06.01.2013 Views

SEXUALIDADE: MENOPAUSA E ANDROPAUSA - Heloisa Fleury ...

SEXUALIDADE: MENOPAUSA E ANDROPAUSA - Heloisa Fleury ...

SEXUALIDADE: MENOPAUSA E ANDROPAUSA - Heloisa Fleury ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>SEXUALIDADE</strong>: <strong>MENOPAUSA</strong> E <strong>ANDROPAUSA</strong> 1<br />

<strong>Heloisa</strong> J. <strong>Fleury</strong><br />

RESUMO<br />

O texto apresenta a evolução do modelo teórico proposto por MASTERS; JOHNSON, complementado<br />

posteriormente por KAPLAN e revisto recentemente por BASSON para a compreensão da função<br />

sexual. O modelo alternativo apresentado considera a sexualidade feminina um fenômeno complexo,<br />

em que a adequação tanto do estímulo sexual como do contexto é valorizada, atribuindo à intimidade<br />

emocional o papel de uma das principais forças motivacionais para a atividade sexual. Ao considerar a<br />

dimensão relacional do desejo sexual, este paradigma aproxima-se da visão de Homem proposta por<br />

J.L.MORENO. Características da transição menopáusica e da andropausa são apresentadas e<br />

discutidas, contextualizando possíveis desencadeantes das principais disfunções sexuais nesta etapa da<br />

vida. Algumas limitações e possibilidades terapêuticas para a promoção da saúde sexual na menopausa<br />

e na andropausa são discutidas, indicando a metodologia socio-psicodramática como a modalidade de<br />

escolha na abordagem das dimensões mais subjetivas da sexualidade, com destaque para os seus<br />

aspectos relacionais.<br />

Introdução<br />

A sexualidade envolve um processo fisiológico e outras dimensões mais subjetivas do ser<br />

humano, tais como a capacidade de manter um relacionamento íntimo com o parceiro, expressar<br />

sentimentos e pensamentos, aproximar-se e separar-se sem ansiedade excessiva, manter um padrão de<br />

relacionamento diferente de uma relação filial-parental e até mesmo vivenciar a própria agressividade<br />

sem muita ansiedade.<br />

Na clínica, observamos que o comprometimento em qualquer uma destas dimensões pode<br />

provocar uma atenção excessiva aos aspectos fisiológicos da resposta sexual, empobrecendo a vivência<br />

natural de uma sexualidade integrada.<br />

A responsividade sexual biológica é mantida, com algumas alterações, pelos dois sexos,<br />

durante toda a vida. MASTERS; JOHNSON (1985; 1979) observaram, entre outras alterações<br />

decorrentes do envelhecimento, o aumento no tempo necessário para as reações físicas. Homens acima<br />

de 50 anos podem apresentar um aumento no controle ejaculatório, redução na exigência ejaculatória e<br />

manutenção da capacidade eretiva, embora muitas vezes mais lenta. Mulheres, nesta mesma faixa<br />

1 Esse artigo está publicado na Revista Brasileira de Psicodrama, 2004;12(2):85-98 (www.febrap.org.br)


etária, podem apresentar maior lentidão na lubrificação, redução da fase orgásmica e aumento da fase<br />

de resolução. As alterações hormonais também podem provocar diminuição na produção e volume do<br />

fluído responsável pela lubrificação vaginal, fragilização e atrofia das paredes vaginais e redução da<br />

capacidade expansiva da vagina, principalmente em mulheres abstinentes sexuais.<br />

O referencial utilizado neste texto para a compreensão do ser humano é o proposto por<br />

J.L.MORENO (1992), que considera o indivíduo inserido num contexto socio-cultural, com o qual<br />

mantém uma interação compartilhada em estado co-consciente e co-inconsciente.<br />

Concomitante a este processo de alterações biológicas, homens e mulheres estão vivendo o<br />

impacto psicológico e socio-cultural decorrente do envelhecimento e das mudanças próprias desta<br />

etapa da vida. Neste contexto, o casal poderá desenvolver ou acentuar as dificuldades do<br />

relacionamento, aumentando a complexidade da vida sexual nesta faixa etária.<br />

Para compreendermos a sexualidade na menopausa e na andropausa, segundo um paradigma<br />

biopsicossocial, apresentaremos um modelo de resposta sexual, diferenciando as dimensões biológicas<br />

e subjetivas do fenômeno. Basearemos neste referencial a discussão de algumas alternativas<br />

terapêuticas para a promoção da saúde sexual nesta faixa etária.<br />

Modelo de resposta sexual<br />

Na década de 60, foi revolucionária a formulação por MASTERS; JOHNSON (1985) de um<br />

modelo científico para a compreensão da resposta sexual humana, caracterizada por quatro fases:<br />

excitação, platô, orgasmo e resolução, comum para homens e mulheres, em seqüência definida e linear.<br />

Neste modelo, um estímulo sexual, interno ou externo, provoca a excitação fisiológica, representada<br />

pela ereção no homem ou pela vasocongestão e miotonia na mulher, desencadeando a continuidade da<br />

resposta sexual.<br />

Porém, as evidências clínicas apontavam que algumas pessoas, embora fisicamente aptas para<br />

a resposta sexual, tinham pouca disponibilidade, sugerindo que um aspecto importante, o desejo<br />

sexual, não estava contemplado neste modelo. LEVINE (2003) descreveu desejo sexual como a soma<br />

de forças que levam uma pessoa a procurar ou a evitar um comportamento sexual. Para ele, mesmo em<br />

períodos felizes de estabilidade no relacionamento, pode ocorrer uma intensa variabilidade do desejo<br />

sexual, indo de níveis altamente positivos, a outros negativos ou neutros. Atribuiu à intimidade<br />

psicológica, que descreve como um estado de conexão emocional, a manutenção da motivação sexual,<br />

tanto nos relacionamentos recentes como naqueles já bem estabelecidos, tornando-se mais importante<br />

com o aumento da idade.


