Criativa Magazine | Fevereiro 2024
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IMPACTO DA MINERAÇÃO DO MAR PROFUNDO
UNIVERSIDADE DO PORTO LIDERA
ESTUDO NOS AÇORES
A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) lidera um projeto
que está a avaliar os potenciais impactos da mineração do mar profundo,
tendo como área de referência os Açores.
DR
No final do ano passado conseguiu-se uma moratória na exploração
destes recursos até que exista mais informação sobre os
riscos e melhores práticas para mitigar os potenciais impactos.
Por existir algum receio do que poderá acontecer aos ecossistemas,
no projeto que agora se desenvolve os investigadores estão
a desenvolver modelos numéricos e ecológicos e a efetuar ensaios
ecotoxicológicos para prever como os sedimentos no mar
profundo serão transportados e para avaliar os seus efeitos em
organismos marinhos.
A consequência mais imediata e esperada da mineração de mar
profundo é a presença de plumas de sedimentos libertadas durante
o processo de mineração. Estas plumas podem potencialmente
dispersar-se por grandes distâncias, conduzidas pelas
correntes, aumentando a turbidez da coluna de água e afetando,
potencialmente, organismos a vários quilómetros da fonte inicial
de contaminação.
Para testar este impacto, uma das abordagens envolve a realização
de testes com recurso a uma câmara hiperbárica que simula
as condições do oceano profundo de pressão e de temperatura.
O projeto está a ser desenvolvido em colaboração com a Universidade
dos Açores, a que se junta o Instituto Português do Mar
e Atmosfera, e com o CIIMAR-UP. A Fundação para a Ciência e
Tecnologia apoia o mesmo em 250 mil euros, sendo que o estudo
decorrerá até ao final do ano.
Para evitar o início precipitado da mineração em mar profundo,
têm sido apresentadas moratórias para impedir estes procedimentos
até que seja concluída uma análise dos riscos ambientais,
sociais e económicos. A última moratória foi proposta e
aprovada em outubro do ano passado, na Assembleia da República,
e trava, até 2025, a mineração em mar profundo.
A mineração em mar profundo destina-se a extrair minerais
como cobre, cobalto, níquel ou manganês do fundo do mar, com
maquinaria pesada a operar em condições muito adversas e
arriscadas (elevada profundidade e sujeitas a grande pressão),
destruindo localmente ecossistemas e perturbando outros a largas
centenas de quilómetros em redor.
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