características para o aprendizado do aluno surdo em - UFSC
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CARACTERÍSTICAS PARA PARA O O APRENDIZADO DO DO ALUNO ALUNO SURDO EM<br />
EM<br />
AMBIENTES WEB COM BASE NO MOODLE<br />
FEATURES FOR THE DEAF DEAF STUDENT LEARNING LEARNING ENVIRONMENTS ENVIRONMENTS IN<br />
WEB BASED ON MOODLE<br />
Luís Augusto Macha<strong>do</strong> Moretto – Doutoran<strong>do</strong> EGC / <strong>UFSC</strong> (malacma@gmail.com<br />
malacma@gmail.com)<br />
Silvia R. P. de Queve<strong>do</strong> – Doutoranda EGC / <strong>UFSC</strong> (silviaprojetos@hotmail.com<br />
silviaprojetos@hotmail.com)<br />
Raul Busarello – Mestran<strong>do</strong> EGC / <strong>UFSC</strong> (raulbusarello@bol.com.br)<br />
(<br />
Rafael Savi – Doutoran<strong>do</strong> EGC / <strong>UFSC</strong> (rafaelsavi@gmail.com)<br />
(<br />
Vania Ribas Ulbricht –Professora Professora Orienta<strong>do</strong>ra EGC / <strong>UFSC</strong> (ulbricht@floripa.com.br<br />
( ulbricht@floripa.com.br)<br />
Resumo<br />
Para o o particular particular segmento segmento de de <strong>aluno</strong>s <strong>aluno</strong>s sur<strong>do</strong>s, sur<strong>do</strong>s, o o uso uso de de plataformas plataformas multimídia multimídia os introduz no mun<strong>do</strong> das Tecnologias de<br />
Informação nformação e Comunicação (TIC), provocan<strong>do</strong> mudançasno mo<strong>do</strong> de estar e perceber seuentorno seuentorno. Entre as mais<br />
utilizadas no no Brasil Brasil e e no mun<strong>do</strong>, mun<strong>do</strong>, a a plataforma Moodle Moodle possibilita a criação e gestão de cursos on-line, grupos de<br />
trabalho e e comunidades comunidades de de aprendizag<strong>em</strong>. aprendizag<strong>em</strong>. Este Este estu<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> propõe a análise com<strong>para</strong>tiva com<strong>para</strong>tiva entre as duas mais recentes versões<br />
<strong>do</strong> Moodle, explicitan<strong>do</strong> suas <strong>características</strong> <strong>em</strong> termos de funcionalidade, funcionalidade usabilidade e acessibilidade. Para análise das<br />
funcionalidades <strong>do</strong> AVA estabeleceu-se se um conjunto proposto por Britain e Liber (1999), <strong>em</strong> um framework <strong>para</strong><br />
avaliação de sist<strong>em</strong>as de ensino a distância. A análise da usabilidadee usabilidade acessibilidade digitalseguiu seguiu um checklist<br />
heurístico defini<strong>do</strong> defini<strong>do</strong> por por Sabino Sabino et et al al (2010), (2010), basea<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> nas regras de Bastien e Scapin (1993) que defin<strong>em</strong> oito crité<br />
critérios<br />
ergonômicos e subcritérios <strong>para</strong> avaliação de interfaces humano computa<strong>do</strong>r - IHC. Embora verifiqu<strong>em</strong> verifiqu<strong>em</strong>-se avanços<br />
entre as as diferentes diferentes versões, versões, persist<strong>em</strong> persist<strong>em</strong> as as dificuldades dificuldades como como facilidade facilidade de de uso, uso, legibilidade legibilidade e a a localização localização de de el<strong>em</strong>entos<br />
el<strong>em</strong>entos<br />
gráficos, questões fundamentais undamentais <strong>em</strong> se tratan<strong>do</strong> da aprendizag<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>aluno</strong> sur<strong>do</strong>.<br />
Palavras-chave<br />
Sur<strong>do</strong>s, Moodle, oodle, ambientes virtuais de aprendizag<strong>em</strong><br />
Abstract<br />
For this this particular particular segment segment of of dead dead students, students, the the use use of multimedia platforms introduces introduces the world of Information and<br />
Communication ommunication Technology (ICT), causing a revolution in the way of being and perceiving their surroundings<br />
surroundings. Among<br />
the most most widely widely used used in in Brazil Brazil and worldwide, worldwide, the the Moodle Moodle platform platform enables enables the the creation creation and manag<strong>em</strong>ent manag<strong>em</strong>ent of of online<br />
online<br />
courses, workshops workshops and and learning learning communities. communities. This This study study proposes proposes a com<strong>para</strong>tive com<strong>para</strong>tive analysis analysis between the two two versions of<br />
Moodle, seeking to identify dentify the the learning learning characteristics characteristics of of that that target audience. For analysis of the features set up a<br />
proposed set set by by Britain Britain and and Liber Liber (1999), (1999), a a framework framework for evaluating syst<strong>em</strong>s for distance learning. The analysis<br />
followed a checklist of usability heuristics s defined by by Sabino Sabino et et al al (2010) (2010) based based on on the the rules rules of Bastien and Scapin<br />