A inclusão do desejo no ciclo de resposta sexual ocorreu no modelo alternativo proposto por<br />

KAPLAN (1977) na década de 70, constituído por três fases: desejo, excitação e orgasmo, também em<br />

seqüência definida e linear, comum a homens e mulheres.<br />

Os parâmetros diagnósticos atuais para os transtornos sexuais, descritos no Manual<br />

Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais – DSM –IV (APA, 2000), estão fundamentados na<br />

combinação destes dois modelos, que caracteriza a resposta sexual humana por uma seqüência linear<br />

de quatro fases: desejo, excitação, orgasmo e resolução.<br />

LEIBLUM (2000) identificou deficiências neste modelo, fundamentadas em evidências<br />

clínicas como o fato de que muitas mulheres não identificam o desejo espontâneo ou até mesmo, ao<br />

experimentarem, nem sempre dão continuidade à atividade sexual; outras delegam a iniciativa sexual<br />

ao parceiro e dão continuidade motivada muitas vezes por fatores não necessariamente sexuais. Para<br />

muitos homens e mulheres, a identificação da ereção ou de sensações genitais prazerosas desencadeia o<br />

interesse sexual, sugerindo que a excitação precede o desejo. Para muitos, nem sempre a excitação e o<br />

orgasmo levam a uma vivência de satisfação sexual.<br />

Estas observações sugerem que, além da dimensão biológica, a subjetividade de cada um dos<br />

envolvidos desempenha um papel importante na avaliação da própria sexualidade. Desta forma,<br />

aspectos subjetivos como a receptividade feminina à estimulação sexual e a disponibilidade masculina<br />

para lidar com as alterações naturais desta etapa da vida tornam-se especialmente relevantes na<br />

menopausa e na andropausa.<br />

Em 1999, a Fundação Americana de Doenças Urológicas promoveu uma conferência<br />

internacional com um grupo multidisciplinar, composto por 19 especialistas internacionais em<br />

sexualidade feminina, para o desenvolvimento de conclusões consensuais na área (BASSON et al.,<br />

2000). Definiram disfunção sexual feminina como o comprometimento do desejo e excitação sexual,<br />

do orgasmo e/ou dor sexual, provocando desconforto pessoal significativo. Concluíram que esta<br />

condição é um problema com múltiplas causas e dimensões, envolvendo determinantes biológicos,<br />

psicológicos e interpessoais. Acentua-se com a idade, afeta de 20 a 50% das mulheres e causa um<br />

impacto considerável na qualidade de vida e nos relacionamentos interpessoais.<br />

Estas discussões coincidem com a busca de modelos alternativos para o reconhecimento do<br />

ciclo de resposta sexual feminina. BASSON (2003), uma psiquiatra canadense, pesquisadora do Centro<br />

de Sexualidade da Universidade British Columbia, observou que uma minoria refere-se ao próprio<br />

desejo sexual como algo fisiológico, sendo muito mais freqüente referirem-se à vontade de estar<br />

emocionalmente mais próximas do parceiro. Para muitas mulheres, o estímulo e o contexto sexuais têm<br />

uma função muito importante, tornando condições desfavoráveis, tais como o cansaço, a ausência de<br />

sensualidade no cotidiano, a pouca atratividade do parceiro sexual, potencialmente adversas para o


desejo sexual. Nos relatos de mulheres com pouco desejo sexual, freqüentemente é mencionada a<br />

dificuldade em focalizar no momento, na estimulação sexual ou nas emoções associadas com estar<br />

próxima de outra pessoa.<br />

No final da década de 90, esta pesquisadora (BASSON, 2001) propôs um modelo alternativo<br />

para o ciclo de resposta sexual da mulher, acrescentando ao modelo proposto por MASTERS e<br />

JOHNSON e complementado por KAPLAN, aspectos relacionados à receptividade da mulher à<br />

experiência sexual. Este novo modelo valorizou a adequação do estímulo sexual e do contexto,<br />

atribuindo à intimidade emocional o papel de uma das principais forças motivacionais para a atividade<br />

sexual.<br />

Neste modelo circular (BASSON, 2001), o desejo por intimidade, ao invés de um impulso<br />

biológico, desencadeia em muitas mulheres o ciclo de resposta sexual. Podem iniciar a experiência<br />

sexual sem motivação suficiente, mas buscando maior proximidade, compromisso, compartilhamento,<br />

carinho e tolerância, ou demonstrando os sentimentos provocados pela ausência emocional ou física do<br />

parceiro. Em condições favoráveis, a mulher iniciará uma busca deliberada de estímulos sexuais, como<br />

