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Quando o culto acabou, a multidão saiu, mas eu não queria me mover. Eu chegara correndo, mas agora só desejava ficar
sentado e refletir sobre os acontecimentos.
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O que sentia naquele prédio fora algo que a minha vida não me oferecia. Eu tinha certeza de que ao voltar para casa a
perseguição ia continuar.
Minha auto-imagem já estava praticamente destruída por causa do meu problema de fala. Mesmo quando criança, nas escolas
católicas, minha gagueira me isolava, não tendo quase ninguém com quem conversar.
Não fiz também muitos amigos após me tornar cristão. Como conhecer novas pessoas, se tinha dificuldade em comunicar-me?
Eu não queria, então, que aquilo que encontrara em Pittsburgh me deixasse. Tudo o que tinha na vida era Jesus. E nada mais
em minha existência importava muito. Meu futuro era incerto. Minha família tinha praticamente virado as costas para mim. Eu
sabia que me amavam, mas minha decisão de servir a Cristo havia aberto entre nós um abismo intransponível.
Permaneci sentado. Afinal de contas, quem quer ir para o inferno depois de ter estado no céu?
Mas, não havia escolha. O ônibus estava à espera e eu tinha que partir. Parei na porta de trás da igreja para um último olhar,
pensando-
“O que ela queria dizer?” O que estava dizendo quando falou sobre o Espírito Santo?
No caminho da volta para Toronto eu retornava sempre ao mesmo pensamento: – “Não sei o que ela queria dizer” – Cheguei
até a perguntar para algumas pessoas no ônibus.
Não souberam me informar, porque também não haviam entendido.
Não é preciso dizer que cheguei em casa exausto. Por ter dormido pouco, por causa das horas de viagem de uma experiência
espiritual 13
comparável a uma montanha russa, meu corpo estava pronto para descansar.
Não consegui, porém, conciliar o sono. Meu corpo estava moído até os ossos, meu espírito continuava vibrando como se
houvesse uma série de vulcões explodindo dentro de mim ininterruptamente.
Conhecendo a presença de Deus Quem está me puxando?
Deitado em minha cama, eu sentia como se alguém estivesse me puxando para fora do colchão e me fazendo ajoelhar. Era uma
sensação estranha, mas eu a sentia com tanta força que não podia resistir. Ali estava eu, na escuridão do quarto, de joelhos.
Deus ainda não acabara de lidar comigo e eu respondi à Sua orientação.
Eu sabia o que queria dizer, mas não sabia como fazer a minha petição. Eu queria aquilo que a evangelista de Pittsburgh tinha.
Pensei: -
quero o que Kathryn Kuhlman tem. – Eu queria isso com cada átomo e fibra em mim. Estava faminto por aquilo de que ela
falara, embora não tivesse uma compreensão clara do que era.
É verdade. Eu sabia o que queria dizer, mas não sabia como dizê-lo.
Decidi então pedir da única maneira que sabia – em minhas próprias palavras, com toda a simplicidade.
Eu queria me dirigir ao Espírito Santo, embora jamais tivesse feito isso antes. Pensei: – Será que estou fazendo certo? –
Afinal de contas, eu nunca tinha falado com o Espírito Santo. Nunca julgara que fosse uma pessoa à qual pudesse me dirigir.
Não sabia como começar a oração, mas 14
sabia o que sentia por dentro. Tudo o que queria era conhecê-Lo da maneira como ela O conhecia.