br />

A <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> possui cerca <strong>de</strong> setenta<br />

por cento do encepamento<br />

nacional <strong>de</strong>sta casta branca e,<br />

apesar do <strong>de</strong>clínio registado nas<br />

últimas décadas, tem conquistado<br />

muitos produtores neste seu<br />

terroir <strong>de</strong> origem.<br />

Porém, tem boa aptidão para<br />

resistir ao vento, característica<br />

importante nos climas <strong>de</strong> influência<br />

marítima, on<strong>de</strong> a nortada se faz sentir, como acontece<br />

frequentemente nesta região. Ao efetuar-se uma boa <strong>de</strong>sfolha antes<br />

do fecho dos cachos, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja controlo da sua produção<br />

através da poda e/ou da monda, po<strong>de</strong> produzir vinhos notáveis.


12 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Castelão<br />

AROMAS<br />

groselha, ameixa, passa, frutos<br />

silvestres<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

assados <strong>de</strong> porco, quiches,<br />

queijos, bacalhaus<br />

Casta com gran<strong>de</strong> tradição histórica,<br />

a Castelão tem a sua origem<br />

no sul do país, mas continua a ser<br />

uma das principais na <strong>Região</strong> Demarcada<br />

dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />

Em condições a<strong>de</strong>quadas é, <strong>de</strong><br />

facto, uma das gran<strong>de</strong>s castas<br />

tintas portuguesas. Tem um<br />

excelente po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> adaptação<br />

a condições ambientais muito<br />

diferenciadas, mostrando ser<br />

muito versátil.<br />

Os vinhos apresentam, normalmente, uma linda tonalida<strong>de</strong><br />

granada intensa e notas aromáticas <strong>de</strong> frutos vermelhos<br />

(groselha e mirtilos) e <strong>de</strong> bagas silvestres. Face à evolução<br />

proporcionada <strong>pela</strong> ida<strong>de</strong>, surgem notas <strong>de</strong> compota, por<br />

vezes, algumas nuances balsâmicas a lembrar eucalipto e,<br />

em alguns casos, um carácter <strong>de</strong> caça.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 13<br />

Ramisco<br />

AROMAS<br />

ginja, resina <strong>de</strong> cedro, mar<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

assados, carnes <strong>de</strong> caça, cogumelos<br />

Encontra-se limitada, quase exclusivamente, nas areias da Denominação<br />

<strong>de</strong> Origem <strong>de</strong> Colares, restando menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z hectares<br />

em produção.<br />

Gosta <strong>de</strong> solos férteis, profundos, <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> uma cobertura <strong>de</strong> areia,<br />

quando plantado em pé franco (diretamente no solo sem recurso a<br />

porta-enxerto), com o tradicional sistema<br />

<strong>de</strong> condução “<strong>de</strong>itado na areia”.<br />

Os vinhos <strong>de</strong> baixa graduação<br />

alcoólica e aci<strong>de</strong>z elevada possuem<br />

um potencial enorme para produção<br />

<strong>de</strong> vinhos nobres e estágios<br />

prolongados, que ajudam a arredondar<br />

os taninos bem presentes<br />

enquanto jovens.<br />

Com a ida<strong>de</strong> e o estágio, transformam-se<br />

em vinhos elegantíssimos,<br />

<strong>de</strong> cor rubi com reflexos acastanhados,<br />

aromáticos, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> sobressaem<br />

notas <strong>de</strong> carne fresca, cogumelos,<br />

por vezes terra molhada, resina e<br />

ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> cedro.<br />

A sua personalida<strong>de</strong> ímpar, torna-o<br />

um dos mais originais e carismáticos<br />

vinhos portugueses (Loureiro,<br />

2002).