o diálogo, música, erotismo escrito ou visual, ou a estimulação física direta, desencadeando a excitação<br />

e favorecendo sua receptividade, através da aceitação de estímulos até então indesejados, geralmente<br />

relacionados à genitália e aos seios. Cria desta forma a responsividade necessária para a continuidade<br />

do ato sexual, que seguirá o ciclo tradicional: desejo e excitação interrelacionados e podendo um<br />

estimular e fortalecer o outro, seguidos da satisfação emocional e física.<br />

O resultado emocional e físico da experiência irá desempenhar um papel essencial na sua<br />

receptividade, podendo provocar até mesmo a evitação da estimulação sexual. Assim, uma mulher com<br />

raiva ou ressentimento pelo parceiro, mesmo com desejo e excitação, pode rejeitar a continuidade do<br />

ciclo de resposta sexual, comprometendo a eficácia da estimulação sexual. Caracteriza-se assim um<br />

modelo circular em que a experiência relacional de cada casal e o grau de satisfação emocional e física<br />

da sua vida sexual anterior tornam-se fatores determinantes da receptividade feminina no futuro.<br />

Na menopausa e na andropausa, este paradigma biopsicossocial para a compreensão da<br />

sexualidade feminina favorece a compreensão da dimensão relacional da sexualidade, conceituando o<br />

impacto no casal das conseqüências subjetivas decorrentes de disfunções sexuais em um ou nos dois<br />

parceiros, assim como de dificuldades em outras dimensões do relacionamento.<br />

A transição menopáusica<br />

A menopausa é o marco referencial do climatério, um processo longo e heterogêneo, que<br />

marca a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva. É definida como a última menstruação e


confirmada pela ausência do período menstrual por 12 meses consecutivos. A menopausa espontânea<br />

ocorre geralmente entre os 48 e 52 anos, com a idade média por volta dos 51 anos. Os primeiros<br />

indícios de irregularidades menstruais e outros sintomas próprios da mulher menopáusica marcam o<br />

início da perimenopausa, o período de dois a oito anos anteriores à menopausa, somados aos doze<br />

meses confirmatórios da interrupção do período menstrual (NAMS, 2000).<br />

As queixas mais freqüentes na transição menopáusica referem-se à fertilidade diminuída,<br />

fluxo menstrual irregular, sintomas vasomotores (fogachos e suores noturnos), alterações urogenitais e<br />

na função sexual, distúrbios do sono e insônia, variações de humor, depressão e ansiedade,<br />

comprometimento da concentração e memória, ganho de peso, palpitações, dores, enxaqueca,<br />

mudanças na pele, olhos, cabelo e dentes, osteoporose, doenças cardiovasculares (FRACKIEWICZ;<br />

CUTLER, 2000). A probabilidade é aumentada para os transtornos de humor, ansiedade e depressão,<br />

principalmente em mulheres com histórico de desordem psiquiátrica (SOARES; ALMEIDA, 2001).<br />

Embora o comprometimento da função ovariana, entre os 35 e 45 anos, provoque uma<br />

intensa variação dos níveis hormonais sexuais e a diminuição na produção do estrógeno (YONKERS et<br />

al., 2001), queixas com a saúde, durante este período de transição, podem ser desencadeadas tanto<br />

pelas mudanças biológicas como também pelas mudanças psicossociais, responsáveis muitas vezes por<br />

quadros de ansiedade, principalmente quando envolvem perdas e/ou distanciamento de pessoas<br />

próximas e de condições de vida valorizadas. Além disso, a parada das menstruações geralmente é<br />

vivida pela mulher com intensos significados, muitas vezes contraditórios, influenciados por suas<br />

condições pessoais. Pode provocar alívio, decorrente da interrupção de preocupações, a maior delas<br />

com a fertilidade, mas também pode mobilizar apreensões, relacionadas ao envelhecimento e às perdas<br />

próprias desta etapa da vida (PENTEADO et al., 2000).<br />

A função sexual pode ser afetada pela diminuição nos níveis do estrógeno. A capacidade<br />

diminuída de lubrificação frente à estimulação sexual pode causar a dispareunia, caracterizada por dor<br />

na relação sexual, o que afeta o funcionamento sexual e as condições psicológicas da mulher<br />

(BERMAN et al., 2001). Apesar da menor intensidade da resposta em todas as fases do ciclo sexual, a<br />

mulher pós-menopáusica mantém sua capacidade orgástica, desde que esteja preservada a habilidade<br />

comunicacional entre os parceiros para as adaptações necessárias, sendo que aquela abstinente por<br />

muito tempo necessitará de uma adaptação gradual do pênis à vagina com capacidade expansiva e de<br />

lubrificação diminuídas (KINGSBERG, 2002).<br />

Em estudo com uma população de 1.271 mulheres com mais de 18 anos, ABDO et al. (2002)<br />

identificaram a falta de desejo sexual como a queixa sexual mais freqüente, atingindo 23,4% das<br />

mulheres com menos de 25 anos, 25,8% entre 26 e 40 anos, 47,0% entre 41 e 60 anos e 73,0% com<br />

mais de 61 anos. Estes resultados confirmam o agravamento desta disfunção com o envelhecimento.