(1993) eight eight defining defining ergonomic ergonomic criteria criteria and and subcriteria subcriteria for for evaluating human computer interfaces - IHC. While<br />
advances have been made to check the different versions, difficulties persist as ease of use, readability and location of<br />
graphics, fundamental questions when it comes to learning of deaf students.<br />
Keywords<br />
Deaf, Moodle, virtual learning environments
1. Introdução<br />
O surgimento da internet e a expansão <strong>do</strong>s Ambientes Virtuais de Ensino Aprendizag<strong>em</strong> (AVAs)<br />
possibilitaram o acesso à informação como fonte de conhecimento, representan<strong>do</strong> um salto na<br />
Educação a Distância (EAD). Litto (2009) registrou entre 2004 e 2008 um crescimento de 1.175%<br />
de estudantes que optaram pela modalidade no Brasil, o que representa uma fatia equivalente a um<br />
sexto <strong>do</strong>s <strong>aluno</strong>s no ensino superior <strong>em</strong> cerca de 300 instituições credenciadas pelo Ministério da<br />
Educação (MEC) a oferecer cursos de graduação e pós-graduação por essa via.<br />
Para um segmento particular de <strong>aluno</strong>s – os sur<strong>do</strong>s naturais e com deficiência auditiva – a EAD<br />
surge como uma alavanca singular. A utilização de plataformas multimídia introduz o sur<strong>do</strong> no<br />
mun<strong>do</strong> das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), provocan<strong>do</strong> uma verdadeira<br />
revolução <strong>em</strong> seu mo<strong>do</strong> de estar e perceber o que o cerca. Atribui-se às TIC maior entrosamento<br />
entre deficientes e não-deficientes, desvinculan<strong>do</strong> o sur<strong>do</strong> <strong>do</strong>s processos de “agressão linguística” a<br />
que se vê exposto pela deficiência na audição. A língua escrita na internet não requer<br />
obrigatoriedade ao padrão culto, assim o sur<strong>do</strong> amplia seu léxico cultural, seu sentimento de<br />
“<strong>em</strong>poderamento” e encontra possibilidades de organização política de forma mais descentralizada<br />
e com maior abrangência espacial (MARTINS, 2005).<br />
Por constituír<strong>em</strong> minoria linguística, os sur<strong>do</strong>s configuram um público com poucas oportunidades<br />
de discussão direta. Mesmo que saibam falar ou comunicar-se pela língua de sinais, a participação<br />
<strong>em</strong> fóruns amplia<strong>do</strong>s depende de um tradutor, haven<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre um media<strong>do</strong>r. Na internet, os sur<strong>do</strong>s<br />
são produtores e veicula<strong>do</strong>res de suas próprias narrativas, s<strong>em</strong> intermediações. A web propiciou o<br />
uso de novas ferramentas <strong>para</strong> a acessibilidade e potencializou essa comunicação. Melca e Ferreira<br />
(2005) destacam que a abordag<strong>em</strong> multissensorial <strong>do</strong>s ambientes virtuais de aprendizag<strong>em</strong>,<br />
configura<strong>do</strong>s <strong>em</strong> plataformas hipermídia cada vez mais acessíveis, estimula diferentes senti<strong>do</strong>s,<br />
constituin<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> um fator facilita<strong>do</strong>r da aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Em tal contexto, as plataformas que suportam cursos a distância adquir<strong>em</strong> fundamental<br />
importância.Entre as mais utilizadas no Brasil e no mun<strong>do</strong> figura a plataforma Moodle (QUEVEDO<br />
e ULBRICHT, 2010), de suporte aos mais diversos AVAs. Software de apoio à aprendizag<strong>em</strong> foi<br />
concebi<strong>do</strong> pelo educa<strong>do</strong>r e informático Martin Dougiamas, basean<strong>do</strong>-se nos princípios <strong>do</strong><br />
“construtivismo social”. Distribui-se sob licença Open Source: é livre <strong>para</strong> carregar, usar, modificar<br />
e até mesmo distribuir sob condição da GPL (General PublicLicense), a licença <strong>para</strong> software livre.<br />
Presente <strong>em</strong> 206 países e com 47 mil sites instala<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s, o Moodle possibilita a criação e<br />
gestão de cursos online, grupos de trabalho e comunidades de aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Dada a importância <strong>do</strong> AVAMoodle <strong>para</strong> a EAD no Brasil, este estu<strong>do</strong> propõe a análise<br />
com<strong>para</strong>tiva entre suas mais recentes versões, a 1.9 e a 2.0, com objetivo de mapear a evolução <strong>do</strong><br />
ambiente <strong>em</strong> termos de usabilidade e funcionalidade. O trabalho consiste na aplicação de<br />
procedimentos <strong>para</strong> avaliação <strong>do</strong> Moodle e na identificação de oportunidades <strong>para</strong> evolução da<br />