14 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Tinta Miúda<br />

AROMAS<br />

frutos vermelhos, violetas, cacau<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

peixes e carnes temperadas, lampreia<br />

Casta <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>sconhecida, a Tinta Miúda existe em países<br />

outrora pertencentes ao Império Romano, suspeitando-se <strong>de</strong> que<br />

seja proveniente <strong>de</strong>sta época. Em Portugal, teve o seu apogeu no<br />

século XX, com gran<strong>de</strong> predominância na <strong>Região</strong> Demarcada dos<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, mas talvez por causa da sua maturação tardia,<br />

que propicia ataques <strong>de</strong> podridão cinzenta à qual é sensível, tem-se<br />

assistido ao seu progressivo abandono. Apresenta abrolhamento,<br />

floração e maturação tardios,<br />

originando vindimas serôdias<br />

que, em <strong>de</strong>terminadas zonas<br />

<strong>de</strong>sta região, representam sempre<br />

um risco por causa da chuva.<br />

Revela excelente adaptabilida<strong>de</strong><br />

aos diferentes tipos <strong>de</strong> solo,<br />

mas apresenta dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

maturação em solos <strong>de</strong>masiado<br />

férteis. Por isso, quando<br />

plantada em porta-enxertos<br />

<strong>de</strong> ciclo curto nas terras mais<br />

interiores da <strong>Região</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />

on<strong>de</strong> o clima é mais seco e menos<br />

húmido, revela todo o seu<br />

potencial para a produção <strong>de</strong><br />

vinho <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

forte coloração, sempre que os<br />

rendimentos são mo<strong>de</strong>rados e a<br />

maturação é completa.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 15<br />

Touriga<br />

Nacional<br />

AROMAS<br />

maçã, girassol, ervas,<br />

balsamico, groselha, violeta,<br />

eucalipto, framboesa, flor <strong>de</strong><br />

laranjeira<br />

HARMONIZAÇÃO GASTRONÓMICA<br />

queijos, massas, enchidos,<br />

carnes <strong>de</strong> churrasco, carnes<br />

vermelhas, pratos <strong>de</strong> peixe<br />

elaborados<br />

Detentora <strong>de</strong> uma enorme adaptabilida<strong>de</strong><br />

a diferentes sistemas <strong>de</strong><br />

condução, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se respeite os<br />

seus hábitos <strong>de</strong> vegetação e se condicione<br />

o vigor, a Touriga Nacional<br />

é hoje consi<strong>de</strong>rada, por muitos, a<br />

rainha das castas tintas portuguesas <strong>de</strong>vido à enorme qualida<strong>de</strong> e consistência<br />

que tem vindo a manifestar nos mais diversos terroirs.<br />

As características aromáticas muito particulares e muito expressivas<br />

da Touriga Nacional e a sua enorme aptidão para estágios<br />

longos, tal como a sua “empatia” com ma<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> diferentes<br />

origens, tem levado a que esta casta tenha transposto fronteiras<br />

nacionais e seja encontrada nas mais diversas latitu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

Austrália aos Estados Unidos da América e ao Brasil.<br />

Na <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, produz vinhos <strong>de</strong><br />

enorme carácter, com aromas que fazem “lembrar frutos silvestres<br />

vermelhos escuros, quase pretos, muito maduros, com algumas<br />

passagens florais <strong>de</strong> predominância para violeta, mostrando nos<br />

bons anos um excelente perfume doce, semelhante ao da esteva.”<br />

(N. Almeida, 1990/98).


16 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Castas eleitas pelos produtores<br />

dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

* (% <strong>de</strong> produtores que as elegeu para os seus lotes)


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 17<br />

A diversida<strong>de</strong> dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> começa logo na vinha, na escolha e no estudo <strong>de</strong><br />

cada parcela e na seleção criteriosa das melhores castas a plantar. Eleitas as castas, cada<br />

produtor, com a sua experiência e cunho pessoal, procura transpor para os seus vinhos o<br />

conhecimento secular dos nove terroirs que formam este território vinhateiro.<br />

É por isso que na <strong>Região</strong> dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, o “Fruto da vi<strong>de</strong>ira e do trabalho do homem”<br />

assume um significado literal.