As pesquisas têm indicado que os esteróides sexuais (estrógeno, progesterona e andrógeno)<br />

provocam alterações leves, porém importantes no funcionamento sexual feminino. No entanto, os<br />

fatores psicossociais, como o efeito de um novo relacionamento ou de experiências anteriores, tendem<br />

a afetar muito mais fortemente, exigindo uma avaliação cuidadosa de cada caso (DENNERSTEIN,<br />

2003).<br />

A transição menopáusica, como uma etapa do envelhecimento da mulher, é acompanhada de<br />

importantes mudanças físicas. No entanto, é consenso entre os estudiosos da área a influência da<br />

subjetividade da mulher na sua vivência pessoal desta etapa da vida.<br />

Frente a uma sintomatologia exuberante, é necessária a participação médica na avaliação de<br />

indicação de terapia de reposição hormonal tradicional ou alternativa, com fitoterápicos. Porém, na<br />

avaliação de disfunção sexual, aspectos psicológicos e sócio-culturais necessariamente devem ser<br />

considerados.<br />

A andropausa<br />

Geralmente após os 50 anos (DEMERS, 2003), embora às vezes aos 40 (LAMBERTS, 2003),<br />

inicia-se o processo de envelhecimento do homem, caracterizado pelo comprometimento lento e<br />

progressivo do funcionamento das gônadas. Esta condição provoca a diminuição na produção do<br />

andrógeno, responsável pela virilização, pelo funcionamento sexual e pela estimulação e manutenção<br />

da massa muscular e óssea (YIALAMAS; HAYES, 2003). Associando esta condição à feminina, tem<br />

sido denominada climatério masculino, andropausa ou identificada pela sigla ADAM, significando<br />

declínio no andrógeno no homem envelhecendo, em inglês androgen decline in the ageing man<br />

(MORALES, 2003).<br />

Da mesma forma que na menopausa, esta condição bioquímica e fisiológica pode ser tanto<br />

assintomática como sintomática (TAN; CULBERSON, 2003), com queixas semelhantes às femininas,<br />

sendo as mais freqüentes a diminuição da libido, a disfunção erétil, o cansaço e a depressão (TAN; PU,<br />

2004).<br />

O diagnóstico da andropausa depende da avaliação do impacto do nível baixo de testosterona<br />

na qualidade de vida. NOVÁK et al. (2002) identificaram sete parâmetros diagnósticos para<br />

identificação da andropausa: energia, emocional, social, socio-emocional, funcionamento mental, físico<br />

e sexual. Concluíram que níveis diminuídos de energia e o comprometimento da função sexual<br />

provocam o impacto mais marcante na qualidade de vida de homens na andropausa.<br />

Apesar das evidências de que a capacidade eretiva é mantida ao longo da vida, ABDO et al.<br />

(2002) identificaram, em estudo com população brasileira de 1.296 homens com mais de 18 anos, a


disfunção erétil como a queixa sexual mais freqüente, atingindo 40,6% dos homens com menos de 40<br />

anos (severa para 1,1%), 44,2% entre 40 e 49 anos (severa para 1,9%), 54,9% entre 50 e 59 anos<br />

(severa para 4,9%), 74,3% entre 60 e 69 anos (severa para 10,8%) e 76,5% acima de 70 anos (severa<br />

para 11,8%). Estes resultados confirmam o aumento da incidência desta disfunção com a idade.<br />

No entanto, ROSEN (2003) considera rara, inferior a 5%, a relação entre esta disfunção e o<br />

hipogonadismo, embora reconheça ainda ser controversial o efeito da andropausa na disfunção erétil.<br />

Atribui uma forte associação com fatores de risco físicos e psicológicos. Os principais são a diabetes, a<br />

doença cardíaca, a hipertensão e níveis diminuídos de HDL. Observou também indícios de associação<br />

com outras condições como a hipertrofia prostática, a utilização de medicamentos para diabetes,<br />

hipertensão e doença cardiovascular e problemas de saúde. Entre os psicológicos, predominam a<br />

ansiedade, a depressão, estados provocados por raiva ou estresse decorrente de desemprego. Estilo de<br />

vida, como o hábito do fumo e a falta de exercício, também figuram entre os possíveis fatores de risco.<br />

Mesmo considerando o aumento progressivo da disfunção erétil com a idade, este autor não considerou<br />

normal ou inevitável esta condição no processo de envelhecimento.<br />

A reposição de testosterona tem mostrado resultados favoráveis, melhorando a composição<br />

corporal e certas áreas do funcionamento cerebral em homens mais velhos, podendo também diminuir<br />

os riscos cardiovasculares em modelos biológicos (TAN; CULBERSON, 2003). Estes autores<br />

concluíram que a segurança deste procedimento está comprovada apenas para tratamentos de curta<br />

duração, pelo aumento no risco de câncer prostático e doenças cardiovasculares, exigindo uma<br />

avaliação cuidadosa de cada caso. Pareceres favoráveis também foram emitidos por DEMERS (2003) e<br />

HEATON (2002), na medida em que melhora o desempenho físico, promove uma sensação de bemestar<br />

e recupera o impulso sexual dependente do andrógeno. MIMOUN (2003) sugere a associação<br />

com indutores de ereção quando há queixas sexuais concomitantes.<br />

A liberação do sildenafil revolucionou a terapêutica da disfunção erétil, uma das queixas<br />

mais freqüentes do homem na andropausa. No entanto, mesmo com resultados altamente eficazes, os<br />

aspectos psicológicos e relacionais do casal podem exigir uma atenção psicoterapêutica concomitante.<br />

A dimensão relacional da sexualidade: as limitações dos tratamentos medicamentosos<br />

A terapêutica de reposição hormonal para homens e mulheres envelhecendo, com andrógenos<br />

e estrógenos, respectivamente, apresenta vantagens, apesar dos aspectos controversos decorrentes de<br />

efeitos desfavoráveis, foi a conclusão de LAMBERTS (2003) em ampla revisão de resultados de<br />

pesquisas.