plataforma, notadamente na questão da usabilidade e acessibilidadeao público sur<strong>do</strong>. Como<br />
resulta<strong>do</strong>, descreve-se requisitos que se destinam a suprir d<strong>em</strong>andas a ser<strong>em</strong> codificadas <strong>em</strong> um<br />
artefato da engenharia e da mídia <strong>do</strong> conhecimento.<br />
2
2. O Méto<strong>do</strong><br />
Segun<strong>do</strong> Laguardia, Portela e Vasconcellos (2007), a avaliação de AVAs requer da<strong>do</strong>s sobre<br />
<strong>características</strong> <strong>do</strong> ambiente de aprendizag<strong>em</strong>, da plataforma tecnológica e das funcionalidades<br />
ofertadas. D<strong>em</strong>anda análise da estrutura e <strong>do</strong>s mecanismos ou processos que faz<strong>em</strong> com que o<br />
sist<strong>em</strong>a de <strong>aprendiza<strong>do</strong></strong> se comporte da maneira como é. Subjacente a esses aspectos, deve-se levar<br />
<strong>em</strong> consideração o interesse <strong>do</strong>s componentes humanos e suas expectativas quanto à plataforma<br />
tecnológica.<br />
Para avaliação <strong>do</strong> ambiente Moodle, definiu-se critérios da qualidade a ser<strong>em</strong> analisa<strong>do</strong>s sob a<br />
perspectiva tecnológica. Nesse senti<strong>do</strong>, a norma ISO/IEC 9126 constitui um conjunto de atributos<br />
da qualidade de um produto de software defini<strong>do</strong>s pela Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />
(2003). No com<strong>para</strong>tivo entre a versão 1.9 e 2.0 <strong>do</strong> Moodle foram analisadas as funcionalidades<br />
<strong>para</strong> identificar quais as inovações no ambiente e melhorias na usabilidade sob o aspecto da<br />
facilidade de uso.<br />
Para análise das funcionalidades estabeleceu-se um conjunto proposto por Britain e Liber (1999),<br />
<strong>em</strong> um framework <strong>para</strong> avaliação de sist<strong>em</strong>as de ensino a distância. A análise da usabilidade seguiu<br />
um checklist heurístico defini<strong>do</strong> por Sabino et al (2010), basea<strong>do</strong> nas regras de Bastien e Scapin<br />
(1993), que defin<strong>em</strong> oito critérios ergonômicos e subcritérios <strong>para</strong> avaliação de interfaces humano<br />
computa<strong>do</strong>r - IHC. Aplicou-se um checklist heurístico desenvolvi<strong>do</strong> por Sabino et al (2010) <strong>para</strong><br />
<strong>do</strong>cumentar o resulta<strong>do</strong> das inspeções na plataforma. Para compl<strong>em</strong>entar o checklist de usabilidade,<br />
utilizou-se uma ferramenta chamada ADesigner da IBM, um simula<strong>do</strong>r de deficiência que ajuda<br />
webdesigners a garantir que suas páginas sejam acessíveis e utilizáveis por pessoas com deficiência<br />
sensorial.<br />
A revisão bibliográfica <strong>para</strong> estetrabalho concentrou sua busca a partir da palavra-chave ‘sur<strong>do</strong>s’,<br />
com base no méto<strong>do</strong> de identificação de conceitos basea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um modelo contextual. Buscou-se<br />
identificar termos-chave, com a com<strong>para</strong>ção sen<strong>do</strong> feita ao nível da frase (conceito versus frases) e<br />
não pelo <strong>do</strong>cumento (conceito versus <strong>do</strong>cumentos), uma vez que o contexto pode variar <strong>em</strong> textos<br />
muito grandes. Dessa forma, os conceitos relevantes aqui considera<strong>do</strong>s partiram da palavra<br />
‘sur<strong>do</strong>s’, a qual associaram-se as palavras ‘aprendizag<strong>em</strong>/representação espacial’. A busca deu-se<br />
com a seguinte expressão: ‘aprendizag<strong>em</strong>/representação espacial <strong>para</strong> sur<strong>do</strong>s’, a partir <strong>do</strong> site de<br />
periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com o<br />
acesso às bases de da<strong>do</strong>s Scielo, Google Acadêmico e Banco de Dissertações e Teses da referida<br />
instituição.<br />
As bases de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Instituto Nacional de Educação de Sur<strong>do</strong>s (INES), <strong>do</strong> Ministério da Educação<br />
(MEC), e da Federação Nacional de Educação e Integração <strong>do</strong>s Sur<strong>do</strong>s (FENEIS) também<br />
integraram a pesquisa, devi<strong>do</strong> à inquestionável importância dessas instituições como referência <strong>em</strong><br />
deficiência auditiva no Brasil. A próxima etapa consistiu <strong>em</strong> processar os <strong>do</strong>cumentos obti<strong>do</strong>s, a<br />
fim de identificar ou encontrar os conceitos neles presentes. A busca resultou na elaboração de<br />
mapas mentais, quadros com o apontamento das pesquisas, delimitan<strong>do</strong>-se datas, pesquisa<strong>do</strong>res,<br />
público-alvo, propostas e resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, além das tabelas aqui expostas.<br />