18 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 19


United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

• WORLD HERITAGE • PATRIMOINE MONDIAL •<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

• WORLD HERITAGE • PATRIMOINE MONDIAL •<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

• WORLD HERITAGE • PATRIMOINE MONDIAL •<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

• WORLD HERITAGE • PATRIMOINE MONDIAL •<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

• WORLD HERITAGE • PATRIMOINE MONDIAL •<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

20 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

<strong>Região</strong><br />

Demarcada<br />

dos <strong>Vinhos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

ATLANTIC ROUTE<br />

N6 + N247 + N242<br />

N242<br />

1:40h 150km*<br />

rio Lis<br />

MARINHA GRANDE<br />

Museu do Vidro<br />

BATALHA<br />

Mosteiro<br />

NAZARÉ<br />

Praia do Norte<br />

1:20h 120km*<br />

IC2<br />

rio Alcoa<br />

CALDAS DA RAINHA<br />

Praia Belgas/ Foz do Arelho<br />

Reserva Natural do Paúl da Tornada<br />

Bordalo Pinheiro: Fábrica, Casa Museu e Loja<br />

N8<br />

INTERIOR ROUTE<br />

A8 + N8 + IC2<br />

PENICHE<br />

Praia <strong>de</strong> Supertubos<br />

Berlengas<br />

Festival Sabores do Mar<br />

60min 80km*<br />

ÓBIDOS<br />

Lagoa<br />

Castlo<br />

Festival Internacional<br />

do Chocolate<br />

LOURINHÃ<br />

Praia da Peralta<br />

Festival do Marisco<br />

Quinzena Gastronómica<br />

CADAVAL<br />

Festa das Adiafas e do Vinho Leve<br />

Real Fábrica do Gelo /<br />

Serra <strong>de</strong> Montejunto<br />

N247<br />

TORRES VEDRAS<br />

Praia Santa Cruz<br />

Feira <strong>de</strong> São Pedro | Carnaval<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

40min 40km*<br />

rio Sizandro<br />

SOBRAL DE MONTE AGRAÇO<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

MAFRA<br />

Baía dos Coxos<br />

Tapada Nacional<br />

Palácio Nacional<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

N247<br />

N8<br />

rio Lizandro<br />

ARRUDA DOS VINHOS<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

VILA FRANCA DE XIRA<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

SINTRA<br />

Praia Gran<strong>de</strong><br />

Cabo da Roca<br />

Serra <strong>de</strong> Sintra<br />

Palácios/Castelo<br />

N247<br />

07<br />

N6<br />

A8<br />

LOURES<br />

Arinto e Sabores Saloios<br />

Festa do Vinho e das Vindimas <strong>de</strong> Bucelas<br />

Museu do Vinho e da Vinha <strong>de</strong> Bucelas<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres<br />