Além da reposição hormonal, o sildenafil facilitou a obtenção de uma ereção satisfatória. No<br />

entanto, a disfunção erétil crônica tende a provocar uma apatia ou evitação sexual em um ou nos dois<br />

parceiros, devido ao constrangimento ou medo do fracasso, expectativas irreais, conflitos relacionais e<br />

inibição do desejo em um ou nos dois (LEIBLUM, 2002), condição que torna necessária uma<br />

assistência psicoterápica para o casal reiniciar a vida sexual.<br />

ALTHOF (2002) observou que apenas 50 a 60% dos tratamentos iniciados tiveram<br />

continuidade, indicando a complexidade dos fatores envolvidos nas disfunções sexuais. Considerou a<br />

qualidade do relacionamento um dos impedimentos psicossociais mais importantes para uma<br />

intimidade sexual satisfatória. Este autor levantou alguns pontos relevantes na resistência de homens,<br />

mulheres e casais a darem continuidade aos tratamentos: o tempo em que o casal se manteve<br />

abstinente, antes de procurar tratamento; como o homem pretende reiniciar o relacionamento sexual; as<br />

expectativas do homem em relação à forma como a medicação mudará sua vida; a prontidão emocional<br />

e física da mulher para reiniciar o relacionamento sexual; o significado (para cada um deles) do uso do<br />

medicamento, para reiniciar a vida sexual; a qualidade do relacionamento não sexual; a aceitação pelo<br />

casal de padrões de excitação não convencionais do homem.<br />

Estas considerações evidenciam que o sucesso medicamentoso expresso na ereção pode ser<br />

insuficiente, quando os aspectos psicológicos e relacionais do vínculo não foram atendidos.<br />

Da mesma forma, as evidências de que mulheres com transtorno da excitação sexual não<br />

apresentam correlação entre a excitação subjetiva mental e a congestão genital objetiva (BERMAN et<br />

al., 1999) têm levado pesquisadores como BANCROFT (2002) e BERMAN; GOLDSTEIN (2001) a<br />

sugerirem cautela na indicação de medicamentos, pelas evidências da predominância de dimensões<br />

subjetivas na experiência sexual.<br />

O Psicodrama no atendimento da mulher menopáusica e do homem na andropausa<br />

Na medida em que o processo de envelhecimento provoca mudanças no funcionamento<br />

sexual para os dois sexos, concomitante ao processo vivenciado pela mulher, seu parceiro pode estar<br />

apresentando perdas no interesse sexual ou capacidade diminuída para a atividade sexual. As condições<br />

próprias da menopausa e da andropausa tendem a provocar com maior freqüência a diminuição da<br />

libido para os dois sexos, a dispareunia na mulher e a disfunção erétil no homem.<br />

Estas condições desfavoráveis, somadas às habilidades sexuais insuficientes, podem agravar<br />

a disfunção sexual do casal, principalmente daqueles em que a intimidade emocional e a capacidade<br />

comunicacional estejam insuficientes para lidar preventivamente com as adaptações necessárias nesta<br />

etapa da vida (KINGSBERG, 2002; ABDO et al., 1997), caracterizando-se uma condição em que os


fatores interpessoais tornam-se mais importantes que os aspectos fisiológicos e hormonais, próprios do<br />

impulso sexual espontâneo.<br />

Pesquisadores atuais como WALTON; THORTON (2003) indicam atendimento<br />

psicoterapêutico voltado para a complexidade da resposta sexual, considerando influências<br />

multifatoriais. Estes autores sugerem iniciar o tratamento de disfunção sexual com uma ampla<br />

discussão sobre a importância das terapias não medicamentosas, estabelecendo como objetivo o<br />

desenvolvimento de experiências satisfatórias e prazerosas. Questões relacionais, situacionais e<br />

psicológicas devem ser cuidadosamente abordadas, através da pesquisa do transtorno numa perspectiva<br />

biológica ou física. Consideram interessante, para muitos casais, um atendimento de curta duração,<br />

para o desenvolvimento de habilidades comunicacionais, e com um caráter educativo, para a<br />

abordagem das expectativas relativas à sexualidade.<br />

Esta proposta assemelha-se a alguns dos pressupostos teóricos da Psicoterapia de Grupo<br />

Tematizada e de Tempo Limitado para disfunções sexuais (ABDO, 2000), modalidade psicoterapêutica<br />

que tem apresentado resultados comprovados na abordagem das disfunções sexuais em todas as faixas<br />

etárias, favorecendo o desenvolvimento das várias dimensões envolvidas na sexualidade humana.<br />