3
3. Resulta<strong>do</strong>s<br />
No escopo deste estu<strong>do</strong>, analisou-se as duas versões <strong>do</strong> AVA Moodle.Foram com<strong>para</strong>das as<br />
funcionalidade listadas por Britain e Liber (1999) comuns a plataformas de ensino a distância. As<br />
funcionalidades analisadas são agrupadas pelo papel <strong>do</strong> professor e <strong>do</strong> <strong>aluno</strong> conforme as tabelas<br />
1,2,3,4 e 5.<br />
Tabela 1 – Com<strong>para</strong>tivo <strong>do</strong> Moodle 1.9 com o Moodle 2.0.2 <strong>em</strong> termos de funcionalidades <strong>para</strong> o professor<br />
gerenciar recursos <strong>do</strong> ambiente.<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
Funcionalidades Moodle 1.9 Moodle 2.0<br />
Agente: Professor<br />
Funcionalidade: gerenciamento de recursos<br />
Criar e importar Permite importar e exportar um curso e o conteú<strong>do</strong><br />
conteú<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Moodle<br />
Armazenar recursos Permite a criação de repositórios de conteú<strong>do</strong><br />
através <strong>do</strong> upload de arquivos nos fóruns<br />
Adicionar metada<strong>do</strong>s Não possui ferramenta de metada<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
marcação s<strong>em</strong>ântica de conteú<strong>do</strong>s<br />
Adicionar descrição Permite criar uma descrição e um nome <strong>para</strong> cada<br />
recurso<br />
Adicionar e reproduzir Sim, com base nos mesmos recursos tecnológicos<br />
conteú<strong>do</strong> multimídia ofereci<strong>do</strong>s pelos navega<strong>do</strong>res e seus plugins<br />
Permite importar e exportar um curso e o<br />
conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> Moodle.<br />
Permite a criação de repositórios de conteú<strong>do</strong><br />
inclusive a integração com serviços como o<br />
dropbox (Mashup)<br />
Não possui ferramenta de metada<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
marcação s<strong>em</strong>ântica de conteú<strong>do</strong>s<br />
Permite criar uma descrição e um nome <strong>para</strong><br />
cada recurso<br />
Sim, com base nos mesmos recursos<br />
tecnológicos ofereci<strong>do</strong>s pelos navega<strong>do</strong>res e<br />
seus plugins<br />
Tabela 2 -Com<strong>para</strong>tivo <strong>do</strong> Moodle 1.9 com o Moodle 2.0.2 <strong>em</strong> termos de funcionalidades <strong>para</strong> o professor<br />
gerenciar recursos as pessoas <strong>do</strong> ambiente.<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
Funcionalidades Moodle 1.9 Moodle 2.0<br />
Agente: Professor<br />
Funcionalidade: gerenciamento das pessoas<br />
Armazenar e visualizar<br />
da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> aprendiz<br />
Adicionar e r<strong>em</strong>over<br />
aprendizes<br />
Monitorar atividades de<br />
<strong>aprendiza<strong>do</strong></strong><br />
Sim. Permite visualizar o perfil assim como as Sim. Permite visualizar o perfil assim como as<br />
disciplinas as quais cursou<br />
disciplinas as quais cursou<br />
SIM SIM<br />
Não possui uma ferramenta <strong>para</strong> monitorar o <strong>aluno</strong><br />
no senti<strong>do</strong> de diagnosticar a qualidade intensidade<br />
<strong>do</strong> processo de ensino e <strong>aprendiza<strong>do</strong></strong> além <strong>do</strong><br />
méto<strong>do</strong> quantitativo das provas. Ex: Painel de<br />
acompanhamento gráfico. Permite apenas<br />
monitorar o t<strong>em</strong>po desde o último acesso<br />
Oferece um recurso de indicativo de conclusão<br />
<strong>para</strong> o acompanhamento <strong>do</strong> processo de ensino<br />
e aprendizag<strong>em</strong> de cada <strong>aluno</strong> (recurso<br />
indicativo de conclusão).<br />
4
Tabela 3 – Com<strong>para</strong>tivo das funcionalidades <strong>para</strong> o professor gerenciar os cursos <strong>do</strong> ambiente.<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
Funcionalidades Moodle 1.9 Moodle 2.0<br />
Agente: Professor<br />
Funcionalidade: gerenciamento de cursos<br />
Estruturação de cursos Sim. Permite criar as disciplinas e estruturá-las sob<br />
d<strong>em</strong>anda.<br />
Adição de recursos Sim. Permite adicionar materiais, links e outras<br />
mídias.<br />
Criar atribuições Não possui uma ferramenta <strong>para</strong> monitorar o <strong>aluno</strong><br />
no senti<strong>do</strong> de diagnosticar a qualidade intensidade<br />
<strong>do</strong> processo de ensino e <strong>aprendiza<strong>do</strong></strong> além <strong>do</strong><br />
méto<strong>do</strong> quantitativo das provas. Ex: Painel de<br />
acompanhamento gráfico. Permite apenas<br />
monitorar o t<strong>em</strong>po desde o último acesso<br />
Realizar avaliação Possui ferramenta <strong>para</strong> criar avaliação definin<strong>do</strong><br />