CASCAIS<br />

Carcavelos<br />

OEIRAS<br />

Santo Amaro<br />

Há Prova em Oeiras<br />

ODIVELAS<br />

LISBOA<br />

AMADORA


United Nations<br />

Educational, Scientific and<br />

Cultural Organization<br />

PATRIMONIO MUNDIAL<br />

•<br />

World Heritage<br />

in Portugal<br />

•<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 21<br />

POMBAL<br />

Castlo<br />

LEIRIA<br />

Castlo<br />

Centro <strong>de</strong> Diálogo Intercultural<br />

OURÉM<br />

Castlo<br />

Santuário <strong>de</strong> Fátima<br />

PORTO DE MÓS<br />

Grutas <strong>de</strong> Mira D’Aire<br />

Castlo<br />

Centro <strong>de</strong> Interpretação<br />

da Batalha <strong>de</strong> Aljubarrota<br />

Oceano Atlântico<br />

Europa<br />

ALCOBAÇA<br />

Mosteiro<br />

Atlantis: Fábrica e Museu<br />

BOMBARRAL<br />

Festival do Vinho Português<br />

e Feira Nacional da Pêra Rocha<br />

ALENQUER<br />

Canhão Cársio da Ota<br />

Convento <strong>de</strong> São Francisco /<br />

Basílica <strong>de</strong> Santa Quitéria<br />

Alma do Vinho +<br />

Mercado Setecentista<br />

DO Carcavelos<br />

DO Colares<br />

DO Bucelas<br />

DO Arruda<br />

DO Torres Vedras<br />

DO Alenquer<br />

DO Lourinhã<br />

DO Óbidos<br />

DO Encostas D’Aire<br />

Ondas<br />

Sítios<br />

Castelos e Monumentos<br />

Pontos <strong>de</strong> Interesse<br />

Eventos e Festivida<strong>de</strong>s<br />

* Distância <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

• WORLD HERITAGE<br />

PATRIMOINE MONDIAL<br />

Aspirante Geoparque<br />

Património Mundial<br />

da UNESCO<br />

Portugal


22 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Uma região<br />

<strong>de</strong> mil prazeres<br />

Os sabores do mar e o conhecimento do<br />

povo, matérias-primas ancestrais, e o saber-<br />

-fazer acumulado <strong>de</strong> gerações a transformar<br />

esta região num paraíso <strong>de</strong> sabores infinitos.<br />

O peixe grelhado e marisco da costa dá<br />

a frescura aos pratos, enquanto as receitas<br />

tradicionais, como cal<strong>de</strong>irada (cal<strong>de</strong>irada <strong>de</strong><br />

peixe) dão mais complexida<strong>de</strong> e sabores aos<br />

pratos.<br />

Os legumes, abundantes em <strong>Lisboa</strong>, favorecem<br />

a sopa e complementa os pratos<br />

grelhados. É inevitável não experimentar<br />

os queijos salgados, as compotas Arinto,<br />

os xaropes <strong>de</strong> pêra Rocha, e as salsichas<br />

<strong>de</strong> porco malhado <strong>de</strong> Alcobaça. E já que<br />

estamos a falar <strong>de</strong> Alcobaça, é impossível<br />

não nos <strong>de</strong>liciarmos com uma boa dose <strong>de</strong><br />

confeitaria conventual, os rebuçados que<br />

contam as histórias dos lugares e nos locais<br />

que contam as histórias <strong>de</strong>stas pessoas.<br />

Venha <strong>de</strong>liciar-se e provar um Vinho <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 23<br />

Museus e<br />

centros culturais<br />

Arquitetura, arte, história, religião. Quatro<br />

razões para visitar alguns dos museus e locais<br />

altamente simbólicos, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ver<br />

coletâneas <strong>de</strong>dicadas a qualquer número <strong>de</strong><br />

episódios que se suce<strong>de</strong>ram ao longo dos<br />

séculos, bem como os arquivos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />

importantes relacionadas com estes<br />

eventos. Vale sempre a pena fazer uma visita<br />

guiada à <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Vai <strong>de</strong>scobrir que há muito para<br />

explorar em nome do conhecimento.


24 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Ondas para<br />

se per<strong>de</strong>r!<br />

O que é que o Sudoeste da Austrália, a Costa Basca, a<br />

região <strong>de</strong> vinhos da Califórnia e a região <strong>de</strong> vinhos <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong> têm em comum? Em duas palavras: vinho e ondas.<br />

Ambos são fornecidos <strong>de</strong> forma generosa, em termos <strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>.<br />

Aparentemente, as condições geográficas e climáticas que<br />

fazem sobressair o melhor das castas <strong>de</strong> uva também fazem<br />

sobressair o melhor surf. A região entre <strong>Lisboa</strong> e Leiria tem<br />

o a maior concentração <strong>de</strong> ondas excelentes na Europa. Nós<br />

escolhemos nove para provar, tanto <strong>de</strong>ntro como fora da água.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 25<br />

Memórias<br />

edificadas<br />

A nossa viagem através da história é escrita no tempo e marcada por<br />

edifícios que remetem para momentos, chave da história do país e,<br />

em particular, da <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Cada um<br />

