características para o aprendizado do aluno surdo em - UFSC
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1. Introdução<br />
O surgimento da internet e a expansão <strong>do</strong>s Ambientes Virtuais de Ensino Aprendizag<strong>em</strong> (AVAs)<br />
possibilitaram o acesso à informação como fonte de conhecimento, representan<strong>do</strong> um salto na<br />
Educação a Distância (EAD). Litto (2009) registrou entre 2004 e 2008 um crescimento de 1.175%<br />
de estudantes que optaram pela modalidade no Brasil, o que representa uma fatia equivalente a um<br />
sexto <strong>do</strong>s <strong>aluno</strong>s no ensino superior <strong>em</strong> cerca de 300 instituições credenciadas pelo Ministério da<br />
Educação (MEC) a oferecer cursos de graduação e pós-graduação por essa via.<br />
Para um segmento particular de <strong>aluno</strong>s – os sur<strong>do</strong>s naturais e com deficiência auditiva – a EAD<br />
surge como uma alavanca singular. A utilização de plataformas multimídia introduz o sur<strong>do</strong> no<br />
mun<strong>do</strong> das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), provocan<strong>do</strong> uma verdadeira<br />
revolução <strong>em</strong> seu mo<strong>do</strong> de estar e perceber o que o cerca. Atribui-se às TIC maior entrosamento<br />
entre deficientes e não-deficientes, desvinculan<strong>do</strong> o sur<strong>do</strong> <strong>do</strong>s processos de “agressão linguística” a<br />
que se vê exposto pela deficiência na audição. A língua escrita na internet não requer<br />
obrigatoriedade ao padrão culto, assim o sur<strong>do</strong> amplia seu léxico cultural, seu sentimento de<br />
“<strong>em</strong>poderamento” e encontra possibilidades de organização política de forma mais descentralizada<br />
e com maior abrangência espacial (MARTINS, 2005).<br />
Por constituír<strong>em</strong> minoria linguística, os sur<strong>do</strong>s configuram um público com poucas oportunidades<br />
de discussão direta. Mesmo que saibam falar ou comunicar-se pela língua de sinais, a participação<br />
<strong>em</strong> fóruns amplia<strong>do</strong>s depende de um tradutor, haven<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre um media<strong>do</strong>r. Na internet, os sur<strong>do</strong>s<br />
são produtores e veicula<strong>do</strong>res de suas próprias narrativas, s<strong>em</strong> intermediações. A web propiciou o<br />
uso de novas ferramentas <strong>para</strong> a acessibilidade e potencializou essa comunicação. Melca e Ferreira<br />
(2005) destacam que a abordag<strong>em</strong> multissensorial <strong>do</strong>s ambientes virtuais de aprendizag<strong>em</strong>,<br />
configura<strong>do</strong>s <strong>em</strong> plataformas hipermídia cada vez mais acessíveis, estimula diferentes senti<strong>do</strong>s,<br />
constituin<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> um fator facilita<strong>do</strong>r da aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Em tal contexto, as plataformas que suportam cursos a distância adquir<strong>em</strong> fundamental<br />
importância.Entre as mais utilizadas no Brasil e no mun<strong>do</strong> figura a plataforma Moodle (QUEVEDO<br />
e ULBRICHT, 2010), de suporte aos mais diversos AVAs. Software de apoio à aprendizag<strong>em</strong> foi<br />
concebi<strong>do</strong> pelo educa<strong>do</strong>r e informático Martin Dougiamas, basean<strong>do</strong>-se nos princípios <strong>do</strong><br />
“construtivismo social”. Distribui-se sob licença Open Source: é livre <strong>para</strong> carregar, usar, modificar<br />
e até mesmo distribuir sob condição da GPL (General PublicLicense), a licença <strong>para</strong> software livre.<br />
Presente <strong>em</strong> 206 países e com 47 mil sites instala<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s, o Moodle possibilita a criação e<br />
gestão de cursos online, grupos de trabalho e comunidades de aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Dada a importância <strong>do</strong> AVAMoodle <strong>para</strong> a EAD no Brasil, este estu<strong>do</strong> propõe a análise<br />
com<strong>para</strong>tiva entre suas mais recentes versões, a 1.9 e a 2.0, com objetivo de mapear a evolução <strong>do</strong><br />
ambiente <strong>em</strong> termos de usabilidade e funcionalidade. O trabalho consiste na aplicação de<br />
procedimentos <strong>para</strong> avaliação <strong>do</strong> Moodle e na identificação de oportunidades <strong>para</strong> evolução da<br />
plataforma, notadamente na questão da usabilidade e acessibilidadeao público sur<strong>do</strong>. Como<br />
resulta<strong>do</strong>, descreve-se requisitos que se destinam a suprir d<strong>em</strong>andas a ser<strong>em</strong> codificadas <strong>em</strong> um<br />
artefato da engenharia e da mídia <strong>do</strong> conhecimento.<br />
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