pesos <strong>para</strong> cada uma das atividades<br />
Sim. Permite visualizar o perfil assim como as<br />
disciplinas as quais cursou<br />
Sim. Permite adicionar materiais, links e outras<br />
mídias.<br />
Oferece um recurso de indicativo de conclusão<br />
<strong>para</strong> o acompanhamento <strong>do</strong> processo de ensino<br />
e aprendizag<strong>em</strong> de cada <strong>aluno</strong> (recurso<br />
indicativo de conclusão).<br />
Possui ferramenta <strong>para</strong> criar avaliação<br />
definin<strong>do</strong> pesos <strong>para</strong> cada uma das atividades<br />
Tabela 4 – Com<strong>para</strong>tivo das funcionalidades <strong>para</strong> o professor gerenciar os cursos <strong>do</strong> ambiente.<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
Funcionalidades Moodle 1.9 Moodle 2.0<br />
Agente: Aluno<br />
Funcionalidade: gerenciamento de recursos<br />
Criação e importação de<br />
conteú<strong>do</strong><br />
Não possui mecanismo de importação e<br />
exportação das aulas <strong>para</strong> outras mídias e<br />
n<strong>em</strong> a importação <strong>para</strong> os <strong>aluno</strong>s<br />
Permite importar cursos através <strong>do</strong> Hub de<br />
comunidade e integrar os fóruns e atividades <strong>do</strong><br />
ambiente com outros serviços Internet.<br />
Armazenar preferi<strong>do</strong>s Não possui Não possui ferramenta de preferi<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
possibilitar a navegação conforme as<br />
preferências <strong>do</strong> usuário<br />
Adicionar metada<strong>do</strong>s Não possui Não possui<br />
Tocar multimídia Conforme os recursos ofereci<strong>do</strong>s pelo<br />
navega<strong>do</strong>r e seus plugins.<br />
Conforme os recursos ofereci<strong>do</strong>s pelo<br />
navega<strong>do</strong>r e seus plugins.<br />
Tabela 5 - Com<strong>para</strong>tivo das funcionalidades <strong>para</strong> a comunicação e colaboração entre os <strong>aluno</strong>s e professores<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
Funcionalidades Moodle 1.9 Moodle 2.0<br />
Agente: Aluno/ Professor<br />
Funcionalidade: comunicação e colaboração<br />
E-mail Sim Sim<br />
Painel de noticias Permite publicar notícias e listar estas<br />
notícias <strong>em</strong> várias áreas <strong>do</strong> ambiente<br />
Permite publicar notícias e fazer a integração<br />
com serviços de blogs e outras fontes de<br />
Troca de arquivos Não permite a troca de arquivos de forma<br />
informação.<br />
Não permite a troca de arquivos de forma<br />
síncrona<br />
síncrona<br />
Discussão assíncrona Fórum e mensagens personalizadas Fórum e mensagens personalizadas<br />
Chat Ferramenta de chat Ferramenta de chat com texto e <strong>em</strong>oticons<br />
Whiteboard Não possui ferramenta de edição online de Não possui ferramenta de edição online de<br />
imag<strong>em</strong> colaborativa<br />
imag<strong>em</strong> colaborativa<br />
VideoConferencia Não possui (GTALK / SKYPE) Não possui (GTALK / SKYPE)<br />
5
Além das funcionalidades contrastadas na Tabela 1, a versão 2.0 engloba um conjunto de novas<br />
funcionalidades e diversas correções de defeitos da versão anterior. Entre as novas funcionalidades<br />
foi incorpora<strong>do</strong> o conceito “Hub de comunidades”, que é um diretório de cursos <strong>para</strong> uso público ou<br />
priva<strong>do</strong>. Aqui, os váriosambientes virtuais de aprendizag<strong>em</strong>Moodleinstala<strong>do</strong>s na internet pod<strong>em</strong> se<br />
registrar <strong>para</strong> compartilhar seus cursos que pod<strong>em</strong> ser baixa<strong>do</strong>s. Na versão 2.0, o Moodle<br />
impl<strong>em</strong>enta a técnica de Mashup que, segun<strong>do</strong> Yu (2008), consiste <strong>em</strong> integrar informações e<br />
conhecimentos a partir de fontes heterogêneas, apresentan<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma mídia inova<strong>do</strong>ra.Aplica-se<br />
essa técnica computacional <strong>para</strong> integrar na plataforma Moodle serviços de diretórios, permitin<strong>do</strong><br />
importar conteú<strong>do</strong> de outras fontes <strong>para</strong> o ambiente.<br />
A versão atual inclui plugin <strong>para</strong> os seguintes serviços: Alfresco, Amazon S3, Box.net, Flickr,<br />
Google Docs, Mahara, Merlot, Picasa, Sites Moodle r<strong>em</strong>otos, servi<strong>do</strong>res WebDAV, Wikimedia e<br />
Youtube.Possui um recurso denomina<strong>do</strong> portfólio, que possibilita exportar o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fóruns,<br />
das mensagens, <strong>do</strong>s cursos e das tarefas <strong>para</strong> outros ambientes. Essa funcionalidade permite que os<br />
<strong>aluno</strong>s, os professores e os tutores export<strong>em</strong> conteú<strong>do</strong> de interesse. Trabalha com os formatos<br />