<strong>de</strong>stes momentos está à sombra <strong>de</strong> monumentos imponentes e nos<br />

fala através dos castelos e mosteiros, palácios e conventos, cada um no<br />

seu próprio estilo arquitetónico. A atenção aos <strong>de</strong>talhes e à sua beleza<br />

tornam cada um <strong>de</strong>les único e parte <strong>de</strong> uma coleção mais vasta do<br />

património que reflete as artes, em todo o seu esplendor.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se convidado a viajar ao longo da linha do tempo <strong>de</strong>stes<br />

monumentos maravilhosos e a refletir sobre todos os diferentes<br />

passados <strong>de</strong> apenas um território.


Destinos<br />

Inexplorados<br />

Entre as montanhas e o Oceano<br />

Atlântico, o cenário natural da <strong>Região</strong><br />

Demarcada dos <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> é<br />

impressionante. A gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida selvagem e flora contribuem<br />

para a riqueza da flora natural. Quer<br />

no seu estado natural, ou esculpido<br />

romanticamente <strong>pela</strong> mão do homem,<br />

esta paisagem encantadora irá convidá-lo<br />

a gastar um pouco do seu tempo<br />

a comtemplá-la.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 27<br />

Festivida<strong>de</strong>s<br />

Festivais, celebrações, feiras e eventos<br />

fazem parte do património <strong>de</strong>sta<br />

terra, uma oportunida<strong>de</strong> para os<br />

agentes económicos <strong>de</strong> cada região<br />

para mostrar o seu trabalho, a partir<br />

<strong>de</strong> agricultura para a indústria, <strong>de</strong><br />

receitas tradicionais para as receitas<br />

contemporâneas, da arte ao artesanato.<br />

O tributo ao lazer, sob a forma<br />

<strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativas<br />

organizadas por cida<strong>de</strong>s e as suas<br />

respetivas comunida<strong>de</strong>s e entida<strong>de</strong>s.<br />

Formados <strong>pela</strong> história e tradição,<br />

os eventos que têm lugar em todo<br />

o território refletem a energia e gerações<br />

empenhadas em manter os<br />

velhos costumes, misturados com a<br />

criativida<strong>de</strong> e inovação, como po<strong>de</strong><br />

ser visto <strong>pela</strong>s várias iniciativas<br />

organizadas por cida<strong>de</strong>s e as suas<br />

respetivas comunida<strong>de</strong>s e entida<strong>de</strong>s.<br />

A <strong>Região</strong> Demarcada dos <strong>Vinhos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> tem um calendário completo<br />

<strong>de</strong> festivida<strong>de</strong>s para experimentar<br />

e chegar a conhecer a terra<br />

em qualquer altura do ano.


28 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

5 1<br />

Locais da UNESCO e<br />

candidato a Geoparque...<br />

... na <strong>Região</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Mosteiro da Batalha<br />

O Mosteiro da Batalha foi construído para comemorar a vitória dos portugueses sobre<br />

os castelhanos na batalha <strong>de</strong> Aljubarrota, em 1385. Deveria ser o principal projeto<br />

<strong>de</strong> construção da monarquia portuguesa para os próximos dois séculos. Aqui o estilo<br />

gótico nacional evoluiu, profundamente influenciado <strong>pela</strong> arte manuelina, uma vez<br />

que <strong>de</strong>monstrado <strong>pela</strong> sua obra-prima, o Claustro Real.<br />

Paisagem Cultural<br />

<strong>de</strong> Sintra<br />

No século XIX Sintra tornou-se o primeiro centro<br />

da arquitetura romântica europeia. Fernando II<br />

transformou um mosteiro em ruínas num castelo<br />

on<strong>de</strong> esta nova sensibilida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>monstrada na<br />

utilização do gótico, elementos egípcios, mouros<br />

e renascentistas, e na criação <strong>de</strong> um parque<br />

que combine com espécies exóticas <strong>de</strong> árvores.<br />

Outras habitações <strong>de</strong> luxo, construídas segundo<br />

as mesmas linhas nos arredores serra, <strong>de</strong>ram<br />

origem a uma combinação única <strong>de</strong> parques<br />

e jardins que influenciaram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da arquitetura paisagística em toda a Europa.


