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Criativa Magazine | Fevereiro 2024

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DÉFICE DE OFICIAIS DE JUSTIÇA PREJUDICA

ATIVIDADE DO TRIBUNAL JUDICIAL

DA COMARCA AÇORES

Numa análise anual, com referência a 2023, o relatório do tribunal judicial da

Comarca Açores aponta para o “crónico” défice de oficiais de justiça (menos cerca

de 7% a 11% o que é requerido pelo quadro legal), sendo este factor o que mais

afeta o trabalho dos tribunais.

DR

Perante a análise global, nota

para a diminuição de pendências

e do tempo médio de processos.

“Do ponto de vista dos indicadores

quantitativos, importa considerar

o comportamento das

pendências, do tempo médio de

processos e do universo de processos

de longa duração (pendentes

há mais de três anos).

Assim, quanto às pendências

registou-se uma diminuição de

5,27% (na pendência oficial) e

3,00% (na pendência da secretaria),

uma diminuição mais sóbria

do que a ocorrera no ano

2022 por referência ao ano 2021,

mas ainda assim uma prestação

positiva. Quanto ao tempo

médio dos processos cifrou-se

em 174 dias, bem menos do que

em 2022 (192 dias), configurando

a melhor prestação desde

o primeiro relatório de gestão

(2015). Já a respeito dos processos

de longa duração (pendentes

há mais de três anos),

cifraram-se estes em 12,76% do

universo processual, menos do

que em 2022 (15%). Importa assinalar

que 86,20% dos processos

com mais de três anos pendentes

no termo de 2023 (como

se viu 12,76% da pendência global)

eram processos executivos,

que na sua esmagadora maioria

correm termos perante agente

de execução. Importa frisar

que essa prestação positiva é

tão mais significativa quanto

ela “conviveu” com um aumento

significativo da taxa de litigância

(71,30, cerca de 10 pontos

acima da taxa verificada no

ano anterior), que foi a segunda

mais elevada das até agora registadas

(a mais elevada foi a

registada no relatório de 2015).”

DEGRADAÇÃO E ACESSOS

INADEQUADOS DOS EDIFÍCIOS

CONTINUA A SER REPORTADA

Nota ainda para a já verificada

degradação de alguns dos edifícios

da justiça, assim como a

falta de acessibilidade a pessoas

com mobilidade reduzida,

na região, casos que o relatório

aponta têm vindo a ser

“sistematicamente” reportados

ao IGDEJ - Instituto de Gestão

Financeira e Equipamentos

da Justiça, que gere os recursos

financeiros, patrimoniais

e tecnológicos do Ministério

da Justiça, bem como o défice

de oficiais de justiça, que se

situa entre os 7% e os 11%, a

que acresceram, no período em

análise, uma percentagem de

15,29% de absentismo.

“Em termos das dificuldades,

aquelas que mais afectam o tribunal

tangem ao crónico défice

de oficiais de justiça (menos cerca

de 7% a 11% o que é requerido

pelo quadro legal, sem aqui

computar o conatural absentismo,

que em 2023 montou a

uma taxa de 15,29%, todavia um

pouco menos do que em 2022)

e à degradação, por vezes muito

sensível, dos edifícios, como é

especialmente o caso do Palácio

da Justiça de Ribeira Grande e do

Palácio da Justiça de Santa Cruz

das Flores (e agora, também, do

Palácio de Justiça da Horta), que

se deterioram com copiosas infiltrações

pluviais que afectam

não apenas a estética desses

edifícios (e assim a sua dignidade),

como os tornam pouco saudáveis

e cómodos para quem

neles exerce e para quem neles

procura justiça. A falta de acessos

adequados a pessoas com

mobilidade reduzida no que respeita

a grande parte dos palácios

da justiça do tribunal (Angra do

Heroísmo, Horta, Nordeste, Praia

da Vitória, São Roque do Pico

e Velas) é igualmente preocupação

constante que tem sido

sistematicamente reportada ao

Instituto de Gestão Financeira e

Equipamentos da Justiça”.

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