LEAP2A, html, imagens e textos, mas outros, como PDF, pod<strong>em</strong> ser suporta<strong>do</strong>s através de plugins<br />
que serão desenvolvi<strong>do</strong>s pela comunidade <strong>do</strong> projeto. Oferece um recurso <strong>para</strong> indicar quan<strong>do</strong> uma<br />
determinada tarefa é concluída. Essa funcionalidade permite estabelecer regras que defin<strong>em</strong> quan<strong>do</strong><br />
um curso é concluí<strong>do</strong> por um <strong>aluno</strong>. Na criação das regras de conclusão de um determina<strong>do</strong> curso<br />
no AVAMoodleé possível definir o critério por data, pontuação, atividades e outros. Para análise de<br />
usabilidade <strong>do</strong> Moodle, utilizou-se o checklist heurístico elabora<strong>do</strong> por Sabino et al (2010) e<br />
adapta<strong>do</strong> <strong>para</strong> a avaliação das usabilidade de cada versão<strong>do</strong> Moodle.<br />
Apesar <strong>do</strong> esforço da comunidade <strong>do</strong> Moodle <strong>em</strong> melhorar sua usabilidade e acessibilidade digital,<br />
exist<strong>em</strong> d<strong>em</strong>andas a ser<strong>em</strong> supridas. Do ponto de vista das regras de Bastien e Scapin (1993), a<br />
interface de administração <strong>do</strong> Moodle 2.0 requer perícia <strong>para</strong> uso. Isso ocorre devi<strong>do</strong> à densidade<br />
informacional na interface, que possui múltiplos menus hierárquicos <strong>para</strong> acessar a ferramenta<br />
desejada. Isso afeta a facilidade de localização <strong>do</strong>s el<strong>em</strong>entos gráficos da interface e a legibilidade.<br />
Para compl<strong>em</strong>entação <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> de usabilidade utilizou-se ferramenta ADesigner da IBM <strong>para</strong><br />
avaliar a conformidade das interfaces com as normas <strong>do</strong> WCAG que define padrões no HTML <strong>para</strong><br />
que um website seja acessível. Em resumo, obteve-se os seguintes resulta<strong>do</strong>s conforme a tabela 6.<br />
Tabela 6 - Conformidade das interfaces <strong>do</strong> Moodle (amostra) perante o padrão WCAG.<br />
Fonte: Autores (2011)<br />
FUNCIONALIDADE CONFORMIDADE<br />
WCAG<br />
LISTENABILITY<br />
(AUDIBILIDADE)<br />
NAVEGAÇÃO<br />
Página inicialVersão 1.9 e 2.0 100% 100% 100%<br />
Fórum 1.9 e 2.0 100% 100% 98%<br />
Gerenciamento de tarefas 1.9 e 2.0 100% 100% 70%<br />
Gerenciamento de usuários 1.9 e 2.0 100% 100% 70%<br />
Observou-se que ocorreram poucas mudanças entre a versão atual e a anterior ou que a ferramenta<br />
não pôde identificar essas mudanças com base nas diretrizes <strong>do</strong> WCAG. Tal fato decorre,<br />
provavelmente, da complexidade e <strong>do</strong>s padrões que a plataforma deve atender <strong>para</strong> suportar o<br />
processo de ensino a distância e seus contornos pedagógicos.<br />
6
4. Discussão<br />
A aquisição da linguag<strong>em</strong> <strong>para</strong> sur<strong>do</strong>s naturais e com deficiência adquirida envolve diferentes<br />
méto<strong>do</strong>s de aprendizag<strong>em</strong>. No oralismo, a aprendizag<strong>em</strong> da fala é desenvolvida por intermédio das<br />
técnicas de treinamento auditivo (estimulação auditiva <strong>para</strong> o reconhecimento da fala e<br />
discriminação de ruí<strong>do</strong>s e sons); desenvolvimento da fala (exercícios <strong>para</strong> mobilidade e tonicidade<br />
<strong>do</strong>s órgãos envolvi<strong>do</strong>s na fonação – lábios, mandíbula, língua – e de respiração e relaxamento) e<br />
leitura labial. Na comunicação total, ou bimodal, faz-se uso simultâneo da língua oral<br />
(representada) <strong>em</strong> sinais. Já obilinguismo também combina oralidade e gestos, mas baseia-se na<br />
proposta de fundamentar a língua de sinais como a L1 (primeira língua) e a língua oral como L2, de<br />
forma compl<strong>em</strong>entar.<br />
As diferentes correntes e técnicas provocam discussões <strong>em</strong> torno das consequências de sua<br />
aplicação. Se de um la<strong>do</strong>, os oralistas acreditam na normalização e, por isso mesmo, preconizam a<br />
integração e o convívio das pessoas com surdez com os ouvintes por meio da língua oral, de outro a<br />
língua oral é apontada como uma barreira ao desenvolvimento da linguag<strong>em</strong>. As limitações com a<br />
aquisição da linguag<strong>em</strong> oral implicam dificuldades de compreensão com a escrita. Qu<strong>em</strong> não<br />
passou pelo processo de oralização não consegue compreender textos. Com a leitura de revistas, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, os sur<strong>do</strong>s entend<strong>em</strong> “uma imag<strong>em</strong>, uma ‘fala’ rápida, uma palavra-chave, mas o resto <strong>do</strong><br />