Mosteiro dos Jerónimos<br />

e Torre <strong>de</strong> Belém<br />

<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 29<br />

Este conjunto <strong>de</strong> Património Mundial compreen<strong>de</strong> o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre<br />

<strong>de</strong> Belém, ambas conhecidas como o complexo <strong>de</strong> Belém, localizadas na margem do rio<br />

Tejo à entrada do porto <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. O Mosteiro dos Jerónimos é uma fundação real que<br />

remonta ao final do século XV, foi encomendado pelo Rei D. Manuel I que o doou aos<br />

monges <strong>de</strong> São Jerónimos para que estes rezassem por ele, e pagar assistência espiritual<br />

aos marinheiros que <strong>de</strong>ixaram as costas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> em busca para o novo mundo.<br />

O mosteiro foi também construído para eternizar a memória do Príncipe Henrique.<br />

Estando simbolicamente ligada à Era dos Descobrimentos, o mosteiro ainda preserva<br />

a maior parte das suas magníficas estruturas, incluindo o seu claustro do século XVI,<br />

antigo Refeitório dos fra<strong>de</strong>s, e a Biblioteca. Não muito longe do mosteiro, nas margens<br />

do rio Tejo, Francisco <strong>de</strong> Arruda construiu a famosa Torre <strong>de</strong> Belém por volta <strong>de</strong> 1514,<br />

também conhecida como a Torre <strong>de</strong> São Vicente, padroeiro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que<br />

comemorou a expedição <strong>de</strong> Vasco da Gama e que também serviu para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o porto<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. A cruz dos Cavaleiros <strong>de</strong> Cristo é repetida infinitamente nos parapeitos<br />

<strong>de</strong>sta fortaleza, enquanto as torres <strong>de</strong> vigia que a ro<strong>de</strong>iam estão cobertas com cúpulas<br />

com nervuras inspiradas na arquitetura islâmica. Criado <strong>pela</strong> dinastia real <strong>de</strong> Avis no<br />

seu auge, o complexo <strong>de</strong> Belém é um dos mais exemplos mais representativos do po<strong>de</strong>r<br />

português durante a Era dos Descobrimentos.


30 | <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Palácio Nacional <strong>de</strong> Mafra<br />

O Palácio Nacional <strong>de</strong> Mafra foi consi<strong>de</strong>rado Património Mundial <strong>pela</strong> UNESCO em<br />

2019. O Palácio Real ocupa o piso nobre do edifício <strong>de</strong> Mafra e as 2 torres. A torre norte<br />

foi ocupada pelo rei e a torre sul <strong>pela</strong> rainha, e ambas torreões estão ligados por uma<br />

galeria <strong>de</strong> 232 metros - tornando-o o maior corredor palaciano da Europa. Este edifício,<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 40.000 m 2 , albergou um convento franciscano (300 fra<strong>de</strong>s) - e características<br />

<strong>de</strong> Campo Santo, a Enfermaria, a Sala Elíptica (capitular), a Sala <strong>de</strong> Atos Literários,<br />

a Escadaria e a Sala <strong>de</strong> Jantar.<br />

Possui uma gran<strong>de</strong> biblioteca consi<strong>de</strong>rada como uma das mais belas do mundo. O edifício real<br />

tem dois carillons com 98 sinos - o maior do seu tempo. Os 6 órgãos da Basílica são peças <strong>de</strong><br />

património único em todo o mundo. O Convento Real e Palácio <strong>de</strong> Mafra é o monumento<br />

barroco mais importante <strong>de</strong> Portugal. O edifício cobre uma área <strong>de</strong> quase quatro hectares,<br />

incluindo 1.200 quartos, mais <strong>de</strong> 4.700 portas e janelas, 156 escadas e 29 pátios interiores e<br />

exteriores. Tal magnificência só foi possível <strong>de</strong>vido ao ouro brasileiro que <strong>de</strong>rramou no país,<br />

permitir ao Rei exercer o seu patrocínio das artes e o reforço da autorida<strong>de</strong> real.<br />