J.L.Moreno foi um dos precursores da Psicoterapia de Grupo (SILVA FILHO, 2000),<br />

apresentada, em 1932, em encontro da Associação Americana de Psicologia (APA), na Filadélfia,<br />

Estados Unidos (MORENO, 1992). Esta metodologia baseia-se numa concepção biopsicossocial do<br />

Homem e considera o grupo como uma entidade unitária, permitindo a terapêutica do grupo inteiro e<br />

de todos os seus participantes (MORENO, 1993). Na Psicoterapia de Grupo, compromissado com o<br />

auxílio mútuo, o grupo amplia a criatividade e a produtividade, utilizando e desenvolvendo as forças de<br />

saúde social. A aprendizagem e a integração dos conteúdos abordados são facilitadas pela otimização<br />

das forças de coesão e cooperação nos grupos.<br />

A Psicoterapia de Grupo Tematizada e de Tempo Limitado, adaptada para o tratamento de<br />

disfunções sexuais, ocorre em 16 sessões semanais, de 90 minutos de duração. As sessões são<br />

previamente planejadas, baseadas no programa desenvolvido por ABDO (2000), com pequenas<br />

adaptações para populações que apresentam características específicas, como mulheres na transição<br />

menopáusica. Algumas das sessões são abertas para a abordagem de questões ou de temas emergentes<br />

no grupo.<br />

Os grupos são geralmente mistos, com 15 a 20 participantes, apresentando diferentes<br />

transtornos da sexualidade. Caracterizam-se também como grupos fechados (não é permitida a entrada<br />

de novos componentes), homogêneos (disfunção sexual) e os participantes têm um nível de<br />

desenvolvimento emocional próximo.


A Psicoterapia de Grupo Tematizada favorece a manutenção do foco em aspectos<br />

psicossociais e culturais relevantes à função sexual, favorecendo também a ampliação do conhecimento<br />

sobre a sexualidade.<br />

O tema pode ter a função de um iniciador, como idéias, imaginação, imagens corporais,<br />

sentimentos, e outras associações, ativando a sensibilidade e a busca para novas associações<br />

(ALMEIDA, 1993). Para PERAZZO (1999), o tema tem uma função de ligação com os iniciadores<br />

ideacionais pessoais, estimulando novas aproximações aos conteúdos internos. Neste modelo, o tema<br />

trabalha das duas formas, em algumas sessões como uma técnica estimulando a abordagem de<br />

conteúdos internos, em outras como parte do processo de aquecimento. Os principais focos temáticos<br />

são: identificação de parâmetros individuais e grupais para avaliação da saúde sexual; processo de<br />

comunicação; autonomia e intimidade.<br />

A Psicoterapia de Grupo de Tempo Limitado deve ter objetivos claros, mantendo<br />

flexibilidade suficiente para adaptação às particularidades de cada grupo (RUTAN; STONE, 2001). No<br />

modelo apresentado, o objetivo é o desenvolvimento da função sexual, cabendo à unidade funcional<br />

favorecer que o grupo estabeleça, em cada sessão, uma correlação entre a função sexual e o conteúdo<br />

trabalhado pelo grupo.<br />

A atividade inicial é o aquecimento, que visa a grupalização através da aproximação das<br />

pacientes para constituírem o contexto grupal, com a intimidade necessária para o propósito<br />

psicoterapêutico, além de aproximar o grupo para o levantamento e ampliação de conteúdos do tema<br />

grupal a ser abordado. MORENO (1993) define o aquecimento como uma etapa da sessão que propicia<br />

“novas formas de organização de conteúdos cognitivos, emocionais, físicos e comportamentais”.<br />

Favorece a criação do locus e da matriz do grupo, permitindo a focalização no conceito pessoal de cada<br />

participante sobre a sua sexualidade e promovendo a sintonização do grupo no tema.<br />

O processo grupal é instalado segundo o princípio moreniano da evolução sociogenética<br />

(FLEURY, 1999): através da auto-percepção, da percepção do outro e do contexto e da percepção da<br />

situação proposta para o grupo. Desta forma, os membros do grupo criam o locus e a matriz para a<br />

etapa seguinte da sessão, através da focalização no conceito pessoal sobre o tema identificado e<br />

sintonização do grupo no tema, ativando o status nascendi da experiência.<br />

Segue-se a atividade dramática, visando a ampliação do contexto grupal, abrindo espaço para<br />

a integração de conteúdos cognitivos, emocionais e psicossociais. Com a atividade dramática, regata-se<br />

o background cognitivo e socio-cultural dos membros do grupo.<br />

Algumas sessões visam a construção de conhecimento, através do levantamento de<br />

conclusões e ampliação do conhecimento proposto (ROMAÑA, 2002). No processo de aprendizagem,


este método trabalha em 3 níveis de dramatização: nível da realidade, nível simbólico e nível da<br />

fantasia, significando a análise, a síntese e a generalização do conceito.<br />

A expressão simbólica (BARBERÁ; KNAPPE, 1999), através dos jogos dramáticos e da<br />

construção de esculturas, amplia o referencial individual e grupal sobre os temas abordados, podendo<br />

ter uma função de compartilhamento visual do grupo. Nas imagens construídas, o conteúdo consciente<br />

pode facilitar a emergência de outros conteúdos ainda não conhecidos, favorecendo que eles sejam<br />