contexto eles perd<strong>em</strong> to<strong>do</strong>” (MARTINS, 2005, p.112). A estrutura das orações da língua oral não<br />
coincide com dada língua gestual, uma vez que os movimentos das mãos ou gestos, no sist<strong>em</strong>a de<br />
gestos, pod<strong>em</strong> corresponder a uma palavra, a uma frase ou a uma ideia (CAMPBELL, 2009).<br />
Assim, o que se diz verbalmente não se diz no mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> língua de sinais, o que<br />
compromete a interpretação. Martins (2005) destaca que o oralismo e a supressão <strong>do</strong> sinal<br />
contribu<strong>em</strong> <strong>para</strong> a manutenção <strong>do</strong>s sur<strong>do</strong>s como alfabetos funcionais.<br />
Segun<strong>do</strong> Quadros (2010), os profissionais envolvi<strong>do</strong>s na educação <strong>do</strong>s sur<strong>do</strong>s admit<strong>em</strong> o fracasso<br />
da língua portuguesa não somente como expressão escrita, mas como língua que permite o<br />
desenvolvimento de uma linguag<strong>em</strong>. Existe uma dificuldade <strong>do</strong>s sur<strong>do</strong>s <strong>em</strong> aprender a língua<br />
portuguesa escrita, especialmente se alfabetiza<strong>do</strong>s na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), uma<br />
vez que sen<strong>do</strong> línguas diferentes têm estruturas próprias não coincidentes. Sob a perspectiva de uma<br />
linguag<strong>em</strong> visual-espacial, a LIBRAS é a comunicação natural utilizada pelos sur<strong>do</strong>s. A enorme<br />
dificuldade de interiorizar um código linguístico oral e maior facilidade <strong>para</strong> interiorizar um código<br />
linguístico composto de sinais (MARCHESI, 1995) apontam <strong>para</strong> o desenvolvimento <strong>do</strong> raciocínio<br />
espacial <strong>em</strong> sur<strong>do</strong>s.<br />
O raciocínio espacial é um tipo de inteligência b<strong>em</strong> específico, que aparece no espectro das<br />
inteligências múltiplas defini<strong>do</strong> por Gardner (2001), como um tipo de inteligência que envolve a<br />
compreensão das dimensões, manifestan<strong>do</strong>-se como uma das possibilidades de resolução de<br />
probl<strong>em</strong>as <strong>para</strong> além de outros tipos de raciocínios, como o linguístico, por ex<strong>em</strong>plo. A inteligência<br />
espacial se manifesta pela capacidade de perceber a formas <strong>em</strong> objetos, mesmo vistos sob diferentes<br />
ângulos, efetuar transformações sobre as próprias percepções, imaginar movimento ou<br />
deslocamento entre as partes de uma configuração, orientar-se no espaço e ser capaz de recriar<br />
aspectos da experiência visual mesmo distante de estímulos relevantes. Envolve pensar figuras e<br />
imagens e a habilidade de perceber, transformar e recriar diferentes aspectos de uma visão espacial<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Ao avaliar<strong>em</strong> o raciocínio abstrato, numérico e espacial <strong>em</strong> a<strong>do</strong>lescentes sur<strong>do</strong>s, Monteiro e<br />
Andrade (2010) concluíram que os jovens obtiveram melhor des<strong>em</strong>penho na prova de Raciocínio<br />
Espacial, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> maior desenvolvimento dessa habilidade. O estu<strong>do</strong> sugere que os sur<strong>do</strong>s<br />
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têm a capacidade de visualização mais desenvolvida <strong>do</strong> que as outras habilidades avaliadas, ou seja,<br />
são capazes de formar representações mentais visuais e manipulá-las, transforman<strong>do</strong>-as <strong>em</strong> novas<br />
representações. Martins (2005) observa que o <strong>aluno</strong> sur<strong>do</strong> precisa de muita imag<strong>em</strong> <strong>para</strong> aprender.<br />
Ainda que utilize resíduo auditivo, é consenso entre os pesquisa<strong>do</strong>res que o sur<strong>do</strong> se orienta a partir<br />
da visão. Por isso textos, palavras, histórias (inclusive as representações sonoras) dev<strong>em</strong> ser<br />
ofereci<strong>do</strong>s visualmente desde o princípio da escolarização, mesmo não sen<strong>do</strong> alvo da alfabetização,<br />
<strong>para</strong> que a criança desenvolva um input natural <strong>do</strong> português escrito (QUADROS, 2010) e tenha a<br />
possibilidade de interagir com a língua portuguesa de várias formas, <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os momentos<br />
propícios.<br />
Exist<strong>em</strong> diferentes perspectivas<strong>para</strong> enfrentar a surdez. Para as pessoas com resíduos auditivos<br />
pod<strong>em</strong> ser oferecidas um acesso <strong>para</strong> o código da fala dentro de uma abordag<strong>em</strong> oral. Já <strong>para</strong><br />
aquelas s<strong>em</strong> um razoável resíduo ou mesmo grandes dificuldade <strong>em</strong> desenvolver a oralidade, a<br />