Mosteiro <strong>de</strong> Alcobaça<br />

Classificado <strong>pela</strong> UNESCO como Património<br />

Mundial, em 1989, este magnífico mosteiro é um<br />

dos melhores e mais impressionantes exemplos <strong>de</strong><br />

arquitetura cisterciense na Europa. Embora tenha<br />

sido construída há quase 900 anos, o mosteiro ainda<br />

conserva o conjunto dos seus edifícios medievais.<br />

A igreja é a maior igreja gótica primitiva construída<br />

em Portugal na Ida<strong>de</strong> Média.


<strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | 31<br />

O que é um<br />

Geoparque?<br />

Os Geoparques são:<br />

“Territórios on<strong>de</strong><br />

lugares e paisagens<br />

<strong>de</strong> relevância geológica<br />

internacional são geridos<br />

no sentido integrado da<br />

sua proteção, educação<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável”<br />

(fonte: UNESCO)<br />

O aspiring Geoparque Oeste<br />

A existência na região <strong>de</strong> valiosos fósseis <strong>de</strong> dinossauros e <strong>de</strong> um estratótipo (lugar geológico<br />

<strong>de</strong> referência mundial - GSSP), aliados a uma riqueza e diversida<strong>de</strong> geológica,<br />

paleontológica, geomorfológica e paisagística, são motivos <strong>de</strong> peso para a criação do aspiring<br />

Geoparque Oeste, promovendo e valorizando a região para usufruto da população<br />

local e visitante.


1:40h 150km*<br />

ATLANTIC ROUTE<br />

N6 + N247 + N242<br />

N242<br />

Lis River<br />

MARINHA GRANDE<br />

Glass Museum<br />

20<br />

BATALHA<br />

Monastery<br />

IC2<br />

NAZARÉ<br />

Norte Beach<br />

1:20h 120km*<br />

Alcoa River<br />

CALDAS DA RAINHA<br />

Belgas/ Foz do Arelho Beach<br />

Paul <strong>de</strong> Tornada Natural Reserve<br />

Bordalo Pinheiro Factory, House, Museum and Store<br />

N8<br />

21<br />

INTERIOR ROUTE<br />

A8 + N8 + IC2<br />

PENICHE<br />

Supertubos Beach<br />

Berlenga Islands<br />

Seafood Festival<br />

60min 80km*<br />

ÓBIDOS<br />

Lagoon<br />

Castle<br />

Chocolate International Festival<br />

LOURINHÃ<br />

Peralta Beach<br />

Seafood Festival<br />

Gastronomic Fortnight<br />

16<br />

25 13<br />

23 22<br />

14<br />

15<br />

CADAVAL<br />

Gastronomy and light wine festival<br />

Royal Ice Factory /<br />

Serra <strong>de</strong> Montejunto<br />

TORRES VEDRAS<br />

Santa Cruz Beach<br />

St. Peter’s Fair | Carnival<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

N247<br />

Sizandro River<br />

10 1112<br />

17 19<br />

18<br />

40min 40km*<br />

SOBRAL DE MONTE AGRAÇO<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

MAFRA<br />

Coxos Bay<br />

National Hunting Ground<br />

National Palace<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

SINTRA<br />

Praia Gran<strong>de</strong><br />

Cabo da Roca<br />

Serra <strong>de</strong> Sintra<br />

Palaces / Castle<br />

4 3<br />

N247<br />

2<br />

N247<br />

24<br />

5<br />

N8<br />

Lizandro River<br />

1<br />

7<br />

N6<br />

6<br />

8<br />

9<br />

A8<br />

ARRUDA DOS VINHOS<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

VILA FRANCA DE XIRA<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

LOURES<br />

Arinto and Saloia<br />

Flavours Festival<br />

Bucelas Wine and Vine Museum<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres Fortress<br />