integrados, geralmente na etapa do compartilhamento.<br />

A etapa dos comentários possibilita a avaliação dos resultados alcançados, favorecendo a<br />

elaboração do conteúdo abordado e a criação de novos referenciais sobre o tema. A transformação do<br />

grupo é avaliada pela aquisição de conhecimentos, tomada de decisões e redirecionamento de posições<br />

de vida e de relacionamento sexual.<br />

Este programa de intervenção é desenvolvido em 4 etapas: 1. seleção e preparação dos<br />

participantes para o processo a ser iniciado; 2. constituição do grupo (oito sessões iniciais); 3.<br />

finalização do processo grupal e trabalho com as questões emergentes do grupo (oito sessões finais); 4.<br />

encerramento e encaminhamento, quando necessário.<br />

Com estas características, este modelo de intervenção socionômica foca tanto o grupo como<br />

cada participante, favorecendo que a experiência grupal também seja um instrumento de<br />

desenvolvimento da saúde sexual.<br />

Conclusão<br />

A Psicoterapia de Grupo Tematizada e de Tempo Limitado, adaptada para o tratamento das<br />

disfunções sexuais, trabalha os conteúdos trazidos pelo grupo, com foco na sociodinâmica grupal e nos<br />

modelos relacionais do grupo, considerando que esta experiência grupal intensifica a pessoal,<br />

tornando-se uma oportunidade de aprendizagem relacional e de promoção da saúde sexual.<br />

Reconhecer as características próprias da transição menopáusica e da andropausa tem<br />

facilitado a identificação destes conteúdos nas diferentes expressões individuais e grupais no processo<br />

grupal.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ALMEIDA, W.C. Os iniciadores. In: MONTEIRO, RF. Técnicas fundamentais no Psicodrama. São<br />

Paulo, Brasiliense, 1993.


ABDO, CHN. (Org.). Sexualidade Humana e seus Transtornos. 2. ed. rev. ampl. São Paulo, Lemos,<br />

2000.<br />

ABDO, CHN; OLIVEIRA JUNIOR, WM; MOREIRA, ED; FITTIPALDI, JAS. Perfil sexual da<br />

população brasileira: resultados do estudo do comportamento sexual (ECOS) do brasileiro.<br />

Rev.Bras. Med., v.59, n.4, p.250-7, 2002.<br />

ABDO, CHN; FONSECA, AM; BAGNOLI, VR; CANAES, KR; VITÓRIA, SM; ANTUNES NETO,<br />

FR; HALBE, HW. Perfil sexual da mulher no climatério. Rev. Ginecol. Obst., v. 8, p. 37-9, 1997.<br />

ALTHOF, SE. Quality of life and erectile dysfunction. Urology, v.59, n.6, p.803-10, 2002.<br />

BANCROFT, J. The medicalization of female sexual dysfunction: the need for caution. Arch. Sex.<br />

Behav., v.10, p.451-5, 2002.<br />

BARBERÁ, EL; KNAPPE, PP. A escultura na psicoterapia: psicodrama e outras técnicas de ação.<br />

São Paulo, Agora, 1999.<br />

BASSON, R. Women’s difficulties with low sexual desire and sexual avoidance. In: LEVINE, SB<br />

(Ed). Handbook of clinical sexuality for mental health professionals. New York, Brunner-<br />

Routledge, 2003.<br />

BASSON, R. Human sex response cycles. J. Sex Mar. Ther., v.27, p. 33-43, 2001.<br />

BASSON, R; BERMAN, J; BURNETT, A; DEROGATIS, L; FERGUSON, D; FOURCROY, J;<br />

GOLDSTEIN, I; GRAZIOTTIN, A; HEIMAN, J; LAAN, E; LEIBLUM, S; PADMA-NATHAN,<br />

H; ROSEN, R; SEGRAVES, K; SEGRAVES, RT; SHABSIGH, R; SIPSKI, M; WAGNER, G;<br />

WHIPPLE, B. Report of the international consensus development conference on female sexual<br />

dysfunction: definitions and classifications. J. Urol., v.163, p.888-93, 2000.<br />

BERMAN, LA; BERMAN, JR; CHHABRA, S; GOLDSTEIN, I. Novel approaches to female sexual<br />

dysfunction. Exp. Opin. Invest. Drugs, v.10, p.85-95, 2001.<br />

BERMAN, JR; BERMAN, LA; WERBIN, TJ; FLAHERTY, EE; LEAHY, NM; GOLDSTEIN, I.<br />

Clinical evaluation of female sexual function: effects of age and estrogen status on subjective and<br />

psysiologic sexual response. Int. J. Impot. Res., v. 11, p. 531-8, 1999.<br />

BERMAN, JR; GOLDSTEIN, I. Female sexual dysfunction. Urol. Clin. North Am., v.28, p.405-16,<br />

2001.<br />

DEMERS, LM. Andropause: an androgen deficiency state in the ageing male. Expert Opin.<br />

Pharmacother., v. 4, n.2, p. 183-90, 2003.<br />

DENNERSTEIN, LL. The sexual impact of menopause. In: LEVINE, SB (Ed). Handbook of clinical<br />

sexuality for mental health professionals. New York, Brunner-Routledge, 2003.<br />

FLEURY, H.J. As dinâmicas dos grupos e suas leis. In: ALMEIDA, W.C. (Org) Grupo: a proposta do<br />

Psicodrama. São Paulo, Ágora, 1999.