língua de sinais constitui-se na língua mais adequada <strong>para</strong> o sujeito interagir com o meio. Embora<br />
defenda o uso concomitante da língua de sinais com a escrita de sinais e não considere essencial o<br />
processo de aquisição/aprendizag<strong>em</strong> <strong>do</strong> português,Quadros (2010) o reconhece como necessário no<br />
atual contexto da sociedade brasileira, sugerin<strong>do</strong> que os <strong>aluno</strong>s sur<strong>do</strong>s precisam também adquirir o<br />
português escrito.<br />
5. Considerações finais<br />
Como a organização perceptual <strong>do</strong> sur<strong>do</strong> se dá a partir da visão, é possível ampliar seu repertório<br />
aprofundan<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> da linguag<strong>em</strong>. Martins (2005) destaca que o desafio <strong>para</strong> ampliar a<br />
possibilidade de inclusão <strong>do</strong> sur<strong>do</strong> é procurar entender o processo s<strong>em</strong>iótico da imag<strong>em</strong> na<br />
construção <strong>do</strong> conhecimento, acrescentan<strong>do</strong> os processos de tradução e interpretação. A afirmação<br />
mostra-se coerente diante da concepção de que a linguag<strong>em</strong> verbal subordina-se ao estu<strong>do</strong> da<br />
s<strong>em</strong>iótica (<strong>do</strong> grego, a ‘ótica <strong>do</strong>s sinais’), porque seu objeto de estu<strong>do</strong> é a língua, apenas um <strong>do</strong>s<br />
sinais estuda<strong>do</strong>s na s<strong>em</strong>iótica. O processo s<strong>em</strong>iótico envolve compreender os significa<strong>do</strong>s.<br />
A análise das relações entre uma coisa (porção de matéria) e seu significa<strong>do</strong> torna possível<br />
transcender aspectos da linguística, partin<strong>do</strong>-se <strong>para</strong> compreender a significação como um “senti<strong>do</strong><br />
articula<strong>do</strong>”. A recepção da informação estética atua no campo <strong>do</strong>s sentimentos, promoven<strong>do</strong><br />
experiências afetivas no receptor. Sua mensag<strong>em</strong> é constituída pela forma compositora <strong>do</strong> texto e<br />
pela escolha de seus sinais significantes. A aprendizag<strong>em</strong> desse tipo de informação dispensa a<br />
obrigatoriedade <strong>do</strong> uso da lógica racional, ao contrário <strong>do</strong> que requer a informação s<strong>em</strong>ântica.<br />
Subjetividade e associações simbólicas que evocam l<strong>em</strong>branças afetivas ou fortes experiências<br />
sensoriais e sentimentais oferec<strong>em</strong> possibilidades de aprendizag<strong>em</strong> que transcend<strong>em</strong> a aquisição<br />
formal <strong>do</strong> conhecimento (PERASSI, 2006).<br />
Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que a língua escrita não deve ser descartada, há d<strong>em</strong>anda pela criação de<br />
sist<strong>em</strong>as web que privilegi<strong>em</strong> a imag<strong>em</strong> e a língua de sinais ou que ofereçam a possibilidade de<br />
conversão <strong>em</strong> SignWritin(escrita da língua de sinais). Oferecida com redundância, a fim de que<br />
pessoas s<strong>em</strong> audição ou com dificuldade auditiva possam experimentar suas preferências, a<br />
informação pode vir a ser otimizada por meio de sist<strong>em</strong>as hipermídia, capazes, por sua natureza<br />
híbrida de multimeios <strong>em</strong> mídia eletrônica e texto, de oferecer oportunidades multisenssoriais de<br />
aprendizag<strong>em</strong>. Sen<strong>do</strong> a visão um el<strong>em</strong>ento fundamental <strong>para</strong> a aprendizag<strong>em</strong> <strong>do</strong> sur<strong>do</strong>, é lógico<br />
pensar que ele se guie por imagens.<br />
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Por isso, os processos s<strong>em</strong>ióticos das mensagens dirigidas a sur<strong>do</strong>s, pelos quais se torna possível<br />
estimular diferentes significações, deveriam ser cuida<strong>do</strong>samente cont<strong>em</strong>pla<strong>do</strong>s pela hipermídia e<br />
consequent<strong>em</strong>ente pelos AVAS, como forma de ampliar a compreensão da linguag<strong>em</strong>, a<br />
comunicação e a construção <strong>do</strong> conhecimento, contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> diminuir as barreiras entre sur<strong>do</strong>s<br />
e ouvintes. Apesar <strong>do</strong>s avanços entre as diferentes versões <strong>do</strong> Moodle, persist<strong>em</strong> as dificuldades<br />
como facilidade de uso, legibilidade e a localização de el<strong>em</strong>entos gráficos, questões fundamentais<br />
<strong>em</strong> se tratan<strong>do</strong> de acessibilidade e inclusão, especialmente ao sur<strong>do</strong> e à pessoa com a<br />
deficiênciaauditiva adquirida.<br />
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