CASCAIS<br />

Carcavelos<br />

OEIRAS<br />

Santo Amaro<br />

Há Prova em Oeiras Food Festival<br />

ODIVELAS<br />

LISBON<br />

AMADORA


POMBAL<br />

Castle<br />

LEIRIA<br />

Castle<br />

Centre for Intercultural Dialogue<br />

OURÉM<br />

Castle<br />

Sanctuary of Our Lady of Fatima<br />

PORTO DE MÓS<br />

Mira D’Aire Caves<br />

Castle<br />

Interpretation Centre of<br />

the Battle of Aljubarrota<br />

Oceano Atlântico<br />

ALCOBAÇA<br />

Monastery<br />

Atlantis Crystal Factory and Museum<br />

BOMBARRAL<br />

Portuguese Wine<br />

Festival and Rocha Pear<br />

National Fair<br />

ALENQUER<br />

Ota’s Karst Canyon<br />

São Francisco Convent /<br />

Santa Quiteria Basilica<br />

Alma do Vinho Festival<br />

18th-Century market<br />

DO Carcavelos<br />

DO Colares<br />

DO Bucelas<br />

DO Arruda<br />

DO Torres Vedras<br />

DO Alenquer<br />

DO Lourinhã<br />

DO Óbidos<br />

DO Encostas D’Aire<br />

Waves<br />

Locations<br />

Castles and Monuments<br />

Points of Interest<br />

Events and Festivals<br />

* distance from Lisbon<br />

Portuga l<br />

1 A<strong>de</strong>ga do Casal da Manteiga<br />

www.villaoeiras.com<br />

2 A<strong>de</strong>ga Regional <strong>de</strong> Colares<br />

www.arcolares.com<br />

3 A<strong>de</strong>ga Viúva Gomes<br />

www.a<strong>de</strong>gaviuvagomes.com<br />

4 Casal Santa Maria<br />

www.casalstamaria.pt<br />

5 Manzwine<br />

www.manzwine.com<br />

6 A<strong>de</strong>ga Belém<br />

www.a<strong>de</strong>gabelem.com<br />

7 Quinta <strong>de</strong> Sant`ana<br />

www.quinta<strong>de</strong>santana.com<br />

8 Chão do Prado<br />

www.chaodoprado.pt<br />

9 Quinta das Carrafouchas<br />

www.quintadascarrafouchas.com<br />

10 Quinta da Chocapalha<br />

www.chocapalha.pt<br />

11 Quinta do Monte d`Oiro<br />

www.quintadomontedoiro.com<br />

12 Quinta do Pinto<br />

www.quintadopinto.pt<br />

13 Quinta do Sanguinhal<br />

www.sanguinhal.pt<br />

14 Quinta do Gradil<br />

www.quintadogradil.wine<br />

15 Vale Zias<br />

www.valezias.pt<br />

16 A<strong>de</strong>ga Cooperativa da Lourinhã<br />

www.doc-lourinha.pt<br />

17 A<strong>de</strong>ga Mãe<br />

www.a<strong>de</strong>gamae.pt<br />

18 Casa Santos Lima<br />

www.casasantoslima.com<br />

19 Quinta <strong>de</strong> Almiara<br />

www.quintadaalmiara.com<br />

20 Quinta do Montalto<br />

www.quintadomontalto.com<br />

21 Quinta dos Capuchos<br />

www.quintadoscapuchos.pt<br />

22 Casa Romana vini<br />

www.romanavini.pt<br />

23 A<strong>de</strong>ga da Vermelha<br />

www.mundus.pt<br />

24 Ramilo Wines<br />

www.ramilowines.com<br />

25 Quinta da Várzea da Pedra<br />

www.quintavarzeadapedra.com<br />

Be responsible. Drink with mo<strong>de</strong>ration.


Descubra a <strong>Região</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Vinhos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />

Be responsible. Drink with mo<strong>de</strong>ration.

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