FRACKIEWICZ, EJ; CUTLER, NR. Women’s health care during the perimenopause. J. Amer.<br />

Pharmac. Assoc., v. 40, p. 800- 11, 2000.<br />

HEATON, JP. Point: urologists should take an active role in the diagnosis and treatment of<br />

hypogonadism in the aging male. Can. J. Urol. , v. 9, n. 6, p. 1677-80, 2002.<br />

KAPLAN, HS. A nova terapia do sexo. 3.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1977.<br />

KINGSBERG, SA. The impact of aging on sexual function in women and their partner. Arch. Sex.<br />

Behav. 31, 5, 431-437, 2002.<br />

LAMBERTS, SW. The endocrinology of gonadal involution: menopause and andropause. Ann.<br />

Endocrinol., v. 64, n.2, p. 77-81, 2003.<br />

LEIBLUM, SR. After sildenafil: bridging the gap between pharmacologic treatment and satisfying<br />

sexual relationships. J.Clin. Psychiatry, v.63 (Suppl.5), p. 17-22, 2002<br />

LEIBLUM, SR. Redefining female sexual response. Contemporary Ob/Gyn., v.45, p.120-6, 2000.<br />

LEVINE, SB. What patients mean by love, intimacy and sexual desire. In: LEVINE, SB (Ed).<br />

Handbook of clinical sexuality for mental health professionals. New York, Brunner-Routledge,<br />

2003.<br />

MASTERS, WH; JOHNSON, VE. A inadequação sexual humana. São Paulo, Roca, 1985.<br />

MASTERS, WH; JOHNSON, VE. A incompetência sexual. 3 ed. Rio de Janeiro, Civilização<br />

Brasileira, 1979.<br />

MIMOUN, S. Ménopause, andropause et fonction sexuelle. Gynecol. Obstet. Fertil. v 31, n. 2, p. 141-<br />

6, 2003.<br />

MORALES, A. Androgen replacement therapy in the hypogonadal ageing man. Expert Opin<br />

Pharmacother, v.4, n.6, p. 911-8, 2003.<br />

MORENO, JL. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. 2 ed. rev. Campinas, Psy, 1993<br />

MORENO, JL. Quem sobreviverá?: Fundamentos da Sociometria, Psicoterapia de Grupo e<br />

Sociodrama, v.1. Goiania/GO, Dimensão, 1992.<br />

NAMS - NORTH AMERICAN MENOPAUSE SOCIETY. Clinical challenges of perimenopause:<br />

consensus opinion. Menopause, v. 7, p. 5-13, 2000.<br />

NOVÁK, A; BROD, M; ELBERS, J. Andropause and quality of life: findings from patient focus<br />

groups and clinical experts. Maturitas, v. 43, n.4, p. 231-7, 2002.<br />

PENTEADO, SRL; FONSECA, AM; BAGNOLI, VR; ABDO, CHN. Sexualidade no climatério e na<br />

senilidade. Rev. Ginecol. Obst., v. 11, p. 188-92, 2000.<br />

PERAZZO, S. Fragmentos de um olhar psicodramático. São Paulo, Ágora, 1999.<br />

ROMAÑA, M.A. Construção coletiva do conhecimento através do psicodrama. Campinas/SP,<br />

Papirus, 1992.


ROSEN, RC. Erectile dysfunction in middle-aged and older men. In: LEVINE, SB (Ed). Handbook of<br />

clinical sexuality for mental health professionals. New York, Brunner-Routledge, 2003.<br />

RUTAN, JS; STONE, WN. Psychodynamic group psychotherapy , 3 ed. New York, Guilford, 2001.<br />

SILVA FILHO, LMA. Psicoterapia de grupo com psicóticos. São Paulo, Lemos, 2000.<br />

SOARES, CN; ALMEIDA, AP. Depression during the menopause. Arch. Gen. Psychiatry, v.58,<br />

p.306, 2001.<br />

TAN, RS; PU, SJ. Recognizing androgen deficiency in aging mn. Postgraduate Medicine on line,<br />

v.115, n. 1, p. 1-9, 2004<br />

TAN, RS; CULBERSON, JW. An integrative review on current evidence of testerone replacement<br />

therapy for the andropause. Maturitas, v. 45, n.1, p. 15-27, 2003.<br />

WALTON, B; THORTON, T. Female sexual dysfunction. Curr. Women’s Health Rep., v.3, p.319-26,<br />

2003.<br />

YIALAMAS, MA; HAYES, FJ. Androgens and the ageing male and female. Best Pract. Res. Clin.<br />

Endrocrinol. Metab., v.17, n.2, p. 223-36, 2003.<br />

YONKERS, K; STEINER, M; SOARES, CN. Depressão em mulheres. 2. ed. trad. atual. ampl. São<br />

Paulo, Lemos, 2001.<br />

<strong>Heloisa</strong> Junqueira <strong>Fleury</strong><br />

Rua Sergipe 401 conjunto 808<br />

CEP 01243-906 São Paulo SP<br />

Fone/fax: 11.3256.9928<br />

hjfleury@uol.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!