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características para o aprendizado do aluno surdo em - UFSC

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têm a capacidade de visualização mais desenvolvida <strong>do</strong> que as outras habilidades avaliadas, ou seja,<br />

são capazes de formar representações mentais visuais e manipulá-las, transforman<strong>do</strong>-as <strong>em</strong> novas<br />

representações. Martins (2005) observa que o <strong>aluno</strong> sur<strong>do</strong> precisa de muita imag<strong>em</strong> <strong>para</strong> aprender.<br />

Ainda que utilize resíduo auditivo, é consenso entre os pesquisa<strong>do</strong>res que o sur<strong>do</strong> se orienta a partir<br />

da visão. Por isso textos, palavras, histórias (inclusive as representações sonoras) dev<strong>em</strong> ser<br />

ofereci<strong>do</strong>s visualmente desde o princípio da escolarização, mesmo não sen<strong>do</strong> alvo da alfabetização,<br />

<strong>para</strong> que a criança desenvolva um input natural <strong>do</strong> português escrito (QUADROS, 2010) e tenha a<br />

possibilidade de interagir com a língua portuguesa de várias formas, <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os momentos<br />

propícios.<br />

Exist<strong>em</strong> diferentes perspectivas<strong>para</strong> enfrentar a surdez. Para as pessoas com resíduos auditivos<br />

pod<strong>em</strong> ser oferecidas um acesso <strong>para</strong> o código da fala dentro de uma abordag<strong>em</strong> oral. Já <strong>para</strong><br />

aquelas s<strong>em</strong> um razoável resíduo ou mesmo grandes dificuldade <strong>em</strong> desenvolver a oralidade, a<br />

língua de sinais constitui-se na língua mais adequada <strong>para</strong> o sujeito interagir com o meio. Embora<br />

defenda o uso concomitante da língua de sinais com a escrita de sinais e não considere essencial o<br />

processo de aquisição/aprendizag<strong>em</strong> <strong>do</strong> português,Quadros (2010) o reconhece como necessário no<br />

atual contexto da sociedade brasileira, sugerin<strong>do</strong> que os <strong>aluno</strong>s sur<strong>do</strong>s precisam também adquirir o<br />

português escrito.<br />

5. Considerações finais<br />

Como a organização perceptual <strong>do</strong> sur<strong>do</strong> se dá a partir da visão, é possível ampliar seu repertório<br />

aprofundan<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> da linguag<strong>em</strong>. Martins (2005) destaca que o desafio <strong>para</strong> ampliar a<br />

possibilidade de inclusão <strong>do</strong> sur<strong>do</strong> é procurar entender o processo s<strong>em</strong>iótico da imag<strong>em</strong> na<br />

construção <strong>do</strong> conhecimento, acrescentan<strong>do</strong> os processos de tradução e interpretação. A afirmação<br />

mostra-se coerente diante da concepção de que a linguag<strong>em</strong> verbal subordina-se ao estu<strong>do</strong> da<br />

s<strong>em</strong>iótica (<strong>do</strong> grego, a ‘ótica <strong>do</strong>s sinais’), porque seu objeto de estu<strong>do</strong> é a língua, apenas um <strong>do</strong>s<br />

sinais estuda<strong>do</strong>s na s<strong>em</strong>iótica. O processo s<strong>em</strong>iótico envolve compreender os significa<strong>do</strong>s.<br />

A análise das relações entre uma coisa (porção de matéria) e seu significa<strong>do</strong> torna possível<br />

transcender aspectos da linguística, partin<strong>do</strong>-se <strong>para</strong> compreender a significação como um “senti<strong>do</strong><br />

articula<strong>do</strong>”. A recepção da informação estética atua no campo <strong>do</strong>s sentimentos, promoven<strong>do</strong><br />

experiências afetivas no receptor. Sua mensag<strong>em</strong> é constituída pela forma compositora <strong>do</strong> texto e<br />

pela escolha de seus sinais significantes. A aprendizag<strong>em</strong> desse tipo de informação dispensa a<br />

obrigatoriedade <strong>do</strong> uso da lógica racional, ao contrário <strong>do</strong> que requer a informação s<strong>em</strong>ântica.<br />

Subjetividade e associações simbólicas que evocam l<strong>em</strong>branças afetivas ou fortes experiências<br />

sensoriais e sentimentais oferec<strong>em</strong> possibilidades de aprendizag<strong>em</strong> que transcend<strong>em</strong> a aquisição<br />

formal <strong>do</strong> conhecimento (PERASSI, 2006).<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que a língua escrita não deve ser descartada, há d<strong>em</strong>anda pela criação de<br />

sist<strong>em</strong>as web que privilegi<strong>em</strong> a imag<strong>em</strong> e a língua de sinais ou que ofereçam a possibilidade de<br />

conversão <strong>em</strong> SignWritin(escrita da língua de sinais). Oferecida com redundância, a fim de que<br />

pessoas s<strong>em</strong> audição ou com dificuldade auditiva possam experimentar suas preferências, a<br />

informação pode vir a ser otimizada por meio de sist<strong>em</strong>as hipermídia, capazes, por sua natureza<br />

híbrida de multimeios <strong>em</strong> mídia eletrônica e texto, de oferecer oportunidades multisenssoriais de<br />

aprendizag<strong>em</strong>. Sen<strong>do</strong> a visão um el<strong>em</strong>ento fundamental <strong>para</strong> a aprendizag<strong>em</strong> <strong>do</strong> sur<strong>do</strong>, é lógico<br />

pensar que ele se guie por imagens.<br />

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