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Ele respondeu que teríamos de estar na porta do prédio da reunião às seis horas para conseguir entrar.
4
Eu não podia crer em meus ouvidos. Quem jamais ouviu falar de ficar exposto ao ar gelado, antes do sol nascer, para ir à
igreja? Jim, afirmou, porém, que era exatamente isso que precisávamos fazer.
O frio cortava a pele. Levantei-me as cinco e coloquei todos os agasalhos que pude encontrar: botas, luvas, tudo, enfim. Eu
parecia um esquimó.
Chegamos à Primeira Igreja Presbiteriana, no centro de Pittsburgh, enquanto ainda estava escuro. Mas o que me chocou foi
verificar que centenas de pessoas haviam chegado antes de nós. E as portas só se abririam dentro de duas horas.
O fato de ser pequeno tinha as suas vantagens. Eu comecei a me esgueirar entre as pessoas, chegando cada vez mais perto das
portas e arrastando Jim comigo. Havia até pessoas dormindo nos degraus da frente. Uma mulher me disse: – Eles passaram a
noite aqui.
Toda a semana é a mesma coisa!
Enquanto permanecia ali esperando, comecei de repente a sentir uma vibração, como se alguém tivesse agarrado meu corpo e
começasse a sacudi-lo.
Pensei por um momento que o ar frio me tivesse feito mal. Mas estava vestido com roupas quentes e certamente não sentia
muito frio.
Um tremor incontrolável, não obstante, tomou conta de mim.
Nada parecido acontecera comigo antes. E não parou. Eu fiquei envergonhado demais para contar ao Jim, mas podia sentir
meus ossos chocalhando. Sentia meus joelhos e minha boca tremerem. O que está acontecendo comigo? – pensei – será o
poder de Deus? – Eu não conseguia entender.
5
Correndo pela igreja
A essa altura as portas iam ser abertas e a multidão começou a empurrar de tal forma que eu mal podia mover–me. Mas a
vibração em meu corpo mesmo assim não cessou.
Jim disse: – Benny, quando as portas abrirem corra o mais depressa possível.
Por quê? – perguntei.
- Se não fizer isso, eles vão esmagá-lo. – Ele já estivera ali antes e sabia o que esperar.
Eu jamais tivera idéia de participar de uma corrida para entrar numa igreja, mas era o que estava acontecendo. Quando
abriram as portas eu parti como um atleta olímpico.
Passei na frente todo mundo: velhos, jovens, todos eles. De fato, cheguei a primeira fila e tratei de sentar-me. Um
recepcionista me informou que a primeira fileira estava reservada.
Soube mais tarde que a equipe da Srta. Kuhlman escolhia as pessoas para sentar nessa fileira especial. Ela era tão sensível ao
Espírito que só queria o apoio em oração de pessoas positivas, que ficassem à sua frente.
Por ser bastante gago, eu sabia que era inútil tentar discutir com o recepcionista. A segunda fila já estava lotada, mas Jim e eu
encontramos lugar na terceira.
O culto só começaria dali à uma hora. Tirei o casaco, as luvas e as botas. Enquanto relaxava, percebi que tremia mais que
antes. Não conseguia parar. As vibrações percorriam meu braço e pernas, como se estivesse ligado a uma espécie de máquina.